Você está na página 1de 25

CÁLCULO DA COMPENSAÇÃO

AMBIENTAL PARA EMPREENDIMENTOS


DE SIGNIFICATIVO IMPACTO AMBIENTAL

MÓDULO 1
VISÃO GERAL DO GRAU DE IMPACTO
SOBRE OS ECOSSISTEMAS
MÓDULO 1
Visão geral do grau de impacto sobre os ecossistemas

CÁLCULO DA COMPENSAÇÃO
AMBIENTAL PARA EMPREENDIMENTOS
DE SIGNIFICATIVO IMPACTO AMBIENTAL

Unidade 2
MÓDULO 1 Composição da fórmula de
VISÃO GERAL DO GRAU DEGrau
IMPACTO
de Impacto (GI)
SOBRE OS ECOSSISTEMAS

2
Sumário

Apresentação....................................................................................................... 4

Conceituação de Grau de Impacto (GI).................................................................. 5

Índices................................................................................................................. 6

Índice de Magnitude (IM)................................................................................. 6

Índice de Biodiversidade (IB)........................................................................... 7

Índice de Abrangência (IA)............................................................................... 8

Índice de Temporalidade (IT)......................................................................... 11

Índice Comprometimento de Áreas Prioritárias (ICAP)................................... 12

Impacto sobre a Biodiversidade (ISB)............................................................ 15

Comprometimento de Área Prioritária (CAP).................................................. 16

Influência em Unidade de Conservação (IUC)................................................. 17

Fórmula.............................................................................................................. 19

Limite Máximo permitido.................................................................................... 20

Recursos administrativos quanto à definição do Grau de Impacto....................... 21

Encerramento..................................................................................................... 24
MÓDULO 1
Visão geral do grau de impacto sobre os ecossistemas

Apresentação

Olá, analista!

Iniciamos agora a unidade 2 do primeiro módulo do curso de Compensação


Ambiental.

Na unidade anterior, foram apresentadas questões introdutórias, com o detalhamento


da Lei 9.985, que regulamenta a compensação ambiental.

Além disso, foram discutidos detalhes do Plano de Compensação Ambiental,


com uma breve apresentação da metodologia utilizada para fazer o cálculo da
compensação.

Nesta unidade, que encerra o módulo 1, vamos detalhar os índices utilizados para
mensurar o Grau de Impacto (GI), variável de extrema importância na definição do
Valor da Compensação.

Acompanhe atentamente o conteúdo nos tópicos desta unidade.

Bons estudos!

4
MÓDULO 1
Visão geral do grau de impacto sobre os ecossistemas

Conceituação de Grau de Impacto (GI)


Como discutido na unidade 1, o licenciamento ambiental de empreendimento ou
atividade de significativo impacto ambiental tem como incidência a obrigação da
compensação ambiental.

Na Instrução Normativa nº 08/2011, consta que na elaboração do termo de referência


do estudo ambiental, por ocasião do EIA/RIMA, deverá constar item específico para
apresentação das informações necessárias ao cálculo da compensação ambiental,
oferecendo as informações necessárias para a mensuração do Grau de Impacto
(GI), variável que levará em conta alguns itens – apresentados a seguir – para
medir as consequências no meio ambiente, a curto, médio e longo prazo, da ação
ou empreendimento que será implementado.

A metodologia de cálculo do Grau de Impacto ambiental é apresentada na


metodologia anexa ao Decreto 4.340/2002 (alterado pelo Decreto 6.848/2009), e
é importante observá-la para conhecer as exigências legais no que diz respeito
à compensação ambiental. Com base no Plano de Compensação Ambiental, a
Diretoria de Licenciamento Ambiental (Dilic) fará o cálculo do GI que deverá constar
na Licença Prévia (LP). Caso os dados apresentados no estudo sejam insuficientes
para o cálculo do GI, e ainda em casos em que os mesmos não sejam informados,
deve ser enviado ofício solicitando os dados ao empreendedor, estabelecendo um
prazo máximo de retorno.

Importante

No cálculo do GI, devem ser considerados os impactos do empreendi-


mento e de suas estruturas de apoio.

5
MÓDULO 1
Visão geral do grau de impacto sobre os ecossistemas

Índices
Para calcular o Grau de Impacto, é necessário conhecer os
índices que compõem a fórmula utilizada para mensurá-lo.

