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escrito por Julia Gadelha

A EVOLUÇÃO DOS COMPUTADORES

Os Primórdios da Computação
Apesar dos computadores eletrônicos terem efetivamente aparecido somente na década de 40, os
fundamentos em que se baseiam remontam a centenas ou até mesmo milhares de anos.
Se levarmos em conta que o termo COMPUTAR significa fazer cálculos, contar, efetuar operações
aritméticas, COMPUTADOR seria então o mecanismo ou máquina que auxilia essa tarefa, com
vantagens no tempo gasto e na precisão. Inicialmente o homem utilizou seus próprios dedos para
essa tarefa, dando origem ao sistema DECIMAL e aos termos DIGITAL e DIGITO. Para auxílio
deste método, eram usados gravetos, contas ou marcas na parede.
A partir do momento que o homem pré-histórico trocou seus hábitos nômades por aldeias e tribos
fixas, desenvolvendo a lavoura, tornou-se necessário um método para a contagem do tempo,
delimitando as épocas de plantio e colheita.
Tábuas de argila foram desenterradas por arqueólogos no Oriente Médio, próximo à Babilônia,
contendo tabuadas de multiplicação e recíprocos. Acredita-se que tenham sido escritas por volta
de 1700 a.C. e usavam o sistema sexagesimal (base 60), dando origem às nossas atuais
unidades de tempo.

O Ábaco
Na medida em que os cálculos foram se complicando e aumentando de tamanho, sentiu-se a
necessidade de um instrumento que viesse em auxílio, surgindo assim há cerca de 2.500 anos o
ÁBACO. Este era formado por fios paralelos e contas ou arruelas deslizantes que, de acordo com
a sua posição, representava a quantidade a ser trabalhada.
O ábaco russo era o mais simples: continha 10 contas, bastando contá-las para obtermos suas
quantidades numéricas. O ábaco chinês possuía 2 conjuntos por fio, contendo 5 contas no
conjunto das unidades e 2 contas que representavam 5 unidades. A variante do ábaco mais
conhecida é o SOROBAN, ábaco japonês simplificado (com 5 contas por fio, agrupadas 4x1),
ainda hoje utilizado, sendo que em uso por mãos treinadas continuam eficientes e rápidos para
trabalhos mais simples.
Esse sistema de contas e fios recebeu o nome de calculi pelos romanos, dando origem à palavra
cálculo.

Ábaco Chinês - aproximadamente Soroban - Ábaco Japonês

O Logaritmo e a Régua de Cálculos


Os Bastões de Napier foram criados como auxílio à multiplicação, pelo nobre escocês de
Edimburgo, o matemático John Napier (1550-1617), inventor dos logaritmos. Dispositivos
semelhantes já vinham sendo usados desde o século XVI mas somente em 1614 foram
documentados. Os bastões de Napier eram um conjunto de 9 bastões, um para cada dígito, que
transformavam a multiplicação de dois números numa soma das tabuadas de cada dígito.

Bastões de Napier mostrando a multiplicação de 6 por 384

Em 1633, um sacerdote inglês chamado William Oughtred, teve a idéia de representar esses
logaritmos de Napier em escalas de madeira, marfim ou outro material, chamando-o de
CÍRCULOS DE PROPORÇÃO. Este dispositivo originou a conhecida RÉGUA DE CÁLCULOS.
Como os logarítmos são representados por traços na régua e sua divisão e produto são obtidos
pela adição e subtração de comprimentos, considera-se como o primeiro computador analógico da
história.

Régua de Cálculos - O primeiro computador analógico

A Programação
A maior evolução seguinte foi o contador mecânico, criado pelo matemático Blaise Pascal, que
utilizou engrenagens para somas e multiplicações. Essas máquinas se chamavam Pascalinas. As
calculadoras da geração da Pascalina executavam somente operações seqüenciais,
completamente independentes. A cada cálculo o operador deve intervir, introduzindo novos dados
e o comando para determinar qual operação deve ser efetuada. Essas máquinas não tinham
capacidade para tomar decisões baseadas nos resultados.
Em 1801, Joseph Marie Jacquard, mecânico francês, sugeriu controlar teares por meio de cartões
perfurados. Os cartões forneceriam os comandos necessários para a tecelagem de padrões
complicados em tecidos. Os princípios de programação por cartões perfurados foram
demonstrados por Bouchon, Falcon e Jaques entre 1725 e 1745.
Em 1786, o engenheiro J. Muller, planejou a construção de uma máquina para calcular e preparar
tabelas matemáticas de algumas funções. A máquina Diferencial, como foi chamada, introduzia o
conceito de registros somadores.

