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ÍNDICE

APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................................ 2

CAPÍTULO 1: CHAMADOS COM UM PROPÓSITO ........................................................................................ 3

1. IDENTIDADE: QUEM SOU EU? ........................................................................................................... 3


2. IMPORTÂNCIA: QUAL É O MEU VALOR? ........................................................................................... 4
3. IMPACTO: QUE DIFERENÇA FAÇO NO MUNDO? ............................................................................... 5
4. CHAMADOS COM UM PROPÓSITO .................................................................................................... 7
5. PERGUNTAS QUE VOCÊ DEVE RESPONDER ....................................................................................... 8

CAPÍTULO 2: AGRUPES - BASE BÍBLICA ...................................................................................................... 9

1. QUAL É A BASE BÍBLICA PARA AGRUPES? ......................................................................................... 9


2. O DESENVOLVIMENTO DOS AGRUPES AO LONGO DA HISTÓRIA ..................................................... 13
3. A IGREJA EM PEQUENOS GRUPOS .................................................................................................. 15
4. A ESTRUTURA DA ACEV ................................................................................................................... 16

CAPÍTULO 3: DINÂMICA DE FUNCIONAMENTO ......................................................................................... 18

1. O QUE É AGRUPE? ........................................................................................................................... 18


2. AGRUPES, PARA QUÊ? ..................................................................................................................... 21
3. QUAIS OS OBJETIVOS DE UM AGRUPE? .......................................................................................... 22
4. A DINÂMICA DA REUNIÃO DE UM AGRUPE .................................................................................... 26
5. OUTRAS CONSIDERAÇÕES .............................................................................................................. 29
6. A ESTRUTURA DO AGRUPE ............................................................................................................. 30
7. ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DOS AGRUPES ....................................................................................... 33
8. ESTÁGIOS DA VIDA DO AGRUPE ..................................................................................................... 37
9. A IMPORTÂNICIA DAS METAS PARA A LIDERANÇA DE AGRUPES .................................................. 38
10. PLANEJAMENTO DOS AGRUPES .................................................................................................... 40
11. A MULTIPLICAÇÃO DOS AGRUPES ................................................................................................. 43
12. ERROS QUE DEVEMOS EVITAR NO SISTEMA DE AGRUPES ............................................................ 47
13. COMO PROTEGER SEU AGRUPE .................................................................................................... 49
14. AGRUPES DE CRIANÇAS ................................................................................................................. 51
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS .................................................................................................................. 67

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Apresentação
“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e
do Filho e do Espírito Santo, - Mt 28:19

Esse é um dos textos em que Jesus nos dá a razão principal da vida de um cristão:
fazer discípulos de todas as nações. Essa é a missão de todo cristão, que deve ser cumprida
durante toda a sua vida, toda a carreira cristã. Todos nós somos comissionados para ser e fazer
discípulos de Jesus. Todos somos convidados a participar dessa corrida da vida cristã, e Paulo nos
dá orientações sobre essa carreira usando uma metáfora em 1 Co 9.24:
“Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só
é que recebe o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis”.

Há um objetivo para a corrida, o prêmio. Somente um pode recebê-lo, o vencedor.


Há um desafio para alcançá-lo, a preparação.
Paulo então nos ensina a "tal maneira” para alcançarmos a vitória:

- Ser diligente: “Todo atleta em tudo se domina” (I Co. 9:25), ou seja, estabelece
prioridades, dedica-se ao objetivo de sua vida: uma coroa, no nosso caso, incorruptível.
- Planejar: Paulo se dá como exemplo ao dizer “Assim corro também eu, não sem
meta; assim luto, não como desferindo golpes no ar”. Se há um alvo a ser alcançado, precisamos
ter uma tática para alcançá-lo.
- Ser aprovado: “para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser
desqualificado” (I Co. 9:27). Há também uma forma de atingir esse alvo, obtendo um alcance
muito maior, tendo uma vida coerente.
- Viver pela Palavra de Deus: Paulo nos ensina ainda “o atleta não é coroado se não
lutar segundo as normas” ( II Tm. 2:5). A vida desse atleta tem que ser vivida de acordo com a
Palavra de Deus. Atalhos o impedirão de ser coroado, ainda que alcance o alvo.

Não podemos correr a carreira cristã de qualquer maneira, como muitos tentam
fazer e vivem vidas infelizes, são infrutíferos ou caem cansados pelo caminho.
Como ser um atleta vitorioso? Para isso precisamos ser capacitados!
Assim planejamos em 2015 a ELAC (Escola de Líderes da Ação Evangélica) para
capacitar os membros de nossa igreja para o exercício da liderança, do discipulado e do serviço.
Um treinamento eficaz que capacitará cada irmão a alcançar esses alvos tanto individualmente,
quanto coletivamente, como corpo de Cristo. Cumprindo a grande comissão dada por Jesus numa
visão de multiplicação de discípulos.
Somente assim, capacitados, poderemos juntos correr a carreira que nos está
proposta, cumprir a grande comissão que nosso Senhor e Salvador nos outorgou.

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CAPÍTULO 1 : CHAMADOS COM UM PROPÓSITO
Quem somos, afinal? Qual o nosso valor? A que viemos?

Estas são três questões básicas da vida:

1. IDENTIDADE: QUEM SOU EU?


Deus deixou claro a sua intenção quando formou o homem. “Façamos o homem a nossa imagem e
conforme a nossa semelhança” – Gn. 1:26. O homem era um ser que tinha a Imagem e Semelhança do
próprio criador. Com a queda de Adão e Eva, perdemos parte desta semelhança. Mas ainda temos
características de Deus em nós. Todas as pessoas e não apenas os crentes trazem a imagem e semelhança
de Deus, embora distorcida e afetada pelo pecado.

Jesus Cristo foi enviado por Deus para restaurar em nós sua imagem e semelhança plena.

“O Filho é o resplendor da sua glória e a expressa imagem da sua pessoa”- Hb.1:3. Tudo o
que podemos saber e aprender de Deus está expresso em Jesus Cristo. Nem mais, nem menos.

A proposta de Deus é nos fazer semelhantes a Jesus Cristo, que é a perfeita imagem do Pai.

• Deus quer desenvolver em nós o caráter de seu filho Jesus - Rm 8.29, Ef 4:13

"Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à
imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos". (Rm 8.29)

"...até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e


cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo." (Ef 4.13)

• Deus quer que sejamos santos como Ele é - Ef 4:22-24, 1 Pe 1.15-16

"Quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se do velho homem, que
se corrompe por desejos enganosos, a serem renovados no modo de pensar e
a revestir-se do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade provenientes
da verdade. (Ef 4.22-24)

Para isso somos tratados, provados e aperfeiçoados por Deus para cumprirmos o seu
propósito. O processo de santificação e de moldar o nosso caráter é lento. Quanto mais nos submetermos
ao tratamento de Deus, mais rápido será. É preciso haver sujeição a Deus.

Porém vivemos na geração do imediatismo. Queremos ver resultados rápidos em tudo, de


preferência sem termos muito trabalho. Mas o tratamento de Deus conosco não é imediato, leva tempo.

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Para restaurar a sua imagem em nossa vida, Deus desenvolveu um projeto fantástico:

• Ele nos gerou novamente, através de uma semente perfeita que é Cristo, mudando a
nossa natureza de tal forma que agora podemos receber aquilo que por ele nos é dado – I Pe. 1:3-4;

• Deus criou novas bases de relacionamento conosco, recebendo-nos como filhos – Jo.
1:12;

• Deus colocou em nós seu Espírito Santo, para que se cumpram os seus propósitos – I
Co 6.19; I Ts. 4:7-8;

• Restaurou a nossa identidade com ele a tal ponto que Jesus é a nossa própria vida –
Cl. 3:4;

Quando nos perguntarem qual é a nossa identidade podemos responder: Jesus Cristo.

2. IMPORTÂNCIA: QUAL É O MEU VALOR?


O modo como enxergamos a vida irá defini-la e determinar o nosso destino. Irá refletir na
forma de como nos relacionamos com os outros, como nos vestimos, nos nossos valores, prioridades,
propósito, metas, etc.

Nós precisamos enxergar a vida e expressá-la do ponto de vista de Deus. Ele nos fez com a
cor que ele quis, no local e na família que ele escolheu, etc. Você precisa compreender o seu valor.

2.1 - Deus planejou você

Você foi concebido na mente de Deus antes mesmo de ser concebido no ventre de sua mãe.
Você pode ter sido um filho indesejado e não planejado por seus pais, mas você foi desejado e planejado
por Deus. Você não é fruto do acaso. Você é exatamente dessa forma porque Deus tem um propósito em
você ser assim – Sl. 139:13-16.

Entender isso motiva a sua vida.

2.2 - Você foi regenerado por Deus

A Palavra de Deus diz que você foi gerado novamente de uma semente incorruptível, que é a
própria palavra de Deus - I Pe. 1:23.

Algumas pessoas pensam que não são notadas, nem queridas, que não tem nada de
especial. A sensação de solidão toma conta de muitos, levando-os ao desânimo, depressão, frustrações,
etc.

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Mas tudo está sob o controle de Deus. Mesmo as coisas que parecem insignificantes não o
são para Deus. Ele te escolheu para se relacionar com você e tem um propósito para sua vida.

Entender isso valoriza a sua vida.

2.3 - Deus tem algo para fazer através de você

Quantos planos você já fez? Quantos conseguiu realizar? De todos eles, quais foram
baseados nos planos e propósitos de Deus para sua vida?

Deus o planejou, programou, regenerou e chamou porque também tem planos claros para
sua vida: continuar a fazer aquilo que Jesus começou. Ele confiou isto a você - Mt 28.19-20; Mc 16.15; Jo
17.18. Você só tem esta vida para fazer o que ele espera de você. O que ele lhe propõe aqui é temporário,
mas o que ele lhe promete para depois é eterno – 2 Tm. 4:7-8.

Entender isso redireciona sua vida.

3. IMPACTO: QUE DIFERENÇA FAÇO NO MUNDO?


Muitos vivem uma vida egoísta, sem fazer diferença para as pessoas ao nosso redor. Passam
despercebidos pelos perdidos, sedentos e necessitados. Deus não planejou isso para o homem.

Jesus disse que veio para que nós tivéssemos vida e vida em abundância, isto é,
primeiramente com significado e propósito. Qual é o propósito da sua vida?

Quando atendemos ao chamado de Deus entendemos o significado e o propósito da vida.

Talvez você pense que sua vida é inexpressiva, incapaz de afetar quem quer que seja. Saiba
que Deus está atuando poderosamente no mundo e quer você ao lado dele, formando uma equipe
poderosa, capaz de transformar a vida das pessoas com algo que seja verdadeiramente impactante,
duradouro e eterno.

3.1 - Deus tem atribuições para você

Você faz parte deste plano.

Você tem um MINISTÉRIO junto ao corpo de Cristo, levar o evangelho aos que não crêem.
Discipulando vidas que se multiplicarão – Mt. 28:19. Parte dessa missão é compartilhada com o corpo de
Cristo. Mas há uma responsabilidade que é específica e somente você pode atendê-la - 2Co. 5:18-20. Você
tem o ministério da reconciliação.

3.2 - A sua missão é a obra mais importante da sua vida

Muitos têm seu nome lembrado ao longo da história por causa de grandes obras, grandes

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descobertas. Mas nenhuma vida foi tão impactante quanto a de Jesus. E Deus nos chama para continuar
sua obra.

Jesus nos chamou para ele e para ir por ele. A ordem de evangelização foi dada cinco vezes
de formas diferentes – Mt. 4:19. É compromisso – Mt. 28:19-20. E deve ser entendido como um privilégio,
pois somos honrados com a posição de colaboradores de Deus na construção do seu reino.

Somos ministros de Deus - 2 Co. 5:18. Temos o ministério da reconciliação.

Somos embaixadores de Deus – 2 Co 5:20

Embaixador (def.): 1 A graduação mais elevada de representante de um governo ou Estado,


junto de outro Estado ou governo. 2 Emissário. 3 Pessoa encarregada de missão pública ou particular. 4 O
encarregado de uma missão extraordinária.

Somos cooperadores de Deus - 2Co 6:1

Falhar em nossa missão é desperdiçar a vida que recebemos do Senhor – At. 20:24.

Entender isso valoriza sua vida.

3.3 - Sua missão é a obra mais impactante para a vida dos outros

A mensagem de Jesus atravessa os séculos transformando vidas. O melhor que se pode fazer
por alguém é contar-lhe como obter a vida eterna – At. 4:2.

Vale a pena gastar a vida em algo que sobreviverá à própria vida, algo que permanecerá
para sempre (At 20.24). A sua missão é única no mundo e fará diferença no destino eterno das pessoas e
no seu próprio destino.

Entender isso redireciona a sua vida.

3.4 - Sua missão é o custo mais precioso da sua vida

Missão não é algo que agregamos à nossa vida. Ao contrário, ela substitui todas as outras
coisas: sonhos, planos, ambições, privilégios, etc.

O enfoque tem de mudar: não é Deus abençoar o que eu estou fazendo, mas eu fazer o que
Deus está abençoando ou já abençoou.

Nada fará tanta diferença na eternidade do que o cumprimento do seu propósito – 2 Tm. 4:7-8.

Entender isso o colocará dentro do propósito de Deus para sua vida.

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4. EXEMPLOS DE PESSOAS CHAMADAS COM UM PROPÓSITO
Em Jesus Cristo, recebemos uma nova identidade, uma afirmação do nosso valor e um
chamado para fazermos diferença em nossa geração. Vejamos o exemplo de alguns personagens bíblicos:

4.1 – Adão

Adão, o primeiro homem, foi criado à imagem de Deus. Sem pecados, com identidade e
valores bem definidos. Mas mesmo assim Deus lhe deu um chamado, uma missão e um propósito bem
claro.

“Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os
criou. E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai
sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra” Gn. 1:27-28.

Alguns cristãos pensam que o único propósito de Deus para nós é sermos como ele. Ser é
mesmo fundamental e todos devemos buscar uma completa mudança de vida. Mas Adão já era como
Deus e mesmo assim o Senhor o chamou para fazer algo para ele. E o chamado de Deus foi: Ser fecundo,
multiplicar, encher a terra e dominá-la, ou seja, exercer liderança e influência.

Quando Deus teve de trazer o juízo do dilúvio e recomeçar a história da humanidade por
meio de Noé, o mesmo propósito de Deus lhe foi retransmitido, com as mesmas palavras, ou seja:
“Abençoou Deus a Noé e a seus filhos e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra” - Gn
9:1-2.

4.2 - Abraão

Abraão foi chamado por Deus e transformado num homem de fé e obediência. Deus mudou
o seu nome de Abrão, Pai Exaltado, para Abraão, Pai de uma multidão. Seu próprio nome revela o
propósito de Deus de fazer dele o pai de uma grande nação. Em Gn.12:1-3 e 15:5-6, vemos claramente
que o mesmo desejo que Deus tinha para Adão e para Noé agora é retransmitido a Abraão, ou seja, o pai
de uma grande nação e que toda a terra fosse abençoada a partir dele e de sua descendência.

Jesus sempre enfatizou que estava em missão para salvar os perdidos. Ser e fazer sempre
foram enfatizados por ele, pois dizia: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra” – Jo. 14:23 e “Vós
sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando” – Jo.15:14.

Sua última ordem foi para irmos por todo o mundo e fazendo discípulos de todas as nações.

