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Coríntios 3.10‐17
A explicação usual desta passagem é que ele descreve o edifício da vida cristã. Todos nós edificados
sobre Cristo, o alicerce, onde algumas pessoas usam bons materiais, enquanto outras usam materiais pobres.
O tipo de material que você usa determina o tipo de recompensa que você terá.
“Embora essa possa ser uma interpretação válida desta passagem, não é a interpretação
primária. Pois, o assunto que Paulo está tratando é o da implantação da igreja local (e universal),
o templo de Deus”.
Κατὰ τὴν χάριν τοῦ θεοῦ τὴν δοθεῖσαν µοι
katav cavri" Qeov" divdwmi ejgwv
10 a
Prep. Ac. Ac. FS Gen. MS Ptc. Aor. Pass. Ac. FS Pron. 3 Dat. S
De acordo com a Graça de Deus aquela que foi dada à mim
θεµέλιον ἔθηκα,
ὡς σοφὸς ἀρχιτέκτων
qemevlio" tivqhmi
Adj. Nom. a a
Adv. Nom. MS Ac. MS 1 S 2 Aor. Ind. At.
MS
como habilidoso arquiteto (construtor) o fundamento (alicerce) (eu) estabeleci (coloquei, pus)
Nos tempos de Paulo, a palavra indicava o responsável pelo planejamento e execução de um edifício, o que não só
planeja, desenha, calcula, mas também põe a mão na massa e executa uma obra. Aqui usada de maneira figurada
para se referir a Paulo como o estrategista e executor da implantação da Igreja aos gentios.
O tempo Aoristo ἔθηκα (éthēka) aponta para o tempo da segunda viagem missionária (algo entre 49‐51 d.C.) de
quando Paulo implantou a igreja em Corinto (Atos 18.1‐17), permanecendo lá por mais ou menos 1 ano.
sofov" (sofós) – Sábio: hábil, especialista, perito: Podendo se referir aos artifices, construtores, não apenas
o trabalho de um carpinteiro, mas de um arquiteto e engenheiro‐chefe ou de maneira figurada alguém
hábil nas letras, culto, instruído, versado (como os filósofos e oradores gregos, os teólogos judeus ou os
mestres cristãos), que planeja e “constroi” pensamentos, filosofias, livros. A palavra descreve alguém que
elabora os melhores planos e que usa os melhores meios para a sua execução. O ἀρχιτέκτων não era um
designer que colocar seus planos no papel, mas que desenvolve as suas ideias, pensa nos materiais, etc.
Este termo não é usado de quem supervisiona os demais trabalhadores, mas de alguém que está envolvida
no trabalho inicial.
A “graça” não é o dom do apostolado, mas um dom especial que dispôs Paulo a fundar novas igrejas
Ou seja, Deus, em sua bondade, deu a Paulo um presente especial capacitando‐o a iniciar igrejas entre os
gentios. Neste caso, “Graça”, não se refere a um dom específico, mas a todos os presentes que Paulo
recebeu para este trabalho de fundar Igrejas, e em particular a congregação em Corinto. Estes dons não
somente qualificaram Paulo para o trabalho, mas também o fizeram tão diligente e fiel. “Graça” refere‐se a
habilidade, capacidade, ou poder capacitador de Deus. Deste modo, esta frase tem a mesma força de
"Deus deu o crescimento" e serve como impedimento aos Coríntios de fazerem de Paulo um líder
partidário.
ἐποικοδοµεῖ.
ἄλλος δὲ
ejpoikodomevw
a
Pron. Dem. Nom. MS Co. Co. Ad. 3 S Pres. Ind. At.
outro e (ele) edifica
O tempo presente indica que havia um outro líder em Corinto nesse período dando continuidade ao que Paulo começara. O
presente também pode ser contínuo, indicando que depois desse haveriam outros, expressando a continuidade da obra da
igreja em comparação com a temporalidade dos construtores.
ἐποικοδοµέω (epoikodoméô) – Construir sobre, edificar para terminar a estrutura da qual a fundação foi
colocada, para incrementar constantemente o conhecimento cristão e uma vida que se conforma a ele.
