tema: O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira
Em 1903 no hospital psiquiátrico Colônia de Barbacena, pacientes com
variados transtornos mentais eram internados, muitos deles sem qualquer diagnóstico médico, eram submetidos a viver em condições subumanas. Assim a instituição não era um centro de tratamento psiquiátrico mas sim um depósito de pessoas socialmente indesejadas. Contudo, infelizmente, mesmo no século XXI, a psicofonia ainda é uma triste realidade no Brasil. Tal painel se consolida através da marginalização de pessoas com transtornos mentais e também por conta de como a saúde pública as inviabiliza. A permanência do pensamento baseado em estereótipos relacionados às pessoas que sofrem de distúrbios psíquicos no Brasil é grave. Uma vez que a sociedade os relega com intolerância, falta de informação e o estigma desumano associado a esses diagnósticos, que impede as pessoas de procurarem ajuda, tal como ocorreu no hospital psiquiátrico Colônia de Barbacena, com um tratamento adequado, uma intervenção precoce e diagnóstico médico preciso as 60 mil vítimas seriam salvas. Vale destacar, também, a grande falha no sistema de saúde brasileiro no que não dá a verdadeira importância as taxas de adoecimento psíquico e o suicídio do país. Não sendo um problema de saúde pública grave. E restando apenas instituições psiquiátricas privadas e inacessíveis à população e que segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) aproximadamente 11,5 milhões de brasileiros sofrem de depressão. Portanto é fundamental que o estigma relacionado às doenças mentais existentes na sociedade brasileira seja combatido. Nesse sentido, de imediato, o Governo Federal deve retomar as verbas às Caps e aprofundar as políticas públicas de tratamento das doenças mentais. Além disso, as escolas, em todos os níveis, ou seja, do ensino infantil ao universitário, devem promover o acolhimento e o mapeamento do tema, por meio de uma educação crítica e informativa a respeito do que é sofrimento e do que é doença. Isso pode acontecer em palestras, que expliquem o capacitismo, rodas de conversa para diferenciar terapia, voltada ao sofrimento, e programas de tratamento psiquiátrico, voltados ao controle das doenças.