4.3 – Paulo

O apóstolo Paulo vivia em função do propósito de Deus e ele mesmo testemunha dizendo:

“Então, eu perguntei: Quem és tu, Senhor? Ao que o Senhor respondeu: Eu sou Jesus, a

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quem tu persegues. Mas levanta-te e firma-te sobre teus pés, porque por isto te apareci, para te
constituir ministro e testemunha, tanto das coisas em que me viste como daquelas pelas quais te
aparecerei ainda, livrando- te do povo e dos gentios, para os quais eu te envio, para lhes abrires os olhos
e os converteres das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus, a fim de que recebam eles
remissão de pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim. Pelo que, ó rei Agripa, não
fui desobediente à visão celestial ” – At. 26:15-19.

Deus tem nos dado uma visão celestial e também não podemos ser desobedientes a ela.
Esses heróis bíblicos encontraram em Deus a sua identidade, e foram profundamente tratados em seu
caráter e valores. Foram muito usados por Deus, pagando o preço de completarem o chamado de Deus
para eles.

Jesus veio para formar uma geração de filhos, regenerados, cada dia mais semelhantes a ele
e que encham a terra de muitos outros crentes semelhantes a Jesus. Nossa igreja tem a missão e a
responsabilidade de levar o evangelho e transformá-los em verdadeiros discípulos de Jesus, que vivam o
Evangelho em Ação.

Cremos fortemente que Deus nos tem dado uma estratégia de crescimento e pastoreio da
igreja através da multiplicação de discípulos por meio de muitos AGRUPES espalhados por toda a cidade.
Através deles, todos podemos cumprir o chamado de Deus, dando frutos, multiplicando e exercendo a
liderança, gerando muitas vidas, pelo poder do Espírito Santo e para glória de Deus.

“Pois a terra se encherá do conhecimento da glória do SENHOR, como as águas cobrem o


mar” Hc 2:14.

5. Perguntas que você deve responder:


1. O que deve ser o centro da sua vida? = Adoração.

• Para quem você irá viver? Em torno de que construirá sua vida?

2. Qual será o caráter da sua vida? = Discipulado - I Tm. 4:16; 2 Tm 2.2

• Que tipo de pessoa você quer ser? Deus se interessa mais em quem você é do que em que
você faz.

3. Qual será a contribuição da sua vida? = Serviço – Jo. 15:16.

• O seu ministério no corpo de Cristo é a sua missão neste mundo.

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CAPÍTULO 2 : BASES BÍBLICAS

1. QUAL É A BASE BÍBLICA PARA AGRUPES?


1.1 - Velho Testamento:

Embora estamos estudando sobre AGRUPES como estratégia eficaz para o crescimento
integral da igreja na atualidade, é importante ressaltar que sua utilização não se trata de um modismo. Na
verdade, os pequenos grupos já se faziam presentes nos relatos bíblicos, tanto do V.T. como no N.T. Um
dos relatos mais conhecidos no V.T. é o conselho de Jetro a Moisés, para dividir o povo de Israel, que
Moisés pastoreava, em pequenos grupos, liderados por homens capazes que pudessem supervisioná-los,
instruí-los, discipulá-los.

➢ Jetro – Êx.18:13-27 - Delegação de autoridade: Um, cuidando de 10 - líder; outro, de 50 -


discipulador; outro de 100 – coordenador; e outro de 1000 - pastor de área.

1.2 - Novo Testamento:

➢ Jesus - O AGRUPE e o ministério de Jesus

Relacionarmos o AGRUPE e o ministério terreno de Jesus é, sobretudo, reconhecermos que


grande parte deste ministério se deu nos lares e em contexto de pequeno grupo, embora Jesus tenha
pregado também na sinagoga e ao ar livre. Tal fato á se evidenciava na própria escolha do grupo de
homens que iria desfrutar da convivência íntima com Jesus e, conseqüentemente, propagar o seu reino.
Um pequeno grupo de doze apóstolos, discípulos, foi o meio que Jesus utilizou para estender seu cuidado
às multidões errantes e aflitas.

Jesus iniciou seu ministério com um AGRUPE de doze discípulos. Sendo assim, manifesta-se
no AGRUPE escolhido por Cristo sua principal estratégia evangelística: a formação de líderes que
pudessem conduzir o povo para a consolidação do seu reino - Mc 3:13-14; Lc 6.12-13.

Desse modo, o procedimento do ensino de Jesus, natural e informal, concentrava-se no


discipulado. O pequeno grupo de discípulos era levado a aprender a vida que seu mestre vivia, para só
então, com o exemplo de suas vidas, formarem outros discípulos.

Assim, dada a relevância da formação dos doze discípulos escolhidos, podemos entrever que
esse AGRUPE, inicialmente, consistia no principal instrumento de expansão do reino de Deus; fato notório
no comissionamento de Jesus aos discípulos, relatado pelos evangelhos sinóticos: Mt 28.19-20; Mc 16.15.
A partir destes textos entendemos que Jesus comissionou cada membro da Sua Igreja, cada cristão, cada
discípulo, a fazer novos discípulos e expandir o reino de Deus. A missão de Jesus Cristo, recebida do Pai,
tem, por conseguinte, a sua continuação na Igreja - Jo 20.21

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Cabe aqui evidenciarmos que o pequeno grupo de doze discípulos constituído por Jesus
Cristo apresenta-se como o melhor exemplo neotestamentário de AGRUPE.

É interessante ressaltamos que os lares, por proporcionarem um ambiente de pequeno grupo,


tornaram-se portos estratégicos para o evangelismo e discipulado no ministério de Jesus, podendo-se
verificar tal tato, sobretudo, nas narrativas de Marcos:

▪ Várias vezes Jesus instruiu, particularmente, os doze apóstolos em casas - Mc 7.17; 9.28,
33; 10.10; 16.14-16; Jo 13.14.

▪ Também ensinou e ministrou na casa de fariseus e de amigos, em contexto de AGRUPE -


Mc 14.3-9; Lc 7.36-50; 10.38 -42.

▪ Além disso, ensinou em casa de pecadores e publicanos, enquanto comia com eles.
Vemos Jesus evangelizar na casa de um pecador - Lc 15.1-2-31; 19.5-6-10.

▪ Podemos constatar que, no ministério de Jesus, além de servirem de AGRUPES para


evangelizar, discipular e capacitar, as casas também foram palcos de curas (Mc 1.29-31;
Lc 14.1-2), milagres, ressurreição (Mc 5.37-43), diaconia (serviço) e comunhão 14.13-18
(Ceia).

▪ O lar era ainda o ambiente propício para que o Senhor Jesus ministrasse seus
ensinamentos a mulheres, algo inconcebível a um rabi, uma vez que elas eram excluídas
dos círculos religiosos, comumente analfabetas e dominadas por uma cultura machista
(Lc 10.38-41; Mc 14.3-9; Jo 12.3).

Fica evidente que grande parte do ministério de Jesus na terra ocorreu em casas, que
sediavam reuniões de pequenos grupos, ambiente propício para aperfeiçoar a dinâmica interna do seu
grupo.

Cit.: David Kornfield: Jesus usou as casas como centros de ensino, discipulado, evangelismo,
cura, intimidade e serviço. E ensinou os discípulos, os doze, e os setenta (e nós) a fazerem o mesmo.

Jesus alicerçou seu ministério em relacionamentos, e outras atividades que desenvolveu


para estar presente com seus discípulos. Pode-se vê-lo conversando, comendo e dormindo com eles, -
Jo.1:39-40; 2:2; 4:7-8; Lc 11:1. Andaram juntos em estradas, visitaram cidades, viajaram de barco,
pescaram no mar da Galiléia, oraram juntos, foram às sinagogas e ao templo.

Fizeram viagens a Tiro e a Sidom - Mc 7:24; Mt.15:21, para o “território de Decápolis”. - Mc.
7:31;. Mt. 15:29 - e para as “regiões de Dalmanuta”, a sudeste da Galiléia -Mc.8:10; e também para as
“aldeias de Cesaréia de Filipe” - Mc.8:27, no nordeste.

Apl.: Em todas estas viagens e episódios os doze apóstolos estavam com ele, aprendendo

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sua doutrina e sua maneira de viver o Reino de Deus através de seus sermões, suas aulas e seu exemplo,
isto é o verdadeiro discipulado. E depois do período de preparação Jesus enviou, comissionou, ordenou
que seus discípulos, os doze que faziam parte do seu AGRUPE, fizessem o mesmo pelo mundo todo. O
AGRUPE protótipo de Jesus foi desafiado a se multiplicar e se espalhar por todo o mundo, esta era a
estratégia para que o Reino de Deus se expandisse em toda a terra. O primeiro AGRUPE obedeceu a
ordem, cumpriu sua missão e por isso estamos aqui hoje como discípulos de Jesus mais de dois mil anos
depois. Mas agora é a nossa vez, nós também somos comissionados por Jesus, enviados para fazer
discípulos, e a mensagem que devemos levar deve ser a mesma pregada por Jesus e pelos doze, a
estratégia também deve ser a mesma, não precisamos inventar novos métodos, precisamos somente
voltar a praticar a estratégia deixada pelo nosso Mestre e Senhor: reunirmos no templo e nas casas para
fazer discípulos de Jesus, ensinando, batizando, testemunhando, vivendo o evangelho, e assim expandir o
Reino de Deus por toda a terra.

➢ A Igreja - O AGRUPE na Igreja Primitiva

Os primeiros cristãos, assim como Jesus, encontraram inúmeros osbstáculos para a


comunicação das boas novas de salvação, fato prenunciado pelo Mestre - Jo 15.20.

Por outro lado, segundo a perspectiva judaica, os seguidores de Cristo, uma minoria de
homens sem formação religiosa formal, objetivaram corrigir a teologia, o exercício da fé e as práticas
religiosas do povo judeu, que dispunha de líderes religiosos profissionais e de uma tradição oral, que
diziam remontar até Moisés.

Na outra mão, a doutrina cristã ia de encontro aos interesses político-religiosos romanos.


Pelo fato de não participarem do culto ao imperador, os cristãos passaram a ser considerados, pelos
romanos, pessoas perigosas, uma vez que a participação em tal culto era vista como demonstração básica
de lealdade ao Estado.

Dessa forma, podemos constatar que a propagação da doutrina cristã primitiva encontrava
empecilhos nos principais segmentos político-religiosos de sua época.

Mesmo frente aos obstáculos político-religiosos os cristãos lançaram mão de várias


estratégias evangelísticas para comunicarem sua fé, tais como a pregação em sinagoga, ao ar livre e no
pátio do templo, reuniões nos lares, debates, testemunhos pessoais, entre outros. Entretanto, o
rompimento com o judaísmo, a interdição de cultos públicos por parte das autoridades romanas, bem
como a inexistência de prédios para a proclamação formal do evangelho levaram os cristãos a buscar
alternativas que possibilitassem a propagação do reino de Deus. A principal alternativa, então, mediante
a proibição de reuniões públicas, foi a formação de AGRUPES de cristãos, que se reuniam em seus lares.

Essa iniciativa dos primeiros cristãos evidencia que os elementos essenciais para a
solidificação da igreja, enquanto corpo de Cristo, tais como evangelismo, discipulado, comunhão e
aprendizagem, foram intensificados através das reuniões nos lares. A propósito, a narrativa de Lucas
sobre a vida dos primeiros cristãos, registrada no livro de Atos, revela o quanto as casas deles foram úteis

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para a consolidação e expansão de sua fé. Os lares de cristãos eram usados para reuniões de oração, para
ocasiões de comunhão, para o partir do pão - Santa Ceia -, para celebração e ensino, evangelização,
debates, bem como para outras finalidades que contribuíam para a consolidação do cristianismo.

Assim analisando os relatos sobre a igreja primitiva, percebemos que existiam certos
objetivos que norteavam a constituição e o funcionamento de seus pequenos grupos:

▪ Oração - Um dos elementos indispensáveis nas reuniões caseiras dos primeiros


cristãos era a oração. Como exemplo deste fato, temos o caso da libertação de
Pedro da prisão mediante a oração de um pequeno grupo de fiéis, que se
encontrava para interceder por ele na casa de Maria - mãe de João, cognominado
Marcos (At 12.12-17). Havia também os períodos de oração doméstica em que os
discípulos se encontravam, após a ascensão de Cristo e no dia de Pentecostes (At
1.12-14; 2.1-4).

▪ Comunhão - Foi nos lares, em pequenos grupos, que os primeiros cristãos


vivenciaram, enfaticamente, uma genuína comunhão (At 2.42, 44, 46).

▪ Ensino - Na igreja primitiva, também o ensino sobre o reino de Deus aconteceu com
maior ênfase em AGRUPES, no contexto dos lares - At 19.9-10

- Ao se despedir dos presbíteros de Éfeso, Paulo lembour-lhes de os haver ensinado


publicamente e de casa em casa (At 20.20).

▪ Ensino e Milagres - Paulo estava ensinando no cenáculo (sala onde se comia a ceia
ou jantar) de uma casa, em Trôade, quando na ocasião ressuscitou Êutico, que caíra
de uma janela do terceiro andar da casa (At 20.7-12).

- Em outros casos, Lucas revela que as casas dos primeiros cristãos foram muitas
vezes o lugar onde aconteceram curas milagrosas (At 9.36-41) e batismos (At 9.17-19; 10.47-48; 16.30-
33).

▪ Evangelismo - Pedro e João, mesmo tendo sido presos e açoitados, não cessaram
de pregar diariamente no templo e de casa em casa sobre as boas novas de salvação
(At 5.42).

- Também Paulo, quando preso em uma casa em Roma, ali debateu sobre a
salvação em Cristo, tendo como convidados líderes judeus (At 28.16ss).

- Temos vários os exemplos de AGRUPES em lares com objetivos


evangelísticos:

1. A casa de Lídia e a do carcereiro de Filipos, que funcionaram como centros

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evangelísticos - At 1611-15, 28-34

2. A casa de Cornélio - At 10.22-48

Paulo nos dá uma amostra da importância das reuniões nos lares - AGRUPES - quando,
frequentemente, ao final de suas cartas, enviava uma saudação à igreja que se reunia em certas casas,
como:

▪ A casa de Áquila e Priscila (Rm 16.3-5; 1 Co 16.19),


▪ A casa de Gaio em Roma (Rm 16.23),
▪ A casa de Ninfa (Cl 4.15)
▪ A casa de Filemon (Fm 1.2)

Dada a sua importância, esses lares foram também alvos de perseguição (At 8.3).

Concluímos pois que podemos ver nestes textos do N.T. a existência e importância dos
AGRUPES na vida da igreja cristã. Percebemos que a igreja primitiva se reunia no templo, nas sinagogas e
nas casas. No templo se reuniam como uma grande congregação para adorar a Deus com cânticos, para
ouvirem os ensinos e a pregação das Sagradas Escrituras em comunhão com os demais irmãos. Nos lares
também faziam essas coisas em grupos menores, nos AGRUPES, onde também evangelizavam de forma
relacional, e onde os recém-convertidos eram discipulados, num processo onde eram acolhidos e
alimentados espiritualmente com a Palavra de Deus, com oração e apoio dos mais maduros. Ali
aprendiam acerca de Jesus, suas necessidades eram supridas, tinham comunhão uns com os outros,
recebiam cuidados e acompanhamento até se sentirem aptos para cuidarem com carinho de outros e se
multiplicarem, testemunhando de Cristo, verbalizando sua fé e gerando novos discípulos de Jesus Cristo.
Dessa forma a igreja crescia de forma equilibrada, com suas Duas Asas (a Grande Congregação e os
AGRUPES), vivenciando a prática do evangelho e expandindo o Reino de Deus para Sua glória.

