ROTEIRO

SENTIMENTAL E
PITORESCO DE
TERESINA

ESCRITA/1952
PUBLICADA/1992 H. Dobal
 LITERATURA PIAUIENSE
PERIODIZAÇÃO

NEOCLASSICISMO ROMANTISMO FASE ACADÊMICA MODERNISMO

1808 / 1866 1866 / 1917 1917 / 1940 1940 / ?
 MODERNISMO
1940 / Atualidade

MERIDIANO
VANGUARDISTAS CLIP PÓS-69/CONTEMPORÂNEOS
1950
 GRUPO MERIDIANO

Final da década de 1940 (1949|50)

“R i t C
“Revista Cadernos
d d
de L
Letras
t M
Meridiano”
idi ”

PRINCIPAIS REPRESENTANTES

H. DOBAL

O. G. REGO DE CARVALHO

M. PAULO NUNES
 “Só mesmo um poeta
t ecumênico
ê i
como Dobal podia fixar a sua província
com expressão tão exata, a um tempo
tão fresca e tão seca, despojada de
quaisquer sentimentalidades, mas rica
d
do sentimento
ti t profundo,
f d visceral
i l da
d
terra .
terra”.

Manuel Bandeira
ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS

PRESTA HOMENAGEM AO POETA

H DOBAL EM SESSÃO ESPECIAL

H.

RIO DE JANEIRO,
JANEIRO OUTUBRO / 2002
 O
OBRA
POESIA:

O Tempo Consequente (1966)

•O
•O Dia Sem Presságios (1970)
•A Província Deserta (1974)
•A Serra das Confusões (1978)
•A Cidade Substituída (1978)
•Os Signos e as Siglas (1986)
•Cantiga de Folhas (1989)
p e e a (1995)
•Ephemera ( 995)
•Lírica (2000)
PROSA:

• ROTEIRO SENTIMENTAL E
PITORESCO DE TERESINA
(1952/92)
• A viagem imperfeita (1973)
• Um homem particular (1985)
• Grandeza e glória nos letreiros de
Teresina (1997)
 ROTEIRO SENTIMENTAL
E PITORESCO DE TERESINA
• LIRISMO CONTIDO E SIMPLES;
• SUBSTANTIVO, OBJETIVO E LACÔNICO;
• OBSERVADOR DE ESPAÇOS: A CIDADE DE
TERESINA...
• CAMINHO POÉTICO: LÍRICA (TODA A PRODUÇÃO);
ELEGÍACA (A CIDADE,
CIDADE FAMÍLIA,
FAMÍLIA INFÂNCIA,
INFÂNCIA TERRA
DOS AVÓS E BISAVÓS; TERESINA E SÃO LUÍS);
ÉPICA (“LEONARDO” E “EL MATADOR”);
MATADOR”) SATÍRICA
(“SERRA DAS CONFUSÕES” E OUTROS POEMAS).
• POETA TELÚRICO E ECUMÊNICO.
• CENTENÁRIO DA CIDADE (1952);

• INTRODUÇÃO MAIS TREZE

CRÔNICAS DE LINGUAGEM SIMPLES
SIMPLES,
DESPOJADA COM PEQUENAS DOSES DE
DESPOJADA,
HUMOR
HUMOR, IRONIA E CRÍTICA (SEM
RELEVÂNCIA HISTÓRICA E PATRIMONIAL);
 PASSEIO
•PASSEIO PELOS ASPECTOS FÍSICOS E
HUMANOS DA CIDADE, COM UM OLHAR
ATENTO E CRÍTICO;

•A CIDADE E SEU COTIDIANO

PROVINCIANO: IGREJAS, HOSPITAIS,
ESCOLAS, MERCADO, BARES E
RESTAURANTES
RESTAURANTES, PRAÇAS
PRAÇAS, JORNAIS
JORNAIS,
TIPOS POPULARES,
POPULARES CABARÉS E OS RIOS.
RIOS
 COMPOSIÇÃO DO LIVRO
INTRODUÇÃO
1 AS RUAS E OS BAIRROS
1.
2. AS PRAÇAS
3 OS PRÉDIOS E OS MONUMENTOS
3.
4. AS IGREJAS
5. AS ESCOLAS
6. OS HOSPITAIS
7. O MERCADO
8. OS BARES, OS RESTAURANTES, OS CINEMAS, OS CLUBES
9. OS JORNAIS
10 OS TIPOS POPULARES
10.
11. OS CABARÉS
12 OS RIOS
12.
13. ROTEIRO SENTIMENTAL E PITORESCO DE TERESINA
 INTRODUÇÃO
“ESTA CIDADE, POUCOS HOMENS A TRAZEM NA
LEMBRANÇA OU NO CORAÇÃO.
Ã É UMA CIDADE
SIMPLES TRANQUILA.
SIMPLES, TRANQUILA AQUI NÃO HÁ BECOS
NEM LADEIRAS, MISTÉRIOS E TRADIÇÕES.
CEM ANOS NÃO DEIXAM ACUMULAR MUITA
COUSA NA VIDA DE UMA CIDADE QUE JÁ
Á
NASCEU VELHA E QUE SEMPRE TEVE O AR DE
UMA ALDEIA GRANDE, COMO NOTOU UM
VIAJANTE ILUSTRE E MAL-HUMORADO. (...)
“OUTRO VIAJANTE ILUSTRE. PORQUE GOSTASSE