βλεπέτω ἐποικοδοµεῖ.
ἕκαστος δὲ πῶς
blevpw ejpoikodomevw
a a
Pron. Dem. Nom. MS Co. Co. Ad. 3 S Pres. Imp. At. Co. Co. Int. 3 S Pres. Ind. At.
cada (um) mas (ele) veja de que modo (ele) edifica
Em termo de implantação de Igrejas, o projeto da construção é de Deus, pois é Ele que capacita e dá
visão e estratégia aos arquitetos (Missionários, Pastores, etc...). O material da construção é dado por Deus,
pois, é Ele que elege, convence, dá fé, e oferece o sacrifício salvador às pessoas, e estas, são os tijolos e
materiais desta construção. No texto específico aqui, o enfoque do material da construção não está nas
pessoas que são os tijolos da igreja, e sim em que tipo de material os pastores constroem, ou seja, carisma
ou caráter, teologia bíblica ou sabedoria deste mundo, crescimento natural ou a todo custo, métodos
Bíblicos de administração da igreja ou visão empresarial, etc. O local da construção é dado por Deus, Cristo,
terreno e alicerce da Igreja. A capacitação (mão de obra) para a construção da Igreja é viabilizada por Deus,
através dos missionários, presbíteros, líderes e servos, que Ele salva, chama e capacita com dons do
Espírito Santo. E por fim, a conclusão da obra é garantida por Ele, no prazo que Ele estabeleceu e a obra é
para o exclusivo uso e glória Dele.
Como construtores da obra de Deus, temos que nos lembrar que o Senhor não nos fornece material de
segunda categoria, ou de qualidade duvidosa, o material que Ele nos dá para edificarmos sua Igreja, é o
melhor material possível para a construção de Sua Igreja, seja humano, escolhido e comprado (por alto
preço) por Ele, ou literário produzido pela direção Dele, e que agrada a gosto Dele. Por isso, temos que
tratar este material com o máximo zelo, cuidado, e considera‐lo altamente precioso para o dono da obra,
nunca reclamando do material que temos em mão para edificar a igreja, pois ao fazermos isso estamos
reclamando do Dono da obra que o proveu.
Aqui também percebemos a responsabilidade que está sobre o construtor, que realmente tem que ser
hábil, bem preparado e experiente para saber usar cada material onde tem que ser usado, tendo a
destreza de fazer os recortes precisos no material para que se encaixe perfeitamente, para que não fiquem
buracos, fendas ou irregularidades que comprometam a obra, tudo isso, sem desperdiçar material, quebrar
ou perder.
Sempre lembrando que a obra tem um dono, que somos trabalhadores temporários e parte de uma
grande equipe e quando a obra for terminada, quem será glorificado por ela é o dono da obra e não os
trabalhadores.
θεµέλιον ἄλλον δύναται θεῖναι τὸν κείµενον,
γὰρ οὐδεὶς παρὰ
qemevlio" a[llo" duvnamai tivqemi kei`mai
a
11 Co. Co. Pron. Dem. Adj. Nom. 3 S Pres. o
Ac. MS 2 Aor. Inf. At. Prep. Ac. Ptc. Pres. Med. Ac. MS
Exp. Ac. MS MS Ind. Pass.
fundamento pois outro ninguém (ele) pode estabelecer além de o que já se colocou
O particípio presente requer a palavra
“já” com o verbo. Κεῖμαι significa que
o fundamento foi lançado e está lá
permanente e imóveis.
ἐστιν
ὅς Ἰησοῦς Χριστός.
eijmiv
a
Pron. Relat. Nom. MS 3 S Pres. Ind. At. Nom. MS Nom. MS
o qual (ele) é Jesus Cristo
Este versículo é a base da afirmação final 3.10, ou seja, os construtores devem seguir o alicerce que já
foi estabelecido, cada construtor tem que cuidar de como constrói sobre este parâmetro, Jesus Cristo.
Toda a construção precisa estar em perfeito alinhamento com o único e verdadeiro fundamento.