O cálculo dos índices levam em consideração os tipos de


empreendimentos.

Índice de Magnitude (IM)


O primeiro fator levado em conta no cálculo do Grau de Impacto é
o Índice de Magnitude (IM), que avalia a existência e a relevância
dos impactos negativos, considerando o conjunto de aspectos
ambientais, avaliados de forma sistêmica e integrada.

A atribuição do IM deve contemplar todas as fases da atividade


(implantação, operação, descomissionamento etc.), identificando
impactos negativos sobre os meios bióticos ou físicos, bem como

suas interações, a fim de apresentar uma avaliação detalhada das transformações
do ambiente em análise.

Tome Nota

Na metodologia estabelecida pelo Decreto 6.848, somente os impactos


concomitantemente significativos e negativos sobre os ecossistemas
devem ser considerados.

O IM não pode ser atribuído a partir de somatórios de médias de impactos ou de


processos estatísticos, pois esses métodos não são suficientes para avaliar o dano
real causado. O IM é avaliado a partir de uma escala que varia de 0 a 3, a depender
do nível do impacto – sempre relacionado ao comprometimento dos recursos
ambientais –, como pode ser observado na tabela a seguir:

6
MÓDULO 1
Visão geral do grau de impacto sobre os ecossistemas

Valor Atributo

0 ausência significativa de impacto ambiental negativo

1 pequena magnitude do impacto ambiental negativo

2 média magnitude do impacto ambiental negativo

3 alta magnitude do impacto ambiental negativo

Índice de Biodiversidade (IB)


O outro indicador componente do cálculo do Grau de Impacto é o Índice de
Biodiversidade (IB), que busca caracterizar as afetações ao ecossistema onde o
empreendimento ou atividade será implantada, mas, diferentemente do Índice
de Magnitude, o IB leva em conta aspectos qualitativos, avaliando de maneira
minuciosa o estado da biodiversidade.

O Índice de Biodiversidade é mensurado a partir da escala que vai de 0 a 3, como


pode ser observado na tabela abaixo:

Valor Atributo

0 biodiversidade encontra-se muito comprometida

1 biodiversidade encontra-se medianamente comprometida

2 biodiversidade encontra-se pouco comprometida

área de trânsito ou reprodução de espécies endêmicas ou ameaçadas de


3
extinção

Um dos principais pontos analisados pelo estudo é a biodiversidade, que considera


três fatores principais: a diversidade de espécies, a diversidade genética e a
diversidade de ecossistemas (BARROS, 2007, p. 1).

7
MÓDULO 1
Visão geral do grau de impacto sobre os ecossistemas

Ao considerar esses três quesitos, é possível fazer levantamentos estatísticos das


espécies, bem como avaliar as condições do ecossistema, a fim de esboçar uma
síntese dos fatores físicos e ambientais, que serão preponderantes para estabelecer
o Índice de Biodiversidade.

Um ponto importante a ser destacado é que na identificação ou citação de


ocorrência no estudo ambiental de espécie ameaçada de extinção e/ou espécie
endêmica, listada em listas oficiais, o IB receberá a valoração máxima 3. Da mesma
forma, se o estudo ambiental listar determinada espécie, sem, contudo, classificá-
la como endêmica, mas esta for considerada endêmica pela comunidade científica,
poderá ser apresentada fundamentação técnica correspondente para considerar a
valoração de IB = 3.

Tome Nota

Se o estudo ambiental indicar a ocorrência de espécies ameaçadas


de extinção ou o reconhecimento de espécies endêmicas, o valor do
Índice de Biodiversidade será, obrigatoriamente, o de maior valor, ou
seja, IB = 3.

Os impactos diretos sobre a biodiversidade que não se propagarem


para além da área de influência não serão contabilizados para as áreas
prioritárias.