2. O DESENVOLVIMENTO DO AGRUPE AO LONGO DA HISTÓRIA


➢ No ano de 312 a igreja começou a perder o equilíbrio entre as reuniões de celebração no
templo e nas casas. Dando mais ênfase aos templos.

➢ No ano de 1517, Martinho Lutero deu início à reforma protestante e transformou a teologia,
mas não conseguiu mudar a estrutura da igreja.

Lutero proclamou o sacerdócio de todos os crentes, mas 500 anos depois a estrutura das igrejas
negam isso. Precisamos de uma nova reforma para devolver aos leigos a sua função de ministros da
reconciliação. O leigo é o melhor e maior potencial da igreja.

➢ No ano de 1742, João Wesley criou as reuniões de classe (os Círculos Santos), reuniões de

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pequenos grupos nas casas onde os crentes oravam, liam a Bíblia e encorajavam-se
mutuamente.

A idéia de reunião de classe surgiu em 1742 quando Wesley tendo que reunir recursos para saldar a
dívida da Capela de Bristol, dividiu sua congregação em doze grupos que tinham um encontro
semanal com hora e lugar conveniente para todos.

Wesley se surpreendeu com os resultados. Ele percebeu que, através daqueles pequenos grupos,
era possível exercer um programa de disciplina e crescimento espiritual. Os pequenos grupos
podiam proporcionar, aos membros das sociedades metodistas, oportunidade para comunhão
comunitária co-responsável na forma de oração, cântico de hinos, confissão mútua,
compartilhamento de suas experiências cristãs e aconselhamento espiritual, tudo isso sob firme e
confiável liderança local. Através das reuniões de pequenos grupos:

- Os membros experimentavam companheirismo cristão;


- Começaram a levar os fardos uns dos outros;
- Cuidavam uns dos outros;
- Preocupavam-se com o bem-estar do próximo.
- Os membros evangelizavam através de relacionamentos, pessoas do seu círculo de convivência
(parentes, amigos, vizinhos etc.)

O progresso das reuniões de classe:


Em 1768.....40 grupos......27.361 membros
Em 1770.....60 grupos......40.009 membros
Em 1780.....99 grupos......66.375 membros
Em 1790.....149 grupos....101.712 membros

Calcula-se que em 1800, um em cada 30 ingleses adultos era metodista. Isto traz uma implicação
para a igreja atual, pois se torna óbvio que a funcionalidade dos pequenos grupos com seu cuidado
mútuo e uma evangelização aos amigos, parentes e vizinhos continuam sendo imprescindíveis para
o crescimento saudável da igreja cristã em qualquer época ou local.

➢ No século XX, começa “o movimento de grupos familiares moderno”, que temos hoje. O pai
dos AGRUPES (pequenos grupos) modernos é o Pastor David Yonggi Cho. Esse movimento
nasceu em 1964, em Seul, Coréia do Sul, com 20 grupos familiares. Hoje estima-se que a igreja
tem mais de 800 mil membros e 600 missionários.

Concluímos pois que a Igreja de Duas Asas, que tem suas reuniões de Celebração na Grande
Congregação e suas reuniões de AGRUPES nos Lares é um modelo bíblico. Praticado por Jesus e pela
igreja do Novo Testamento. Durante períodos da história a igreja deixou a prática das reuniões de
pequenos grupos nos lares concentrando suas atividades nos templos. Mas esta atividade foi sendo
retomada em alguns momentos da história da igreja com resultados extraordinários. Hoje, à semelhança

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da igreja cristã primitiva, muitas igrejas tem voltado a prática das reuniões nos lares com o objetivo de
evangelizar (At 5.42 - Todos os dias, no templo e de casa em casa, não deixavam de ensinar e proclamar
que Jesus é o Cristo.) e promover a comunhão e o pastoreio mútuo (At 2.42-47), tendo como resultado o
crescimento sadio e equilibrado da igreja local (espiritual e numérico), e sua relevância na sociedade onde
está inserida.

3. IGREJA EM PEQUENOS GRUPOS (AGRUPES)

Uma igreja com Pequenos Grupos é uma igreja que tem os Grupos Pequenos como mais um
ministério da igreja local

Enquanto que uma igreja em Pequenos Grupos é caracterizada por uma estrutura onde os
AGRUPES de EVANGELISMO são o centro do ministério da igreja. É a estrutura de funcionamento da vida
e da missão da igreja. É o estilo de vida e liderança da igreja. É a espinha dorsal da igreja.

Todas as atividades da vida da igreja estão conectadas com os AGRUPES.

ORGANOGRAMA DA IGREJA EM AGRUPES:

16
4. A ESTRUTURA DA ACEV

A ilustração acima busca representar as duas dimensões da igreja, igreja como organização (estrutural)
e como organismo vivo.
A dimensão relacional está ligada com a igreja enquanto organismo, enquanto Corpo de Cristo (Atos
2:42-47); já a dimensão estrutural diz respeito a igreja enquanto organização,sua estrutura
organizacional, física, seus ministérios, seus recursos, etc (Atos 6:1-7).

Exemplo: Grupo Ministerial G+:

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As duas partes são vitais para a Igreja e são interdependentes

O Min. G+ deve ser responsável pela dinâmica da vida dos Jovens, Adol., e Pré-adol. Em todos os
aspectos. Sendo responsável pelo desenvolvimento dos Agrupes e pelo desenvolvimento das atividades
que acontecem na Grande Congregação.

De forma que cuidam do relacionamento que promove o evangelismo relacional e a edificação dos
crentes nos AGRUPES, e ao mesmo tempo se responsabiliza pelos cultos, eventos e demais atividades
que acontecem na G.C., voltados para evangelismo (colheita dos Agrupes), edificação dos membros e
adoração coletiva ao Senhor Jesus. O mesmo acontece com o F+ e K+ :

Dessa forma todos os ministérios estarão integrados aos Agrupes, trabalhando em rede com os demais
ministérios e agrupes para cumprir a missão da igreja:
Fazer verdadeiros discípulos de Cristo que vivam o Evangelho em Ação.

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CAPÍTULO 3: DINÂMICA DE FUNCIONAMENTO
1. O QUE É AGRUPE?
Para explicarmos o que é uma célula, primeiramente precisamos dizer o que não é célula.

Agrupe não é:.e

Grupo de Oração - interessado somente em ter um grupo para orar, sem ser evangelístico e
nem buscar ganhar pessoas. A oração é muito importante, mas AGRUPE não é só isto, vai além.

Grupo de Estudo Bíblico - Focado no conhecimento avançado da Palavra. Geralmente é


liderado por pessoas que se consideram grandes mestres e que gostam de demonstrar conhecimento
teológico; não é evangelístico e o incrédulo não é bem-vindo. O estudo bíblico é fundamental, mas o
AGRUPE vai além disso.

Grupo de comunhão ou Grupo de Crescimento – grupo que busca crescimento espiritual


num grupo fechado, onde todos se conhecem. Não visa evangelismo, sendo restrito para pessoas de fora.

Grupo de ajuda psicológica – Focado na cura de traumas emocionais. São grupos


semelhantes aos Alcoólatras Anônimos. Este tipo de grupo leva o amor, mas falha em levar os membros a
Cristo, não tem evangelismo. O Agrupe também pode ter esta ajuda com base na ministração da Palavra
de Deus, mas vai além disso, focando no evangelismo.

Ponto de Pregação - São ajuntamentos onde pessoas se reúnem para ouvirem um pregador,
onde muitas pessoas vêm e vão, sem compromisso. Não compartilham a realidade da vida do Corpo.

Então, o que é AGRUPE?.


O AGRUPE é a igreja que se reúne aos domingos (e outros dias específicos) nos cultos de
celebração, ensino, doutrina e durante a semana nas casas com o objetivo de evangelizar, ter comunhão,
edificar e servir ao próximo.

No AGRUPE todos têm uma função. O líder é um facilitador, que lidera distribuindo funções
aos membros do grupo. Um é o secretário, outro trás a música, o outro faz a dinâmica, o outro cuida dos
pedidos de oração, o líder facilita o compartilhamento da Palavra por todos etc.

AGRUPE é Relacionamento, é Estilo de Vida! É VIDA investindo em VIDAS .


O AGRUPE é uma estratégia eficaz de evangelização, discipulado e de pastoreio mútuo e não
um sistema organizacional de igreja. São grupos que se reúnem nos lares (preferencialmente), escolas ou
no trabalho, sempre no mesmo local e horário (pode haver exceções), gerando vida e desempenhando
um papel de grande importância para alcançar pessoas para Cristo, fazer novos discípulos de Jesus. Ali

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elas são cuidadas e pastoreadas por líderes capacitados pela ESCOLA DE LÍDERES (ELAC).
É um “grupo de cinco a quinze pessoas que se reúnem regularmente para cumprir os
mandamentos das Escrituras de amar uns aos outros, estando ao mesmo tempo integralmente ligados a
uma igreja local e com olhar voltado para o mundo” (NEWMANN, Mikel. Alcançar a cidade. São Paulo:
Vida Nova, 1993).
O AGRUPE busca ser uma comunidade onde as pessoas servem juntas, se relacionam e
cuidam umas das outras, e onde todos os membros do grupo tem o mesmo propósito de EVANGELIZAR
pessoas do seu círculo de relacionamento. O relacionamento é mais importante que a reunião. É no
relacionamento que crescemos como servos, aprendemos a viver a vida cristã, somos supridos e também
suprimos os outros em amor. É através do relacionamento que evangelizamos de forma mais eficaz as
pessoas que nos conhecem e que convivem conosco no dia a dia (EVANGELISMO RELACIONAL), nos
nossos ambientes familiares, do trabalho, escola, vizinhança etc.
O AGRUPE é muito mais do que uma reunião semanal. É um ambiente que proporciona aos
discípulos de Jesus o cumprimento da GRANDE COMISSÃO (Mc 16.25; Mt 28.19-20), onde acontece o
Evangelismo Relacional, onde flui a comunhão que os irmãos têm fora dos cultos e das reuniões da
grande congregação, onde os novos convertidos e os recém chegados à igreja criam vínculos que os
ajudam a se firmarem na igreja.
O AGRUPE visa à edificação dos crentes, mas tem o foco de evangelismo e a multiplicação.
O alvo do AGRUPE é a multiplicação. Ela deve ser a principal motivação de todo AGRUPE.
O AGRUPE acontece sempre no mesmo local e horário, criando identidade, constância e
segurança aos convidados e membros. Não existem AGRUPES itinerantes ou que estão a cada dia em uma
casa. Pois um dos objetivo da AGRUPE é alcançar também os vizinhos e pessoas que residam nas
proximidades do AGRUPE. É importante que eles saibam que todas as quartas feiras, por exemplo, um
grupo se reúne, as 20 horas próximo da casa deles, assim, em um momento de necessidade ele pode ir lá.
Por isso é importante e preciso que o grupo se reúna numa casa fixa.
O AGRUPE fixo além de ser melhor para o visitante, é mais fácil também para a igreja criar
um banco de dados e disponibilizar uma lista com o endereço de todas os AGRUPES da igreja. Portanto,
se eu convido um colega para ir a meu AGRUPE, mas ele mora longe, eu posso indicar outro AGRUPE da
lista, que fique próximo a casa dele, para que ele possa ir e ouvir o evangelho. O AGRUPE permite que a
igreja aumente sua influência e sua presença na sociedade e na cidade onde está inserida.
Ter AGRUPE em casa é uma benção. Em muitos casos, a família do anfitrião foi alcançada
para Jesus por causa do AGRUPE em sua casa. É mais fácil para ele convidar seus amigos e familiares: “vá
lá em casa hoje, temos um grupo de amigos que se reúnem para orar pelos problemas, estudar a palavra,
se relacionar”, do que convidar as pessoas para irem a sua igreja (muitos têm preconceito com a igreja
evangélica). As pessoas em nossa sociedade hoje têm necessidade de desenvolver relacionamentos
íntegros onde se preocupem e compartilhe a vida uns com os outros. Parece contraditório, mas na era
das redes sociais que ligam as pessoas umas as outras muitos estão vivendo na solidão e sem
relacionamentos íntegros e aprofundados onde se possam viver o amor fraterno. A internet liga as
pessoas de forma superficial e passageira, gerando relacionamentos fluídos que não suprem a
necessidade do ser humano de praticar o cuidado e o amor fraterno. O ser humano precisa ter amigos
próximos e dialogar, compartilhar a vida olho no olho, ombro no ombro, coisa que as redes sociais não
conseguem oferecer. Essa é uma necessidade que as redes sociais nunca vão poder suprir. Os AGRUPES

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oferecem o ambiente que possibilita este tipo de relacionamento que as pessoas necessitam, e oferece
aos crentes a oportunidade de evangelizar e de praticar os mandamentos recíprocos dados por Deus em
Sua Palavra.
Assim, para não sobrecarregar a casa do anfitrião temos algumas normas. O AGRUPE não
pode passar de 2 horas de duração e todos os membros deverão trazer o lanche; e, no final ajudar a
organizar as coisas.
Devemos levar em conta que o AGRUPE não sobrevive quando as funções substituem Jesus.
Quando Jesus é o centro, o AGRUPE alcança todo o seu potencial e é uma AGRUPE legítimo.

LEMBREM-SE? CUIDADO! AGRUPE não é: f

Grupo de oração; Grupo de estudo bíblico; Grupo de comunhão entre crentes; Grupo de ajuda
psicológica; Ponto de pregação cada dia em uma casa.

A HOMOGEINEIDADE DO AGRUPE: .

O AGRUPE tende a ser homogêneo, ou seja, atraí pessoas com as mesmas características.
Isto ocorre naturalmente, porque as pessoas buscam características semelhantes para se relacionar. Além
disso, evangelizamos as pessoas do nosso círculo de amizade. Normalmente jovens se reúnem com
jovens, profissionais com profissionais; senhoras, com senhoras; se é casado vai procurar outro casado,
etc. Mas é possível surgirem AGRUPES heterogêneos ou mistos, caso haja necessidade.

1.1 – Tipos de AGRUPES n

Existem 5 tipos de AGRUPES. São eles: AGRUPES Masculinos; Femininos; Pares; Mistos e de
Crianças.
• AGRUPES Masculinos: Grupo composto e liderado apenas por homens. Este tipo de
AGRUPE gera um ambiente mais propício para os participantes se abrirem, pois por serem do mesmo
sexo, têm mais facilidade de conversar e tratar certos assuntos que não seriam falados na presença de
mulheres.
É indicado para homens (de todas as idades) que se sentem mais a vontade em
compartilhar suas questões na presença de outros homens. Exemplo: como um homem vai falar na
frente da esposa, ou de outras mulheres que está sendo tentado na área sexual? Ele nunca falaria.
Portanto, AGRUPES assim são mais profundos, uma vez que se compartilham mais, permitindo um
maior agir de Deus.
No caso dos adolescentes homens, é recomendado apenas este tipo de AGRUPE, só
masculino. Pois os adolescentes geralmente apresentam dificuldades em questões de puberdade,
relacionamento com o sexo oposto, namoro, inibição, auto estima, conflitos familiares, etc., e assim fica
mais fácil deles serem acompanhados e tratados pelo líder.

