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CÁLCULO DA COMPENSAÇÃO

AMBIENTAL PARA EMPREENDIMENTOS


DE SIGNIFICATIVO IMPACTO AMBIENTAL

MÓDULO 21
CÁLCULO
VISÃO DO VALOR
GERAL DA COMPENSAÇÃO
DO GRAU DE IMPACTO
AMBIENTAL
SOBRE OS ECOSSISTEMAS
CÁLCULO DA COMPENSAÇÃO
AMBIENTAL PARA EMPREENDIMENTOS
DE SIGNIFICATIVO IMPACTO AMBIENTAL

Unidade 2
MÓDULO 1
Definição da divisão e forma de aplicação
VISÃOdo
GERAL DO GRAU
recurso DE IMPACTO Ambiental
da Compensação
SOBRE OS ECOSSISTEMAS
Federal
Sumário
Apresentação....................................................................................................... 4

Comitê de Compensação Ambiental Federal (CCAF).............................................. 5

Câmara Federal de Compensação Ambiental........................................................ 9

Critérios para definição das unidades de conservação beneficiadas com os


recursos da compensação ambiental.................................................................. 11

Obrigatoriedade legal de destinação de recursos da compensação ambiental.11

Unidade de Conservação de Proteção Integral elegíveis................................. 12

Manifestação do empreendedor, de Órgãos Gestores de unidades de


conservação e da equipe técnica responsável pelo licenciamento ambiental do
empreendimento........................................................................................... 16

Definição das ações para execução dos recursos da compensação ambiental.... 19

Celebração de termo de compromisso para cumprimento da compensação


ambiental........................................................................................................... 20

Quando dar como cumprida a condicionante da licença ambiental relativa à


compensação ambiental..................................................................................... 23

ENCERRAMENTO................................................................................................ 41
MÓDULO 2
CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

Apresentação
Olá, analista!

Esta é a unidade final do curso de Compensação Ambiental. Aqui serão aprofundadas as


informações acerca do trabalho desenvolvido pelo Comitê de Compensação Ambiental
Federal (CCAF) e pela Câmara Federal de Compensação Ambiental (CFCA).

Serão pormenorizados também os critérios utilizados para que sejam definidas as


unidades de conservação que deverão ou poderão receber os recursos da compensação
ambiental. Da mesma forma, apresentaremos quais ações são passíveis de recebimento
da compensação e qual a ordem prioritária na destinação desses recursos.

Por fim, será explicado como ocorre a celebração do termo de compromisso entre os
empreendedores e órgãos gestores das unidades de conservação beneficiadas para
que a compensação ambiental possa ser considerada cumprida. Os detalhes sobre a
responsabilidade do CCAF e do Ibama no acompanhamento e na finalização desse processo,
para que a condicionante da licença ambiental relativa a compensação ambiental seja
considerada atendida, encerram a unidade.

Bons estudos!

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MÓDULO 2
CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

Comitê de Compensação Ambiental Federal (CCAF)


Por meio da Portaria Conjunta n.º 225, de 2011, entre o Ministério do Meio Ambiente
(MMA), o Ibama e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio),
foi criado o Comitê de Compensação Ambiental Federal (CCAF), que é presidido pelo Ibama
– em conformidade com determinação legal que estabelece que o cálculo e a definição
das UCs a serem beneficiadas com compensação é responsabilidade do órgão licenciador
competente.

Formado por dois representantes de cada instituição, o Comitê tem o papel principal de
deliberar a maneira como os recursos da compensação vão ser distribuídos e aplicados,
podendo, para isso, considerar os documentos técnicos gerados por sua equipe de apoio
técnico administrativo – a Divisão de Compensação Ambiental.

Além de definir as Unidades de Conservação a serem beneficiadas, é também o Comitê


que indica a finalização do processo de Compensação Ambiental. Ele sinaliza que a
compensação foi cumprida para, então, a equipe do licenciamento dar como atendida a
condicionante específica.

Segundo a Portaria Conjunta nº 225/2011, as atribuições do CCAF são as seguintes:

I - deliberar sobre a divisão e a finalidade dos recursos oriundos da compensação


ambiental federal para as unidades de conservação beneficiadas ou a serem
criadas, inclusive as atividades necessárias ao fortalecimento do Sistema
Nacional de Unidades de Conservação - SNUC, informando ao empreendedor, à
DILIC/IBAMA, ao órgão central ou aos Órgãos executores, integrantes do SNUC
e observando:

a) o art. 36, §§ 2o e 3º, da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000;

b) o Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002, com a redação dada pelo Decreto


nº 6.848, de 14 de maio de 2009;

c) a Resolução CONAMA nº 371, de 5 de abril de 2006;

d) as diretrizes e prioridades estabelecidas pela Câmara Federal de Compensação


Ambiental -CFCA; e

e) as informações contidas no Cadastro Nacional de Unidades de Conservação

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MÓDULO 2
CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

- CNUC.

II - manter registros dos termos de compromisso firmados entre o empreendedor


e o órgão, integrante do SNUC, gestor da unidade de conservação beneficiada;

III - manter registro dos relatórios de execução dos recursos aplicados a serem
fornecidos pelo órgão, integrante do SNUC, gestor da unidade de conservação
beneficiada;

IV - receber, do órgão, integrante do SNUC, gestor da unidade de conservação


beneficiada, documento atestando o cumprimento das obrigações quanto à
Compensação Ambiental;

V - consolidar os documentos recebidos na forma do inciso anterior, com vistas


a demonstrar a quitação das obrigações do empreendedor, por empreendimento,
com a compensação ambiental;

VI - receber do órgão, integrante do SNUC, gestor da unidade de conservação


beneficiada, com a finalidade de instrução dos respectivos processos, eventuais
relatórios relacionados à auditoria, monitoria e avaliação dos recursos aplicados;

VII - relatar à CFCA sobre suas atividades; e

VIII - elaborar seu regimento interno.

Conforme o Regimento Interno do Comitê de Compensação Ambiental Federal, publicado


em novembro de 2011, por meio da Portaria Ibama n.º 16, as deliberações seguem o
seguinte procedimento:

Art. 10

Art. 10. Ao receber da DILIC informações sobre o valor da compensação


ambiental, as propostas de unidades de conservação a serem beneficiadas e
a cópia do Plano de Compensação Ambiental - PCA, quando couber, a equipe
de apoio do CCAF deverá abrir processo de compensação ambiental específico
para cada empreendimento.

Art. 11

Art. 11. A equipe de apoio do CCAF deverá elaborar Nota Técnica contendo
proposta preliminar de divisão dos recursos disponíveis para cada unidade,
considerando as unidades de conservação diretamente afetadas, as indicadas

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MÓDULO 2
CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

pela DILIC, o registro no Cadastro Nacional de Unidades de Conservação - CNUC


e a proposição de criação de novas unidades.

Parágrafo único. Quando não houver unidade de conservação ou zona de


amortecimento na área de influência direta do empreendimento, a análise deverá
considerar o disposto no art. 9º, II da Resolução CONAMA 371/06, bem como as
diretrizes estabelecidas pela Câmara Federal de Compensação Ambiental.

Art. 12

Art. 12. O CCAF deliberará sobre a divisão dos recursos da compensação


ambiental entre as unidades de conservação beneficiadas, de acordo com o
disposto no art. 9º da Resolução CONAMA 371/06 e as diretrizes definidas pela
Câmara Federal de Compensação Ambiental - CFCA.

Art. 13

Art. 13. A Presidência do CCAF deverá informar aos órgãos gestores de unidades
de conservação sobre as unidades a serem beneficiadas e a divisão dos recursos
e solicitar a elaboração de propostas de destinação dos recursos.

§1º. O órgão gestor poderá solicitar alteração da divisão dos recursos e unidades
a serem beneficiadas, desde que justificada tecnicamente e obedecido o inciso
II do art. 9º, da Resolução CONAMA 371/06.

Art. 14

Art. 14. A equipe de apoio do CCAF analisará as propostas de destinação dos


órgãos gestores e as encaminhará para deliberação do Comitê.

Art. 15

Art. 15. A Presidência do CCAF comunicará a decisão de aprovação final das


propostas de destinação ao empreendedor e ao(s) órgão(s) gestor(es) da(s)
unidade(s) de conservação beneficiada(s), para que firmem os Termos de
Compromisso de execução dos recursos da compensação ambiental e elaborem
planos de trabalho que serão anexados aos termos.

Parágrafo único - Os Planos de Trabalho deverão conter o detalhamento das


atividades previstas para aplicação dos recursos a serem destinados para cada
unidade de conservação.

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MÓDULO 2
CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

Art. 16

Art. 16. O empreendedor deverá encaminhar uma cópia de cada Termo de


Compromisso com o(s) órgão(s) gestor(e)s da(s) unidade(s) de conservação à
DILIC e CCAF, no prazo máximo de 30 (trinta)dias após sua assinatura:

§1º. Eventuais alterações nos Termos de Compromisso que impliquem


modificação da destinação deverão ser encaminhadas ao CCAF, para análise e
deliberação.

§2º. O CCAF encaminhará cópias dos Termos de Compromisso, aditivos e seus


anexos à DILIC.

Art. 17

Art. 17. O encerramento do processo de compensação ambiental só poderá


ser efetivado após a consolidação dos documentos encaminhados pelo(s)
órgão(s) gestor(es) da(s) unidade(s) de conservação beneficiada(s), atestando
o cumprimento das obrigações quanto à compensação ambiental.

Atualmente, os processos administrativos são instaurados no Sistema Eletrônico de


Informações (SEI) do Ibama. Uma vez aberto o processo de compensação ambiental, ele é
imediatamente vinculado ao processo de licenciamento do empreendimento.

Com isso, ao acessar o respectivo processo, a equipe técnica responsável pelo licenciamento
poderá acompanhar a movimentação relativa à compensação ambiental.

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MÓDULO 2
CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

Câmara Federal de Compensação Ambiental


Ainda no primeiro módulo deste curso, foi abordado o funcionamento da Câmara de
Compensação Ambiental (CCA), criada em 2004, no âmbito do Ibama, por meio de Portaria
Interna (7/2004). Assim foi cumprida a exigência do Decreto nº 4340/2002, que em seu Art.
32, posteriormente revogado pelo Decreto 6.848/2009, estabelecia, à época, que os órgãos
licenciadores deveriam instituir Câmaras de Compensação Ambiental “com a finalidade de
analisar e propor a aplicação da compensação ambiental, para a aprovação da autoridade
competente, de acordo com os estudos ambientais realizados e percentuais definidos”.

Hoje, a Câmara que existia no âmbito do Ibama já não existe mais e parte de suas funções
são exercidas pelo Comitê de Compensação Ambiental Federal (CCAF) – mencionado no
tópico anterior.   Como já mencionado durante o curso, essa Câmara acabou extinta –
em um processo desencadeado, sobretudo, pela promulgação do Decreto 6848/2009, e
também pela criação do ICMBio.