A Informática
O que é Informática?
Ciência que desenvolve e utiliza máquinas para tratamento, transmissão, armazenamento,
recuperação e utilização de informações. O computador - capaz de realizar várias operações
matemáticas em curto espaço de tempo, de acordo com programas pré-estabelecidos - é a
principal máquina utilizada.
O desenvolvimento da informática tem permitido o surgimento de computadores cada vez
menores, mais baratos e com maior capacidade. Atualmente, um computador laptop de US$ 2 mil
é muito mais potente do que um computador de grande porte da década de 70, que custava US$
10 milhões. Esse barateamento é um fator decisivo na popularização dos computadores. Se há 25
anos existiam apenas 50 mil computadores no mundo inteiro, hoje há cerca de 140 milhões.

Primeiros computadores
Em 1890, o norte americano Hermann Hollerith (1860-1929) desenvolve o primeiro computador
mecânico. A partir de 1930, começam as pesquisas para substituir as partes mecânicas por
elétricas. O Mark I, concluído em 1944 por uma equipe liderada por Howard Aiken, é o primeiro
computador eletromecânico capaz de efetuar cálculos mais complexos sem a interferência
humana. Ele mede 15 m x 2,5 m e demora 11 segundos para executar um cálculo. Em 1946,
surge o Eniac (Electronic Numerical Integrator and Computer), primeiro computador eletrônico e
digital automático: pesa 30 toneladas, emprega cerca de 18 mil válvulas e realiza 4.500 cálculos
por segundo. O Eniac contém a arquitetura básica de um computador, empregada até hoje:
memória principal (área de trabalho), memória auxiliar (onde são armazenados os dados),
unidade central de processamento (o "cérebro" da máquina, que executa todas as informações) e
dispositivos de entrada e saída de dados que atualmente permitem a ligação de periféricos como
monitor, teclado, mouse, scanner, tela, impressora, entre outros. A invenção do transistor, em
1947, substitui progressivamente as válvulas, aumentando a velocidade das máquinas.

Os Computadores Pessoais
O tamanho e o preço dos computadores começam a diminuir a partir da década de 50. Neste
período, inicia-se a pesquisa dos circuitos integrados, os chips , responsáveis pela crescente
miniaturização dos equipamentos eletrônicos. Em 1974, a Intel projeta o microprocessador -
dispositivo que reúne num mesmo chip, todas as funções do processador central - tecnologia que
permite a criação do computador pessoal, ou microcomputador. O primeiro computador pessoal é
o Apple I, inventado em 1976 pelos americanos Steve Jobs (1955-) e Stephan Wozniak.
Em 1981, a IBM lança o seu PC (Personal Computer), que se torna um sucesso comercial. O
sistema operacional usado é o MS-DOS, desenvolvido pela empresa de softwares Microsoft. Na
época, Bill Gates , o dono da Microsoft, convence a IBM e as demais companhias a adotarem o
sistema operacional de sua empresa. Isso permite que um mesmo programa funcione em micros
de diversos fabricantes. Posteriormente, os PCs passam a usar microprocessadores cada vez
mais potentes: 286, 386SX, 386DX, 486SX, 486DX. O Pentium, que surge nos anos 90, é
atualmente o processador mais avançado usado em PCs.
O único micro a fazer frente aos PCs é o Macintosh, lançado em 1984, que revoluciona o mercado
ao promover o uso de ícones e do mouse. No ano seguinte, a Microsoft lança a interface gráfica
Windows, adaptando para os PCs o uso de ícones e do mouse. O Windows só alcança sucesso a
partir de 90, com a versão 3.0. A nova versão, lançada em 1995, totaliza 45,8 milhões de usuários
registrados pela Microsoft em dezembro de 1996.
Na década de 90 surgem os computadores que, além do processamento de dados, reúnem fax,
modem, secretária eletrônica, scanner, acesso à Internet e drive para CD-ROM. Os CDs-ROM,
sigla de compact disc read-only memory, criados no início da década, são discos a laser que
armazenam até 650 megabytes, 451 vezes mais do que um disquete (1,44 megabytes). Além de
armazenar grande quantidade de texto, o CD-ROM tem capacidade de arquivar fotos, vídeos e
animações. Em 1996 é anunciado o lançamento do DVD (digital vídeo disc), que nos próximos
anos deve substituir o CD-ROM e as fitas de videocassete. O DVD é um compact-disc com
capacidade de 4,7 gigabytes (cerca de 7 CDs-ROM). Segundo os fabricantes, terá a capacidade
de vídeo de um filme de 135 minutos em padrão de compressão MPEG (tela cheia) e alta
qualidade de áudio. Terá o mesmo diâmetro e espessura dos CDs atuais, mas será reproduzido
em um driver específico, que também poderá ser ligado à televisão. Alguns CDs-ROM são
interativos, ou seja, permitem que o usuário controle, à vontade, a navegação pelo seu conteúdo.
Os computadores portáteis (laptops e palmtops), marcas da miniaturização da tecnologia, também
se popularizam nos anos 90.

