O documento discute como abordar questões reprodutivas das mulheres sem ser transfóbico. Apresenta o pensamento de feministas radicais dos anos 1960 e da teórica marxista Lise Vogel, que propõe uma teoria unitária analisando o capitalismo como totalidade onde a opressão das mulheres não se resume a relações interpessoais, mas à organização social de sua capacidade biológica de reprodução no contexto do capitalismo.
Descrição original:
Apresentação de ideias feministas baseadas nas ideias de Lise Vogel
Título original
Como discutir as questões reprodutivas das mulheres sem se cair na transfobia
O documento discute como abordar questões reprodutivas das mulheres sem ser transfóbico. Apresenta o pensamento de feministas radicais dos anos 1960 e da teórica marxista Lise Vogel, que propõe uma teoria unitária analisando o capitalismo como totalidade onde a opressão das mulheres não se resume a relações interpessoais, mas à organização social de sua capacidade biológica de reprodução no contexto do capitalismo.
O documento discute como abordar questões reprodutivas das mulheres sem ser transfóbico. Apresenta o pensamento de feministas radicais dos anos 1960 e da teórica marxista Lise Vogel, que propõe uma teoria unitária analisando o capitalismo como totalidade onde a opressão das mulheres não se resume a relações interpessoais, mas à organização social de sua capacidade biológica de reprodução no contexto do capitalismo.
sem cair em discursos transfóbicos? Nos anos 1960, o feminismo radical se deu a tarefa de compreender as raízes da opressão das mulheres na sociedade
E a partir desse esforço teórico surgem as teorias do
patriarcado, e a partir delas, e possível pensar que não bastam reformas na nossa sociedade, mas que seria necessário uma transformação radical de suas estruturas As teorias do patriarcado muitas vezes vão ter como base as formulações do Engels sobre a questão da mulher, que por sua vez vai pensar a questão das mulheres a partir da vida privada, se valendo da classe como uma metáfora para pensar as relações entre homens e mulheres no âmbito familiar
E a partir desse processo,
várias confusões surgiram, como por exemplo feministas que vão pensar gênero como classe social e pensar o feminismo como uma luta de mulheres contra homens A Feminista Marxista Lise Vogel por sua vez vai pensar como primeiro plano de análise não a relação entre mulheres e homens, mas a relação entre as mulheres e o Capitalismo
Para tal, vai pensar a
teoria da reprodução social tendo como ponto de partida teórico- metodológico "O Capital" de Marx Para Marx, A MERCADORIA é a forma elementar do Capitalismo. No entanto somente uma "mercadoria especial", a mercadoria "FORÇA DE TRABALHO" produz valor na sociedade capitalista, pois é somente a partir do trabalho humano que é possível produzir outras mercadorias.
E nesse sentido, Lise Vogel vai
pensar a categoria força de trabalho como uma ponte entre a esfera da produção e da reprodução social Pensando assim, que a mulher cumpre um papel central na economia capitalista por conta de sua capacidade de repor geracionalmente a força de trabalho
A partir dessa análise é
possível notar que a opressão das mulheres não se resume a uma relação interpessoal A proposição de Vogel é construir uma Teoria Unitária, rompendo com o dualismo que se inicia com Engels e que vai ter como desdobramento a tradição do feminismo radical que separa capitalismo e patriarcado, separando assim produção e reprodução.
Analisando o capitalismo como
totalidade concreta e não somente parte da equação E sendo assim, podemos pensar não a condição biológica em si mesma como condicionante para a opressão, mas a organização social dessa capacidade biológica como elemento central A obra da Vogel é o início de um esforço intelectual para pensar a questão da mulher que parte de um recorte específico e um objetivo determinado, mas que não se constrói buscando delegitimar nenhuma vivência ou identidade
E nesse sentido, podemos seguir nossas
elaborações e os mais diversos recortes, mas sempre buscando uma base teórica sólida e um comprometimento teórico que supere disputas mesquinhas que não nos levam a lugar algum Nunca se esqueça que o Capital não tem genital