Índice de Abrangência (IA)


O terceiro fator considerado no cálculo do Grau de Impacto é o Índice de Abrangência
(IA), que avalia a extensão espacial dos impactos negativos no local e no entorno
em que será instalado o empreendimento. O IA também tem sua tabela de valores,
como pode ser observado a seguir:

8
MÓDULO 1
Visão geral do grau de impacto sobre os ecossistemas

Atributos para
Atributos para
empreendimentos
Atributos para empreendimentos
marítimos ou
empreendimentos marítimos
Valor localizados
terrestres, fluviais e (profundidade em
concomitantemente
lacustres relação à lâmina
nas faixas terrestre e da
d’água)
Zona Costeira

biodiversidade
biodiversidade
impactos limitados à profundidade maior
1 impactos limitados a
área de uma microbacia ou igual a 200
um raio de 5 km
metros

impactos que
ultrapassem a área profundidade inferior
impactos limitados a
2 de uma microbacia a 200 e superior a
um raio de 10 km
limitados à área de uma 100 metros
bacia de 3a ordem

impactos que
ultrapassem a área de profundidade igual
impactos limitados a
3 uma bacia de 3a ordem e ou inferior a 100 e
um raio de 50 km
limitados à área de uma superior a 50 metros
bacia de 1a ordem

impactos que impactos que


profundidade inferior
4 ultrapassem a área de ultrapassem o raio de
ou igual a 50 metros
uma bacia de 1a ordem 50 km

Como é possível visualizar na tabela, ao contrário dos outros índices, o IA apresenta


variáveis internas, a depender do tipo de localidade onde estiver o empreendimento.

Por esse motivo, o IA está dividido em três categorias, com as seguintes


especificidades:

Atributos para empreendimentos terrestres, fluviais e lacustres:

A avaliação da abrangência para esses territórios são regidos pela Resolução 32,
do Conselho Nacional de Recurso Hídricos (CNRH), que estabelece a classificação
das bacias de 1ª ordem, citadas na metodologia apresentada pelo Decreto 6.848.

9
MÓDULO 1
Visão geral do grau de impacto sobre os ecossistemas

A outra classificação das bacias hidrográficas utilizada na avaliação do IA é


apresentada pela Agência Nacional das Águas (ANA), que estabelece critérios de
nível 1, 2 e 3 para as bacias.

Os indicadores apresentados pela ANA são equivalentes ao quadro de referência


para o cálculo do IA. Assim, as bacias de 1ª ordem são equivalentes às de nível 1 do
mapa da ANA, e assim sucessivamente, nos dois níveis subsequentes.

Outro conceito importante é o de microbacia, que abrange a área com drenagem


direta a um curso principal que deságua em uma sub-bacia, com limites inferiores
a 100 km².

Atributos para empreendimentos localizados na faixa costeira:

Nesses casos, a medida é feita tomando o local do empreendimento como centro, e


considerando a extensão do raio do impacto.

As extensões de referência são apresentadas na tabela de parâmetros do IA.

Atributos para empreendimentos marítimos:

Para essas situações, adota-se a medida de profundidade em relação à lâmina


d’água, conforme expresso na 3ª coluna da tabela prevista na metodologia de
cálculo do IA.

10
MÓDULO 1
Visão geral do grau de impacto sobre os ecossistemas

Dica 1 Dica 2
Para empreendimentos lineares, deverão Ainda em casos de empreen-
ser considerados compartimentos homo- dimentos lineares, o IA será
gêneos da paisagem para que os impactos avaliado em cada microbacia
sejam mensurados adequadamente em separadamente, ainda que o
termos de abrangência, não devendo ser trecho submetido ao processo
considerados de forma cumulativa. de licenciamento ultrapasse
os limites de cada microbacia.
O resultado final será considerado de for-
ma proporcional ao tamanho desse com-
partimento em relação ao total de compar-
timentos.

Índice de Temporalidade (IT)


Outra variante que precisa ser observada para calcular o Grau de Impacto é o
Índice de Temporalidade (IT), que avalia a persistência dos impactos negativos no
ecossistema, considerando o período de tempo em que os danos estarão atuantes.

O IT apresenta quatro valores de avaliações, com os seguintes atributos:

Valor Atributo

1 imediata: até 5 anos após a instalação do empreendimento

2 curta: superior a 5 e até 15 anos após a instalação do empreendimento

3 média: superior a 15 e até 30 anos após a instalação do empreendimento

4 longa: superior a 30 anos após a instalação do empreendimento

11
MÓDULO 1
Visão geral do grau de impacto sobre os ecossistemas

A temporalidade dos impactos deve ser considerada


após o início da instalação do empreendimento ou
da atividade, englobando as fases de instalação,
operação e descomissionamento.