Inteligência Artificial
Nesse final de século surge um novo ramo na informática, a inteligência artificial, que estuda
métodos de simular o pensamento humano nos computadores com o objetivo de substituir o
homem pela máquina em atividades mecanizadas. Alguns computadores já funcionam com
modelos de raciocínio e comportamento humanos, auxiliando médicos em diagnósticos,
praticando diversos jogos e compondo músicas. Entre eles está o Deep Blue, computador ultra
veloz, com 256 unidades de processamento de dados (o normal é uma), fabricado pela IBM após
cinco anos de pesquisas. Em 1996, o Deep Blue - capaz de analisar 200 milhões de lances por
segundo em um jogo de xadrez - vence uma disputa com o campeão mundial de xadrez, o russo
Garry Kasparov. Há também o COG, protótipo de robô que está sendo projetado e construído pelo
Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Sua forma é semelhante à do homem: tem
cabeça, olhos e braços. O robô, cujo sistema nervoso artificial é 64 vezes mais potente do que um
Macintosh, irá simular as fases de crescimento do homem, seus pensamentos e sentimentos.

Impactos na Sociedade
O desenvolvimento da informática exerce um grande impacto no modo de produção da sociedade.
O computador torna-se uma importante ferramenta de trabalho, contribuindo para o aumento da
produtividade, redução de custos e melhoria da qualidade dos produtos. Vários setores da
economia já estão informatizados, entre os quais a indústria, a pesquisa científica, a educação, o
sistema financeiro, as comunicações e a astronáutica. Nas fábricas, os robôs substituem
gradativamente a mão de obra humana em trabalhos que envolvem risco e em atividades
mecânicas, como as linhas de produção e montagem. Essa automação progressiva é a causa da
eliminação de vários postos de trabalho como caixas de banco, telefonistas e datilógrafos,
tendência que é conhecida por desemprego estrutural. Por outro lado, a informática também cria
novas categorias de profissionais, cuja principal característica é o domínio das tecnologias da
atualidade.
Na pesquisa científica, o computador tem possibilitado a simulação de experiências inviáveis na
realidade, devido ao alto custo ou periculosidade, como situações de temperatura excessiva ou de
explosões. Na educação há uma grande variedade de softwares que ensinam Desenho, Música
ou Gramática. Os bancos oferecem um número cada vez maior de serviços informatizados, como
os caixas eletrônicos e as consultas on-line a partir de um computador pessoal ligado à agência.
Na área das comunicações, a grande inovação é a interligação dos computadores de todo o
mundo numa grande rede, a Internet. Na astronáutica, os satélites artificiais informatizados fazem,
entre outras aplicações, o mapeamento da atmosfera terrestre e de outros planetas.

