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Fatores de risco:

SILVA, Denise Rossato et al . Fatores de risco para


tuberculose: diabetes, tabagismo, álcool e uso de
outras drogas. J. bras. pneumol., São Paulo , v.
TUBERCULOSE 44, n. 2, p. 145-152, abr. 2018 . Disponível:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext
&pid=S1806-
37132018000200145&lng=pt&nrm=iso>.
 FATORES DE RISCO
1. Diabetes Mellitus: de modo geral, pacientes com DM possuem um risco de 2,44 a 8,33 vezes maior da
progressão da tuberculose latente para a ativa (em relação a pacientes sem o diagnóstico de DM).
Acredita-se que 15% dos casos de tuberculose estão intrinsicamente ligados a DM. Vale ressaltar que
alguns estudos viram que a dependência a insulina é um fator de risco, segundo a Philadelphia Diabetic
Survey, determinou-se que a probabilidade de desenvolver tuberculose era duas vezes maior entre os
pacientes com DM que utilizavam mais de 40 unidades de insulina por dia do que entre aqueles que
utilizavam doses mais baixas. Mas por que isso ocorre? Pois, a hiperglicemia e a insulinopenia tem efeitos
indiretos sobre a função dos macrófagos e linfócitos, rebaixando-os.
***************************************Adendo**************************************************
A rifampicina é um poderoso indutor do sistema de enzimas microssomais hepáticas e pode baixar os níveis séricos
de sulfonilureias e biguanidas, levando a hiperglicemia, direta ou indiretamente, através de interações com
hipoglicemiantes orais. Portanto, em pacientes com DM que tomam rifampicina, as doses de medicamentos
antidiabéticos orais devem ser ajustadas para cima de acordo com os níveis de glicose plasmática.
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2. Tabagismo: o fumante ativo e passivo apresentam o risco aumentado para infecção/desenvolvimento da


tuberculose. O papel que a fumaça do cigarro desempenha na patogênese da tuberculose está
relacionado à (1) disfunção ciliar, a uma (2) resposta imune reduzida e a (3) defeitos na resposta imune
de macrófagos, com ou sem uma diminuição da contagem de CD4, aumentando a suscetibilidade à
infecção por Mycobacterium tuberculosis. O macrófago alveolar se liga ao bacilo através dos receptores
do complemento 1, 3 e 4. Os linfócitos ativados liberam citocinas ao recrutar macrófagos, fibroblastos e
outros linfócitos. A principal citocina envolvida na formação de granulomas é TNF-α, que é liberado por
macrófagos imediatamente após a exposição a antígenos de M.tuberculosis. O TNF-α ativa macrófagos e
células dendríticas e gera um recrutamento em massa das células de defesa. Já o IL-12, induz a produção
de interferon-gama nas células natural killers, as quais induzem uma resposta de destruição da
M.tuberculosis. Em fumantes, a nicotina, atuando através do receptor nicotínico α7, reduz a produção
de TNF-α e IL-12 por macrófagos, prevenindo assim sua ação protetora e favorecendo o
desenvolvimento da tuberculose. Quando os fumantes deixam de fumar, o risco de morte por
tuberculose cai significativamente (em 65% quando comparado com o observado para aqueles que
continuam fumando), o que indica que a cessação do tabagismo é um fator importante na redução da
mortalidade relacionada à tuberculose.

3. Álcool: não se sabe ao certo a ligação do etilismo à tuberculose, inúmeros estudos foram inconclusivos.
Porém, crê-se que talvez seja pelo efeito do abuso do álcool como deficiência nutricional ou disfunção do
fígado, ou, então, pelo risco social que normalmente o etilista está exposto como falta de moradia,
prisão, desnutrição e outros que conluiem no rebaixamento da resposta imune, o que facilitará a
proliferação da M.turberculosis.

4. Uso de Drogas Ilícitas: Entre os usuários de drogas ilícitas, a infecção por M. tuberculosis e a progressão
para a doença ativa são promovidas por vários fatores: o estilo arriscado de vida desses usuários; as
condições de habitação superlotadas; a acumulação e o isolamento de pessoas em ambientes fechados
para o consumo de drogas ilícitas; a partilha de materiais como cachimbos; a desnutrição e a tosse grave
apresentadas por muitos usuários; a propagação da infecção por HIV entre usuários de drogas ilícitas; e o
elevado número de detentos. A proporção de indivíduos que apresentam fatores de risco para a infecção
por M.tuberculosis e sua progressão para tuberculose ativa é de 8,0% entre usuários de drogas injetáveis,
em comparação com apenas 0,2% na população geral. Em suma o efeito das drogas sobre o sistema de
defesa pulmonar, depende do tipo de droga e a forma que é usada, mas tem efeitos como rebaixamento
das funções depurativas do pulmão (células ciliares e caliciformes- produtoras de muco) e de defesa, isto
é, aumenta as possibilidades de vir a desenvolver a M.tuberculosis.

ANA PAULA RIBEIRO FRANCISCO – T6


As populações de risco englobam desde pessoas desamparadas pela vacina BCG, que se expõe a um ambiente
hostil, fazem uso abusivo de drogas (lícitas ou ilícitas) ou estejam numa condição desfavorável que culminam
no rebaixamento do sistema de defesa, principalmente a depuração pulmonar, e um processo infeccioso pelo
M.tuberculosis.

Oi amor, espero de alguma


forma ajudar você. Sabe que
pode contar comigo, seja no
que for, se eu puder ajudar..
De seu namorado, semi-
chato, GYN.

ANA PAULA RIBEIRO FRANCISCO – T6

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