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Prova dia 06/03/24 – Invisibilidade das doenças mentais no Brasil

Na renomada obra norte-americana Garota Interrompida, é retratado a história de Susanna Kaysen que, após ser
diagnosticada com Transtorno de Personalidade Limítrofe (bordeline) é repudiada pela sociedade. Fora da ficção, a situação
abordada equipara-se ao cenário vigente brasileiro, pois indivíduos portadores destas patologias mentais não são
visibilizados pelos Segmentos Estatais e a população, a qual constitui desafios significativos a esses sujeitos com tais
distúrbios. Nesse sentido, tal revés é possível devido a carência de profissionais capacitados e a má influência midiática
sobre a problemática.

A princípio, é valido ressaltar a carência de profissionais capacitados como uma das principais adversidades enfrentadas por
sujeitos com doenças mentais. Sob essa ótica, de acordo com o artigo sexto da Constituição Federal de 1988, a saúde é
um direito humano inerente a todo cidadão brasileiro. Nesse sentido, a inaptidão do atendimento bem como a
falta de especialistas qualificados, impõe a quebra dessas garantias, pois, os tratamentos para esses transtornos
psíquicos são inacessíveis a maioria dessas pessoas. Assim, a escassez de atendimento competente, interfere na
visão social sobre os portadores de psicopatologias, a qual fere os princípios constitucionais e contribui para a
exclusão dos mesmos.

Ademais, é fulcral salientar a má influência midiática como outro empecilho promotor. Nessa Perspectiva,
consoante ao sociólogo francês Pierre Bourdieu o instrumento criado para a democracia não pode ser convertido
em mecanismo de opressão. Sob esse panorama, os veículos da imprensa como as redes sociais e a televisão
corroboram de maneira potente para fundar preconceitos em torno da saúde cognitiva, pois tais meios são usados
na forma de representar vidas sublimes, a qual é ocultado na maioria das ocasiões, doenças ou distúrbios mentais.
Destarte, é indubitável que a Mídia, enquanto modo de comunicação, ignore a gravidade destes transtornos.

Urge, portanto, medidas operantes para mitigar às doenças mentais na sociedade brasileira. Assim, cabe aos
Poderes Públicos na figura do Ministério da Saúde em parceria com psicólogos e psiquiatras, articular programas
comunitários de saúde mental que ofereçam serviços de terapia acessíveis por meio de campanhas de apoio
com o fito de potencializar o atendimento a esses pacientes, afim de promover o tratamento eficaz desses
distúrbios. Nesse viés, se atenuará o empecilho e os problemas enfrentados por Suzanna, somente figurarão na
ficção.

Viver em rede no século XXI: os limites entre o Público e o


privado

Na renomada obra MEXICANA ´´Control Z´´ retrata um pseudônimo que, através de um perfil falso expõe informações pessoais de

inúmeros jovens na internet. Fora da ficção, tal realidade equipara-se ao cenário vigente, pois uma parcela substancial da população
enfrenta da mesma forma o desafio em reter as informações privadas ábditas das Públicas. Tal conjuntura é possível não só devido à

impunidade em crimes cibernéticos, mas, também ao uso desorientado das redes sociais. Assim, mudanças substanciais são fulcrais.

A princípio, é valido ressaltar a impunidade em crimes cibernéticos como um reflexo da débil ação dos Poderes Públicos. Sob essa

ótica, o regulamento 12.737/2012, conhecido como Lei Carolina Dieckmann, garante punir infrações nos meios digitais. No entanto,

observa-se a ineficácia dessa diretriz ao se ratificar as várias transgressões ocorridas nas redes sociais sem nenhum tipo de punição.

Além disso, a falta de capacitação judicial para condenar tais violações, proporcionam o mal-estar social e a sensação de inexecução da

Máquina Pública. Logo, é inadmissível a perpetuação desta problemática caótica na esfera social e faz-se mister a reformulação da

postura estatal de forma urgente.

Ademais, é imperio salientar o uso desorientado das redes sociais como outro empecilho promotor do problema. A carência de

programas ou políticas comunitárias para ensinar o corpo social dos malefícios do mau usufruto desses meios, é grave. Nesse Sentido,

de acordo o poeta italiano Arturo Graff, o pilar da sociedade é o conhecimento. Isto posto, a falta desse saber torna essa minoria

formada em especial de crianças, jovens e idosos propícia a golpes, invasões de contas e ataques hackers. Destarte, é implausível a

inoperância das esferas do poder em não executar planos para atenuar tal problemática e conscientizar a população de maneira certa

ao recorrer a esses recursos tecnológicos.

Urge, portanto, a necessidade de medidas capazes de mitigar tal revés supracitado. Dessa forma, o Ministério da Ciência e Tecnologia

em parceria com o Ministério da Educação, deve articular e criar programas e cursos técnicos de educação e ética tecnológica de forma

acessível a todos usuários de meios digitais por meio do apoio de profissionais da área, com objetivo de promover a plena consciência

da sociedade de que tornar público determinados dados e informações requer cuidado e bom senso, para que, a imagem de nenhum

indivíduo seja ou vem a ser maculada. Assim, mediante a essas ações concretas, a realidade da série Control Z, tão somente figurará

na ficção.

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