• AGRUPES Femininos: Grupo composto e liderado somente por mulheres. Por serem

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só mulheres, o grupo atingirá uma profundidade maior e elas ficarão mais a vontade de se abrirem e
compartilharem suas questões íntimas, pedidos de oração, etc. É mais fácil uma mulher se abrir e ser
entendida por outras mulheres.
É indicado para mulheres, de todas as idades que se sentem mais a vontade de estarem
somente entre mulheres.
No caso das adolescentes mulheres, é recomendado apenas este tipo de AGRUPE
feminino, pois como os meninos, as adolescentes também apresentam dificuldades em questões de
puberdade, relacionamento com o sexo oposto, namoro, inibição, auto estima, conflitos familiares, etc.
• AGRUPES Pares: Grupo composto por dois AGRUPES: um masculina e um feminino,
no mesmo horário e na mesma casa. Eles fazem algumas atividades juntos como o lanche, o quebra-gelo
e o louvor. Porém, na hora da palavra eles se separam, indo cada AGRUPE para um ambiente diferente.
Exemplo: as mulheres ficam na sala e os homens no quarto.
Este é o tipo de AGRUPE é o mais recomendado e o que mais se multiplica. É ideal para
jovens e até mesmo para casados, pois neste tipo de AGRUPE além da comunhão entre homens e
mulheres, a edificação é em ambiente separado, propiciando um ambiente mais adequado para o
compartilhar.

• AGRUPES Mistos: Grupo composto por homens e mulheres, formando uma AGRUPE
que se reúne na mesma casa sob a mesma liderança. Esse líder pode ser um homem ou um casal. Neste
tipo de AGRUPE todas as etapas são feitas juntas, inclusive a edificação. É recomendada para casais
casados que gostem de ser ministrados juntos e têm a capacidade de se abrirem em um ambiente
misto.
Outro tipo de AGRUPES Mistos é aquele que se forma por pessoas casadas e solteiras, de
idades e sexo diferentes. Estes devem ser exceções.

• AGRUPES de Crianças: É um grupo composto por crianças e é liderado por um


adulto. Acontece na mesma casa e no mesmo horário do AGRUPE de adultos, porém em um outro
ambiente. As crianças e os adultos fazem o lanche juntos. Mas em outro ambiente separado a criança
terá um louvor só para ela e receberá ministrações bíblicas e oração, participando de questionamentos
e discussões.
Os membros do AGRUPE Infantil são na maior parte filhos ou parentes dos adultos
membros do AGRUPE que se reúne naquela casa, mas as crianças também devem convidar crianças não
evangélicas e cujos pais não são crentes para evangelizá-las.

2. AGRUPES, PARA QUÊ?


Os AGRUPES conduzem os membros da igreja a um comprometimento real com Jesus e com
as pessoas. Contribuem para que os crentes permaneçam na Igreja, pois promove crescimento espiritual
e oportunidade de serviço a todos os membros. Além de alcançar mais pessoas, pois muitos incrédulos
têm preconceito de ir a nossos templos, mas nas casas de amigos eles vão, e lá, ouvindo a Palavra, se

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convertem.

A comunhão fortalece o Corpo de Cristo e traz à unidade do Espírito, conforme vemos no


livro de Atos e de Efésios. Esta comunhão tem motivo duplo: ajudar e ser ajudado, edificar e ser edificado,
através da prática dos mandamentos recíprocos. No grupo há crescimento espiritual, aprendizado prático
e comunhão em amor. A expressão “uns aos outros”, no Novo Testamento - Rm.12.10; I Pe.1.22; I Jo.3.23,
- refere-se a mandamentos recíprocos, ao aprofundamento de relacionamentos entre irmãos. Isso se
torna possível quando a família da fé se aproxima e caminha em comunhão, como os crentes da Igreja
Primitiva.

À medida que a Igreja cresce numericamente, Deus abençoa o seu Corpo com os diferentes
dons, utilizando-os na sua edificação - Ef.4:11-14. Através dos AGRUPES todos poderão exercer seus dons
e os relacionamentos vão se estreitando, criando um clima de apoio e ajuda mútua. O impacto da igreja
reunida na grande congregação e cheia do Espírito Santo impressiona, mas o cuidado pastoral se tornará
muito mais eficaz no relacionamento desenvolvido nos AGRUPES. Queremos que cada membro seja
pastoreado, cuidado e amparado, e isso só se materializa nos AGRUPES.

Assim, os AGRUPES foram criados:

• Para EVANGELISMO - para desenvolver o espírito comunitário, nutrindo seus


membros, capacitando-os a serem testemunhas do evangelho e do poder de Deus;

• Para COMUNHÃO - para que seus membros se tornem íntimos, ajudando-se


mutuamente, praticando o amor e o serviço, aprendendo a orar, perdoar, amar o próximo,
compartilhar a fé, suas necessidades, enxergar as necessidades do irmão e exercitar os dons
espirituais;

• Para CAPACITAÇÃO - para que seus membros sejam levados ao treinamento de


liderança, multiplicando os AGRUPES e promovendo o crescimento numérico e espiritual da
igreja, ou seja, um crescimento saudável da igreja local;

• Para SERVIÇO - para desenvolver a visão de ministério para o serviço, assim como o
evangelismo e o discipulado.

3. QUAIS OS OBJETIVOS DE UM AGRUPE?


1. EVANGELISMO – O AGRUPE é o lugar onde compartilhamos nossa fé com pessoas do círculo de
convivência, onde proclamamos o Evangelho de Jesus Cristo e testemunhamos para as pessoas
que convivem conosco no dia a dia. O AGRUPE gera o ambiente e oportunidade propícia para
falarmos e demonstrarmos o amor de Deus para as pessoas que amamos, que convivemos dia
após dia, que estão próximas de nós, mas distantes de Deus. No AGRUPE damos às mãos a
outros irmãos que temos afinidade para cumprirmos juntos a Grande Comissão e o Grande
Madamento. O AGRUPE quebra barreiras (como o preconceito religioso, preconceito contra a

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igreja) e abre às portas para que nossos parentes e amigos que têm dificuldades de visitar a
Grande Congregação escutem o Evangelho e conheçam o amor de Deus. Vendo que ser cristão,
viver o Evangelho, experimentar a comunhão em amor é algo saudável e maravilhoso, muito
além de religiosidade legalista.
No AGRUPE ganhamos e inserimos os novos membros. É onde alimentamos, guardamos e
suprimos os novos irmãos. Isso significa ganhar almas perdidas e edificá-las por meio do
discipulado e da comunhão.

O novo convertido precisa de cinco cuidados básicos:

➢ Alimento - O novo convertido necessita de ser bem alimentado, ou poderá tornar-se um


crente problemático. No AGRUPE eles se enchem da palavra e crescem bem fortes.
➢ Proteção - O recém-nascido precisa de proteção. O abandono da igreja é fruto de falta de
cuidado e proteção. Líderes de AGRUPE são "pastores" vigiando e cuidando do rebanho de
forma mais próxima ou particular. Até que o novo convertido aprenda a caminhar sozinho, é
fundamental a proteção de um pai espiritual;
➢ Ensino – Aqui o termo ensino não se refere simplesmente ao aprendizado de doutrinas, mas
à aquisição de hábitos espirituais. O ensino irá formar o caráter do novo crente. Se o novo
convertido não foi ensinando a desenvolver uma vida de oração, meditação diária, de ser
dizimista, por exemplo, vai ser difícil mudá-lo depois de adulto na fé. É no AGRUPE que o
bebê espiritual recebe o ensino;
➢ Disciplina (orientação, correção, instrução em justiça)- Todo novo convertido além de
ensinado, deve também ser corrigido quando sair do padrão da Palavra. O AGRUPE é o
ambiente propício para ser corrigido em amor, de forma particular, discreta e sem
exposição;
➢ Amor - Muita gente vem para a igreja com suas emoções destruídas. Entretanto, o amor dos
irmãos n AGRUPE restaura a alma. Uma criança só recebe amor e suprimento adequado em
um ambiente familiar. E a proposta dos AGRUPES é justamente esta: ser uma família
vinculada pelo amor. Neste ambiente familiar nossos filhos serão supridos e nenhum deles
se desviará.

2. SERVIÇO - Cada crente é um ministro e recebeu um dom. No AGRUPE, os dons são exercitados
para o serviço mútuo.

Muitos pensam que servir a Deus é somente fazer coisas na Grande Congregação como cantar,
orar e pregar. Também servimos a Deus quando exercitamos nossos dons e conhecimentos
para ajudar e edificar as pessoas. São tantas as possibilidades de ajuda mútua e serviço que não
poderíamos enumerá-las aqui.

Jesus disse que seríamos conhecidos como seus discípulos se amássemos uns aos outros. Não
existe melhor forma de expressar esse amor do que servindo os nossos irmãos e servindo o
próximo (independente de sua religião).

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Quando um AGRUPE atinge estes quatro objetivos: Evangelismo, Serviço, Comunhão e
Edificação, ela se torna um pedaço do céu na terra.

3. COMUNHÃO - Desenvolvimento de vida compartilhada, alvos comuns e aliança mutua. Isso


significa fomentar o amor de uns pelos outros.

A comunhão retira as impurezas - Em primeiro lugar, assim como o sangue tem o poder de
retirar as impurezas do nosso organismo, a vida de Deus circulando entre membros do corpo
expele todo tipo de impureza na vida dos membros. Quanto mais a vida de Deus fluir em um
grupo, maior será a expressão da santidade pessoal

A vida de Deus se manifesta plenamente nos relacionamentos. Quando estamos conectados


uns aos outros, em vínculos de amor é comum vivermos a vida espontaneamente, eliminando
as impurezas do pecado. Se tudo na igreja se resume em fazer coisas, então nos tornamos uma
organização ativista e morta. Uma organização morta é apenas uma instituição, um
monumento. Mas um corpo existirá quando formos membros uns dos outros, pois “ajudados e
consolidados pelo auxílio de toda junta, efetua o seu próprio crescimento pela amor e vida de
Cristo” Rm 12:5; Ef: 4:l6.

A comunhão mata os germes - Os leucócitos ou glóbulos brancos do sangue, tem a função de


promover a defesa celular e têm a propriedade de destruir os germes invasores do organismo.
Semelhantemente, a vida de Deus, que circula entre os membros do corpo de Cristo, destrói as
setas do diabo e expulsa os demônios invasores.

Precisamos compreender a importância de estarmos juntos, de ministrarmos uns aos


outros, de funcionarmos como um só corpo através de uma relação viva desenvolvida nos
AGRUPES.

A comunhão alimenta os AGRUPES - Assim como os membros do corpo são supridos e


alimentados pelo sangue, a vida de Deus também supre e alimenta os membros do Corpo de
Cristo através da comunhão nos AGRUPES. São muitos os membros, mas a vida que circula
entre eles é a mesma: a vida de Deus.

Muitos podem argumentar que são alimentados nos cultos pela Palavra, e isto é bom e
necessário. Mas há um tipo de fortalecimento que vai além de aprender algo novo, que é o
relacionamento espontâneo entre irmãos. A comunhão alimenta o membro e fortalece a vida.

A comunhão traz energia - O crente que só vai ao culto de celebração na Grande Congregação
e não experimenta uma vida de intimidade e comunhão com os irmãos em um AGRUPE, perde
o real sentido do que significa ser membro do corpo.

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Quando estamos vinculados uns aos outros, somos supridos de energia e vigor espiritual. O
poder de Deus é a sua própria vida, liberada na comunhão. Uma coisa é a oração individual,
outra é a oração em um grupo. O mesmo se pode dizer da adoração, do louvor e da celebração.
O sangue da vida de Deus é o poder disponível a todos quando estamos conectados no corpo.

A comunhão mantém a temperatura – Assim como o sangue tem a propriedade de manter a


temperatura do corpo humano, um AGRUPE cheio de vida, é um lugar quente, cheio do fogo do
Espírito. Quando não há vida, os membros se tomam frios; mas onde o sangue circular, a
temperatura se elevará. Existem muitas pessoas que se esfriaram porque estão sós.
Individualismo, definitivamente, é uma palavra que não combina com cristianismo. Uma brasa
sozinha logo se apaga.

É curioso que a Bíblia fala muito mais de comunhão na igreja do que de evangelismo. Talvez a
melhor estratégia de evangelismo seja a verdadeira e genuína comunhão entre os irmãos. Jesus
disse que o mundo nos reconheceria como seus discípulos se nos amássemos uns aos outros. É
na comunhão que testemunhamos esse amor ao mundo. Em At 2.42ss vemos que a comunhão
(coinonia) da Igreja Primitiva fazia com que ela caísse na graça do povo e o Senhor acrescentava
a cada dia os que haviam de ser salvos.

Você notou quantas coisas a vida de Deus pode operar em nós? Basta que os membros estejam
devidamente ligados pelo auxílio “de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte” - Ef
4:l6.

Precisamos ser cuidadosos para que a nossa comunhão não se transforme em clube social e,
assim, sermos distraídos por outras coisas. Tudo isso foi dito para mostrar o quanto são
importantes os vínculos de comunhão na Igreja. Por isso, cada líder deve priorizar a comunhão
do seu grupo.

Cada membro do AGRUPE deve estar vinculado a outro em amor. Cada um deve ter a quem se
sujeitar em amor para receber edificação pessoal e suprimento. O discipulador natural de uma
pessoa é aquele que o ganhou para Cristo. Mas mesmo aqueles que já têm muitos anos de
convertidos devem se submeter a outro, para que também seja cuidado. Não deve existir
ninguém sem vínculo ou relacionamento íntegro e profundo em amor fraterno.

4. EDIFICAÇÃO – O AGRUPE oferece o ambiente perfeito para o crescimento espiritual,


aprendizado prático de disciplina e amor, através do ouvir a palavra de Deus e do executar as
funções da igreja local.

Este é outro objetivo do AGRUPE: compartilhar a palavra de Deus com vida. Ou seja, não é
ensinar muito, mas ensinar de forma profunda e correta, com estudo teórico e prática da
Palavra de Deus.

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Cada AGRUPE precisa ter um nível forte de compartilhamento da Palavra. Quando falamos de
nível, não nos referimos à erudição nem à cultura dos irmãos, mas ao fogo que queima quando
a palavra é ministrada com profundidade e com vida. Quando temos o coração incendiado pela
palavra, contagiamos todo o grupo.

O ensino ministrado deve ser fruto de pesquisa e oração. O líder não precisa saber tudo, mas
aquilo que ele falar, por mais simples que seja, deve ser de coração, fruto da luz de Deus no seu
espírito, uma palavra forte, não necessariamente erudita.

4. A DINÂMICA DA REUNIÃO DO AGRUPE


1º Momento - QUEBRA-GELO E APRESENTAÇÕES

O líder irá dar as boas vindas explicar para os visitantes o que é um AGRUPE, ou pedir que
algum membro o faça. Em seguida, irá seguir com as apresentações e o quebra gelo. O Quebra Gelo é
importante principalmente quando o grupo é novo e as pessoas não se conhecem. Não é um jogo, mas
sim uma atividade com o objetivo de descontrair e introduzir as pessoas ao grupo.

Quebra-gelos são essenciais para o crescimento das células. As pessoas não divulgam de
imediato suas necessidades e feridas em um grupo. O quebra-gelo ajuda a praticar o compartilhamento e
aprender que é seguro compartilhar coisas profundas. Sem quebra-gelos, seu grupo não vai ter a
liberdade de compartilhar abertamente questões difíceis.

Atenção: é preciso cuidado para não expor detalhes da intimidade de ninguém.

Exemplos de Quebra-Gelo:

- Espalhar gravuras de revistas e pedir as pessoas para escolherem as que elas se


identificam.

- Cada pessoa irá ascender um fósforo e deverá se apresentar enquanto ele está aceso.

- Fazer um Bingo com cartelas com os nomes das pessoas que estão ali presentes.

- Sortear bombons com números, de forma que cada número esteja escrito duas vezes. Depois sorteie.
As pessoas deverão procurar seus pares e depois apresentar o seu par para o grupo, dizendo o que ele
gosta, qual a profissão, idade, etc.