Resumo dos Principais Fatos


XVII - O francês Blaise Pascal projeta uma calculadora que soma e subtrai e o alemão Gottfried
Wilhelm Leibniz incorpora operações de multiplicar e dividir à máquina.
XVIII - O francês Joseph Marie Jacquard constrói um tear automatizado: cartões perfurados
controlam o movimento da máquina.
1834 - O inglês Charles Babbage projeta a máquina analítica capaz de armazenar informações.
1847 - O inglês George Boole estabelece a lógica binária para armazenar informações.
1890 - O norte-americano Hermann Hollerith constrói o primeiro computador mecânico.
1924 - Nasce a International Business Machines Corporation (IBM), nos Estados Unidos.
1938 - O alemão Konrad Zuse faz o primeiro computador elétrico usando a teoria binária.
1943 - O inglês Alan Turing constrói a primeira geração de computadores modernos, que utilizam
válvulas.
1944 - O norte-americano Howard Aiken termina o Mark I, o primeiro computador eletromecânico.
1946 - O Eletronic Numerical Integrator and Computer (Eniac), primeiro computador eletrônico, é
criado nos EUA.
1947 - Criação do transistor, substituto da válvula, que permite máquinas mais rápidas.
1957 - Primeiros modelos de computadores transistorizados chegam ao mercado.
1958 - Criação do chip, circuito integrado que permite a miniaturização dos equipamentos
eletrônicos.
1969 - Criação da Arpanet, rede de informações do Departamento de Defesa norte-americano
interligando universidades e empresas, que dará origem à Internet.
1974 - A Intel projeta o microprocessador 8080, que origina os microcomputadores.
1975 - Os norte-americanos Bill Gates e Paul Alen fundam a Microsoft.
1976 - Lançamento do Apple I, primeiro microcomputador comercial, inventado por Steves Jobs e
por Steves Woznick.
1981 - A IBM o lança seu microcomputador - o PC - com o sistema operacional MS-DOS,
elaborado pela Microsoft.
1983 - A IBM lança o PC-XT, com disco rígido.
1984 - A National Science Foundation, nos Estados Unidos, cria a Internet, rede mundial de
computadores que conecta governos, universidades e companhias.
1984 -- A Apple lança o Macintosh, primeiro computador a utilizar ícones e mouse.
1985 - A Microsoft lança o Windows para o PC, que só obtém sucesso com a versão 3.0 (1990).
1993 - A Intel lança o Pentium.
1998 - A Intel lança o Pentium II.

1999 - A Intel lança o Pentium III.

O Sinclair/TK85 Spectrum

Sinclair

O Sinclair foi um dos primeiros computadores pessoais e foi muito famoso na sua época.

O Lançamento do Spectrum
Em 1982, segundo se conta, o empresário britânico Sir Clive Sinclair desenvolveu o ZX Spectrum
para participar de um concurso promovido pela BBC, que premiaria um computador pessoal de
baixo preço com acessão de suas iniciais e apoio no marketing. O vencedor, entretanto, foi outro
(o Acorn), e Sinclair decidiu lançar o seu micro por conta própria, como "sucessor" de suas
espetaculares criações ZX 80 e ZX 81.
Existiam então duas versões disponíveis: 16k e 48k de memória RAM. Além disso, contava com
16k de ROM, 16 cores (uma revolução (!) numa época em que "cor" era sinônimo de
videogame...) (oito básicas mais um modo especial para cada uma delas, "Bright On/Off"), som,
gráficos de alta resolução (256x192 pixels) e linguagem BASIC inclusa, fácil de usar. E tudo isso
por apenas 180 libras! Por causa disso tudo, jogos e aplicativos eram lançados num ritmo
surpreendente.

Sir Clive Sinclair

A Ascensão do Spectrum
Em 1983, 200 mil computadores já tinham sido vendidos. No Brasil, a Microdigital lança um novo
micro, o TK85. Era, em poucas palavras, um ZX 81 com gabinete e teclado exatamente iguais ao
ZX Spectrum (isso inclusive gerou um processo judicial!) ... O clone brasileiro do ZX Spectrum
demoraria ainda dois anos para ser lançado, acompanhando a tradição do nosso mercado
reservado, muito atrás do resto do mundo!
Para atender às inúmeras reclamações dos usuários quanto às teclas de borracha, em 1984 foi
lançado o Spectrum +, com um novo teclado de plástico (que parece ter gerado uma nova onda
de reclamações) e um botão RESET. A Sinclair Research torna-se então campeã de vendas na
Grã - Bretanha.
Em 1985, existiam então naquelas praias seis milhões de usuários, acompanhando o lançamento
do Spectrum 128. Entretanto, nessa época o mundo toma conhecimento da geração 16 bits, e o
declínio parece inevitável.
Em meados de 1985 a Microdigital lança no Brasil o TK 90X. Custando cerca de 250 dólares no
lançamento, chegando a US$200 alguns meses depois, torna-se imediatamente um estrondoso
sucesso de vendas. Era exatamente igual ao ZX Spectrum, com algumas "melhorias", como uma
interface para joysticks inclusa, um comando para edição de UDG (User-Defined Graphics) e
ligação direta com uma TV. No ano seguinte o mercado brasileiro vê o TK 95, basicamente a
mesma coisa, só que com o teclado e o gabinete mais "robustos", "copiados" do Commodore C64,
um dos concorrentes do ZX Spectrum na Grã-Bretanha ...