Cristo é o fundamento da igreja (Mateus 16.18, Isaías 28.16, Romanos 9.33. I Pedro 2.6). Basear uma
igreja no trabalho, opinião, teologia, etc... de qualquer outra pessoa, até mesmo Pedro, é impróprio. Paulo
lançou as bases para a igreja em Corinto, quando ele pregou a Cristo e este crucificado. Os apóstolos e
profetas são o fundamento da igreja em apenas um sentido secundário (Efésios 2.20).
Quando se vai construir uma casa, todo o formato da casa é estabelecido no alicerce, onde serão as
paredes, vigas de sustentação, os ambientes, etc... Assim, uma igreja tem que ser igualmente construída
segundo os planos e projetos já estabelecidos por Deus ao lançar o alicerce. Para que a obra de edificação
de uma igreja seja boa, os construtores (presbíteros, pastores, etc...) devem seguir o alicerce estabelecido,
Jesus Cristo, tendo a Ele como referencia constante da construção.
Do mesmo modo, todo o material da construção deve estar alinhado com Cristo, quando vamos subir
uma parede, tiramos o nível, e passamos a linha seguindo o alicerce e todo o tempo usamos o prumo para
ver se cada tijolo está alinhado conforme o alicerce, para que as paredes não fiquem tortas e corram o
risco de cair, desperdiçando material. Assim, é função do construtor da Igreja (presbíteros, líderes, etc...)
constantemente verificar se cada tijolo acrescentado à igreja está alinhado e aprumado com Cristo.
ἐποικοδοµεῖ. τὸν θεµέλιον
εἰ δέ τις ἐπὶ
ejpoikodomevw qemevlio"
12 a
Co. Sub. Cond. Co. Co. Ad. Pron. Indef. Nom. MS 3 S Pres. Ind. At. Prep. Ac. Ac. MS
Se mas alguém (ele) edifica sobre o fundamento
χρυσόν, ἄργυρον, λίθους τιµίους, ξύλα, χόρτον, καλάµην,
crusov" a[rguro" livqo" tivmio" xuvlon covrto" kalavmh
Ac. MS Ac. MS Ac. MP Adj. Ac. MP Ac. NS Ac. MS Ac. FS
ouro prata pedras preciosas madeira feno (grama) palha (talo da planta)
Mesmo a qualidade da fundação sendo a melhor, a construção dependia do que os construtores
fariam sobre esta fundação. Os empreiteiros dos dias de Paulo construíam edifícios de materiais duráveis e
ou combustíveis, como o fazem até hoje. Na construção da igreja de Corinto materiais duráveis foram as
atividades que surgiram a partir de dependência de Cristo e este crucificado, a fundação. Estas obras
contribuíram para o fortalecimento espiritual permanente dos crentes. Os materiais combustíveis são
atividades que surgiram da “sabedoria” humana em todas as suas formas. Estes não fizeram nenhuma
contribuição duradoura ainda que possam ter servido à alguma necessidade temporária.
Os materiais preciosos que estão de acordo com o alicerce são:
1. Ensino baseado na Palavra de Deus;
2. Missões;
3. Confrontação do pecado;
4. Etc.
Os materiais de segunda categoria são:
1. Ensino de ideias, modelos, costumes, etc... populares não enraizadas nas Escrituras;
2. O trabalho social que excluiu a mensagem do evangelho;
3. Utilização de tempo e dinheiro para fins de simplesmente temporais;
4. Etc.
A preocupação de Paulo parece estar nos vários tipos de ensino ou de sabedoria humana que se
propagava em Corinto. Trata‐se da essência do que os ministros devem ensinar. Porque a colocação da
fundação refere‐se à pregação, assim como o trabalho no prédio. Assim como a pregação de Paulo de Jesus
Cristo é o alicerce da igreja, assim, construindo sobre essa base, os bons materiais são ensinamentos
compatíveis com o fundamento do evangelho de Jesus Cristo. Os materiais ruins são falsos ensinamentos
advindos da “sabedoria” humana do homem natural, carnal.