Além de dinâmicas, o quebra-gelo poderá ser feito através de perguntas. Exemplos de perguntas:

- Qual o seu super-herói favorito? - Quando criança, o que você queria ser quando
crescesse?

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- Quantos irmãos você tem? - Se você fosse um animal, qual seria? E porque?

2º Momento - LOUVOR E ADORAÇÃO.

Nesta parte as pessoas movem o foco para o Senhor.

1. Escolha cânticos conhecidos e fáceis;

2. Providencie folhas de cânticos para ajudar as pessoas que não sabem as letras de
cor;

3. Não fique pregando e falando entre os cânticos;

4. O líder neste momento, deve ter uma postura de adoração para que o louvor flua na
célula.

5. Cante no máximo 2 ou 3 louvores.

3º Momento - ESTUDO E COMPARTILHAR

O foco agora é o estudo da Palavra. Deve-se ministrar a lição dada pela igreja. Todos os
AGRUPE estarão estudando o mesmo tema. Por isso, não crie lições de sua cabeça ou traga material
diferente.

Lembre-se de que o líder é um facilitador, deve conduzir o estudo fazendo perguntas


abertas, deixando as pessoas compartilharem. Um mau líder irá pregar de forma que só ele fale.

Mais do que pregação, em uma reunião de AGRUPE o alvo é a prática das verdades simples
da Bíblia e a sua aplicação pessoal. É a oportunidade para os membros testemunharem as bênçãos
recebidas ou compartilhem problemas e lutas que estejam enfrentando relacionados ao tema.

Quando o AGRUPE está muito grande e nas vésperas de se multiplicar, é interessante fazer
os micro-agrupes, ou seja, outro subgrupo, porém em outro ambiente da casa, liderado pelo líder em
treinamento.

Características de um bom estudo:

- Transmite ânimo, estímulo ou desafio; ministrando alguma necessidade;

- Tem relação com as coisas que estão acontecendo na vida das pessoas do AGRUPE;

- Oferece apoio espiritual e emocional a cada membro;

- Proporciona experiências, faz perguntas que levam as pessoas a se abrirem.

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- Permite aos presentes tirarem conclusões e aplicação pessoal: “Como você vai poder
aplicar isto em sua vida?”

4º Momento – ORAÇÃO

Nesta parte, o líder irá levantar junto aos membros os pedidos de orações.

Dinâmicas de oração: Pode-se também orar em duplas, uns pelos outros, etc. Caso seja algo
muito grave, pode-se colocar um irmão no meio e todos orarem por ele. Outra coisa legal também é o
amigo oculto de oração. Basta sortear os nomes em papéis dobrados e distribuir entre os membros para
que eles passem a semana orando por essa pessoa, e só será revelado na semana seguinte.

Cada AGRUPE poderá ter uma caixinha de oração. Nela irão colocar os pedidos, causas
“impossíveis” que os irmãos estejam a orar, então, todo AGRUPE, ora-se pelos pedidos da caixinha.

Neste momento deve-se orar também pela LISTA DE IMPACTO do AGRUPE. Cada membro
ora neste momento pela pessoa que colocou na lista de impacto.

É importante sempre orar pelos membros que não vieram, por mais visitantes, pela LISTA
DE IMPACTO e pela multiplicação.

5º Momento – PLANEJAMENTO E DESAFIOS

Neste momento o líder ou o secretário(a) desafia o grupo a colocar em prática o que


aprenderam naquele dia e dá os avisos necessários. É hora também de estabelecer ou relembrar os alvos
e metas para a vida pessoal de cada um e para o AGRUPE.

6º Momento – LANCHE E COMUNHÃO.

O lanche é considerado um momento importante e tem a duração de 30 minutos. Cada


membro tem a responsabilidade de trazer algo para o lanche. É uma forma de participar e não
sobrecarregar o anfitrião. É um momento descontraído para conversar e se conhecer um pouco mais no
momento final da reunião.

O lanche pode ser no início como no final da reunião. Preferimos aqui fazê-lo no final. Neste
momento cada membro do AGRUPE deve ser atencioso e receber os visitantes dando-lhes a atenção
devida. Afinal o visitante é o foco do AGRUPE. Este é um momento de se relacionar com os visitantes
criando vínculos de amizade para evangelizá-los.

Há muitas formas de dividir o lanche: - cada um trás algo para contribuir, exemplo, um trás
suco, ou refrigerante, outro um prato de salgados, outro de doces, biscoitos, pipoca, etc. Em ocasiões
especiais pode se fazer: Noite da Pizza, de Caldos, de Massas, do Cachorro Quente, etc.

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O Tempo na reunião do AGRUPE
1 2

5
4

5. OUTRAS CONSIDERAÇÕES:
A reunião tem tempo, dia, hora e local definidos. É realizada durante a semana,
considerando-se os seguintes aspectos:

- A reunião de AGRUPE deve acontecer num ambiente de confiança;

- Deve seguir todas as etapas propostas: Quebra-Gelo, Louvor, Estudo, Oração, Desafios e Lanche.

- A duração máxima da reunião é de 2 horas: 1 hora e 30 minutos para a reunião; 30 minutos - lanche.

- Não cancele a reunião ou mude o seu local e horário; Procure manter um ritmo constante. Isso gera
confiabilidade para os novatos; Respeite horário de início e término, não excedendo o tempo.

Procure sempre equilibrar todos os momentos do AGRUPE.

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6. A ESTRUTURA DO AGRUPE

AGRUPE

6.1 - LÍDER

A responsabilidade do líder é gerar novos líderes. Ele deve perceber o potencial das pessoas,
envolvendo-as nas tarefas do AGRUPE e treinando-as para serem líderes. Líder gera Líderes. (Ex.: Moisés
e Josué)

Para ser um líder de AGRUPE os requisitos são mínimos e qualquer cristão pode alcançá-los com
facilidade. São eles: ser nascido de novo, ter bom testemunho, ser batizado, ser membro da igreja, estar
comprometido com a visão da igreja, ser submisso a liderança da igreja e ser capacitado pela ELAC -
ESCOLA DE LÍDERES E MINISTÉRIOS DA ACEV.

É a pessoa mais importante de uma igreja em AGRUPES, pois está na linha de frente cuidando
dos membros de seu AGRUPE e dirigindo as reuniões, exercendo os princípios bíblicos do pastoreio
mútuo ou do sacerdote universal dos crentes.

Os líderes de AGRUPE facilitam a lição, oram pelo grupo, visitam os membros do AGRUPE e
motivam, levam, os membros do seu grupo a alcançarem pessoas perdidas para Cristo.

6.2 - APRENDIZ OU LÍDER EM TREINAMENTO

É a pessoa que está sendo preparada para ser um novo líder quando o AGRUPE se
MULTIPLICA. Ele ajudará o líder com as funções do AGRUPE durante o processo de treinamento, e será
observado e avaliado antes de assumir o AGRUPE. No caso da ausência do líder é o líder em treinamento
quem irá substituí-lo.

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Somente os membros do AGRUPE batizados e membros da igreja que poderão ser Líder em
Treinamento. É proibido convidar pessoas de outras igrejas para serem líderes em nossa igreja.

Mesmo que um membro de AGRUPE pareça inadequado no momento para a função de


Líder em Treinamento, não tem problema convidá-lo. Ainda assim ele poderá ser designado e preparado
para liderança. Mas somente quando ele demonstrar melhora em seu caráter estará aprovado para
assumir a liderança, caso contrário, permanecerá como líder em treinamento. É necessário e
importantíssimo que o líder de AGRUPE converse com seu Discipulador para ouvir sua opinião antes de
convidar alguém para ser seu APRENDIZ ou Líder em Treinamento. O Discipulador por sua vez consultará
seu Coordenador de Área para depois dar a resposta ao líder do AGRUPE ("na multidão dos conselhos há
sabedoria" - Pv). Isto porque a liderança de um AGRUPE é uma função importantíssima e de grande
responsabilidade na igreja local e que requer caráter cristão, bom testemunho dos de fora, e muita
responsabilidade sobre as vidas que irá liderar; responsabilidade diante de Deus e da liderança da igreja
local.

Para assumir o AGRUPE na hora da MULTIPLICAÇÃO o Aprendiz ou Líder em Treinamento


terá de ser aprovado na ESCOLA DE LÍDERES (ELAC), mas apenas cursar a ESCOLA DE LIDERES não é
suficiente para formar um bom líder. Um bom líder é resultado de muita dedicação do aprendiz e do
discipulado sério e intento feito pelo discipulador.

Transformar um Líder em Treinamento em um Líder de AGRUPE gera tempo, e pode


acontecer que, ainda que chegando próximo da multiplicação do AGRUPE, este Líder em Treinamento se
mude de cidade ou seja impossibilitado de assumir a liderança, comprometendo portanto, a
multiplicação do AGRUPE. Para evitar que isso aconteça, o Líder poderá designar e treinar vários Líderes
em Treinamentos ao mesmo tempo, desde que discipule e acompanhe a todos.

"Sem um Líder em Treinamento o AGRUPE não terá como multiplicar"

TEXTOS BÍBLICOS SOBRE LÍDER E APRENDIZ - MOISÉS E JOSUÉ:

Moisés partiu com Josué, seu auxiliar, e subiu ao monte de Deus. Êxodo 24:13

9 Assim que Moisés entrava, a coluna de nuvem descia e ficava à entrada da tenda, enquanto o Senhor
falava com Moisés.
10 Quando o povo via a coluna de nuvem parada à entrada da tenda, todos prestavam adoração de pé,
cada qual na entrada de sua própria tenda.
11 O Senhor falava com Moisés face a face, como quem fala com seu amigo. Depois Moisés voltava ao
acampamento; mas Josué, filho de Num, que lhe servia como auxiliar, não se afastava da tenda.

Êxodo 33:9-11

18 Então o Senhor disse a Moisés: "Chame Josué, filho de Num, homem em quem está o Espírito, e
imponha as mãos sobre ele.

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19 Faça-o apresentar-se ao sacerdote Eleazar e a toda a comunidade e o comissione na presença deles.
20 Dê-lhe parte da sua autoridade para que toda a comunidade de Israel lhe obedeça.

23 Impôs as mãos sobre ele e o comissionou. Tudo conforme o Senhor tinha dito por meio de Moisés. Nm
27:18-20, 23

Tudo o que o Senhor tinha ordenado a seu servo Moisés, Moisés ordenou a Josué, e Josué obedeceu, sem
deixar de cumprir nada de tudo o que o Senhor tinha ordenado a Moisés. Js 11:15

6.3 - ANFITRIÃO

É o dono da casa onde acontece o AGRUPE. É a pessoa que abre as portas da sua casa para
as reuniões todas as semanas. Além de ser um fiel colaborador do líder, ele tem o privilégio de ter o
AGRUPE em sua casa, sendo assim mais fácil de convidar seus familiares e amigos para o AGRUPE.

O Anfitrião deve ser membro da igreja, uma pessoa idônea, de bom testemunho e ter um
bom relacionamento com os membros do AGRUPE. Ele é o responsável por receber e dar as boas-vindas,
sempre se preocupando em criar um ambiente agradável e acolhedor. Deixando as cadeiras sempre
preparadas previamente, antes que todos cheguem.

A casa do anfitrião deve ter um ambiente favorável para a reunião. Deve ser silenciosa, de
forma que os demais moradores não atrapalhem ou interfiram no andamento do AGRUPE.

6.4 - SECRETÁRIO

É a pessoa responsável por preencher os relatórios do AGRUPE e passar esses relatórios


para os Discipuladores e/ou Secretaria Geral dos AGRUPES; acompanhar datas importantes como
aniversários, etc., fazer escala de lanches, auxiliar o líder no acompanhamento das pessoas,
principalmente quando faltam. Deverá estar sempre atento às necessidades do AGRUPE.

6.5 - MEMBROS

São os membros do AGRUPE, as pessoas que serão cuidadas pelo líder. Os membros são os
principais responsáveis por atrair novos convidados. Membros geram membros. Os membros do AGRUPE
devem ser membros da igreja (ACEV); não devemos convidar membros de outras igrejas para participar
do nosso AGRUPE, pois o alvo é convidar pessoas não evangélicas para serem evangelizadas e ganhas
para Cristo. Ao mesmo tempo, para evitar problemas de proselitismo.

6.6 - VISITANTES

São as pessoas que serão convidadas e evangelizadas pelos membros do AGRUPE. O


AGRUPE só é sadio e está funcionando dentro do seu objetivo se tiver a participação de visitantes. Todos
os membros do AGRUPE devem se empenhar em levar seus convidados, pessoas do seu círculo de
convivência que ele estabelece como alvo do seu evangelismo pessoal e relacional. Para isto o líder deve

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levar o grupo a fazer sua LISTA DE IMPACTO e sempre lembrar em oração dessas pessoas da lista, e
lembrar aos membros do grupo que eles devem convidar semanalmente as pessoas que desejam ganhar
para Cristo em cada ano.

7. ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DOS AGRUPES

MINISTÉRIOS

Disciplina é submeter-se às normas e aos princípios do modelo de igreja como Pequenos


Grupos - AGRUPES. Podemos comparar o modelo de AGRUPES com um exército. Para que um exército
possa ter vitória é necessário que seus integrantes sejam disciplinados.

Importante: À medida que cresce o número de membros na igreja, aumenta a possibilidade


de haver falhas, erros ou deformações no sistema de AGRUPES.

Com o crescimento dos AGRUPES a distância entre o Pastor Presidente e os membros é


cada vez maior. Assim, a única maneira de se preservar a visão, de se manter a unidade no trabalho dos
AGRUPES é através de uma supervisão e um controle para desenvolver uma disciplina de trabalho que o
torne mais eficiente. Esta supervisão e controle é feita através de líderes em diferentes níveis. Vejamos:

Liderança é Influência - Não devemos impor ou exigir autoridade, mas ela deve ser exercida
de maneira natural e espontânea. O líder ensina com o exemplo. Quando crescem as virtudes cristãs e a
humildade, cresce a autoridade da pessoa sobre as outras que lidera.

7.1 - O Líder de AGRUPE


• O AGRUPE é o grupo de membros da igreja que se reúne semanalmente para levar seus
convidados e evangelizarem no grupo. Além de desenvolverem a comunhão, o pastoreio mútuo e a
edificação.

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• O Líder de AGRUPE é aquele membro da igreja e participante ativo de um AGRUPE que foi
convidado pela liderança para ser um Aprendiz, para participar da ELAC e depois se tornar um líder de
AGRUPE. É a pessoa responsável por todos os membros e visitantes do seu AGRUPE e pelo
desenvolvimento e multiplicação do grupo.

• O Líder de AGRUPE reúne-se semanalmente com seu grupo, buscando a evangelização


dos convidados, o crescimento das pessoas e a multiplicação do grupo.

• Se reúne quinzenalmente com seu Discipulador, para receber pastoreio, cuiddo e apoio
em sua liderança. O líder de AGRUPE deve manter uma estreita relação com cada membro do AGRUPE
que está sob seus cuidados.

• Participar da ELAC e das capacitações oferecidas pela igreja para buscar sempre seu
crescimento pessoal e aperfeiçoamento da sua liderança.

7.2 - Discipulador de Setor


• Setor é o grupo formado por aproximadamente cinco AGRUPES.

• Discipulador de Setor é aquele que é ou já foi um líder bem-sucedido, que já tenha


multiplicado seu AGRUPE várias vezes (pelo menos 5) e se tornou um discipulador de setor. É a pessoa
encarregada de supervisionar alguns AGRUPES, geralmente os que ele mesmo gerou.