É preciso levar em conta, também, os impactos


provocados após a implantação do empreendimento,
podendo se estender até sua possível desmobilização.

Importante

Basta haver um significativo impacto negativo, em qualquer fase, com


temporalidade superior a 30 anos, para que o índice receba a valoração
IT=4.

Índice Comprometimento de Áreas Prioritárias (ICAP)


O cálculo do ICAP leva em conta a importância biológica da área que será impactada,
com base no Mapa das Áreas Prioritárias. Os impactos devem ser considerados em
suas influências diretas ou indiretas sobre a área em que a ação ou empreendimento
será executado. A mensuração do ICAP precisa considerar as especificidades, a
depender do tipo de empreendimento.

Para empreendimentos não lineares:

Devem ser consideradas as zonas de importância biológica na área de influência,


sendo avaliadas aquelas que apresentem “comprometimento sobre a integridade
de fração significativa da área prioritária”, conforme estabelece o Decreto 6.848.

Havendo uma área de importância extremamente alta, ou classificada como


insuficientemente desconhecida, o valor do ICAP será 3, e assim sucessivamente,
para áreas de importância biológica muito alta e para aquelas classificadas como
de importância alta.

12
MÓDULO 1
Visão geral do grau de impacto sobre os ecossistemas

Para empreendimentos lineares:

O cálculo do ICAP para empreendimentos lineares deve atentar para os seguintes


pressupostos:

Compartimento homogêneo: cada área prioritária afetada pelo empreendimento


será considerada como um compartimento.

Não cumulatividade: três áreas homogêneas com valor 1 não poderão ser somadas
para se chegar ao valor 3.

Proporcionalidade: será considerada a área (em hectares ou quilômetros quadrados)


e a classe de cada compartimento homogêneo afetado, sendo empregados pesos
diferenciados para cada uma das classes.

Ainda sobre empreendimentos lineares, temos...

Para o cálculo da proporcionalidade da área de importância biológica que será


afetada, deve-se considerar:

• A proporção das áreas de importância biológica localizadas na área de


influência;
• A média ponderada dos valores das áreas de importância biológica com a
seguinte ponderação:

Peso 10 para área de importância biológica extremamente alta (3)

Peso 5 para área de importância biológica muito alta (2)

Peso 1 para área de importância biológica alta (1)

Considerando os pesos e as especificações acima elencadas, veja a fórmula para


calcular o ICAP:

13
MÓDULO 1
Visão geral do grau de impacto sobre os ecossistemas

Saiba Mais

Para saber qual a escala de prioridade das áreas, é necessário consultar


o Mapa das Áreas Prioritárias, formulado e atualizado pelo Ministério
do Meio Ambiente, com base na Portaria nº 09/2007. As informações
apresentadas pelo mapa são cruciais para o cálculo do ICAP. Clique
aqui e acesse as informações e conteúdos sobre as áreas prioritárias

Áreas prioritárias

14
MÓDULO 1
Visão geral do grau de impacto sobre os ecossistemas

Importante

As informações sobre a proporção de cada tipo de área prioritária afetada


pelo empreendimento devem ser apresentadas pelo empreendedor
no Plano de Compensação Ambiental entregue junto aos estudos
ambientais.

Impacto sobre a Biodiversidade (ISB)


Variável que tem por objetivo mensurar os impactos da atividade ou empreendimento
sobre a biodiversidade, contemplando fatores bióticos, como fauna e flora, bem
como quesitos físicos, como a qualidade do solo, do ar e da água. O cálculo do
Impacto sobre a Biodiversidade (ISB) deve levar em conta as influências da área
impactada. Os valores do ISB são definidos pela seguinte fórmula:

ISB = IM x IB (IA + IT) / 140

Sendo:

IM = Índice de Magnitude;

IB = Índice de Biodiversidade;

IA = Índice de Abrangência;

IT = Índice de Temporalidade.

15
MÓDULO 1
Visão geral do grau de impacto sobre os ecossistemas

Importante

O resultado da fórmula deve ser considerado como percentual. Por


exemplo, se o cálculo der como resultado 0,2137, o valor de ISB será
0,21%.

O ISB terá variação entre 0 e 0,25%. Quando o valor calculado for


superior a 0,25%, será reduzido para o valor máximo permitido.