Houve, então, um período de indefinição quanto à destinação dos recursos da compensação


ambiental, até a criação, em 2011, do CCAF.

Algumas decisões quanto à destinação dos recursos chegaram a ser tomadas pela Câmara
Federal de Compensação Ambiental (CFCA), que foi criada com a publicação, em 2009,
do Decreto nº 6.848, que alterou o Decreto 4340. A CFCA é um órgão colegiado criado
no âmbito do Ministério do Meio Ambiente, por meio da Portaria MMA nº 416, de 3 de
novembro de 2010.

Com um caráter supervisor e com objetivo de orientar o cumprimento da legislação


referente à compensação ambiental oriunda do licenciamento ambiental federal, a CFCA é
composta por membros dos setores público e privado, da academia e da sociedade civil.

I - estabelecer prioridades e diretrizes para aplicação da compensação


ambiental;

II - avaliar e auditar, periodicamente, a metodologia e os procedimentos de


cálculo da compensação ambiental, de acordo com estudos ambientais
realizados e percentuais definidos;

III - propor diretrizes necessárias para agilizar a regularização fundiária das


unidades de conservação;

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MÓDULO 2
CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

IV - estabelecer diretrizes para elaboração e implantação dos planos de manejo


das unidades de conservação.

Saiba Mais

Saiba mais sobre os trabalhos da Câmara Federal de Compensação


Ambiental no portal do Ministério do Meio Ambiente.

A CFCA aprovou, por exemplo, os atuais critérios utilizados pelo Comitê


para definir a destinação da Compensação Ambiental Federal.

Importante

Para não restar dúvidas: o Comitê é uma instância do Ibama, que tem
um papel deliberativo quanto à compensação ambiental, exercendo,
em âmbito federal, a função atribuída pela Lei n.º 9.985/2000, que
coloca o órgão ambiental licenciador como responsável por definir as
unidades de conservação a serem contempladas com os recursos da
compensação, inclusive a criação de novas UCs.

Como o Decreto n.º 6.848/2009 estabelece que também deverá ser


ouvido o ICMBio, o CCAF foi criado para atender tanto a obrigação legal
do Ibama quanto essa necessidade de oitiva do órgão gestor das UCs
federais.

Sendo formada por representantes dos governos nas três esferas e da


sociedade civil, a composição da CFCA, por sua vez, é mais abrangente
porque, diferente do CCAF, seu papel é consultivo.

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MÓDULO 2
CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

Critérios para definição das unidades de conservação


beneficiadas com os recursos da compensação
ambiental
Para que sejam definidas as Unidades de Conservação (UCs) que deverão ser beneficiadas
com recursos de compensação ambiental provenientes de determinado empreendimento,
a primeira análise é feita a fim de atender aos critérios legais.

Critérios legais
Todas as UCs que sejam diretamente afetadas ou que tenham suas zonas de amortecimento
afetadas pelo empreendimento devem receber recursos da respectiva compensação
ambiental.

Obrigatoriedade legal de destinação de recursos da


compensação ambiental
Como mencionado anteriormente, a única obrigatoriedade de destinação, que independe de
quaisquer outros critérios, é para o caso de unidades de conservação, de uso sustentável
ou de proteção integral, que sejam diretamente afetadas pelo empreendimento. O
mesmo vale para as unidades que tenham suas áreas de amortecimento afetadas pelo
empreendimento. Se não tiver zona de amortecimento definida, o impacto terá que afetar
a unidade em si para que a compensação se torne obrigatória.

Importante

Atenção: a zona de amortecimento provisória definida na Resolução


Conama nº 428/2009 não é válida para fins de compensação ambiental,
conforme explicação trazida no Módulo 1 deste curso.

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MÓDULO 2
CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

Unidade de Conservação de Proteção Integral elegíveis


Apesar de o regramento legal estabelecer a obrigatoriedade de que as unidades afetadas
sejam beneficiadas, ele não as coloca como as únicas que podem receber recursos da
compensação ambiental, que, muitas vezes, poderão ser destinados às outras unidades.
Não há também percentuais de obrigatoriedade previamente definidos em lei.

Unidades de Proteção Integral não afetadas poderão também ser beneficiadas, observados
os critérios estabelecidos pelo Comitê de Compensação Ambiental Federal, sendo
denominadas UCs elegíveis.

Atualmente, essa análise leva em conta dois pontos: o montante total da compensação e
o tipo de empreendimento, ou seja, se ele é linear, a exemplo de rodovias, ferrovias e linhas
de transmissão, se é pontual terrestre, como usinas hidrelétricas ou minerações, ou se é
um empreendimento costeiro/marítimo.

Os critérios associados ao volume de recursos levarão em conta a seguinte


categorização: 

Até R$ 1 milhão: pequeno volume de recursos;

Acima de R$ 1 milhão e até R$ 4 milhões: médio volume de recursos;

Acima de R$ 4 milhões e até R$ 10 milhões: grande volume de recursos;

Acima de R$ 10 milhões: volume de recursos excepcional.

Para processos de compensação ambiental com pequeno volume de recursos:

Devem ser selecionadas UCs no entorno próximo do em-


Pontual terrestre
preendimento (até 200 km).

Devem ser selecionadas UCs afetadas no entorno próximo


e sobrepostas a um buffer de 200 km, nas mesmas bacias
Linear (Ottobacias Nível 3, ANA), protegendo os mesmos biomas
e que tenha preservada, pelo menos, uma fitofisionomia
afetada pelo empreendimento.

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MÓDULO 2
CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

Devem ser selecionadas UCs de proteção integral no


entorno próximo do empreendimento, assim consideradas
aquelas que se situem numa distância máxima radial de
200 km, com limites que não ultrapassem a zona costeira.
Costeiro/Marítimo
A preferência será também para aquelas que protejam a
mesma ecorregião marinha ou fitofisionomia afetada pelo
empreendimento, dentro da faixa elegível da zona costei-
ra.

Para processos de compensação ambiental com médio volume de recursos:

Devem ser selecionadas UCs na mesma região hidrográ-


fica e biomas, protegendo pelo menos uma fitofisionomia
Pontual terrestre
afetada pelo empreendimento, para compor a tabela de
ranqueamento.

Devem ser selecionadas UCs que estejam sobrepostas a


um buffer de 200 km, que protejam os mesmos biomas e
Linear
pelo menos uma fitofisionomia afetada pelo empreendi-
mento.

Devem ser selecionadas UCs de proteção integral na


mesma ecorregião marinha ou que protejam as mesmas
Costeiro/Marítimo fitofisionomias afetadas pelo empreendimento, dentro
da fixa elegível da zona costeira que fica na projeção da
ecorregião marinha correspondente.

Para processos de compensação ambiental com grande volume de recursos:

Pontual terrestre Devem ser selecionadas UCs na mesma região hidrográfi-


ca e bioma(s) afetado(s) pelo empreendimento.

Linear Devem ser selecionadas UCs que estejam sobrepostas a


um buffer de 200 km e que protejam os mesmos biomas.

Costeiro/Marítimo Devem ser selecionadas UCs de proteção integral nas


ecorregiões marinhas e na zona costeira.

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MÓDULO 2
CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

Para processos de compensação ambiental com excepcional volume de recursos:

Devem ser selecionadas UCs na mesma região hidrográfi-


Pontual terrestre
ca e afetada pelo empreendimento.

Devem ser selecionadas todas as UCs de proteção inte-


gral que estejam sobrepostas a um buffer de 200 km e
Linear
que protejam os mesmos biomas, acrescentando as UCs
localizadas, além do buffer, nas Otto Bacias nível 3 (ANA).

Devem ser selecionadas UCs de proteção integral nas


Costeiro/Marítimo
ecorregiões marinhas e na zona costeira.

No caso de compensação ambiental com um volume de recursos excepcional, poderá ser


alocada parte dos recursos para o financiamento prioritário de ações de regularização
fundiária e demarcação de terras em UCs de proteção integral sob gestão do ICMBio em
diferentes biomas ou bacias, até o teto de 30% do total daquela compensação ambiental.

Por exemplo, a compensação ambiental no valor de R$ 40 milhões de uma usina hidrelétrica


na Amazônia poderá ter até R$ 12 milhões destinados à regularização fundiária de uma
unidade de conservação federal no Cerrado ou algum outro bioma.

Para o intervalo entre R$ 10 milhões a R$ 13 milhões de reais será destinada a diferença


que ultrapassar os R$ 10 milhões, assim, no caso de uma compensação ambiental no
valor de R$ 12 milhões, será destinada a diferença de R$ 2 milhões.

Exemplo 1

Para determinado empreendimento cujo valor da compensação ambiental foi calculado


em R$25.387.500,00 (vinte e cinco milhões, trezentos e oitenta e sete mil e quinhentos
reais), foi definida a seguinte divisão dos recursos durante a reunião do CCAF:

a) UCs Municipais, o montante de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), a ser


dividido entre as UCs diretamente afetadas, conforme proposta a ser
apresentada pelo órgão gestor, e desde que seja efetuado o registro destas
unidades de conservação junto ao Cadastro Nacional de Unidades de
Conservação (CNUC/MMA);

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MÓDULO 2
CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

b) UCs estaduais, o montante de R$ 7.000.000,00 (sete milhões de reais), a ser


dividido entre as UCs diretamente afetadas e aquelas elegíveis, conforme
proposta a ser apresentada pelo órgão gestor;

c) UCs federais, o montante de R$ 10.571.250,00 (dez milhões, quinhentos


e setenta um mil, duzentos e cinquenta reais), a ser divido entre as UCs
elegíveis, conforme proposta a ser apresentada pelo órgão gestor;

d) Montante correspondente a 30% do valor total, perfazendo R$7.616.250,00


(sete milhões, seiscentos e dezesseis mil, duzentos e cinquenta reais), a ser
aplicado na ação de regularização fundiária, conforme demanda justificada
do ICMBio em UCs federais elegíveis ou não, pelo critério de volume
excepcional de recursos.

Exemplo 2

Para outro empreendimento com o valor da compensação ambiental definido em


R$11.245.722,28 (onze milhões, duzentos e quarenta e cinco mil, setecentos e vinte e dois
reais e vinte e oito centavos), durante a reunião do CCAF, ficou definida a seguinte divisão
do recurso:

a) UCs municipais, o montante de R$200.000,00 (duzentos mil reais) a ser


dividido entre as UCs diretamente afetadas, conforme proposta a ser
apresentada pelos Órgãos Gestores, e desde que seja efetuado o cadastrado
destas unidades junto ao CNUC/MMA;

b) UCs estaduais, o montante de R$2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos


mil reais), para divisão entre a UC diretamente afetada e aquelas elegíveis,
conforme proposta a ser apresentada pelo órgão gestor;

d) UCs federais, o montante de R$7.300.000,00 (sete milhões e trezentos mil


reais), a ser dividido entre a UC diretamente afetada e aquelas elegíveis
conforme proposta a ser apresentada pelo órgão gestor; e

e) Valor correspondente à diferença que ultrapassou R$10 milhões de reais


(neste caso, não se usou o valor correspondente a 30%, já que trata-se de um
montante inferior a R$ 13 milhões, mas apenas a diferença que ultrapassou
os R$ 10 milhões) para aplicação conforme demanda justificada do ICMBio
nas UCs federais elegíveis ou não pelo critério de volume excepcional de
recursos.

