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Na data em que o Brasil completa os 200 anos da Independência oferece-se uma

oportunidade de reflexão sobre os resultados alcançados nesse período.


Alterações profundas mudaram a feição de todos os países e, no Brasil, isso não foi
diferente. O notável crescimento na expectativa de vida das pessoas, aumentos da
produtividade nos diferentes setores econômicos, avanços no conhecimento científico e
tecnológico não podem ser esquecidos. Contudo, todas essas mudanças não se
distribuíram uniformemente entre as várias regiões e pessoas. Essa evolução foi, muitas
vezes, acompanhada de aspectos negativos. O descuido com o meio ambiente pode ser
lembrado.

Texto I
O 7 de setembro deste ano terá um marco importante: 200 anos da independência do
Brasil, proclamada em 1822 por Pedro de Alcântara, quarto filho do rei de Portugal, Dom
João 6º, que havia retornado a Portugal no ano anterior.
Dom Pedro foi deixado no Brasil como o príncipe regente. Em quadros e livros de
história, ele costuma ser retratado como um herói que bradou por liberdade às margens
do riacho Ipiranga. “A mitologia por trás do processo de independência foi importante
para legitimar a identidade nacional brasileira. Ao longo do século 19, principalmente,
havia a preocupação de elevar o Brasil em comparação às repúblicas vizinhas”, diz
Alberto Luiz Schneider, professor do Departamento de História da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), em entrevista à National Geographic.
(Redação National Geographic Brasil, 6/09/2022 -
https://www.nationalgeographicbrasil.com/historia/2022/09/nos-200-anos-da-
independencia-do-brasil-conheca-mitos-e-verdades-sobre-o-7-de-setembro)

Texto II

Independentes!
Em nossas raízes há coragem
E liberdade é dom
Que nem sempre
Nos frequentou
Do grito do Ipiranga
Uma nação nascia
Tornávamo-nos brasileiros
Como o sol sabe que é dia
Dentre as heranças
Até o idioma ganhou sotaque
De samba e proza
Rapadura e paçoca
Adoçamos o português
A nossa pele, a nossa voz, o nosso rio
De janeiro ou a gosto
Do freguês
A nossa pátria, o nosso hino, o nosso verde
Que é símbolo
O país do futebol e de tão mais
De qualquer maneira o Brasil sabe
Ser rico, nos falta é mais
Patriotismo
A honrar o chão em que pisa
Que frutifica e dá de comer
Ao povo que colhe e que sabe cair
Sem se encolher
Vê Brasil, que és potência!
A natureza já te anuncia
Em tamanho, força e flor
Em beleza
Que façamos ecoar
O grato grito do Ipiranga
Dessa vez que gritemos a nós mesmos
O desejo de cuidar e ser nosso
Nossa gente!
Fernanda Gonzaga
(https://www.metropoles.com/colunas/claudia-meireles/independentes-um-poema-
de-fernanda-gonzaga-para-este-7-de-setembro)

Texto III
Mas para além de simples comemorações – o lembrar coletivamente – as efemérides
como a deste ano podem ser oportunidades para problematizar os acontecimentos que dão
coerência a memória de determinadas sociedades ou grupos sociais. Por muito tempo
passaram a ser desconsideradas por historiadores e economistas que, como cientistas
sociais assumiram a noção de processo histórico e ainda o caráter político que as
efemérides evocam para a construção das ideologias dominantes. Mas não precisa ser
assim. Um exemplo são as comemorações do centenário de nossa independência, em
1922, um ano que ficou marcado para a historiografia como o da Semana de Arte
Moderna em São Paulo, a fundação do Partido Comunista Brasileiro em Niterói e a
revolta do forte de Copacabana. Naquela oportunidade existiram aqueles que
reconstituíram cenários do antigo império e a emergência de novos atores para interpretar
uma jovem república que já mostrava os primeiros sinais de senectude.
(CANTARINO, N.M e SARAIVA, L.F. Permanência e Rupturas no processo de independência e na
construção da economia nacional (c 1780/1840). Revista História Econômica e História de Empresas. V.
25. No. 1, p.7-34, jan-abr, 2022)

Com base nos textos apresentados e de acordo com seus conhecimentos, redija um texto
dissertativo-argumentativo sobre o tema: "200 anos da Independência do Brasil: aonde
chegamos?"

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