“O estigma associado ás doenças mentais na sociedade brasileira"

Na série Atypical, o personagem principal, Sam Gardner, tem traços de autismo

e resolve encontrar uma namorada. Assim, ele e sua família são imersos em uma
aventura em busca da aceitação social e autodescoberta ao tentar viver uma rotina
normal de adolescente. Fora da ficção, está o dia a dia de muitos cidadãos que são
vistos como anormais, já que o estigma associado às doenças mentais é uma realidade
na sociedade brasileira. Tal problema se dá devido a negligência governamental ou
intolerância social diante dessa camada da população. Assim, é de suma importância
que medidas sejam tomadas para amenizar a problemática, com o intuito de normalizar
a ocasião descrita na série.

Em primeiro lugar, é proeminente salientar que o estigma associado às doenças

mentais faz com que os cidadãos que apresentam essas enfermidades sejam deixados à
margem da socialização. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil é o
país que apresenta o maior número de pessoas com depressão da América Latina, e
apesar, do cenário vigente as medidas oferecidas pelo governo ainda se mostram
precárias e ineficazes. Esse fato se dá pela ausência de investimentos em políticas
públicas e centros de apoio especializados no trato com essas categorias. Logo, a
população acometida por patologias mentais não é devidamente tratada, corroborando
para uma possível marginalização diante da sociedade. Nessa conjuntura, é perceptível
o que Zygmunt Bauman chama de Instituições Zumbis, aquelas presentes na sociedade,
porém não cumprem o papel proposto com primazia. Vê-se, portanto, que essa
problemática precisa ser resolvida.

Ademais, a falta de conhecimento e intolerância acerca das doenças mentais faz

com que muitos indivíduos acometidos com sintomas dessas patologias não busquem
ajuda especializada. Esse preconceito se dá pelos errôneos ideais de “normalidade”
impressa pela sociedade. Nesse sentido, a OMS afirma que grande parte dos indivíduos
com sinais de patologias psíquicas não procuram ajuda por ter julgamentos e sofrerem
exclusões. Nessa perspectiva, Nise da Silveira, renomada psiquiatra, assegurou que
famílias se oprimem por terem um parente com tais transtornos e escolhem deixá-lo em
hospitais especializados, até mesmo sem visitas. De tal modo, o preconceito vigente
nesse cenário da sociedade brasileira faz com que tratamentos sejam evitados ou
adiados, o que consequentemente proporciona um aumente no número de brasileiros
debilitados por essas enfermidades.

Portanto, são necessárias medidas para reverter o estigma associado a doenças

mentais na sociedade brasileira. Para tal, cabe ao Ministério da Saúde, setor
governamental responsável pela administração e manutenção da Saúde pública do país,
investir em melhorias na qualidade de tratamento a tais doenças nos setores públicos de
cuidados especializados, nomeando mais profissionais da área, como psicólogos,
psiquiatras, dentre outros. Ação que será possível por meio de recursos autorizados por
órgãos superiores responsáveis, como o objetivo de potencializar o atendimento a esses
pacientes e oferecer um tratamento eficaz. Ainda, é necessário informar a população
sobre o que são doenças mentais, visando amenizar a intolerância. Tarefa a ser realizada
pelos veículos de comunicação midiática como internet, as informações devem mostrar
os malefícios das falta de tratamento e a importância do acolhimento dos vulneráveis.
Sendo assim, episódios preconceituoso descrito na série Atypical estejam presentes
apenas na ficção.