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MÓDULO 2
CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

Após estabelecido o escopo espacial de quais unidades poderão ser beneficiadas, será
realizado o ranqueamento – a partir de outros critérios técnicos definidos pelo CCAF.

As unidades de conservação serão classificadas conforme a relação fitofisionomia afetada


pelo empreendimento x protegido pelas UCs, pela distância da UC ao empreendimento,
pelo tamanho da UC e quanto à integração da UC ao mosaico e/ou reconhecimento
internacional (Patrimônio da Humanidade, Sítio Ramsar, Reserva da Biosfera).

A classificação é orientadora, mas não vinculante, ou seja, ela servirá de base para o
Comitê embasar a divisão dos recursos da compensão ambiental, sem, entretanto, obrigá-
la a seguir aquela ordem.

Importante

Havendo demanda do órgão gestor federal, estadual ou municipal, pode-


se também destinar parte dos recursos da compensação para a criação
de uma nova unidade de conservação na região do empreendimento.

O CCAF não determina a criação de UCs, mas se houver demanda de


órgão gestor em qualquer esfera administrativa, haverá destinação de
recursos para a ação.

Manifestação do empreendedor, de Órgãos Gestores de


unidades de conservação e da equipe técnica responsável
pelo licenciamento ambiental do empreendimento
Como já pontuado em trechos anteriores deste curso, a Lei nº 9.985/2000 estabelece
que o empreendedor, por meio do Plano de Compensação Ambiental apresentado com os
estudos ambientais e no PBA, pode fazer sugestões quanto às unidades de conservação a
serem beneficiadas – podendo, inclusive, propor a criação de novas UCs.

Essa manifestação será considerada pelo CCAF no momento em que as unidades forem
ranqueadas – desde que constem entre aquelas que foram consideradas afetadas ou
elegíveis, conforme os critérios elencados nas últimas páginas. Já as propostas de criação
serão consideradas se houver interesse de algum órgão gestor na criação dos espaços
protegidos

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MÓDULO 2
CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

A Resolução do Conama nº 371/2006, por sua vez, estabelece no seu Art. 10 (parágrafo
1º) que “é assegurado a qualquer interessado o direito de apresentar por escrito, durante
o procedimento de licenciamento ambiental, sugestões justificadas de unidades de
conservação a serem beneficiadas ou criadas”.

Em função dessa Resolução, os gestores das unidades de conservação, além dos conselhos
gestores das unidades de conservação, também poderão ser ouvidos no processo, caso
apresentem suas demandas. Da mesma forma, a equipe de licenciamento de Ibama,
ao verificar necessidades específicas durante as visitas a campo, poderão apresentar
sugestões.

Importante

O parágrafo 2º do Art. 10, no entanto, esclarece que “as sugestões


apresentadas pelo empreendedor ou por qualquer interessado não
vinculam o órgão ambiental licenciador”.

Todas as ações previstas a partir da compensação ambiental devem sempre ser


estruturantes da unidade conservação. Não há previsão, por exemplo, de uso desses
recursos para ações fora dos limites da UC ou de sua zona de amortecimento ou mesmo
para o custeio da unidade.

Segundo o Art. 33 do Decreto nº 4340/2002, a aplicação dos recursos da compensação


ambiental, nas UCs existentes ou a serem criadas, deve obedecer à seguinte ordem de
prioridade.

I - regularização fundiária e demarcação das terras.

II - elaboração, revisão ou implantação de plano de manejo.

III - aquisição de bens e serviços necessários à implantação, gestão,


monitoramento e proteção da unidade, compreendendo sua área de
amortecimento.

IV - desenvolvimento de estudos necessários à criação de nova unidade de


conservação.

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MÓDULO 2
CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

V - desenvolvimento de pesquisas necessárias para o manejo da unidade de


conservação e área de amortecimento.

Os critérios anteriores tratam das unidades de uso e domínio público. Já o parágrafo único
do mesmo artigo coloca que quando a posse e o domínio não forem do Poder Público,
os recursos da compensação somente poderão ser aplicados para custear as seguintes
atividades.

I - elaboração do Plano de Manejo ou nas atividades de proteção da unidade.

II - realização das pesquisas necessárias para o manejo da unidade, sendo


vedada a aquisição de bens e equipamentos permanentes.

III - implantação de programas de educação ambiental.

IV - financiamento de estudos de viabilidade econômica para uso sustentável


dos recursos naturais da unidade afetada.

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MÓDULO 2
CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

Definição das ações para execução dos recursos da


compensação ambiental
Uma vez que o Decreto deixa clara a ordem é de prioridade, a aplicação de recursos nos
itens subsequentes só pode ocorrer quando os anteriores já tiverem sido concluídos ou
mediante justificativa do órgão gestor.

Apesar de a definição ser feita pelo Comitê de Compensação Ambiental Federal, os gestores
podem sugerir as ações que melhor se adequam às necessidades das UCs, desde que a
ordem estabelecida no Decreto 4340 seja respeitada.

Nos casos em que são indicadas ações que não estão de acordo com a sequência de
prioridades, um dos principais instrumentos utilizados pelo CCAF é o Cadastro Nacional de
Unidades de Conservação (CNUC ). Através desse banco de dados, mantido pelo Ministério
do Meio Ambiente, o Comitê tem acesso às informações da UC em questão e consegue
verificar se determinados itens já foram cumpridos, tornando pertinentes pedidos de
prioridade reduzida.

EXEMPLO

Ao ser consultado, o órgão gestor de uma Unidade de Conservação beneficiada


apresentou proposta de aplicação do recurso da compensação ambiental de
determinado empreendimento prevendo a aquisição de bens e serviços voltados
à implantação, gestão, monitoramento e proteção da unidade, compreendendo
sua área de amortecimento. Na proposta, entretanto, não foram apresentadas
informações quanto à situação fundiária da UC – e demarcação de terras – nem
informado se a unidade já possui plano de manejo.

Em consulta ao CNUC, é possível verificar os dados da UC quanto a estes dois


itens, situação fundiária e plano de manejo.

No caso da situação fundiária, se a UC é regularizada e ou já possuir plano de


manejo, o CCAF poderá deliberar favoravelmente pela proposta do Órgão Gestor.
No entanto, se por acaso não houver informações sobre essas ações prioritárias, o
gestor da UC beneficiada será interpelado para apresentar as devidas justificativas
ou uma nova proposta, que deverá observar a ordem de prioridade estabelecida
pelo artigo 33.

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MÓDULO 2
CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

Celebração de termo de compromisso para


cumprimento da compensação ambiental
Uma vez definidas as unidades de conservação a serem beneficiadas, o montante que
será repassado para cada unidade e as ações que serão implementadas, a Divisão de
Compensação Ambiental do Ibama comunica ao empreendedor e ao órgão gestor das UCs
beneficiadas para que seja firmado o termo de compromisso.

Isso ocorre depois de assinada a ata de reunião do CCAF em que essas questões foram
definidas.

Importante

O Ibama tem a responsabilidade de acompanhar, por meio de relatórios


de execução emitidos pelo órgão gestor, a implementação das ações
junto as UCs beneficiadas. O órgão licenciador, no entanto, não tem
participação na assinatura do termo de compromisso para execução
da compensação ambiental.

Outro detalhe importante é que os termos de compromisso devem prever


mecanismo de atualização monetária dos valores da compensação
ambiental, atendendo ao § 3º, artigo 5º da Resolução CONAMA n.º
371/2006. A atualização deve ocorrer desde o momento da definição
do valor da compensação ambiental até o efetivo desembolso do
recurso devido.

Celebração de termo de compromisso para cumprimento da compensação


ambiental
Em caso de os recursos da compensação ambiental serem destinados para unidades
de conservação com diferentes gestores, deverão ser firmados diferentes termos de
compromisso: um para cada órgão gestor.

Isso ocorre quando além de UCs federais, que são geridas pelo ICMBio, uma parte dos
recursos da compensação ambiental contempla unidades estaduais ou municipais, que
têm seus respectivos órgãos gestores.

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MÓDULO 2
CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

Anexo ao termo de compromisso, também deve ser apresentado um plano de trabalho


que detalha todo o cronograma físico-financeiro das ações a serem desenvolvidas – em
conformidade ao previamente aprovado pelo Comitê.

Mesmo depois de firmado o termo de compromisso, é possível retificá-lo para, por exemplo,
retirar o recurso de determinada unidade de conservação – desde que não diretamente
afetada –, e destiná-lo a outra UC que também seja elegível. Pode ocorrer também a
alteração das ações que foram previstas para receber os recursos da compensação
ambiental.

Para isso, o órgão gestor da unidade em questão precisa, com as devidas justificativas,
solicitar a alteração ao Comitê. Essas mudanças são comuns, por exemplo, quando as
ações originalmente previstas acabam sendo implementadas por meio de outros recursos.

Importante

Em situações em que seja verificada a ausência de manifestação do


órgão gestor quanto à execução da compensação ambiental, o CCAF
poderá redestinar aqueles recursos para outra unidade de conservação.

Para as UCs que se enquadram na obrigatoriedade legal de recebimento,


ou seja, aquelas diretamente afetadas pelo empreendimento, poderá
ocorrer a redução dos recursos a elas destinadas.

Importante

No dia 29 de maio de 2018, foi publicado no Diário Ofícial da União, a Lei


que cria o fundo de compensação ambiental, clique aqui para acessar
seu conteúdo.

