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O tabu relacionado à saúde masculina

Criado por Thomas Morus, escritor inglês do século XVI, o romance filosófico “Utopia”
descreve, por intermédio da narrativa utópica, normas de condutas políticas e sociais que, apesar
de envoltas em uma narrativa irrealista, evidenciam a importância de princípios cívicos na
concretização de uma sociedade sublime e organizada. No entanto, tais preceitos são ignorados,
sobretudo no Brasil, na medida em que o Estado e o Corpo social tornam permissível a
permanência da sensibilidade do sexo masculino ao debater sobre sua saúde. Logo, torna-se
urgente a mudança do panorama vigente de modo estabelecer a sublimidade da nação.

Cabe mencionar, incialmente, que o Estado desonra princípios legais na medida em que
credibiliza o tabu masculino em relação ao autocuidado. Isso porque, a Constituição Federal de
1988, documento jurídico mais importante do país, restringe ao campo teórico diretrizes que
promocionam políticas públicas que garante a saúde como direito e dever do Estado, com ênfase
a do cidadão. Como prova disso, o Poder Federal carece de informar ao corpo social de doenças
propriamente masculinas e o que podem causar a longo prazo, o que fomenta o preconceito do
homem no tocante a sua saúde, uma vez que, na visão desse cidadão, não há com o que se
preocupar e a vê como algo que põe em risco sua virilidade. Tal panorama, por sua vez,
materializa as ideias do jurista Max Weber, o qual afirma que o governo, em muitos efeitos,
negligencia as próprias diretrizes judiciais. Portanto, urge que o Poder Público revisite a
maneira com que gerencia a distribuição de informações como forma de conscientização ao
público alvo em questão.

Ademais, é cabível analisar a participação da sociedade civil frente a sensibilidade homem ao


debater sobre seu cuidado. Isso pois, ainda na contemporaneidade, a parcela conservadora da
sociedade fomenta tal cenário deletério na medida em que descredibiliza o autocuidado
masculino e o transforma como característica feminina, isto é, desde a infância do indivíduo é
demonstrado, o autocuidado, como marca de feminilidade. A exemplo dessa situação, pela
herança familiar de preconceito com a feminilidade no homem, torna-se evidente que por mais
que seja de necessidade se cuidar e previnir contra determinadas doenças, a sociedade civil
conservadora determina que seja um ato falho do sexo masculino preocupar-se com seu bem-
estar. Por conseguinte, a situação abordada representa as ideias da série norte americana
“Modern Family”, na qual o personagem Jay reprime todo e qualquer sentimento que remeta ao
feminino, estando inserido, dessa forma, o sentimento de se cuidar e ir ao médico.
Consequentemente, nota-se que essa ideia deletéria enraizada ainda no século XXI deve ser
revertido para o bem-estar social.

Infere-se, portanto, a necessidade de atenuação dos entraves para diminuir o tabu relacionado ao
cuidado do cidadão. Sendo assim, o Estado - principal agente garantidor dos direitos
fundamentais - deve promover maior volume de informações sobre o assunto, mediante verbas
disponibilizadas aos veículos de informações, para que seja entregue ao maior público alvo
possível e mudar a mentalidade arcaica de depreciar o ato de promover atenção voltada para si.
Além disso, as instituições midiáticas - principais meios difusores de informações
contemporânea - devem dar maior visibilidade para o caso de negligência familiar, por
intermédio de filmes, novelas ou séries, para que, assim, vejam o quão prejudicial pode ser para
a formação e futuro do sexo masculino. Dessa maneira, o romance filosófico escrito por Morus
concretizar-se-á na contemporaneidade mundial.

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