Esses materiais também podem ser comparados aos frutos morais produzidos nas pessoas pela
pregação da Verdade. O construtor, apresenta a verdade construindo em seus ouvintes virtudes como a fé,
a esperança e o amor, que podem suportar provações pelo fogo.
No entanto, a principal preocupação de Paulo nesta metáfora era com aqueles que fazem o edifício e
não o próprio edifício em si.
“Os seis materiais em I Coríntios 3.12 são organizados para representar uma escala
decrescente, passando de uma unidade de três de boa qualidade para uma unidade de três de
má qualidade. O versículo usa imagens para representar o que Paulo chama de ‘trabalho’ nos
versos 13 e 14 está o ponto principal. Paulo incentivar a construção com materiais de
qualidade que vão ao encontro a aprovação de Deus e receber a recompensa eterna.
Intérpretes às vezes restringem o significado dos símbolos ou a doutrina, a pessoas, a
atividade. A conclusão [adequada] é que Paulo nos símbolos combina várias coisas que levam a
boa vontade de Cristo e a recompensa de um crente. Estes são: a sã doutrina, as atividades, os
motivos e o caráter no serviço cristão”.
Deus irá expor o trabalho de cada um dos servos Dele no “dia”. Esta é uma referência ao dia em que o
crente diante de Deus dará conta da mordomia de sua vida no tribunal de Cristo (cf. Lucas 19.11 – 27; I
Coríntios 1.8; II Coríntios 5.10; Filipenses 1.6, 10; II Timóteo 1.12, 18, 4.8; Apocalipse 22.12). Em seguida, o
fogo do juízo de Deus irá testar a qualidade do trabalho de cada pessoa em Sua obra, julgará o trabalho,
mas, não a pessoa. A durabilidade ou transitoriedade dessas obras, então, se tornarão aparentes.
ἑκάστου τὸ ἔργον φανερὸν γενήσεται,
e{kasto" e[rgon fanerov" givnomai
13 a
Pron. Dem. Gen. MS Nom. NS Adj. Nom. NS 3 S Fut. Ind. Med.
De cada (um) a obra aparente (manifesta, reconhecida) (ela) virá a ser
δηλώσει,
ἡ γὰρ ἡµέρα
dhlovw
a
Artg. Nom. FS Co. Co. Exp. Nom. FS 3 S Fut. Ind. At.
(o) pois dia (ele) manifestará
πυρὶ ἀποκαλύπτεται·
ὅτι ἐν
pu'r ajpokaluvptw
a
Co. Sub. Ca. Prep. Dat. Nom. NS 3 Pres. Ind. Pass.
porque em o fogo (ele) será revelado (exposto, descoberto)
ἑκάστου τὸ ἔργον ὁποῖον ἐστιν τὸ πῦρ [αὐτὸ] δοκιµάσει.
καὶ
e{kasto" e[rgon oJpoi'o" eijmiv pu'r aujto'" dokimavzw
a
Co. Co. 3 S Pres. Pron. a
Pron. Dem. Gen. MS Nom. NS Pron. Corr. Nom. NS Nom. NS 3 S Fut. Ind. At.
Ad. Ind. At. Nom. S
e de cada (um) a obra de que qualidade (ela) é o fogo ele (ele) aprovará
τινος τὸ ἔργον µενεῖ ὃ ἐποικοδόµησεν,
εἴ
ti" e[rgon mevnw o{" ejpokoidomevw
14 a a o
Co. Sub. Cond. Pron. Indef. Gen. MS Nom. NS 3 S Fut. Ind. At. Pron. Rel. Ac. NS 3 S 1 Aor. Ind. At.
Se de alguém a obra (ela) permanecer que (ele) edificou
µισθὸν λήµψεται·
misqov" lambavnw
a
Ac. MS 3 S Fut. Ind. Med.
a recompensa (pagamento, galardão) (ele) receberá
τινος τὸ ἔργον κατακαήσεται, ζηµιωθήσεται,
εἴ
ti" e[rgon katakaivw zhmiovw
15 a a
Co. Sub. Cond. Pron. Indef. Gen. MS Nom. NS 3 S Fut. Ind. Pass. 3 S Fut. Ind. Pass.