21
MÓDULO 2
CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

ISSN 1677-7042

Ano CLV N o- 102


Brasília - DF, terça-feira, 29 de maio de 2018

§ 2º O depósito integral do valor fixado pelo órgão licenciador IV - apoio em ações de conservação, manejo e pesquisa de
Sumário desonera o empreendedor das obrigações relacionadas à espécies ameaçadas ou que possuam Plano de Ação Nacional, em
compensação ambiental. caráter auxiliar;
PÁGINA § 3º A instituição financeira oficial de que trata o caput deste V - apoio a projetos de preservação, uso sustentável, proteção e apoio
Atos do Poder Legislativo ................................................................... 1 artigo fica autorizada a promover as desapropriações dos imóveis operacional à gestão das unidades de conservação, em caráter auxiliar;
Atos do Senado Federal....................................................................... 1 privados indicados pelo Instituto Chico Mendes que estejam VI - apoio à identificação, à demarcação e à consolidação
Atos do Poder Executivo..................................................................... 3 inseridos na unidade de conservação destinatária dos recursos de territorial de unidades de conservação; e
compensação ambiental.
Presidência da República ..................................................................... 3 VII - apoio a ações de uso sustentável, monitoramento, manejo
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ....................... 7 § 4º O regulamento e o regimento interno do fundo observarão e pesquisa de espécies nativas de interesse econômico, em caráter
Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações ..... 12 os critérios, as políticas e as diretrizes definidas em ato do Instituto auxiliar." (NR)
Chico Mendes.
Ministério da Cultura ......................................................................... 15 Art. 3º O art. 36 da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, passa
Ministério da Defesa.......................................................................... 18 § 5º A autorização prevista no caput deste artigo estende-se aos a vigorar acrescido do seguinte § 4º:
Ministério da Educação ..................................................................... 18 órgãos executores do Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza." "Art. 36. ...................................................................................
Ministério da Fazenda........................................................................ 22 ..........................................................................................................
Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços ................... 30 "Art. 14-B. Os valores devidos a título de compensação § 4º A obrigação de que trata o caput deste artigo poderá, em
Ministério da Integração Nacional .................................................... 32 ambiental, nos termos do art. 36 da Lei nº 9.985, de 18 de julho de virtude do interesse público, ser cumprida em unidades de
Ministério da Justiça .......................................................................... 33 2000, serão atualizados pelo Índice Nacional de Preços ao conservação de posse e domínio públicos do grupo de Uso
Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) a partir da data de fixação da Sustentável, especialmente as localizadas na Amazônia Legal." (NR)
Ministério da Saúde ........................................................................... 40 compensação ambiental pelo órgão licenciador."
Ministério das Cidades....................................................................... 42 Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Ministério de Minas e Energia.......................................................... 42 "Art. 14-C. Poderão ser concedidos serviços, áreas ou
instalações de unidades de conservação federais para a exploração Brasília, 28 de maio de 2018; 197o da Independência e 130o da
Ministério do Desenvolvimento Social ............................................. 48 de atividades de visitação voltadas à educação ambiental, à República.
Ministério do Meio Ambiente ........................................................... 49 preservação e conservação do meio ambiente, ao turismo ecológico,
Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão ................ 50 à interpretação ambiental e à recreação em contato com a natureza, MICHEL TEMER
Ministério do Trabalho .................................................................... 146 precedidos ou não da execução de obras de infraestrutura, mediante Claudenir Brito Pereira
procedimento licitatório regido pela Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro Edson Gonçalves Duarte
Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil ...................... 151
de 1995.
Ministério Extraordinário da Segurança Pública ............................ 152
Ministério Público da União ........................................................... 154 § 1º O edital da licitação poderá prever o custeio pelo Atos do Senado Federal
Poder Judiciário................................................................................ 156 contratado de ações e serviços de apoio à conservação, à proteção e
à gestão da unidade de conservação, além do fornecimento de Faço saber que o Senado Federal aprovou, e eu, Eunício
Entidades de Fiscalização do Exercício das Profissões Liberais .. 187 número predefinido de gratuidades ao Instituto Chico Mendes e de Oliveira, Presidente, nos termos do art. 48, inciso XXVIII, do
encargos acessórios, desde que os custos decorrentes dos encargos Regimento Interno, promulgo a seguinte
previstos no edital sejam considerados nos estudos elaborados para
Atos do Poder Legislativo aferir a viabilidade econômica do modelo de uso público R E S O L U Ç Ã O
pretendido. Nº 7, DE 2018
LEI Nº 13.668, DE 28 DE MAIO DE 2018 § 2º As gratuidades definidas em edital deverão ser utilizadas
Institui, no âmbito do Senado Federal, a
com o objetivo de promover a universalização do acesso às unidades Comenda de Incentivo à Cultura Luís da
Altera as Leis nos 11.516, de 28 de agosto de de conservação, incentivar a educação ambiental e integrar as
2007, 7.957, de 20 de dezembro de 1989, e Câmara Cascudo.
populações locais à unidade de conservação.
9.985, de 18 de julho de 2000, para dispor
sobre a destinação e a aplicação dos recursos § 3º Será dispensado o chamamento público para celebração O Senado Federal resolve:
de compensação ambiental e sobre a de parcerias, nos termos da Lei nº 13.019, de 31 de julho de 2014, Art. 1º É instituída a Comenda de Incentivo à Cultura Luís da
contratação de pessoal por tempo com associações representativas das populações tradicionais Câmara Cascudo, destinada a agraciar personalidades, instituições e
determinado pelo Instituto Brasileiro do beneficiárias de unidades de conservação para a exploração de grupos que tenham oferecido contribuição relevante ao registro e ao
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais atividades relacionadas ao uso público, cujos recursos auferidos fortalecimento da cultura, do folclore e dos saberes tradicionais no Brasil.
Renováveis (Ibama) e pelo Instituto Chico terão sua repartição definida no instrumento de parceria. Art. 2º A Comenda será conferida anualmente a 5 (cinco)
Mendes de Conservação da Biodiversidade personalidades, instituições ou grupos, durante sessão do Senado
(Instituto Chico Mendes). § 4º O ato autorizativo exarado pelo órgão gestor da unidade Federal especialmente convocada para esse fim.
de conservação para a instalação e operação das atividades de que Art. 3º A indicação dos candidatos à Comenda poderá ser feita
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA trata o caput deste artigo dispensa, com a anuência do Ibama, por qualquer Senador ou Senadora e deverá ser encaminhada à Mesa do
outras licenças e autorizações relacionadas ao controle ambiental a Senado Federal acompanhada de justificativa e de curriculum.
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a Art. 4º Para proceder à apreciação das indicações e à
seguinte Lei: cargo de outros órgãos integrantes do Sistema Nacional de Meio
Ambiente (Sisnama), exceto quando os impactos ambientais escolha dos agraciados, será constituído o Conselho da Comenda de
decorrentes dessas atividades forem considerados significativos ou Incentivo à Cultura Luís da Câmara Cascudo, composto por 1 (um)
Art. 1º A Lei nº 11.516, de 28 de agosto de 2007, passa a vigorar representante de cada um dos partidos políticos com assento no
acrescida dos seguintes arts. 14-A, 14-B e 14-C: ultrapassarem os limites territoriais da zona de amortecimento."
Senado Federal.
Art. 2º O art. 12 da Lei nº 7.957, de 20 de dezembro de 1989, § 1º A composição do Conselho a que se refere o caput será
"Art. 14-A. Fica o Instituto Chico Mendes autorizado a passa a vigorar com as seguintes alterações: renovada a cada 2 (dois) anos, entre os meses de fevereiro e março da
selecionar instituição financeira oficial, dispensada a licitação, para primeira sessão legislativa ordinária e da terceira sessão legislativa
criar e administrar fundo privado a ser integralizado com recursos "Art. 12. O Ibama e o Instituto Chico Mendes de Conservação ordinária de cada legislatura, permitida a recondução de seus membros.
oriundos da compensação ambiental de que trata o art. 36 da Lei nº da Biodiversidade (Instituto Chico Mendes) ficam autorizados a § 2º O Conselho definirá, a cada ano, o período de
9.985, de 18 de julho de 2000, destinados às unidades de contratar pessoal por tempo determinado, não superior a 2 (dois) acolhimento das indicações e a data de premiação dos
conservação instituídas pela União. anos, admitida a prorrogação dos contratos por até 1 (um) ano, agraciados.
vedada a recontratação pelo período de 2 (dois) anos, para atender Art. 5º Uma vez escolhidos os agraciados, seus nomes
§ 1º A instituição financeira oficial de que trata o caput deste os seguintes casos: serão amplamente divulgados pelos meios de comunicação do
artigo será responsável pela execução, direta ou indireta, e pela Senado Federal e em sessão plenária.
I - prevenção, controle e combate de incêndios florestais; Art. 6º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
gestão centralizada dos recursos de compensação ambiental
.........................................................................................................
destinados às unidades de conservação instituídas pela União e Senado Federal, em 28 de maio de 2018
poderá, para a execução indireta, firmar contrato com instituições III - controle e combate de fontes poluidoras imprevistas e que possam Senador EUNÍCIO OLIVEIRA
financeiras oficiais regionais. afetar a vida humana, a qualidade do ar e da água, a flora e a fauna; Presidente do Senado Federal
Este documento pode ser verificado no endereço eletrônico http://www.in.gov.br/autenticidade.html, Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001, que institui a
pelo código 05152018052900001 Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.

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MÓDULO 2
CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

Observe que agora há a possibilidade de depósito da compensação ambiental em fundo


privado a ser criado e administrado pelo ICMBio. E que uma vez depositado o recurso,
a obrigação do empreendedor quanto a obrigação da compensação ambiental está
encerrada. (Art. 1º § 2º)

Acompanhamento do cumprimento da Compensação Ambiental


Conforme definido por meio da Lei 13.668/2018, uma vez depositado o recurso, a
condicionante poderá ser entendido como cumprida, em caso de execução direta somente
após a execução efetiva do recurso. Isso ocorre por meio de relatórios periódicos que
são encaminhados pelos gestores das unidades de conservação beneficiadas e pelos
empreendedores.

Quando dar como cumprida a condicionante da


licença ambiental relativa à compensação ambiental
Para o encerramento do processo de compensação ambiental, o órgão gestor da unidade
de conservação beneficiada, após a implementação das ações previstas, deve apresentar
atesto de cumprimento das obrigações.

Feita a análise e não havendo dúvidas, o CCAF sinaliza para a equipe responsável pelo
licenciamento que o cumprimento da obrigação foi finalizado.

Em processos de licenciamento onde haja mais de um órgão gestor contemplados


com os recursos da compensação, é necessário que todos eles se manifestem
atestando o cumprimento das obrigações.

Vamos conferir as sugestões de redação das condicionantes referentes à licença prévia


ambiental.

Para cumprimento das obrigações previstas no art. 36 da Lei 9.985/2000, é preciso


apresentar o Valor de Referência – VR do empreendimento, com a relação, em separado,
dos valores dos investimentos, dos projetos e programas para mitigação de impactos e
dos valores relativos às garantias e os custos com apólices e prêmios de seguros pessoais
e reais, observando os §§1º e 2º do art. 3º da Resolução Conama nº 371/2006.

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MÓDULO 2
CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

Caso a licença de instalação seja solicitada por trechos, o VR poderá ser informado com
base nos investimentos que causam impactos ambientais relativos ao trecho solicitado.

O Grau de Impacto fica estabelecido em 0,X%.

Condicionar a LI a:

Cumprir as obrigações relativas à Compensação Ambiental, previstas no art.


