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Praticas de Yoga para o primeiro chakra

USO DE ÁGUA

Para que a mente mantenha-se estável e tranqüila, é fundamental preservarmos o


equilíbrio hormonal do corpo humano, evitando o excesso de calor interno — uma
das principais causas de distúrbios glandulares. Por isso, cada um dos oito primeiros
pontos tem alguma relação com o controle de calor interno.
Em todas as atividades do dia-a-dia (como comer, defecar, urinar, pensar, exercitar-
se etc.), o organismo humano produz calor, tornando as glândulas superativadas. Para
controlar esse calor, recomenda-se o uso de água fria.
Segundo a ioga, no corpo há centros de controle, denominados cakras (pronuncia-
se ‘tchácras’ – ver glossário), que têm glândulas conectadas a eles. Os três cakras
inferiores (múládhára, svádhisthána e manipura) estão mais relacionados com as
funções instintivas, como comer, sentir medo, fazer sexo etc., sendo extremamente
recomendado o resfriamento desses cakras, para controlar essas tendências básicas.
O calor da urina aquece as glândulas sexuais. Por isso, após urinar, devemos
despejar água fria sobre o órgão sexual, para resfriá-lo e, ao mesmo tempo, permitir a
contração e o esvaziamento completo da bexiga. Para uma eliminação completa dos
resíduos da urina, faz-se necessário jogar água uma segunda vez. Esta prática, além
de higiênica, evita algumas doenças, tais como o cálculo nos rins, a cistite (nas
mulheres) e outras mais.
Também podemos usar água após defecar, ao invés de recorrer ao papel
higiênico, pois este método, além de não limpar totalmente, causa irritação. Nessa
limpeza com água, deve-se usar a mão esquerda, enquanto se preserva a mão direita.
A lavagem das mãos é feita da seguinte forma: primeiro, ensaboa-se bastante a mão
direita, e depois esfregam-se as mãos, ou seja, não se toca o sabonete com a mão
esquerda.
Quando nos acostumamos ao resfriamento, a eventual falta de água pode causar
tremendo mal-estar. Por isso, para prevenir esse desconforto durante viagens, ou
ocasiões inesperadas, é recomendado o porte de um pequeno vaso plástico com água,
denominado shaoca manjusa.
MEIO-BANHO (Vyapaka Shaoca)

Foi explicado anteriormente que todas as ações produzem calor e que este,
indiretamente, afeta a mente. Assim, antes das atividades que requerem concentração
ou tranqüilidade — como meditar, comer, dormir etc. —, é aconselhável resfriar o
corpo, fazendo meio-banho. Esse método consiste em resfriar as partes com vasos
estreitos, como as mãos e os pés, permitindo que o sangue refrescado se espalhe
rapidamente por todo o corpo.

O meio-banho é feito da seguinte maneira:

 molha-se a região do órgão sexual, do umbigo para baixo;


 molha-se as pernas, do joelho para baixo, e os braços, do cotovelo para baixo;
 enche-se a boca com água, e joga-se água nos olhos abertos, por pelo menos 12
vezes, com a mão — cuspindo a água em seguida;
 faz-se a limpeza nasal da seguinte forma: enche-se a mão com água, encostando-a
abaixo do nariz, com a cabeça abaixada. Depois, levanta-se a cabeça, deixando a
água escorrer suavemente pelas narinas, até que ela saia pela boca. (Atenção: deve-
se evitar assoar o nariz em seguida, pois a água pode se espalhar na região do
ouvido, causando desconforto. Os novos praticantes podem usar pouca água, até se
acostumar);
 coloca-se o dedo médio da mão direita no fundo garganta, para expelir o muco
acumulado (é recomendável lavar bem as mãos antes);
 molha-se atrás das orelhas e do pescoço e, por fim, a face.

Tudo isso é para ser feito com água fria. Os habitantes de regiões muito frias
(abaixo de zero grau) podem usar água morna, mas nunca com temperatura superior à
do corpo. Depois que essa prática se torna habitual, ela não leva mais do que 2 ou 3
minutos.
A água espargida nos olhos é bastante saudável, pois ela evita alguns problemas da
vista causados pelo calor, como a catarata. Essa prática também baixa a tensão ocular
e alivia dores de cabeça.

A limpeza do duto nasal e da garganta é outra prática excelente. Várias


partículas de pó acumulam-se nos pêlos e nos dutos nasais, no decorrer do dia. Com
essa prática, remove-se a sujeira e o excesso de muco e, com isso, evita-se, até certo
ponto, resfriados e inflamação de garganta, e ainda melhora-se o olfato e a respiração.

As partes detrás da orelha e do pescoço acumulam muito calor. Por isso,


quando molhamos essa área, sentimos uma sensação bem refrescante.

Os benefícios da água fria foram confirmados em pesquisas médicas.


Descobriu-se que os mergulhadores profissionais, por permanecem muito tempo
debaixo d’água, têm taxa metabólica baixa. Os médicos experimentaram esse
fenômeno, denominado “reflexo do mergulho”, em pacientes cardíacos. Eles notaram
que, quando eles ficavam com o rosto submerso em água fria, seus batimentos
cardíacos caíam bastante. Após o meio-banho, esse efeito também acontece, ou seja,
o metabolismo baixa e, com isso, o organismo fica num estado apropriado para a
meditação.

Assim, devido aos seus efeitos bastante benéficos, o meio-banho é aconselhado


para antes da meditação, das refeições (para acalmar o corpo e ajudar a digestão), das
ásanas e de dormir. Porém, se após a meditação, a pessoa tiver que comer, fazer
ásanas ou dormir, não será necessário fazer outro meio-banho. Mas, pelo menos
antes de comer, deve-se lavar as mãos e, se possível, os pés, pois neles há mais de 70
mil terminações nervosas. O meio-banho é também benéfico antes das atividades que
exigem concentração, como assistir a uma conferência, ler um livro, ou qualquer
outra atividade psíquica ou psicoespiritual. Se, antes de dormir, adotarmos a hábito de
fazer meio-banho e, em seguida, alguns minutos de meditação, evitaremos pesadelos
e teremos um sono tranqüilo.

Uma última orientação sobre o meio-banho: deve-se secar bem a região púbica e
os pés, especialmente os dedos; pois, devido ao calor e à umidade, podem se
desenvolver fungos.

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