• O discipulador reúne-se quinzenalmente com seu GD, Grupo de discipulado, em que


desenvolve um acompanhamento pastoral com seus líderes e também ajuda a administrar os AGRUPES
do seu setor.

• É responsável por visitar mensalmente um dos AGRUPES do seu setor (fazer uma agenda
de visitas com seus liderados - líderes de AGRUPES) e por acompanhar e dar suporte ao líder de
AGRUPE. O discipulador deve manter uma estreita relação com cada líder que está sob seus cuidados.

• Participar ou reúne-se quinzenalmente com seu Coordenador de Área, a fim de receber


cuidado pastoral e apoio em sua liderança.

• Ele também tem o seu próprio AGRUPE para evangelizar

• Deve ser muito cuidadoso, examinando a saúde dos AGRUPES do seu setor. Deve se
preocupar sempre em guardar e manter a visão de AGRUPES.

• Deve buscar em seu GD reuniões periódicas, desafiadoras e cheias do Espírito Santo.

• Deve cuidar permanentemente do estado espiritual, físico e material de seus liderados


(LÍDERES DE AGRUPES).

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• Deve ter uma dedicação cuidadosa no crescimento do setor.

• Deve apresentar um relatório mensal aos seus líderes sobre o avanço do setor.

• Deve ajudar os membros (líderes de AGRUPES) do seu setor na solução de seus problemas
e necessidades, por mais simples que pareçam.

• O alvo do Discipulador:

- O discipulador deve ser capaz de identificar e desenvolver o potencial de cada


membro dos AGRUPES de seu setor, para ajudar ao líder a identificar novos líderes em potencial e
convidá-los para serem aprendizes de liderança e treiná-los. Por isso ele tem que visitar regularmente
estes AGRUPES. Para alcançar o alvo constante de crescer e multiplicar seu setor.

- Suplente - O discipulador pode substituir o líder quando este, por força maior, não
puder exercer a sua função, mas nunca deve assumir o AGRUPE de maneira permanente, pois a
responsabilidade do discipulador é com o setor e não com o AGRUPE.

7.3 - O Coordenador de Área


• Área é o grupo formado por aproximadamente 4 GD (e cada GD com 5 Agrupes),
localizados em uma determinada área geográfica da cidade.

Coordenador de Área é aquele que é ou já foi um Discipulador bem-sucedido, que já


tenha ajudado a seus líderes de AGRUPES multiplicarem várias vezes (pelo menos 5). É a pessoa
encarregada de supervisionar, dar apoio pastoral a alguns GDs, geralmente as que ele mesmo gerou.

• O Coordenador de Área, tem, sob sua responsabilidade, o cuidado de diversos (4)


Discipuladores de Setor, junto com os respectivos líderes de AGRUPES e seus membros.

• Suas funções são pastorais e sua obrigação é zelar pelo bem-estar da sua área, ao mesmo
tempo em que cuida do seu crescimento e da multiplicação.

• O Coordenador de Área se reúne quinzenalmente com seu Grupo de Discipuladores

• O Coordenador de Área deve visitar semanalmente os GDs que ele Coordena (fazer uma
agenda mensal de visitas com seus liderados - discipuladores)

7.6 - Outras funções do Coordenador

• Deve preparar e oferecer material para os discipuladores e líderes de AGRUPES da sua


área.

• Deve promover seminários e reuniões para ajudar no crescimento dos seus Discipuladores

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e Líderes de AGRUPES.

• Deve manter seu controle de resultados de avanço totalmente atualizado.

• Deve participar da organização e direção dos Cultos de Celebração do Terceiro Sábado


onde todos os AGRUPES se encontram para Celebração e Evangelismo e da organização e direção dos
Eventos K+, G+ e F+, com o objetivo de evangelizar pessoas e integrá-las nos AGRUPES.

Além disso o Coordenador de Área deve estar capacitado para o trabalho com os AGRUPES,
para ajudar os membros da sua área e encontrar respostas para suas dúvidas ou perguntas.

7.4 - O Pastor de Grupo Ministerial (ou de AGRUPES) e o Pastor Presidente


• GM é o grupo formado por Ministérios e AGRUPES de uma determinada faixa etária da
Igreja. Ex: G+ - formado pelos AGRUPES e Ministérios de Jovens, Adolescentes e Pré-adolescentes da
igreja local

• O Pastor de GM é aquele que é ou já foi um Coordenador de Área bem-sucedido, que já


tenha contribuído para o desenvolvimento dos seus Discipuladores e para a multiplicação de AGRUPES
debaixo da sua liderança. É a pessoa encarregada de liderar e supervisionar pelo menos 4 coordenadores
de Área.

• O Pastor de GM se reúne quinzenalmente com seus Coordenadores de Área

• O Pastor de GM se reúne semanalmente com o Pr. Presidente da igreja

• O Pastor de GM desenvolve um acompanhamento pastoral com seus liderados e também


ajuda a administrar os AGRUPES da sua Área.

• É responsável por visitar semanalmente as reuniões dos seus Coordenadores de Área


(fazer uma agenda mensal de visitas com seus liderados) e por acompanhar e dar suporte aos líderes. O
Pr. de GM deve manter uma estreita relação com cada líder (Coordenadores de Área) que está sob seus
cuidados.

• Seu trabalho principal é ser dependente da direção de Deus para a realização de suas
obras pastorais na Igreja: Nos AGRUPES e Ministérios, pois sua responsabilidade está sobre os AGRUPES e
Ministérios de determinada faixa etária ou grupo de pessoas da igreja local.

• Junto com o Pr. Presidente e apoiando seu ministério como auxiliares diretos, alimentam a
visão e fortalecem os princípios do modelo da igreja em AGRUPES, ensinando e respondendo a diversos
anseios.

• Estabelecem metas a serem alcançadas pelos AGRUPES e Ministérios.

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• Reúnem-se periodicamente (quinzenalmente) com cada Coordenador de Área para
examinar o desenvolvimento do trabalho dos AGRUPES e Ministérios.

• Reúnem-se periodicamente (semanalmente) com o Pr. Titular da igreja, para receberem


apoio pastoral e planejarem em oração o caminhar e o futuro da igreja local. Devem realizar seu trabalho
em alinhamento com a visão da igreja e submissão ao Pr. Titular.

8. OS ESTÁGIOS DA VIDA DO AGRUPE


Geralmente os AGRUPES passam por cinco etapas até que se multipliquem:

8.1 - Estágio da descoberta - Lua-de-mel

Inicialmente, os membros ficam olhando um para o outro e o primeiro estágio do AGRUPE é


destinado a que os membros possam se conhecer uns aos outros. Neste estágio devemos destacar e
valorizar a comunhão, a amizade e os interesses em comum.

8.2 - Estágio da transição - Etapa dos conflitos

Os membros do AGRUPE tiram suas máscaras durante este estágio. Eles se vêem como
realmente são. Pode ser que alguém fale demais, ou seja, é insensível ao extremo, enquanto outro
deseje ser sempre o centro das atenções, outros são muito introvertidos etc. Aí serão necessários alguns
ajustes e, como resultado, as pessoas aprenderão a confiar umas nas outras a ponto de deixarem de lado
suas diferenças.

8.3 - Estágio da comunidade

No corpo de Cristo, os irmãos passam a se conhecer mais, aumentando sua expressão de


comunhão. Isso produzirá enriquecimento, mas também poderá gerar algum perigo. Podem querer
“fechar o grupo”, preferindo não se importar com a chegada de outros. Isso não deve acontecer, pois o
alvo principal é o evangelismo e multiplicação.

8.4 - Estágio do ministério

No AGRUPE, esta é a hora para desenvolvermos o potencial de cada membro. É hora de


distribuir tarefas de acordo com os dons de cada um e focar no evangelismo e na consolidação de novos
membros. O líder deve acompanhar bem de perto o Aprendiz para que sua liderança cresça a cada dia.

8.5 - Estágio da Partida

Em um AGRUPE, líderes novos são levantados e treinados para liderar um novo AGRUPE
enquanto novos membros se juntam ao grupo. Quando o grupo se torna grande suficientemente
(aproximadamente 15 pessoas), ocorre a multiplicação.

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9. A IMPORTÂNCIA DAS METAS PARA A LIDERANÇA DE AGRUPES
Sonhar é preciso! Sem sonhos começamos a morrer ou vivemos para cumprir os sonhos de
outrem. No entanto, nos AGRUPES, muitos sonham alto, mas não têm a mínima noção de como chegar
ao sonho proposto no coração, por isso é necessário planejar e estabelecer metas.

O ponto-chave para a realização de um ministério de sucesso passa necessariamente pela


obtenção de uma visão clara e divina daquilo que queremos, pela encarnação dessa visão, tornando-a
missão de vida, e pelo estabelecimento de metas para aperfeiçoar esta visão para não se perder na
caminhada ministerial.

O Líder de AGRUPE precisa trabalhar dentro de uma visão clara. Todo líder precisa saber
que a visão é o fundamento da liderança. A visão exige ação e dedicação. Contudo, sua visão de
ministério não será realizada a não ser através de um ousado conjunto de metas.

9.1 - Vantagem de se ter metas

• Uma pesquisa entre igrejas em PEQUENOS GRUPOS demonstrou ser muito mais provável
para o líder que tem uma data estabelecida para multiplicar seu AGRUPE e alcançar seu objetivo do que
aquele que não tem meta.

• Crescimento: As metas nos desafiam! Ninguém sobrevive e se desenvolve sem desafios


novos e interessantes. Desde a infância somos movidos por desafios: aprender a falar, andar, escrever,
etc. Na vida temos de estabelecer metas para alcançarmos nossos sonhos.

SEM DESAFIO NÃO HÁ CRESCIMENTO!.

As metas dão objetividade ao ministério: Um ministro não pode perder tempo com coisas
supérfluas, nem tampouco perder tempo realizando aquilo que, embora seja bom, não faça parte da sua
visão de ministério. Há muita coisa boa desenvolvida no mundo cristão, mas nem todas têm relação com
visão ministerial em questão. A visão correta não é fazer tudo aquilo que é bom, mas aquilo que Deus
preparou para o ministério. A liderança da ACEV C.G. tem convicção que desde o ano 2000 Deus tem nos
direcionado a praticar o evangelismo relacional, a comunhão e a edificação da igreja através dos
AGRUPES, promovendo o crescimento sadio (quantitativo e qualitativo) da igreja local. Como diz o Pr.
Wostenes: "Este é o sopro do ESPÍRITO SANTO para nossas vidas, para nossa igreja"

As metas nos ajudam muito porque elas nos tiram do ativismo e nos colocam na visão de
Deus pra nós. A multidão queria que Jesus continuasse por ali para curar os demais enfermos daquelas
cercanias que estavam vindo até ele. Mas ele disse: “Vamos às aldeias vizinhas, para que ali eu também
pregue, porque para isso vim.” Isso deixa claro que o ministério cristão precisa de objetividade e não
somente de ser preenchido com muitas atividades, por melhor ou mais interessantes que sejam, bem
como revela a prioridade de Jesus em pregar o Evangelho para aqueles que ainda não tinham ouvido.

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9.2 - Princípios para o estabelecimento de Metas:

M: mensuráveis - se você não puder medir o resultado, como saberá se conseguiu ou não
atingir seu alvo? Ex.: “Ter o máximo de membros no AGRUPE possíveis” não é uma meta mensurável,
afinal, quanto representa o máximo? Se você considerar isto como meta, qualquer valor que atingir vai
achar que este é o máximo. É preciso ter um número exato na meta para que ela seja mensurável.

E: específica - mais uma vez, deixar o mais claro possível aonde se quer chegar nos ajuda a
descobrir o caminho e concentrar nossos esforços. Dizer “vou ter um computador” é bem menos potente
do que dizer “terei um computador de última geração.” Ao se definir uma meta baixa, terá alvos baixos.

T: temporal - outra arma poderosa no estabelecimento de metas é o prazo para se atingi-


las. Não estabelecer um prazo não ajuda a nos organizarmos e geralmente se leva mais tempo do que o
necessário para se atingir a meta. Afinal, se não tivermos prazo teremos a vida toda para tentarmos.

A: atingível - A meta deve ter um significado pessoal. Algo que realmente faça com que
você levante da cama de manhã com “pique” para trilhar mais uma etapa do caminho que te aproxima
de sua realização. Devem ser criativas, desafiadoras, porém alcançáveis. As metas devem ser
estabelecidas de acordo com as condições de cada igreja, de cada líder.

“Não há ventos favoráveis para quem não sabe aonde quer chegar.”,

9.3 - Perigos que devem ser evitados ao fixar metas

1. Idealismo – é fácil cair no extremismo sob o pretexto da fé em Deus.

• Se as metas estabelecidas são exageradas, as pessoas ficam desanimadas e perdem o entusiasmo no


evangelismo. Por isso as metas devem ser razoáveis e alcançáveis.

2. Temor - Cada meta é um desafio pelo seu tempo específico, se é alcançado ou não. Por isso muitas
pessoas temem o estabelecimento de metas. Mas devemos estabelecer desafiadoras sem temos, mas
com fé em Deus, pois para ele tudo é possível.

3. Competição desleal - O propósito não é criar contenda nem competições entre irmãos.
4. O verdadeiro propósito - É encontrar inspiração no triunfo do outro. Se outros alcançam suas
metas, nós também podemos alcançá-las.

9.4 - Como alcançar as metas?

Passo 1. Assuma as metas estabelecidas para seu AGRUPES e comece a planejar como irá
alcançá-las.

Passo 2. Destine responsabilidades ou delegue tarefas a cada um dos membros do AGRUPES


e dê um prazo para cumpri-las.

Passo 3. Certifique-se de que os membros do AGRUPE estejam trabalhando nas tarefas que
lhes são dadas.

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Passo 4. Incentive os membros de seu AGRUPE a trazer novos convidados.

Passo 5. Ore diariamente e incentive os membros de seu AGRUPE a se unirem em oração,


colocando diante de Deus as metas e clamando para que todas as coisas saiam bem a fim de alcançá-las.

10. PLANEJAMENTO DO AGRUPE


O propósito de nosso Deus é que todos os povos da terra ouçam as Boas-Novas. Para isso
precisamos nos organizar e planejar. Daí surge uma pergunta: Por que alguns não conseguem se
organizar e avançar?

Exemplo: Por que no trabalho eu consigo chegar às 7h da manhã, mas na reunião de


AGRUPE só chego atrasado? Se eu não chegar no horário no trabalho serei punido, porém, como no
AGRUPE, no Culto eu não tenho punição, não honro o compromisso. Isso revela uma desorganização no
caráter.
Se uma pessoa não consegue organizar pequenas coisas, também não conseguirá organizar
outras maiores. Se não organizarmos a visão, vamos multiplicar desorganizações e colheremos
catástrofes.
Deus é um Deus organizado. Ele é o modelo de organização. Ele está completamente
organizado.

10.1 - Mas o que é planejamento?

Planejamento é uma das responsabilidades do Líder de AGRUPE e consiste em exercer uma


função administrativa estabelecendo os objetivos que devem ser atingidos e como se deve fazer para
alcançá-los. É uma criação de cenários que imaginamos acerca do futuro, nos quais estabelecemos quais
recursos utilizaremos para alcançar nossas metas, qual é nossa missão etc , ou seja, de uma forma bem
simples é “pensar antes de fazer”.

10.2 - Quais as vantagens de se planejar?