36 da Lei 9.985/2000, a partir da deliberação do Comitê de Compensação
Ambiental Federal. O Grau de Impacto do empreendimento é de 0,X%, e o
valor da Compensação Ambiental foi estipulado em R$ x reais.

Passivo - emissão de LO, ou processos com LO vigente (não é necessário


aguardar a renovação da LO para efetuar o cálculo e cobrança)

Cumprir as obrigações relativas à Compensação Ambiental, previstas no art.


36 da Lei 9.985/2000, a partir da deliberação do Comitê de Compensação
Ambiental Federal. O Grau de Impacto do empreendimento é de 0,X%, e
o valor da Compensação Ambiental foi estipulado em R$ xxxxxxxxxxxxx
reais.

A partir de agora, você terá acesso a um resumo de todo o procedimento relativo à


Compensação Ambiental Federal relacionado às fases do licenciamento.

Elaboração do TR
Previsão na IN 08/2011

1. Solicitar no TR a elaboração de Plano de Compensação Ambiental (sugestão de tópicos


do TR poderá ser elaborado em conjunto com ICMBio), conforme IN 08/2011.

Plano de Compensação Ambiental: plano elaborado pelo empreendedor no âmbito do EIA/


RIMA, contendo os dados necessários para o cálculo do GI conforme Anexo do Decreto
nº 6.848, de 14 de maio de 2009, e a proposta das unidades de conservação a serem
beneficiadas pelos recursos da Compensação Ambiental.

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MÓDULO 2
CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

Art. 5º Constará do Termo de Referência – TR a exigência de apresentação, por ocasião


do EIA/RIMA, do Plano de Compensação Ambiental, do qual deverão constar, no mínimo:

I – informações necessárias para o cálculo do Grau de Impacto, de acordo com as


especificações constantes do Decreto 4.340, de 22 de agosto de 2002; e

II – indicação da proposta de Unidades de Conservação a serem beneficiadas com os


recursos da Compensação Ambiental, podendo incluir proposta de criação de novas
Unidades de Conservação, considerando o previsto no art. 33 do Decreto nº 4.340/2002,
nos artigos 9º e 10º da Resolução Conama nº 371/06 e as diretrizes e prioridades
estabelecidas pela Câmara Federal de Compensação Ambiental.

Emissão ou renovação de Licença Prévia


Previsão IN 08/2011

1. Calcular o GI, conforme metodologia anexa ao Decreto 4.340/2002 (alterado pelo Decreto
6.848/2009).

2. Avaliar a proposta do EIA para aplicação dos recursos da compensação ambiental e


demais manifestações constantes no processo (ofícios, audiências, etc.).

3. Caso os dados presentes no EIA não sejam suficientes para o cálculo do GI e para a
avaliação da proposta de UCs a serem beneficiadas, enviar ofício solicitando os dados ao
empreendedor, com prazo.

4. Fazer constar no Parecer final sobre a emissão/renovação da LP, o cálculo do GI e a


avaliação da proposta de UCs a serem beneficiadas.

5. Condicionar a LP à:

Para cumprimento das obrigações previstas no art. 36 da Lei 9.985/2000, apresentar o


Valor de Referência – VR do empreendimento, com a relação, em separado, dos valores
dos investimentos, dos projetos e programas para mitigação de impactos e dos valores
relativos às garantias e os custos com apólices e prêmios de seguros pessoais e reais,
observando os §§1º e 2º do art. 3º da Resolução CONAMA nº 371/2006. Caso a licença
de instalação seja solicitada por trechos, o VR poderá ser informado com base nos
investimentos que causam impactos ambientais relativos ao trecho solicitado. O Grau de
Impacto fica estabelecido em 0,X%.

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MÓDULO 2
CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

Lembre-se que as informações do VR devem ser apresentadas na forma da tabela


prevista na Norma de Execução nº 1 de 08 de Dezembro de 2017.

Boletim de Serviço Especial Nº 12 B de 11/12/2017


4

II – assegurar o cumprimento das normas relativas à publicação de dados abertos, de forma


eficiente e adequada;
III – monitorar a implementação dos Planos de Dados Abertos, e
IV – apresentar relatórios periódicos sobre o cumprimento do PDA, com recomendação sobre
medidas indispensáveis à implementação e ao aperfeiçoamento da Política de Dados Abertos.
Art. 6º A Secretaria executiva do GT será exercida pela Coordenação da Ouvidoria, cujas
responsabilidades são:
I - agendar reuniões;
II - elaborar e disponibilizar as atas das reuniões;
III - apoiar na elaboração dos relatórios parciais e final;
IV- criar e acompanhar a Wiki do GT.
Art. 7º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

SUELY ARAÚJO
Presidente do Ibama

DIRETORIA DE LICENCIAMENTO
AMBIENTAL
Norma de Execução Nº 1 de 08 de Dezembro de
2017
Regulamenta, no âmbito dos processos de licenciamento ambiental federal, os procedimentos
para uso da metodologia de cálculo do grau de impacto e de apresentação e validação do Valor
de Referência para efeito do cálculo da Compensação Ambiental conforme disposto nos De-
cretos n. º 4.340, de 22 de agosto de 2002, com as alterações do Decreto n.º 6.848, de 14 de
maio de 2009.

A DIRETORA DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL DO INSTITUTO BRASILEIRO DO


MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS (IBAMA), no uso de
suas atribuições que lhe confere o art. 23, do Anexo I, da Estrutura Regimental aprovada pelo
Decreto nº 8.973, de 24 de janeiro de 2017, que aprovou a Estrutura Regimental do Ibama, o
Regimento Interno aprovado pela Portaria GM/MMA n.º 14, de 29 de junho 2017;
Considerando que o art. 36 da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, determina que, nos casos
de licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo impacto ambiental, assim
considerado pelo órgão ambiental competente, com fundamento em estudo de impacto ambi-
ental e respectivo relatório - EIA/RIMA, o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e
manutenção de unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral;
Considerando que os artigos 31 e 32 do Decreto n.º 4.340, de 22 de agosto de 2002, com as
alterações trazidas pelo Decreto n.º 6.848, de 14 de maio de 2009, estabelecem o procedimento
de cálculo do valor da compensação ambiental;

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MÓDULO 2
CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

Boletim de Serviço Especial Nº 12 B de 11/12/2017


5

Considerando que os artigos 2º e 3º da Resolução Conama n.º 371, de 05 de abril de 2006,


estabelecem diretrizes para cálculo, cobrança, aplicação, aprovação e controle de gastos de re-
cursos financeiros advindos da compensação ambiental;
Considerando que a Instrução Normativa Ibama n.º 08, de 14 de julho de 2011, regulamenta no
âmbito do Ibama o procedimento da Compensação Ambiental;
Considerando a necessidade de se estabelecer orientações para aplicação da metodologia de
cálculo do grau de impacto;
Considerando a necessidade da DILIC requerer ao empreendedor a indicação do Valor de Re-
ferência (VR) para efeito do cálculo da compensação ambiental federal, com a relação em se-
parado dos valores dos investimentos, dos valores dos projetos e programas para mitigação de
impactos e dos valores relativos às garantias e os custos com apólices e prêmios de seguros
pessoais e reais;
Considerando o Acórdão n. º 1853/2013 – TCU – Plenário que recomenda ao Ibama a adoção
de procedimentos regulares e sistematizados para validação do valor de referência declarado
pelo empreendedor, resolve:

Nº01, de 08.12.2017-Art.1º Estabelecer, no âmbito dos processos de licenciamento ambiental


federal, orientações para aplicação da metodologia de cálculo do Grau de Impacto sobre os
Ecossistemas (GI), bem como critérios para apresentação e validação do Valor de Referência
(VR) entregues pelos empreendedores para cálculo da compensação ambiental federal.

CAPÍTULO I
DOS TERMOS, CONCEITOS E DEFINIÇÕES

Art. 2º Para efeito desta norma são adotadas as seguintes definições:


a) Custos Diretos: resultado da soma de todos os custos dos serviços necessários para a execu-
ção física da obra, obtidos pelo produto das quantidades de insumos empregados nos serviços,
associados às respectivas unidades e coeficientes de consumo, pelos seus correspondentes pre-
ços de mercado;
b) Custos Indiretos: envolvem os custos da logística, da infraestrutura e da gestão necessária
para a realização da obra. Corresponde à soma dos custos dos serviços auxiliares e de apoio à
obra, para possibilitar a sua execução;
c) Custos e encargos sobre o financiamento: correspondem às taxas de juros, tributos, tarifas,
gravames, Imposto sobre Operação Financeira (IOF), registros, seguros e demais despesas do
contrato de financiamento, de acordo com o Conselho Monetário Nacional (CMN);
d) Despesas de Capital: despesas realizadas com o propósito de formar e/ou adquirir ativos
reais;
e) Despesas Operacionais: custos necessários para a operação do empreendimento;
f) Encargos de Financiamento: juros, taxas e comissões pagos ou a pagar, decorrentes de fi-
nanciamentos com instituição financeira pública e privadas, quando for o caso;
g) Investimentos: despesas de capital destinadas ao planejamento e à execução de obras públi-
cas, à realização de programas especiais de trabalho e à aquisição de instalações, equipamento
e material permanente;
h) Orçamento Discriminado ou Detalhado: orçamento do empreendimento que é elaborado com
composições de custos e extensa pesquisa de preços dos insumos. Depende da existência de

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MÓDULO 2
CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

Boletim de Serviço Especial Nº 12 B de 11/12/2017


6

projetos suficientemente detalhados e especificações em nível satisfatório para o levantamento


preciso de quantitativos e para o entendimento da logística de apoio necessária à produção;
i) Recurso ambiental: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários,
o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora;
j) Valor de Referência (VR): somatório dos investimentos necessários para implantação do em-
preendimento, não incluídos os investimentos referentes aos planos, projetos e programas exi-
gidos no procedimento de licenciamento ambiental para mitigação de impactos causados pelo
empreendimento, bem como os encargos e custos incidentes sobre o financiamento do empre-
endimento, inclusive os relativos às garantias, e os custos com apólices e prêmios de seguros
pessoais e reais.