Se de alguém a obra (ela) será consumida (queimada) (ele) sofrerá perda (prejuízo)
σωθήσεται, πυρός.
αὐτὸς δὲ οὕτως δὲ ὡς διὰ
sw/'zw pu'r
a
Pron. Nom. S Co. Co. Ad. 3 S Fut. Ind. Pass. Adv. Co. Co. Ad. Part. Comp. Prep. Gen. Gen. NS
ele mas (ele) será salvo desta maneira porém como através de do fogo
Refere‐se ao ‘Dia do Julgamento’ (trono branco). É o dia em que Cristo voltará, o dia do julgamento (I
Tessalonicenses 5.4; Hebreus 10.25). O artigo definido mostra que Paulo está se referindo ao tempo do
julgamento para os cristãos referidos em II Coríntios 5.10, quando eles dão conta do seu serviço cristão.
Refere‐se a um momento de luz, quando o que tinha sido escondido vai ser visto claramente.
“A Bíblia descreve o tribunal de Cristo, como um propósito principal: que deveria afetar a nossa
maneira de pensar e viver e nos motivar a antecipar com alegria sua volta vivendo nossas vidas
para agradá‐Lo, e não se preocupando com a maneira como os outros nos tratam ou o que eles
pensam sobre nós... Embora não seja o único fator motivador, estou convencido de que a
doutrina do tribunal (bema) destina‐se a ser uma das principais motivações bíblicas para a vida
de santidade”.
“Infelizmente, é possível que as pessoas tentem construir a igreja usando todo tipo de sistema
humano imaginável, baseada na sabedoria meramente mundana, seja filosofia, psicologia,
pop, técnicas gerenciais, relacionais, bons sentimentos ou o que quer que exista. Mas, no
julgamento, todo esse edifício (e, talvez, inúmeras outras formas, onde os sistemas se
tornaram mais importantes do que o próprio evangelho) revelará do que é feito: algo
meramente humano, sem o caráter de Cristo e seu evangelho”.
Οὐκ οἴδατε θεοῦ ἐστε
ὅτι ναὸς
ou[ oi[da Qeov" eijmiv
16 a a
Part. Neg. Int. 2 P Perf. Ind. At. Co. Sub. Int. Nom. MS Gen. MS 3 P Pres. Ind. At.
Não? (vós) tendes sabido que templo de Deus (vós) sois
τὸ πνεῦµα τοῦ θεοῦ οἰκεῖ ὑµῖν;
καὶ ἐν
pneu'ma Qeov" oijkevw uJmei`"
a a
Co. Co. Ad. Nom. NS Gen. MS 3 S Pres. Ind. At. Prep. Dat. Pron. 2 Dat. P
e o Espírito de Deus (ele) habita em vós
Ναός refere‐se a um edifício em que a divindade é adorada. Isso faz referência ao santuário que
continha o Santo dos Santos. O οἰκοδομή "construção" de 3.9 é mais especificamente definido como um
ναός, um santuário para Deus para viver nele. A ideia muda de edifício de Deus para Sua morada, por causa
da ênfase na palavra ναός aqui. Percebemos também os usos na terceira pessoal, que novamente tiram o
foca da individualidade para a coletividade, ou seja, Deus habita no meio do seu povo, o templo de Deus é
feito da união de várias pessoas que estão alicerçadas em Cristo.
A igreja de Corinto era um templo que o Espírito de Deus habitava, não o edifício, mas a união das
pessoas, a igreja como ajuntamento de pessoas em Cristo, não como um local geográfico. Paulo não estava
falando aqui de crentes individuais, sendo templos de Deus, apesar de sermos (6.19), ou da igreja universal
como o templo de Deus, embora seja (Efésios 2.19‐22; 1 Pe 2.: 5). Ele quis dizer o corpo coletivo de crentes
que compunham a igreja local, como resultado do seu uso do plural "vós" no texto grego e o singular
"templo". A congregação local não era apenas qualquer edifício (v. 9), mas um santuário (Gr. naós) que
Deus habitava. A presença do Espírito sozinho marca os irmãos da igreja como santuário de Deus em
Corinto. Na carta aos Corintios todas as vezes que Paulo pergunta: "Vocês não sabem?" (cf. 5.6, 6.2 – 3, 9,
15 – 16, 19, 9.13, 24) essa questão introduz algo indiscutível.