• Utilização eficiente dos talentos do AGRUPE, potencializando a geração de novos líderes;

• Mensuração de resultados;

• Direção para o cumprimento do propósito do AGRUPE, que é o evangelismo e a


multiplicação;

• Manutenção do foco sob a visão, entre outros.

10.3 - Por que planejar?

“Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se senta primeiro a calcular as despesas,
para ver se tem com que a acabar? Para não acontecer que, depois de haver posto os alicerces, e não a

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podendo acabar, todos os que a virem comecem a zombar dele, dizendo: Este homem começou a edificar
e não pode acabar” (Lc 14 28-30).

10.4 - Nossa atitude

• Disciplina: Disciplina traz recompensas que não são imediatas. Um homem faz o propósito
de levantar mais cedo, todas as manhãs, para correr em volta do quarteirão Isso é disciplina. Semanas,
meses e anos depois ele vai colher os frutos ou recompensa dessa atitude disciplinada.

• Visão: Ser um visionário significa enxergar além do óbvio. É como estar na prisão e
enxergar as estrelas ao invés das barras de ferro. Implica também em esforço e disciplina. Dá muito
trabalho fazer planos para os próximos meses ou anos. Nossa primeira reação é pensar que estes não se
realizarão. Mas temos que lembrar que para Deus tudo é possível Mt 19 26.

• Perseverança: É infinitamente mais fácil desistir do que perseverar (Tg 1.12). Nossa
tendência é abandonar os esforços caso não gerem resultados imediatos. Um universitário, já vencido
pelas provas e monografias pensa em desistir, mas decide continuar e estudar. Isso é perseverança ou
persistência.

Em vez de rotular o planejamento como algo burocrático e negativo ou contrário à vontade


de Deus, devemos aceitá-lo e praticá-lo.

“Então Jesus disse: Deus me deu todo o poder no céu e na terra. Portanto, vão a todos os
povos do mundo e façam com que sejam meus seguidores, batizando esses seguidores em nome do Pai,
do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que tenho ordenado a vocês. E lembrem
disto: eu estou com vocês todos os dias, até o fim dos tempos.” Mt 28:18 (Mc 16.15-18; Lc 24.44-49).

Assim, Deus revela suas prioridades. Uma vida sem planos e prioridades é levada pela
urgência. Um AGRUPE cresce quando está focada nas prioridades e não nas situações urgentes!

O Planejamento deve ser monitorado continuamente e deve se estabelecer datas


específicas para avaliação do mesmo.

PLANEJAR - “pensar antes de fazer”. Estabelecendo os objetivos que devem ser atingidos e
como se deve fazer para alcançá-los. Ter uma visão do futuro e estabelecer metas e providenciar
recursos para alcançá-la.

MONITORAR - Acompanhar passo a passo a execução do que foi planejado. Acontece


durante todo o processo de realização ou execução do planejado.

AVALIAR - Medir em determinadas datas ou em finais de determinados ciclos se o que foi


planejado foi alcançado ou não. Verificando os erros e acertos para refazer o planejamento e continuar o
ciclo para alcançar a visão de futuro ou objetivo da equipe ou do empreendimento (AGRUPE)

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10.5 - Planejando as reuniões de AGRUPE

É importante que o líder de AGRUPE se reúna com seu Aprendiz(es), Anfitrião, e Secretário
para planejar a vida do seu AGRUPE. A reunião de planejamento tem os seguintes objetivos:

• Planejar e estabelecer a data da próxima multiplicação do AGRUPE. O líder deve desde o


início do seu AGRUPE planejar e compartilhar com os membros sobre a meta e o evento da
multiplicação.

• Avaliar as reuniões do AGRUPE;

• Planejar as próximas reuniões do AGRUPE, os eventos evangelísticos e de comunhão;

• Distribuir tarefas e delegar responsabilidades;

• Acompanhar as anotações feitas no Diário do AGRUPE (relatórios semanais preenchidos


pela secretária do AGRUPE);

• Cuidar para que todos os membros da igreja que entrem no AGRUPE sejam acolhidos e
sintam-se em casa. O líder deve motivar os membros do seu AGRUPE a darem atenção e desenvolver
comunhão com os membros novatos;

• Encorajar e desafiar os membros para que tragam seus convidados ao AGRUPE;

• Acompanhar e colocar em prática o planejamento para a próxima multiplicação do


AGRUPE;

• Avaliar o acompanhamento e o preparo do líder em treinamento.

Este planejamento deve ser informado aos demais membros do AGRUPE no momento de
Avisos e Desafios que ocorre durante as reuniões semanais.

Pose ser realizada uma reunião específica para os membros do AGRUPE que são crentes
(não leve convidados) com o fim de passar algumas recomendações que devem ser colocadas em
prática no AGRUPE pelos membros da igreja. Estas reuniões podem acontecer em outro dia e hora
combinado com os membros do AGRUPE e pode ser na casa do líder, por exemplo.

Há alguns fatores que devem ser considerados no momento de planejar:

1. Uma boa reunião de planejamento dará como resultado uma boa reunião de AGRUPE.

2. Uma boa reunião de planejamento ajudará a preparar os eventos agendados, facilitando assim a

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preparação para a multiplicação.

Reunião de planejamento não é um culto; ou uma reunião de oração.

Reunião de planejamento é uma reunião de trabalho; de avaliação e de distribuir e cobrar


tarefas, de prestação de contas, de celebração pelas metas alcançadas.

11. MULTIPLICAÇÃO DOS AGRUPES


11.1 – A Multiplicação é o momento mais esperado do AGRUPE. Acontece quando um AGRUPE atinge
10 a 15 pessoas, e possuí um APRENDIZ preparado e um novo lar para multiplicar.

É importante entender que a multiplicação de um AGRUPE é um processo que inclui vários fatores. Quais
são os fatores que contribuem para a multiplicação do AGRUPE?

➢ Tempo devocional do líder e de preparação para as reuniões;


➢ Cuidado pastoral do líder e Pastoreio Mútuo
➢ Mentoreamento (do Discipulador para com o líder e do líder para os membros do AGRUPE)
➢ Capacitação de APRENDIZES
➢ Foco no evangelismo. Estímulo ao evangelismo e encontros sociais (evangelísticos);
➢ Convites freqüentes a não crentes (convidados); número de visitantes no AGRUPE;
➢ Elaboração da Lista de Impacto e a constante oração pelas pessoas da lista;
➢ Oração constante pelos convidados e pelos membros do AGRUPE
➢ Comunhão entre os membros;
➢ Estabelecimento de alvos, inclusive a data da multiplicação;
➢ Criação do Ambiente favorável e preparação dos membros do AGRUPE para multiplicação

Somente quando esses fatores estão presentes é que há a multiplicação do AGRUPE. Vamos acrescentar
outros fatores que contribuem para que haja a multiplicação:

➢ É preciso orar todos os dias pelos membros do AGRUPE;


➢ Deve haver confraternização entre seus membros;
➢ Devemos incentivar cada membro para que façam parte do trabalho, levando convidados para o
AGRUPE e contribuindo na hora do evangelismo pessoal e relacional que ocorre durante a reunião
e nos outros dias da semana (através de telefonemas, visitas, mensagens etc.)

11.2 - Há duas formas pelas quais os AGRUPES se multiplicam:


➢ Multiplicação – quando o AGRUPE original gera outros filhos;
➢ Abrir AGRUPES – quando novos AGRUPE são abertas sem vir de outros. Ex.: quando alunos da
ELAC decidem abrir um AGRUPE em suas casas ou na casa de outros irmãos (ANFITRIÃOS)

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11.3 - Os AGRUPES que se multiplicam são AGRUPES saudáveis, pois passaram por todas as etapas de
desenvolvimento. Há uma motivação maior do líder em fazer novos discípulos. O grupo está aberto às
pessoas de fora e tem estímulo em buscá-las, pois todos se sentem capazes de frutificar. Os membros se
empenham em conquistar amigos e familiares e os novos se sentem à vontade no AGRUPE, porque foi
criado um ambiente para a multiplicação.

É importante fazer com que as pessoas já comecem no AGRUPE visando à multiplicação, pois ela é o
“ponto alto”, o “clímax” do AGRUPE.

11.5 - Como perceber a hora de multiplicar?

O grupo começa a crescer perdendo a intimidade entre as pessoas, as ausências passam a não ser
notadas, o local começa a não comportar todas as pessoas, e outras situações começam a acontecer.

Ao multiplicar...
➢ Considere os relacionamentos; os elos naturais devem permanecer juntos;
➢ Considere a localização geográfica;
➢ Recém chegados ou os novos devem permanecer com o líder;
➢ Os maduros devem sair com o novo líder.

11.6 - Três razões por que um AGRUPE não se multiplica:


➢ Os membros ficam confortáveis e apegados fortemente aos relacionamentos;
➢ Eles têm medo de que o novo grupo não seja tão bom quanto o atual;
➢ Desconhecem a alegria de gerar um novo AGRUPE.

O que fazer neste caso?


➢ Trabalhe desde o início do AGRUPE na conscientização dos membros que mais importante do que
a comunhão é a evangelização e formação de novos discípulos de Jesus. Pois as pessoas sem
Cristo precisam mais do que os que já vivem com Jesus;
➢ Estude uma possível troca de líder ou aprendiz;
➢ Mude o local quando há problemas com o anfitrião ou com a localização;
➢ Mude o dia ou o horário das reuniões;
➢ Intensifique a evangelização e as visitas aos novos membros;
➢ Peça orientação ao discipulador
➢ Pastoreio sem evangelização é incompleto no que se refere ao crescimento sadio da igreja.
➢ Para que haja evangelização eficaz no AGRUPE e crescimento, é necessário haver convidados em
todas as reuniões. Para isso é preciso convidar sempre, orar por uma pessoa e nunca desistir até
que ela vá.

11.7 – A Multiplicação e os Convidados

Ter convidados em suas reuniões é um fator que influencia diretamente na multiplicação dos
AGRUPES.

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Com a presença dos convidados praticamos o evangelismo relacional e com a conversão destes os
AGRUPES crescem e se multiplicam. Para aplicar os princípios do evangelismo no AGRUPE temos que
definir o que é um convidado. Antes vamos definir o que não é um convidado.

Um convidado não é:
➢ Uma pessoa que convidamos somente para cumprir uma meta;
➢ Alguém sobre quem pouco ou nada sabemos;
➢ Alguém que encontramos na rua;
➢ Alguém a quem vemos pela primeira vez;
➢ Alguém que já é crente e pertence a outra igreja evangélica.

Um convidado é:
➢ Alguém do nosso convívio, com quem nos relacionamos no dia a dia, com quem nos importamos
de fato por sua vida e por sua eternidade.
➢ Alguém a quem dedicaremos tempo de oração por sua vida,
➢ Alguém para quem testemunharemos do amor de Deus em todas as oportunidades que Deus nos
der,
➢ Alguém para quem verbalizaremos a nossa fé e apresentaremos Jesus como único Senhor e
Salvador das nossas vidas por meio de ações e de palavras,
➢ Alguém que colocaremos na nossa lista de impacto e teremos como alvo ganhar sua vida para
Cristo durante o ano,
➢ Alguém que levaremos para nosso AGRUPE para que todos membros do AGRUPE se relacionem
com ele e o evangelizem

Como fazer o convite


➢ Faça uma lista de pessoas do seu circulo de amizade - círculo de influência;
➢ Faça um círculo ao redor dos nomes de pessoas que estão mais abertas à mensagem do evangelho
e então comece a orar pela conversão delas;
➢ Coloque o nome dessas pessoas na Lista de Impacto do seu AGRUPE
➢ Aprofunde mais sua amizade com essas pessoas e demonstre-lhes seu amor fraterno. Procure a
maneira de demonstrar-lhes o amor de Deus;
➢ Convide-as para a reunião do AGRUPE.

Quando um convidado se converter a Cristo, continue sendo seu amigo, cuidando do seu crescimento
espiritual. Encaminhe-o para a equipe do Ministério de Discipulado para que ele(a) entre no discipulado
individual para ser cuidado(a), acompanhado(a) por um discípulo de Jesus mais maduro até chegar ao
batismo, alcançar a maturidade e se tornar um discípulo capaz de se multiplicar. Só assim teremos
resultados permanentes, só assim os AGRUPES crescerão em assistência, haverá muitas conversões e os
AGRUPES se multiplicarão.

11.8 - Planejando a multiplicação do AGRUPE

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A multiplicação do AGRUPE deve ser a principal meta do Líder. O Líder deve ser focado em atingir (e
potencializar o atingimento) desta meta. Por mais adversas que sejam as circunstâncias, à luz do caráter
aprovado em Cristo, da fé e do compromisso com o chamado para servir nesta obra, sua atitude sempre
deverá ser condizente com o sonho. Se o Líder possui este conceito cravado em seu coração e se o estilo
de vida e liderança exala o mesmo, contagiará seus liderados e facilmente (e rapidamente) atingirá seu
propósito.

Para multiplicar o AGRUPE, o Líder deverá definir uma data para a multiplicação e marcos importantes
como eventos de colheita e outras atividades que levarão ao cumprimento da meta. Recomenda-se
fortemente que estas datas, marcos e objetivos sejam registrados e compartilhados continuamente
com os membros do AGRUPE. O compartilhamento e divisão de papéis e responsabilidade geram
compromisso no grupo e é uma porta para a geração de novos Líderes. O Diário do AGRUPE possui um
formulário semelhante à imagem abaixo que poderá ser utilizado para este fim. Aqui o Líder poderá
também simular os novos grupos, nomear os novos Líderes, Aprendizes e Anfitriões.

Lembre-se: Defina e documente seus objetivos. Qualquer


caminho é válido para aqueles que não possuem uma rota definida.

AGRUPE – PLANEJAMENTO DA MULTIPLICAÇÃO


AGRUPE ORIGINAL
AGENDA

NOVO AGRUPE 1 NOVO AGRUPE 2

11.8 - Eventos que favorecem a multiplicação:


➢ Compartilhar o propósito do AGRUPE com seus embros;
➢ Orar por novos convidados e novos membros;
➢ Convidar novas pessoas;
➢ Realizar dois ou mais eventos do dia do amigo;
➢ Realizar evento de colheita;
➢ Delegar responsabilidades (louvor, secretariado, anfitrião, oração e escala de lanche);
➢ Encaminhar os novos convertidos ou convidados para o discipulado (procurar o ministério de
discipulado da igreja);

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➢ Verificar ou acompanhar os resultados do discipulado;
➢ Definir Pais, Jovens e Filhinhos (os mais maduros: pais, cuidando dos mais novos);
➢ Realizar primeiro evento social;
➢ Matricular novos membros na ELAC - ESCOLA DE LÍDERES DA ACEV;
➢ Criar escala de oração pelos membros e pelo AGRUPE;
➢ Criar círculos de oração entre os membros (amigo secreto de oração);
➢ Programar uma ida de todo o AGRUPE ao Culto de celebração dos AGRUPES no terceiro sábado de
cada mês e/ou no culto do domingo a noite;
➢ Identificar Líderes em potencial;
➢ Nomear o Aprendiz ou Aprendizes;
➢ Realizar visitas às casa dos membros do AGRUPE;
➢ Incentivar encontros informais entre os membros ao longo da semana;
➢ Orar continuamente pelos membros do AGRUPE e por sua multiplicação;
➢ Comunicar sempre aos membros do AGRUPE a importância da multiplicação;
➢ Identificar novo anfitrião;
➢ Realizar reuniões de planejamento;
➢ Definir os grupos a serem multiplicados;
➢ Definir e orar pela data de multiplicação;
➢ Realizar o evento de multiplicação no AGRUPE e na Igreja (domingo a noite).