CAPÍTULO II
CÁLCULO DO GRAU DE IMPACTO SOBRE OS ECOSSISTEMAS – GI

Art. 3º Ficam instituídas orientações para o cálculo do Grau de Impacto sobre os Ecossistemas
conforme metodologia de cálculo estabelecida pelo Anexo ao Decreto n. º 6.848, de 14 de maio
de 2009.
Parágrafo Único. Caberá às equipes técnicas responsáveis pelos processos de licenciamento
ambiental federal proceder o cálculo do GI que deverá constar da Licença Prévia (LP) emitida
para empreendimento de significativo impacto ambiental.
Art. 4º O GI será calculado por meio da seguinte fórmula:
GI = ISB + CAP + IUC, onde:
ISB = Impacto sobre a Biodiversidade;
CAP = Comprometimento de Área Prioritária; e
IUC = Influência em Unidades de Conservação.
§ 1º O GI terá seu valor variando entre 0,00 (zero vírgula zero por cento) e 0,50% (zero vírgula
cinquenta por cento), sendo consideradas duas casas decimais após a vírgula.
§ 2º O GI será calculado com base no Plano de Compensação Ambiental constante nos estudos
ambientais realizados no âmbito do processo de licenciamento ambiental.
§ 3º Quando o valor do GI for superior à 0,50% (zero vírgula cinquenta por cento) este deverá
ser reduzido para o valor máximo permitido.
Art. 5º O Impacto sobre a Biodiversidade (ISB) será calculado por meio da seguinte fórmula:
ISB = IM x IB x (IA + IT) / 140, onde:
IM = Índice de Magnitude;
IB = Índice de Biodiversidade;
IA = Índice de Abrangência; e
IT = Índice de Temporalidade.
§ 1º O ISB tem o objetivo de contabilizar os impactos diretos do empreendimento sobre a bio-
diversidade, inclusive os impactos sobre a área de influência.
§ 2º O ISB terá seu valor variando entre 0,00 (zero vírgula zero por cento) e 0,25% (zero vírgula
vinte e cinco por cento), sendo consideradas duas casas decimais após a vírgula.
§ 3º Quando o valor do ISB for superior à 0,25% (zero vírgula vinte e cinco por cento) este
deverá ser reduzido para o valor máximo permitido.
Art. 6º O Índice de Magnitude (IM) varia de 0 a 3, avaliando a magnitude dos impactos ambi-
entais existentes, relevantes e concomitantemente significativos e negativos sobre os diversos
aspectos ambientais associados ao empreendimento, analisados de forma integrada.

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MÓDULO 2
CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

Boletim de Serviço Especial Nº 12 B de 11/12/2017


7

Valor Atributo
0 ausência de impacto ambiental significativo negativo.
Pequena magnitude do impacto ambiental negativo em relação ao comprometimento dos recursos ambi-
1
entais.
Média magnitude do impacto ambiental negativo em relação ao comprometimento dos recursos ambien-
2
tais.
3 Alta magnitude do impacto ambiental negativo.

§ 1º Caso necessário, a escala e os valores de magnitude do impacto utilizados no estudo ambi-


ental deverão ser ajustados respectivamente para os valores definidos na tabela conforme os
atributos para a magnitude do impacto.
§ 2º Havendo impacto negativo sobre os meios biótico ou físico com alta magnitude, seja qual
for a fase (implantação, operação, descomissionamento, etc.) ou atividade, o índice de magni-
tude receberá a valoração IM = 3 e assim, sucessivamente para média ou baixa magnitude.
§ 3º Deverão ser integrados à análise e valoração do IM a magnitude dos impactos significativos
e negativos que ocorrerão nas diferentes fases do empreendimento e nos diferentes meios.
§ 4º Não deverão ser utilizados métodos estatísticos no cálculo do IM.
§ 5º Na análise do IM deverão ser considerados os impactos das estruturas de apoio.
Art. 7º O Índice de Biodiversidade (IB) varia de 0 a 3, avaliando o estado da biodiversidade
previamente à implantação do empreendimento.

Valor Atributo
0 Biodiversidade se encontra muito comprometida
1 Biodiversidade se encontra medianamente comprometida
2 Biodiversidade se encontra pouco comprometida
3 área de trânsito ou reprodução de espécies consideradas endêmicas ou ameaçadas de extinção

§ 1º O IB busca caracterizar os ecossistemas a serem afetados em termos qualitativos, devendo


ser considerada a biodiversidade antes da implantação do empreendimento.
§ 2º Deverá ser considerado o grau de antropização e/ou a falta de vegetação nativa na área
impactada ou ao longo do traçado de empreendimentos.
§ 3º Havendo no estudo ambiental a identificação ou citação de ocorrência de espécie ameaçada
de extinção e/ou espécie endêmica, listada em listas oficiais, o IB receberá a valoração 3.
§ 4º Caso o estudo ambiental liste determinada espécie, sem, contudo, classificá-la como endê-
mica, mas esta for considerada endêmica pela comunidade científica, poderá ser apresentada
fundamentação técnica correspondente para considerar a valoração de IB = 3.
Art. 8º O Índice de Abrangência (IA) varia de 1 a 4, avaliando a extensão espacial de impactos
negativos sobre os recursos ambientais.

Atributos para empreendimen-


tos marítimos ou localizados con- Atributos para empreendimen-
Atributos para empreendimen-
Valor comitantemente nas faixas ter- tos marítimos (profundidade em
tos terrestres, fluviais e lacustres
restre e marítima da Zona Cos- relação à lâmina d’água)
teira
impactos limitados à área de uma impactos limitados a um raio de Profundidade maior ou igual a 200
1
microbacia 5km metros

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CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

Boletim de Serviço Especial Nº 12 B de 11/12/2017


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impactos que ultrapassem a área de


impactos limitados a um raio de Profundidade inferior a 200 e supe-
2 uma microbacia limitados à área de
10km rior a 100 metros
uma bacia de 3ª ordem
impactos que ultrapassem a área de
impactos limitados a um raio de Profundidade igual ou inferior a
3 uma bacia de 3ª ordem e limitados
50km 100 e superior a 50 metros
à área de uma bacia de 1ª ordem
impactos que ultrapassem a área de impactos que ultrapassem o raio de Profundidade inferior ou igual a 50
4
uma bacia de 1ªª ordem 50km metros

§1º Deverá ser considerada a tipologia do empreendimento para valoração dos atributos.
§2º Para empreendimentos lineares deverão ser considerados os impactos sobre o meio biótico
e/ou o meio físico gerados em local caracterizado como divisor de águas de duas microbacias
localizadas em diferentes bacias hidrográficas, via de regra, estendendo-se a estas diferentes
bacias hidrográficas que contém as microbacias afetadas.
§ 3º Atributos para empreendimentos terrestres, fluviais e lacustres:
a) estão definidos na coluna I da tabela acima;
b) considerar como bacias de 1ª ordem as Regiões Hidrográficas constantes da Resolução do
Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) n. º 32, de 15 de outubro de 2003;
c) considerar como bacias de 3ª ordem as bacias de nível 3 definidas pela Agência Nacional de
Águas (ANA).
§ 4º Atributos para empreendimentos localizados na faixa costeira devem considerar o raio a
partir do local do empreendimento, conforme expresso na 2ª coluna da tabela;
§ 5º Atributos para empreendimentos marítimos devem considerar a medida de profundidade
em relação à lâmina d’água, conforme expresso na 3ª coluna da tabela.
Art. 9º O Índice de Temporalidade (IT) varia de 1 a 4 e se refere à resiliência do ambiente ou
bioma em que se insere o empreendimento, avaliando a persistência dos impactos negativos do
empreendimento.

Valor Atributo
1 Imediata: até 5 anos após a instalação do empreendimento;
2 Curta: superior a 5 e até 15 anos após a instalação do empreendimento;
3 Média: superior a 15 e até 30 anos após a instalação do empreendimento;
4 Longa: superior a 30 anos após a instalação do empreendimento.

§ 1º A temporalidade do impacto deverá ser considerada após o início da fase de instalação do


empreendimento ou da atividade, englobando as fases de instalação, operação e descomissio-
namento do empreendimento ou atividade.
§ 2º O valor do Índice de Temporalidade será IT = 4 quando ocorrer um impacto significativo
e negativo com temporalidade longa, ou seja, superior a 30 anos, e assim sucessivamente para
média, curta ou imediata temporalidade.
§ 3º Ocorrendo impactos significativos e negativos irreversíveis o valor de IT será 4.
§ 4º Poderão ser considerados os impactos significativos e negativos identificados após o en-
cerramento do empreendimento ou atividade, considerando-se a resiliência do ambiente ou bi-
oma.
Art. 10. O Comprometimento de Área Prioritária (CAP) será calculado através da seguinte fór-
mula:
CAP = IM x ICAP x IT / 70, onde:
IM = Índice de Magnitude;

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CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

Boletim de Serviço Especial Nº 12 B de 11/12/2017


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ICAP = Índice de Comprometimento de Área Prioritária; e


IT = Índice de Temporalidade.
§ 1º O CAP terá seu valor variando entre 0,00 (zero vírgula zero por cento) e 0,25% (zero
vírgula vinte e cinco por cento), sendo consideradas duas casas decimais após a vírgula.
a) o resultado da fórmula deverá ser considerado (sem qualquer conta adicional) como sendo o
percentual calculado;
b) quando o valor do CAP for superior à 0,25% (zero vírgula vinte e cinco por cento) este deverá
ser reduzido para o valor máximo permitido.
§ 2º O CAP tem por objetivo contabilizar efeitos do empreendimento sobre a área prioritária
em que se insere.
a) deverá ser observada a relação entre a significância dos impactos frente às áreas prioritárias
afetadas;
b) empreendimentos que tenham impactos insignificantes para a biodiversidade local podem,
no entanto, alterar a dinâmica de processos ecológicos, afetando ou comprometendo as áreas
prioritárias.
Art. 11. O Índice de Comprometimento de Áreas Prioritárias (ICAP) varia de 0 a 3, avaliando
o comprometimento sobre a integridade de fração significativa da área prioritária impactada
pela implantação do empreendimento, conforme mapeamento oficial de áreas prioritárias apro-
vado mediante ato do Ministro de Estado do Meio Ambiente.