Comprometimento de Área Prioritária (CAP)


O Comprometimento de Área Prioritária (CAP) é o índice que contabiliza o efeito
do empreendimento sobre a área prioritária em que será instalado. Para isso, é
observada a relação dos impactos nas áreas prioritárias afetadas. O cálculo do CAP
é feito a partir da seguinte fórmula:

CAP = IM x ICAP x IT / 70

Sendo:

IM = Índice de Magnitude;

ICAP = Índice de Comprometimento de Área Prioritária;

IT = Índice de Temporalidade.

O CAP segue o mesmo critério do ISB, dessa maneira, o resultado deve ser
considerado como percentual calculado. Assim, caso a conta dê o resultado de
0,1233, por exemplo, o CAP terá valor de 0,12%. O valor máximo do CAP também é
de 0,25%, qualquer fração que supere essa porcentagem deve ser reduzida ao limite
máximo do indicador.

CAP ISB

16
MÓDULO 1
Visão geral do grau de impacto sobre os ecossistemas

Tome Nota

Empreendimentos que tenham impactos insignificantes para a


biodiversidade local podem, no entanto, ter suas intervenções mudando
a dinâmica de processos ecológicos, afetando ou comprometendo as
áreas prioritárias.

Influência em Unidade de Conservação (IUC)


O indicador de Influência em Unidade de Conservação (IUC) avalia os impactos do
empreendimento ou atividade sobre as unidades de conservação e suas zonas de
amortecimento. O IUC será diferente de 0 quando for constatada a incidência de
impactos de acordo com os valores abaixo.

Indicador Tipo de Unidade de Conservação Valor

parque (nacional, estadual e municipal), reserva biológica,


G1 estação ecológica, refúgio de vida silvestre e monumento 0,15%
natural

G2 florestas (nacionais e estaduais) e reserva de fauna 0,10%

reserva extrativista e reserva de desenvolvimento


G3 0,10%
sustentável

área de proteção ambiental, área de relevante interesse


G4 0,10%
ecológico e reservas particulares do patrimônio natural

G5 zonas de amortecimento de unidades de conservação 0,05%

17
MÓDULO 1
Visão geral do grau de impacto sobre os ecossistemas

Os valores do IUC podem ser cumulativos, até o índice máximo de 0,15%.

Importante

As unidades de conservação que não possuem zona de amortecimento


definida no ato de criação ou por instrumento legal posterior, para fins
de destinação de recursos da compensação ambiental, não poderão
utilizar a faixa de 3 km estabelecida pelo Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA), com base na Resolução nº 428/2010.

18
MÓDULO 1
Visão geral do grau de impacto sobre os ecossistemas

Fórmula
Os indicadores apresentados anteriormente são indispensáveis para o cálculo
do Grau de Impacto (GI). A metodologia apresentada no anexo do Decreto 6.848
estabelece a seguinte fórmula para o cálculo:

GI = ISB + CAP + IUC

Sendo:

ISB = Impacto sobre a Biodiversidade;

CAP = Comprometimento de Área Prioritária;

IUC = Influência em Unidades de Conservação.

Como podemos perceber, as variáveis estão interligadas de forma sistemática,


articuladas em conjunto para conseguir mensurar o GI.

A atribuição do GI é crucial para a definição do Cálculo de Compensação, que será


apresentado no Módulo 2 do curso.

19
MÓDULO 1
Visão geral do grau de impacto sobre os ecossistemas

Limite Máximo permitido


Vejamos uma simulação de cálculo do GI, levando em consideração os seguintes
indicadores:

ISB= 0,21% CAP= 0,12% IUC= 0,10%

Aplicando a fórmula teremos:

GI = ISB + CAP + IUC

GI= 0,21+0,12+0,10

GI= 0,43

O valor encontrado deve ser lido como porcentagem, portanto, o valor do GI do


exemplo é igual a 0,43%.

Quando o valor do GI for superior a 0,50%, será reduzido para esse limite, pois
GI=0,50% é o máximo permitido.

20
MÓDULO 1
Visão geral do grau de impacto sobre os ecossistemas

Recursos administrativos quanto à definição do Grau


de Impacto
O cálculo do Grau de Impacto é feito pelas equipes técnicas das coordenações
responsáveis pelo licenciamento ambiental do empreendimento passível da
compensação ambiental. No entanto, é comum que o empreendedor faça, por conta
própria e sem valor oficial, a mensuração do índice.

