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No episódio Noisedive da série britânica distópica Black Mirror,

os personagens vivem em função de receber “curtidas”, pois é a


reputação nas redes sociais que dita as regras da sociedade. Apesar de
ficcional, o contexto vivido no seriado se aproxima muito da realidade
brasileira, uma vez que com a popularização das mídias sociais, como
Facebook e o Instagram, as pessoas têm buscado constantemente a
aprovação alheia. Nesse sentido, faz-se necessário avaliar os efeitos
negativos que as redes sociais têm causado na saúde mental do
brasileiro – transtornos mentais e em casos mais graves o suicídio.
Em primeira análise, há de admitir que as redes sociais têm
contribuído para o aumento dos casos de transtornos psicológicos.
Segundo dados da instituição de saúde pública do Reino Unido, Royal
Society for Public Health, o vício em redes sociais é maior do que em
álcool e tabaco. De acordo com esse mesmo estudo, as taxas de
ansiedade e depressão são 70% maiores nesse grupo em relação a
outras pessoas. No Brasil, essa realidade é ainda mais assustadora, pois,
segundo dados da OMS, o brasileiro é o mais ansioso do mundo e tal
problemática traz prejuízos tanto de ordem social como também
econômica.
Diante disso, é válido citar o sociólogo Émile Durkheim e seu
conceito de “anomia” - palavra usada para descrever a perda de
padrões e valores coletivos -, segundo ele, os indivíduos sentiam-se cada
vez mais desconectados da sociedade, contribuindo para o aumento na
taxa de suicídio. O Instagram foi apontado em uma pesquisa feita
Movimento de Saúde Jovem, como a rede social mais prejudicial à saúde
mental, afetando diretamente em sentimentos de bem-estar, autoestima
e solidão, corroborando assim, com o Durkheim. Contraditoriamente, as
mídias sociais aproximaram pessoas distantes geograficamente, porém,
as distanciou sentimentalmente.
Fica evidente, portanto, que medidas precisam ser tomadas para
amenizar tal problemática. Dessa forma, o Ministério da Saúde deve
criar um programa de proteção à saúde mental e à vida,
disponibilizando psicólogos e psiquiatras 24 horas para a população,
principalmente as mais carentes, com o fito de tratar as doenças
psicológicas no seu estágio inicial, para que o suicídio seja evitado e a
vida preservada. Ademais, o MEC tem a incumbência de preparar o
brasileiro desde a mais tenra idade, instruindo-o a lidar com frustrações
e situações adversas, com o intuito de prevenir possíveis transtornos
mentais. Feito isso, o Brasil estará pronto para se tornar um país
desenvolvido, capaz de oferecer qualidade de vida à sua população.

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