Valor Atributo
inexistência de impactos sobre áreas prioritárias ou impactos em áreas prioritárias totalmente sobrepos-
0
tas a unidades de conservação.
1 impactos que afetem áreas de importância biológica alta
2 impactos que afetem áreas de importância biológica muito alta
impactos que afetem áreas de importância biológica extremamente alta ou classificadas como insufici-
3
entemente conhecidas

§ 1º Serão consideradas para cálculo do ICAP as áreas de importância biológica definidas na


Portaria MMA n. º 09, de 23 de janeiro de 2007 ou em norma posterior.
§ 2º Serão considerados os impactos significativos e negativos sobre as áreas de importância
biológica situadas na área de influência dos empreendimentos lineares e não lineares. § 3º Uni-
dade de Conservação localizada na área de influência e não valorada para IUC, cuja área (total
ou parcial) é classificada como área de importância biológica, deverão ser consideradas na va-
loração do ICAP.
§ 4º Para empreendimentos pontuais deverão ser consideradas as áreas de importância biológica
na área de influência, avaliando-se as áreas que apresentem “comprometimento sobre a integri-
dade de fração significativa da área prioritária”, utilizando-se a tabela acima. Assim, se uma
área de importância extremamente alta apresenta fração significativa afetada, o valor do ICAP
será 3, e assim sucessivamente para áreas de importância muito alta e alta.
§ 5º Para empreendimentos lineares:
a) cada área prioritária afetada será considerada como um compartimento homogêneo;
b) não poderão ser somadas três áreas homogêneas com valor de ICAP = 1 para se chegar ao
valor máximo igual a 3;
c) deverá ser medido o tamanho de cada área de importância biológica (em hectares ou quilô-
metros quadrados);

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CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

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d) será calculada a proporcionalidade entre as áreas de importância biológica afetada por em-
preendimentos lineares da seguinte fórmula:
ICAP = [(30 x Pext) + (10 x Pmui) + (1 x Palt)] / [(10 x Pext) + (5 x Pmui) + (1 x Palt)], onde:
Pext – Percentual de área de importância biológica extremamente alta e áreas classificadas
como insuficientemente conhecidas atingida;
Pmui – Percentual de área de importância biológica muito alta atingida;
Palt – Percentual de área de importância biológica alta atingida.
§ 7º Para a obtenção dos percentuais utiliza-se as seguintes fórmulas:
Pext = (Aext x 100) / Atot;
Pmui = (Amui x 100) / Atot;
Palt = (Aalt x 100) / Atot;.
onde:
Aext – Somatório em hectare, km2 etc. das áreas de importância biológica extremamente alta e
das áreas classificadas como insuficientemente conhecidas inseridas na área de influenciado
empreendimento;
Amui – Somatório em hectare, km2 etc. das áreas de importância biológica muito alta inseridas
na área de influência do empreendimento;
Aalt – Somatório em hectare, km2 etc. das áreas de importância biológica alta inseridas na área
de influência do empreendimento;
Atot – Somatório em hectare, km2 etc. de todas as áreas de importância biológica inseridas na
área de influência do empreendimento.
§ 6º Para fins de cálculo do ICAP as informações relativas ao tamanho de cada área de impor-
tância biológica (em hectares ou quilômetros quadrados) situada na área de influência do em-
preendimento deverão ser apresentadas pelo empreendedor junto ao Plano de Compensação
Ambiental.
Art. 12. A Influência em Unidade de Conservação (IUC) será calculada por meio da seguinte
fórmula:
IUC = (∑ G1) + (∑ G2) + (∑ G3) + (∑ G4) + (∑ G5), onde:
G1: parque (nacional, estadual e municipal), reserva biológica, estação ecológica, refúgio de
vida silvestre e monumento natural = 0,15%;
G2: florestas (nacionais e estaduais) e reserva de fauna = 0,10%;
G3: reserva extrativista e reserva de desenvolvimento sustentável = 0,10%;
G4: área de proteção ambiental, área de relevante interesse ecológico e reservas particulares do
patrimônio natural = 0,10%; e
G5: zonas de amortecimento de unidades de conservação = 0,05%.
§ 1º O IUC varia de 0,00 (zero vírgula zero por cento) a 0,15% (zero vírgula quinze por cento).
§ 2º O IUC avalia a influência do empreendimento sobre as unidades de conservação ou suas
zonas de amortecimento.
§ 3º Quando o valor do IUC for superior à 0,15% (zero vírgula quinze por cento) este deverá
ser reduzido para o valor máximo permitido.
§ 4º A área de influência direta será considerada para avaliar se uma UC ou sua zona de amor-
tecimento são afetadas.
§ 5º A faixa de 2 ou 3 km estabelecida na Resolução Conama n.º 428/2010, alterada pela Reso-
lução Conama n.º 473/2015, não pode ser considerada como Zona de Amortecimento de Uni-
dade de Conservação que não possui a área definida em seu ato de criação e/ou normativo
posterior.

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MÓDULO 2
CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

Boletim de Serviço Especial Nº 12 B de 11/12/2017


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CAPÍTULO III
VALOR DE REFERÊNCIA – VR

Art. 13. O Valor de Referência, com a relação, em separado, dos valores dos investimentos pre-
vistos para a implantação do empreendimento, os valores dos projetos, planos e programas e os
valores relativos às garantias e os custos com apólices e prêmios de seguros pessoais e reais,
deverá ser informado como pré-requisito para a obtenção da Licença de Instalação.
§1º Os valores empregados para o cálculo do VR devem conter os custos diretos e indiretos dos
itens das despesas de capital das obras previstas para a implantação do empreendimento.
§2º As informações deverão ser apresentadas em conformidade coma tabela em anexo a este
ato normativo.
Art. 14. Os custos totais e as deduções, apresentados pelo empreendedor para efeito do cálculo
do VR, devem ser circunstanciados no procedimento de licenciamento ambiental, contendo os
valores individuais por item de despesa de capital, em moeda corrente nacional.
§1º Os custos totais dos investimentos abrangem também os custos diretos e indiretos dos es-
tudos ambientais necessários à obtenção da Licença Ambiental.
§2º As despesas operacionais e outras despesas de capital não poderão ser consideradas como
custos totais de investimentos para implantação do empreendimento.
Art. 15. Serão descontados os encargos e os custos incidentes sobre o financiamento do empre-
endimento, inclusive os relativos às garantias e aos custos com apólices e prêmios de seguros
pessoais e reais.
Art. 16. Não serão descontados dos custos totais dos investimentos os custos indiretos cobrados
como encargos incidentes sobre o financiamento contratado em Instituições Financeiras Fede-
rais, regidas pela Lei nº 6.404/1976, e pela Lei nº 4.595/1964, e autorizadas a funcionar pelo
Banco Central do Brasil.
Art. 17. Não serão descontados dos custos totais de investimentos, os custos indiretos relativos
aos impostos e tributos previstos no Código Tributário Nacional, cuja obrigação tem por fato
gerador referente a atividade normal do empreendimento.
Art. 18. Serão descontados dos custos totais dos investimentos, para efeito de apresentação e
justificativa do VR aqueles referentes aos planos, projetos e programas exigidos no procedi-
mento de licenciamento ambiental para mitigação de impactos do empreendimento e outras
ações de proteção ambiental detalhados no Projeto Básico Ambiental (PBA).
Parágrafo único. O empreendedor deve apresentar os custos individuais dos planos, programas
e projetos ambientais previstos no PBA e submetidos no procedimento de licenciamento ambi-
ental.
Art. 19. Serão descontadas dos custos totais dos investimentos as ações adicionais resultantes
do procedimento de licenciamento ambiental que forem definidas como condicionantes da li-
cença ambiental.
Art. 20. Não serão descontados dos custos totais dos investimentos, para efeito de apresentação
do VR, os custos com planos, programas e projetos propostos pelo empreendedor, os quais não
sejam exigidos pela legislação ambiental e/ou que não sejam decorrentes do procedimento de
licenciamento ambiental.
Art. 21. Não serão deduzidos dos custos totais dos investimentos, os custos com ações relativas
ao ambiente, à saúde ocupacional e à segurança do trabalhador, mesmo constando do PBA.

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MÓDULO 2
CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

Boletim de Serviço Especial Nº 12 B de 11/12/2017


12

Art. 22. Não serão descontados dos custos totais de investimento o valor da Compensação Am-
biental a que alude o art. 36 da Lei 9.985, de 18 de julho de 2000.
Art. 23. Não serão descontados dos custos totais de investimentos os custos de instalação de
equipamentos e criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade am-
biental, conforme preconizado como instrumento da Política Nacional de Meio Ambiente, em
seu artigo 9º, inciso V (Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981), por livre iniciativa do empreen-
dedor.
Art. 24. As despesas e/ou custos com Prêmios de Seguros a que alude o art. 31-A do Decreto
4.340/2002 deverão estar lastreadas por apólices, não podendo ser justificados pela mera cons-
tituição em rubricas de reservas de valores ou de contingências por conta do empreendedor.
Art. 25. Não serão deduzidos dos custos totais dos investimentos, as Reservas de Contingência,
a que título for, a não ser que sejam objeto de condicionante de Licenciamento Ambiental, na
fase de implantação do empreendimento ou atividade.
Art. 26. Não será deduzido dos custos totais dos investimentos, o Programa de Descomissiona-
mento, se houver.
Art. 27. A tabela de que trata o artigo 13 deverá ser subscrita por profissional habilitado com
respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) ou equivalentes, junto ao Conselho
Profissional correspondente, e por responsável técnico do empreendimento que está sendo li-
cenciado.
Parágrafo Único. A prestação de informação falsa sujeita o empreendedor às penalidades pre-
vistas no art. 69-A da Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 e no art. 82 do Decreto nº 6.514,
de 22 de julho de 2008.
CAPÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 28. Caberá as equipes técnicas responsáveis pelos processos de licenciamento ambiental
avaliar eventuais recursos administrativos interpostos pelos empreendedores quanto ao valor da
compensação ambiental com vistas a subsidiar o julgamento, em 1ª instância, pela Diretoria de
Licenciamento Ambiental e, em 2ª instância, pela Presidência do Ibama.
Art. 29. Poderá ocorrer a revisão desta Norma de Execução a qualquer tempo.
Art. 30. Esta Norma de Execução entra em vigor na data de sua publicação.

ANEXO
INFORMAÇÕES SOBRE O CUSTO TOTAL E VALOR DE REFERÊNCIA DE EMPRE-
ENDIMENTO OU ATIVIDADE
Item Descrição Valor (R$)
1 Custos totais de implantação do empreendimento ou atividade
2 Encargos e Custos de Financiamento
A – Taxas de juros e tarifas
B – remuneração de instituição financeira e, se aplicável, do agente financeiro
credenciado
C – taxas de juros associados às linhas e programas
D – tarifas e impostos sobre operações bancárias
E – garantia ou caução
F – outros seguros ou garantias aceitas pela instituição financeira financiadora
e/ou agente gerenciador dos recursos

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MÓDULO 2
CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

Boletim de Serviço Especial Nº 12 B de 11/12/2017


13

3 Custos com Garantias e/ou Apólices e prêmios de seguros pessoais e reais


4 Custos do licenciamento ambiental
Custo dos Planos, Programas e Projetos (deverão ser listados os custos indivi-
5 duais de todos os planos, programas e projetos a serem deduzidos do custo total
do empreendimento)
6 Outras ações de proteção ambiental detalhadas no PBA
7 Programa de Descomissionamento, se houver
8 Valor de Referência

LARISSA CAROLINA AMORIM DOS SANTOS


Diretora de Licenciamento Ambiental

Art. 6º Com base no Plano de Compensação Ambiental constante do EIA/RIMA, a DILIC


procederá ao cálculo do Grau de Impacto – GI.

Parágrafo único. O Grau de Impacto deverá constar da Licença Prévia – LP.

Art. 7º Definido o GI, a DILIC solicitará ao empreendedor a indicação do Valor de Referência


– VR, com a relação, em separado, dos valores dos investimentos, dos valores dos projetos
e programas para mitigação de impactos e dos valores relativos às garantias e os custos
com apólices e prêmios de seguros pessoais e reais.