O Declínio do Spectrum
Em 1986, Alan Sugar, dono da Amstrad, compra a Sinclair Research e lança o Sinclair ZX
Spectrum 2+ e em seguida o modelo 3+, em 1987, incluindo disk drive de 3" e muitas mudanças
na ROM. Em 1988 as vendas de micros de 16 bits ultrapassam as de 8 bits na Grã-Bretanha. Em
1989 cessa a produção do Spectrum. No Brasil, o declínio também é agudo. O mercado torna-se
dividido entre as aplicações sérias com os PCs e os assumidos videogames, os micros MSX. O
TK95 perde cada vez mais espaço, até literalmente desaparecer das páginas da mais conceituada
publicação da época, a Micro Sistemas.

A Queda do Spectrum
No começo dos anos 90, milhares de usuários continuavam teimosamente editando revistas,
programas e acessórios (até um novo Spectrum "revolucionário" é lançado, o Sam Coupé).
Entretanto, o inevitável fim da "Era Spectrum" chega, em 1992.

O MSX
O que é o MSX?
O MSX faz parte da familia de computadores baseados no velho e eficiente processador de 8 bits
da Zilog, o Z-80. Esses computadores começaram a aparecer em 1983 tentando estabelecer um
padrão em computadores pessoais, assim como é o sistema VHS é em vídeo. Eles foram muito
populares na Asia (Japão, Coreia), Europa (Inglaterra, Holanda, França, Espanha), na América do
Sul (Brasil, Chile, Argentina) e na Antiga União Sovietica mas, são praticamente desconhecidos
nos EUA. Entretanto em 1988 o MSX-1 começava a lentamente desaparecer, o mundo começava
a ver o MSX-2 (uma grande evolução), um ano depois o MSX-2 Plus e em 1990 o MSX Turbo-R
(de 16 bits) o primeiro MSX de 16 bits, mas pouco depois começou a finalmente desaparecer
sendo substituído pelos PC's que hoje dominam totalmente o mercado. MSX quer dizer MicroSoft
e Xtended, foi criado em parceria entre a Microsoft (Bill Gates), e a ASCII japonesa (Kay Nishi).
Até final de 87 MSX era marca registrada da Microsoft Corp. Depois, Bill desfez sua sociedade
com Nishi e voltou seus esforços totalmente para o padrão PC. O MSX foi sem dúvida o melhor
micro de 8 bits da história, sendo melhor que muitos de 16 bits. Ele é um computador muito bom,
especialmente para fins educacionais, como foi claramente indicado no caso da antiga URSS. O
Ministro Russo da Educação, na época, comprou centenas de MSXs (e posteriormente MSX2s).
Eram agrupados em chamados "Sistema computadorizado de salas de aula" de 10 a 16 máquinas
interligadas numa pequena rede. Uma grande geração de programadores nasceram usando
esses computadores. O MSX, também era bastante eficiente em jogos (principalmente o MSX2) e
tem um grande número de jogos escritos ou adaptados para ele. A maioria desses jogos eram
bem superiores ao jogos do PC na época.