Os escritores do Novo Testamento falaram muitas vezes da igreja (como um grupo de crentes), como o
templo de Deus. Eles não costumam fazer distinção entre o lugar santo e o santo dos santos que existiam
nos templos físicos dos israelitas. Eles viam o templo como um todo. No entanto, aqui Paul distingue o
lugar da habitação de Deus, a própria construção do templo (naós), a partir dos recintos do templo que
cercaram e incluiu o santuário (Gr. hieron).
τὸν ναὸν τοῦ θεοῦ φθείρει,
εἴ τις
naov" Qeov" fqeivrw
17 a
Co. Sub. Cond. Pron. Indef. Nom. MS Ac. MS Gen. MS 3 S Pres. Ind. At.
se alguém o templo de Deus (ele) destruir
φθερεῖ τοῦτον ὁ θεός·
fqeivrw ou|to" Qeov"
a
3 S Fut. Ind. At. Pron. Dem. Ac. MS Nom. MS
(ele) destruirá este Deus
Deus é o sujeito do verbo no futuro, sendo Ele que destruirá.
Esta é talvez a mais forte advertência no Novo Testamento contra alguém que queira levar a igreja a se
destruir com sabedoria e divisão do mundo.
Aqui, Paulo fornece a razão pela qual os trabalhadores infiéis merecem ser punidos, uma vez que eles
têm a responsabilidade de construir um edifício muito extraordinário. A falta de uma conjunção mostra
que Paulo é subitamente tomado pela gravidade do que os trabalhadores ruins fizeram. A falta de
articulação com força introduz uma nova parte do argumento. Paulo havia falado sobre a relação entre os
mestres e a igreja. Agora, ele explica que a igreja é um "templo". Este versículo não se conecta com o
contexto anterior, mas com 3.9, onde Paulo falou sobre a excelência da igreja. Ele agora fala sobre isso,
combinando‐a com 3.10.
τοῦ θεοῦ ἐστιν,
ὁ γὰρ ναὸς ἅγιος
Qeov" eijmiv
a
Artg. Nom. MS Co. Co. Exp. Nom. MS Gen. MS Adj. Nom. MS 3 S Pres. Ind. At.
(o) pois templo de Deus santo (ele) é
οἵτινες ἐστε
ὑµεῖς.
o{sti" eijmiv
a a
Pron. Indef. Nom. MP 3 P Pres. Ind. At. Pron. 2 Nom. P
que (vós) sois vós
Se algum servo do Senhor destroia a igreja ao invez de construí‐la, Deus vai rasgar‐lhe ao meio (Atos
9.1 – 4). Ele geralmente faz isso enviando disciplina temporal, de uma forma ou de outra (cf. 5.5). A palavra
grega traduzida como "destrói" (phtheiro) também significa "contaminar". É uma coisa muito séria destruir
ou profanar um templo santo, e é isso que a igreja local é (cf. Mateus 16.18). No mundo antigo, a
destruição de um templo era uma ofensa capital. A Igreja é santa porque Deus separou‐a para glorificá‐Lo,
mesmo que nem sempre ela seja tão santa em sua conduta, uma vez que está em sua vocação. Versículos
16 e 17 antecipar a discussão da disciplina na igreja em 5.1 – 13.
"Há três tipos de construtores, o homem sábio (vs. 12 e 14), o insensato (v. 15), e os tolos, que
destroem o edifício (v. 17)".
Paulo termina sua discussão a cerca da igreja local (vv. 5‐17), enfatizando a importância do trabalho que
todos os servos de Deus estavam fazendo em Corinto. Ele também faz isso para enfatizar a necessidade de
unidade do ponto de vista da congregação.