§ 2º Para os empreendimentos cujo licenciamento se realize por trechos, o VR poderá


ser informado com base nos investimentos que causam impactos ambientais relativo ao
trecho em análise.

Emissão ou renovação de LI
Previsão IN 08/2011

Caso o GI não tenha sido calculado e as UCs não tenham sido avaliadas por ocasião da
LP, seguir os mesmos passos previstos anteriormente (fase LP) e solicitar VR, conforme
abaixo:

1. Calcular o GI, conforme metodologia anexa ao Decreto 4.340/2002 (alterado pelo Decreto
6.848/2009);

35
MÓDULO 2
CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

2. Avaliar a proposta do EIA/PBA para aplicação dos recursos da compensação ambiental


e demais manifestações constantes no processo (ofícios, audiências, etc.);

3. Caso os dados presentes no EIA/PBA não sejam suficientes para o cálculo do GI e para
a avaliação da proposta de UCs a serem beneficiadas, enviar ofício solicitando os dados
ao empreendedor, com prazo;

4. Solicitar o VR - apresentar o Valor de Referência – VR do empreendimento, com a relação,


em separado, dos valores dos investimentos, dos projetos e programas para mitigação
de impactos e dos valores relativos às garantias e os custos com apólices e prêmios
de seguros pessoais e reais, observando os §§1º e 2º do art. 3º da Resolução CONAMA
nº 371/2006. Caso a licença de instalação seja solicitada por trechos, o VR poderá ser
informado com base nos investimentos que causam impactos ambientais relativos ao
trecho solicitado.

5. Calcular a Compensação Ambiental GI x VR. Oficiar o empreendedor sobre o Valor


da Compensação Ambiental, para dar oportunidade de recurso antes de figurar como
condicionante (aguardar 10 dias, conforme Decreto 4.340/2002).

6. Fazer constar no Parecer final sobre a emissão/renovação da LI, o cálculo e a avaliação


da proposta de UCs a serem beneficiadas e o valor da CA.

7. Condicionar a LI a:

Cumprir as obrigações relativas à Compensação Ambiental, previstas no art.


36 da Lei 9.985/2000, a partir da deliberação do Comitê de Compensação
Ambiental Federal. O Grau de Impacto do empreendimento é de 0,X %, e o
valor da Compensação Ambiental foi estipulado em R$ x reais.

As Unidades de Conservação sugeridas não figuram na Licença, apenas no memorando


a ser enviado à Coordenação de Compensação Ambiental (ao Comitê de Compensação
Ambiental Federal - CCAF).

8. Encaminhar à DCOMP memorando com cópia do cálculo do GI, documento com VR,
parecer constando o Valor da CA e UCs a serem beneficiadas e cópia do Ofício informando
ao empreendedor sobre o Grau de Impacto e o valor da compensação ambiental do
empreendimento.

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MÓDULO 2
CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

Importante

Conforme a Lei 13.668/2018, o valor da compensação será atualizado


pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E).

Art. 8º A DILIC calculará o valor da Compensação Ambiental com base no Grau de Impacto
definido e no Valor de Referência informado, cabendo recurso no prazo de dez dias,
contados da data da ciência do empreendedor.

Parágrafo único. O recurso será dirigido ao Diretor de Licenciamento Ambiental, o qual, se


não reconsiderar a decisão, o encaminhará ao Presidente do IBAMA.

Art. 9º A Licença de Instalação - LI indicará o valor da Compensação Ambiental - CA e


deverá exigir, na forma de condicionante, o cumprimento das obrigações relativas à
Compensação Ambiental, conforme definidas pelo Comitê de Compensação Ambiental
Federal - CCAF.

§ 1º O Valor da Compensação Ambiental será corrigido pela Taxa Referencial do Sistema


Especial de Liquidação e Custódia – SELIC, a partir do momento de sua fixação. (alterado
pela IN nº 11/2013)

§ 2º Caso o valor da CA não tenha sido fixado em definitivo por ocasião da LI, o empreendedor
será convocado a firmar Termo de Compromisso, cujo objeto consistirá na indicação do
valor final da Compensação Ambiental - CA.

Art. 10° Fixado em caráter final o valor da Compensação Ambiental - CA, a DILIC o informará
ao Comitê de Compensação Ambiental Federal – CCAF e encaminhará, no mesmo ato, o
Plano de Compensação Ambiental contendo a proposta de Unidades de Conservação a
serem beneficiadas com os recursos da Compensação Ambiental.

Para os casos em que o GI tenha sido estipulado na LP


1. Calcular o valor da Compensação Ambiental a partir do recebimento do VR. CA= GI x VR.
Oficiar o empreendedor sobre o Valor da Compensação Ambiental, para dar oportunidade
de recurso antes de figurar como condicionante (aguardar dez dias, conforme Decreto
4.340/2002).

2. Constar no Parecer final de emissão da LI o valor da CA.

37
MÓDULO 2
CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

3. Condicionar a LI a:

Cumprir as obrigações relativas à Compensação Ambiental previstas no art. 36 da Lei


9.985/2000, a partir da deliberação do Comitê de Compensação Ambiental Federal. O valor
da Compensação Ambiental foi estipulado em R$ X reais.

4. Encaminhar à DCOMP memorando com cópia do cálculo do GI, documento com VR,
parecer constando o Valor da CA e UCs a serem beneficiadas e cópia da Licença de
Instalação ou do Ofício informando ao empreendedor sobre o Grau de Impacto e o valor da
compensação ambiental do empreendimento.

As Unidades de Conservação sugeridas não figuram na Licença, apenas no memorando


a ser enviado à Coordenação de Compensação Ambiental (Comitê de Compensação
Ambiental Federal - CCAF).

Passivo - emissão de LO, ou processos com LO vigente


NÃO É NECESSÁRIO AGUARDAR A RENOVAÇÃO DA LO PARA EFETUAR O CÁLCULO E
COBRANÇA.

Previsão IN 08/2011 

1. Solicitar os dados faltantes visando Calcular o GI, propor as Unidades de Conservação


beneficiadas, além do VR para calcular o valor da CA, ao empreendedor, estipulando prazo.

2. Calcular a Compensação Ambiental GI x VR. Oficiar o empreendedor sobre o Valor da


Compensação Ambiental, para dar oportunidade de recurso (aguardar 10 dias, conforme
Decreto 4.340/2002).

2.1. No caso de emissão ou Renovação da LO, condicionar à:

Cumprir as obrigações relativas à Compensação Ambiental, previstas no art. 36 da Lei


9.985/2000, a partir da deliberação do Comitê de Compensação Ambiental Federal. O
Grau de Impacto do empreendimento é de 0,x %, e o valor da Compensação Ambiental foi
estipulado em R$ xxxxxxxxxxxxx reais.

As Unidades de Conservação sugeridas não figuram na Licença, apenas no memorando


a ser enviado à Coordenação de Compensação Ambiental (Comitê de Compensação
Ambiental).

2.2. No caso de regularização do passivo, sem emissão de nova licença: enviar ao


empreendedor minuta de Termo de Compromisso fixando o Valor da CA.

38
MÓDULO 2
CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

3. Encaminhar à DCOMP (CCAF) memorando com cópia do cálculo do GI, documento com
VR, parecer constando o Valor da CA e UCs a serem beneficiadas e cópia da Licença de
Instalação e do Ofício informando ao empreendedor sobre o Grau de Impacto e o valor da
compensação ambiental do empreendimento.

Art. 14º Nos processos de licenciamento ambiental instaurados até 15 de maio de 2009,
em que haja necessidade de complementação de informações para fins de aplicação
do disposto no Decreto nº 6.848/2009, as providências para cálculo da Compensação
Ambiental deverão ser adotadas sem prejuízo da emissão das licenças ambientais e suas
eventuais renovações.

§1º Nos casos do caput, quando da definição do valor da Compensação Ambiental, será
firmado Termo de Compromisso conforme previsto no § 2º do art. 9° desta IN.

§2º Para a aplicação do disposto no caput, o IBAMA deverá solicitar ao empreendedor


as informações e documentos necessários para o cálculo dos valores da Compensação
Ambiental e definição das Unidades de Conservação a serem beneficiadas, conforme
disposto nesta IN, no que couber.

§3º Para os empreendimentos em que tenha sido estabelecido o percentual de


Compensação Ambiental até 14 de maio de 2009, não será feito novo cálculo de Grau
de Impacto - GI, devendo o empreendedor encaminhar o Valor de Referência - VR para o
cálculo da Compensação Ambiental – CA.

Cumprimento da Compensação Ambiental


Previsão IN 08/2011 

1. Solicitar ao empreendedor que encaminhe cópia dos Termos de Compromisso assinados


com os órgãos gestores das UCs beneficiadas.

2. Solicitar informações, sempre que necessário, à Divisão de Compensação Ambiental -


DCOMP (Comitê de Compensação Ambiental Federal - CCAF), que enviará relatório à DILIC
ao final da comprovação de execução dos recursos por parte dos órgãos gestores das UCs
beneficiadas.

Art. 11º O empreendedor encaminhará ao IBAMA, para registro, os termos de compromisso


firmados com os órgãos gestores das unidades de conservação beneficiadas, cujo objeto
contemple o cumprimento da compensação ambiental.

39
MÓDULO 2
CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

Art. 12º O IBAMA informará aos órgãos gestores das Unidades de Conservação Beneficiadas,
responsáveis pelo acompanhamento das obrigações relativas à Compensação Ambiental,
que estes deverão comunicar ao IBAMA as eventuais irregularidades no cumprimento ou o
descumprimento, pelo empreendedor, das obrigações relativas à Compensação Ambiental.

Art. 13º O atendimento da condicionante relativa à Compensação Ambiental, no âmbito


do processo de licenciamento ambiental será efetivado após o recebimento do atesto de
pleno cumprimento da Compensação Ambiental pelo CCAF.

40
MÓDULO 2
CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

ENCERRAMENTO
Chegamos ao final da unidade 2 do curso Compensação Ambiental. Por meio deste estudo,
você teve acesso a informações aprofundadas a respeito do trabalho desenvolvido pelo
Comitê de Compensação Ambiental Federal (CCAF) e pela Câmara Federal de Compensação
Ambiental (CFCA).

Além disso, você viu os critérios utilizados para que sejam definidas as unidades de
conservação que deverão ou poderão receber os recursos da compensação ambiental. Da
mesma forma, foram apresentadas as ações passíveis de recebimento da compensação e
a ordem prioritária na destinação desses recursos.

Finalmente, conheceu como ocorre a celebração do termo de compromisso entre os


empreendedores e os órgãos gestores das unidades de conservação beneficiadas para
que a compensação ambiental possa ser considerada cumprida.

Caso tenha alguma dúvida, refaça a unidade quantas vezes julgar necessário.

Sucesso em sua vida!

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MÓDULO 2
CÁLCULO DO VALOR DA COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

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