O MSX no Brasil
Dois assuntos são fundamentais para se entender o MSX no Brasil: a imprensa escrita
(principalmente as revistas) e o software. Até o advento do MSX, além de uns poucos abnegados,
tudo o que existia eram traduções e cópias, nenhum outro micro tinha produzido tanto software
brasileiro genuíno. Tá certo que houve muita pirataria, mas com ele apareceram os primeiros
produtores de programas brasileiros. O MSX surgiu no brasil em 1985 e era fabricado por duas
empresas: a Sharp e a DYNACOM. A segunda produzia uma máquina extremamente inferior, com
apenas 8kb de RAM, componentes de péssima qualidade e, por isso, foi rapidamente retirado do
mercado. Já o MSX da Sharp chegou e em pouco tempo fulminou seus concorrente diretos de
8bits (os clones de Apple-II e ZX-SPectrum), sendo, em 1988, era padrão do mercado, se
tornando mais popular (pelo menos a nível doméstico) que os PCs.
Pouco depois, surgiu o Expert 1.0 da Gradiente, entretanto, ele trazia vários inconvenientes: a sua
tabela de caracteres não seguia o padrão e tinha algumas incompatibilidades a nível de
endereços com os outros MSX. Algo semelhante ocorria com o Hotbit branco da sharp, porém
sem os problemas de tabela ascii. Em 1987 surge o Hotbit preto e o Expert 1.1, que tinham a
mesma tabela de caracteres e resolvidos esses problemas. No mesmo ano surgem os primeiros
kits de transformação 2.0 no Brasil, e lá fora, é lançado o MSX 2+. Os kits 2.0 dessa época eram
exclusivos para o Expert, tendo o inconveniente de que se perdia o seu slot traseiro, o que não
impediu a troca, por muitos, de seus Hotbits por Experts; além do que, o gabinete da SHARP era
muito pequeno, não havendo espaço físico para o kit de MSX2. Apesar da primeira empresa a
fabricar kits ter sido a MPO, a maior foi a DDX e a melhor foi a ACVS. O kit (DDX) tinha o
problema de, as vezes, a interface de data corder parar de funcionar, mas, ninguém (nem os
técnicos) sabia explicar o porque. Nunca foi fabricado um MSX2 no Brasil, o que ocorria era uma
"transformação" com a instalação de um Kit chamado Kit MSX-2 e o mais popular era fabricado
pela DDX, principal fabricante de acessórios. Apenas o Expert podia ser transformado para MSX2
já que o Hotbit tinha, entre outros, problemas de espaço gabinete. Outra empresa, a ACVS,
também fazia kits de MSX2 e 2+, por sinal melhores que os kits da DDX, embora não tão
populares. Chegou a lançar um cartucho que transformava o MSX em MSX2/2+ acabando com o
problema da transformação do Hot Bit, o que isso não faria diferença, pois a Sharp já tinha parado
de fabricar o seu MSX Hot-Bit.
Em 88/89, quando todos esperavam um MSX 2 ou 2+ nacional, a Gradiente lançou o MSX PLUS
e MSX DD PLUS. Uma tremenda besteira, primeiro porque o MSX1 já estava super ultrapassado
e segundo porque esses novos Experts davam uma série de problemas. Foi a gota d'agua para a
existência do MSX no Brasil.

Invenções Nacionais
No Brasil também se inventou algumas coisas para o MSX, a mais popular delas foi a Megaram,
que era usada para rodar os jogos copiados de cartuchos (megaroms) originais. A Megaram foi
inventada pela ACVS (Ademir Carchano) mas, foi a DDX que a popularizou. Existiam vários tipo
de megaram: a megaram de 128 e 256, a Megaram Disk de 256, 512 e 768. A principal diferença
entre a Megaram e a Megaram Disk é que a segunda vinha com sistema operacional e podia ser
usada como drive virtual. Apenas o jogo Metal Gear 2 fazia uso da Megaram de 512. Outra coisa
que inventaram era o Multi Drive, que era um drive de 5 1/4 com um botão que fazia ele formatar
discos de 360K em 720Kb. Isso porque tinha muitos jogos de MSX2 em disquetes de 720K e por
alguma razão drives de 3 1/2 nunca fizeram sucesso no Brasil. Também existia o expansor de
slots, já que os 2 slots do MSX já não eram em número suficiente. O melhor expansor de slot
fabricado foi o DDX Expander, que tinha como principal característica o seu chamamento, ou seja
não precisa ficar tirando e colocando cartucho, cada slot tinha um botão de liga/desliga para cada
cartucho.

