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Estudo dirigido

Alunas: Agatha Leoterio Turma: 3AM

Barbara Porto

Gabrielly Alves

Enem 2018 "Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de


dados na internet”

Autor: Lucas Felsi, 17 anos

No livro “1984” de George Orwell, é retratado um futuro distópico em que um


Estado totalitário controla e manipula toda forma de registro histórico e
contemporâneo, a fim de moldar a opinião pública a favor dos governantes.
Nesse sentido, a narrativa foca na trajetória de Winston, um funcionário do
contraditório Ministério da Verdade que diariamente analisa e altera notícias e
conteúdos midiáticos para favorecer a imagem do Partido e formar a população
através de tal ótica. Fora da ficção, é fato que a realidade apresentada por
Orwell pode ser relacionada ao mundo cibernético do século XXI:
gradativamente, os algoritmos e sistemas de inteligência artificial corroboram
para a restrição de informações disponíveis e para a influência comportamental
do público, preso em uma grande bolha sociocultural.

Em primeiro lugar, é importante destacar que, em função das novas


tecnologias, internautas são cada vez mais expostos a uma gama limitada de
dados e conteúdos na internet, consequência do desenvolvimento de
mecanismos filtradores de informação a partir do uso diário individual. De
acordo com o filósofo Zygmund Baüman, vive-se atualmente um período de
liberdade ilusória, já que o mundo digitalizado não só possibilitou novas formas
de interação com o conhecimento, mas também abriu portas para a
manipulação e alienação vistas em “1984”. Assim, os usuários são
inconscientemente analisados e lhes é apresentado apenas o mais atrativo
para o consumo pessoal.

Por conseguinte, presencia-se um forte poder de influência desses algoritmos


no comportamento da coletividade cibernética: ao observar somente o que lhe
interessa e o que foi escolhido para ele, o indivíduo tende a continuar
consumindo as mesmas coisas e fechar os olhos para a diversidade de opções
disponíveis. Em um episódio da série televisiva Black Mirror, por exemplo, um
aplicativo pareava pessoas para relacionamentos com base em estatísticas e
restringia as possibilidades para apenas as que a máquina indicava – tornando
o usuário passivo na escolha. Paralelamente, esse é o objetivo da indústria
cultural para os pensadores da Escola de Frankfurt: produzir conteúdos a partir
do padrão de gosto do público, para direcioná-lo, torná-lo homogêneo e, logo,
facilmente atingível.
Portanto, é mister que o Estado tome providências para amenizar o quadro
atual. Para a conscientização da população brasileira a respeito do problema,
urge que o Ministério de Educação e Cultura (MEC) crie, por meio de verbas
governamentais, campanhas publicitárias nas redes sociais que detalhem o
funcionamento dos algoritmos inteligentes nessas ferramentas e advirtam os
internautas do perigo da alienação, sugerindo ao interlocutor criar o hábito de
buscar informações de fontes variadas e manter em mente o filtro a que ele é
submetido. Somente assim, será possível combater a passividade de muitos
dos que utilizam a internet no país e, ademais, estourar a bolha que, da
mesma forma que o Ministério da Verdade construiu em Winston de “1984”, as
novas tecnologias estão construindo nos cidadãos do século XXI.

Um breve comentário: A redação aborda de forma clara e objetiva a


semelhança entre a realidade retratada no livro ‘1984’ e o mundo cibernético
do século XXI. O autor começa por destacar como os algoritmos e os sistemas
de inteligência artificial restringem a informação disponível e influenciam o
comportamento público. O autor utiliza exemplos pertinentes e que fogem do
óbvio para ilustrar seus argumentos, como o episódio da série ‘Black Mirror’ e a
teoria da indústria cultural.
Agatha Leoterio silva

Enem 2020 “O estigma associado às doenças mentais na sociedade


brasileira”

Autora: Isabella Gadelha, PA

Nise da Silveira foi uma renomada psiquiatra brasileira que, indo contra a
comunidade médica tradicional da sua época, lutou a favor de um tratamento
humanizado para pessoas com transtornos psicológicos. No contexto nacional
atual, indivíduos com patologias mentais ainda sofrem com diversos estigmas
criados. Isso ocorre, pois faltam informações corretas sobre o assunto e,
também, existe uma carência de representatividade desse grupo nas mídias

Primariamente, vale ressaltar que a ignorância é uma das principais causas da


criação de preconceitos contra portadores de doenças psiquiátricas. Sob essa
ótica, o pintor holandês Vincent Van Gogh foi alvo de agressões físicas e
psicológicas por sofrer de transtornos neurológicos e não possuir o tratamento
adequado. O ocorrido com o artista pode ser presenciado no corpo social
brasileiro, visto que, apesar de uma parcela significativa da população lidar
com alguma patologia mental, ainda são propagadas informações incorretas
sobre o tema. Esse processo fortalece a ideia de que integrantes não são
capazes de conviver em sociedade, reforçando estigmas antigos e criando
novos. Dessa forma, a ignorância contribui para a estigmatização desses
indivíduos e prejudica o coletivo.

Ademais, a carência de representatividade nos veículos midiáticos fomenta o


preconceito contra pessoas com distúrbios psicológicos. Nesse sentido, a série
de televisão da emissora HBO, "Euphoria", mostra as dificuldades de conviver
com Transtorno Afetivo Bipolar (TAB), ilustrado pela protagonista Rue, que
possui a doença. A série é um exemplo de representação desse grupo, nas
artes, falando sobre a doença de maneira responsável. Contudo, ainda é
pouca a representatividade desses indivíduos em livros, filmes e séries, que
quando possuem um papel, muitas vezes, são personagens secundários e não
há um aprofundamento de sua história. Desse modo, esse processo agrava os
esteriótipos contra essas pessoas e afeta sua autoestima, pois eles não se
sentem representados.

Portanto, faz-se imprescindível que a mídia - instrumento de ampla


abrangência - informe a sociedade a respeito dessas doenças e sobre como
conviver com pessoas portadoras , por meio de comerciais periódicos nas
redes sociais e debates televisivos, a fim de formar cidadãos informados .
Paralelamente, o Estado - principal promotor da harmonia social - deve
promover a representatividade de pessoas com transtornos mentais nas artes ,
por intermédio de incentivos monetários para produzir obras sobre o tema ,
com o fato de amenizar o problema. Assim, o corpo civil será mais educado e
os estigmas contra indivíduos com patologias mentais não serão uma realidade
do Brasil.

Vermelho: C1

Laranja: C2

Roxo: C3

Verde: C4

Rosa: C5

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