DE ADJETIVOS OU PORQUE
Q REALMENTE O

IMPRESSIONASSEM TANTAS COPAS VERDES

SOBRE OS TELHADOS DESBOTADOS, CHAMOU

CHAMOU-A
A

CIDADE VERDE”. (COELHO NETO).

NETO)
 AS PRAÇAS

Grande parte da vida da cidade se passa nas

praças que desempenham aqui um papel mais
praças,
importante do que talvez e qualquer outro
lugar Por causa do calor ou por uma inclinação
lugar.
natural dos habitantes, as praças estão sempre
cheias de gente,
gente tornando-se um centro de
reunião obrigatória para quem que participar da
vida da cidade,
cidade o lugar onde se faz a crônica
viva dos acontecimentos cotidianos, ponto de
encontros e discussões
discussões, comentários e
mexericos. A cidade tem muitas praças. Umas
cuidadas
cuidadas, ajardinadas frequentadas.
ajardinadas, frequentadas Outras
abandonadas, (...).
OS HOSPITAIS

Um dos orgulhos da
ccidade
dade é o Hospital
osp ta
Getúlio Vargas.
Moderno construído há poucos anos,
Moderno, anos cercado
de jardins, onde florescem roseiras e bizarras
esculturas de fícus1, é grande e claro.
claro Tem para a
cidade, além de seu valor real, um valor de
estimação,
ti ã e emborab não
ã d
desperte
t em
ninguém o desejo de adoecer, o seu aspecto
exterior é muito agradável.
á
1. Plantas ornamentais / figueiras
 OS TIPOS POPULARES

Há na cidade alguns tipos que toda gente

conhece embora ninguém saiba como vivem ou
conhece,
de onde vieram, e que parecem ubíquos1. São
encontrados
t d em toda t d parte
t e com as suas manias,
i
as suas peculiaridades, a liberdade com que vivem
e agem, tornam-se notórios ó e constituem uma
nota de curiosidade e de pitoresco. A quem andar
distraído pelas ruas de Teresina pode acontecer
que apareça
q p ç p pela frente um rapaz
p baixo,, ggrosso,,
que lhe aponte um revólver de brinquedo e
dispare, gritando: “Morreu, Morreu, bandido covarde
covarde”!.
!.
(...) 1. onipresentes
 OS CABARÉS
O lado cabaré merece que corresponda à sua
importância, que esteja de acordo com o seu
papel de destaque, com íntimas ligações e
reflexos na vida da cidade. Aqui se pratica
intensamente esta espécie
é de amor e o número
ú
de profissionais que existe, não só nos cabarés,
mas também é fazendo esse jogo do amor é
grande. Um sociólogo apresentaria o fato como
í
índice de pobreza da cidade. Os cabarés é ou
pensões de mulheres, que têm menos o
aspecto de bordéis,
é no mau sentido, do que de
night-clubs ou dancings, ficam localizados em
zonas determinadas e são ã mesmo chamados a
“zona” (...).
 INTENÇÃO CRÍTICA

• 3ª PESSOA: ONISCIENTE, OBSERVADOR E INTRUSO;

• COMPROMETIDO COM A REALIDADE SOCIAL;
• FIXAÇÃO
à DA MEMÓRIA
Ó DA CIDADE: TIPOS
HUMANOS, LOGRADOUROS, COMPORTAMENTO,
ARQUITETURA;
• IRONIA / DESCRITIVISMO / HUMOR;
• COSTUMES / COTIDIANO / PROVINCIANISMO;
PROVINCIANISMO
Ç .
• PROSA POÉTICA / CRÔNICAS DE ESPAÇO