Um MSX

O DOS
O DOS - Disk Operating System - durante muito tempo foi o sistema operacional padrão em
micros de 16 bits ( semelhante ao CP/M que foi padrão para os de 8 bits ) e surgiu em 1981 junto
com o primeiro IBM PC. Desenvolvido pela Microsoft, pois a IBM não imaginou que as vendas
desse micro pudessem ir muito longe, o DOS possuía dois rótulos: PC-DOS comercializado pela
IBM e MS-DOS comercializado pela Microsoft.

Versões do MS-DOS
DOS 1.0 Esta primeira versão do PC-DOS comportava apenas discos flexíveis de face simples e
ocupava somente 10 Kb de RAM, pois o PC tinha apenas 64 K de memória RAM. A versão 1.1
atualizou o sistema para trabalhar com discos de densidade dupla. O primeiro MS-DOS surgiu
como versão 1.25.

DOS 2.0 Esta versão apareceu junto com o IBM XT em 1983, e permitia o uso de discos rígidos
de alta capacidade ( 10 Mb! ). O sistema ocupava 25 Kb de RAM e 40 Kb de espaço em disco. O
MS-DOS equivalente tinha como versão 2.11 e trazia o comando COUNTRY a mais.

DOS 3.0 Foi lançado com a chegada do AT em 1984, suportando o então novo drive de 1.2 Mb e
o utilitário VDISK ou RAM-DISK, que utilizava a memória que ultrapassava os 640 Kb. Os clusters
foram reduzidos de 4 para 2 Kb. A versão 3.1 suportava redes. A versão 3.2 suportava os novos
discos de 3 1/2 polegadas e 720 Kb. de capacidade e possuía os comandos XCOPY e APREND.
A versão 3.3 suportava drives de 1.44 Mb., partições do disco rígido de até 32 Mb e introduziu o
comando FASTOPEN. O sistema ocupava cerca de 30Kb. de RAM e 59 Kb. de espaço em disco.

DOS 4.0 Lançado em julho de 1988, quebrou a barreira dos 32 Mb. para cada partição e
apresentou uma interface gráfica chamada DOS SHELL. Ocupava de 65 a 90 Kb. de RAM e 110
Kb. de espaço em disco.

DOS 5.0 Esta versão possibilitava o uso de mais de dois discos rígidos, partições de 2 Gb. no
disco rígido, introduzia os comandos UNFORMAT, UNDELETE e DOSKEY, e possuía um
gerenciamento mais eficiente das memórias disponíveis (Upper, High, Extended e Expanded).

DOS 6.0 Com esta versão, foi introduzido os recursos do SCANDISK, DRIVESPACE,
MEMMAKER, DEFRAG, ANTI VIRUS, MSD (Microsoft Diagnostics), DELTREE, além de
aprimoramentos nos comandos MOVE, COPY, FORMAT e INTERLINK (para transferencia de
arquivos entre dois computadores).
Com a chegada do Windows 95, sistema operacional que não necessita da prévia instalação do
DOS, apesar de conter incorporado uma versão reduzida, possivelmente chegamos ao fim das
constantes evoluções deste sistema operacional que acompanhou o usuário por cerca de 15
anos.

O Os/2 Warp
O OS/2 Warp é um sistema operacional parecido com o Windows, mas só que é da IBM.

OS/2 Versão 1.0 O OS/2 foi um esforço conjunto da IBM e da Microsoft para poder aproveitar o
potencial das máquinas processadas por Intel 386 que surgiam em 1985. Seu objetivo era
substituir o DOS, explorando a memória acima dos 640Kb e aproveitando a capacidade de
multitarefa que o novo processador oferecia.
Para gerenciar a multitarefa, o OS/2 ganhou uma GUI (Graphic User Interface) baseada no
Presentation Mananger. Incluída ainda na versão 1.
Porém, a IBM sempre foi uma empresa voltada para o mercado corporativo e seu objetivo sempre
foi de oferecer soluções completas para seus clientes. Um sistema operacional forte era
necessário para cativar sua clientela e a IBM investiu no OS/2 para chegar nesse sistema. Assim,
surgiu a versão Extended Edition.