Importante

Em caso de divergência dos valores, a empresa pode entrar com


recurso, obedecendo aos 10 dias de prazo recursal.

Os argumentos apresentados por meio de protocolo para contestar o valor do GI


serão avaliados pela equipe técnica e, em caso de constatação de equívocos, o
valor pode ser alterado.

Em um dos recursos apresentados ao Ibama no ano de 2015, a empresa responsável


pelo empreendimento solicitou a revisão do GI, pois havia divergências entre o
cálculo feito pela equipe técnica e a previsão mensurada pela empresa.

No quadro abaixo, é possível visualizar o cálculo dos índices, da empresa e do


IBAMA:

Proposta da Análise do
Componentes
empresa IBAMA

Índice de Magnitude (IM) 2 2

Índice de Biodiversidade (IB) 1 1

Índice de temporalidade (IT) 4 4

Índice de Comprometimento de Área Prioritária (ICAP) 1 1


Influência em Unidade de Conservação (IUC) 0,15 0,15

21
MÓDULO 1
Visão geral do grau de impacto sobre os ecossistemas

Impacto sobre Biodiversidade (ISB) 0,07142 0.07

Comprometimento de Área Prioritária (CAP) 0,011428 0,23

Grau de Impacto (GI) 0,33571 0,45

Contudo, poderá ocorrer que, após a análise dos recursos, seja dado o parecer
favorável aos argumentos apresentados pela empresa, o que poderá levar à revisão
dos índices – situação possível, ainda que pouco provável, pois nos registros atuais
um caso assim ainda não aconteceu. Isso não significa, no entanto, que houve erro.
Apesar de ser um cálculo baseado em variáveis preestabelecidas, alguns dos índices
são atribuídos a partir de interpretações, que nem sempre podem ser mensuradas
de maneira tão precisa, o que pode provocar divergências no resultado final.

Como podemos observar, a divergência do ISB e do ICAP provocaram diferenças


no cálculo do Grau de Impacto, motivo que levou a empresa a entrar com recurso.
Os argumentos foram analisados, e os cálculos refeitos. No exemplo apresentado,
a revisão do cálculo atestou a coerência da análise do Ibama e o GI se manteve em
0,45.

Em um dos recursos apresentados ao Ibama no ano de 2015, a empresa responsável


pelo empreendimento solicitou a revisão do GI, pois havia divergências entre o
cálculo feito pela equipe técnica e a previsão mensurada pela empresa.

Por esse motivo, é fundamental que os analistas ambientais atuem com base em
entendimentos em comum sobre as interpretações dos índices, a fim de diminuir as
divergências.

O órgão licenciador deverá julgar o recurso no prazo de até 30 dias, salvo prorrogação
por igual período expressamente motivada.

22
MÓDULO 1
Visão geral do grau de impacto sobre os ecossistemas

É necessário compreender, no entanto, que a opção de recurso administrativo é uma


ação que permite a lisura dos processos, garantindo a possibilidade de contestar
o cálculo, mas todas as instâncias de aferimento do GI é feita exclusivamente pelo
Ibama.

Tome Nota

Reforçando o que foi citado anteriormente, o cálculo do GI deve constar


como condicionante da Licença Prévia. No caso de não ter sido emitida
a licença, ou ainda que o empreendimento já esteja em implantação,
ou mesmo em operação, o cálculo deverá ser feito e comunicado ao
empreendedor.

23
MÓDULO 1
Visão geral do grau de impacto sobre os ecossistemas

Encerramento
Chegamos ao final do Módulo 1, que foi dividido em duas unidades, apresentando
os aspectos básicos para efetuar a mensuração do Grau de Impacto. No
próximo módulo, veremos a importância desse indicador para calcular o Valor de
Compensação Ambiental. Em caso de dúvidas, revise o material e releia os pontos
que precisa esclarecer. Aproveite também para responder as questões, pois, além
de fixar o conteúdo, ajudará a retomar os tópicos discutidos, servindo como mais
uma instância de aprendizado. Bons estudos e até o próximo módulo!

24
MÓDULO 1
Visão geral do grau de impacto sobre os ecossistemas

25

Você também pode gostar