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A palavra comorbidade é formada por dois termos que, unidos, explicam o seu significado: “co”
(junto, união) e morbidade (conjunto de causas capazes de produzir uma doença). Ou seja, as
comorbidades são o conjunto de doenças que uma pessoa apresenta em determinado momento.
O problema é que os portadores de comorbidades podem não saber que possuem a doença, visto
que podem viver muitos anos sem apresentar sintomas (paciente assintomático). Qualquer pessoa,
de qualquer idade, pode ter diversas comorbidades, mas pelo tempo de vida acabam sendo mais
comuns nos idosos!
Agora que já sabemos o que significa a presença de comorbidades, devemos conhecer quais são
as mais comuns na população idosa. Entre os indivíduos com idade acima de 60 anos, é comum a
presença de doenças pulmonares crônicas, doenças renais crônicas, diabetes
mellitus (principalmente se não estiver bem controlada), doenças hepáticas crônicas e obesidade.
Todas essas condições que citamos são comorbidades que podem elevar o risco de complicações
da covid-19. Mas devemos ter em mente que não são apenas essas doenças que podem estar
presentes nos idosos!
Por exemplo, a população idosa pode ter também um quadro de imunossupressão, ou seja, um
sistema imunológico mais frágil. Isso ocorre naturalmente devido ao processo de envelhecimento,
além de poder ser causado por medicamentos (quimioterápicos, por exemplo) ou por diversas
outras doenças.
Antes de pensarmos no porquê de a população idosa ter mais comorbidades, precisamos deixar
claro que o envelhecimento não pode ser visto como uma doença, mas como um processo natural
da vida. Partindo desse ponto, é válido questionarmos o que então faz com que os idosos
apresentem um maior número de comorbidades.
Uma das explicações está no fato de a expectativa de vida está aumentando em muitos países,
inclusive no Brasil. Em 2020, estima-se que a média de sobrevida no Brasil chegue aos 73 anos,
trazendo consigo as fragilidades inerentes desse envelhecimento.
Entre as fragilidades relacionadas ao processo de envelhecimento, pode-se citar a menor atividade
do sistema imunológico, tornando a população idosa naturalmente mais suscetível às infecções e
suas consequências mais graves. Além disso, os idosos podem sofrer com o resultado de anos de
uma alimentação não saudável. Por exemplo, uma alimentação rica em em gorduras e carboidratos
ao longo de décadas de vida resulta em doenças cardiovasculares.
Além disso, ainda que em queda nas últimas décadas, outro fator importante é o tabagismo,
cuja exposição pode aumentar muito o risco de desenvolver uma doença pulmonar crônica.
Algumas instruções gerais podem ser dadas aos pacientes, a fim de manter um controle adequado
de suas doenças e evitar mais riscos para infecção grave por covid-19.
O apoio dos familiares pela manutenção do tratamento adequado dos idosos é essencial para evitar
a descontinuidade terapêutica e esse apoio também tem o potencial de evitar a deterioração da
saúde mental do idoso.
Devemos lembrar da necessidade que alguns pacientes possuem de manter um acompanhamento
ambulatorial continuado. No Brasil, a Estratégia Saúde da Família (ESF) permite um acesso
constante dessa população para prevenção e controle das doenças. Contudo, deve-se dar a
atenção redobrada aos sintomas referidos pelos idosos, a fim de evitar a ida excessiva aos serviços
de saúde para se reduzir o risco de contaminação.