OS/2 Versão 2.0 Porém, a Microsoft desenvolveu seu próprio "substituto" para o DOS. O
Windows, que mesmo tendo uma aparência muito semelhante ao OS/2, era tecnicamente inferior
ao sistema que era desenvolvido em conjunto com a IBM. Porém, contrariando tudo o que se
poderia prever, as vendas do Windows superavam em larga escala as de OS/2. Assim, a versão 2
demorava a sair. Enquanto isso, o Windows foi crescendo.
Porém, quando o OS/2 2.0 chegou, as diferenças entre ele e o Windows eram impressionantes. A
multitarefa do OS/2 era preceptiva (real) e a do Windows não. E como o OS/2 rodava aplicações
Win16 através de emulação a IBM adotou o seguinte slogan para seu sistema: "Roda aplicações
DOS melhor que o DOS e aplicações Windows melhor que o Windows". Isso porque a Microsoft
decidiu abandonar o OS/2 e tocar o Windows sozinho.
Algumas das diferenças entre OS/2 e Windows iam além da arquitetura do sistema. Totalmente
orientado a objeto, o OS/2 permitia desde sua versão 2 o arraste de ícones de pasta para pasta e
outros objetos, como o triturador e a impressora. E essa orientação é melhor do que a de qualquer
outro sistema. Além disso, cada pasta pode ter suas próprias configurações de cores, papel de
parede, etc.
Mesmo com vários pontos positivos, o OS/2 não vingou... Em 1 mês o Windows vendeu mais do
que o OS/2 em 3 anos. E esse foi a gota para que a Microsoft esquecesse de vez o Operating
System/2.

OS/2 Warp Versão 3.0 Com a Microsoft fora do desenvolvimento a IBM sentiu-se mais a
vontade para deixar o OS/2 com sua "cara". Porém, sua estratégia de marketing surpreendeu a
todos. Usando o argumento de que o mercado doméstico havia rejeitado o OS/2 a Big Blue
decidiu orientar totalmente o seu sistema para as empresas. Isso fez com que os boatos de "O
OS/2 está morto" crescerem. E os usuários domésticos acabaram por ignorar soluções diferentes
do Windows 3.11. No entanto, o sistema continuava a ser vendido para pessoas físicas. O que
dava esperanças aos reles mortais de ter um sistema 32 bit realmente poderoso em seus PCs.
Além da real orientação a objetos, uma das melhores idéias aplicadas no OS/2 foi a Barra de
Lançamento. Ela surgiu na versão 3. Sua função é conter as operações e programas principais do
sistema. Para permitir ao usuário um acesso mais rápido aos seus programas e objetos prediletos.
Por ser totalmente customizável ela é adaptada facilmente ao gosto do usuário.

OS/2 Warp Versão 4.0 Lançada no início de 1996, essa versão trouxe munição para combater o
Windows 95. Principalmente no tocante é estabilidade e confiabilidade. O OS/2 Warp 4.0 é o
sistema operacional ideal para missões críticas graças às suas virtudes técnicas, como o
gerenciamento avançado de memória e o Crash Protection. Eles consistem em ferramentas
controladas pelo sistema para manter a máquina operando normalmente e executando outras
tarefas caso algum aplicativo provoque um erro de proteção de memória. Esse tipo de erro
facilmente derrubaria o Windows 95. Mas nos Grupos de Usuários e nas listas de discussão sobre
OS/2 vários usuários comentam suas experiências com aplicativos problemáticos que foram
retirados de execução sem que o OS/2 tivesse panes ou os outros programas fossem afetados. É
verdade, no entanto, que nenhum sistema está 100% imune a erros, portanto, uma vez ou outra, o
Netscape consegue travar tudo. E então o reset é necessário. Porém é de se notar que isso
ocorre com pouca freqüência no OS/2.
A interface do OS/2 mudou na versão 4. Ele manteve a Barra de Ferramentas. Teve suas janelas
redesenhadas e herdou o SmartCenter do Lotus SmartSuite. Para quem já conhece o pacote ficou
claro. Para quem não conhece, o SmartCenter é uma barra que fica em uma extremidade de sua
tela e permite que você chame diversas funções e programas do pacote. No OS/2, essa barrinha
milagrosa se tornou o WarpCenter. Nele você pode ter praticamente tudo (ou tudo mesmo). Desde
monitoramento de todos os HDs, CPU, passando pelos programas que estão rodando, até ícones
para chamar seus programas favoritos e mesmo os Web Sites que você mais gosta, além de
poder ver com um simples clique todo o conteúdo de seu ambiente de trabalho.

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