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Tema: A saúde mental do jovem no século XXI

Zygmunt Bauman defendeu que não são as crises que mudam o mundo, e sim a forma que
a sociedade lida com elas. No entanto, não é possível verificar uma reação interventiva na
questão da saúde mental dos jovens no século atual, visto que mais de 15% dos jovens, de 10 a
19 anos, sofre algum transtorno mental, para piorar, a maior parte deles não recebem
tratamento. Nesse sentido, é preciso que estratégias sejam aplicadas para alterar essa
situação, que possui como causas a negligência Estatal e a mentalidade social.

Em primeira análise, evidensia-se a ineficiência governamental com um desafio presente no


problema. De acordo com Gilberto Dimenstein, no Brasil as leis são inefetivas, o que gera uma
falsa sensação de cidadania. Tal inaptidão, é vista no que desrespeito à saúde mental dos
jovens na atualidade, pois, apesar de que, a Continuação Federal de 1988 garante o direito à
saúde e ao bem estar a todos, há uma falta de investimentos, do Estado, destinadas a tratar às
vítimas, o que dificulta a eles a terem acesso a um profissional da área e, consequentemente, a
um tratamento adequado. Assim, é urgente que a cidadania de papel, que Dimenstein falou,
seja superada, que o governo saia da inércia em que se encontra.

Ademais, a forma que a sociedade pensa e lida com esse assunto intensifica a gravidade do
dilema. Para Chimamanda Adichie, a cultura não faz as pessoas, as pessoas fazem a cultura.
Essa perspectiva, aponta para a responsabilidade individual, principalmente das famílias das
vítimas, de mudar o pensamento coletivo sobre as doenças mentais, já que muitos, ainda, têm
um pensamento estereotipado e preconceituoso sobre quem sofre de algum transtorno
mental e não dão a devida assistência, pelo contrário, agravam a situação, pois fazem diversos
comentários maldosos levando os jovens a se insolarem e guardarem tudo o que sente apenas
para si, aumentando cada vez mais os números das vítimas, que já é alarmante. Assim, é
preciso sucitar a ação individual para alcançar a construção social desejada.

Depreende-se, portando, a adoção de medidas para intervir sobre essa triste realidade. Para
isso, a mídia de massa deve criar programas, por meio de entrevistas com especialistas no
assunto, a fim de atualizar a mentalidade social sobre a saúde mental dos jovens e a
importância do tratamento para eles. Tal ação pode, ainda, ser divulgada nas escolas para que
as próprias crianças e adolescentes tomem conhecimento disso. Paralelamente, é preciso
intervir sobre a negligência governamental presente no óbice. Lidando, assim, da melhor
maneira possível com essa crise, como defendeu Bauman.

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