“O nobre projeta coisas nobres e na sua nobreza perseverará.” Isaías 32.8

12. ERROS QUE DEVEMOS EVITAR NOS AGRUPES

Todos cometem erros, porém alguns trazem sérias consequências. O propósito é ajudar a superar os
obstáculos que possam paralisar o sistema de AGRUPES. Errar é humano; mas acomodar ao erro é
insensatez.

12.1 - Líder que faz todo o trabalho no AGRUPE


Ficará cansado e não treinará novos membros que poderiam ser líderes. Aprenda a delegar e ensine
adequadamente. Delegue aos membros dos AGRUPES as tarefas mais variadas como preparar o louvor, o
lanche, telefonar, visitar, convidar, ministrar o estudo, orar etc.

12.2 - Líder que não participa das reuniões do seu GD (Grupo de Discipulado) nem acata orientações
dadas pelo seu discipulador.
Liderar AGRUPE requer comprometimento e responsabilidade, por isso é inadmissível que um líder deixe
de participar das reuniões do seu GD, pois nelas é que será orientado com relação às diretrizes e à
caminhada da Igreja.

12.3 - Quando um líder se afasta ou se recusa a seguir as orientações dadas pela liderança.

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Um AGRUPE ou setor deformado não se desenvolve. AGRUPES e setores saudáveis multiplicam-se. Por
isso, reveja continuamente os princípios do sistema de Pequenos Grupos. Não invente coisas que, em sua
opinião, podem funcionar. Siga sempre as orientações dadas pelo seu discipulador e pela liderança
pastoral da Igreja.

12.4 - Aconselhar inadequadamente


Saiba reconhecer seus limites para aconselhar. Seja humilde e não tenha medo de dizer que não sabe. Se
o problema for muito difícil de resolver, leve-o ao seu discipulador do seu setor.

12.5 - Deixa de desafiar e preparar novos líderes


Um líder que não se preocupa em delegar tarefas, em dar oportunidade para outros, em mentorear
novos líderes, dificilmente multiplicará seu AGRUPE.
Portanto, é muito importante procurar identificar líderes em potencial entre os membros do AGRUPE e
desafiá-los a crescer, enviando-os a ESCOLA DE LÍDERES (ELAC) para que sejam capacitados. Um bom
líder acompanha bem de perto o seu liderado. Na ocasião oportuna, o líder deverá encorajá-lo a assumir
um novo AGRUPE.

12.6 - O discipulador ou o líder impõe metas exageradas


As metas estabelecidas para o AGRUPE devem ser razoáveis para que não tragam desânimo e sim
estímulo e desafio para todo o AGRUPE.
Não imponha suas próprias metas, apenas implemente as que são estabelecidas pela Igreja, de forma a
envolver todos os membros do AGRUPE no seu cumprimento. As pessoas reagem melhor quando são
motivadas do que quando são obrigadas a acatar algo que está acima de suas forças.

12.7 - Não direciona os membros do AGRUPE para a igreja


Se os membros participam somente do AGRUPE, perdem sua identificação com a Igreja Local, e, além de
ficarem isolados, tornam-se vulneráveis - os lobos atacam as ovelhas que se afastam do rebanho.
Para evitar isto, esforce-se para trazê-los à igreja. Organize uma forma de despertar neles o interesse de
participar da grande congregação (Na celebração dos AGRUPES no 3º Sábado do mês, na EBD e na
celebração do Domingo a noite, e na Oração da quarta a noite) - e não apenas da reunião semanal do
AGRUPE. Na Grande Congregação ele receberá alimento sólido na EBD, no Discipulado Individual,
desenvolverá comunhão com outras pessoas, receberá capacitação e se engajará no serviço em um
ministério. Isto se complementa com as reuniões dos AGRUPES e dessa forma o membro ou o novo
convertido se integrará de fato na igreja como um todo.

12.8 - Aproveita a intimidade que o AGRUPE proporciona para alcançar objetivos pessoais
Um líder que se envolve pecaminosamente com algum membro do AGRUPE, ou que usa o AGRUPE para
ganhar qualquer tipo de vantagem, causa um mal terrível. Se as pessoas notarem um interesse diferente
ficarão desanimadas e não voltarão mais.
Portanto é proibido circular dinheiro no AGRUPE, seja através de vendas, de dízimos, pedir dinheiro
emprestado, ou pedir ofertas que constrangem os irmãos a dar. Muitos saem do AGRUPE por causa disso.

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12.9 - Mente ou omite os dados para aparentar que está tudo bem
Isso proporciona uma falsa base de dados, o que prejudica as projeções e o planejamento feitos pela
igreja. Mentir impede que seja ajudado. Ao dizer a verdade é possível saber em que o líder pode ser
ajudado.
“Portanto, cada um de vocês deve abandonar a mentira e falar a verdade ao seu próximo, pois todos
somos membros de um mesmo corpo” - Ef 4:25.

13. COMO PROTEGER SEU AGRUPE

É comum acontecerem situações difíceis, que trazem constrangimentos nos AGRUPES e nem sempre os
líderes sabem como lidar com elas. Em primeiro lugar, o líder precisa ter bem claro a sua importância
como líder e agir no sentido de proteger o AGRUPE. Ele precisa ver as dificuldades de uma perspectiva
correta, buscar ajuda quando necessário e orar sem cessar.
Existem algumas pessoas com personalidades destrutivas ou disfuncionais que participam dos AGRUPES,
muitas vezes até com o intuito de causar divisão. Estas pessoas precisam ser identificadas e
encaminhadas para aconselhamento pastoral ou ajuda profissional, para que o AGRUPE permaneça
saudável.
Eis alguns exemplos:

13.1 - Membro Pecaminoso


• Impureza - pecados sexuais como prostituição, adultério, linguagem e gestos obscenos, etc. ;
• Avareza – apegado em relação ao dinheiro;
• Idolatria e ocultismo - feitiçaria, ídolos, todos os tipos de adivinhação, consulta a mortos etc ;
• Maledicência - falso testemunho, calúnia, difamação, infâmia, fofoca etc ;
• Bebedice - o que se embriaga com bebidas alcoólicas, drogas, remédios etc.;
• Furto - ladrão, assaltante, sonegador, chantagista, extorsão, etc;

Como lidar? – Deverá ser admoestado pelo irmão que presenciou os fatos. Se o irmão abandonar o erro,
foi ganho para o Senhor e o fato deve ficar entre eles. Se voltar a pecar deverá ser admoestado pelo líder
em companhia da testemunha do pecado, e, caso ele não mude de conduta, o líder deve entregar o caso
ao discipulador, evitando assim contagiar os demais. Se ainda não mudar de conduta o discipulador deve
levar para o Coordenador de Área e em última instância o caso deve ser levado para a equipe pastoral.

13.2 - Membro que se acha melhor, mais espiritual do que os outros


Esta pessoa irá criticar o líder para mostrar que é mais capacitada e experiente. Vai tentar impressionar
polemizar a reunião, com a intenção de enfraquecer o líder e dividir o grupo.
Como lidar? O líder não deve encorajá-lo a falar de suas experiências, evitando que monopolize a reunião,
mas deve mostrar-lhe os objetivos do grupo e como ele pode ser útil.

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13.3 - Membros de outras igrejas evangélicas
Visitantes que são membros de outras igrejas não são bem vindos em nossos AGRUPES. Pois na maioria
das vezes vem só para passear, não tem compromisso e trazem confusão ao referirem-se a doutrinas
contrárias a visão da igreja. Gostam de chamar a atenção, iniciando assuntos polêmicos e impertinentes
ao estudo, assustando os novos convertidos e os visitantes. Promovem confusão e podem levar o
AGRUPE à divisão.
Como lidar? Não permita que este tipo de pessoa influencie ninguém do grupo. Encoraje-o a participar e
reunir-se em Grupos Pequenos e das programações da sua própria igreja.

13.4 - Convidar Pastores que vem de fora, Missionários, Profetas etc. para pregar no AGRUPE
Não é permitido convidar pessoas que não são da igreja, bem como pastores, missionários, profetas, etc.,
para ministrarem nas reuniões do AGRUPE.
Caso eles apareçam de surpresa, convidados por um dos membros, o líder não deve se intimidar com o
título do pastor, e ter bem claro o seu papel de líder, na direção da reunião e na facilitação do estudo
bíblico.
Como lidar? Normalmente eles gostam muito de falar e resistem à autoridade do líder, algumas vezes até
tentando controla-lo e ostentando posições.
O líder deve tomar a palavra, e evitar também que eles monopolizem a reunião.

13.5 - O irmão muito falante


Existem pessoas que gostam de falar excessivamente. Normalmente não conseguem falar um assunto
coerente e contam longas histórias sem objetivo, desviando o assunto do estudo o tempo todo.
Como lidar? O líder deve intervir, muitas vezes interrompê-lo, ajudando-o a responder as perguntas e
tomando a palavra, mas se persistir deve dizer, por exemplo, que as respostas estão limitadas a 30
segundos por pessoa, ou que cada pessoa deve falar só duas ou três vezes para que todos tenham
oportunidade de se expressar.
O líder deve lembrar o tempo todo que as respostas deve ser breves, que quem precisar conversar, pode
encontrar durante a semana. Mas que ali ele tem que concluir o estudo. Com o tempo o irmão vai se
tocando e percebendo o ritmo. Caso contrário, vale a pena uma conversa amorosa e franca em particular
com irmão.

13.6 - O crítico da Igreja


Este tipo de pessoa critica tudo, a igreja, o AGRUPE, a bíblia, etc. Com um AGRUPE cheio de visitantes ele
é capaz de falar mal da igreja, levantar falhas da liderança, espalhando contendas. Isso pode causar
divisão no grupo e poderá se tornar um tropeço na vida da igreja.
Como lidar? Todos podem fazer críticas, mas o líder deverá mostrar que o AGRUPE não é o melhor lugar
para isso, pois ele tem o foco no evangelismo e no estudo bíblico. O ideal é convidar esse irmão para uma
conversa pessoal.

13.7 - Anfitriões que não correspondem

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E quando um anfitrião não tem compromisso, fica no quarto, sem aparecer na reunião; ou sai e deixa
todos esperando na porta, ou o que é pior viaja sem avisar, deixando os irmãos darem de cara com a
porta fechada? Etc.
Como lidar? O líder deve admoestá-lo em amor e mostrar-lhe o seu papel no grupo. Se os problemas
continuarem, a solução é mudar o local da reunião.

13.8 Crianças indisciplinadas


O que fazer com um membro que leva sua criança indisciplinada e tira a concentração de todos?
Uma repreensão pública pode inibir os pais a levarem seus filhos na reunião, mas se o problema persistir
pode sobrecarregar o anfitrião.
Como lidar? Se os pais forem novos, temos de agir com paciência, mas se forem maduros, a solução é
uma conversa objetiva e clara em particular, e se necessário. O AGRUPE pode fazer uma escala onde cada
reunião uma ou duas pessoas da igreja ficarão responsáveis para ficar com as crianças em outro ambiente
da casa e realizar alguma atividade com as crianças.

13.9 - O Antagonista
Este tipo de pessoa traz muitas dificuldades para o líder, pois muda de AGRUPE várias vezes porque não
se adapta a nenhum deles. Sempre tem uma crítica aos líderes anteriores e gosta muito de usar a
expressão “os outros estão dizendo que”, para encobrir sua própria opinião.
Como lidar com o antagonista? O líder deve sempre se antecipar ao antagonista, procurando agir tão logo
qualquer situação conflitante surgir. Deverá ser firme para que o grupo fique protegido, porém deverá ter
habilidade para não rotular o antagonista. Quando necessário, deverá indicar a ele um local adequado
para tratamento.

14. AGRUPE DE CRIANÇAS

14.1 - O que é um AGRUPE de Crianças?

É um AGRUPE formado por crianças que se reúnem em torno de um líder adulto. Os AGRUPES de crianças
devem estar normalmente em paralelo a um AGRUPE de adultos. No AGRUPE as crianças recebem
cuidados, ministrações bíblicas e oração, participando de questionamentos e discussões. Vivendo juntas a
vida cristã, elas ajudam umas as outras e buscam alcançar outras crianças para Cristo.

14.2 - Objetivos de um AGRUPE de Crianças:

➢ Envolver crianças, membros e líderes para que se tornem participantes ativos da igreja, do
Corpo de Cristo, como organismo vivo;
➢ Levar as crianças a desenvolverem amizades sadias, conhecerem a Deus e atraírem seus amigos,
pais e familiares para Cristo;

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➢ Fazer com que cada criança do AGRUPE sinta-se reconhecida e respeitada como parte
importante da Igreja. Crianças não são receptores passivos, mas ativos. Não são a igreja do
amanhã, mas de hoje. Elas podem ajudar a expressar Cristo umas as outras;
➢ Ajudar as crianças a envolverem-se com a Palavra de Deus, contextualizando os princípios
bíblicos com o dia-a-dia delas;
➢ Ajudar as crianças a aprenderem os primeiros passos do discipulado cristão e a se envolverem
com a Grande Comissão.

14.3 - Funcionamento de um AGRUPE de Crianças:

➢ O AGRUPE de criança funciona na mesma casa de um AGRUPE de adulto, porém em outro


espaço;
➢ Os AGRUPES de adultos que desejarem ter um AGRUPE de criança em paralelo, são os
responsáveis em levantar seus líderes e não importar pessoas de outro AGRUPE para isso;
➢ Havendo interesse em abrir um AGRUPE de crianças, primeiramente converse com sua liderança
e somente depois de devidamente instruído, abra o AGRUPE nos padrões adequados;
➢ O líder do AGRUPE de adulto é sempre desafiado a gerar novos líderes também para os
AGRUPES de crianças. Caso contrário elas podem não se multiplicar e dificultar também a
multiplicação do AGRUPE de adultos.

14.4 - Liderança de um AGRUPE de Crianças:

Os mesmos requisitos para líderes de AGRUPE de adultos se aplicam aos líderes de AGRUPE de
criança. São eles:
➢ Ser batizado e membro da igreja.
➢ Ter completado o currículo obrigatório da ESCOLA DE LÍDERES (Pelo menos o Primeiro Módulo
da ELAC).
➢ Participar de um GD regularmente, prestando contas de seu AGRUPE.
➢ Um líder de AGRUPE de criança também precisa ser: facilitador, amigo, exemplo e praticar o
pastoreio mútuo.

14.5 - Reunião de um AGRUPE de Crianças:

➢ Proposta de tempo máximo de reunião: 2 horas.


➢ 30 min de lanche junto com os adultos;

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➢ 1h e 30 min: oração, louvor (CD ou instrumentos); lição; atividades de artes manuais.
➢ No horário estabelecido para o término, o líder e as crianças serão liberados. Por isso a reunião
dos adultos deverá respeitar os horários estabelecidos para evitar problemas.

14.6 - Multiplicação de um AGRUPE de Crianças:

➢ O AGRUPE de criança também tem o desafio de multiplicar-se;


➢ Acima de 10 crianças, torna-se necessário multiplicar o AGRUPE. No caso do AGRUPE de adultos
não estar preparada para a multiplicação simultânea, o AGRUPE de crianças se multiplicará
assim mesmo, separando as crianças por faixa etária (com um líder para cada faixa), e deverá
continuar na mesma casa, porém em ambientes separados;
➢ Quando o AGRUPE de adultos multiplicar-se, a de criança também se multiplicará independente
do número de crianças (neste caso será pela necessidade de um novo AGRUPE acompanhando o
de adultos).
➢ Os líderes de AGRUPE de criança serão gerados dentro do próprio AGRUPE de adultos que o
AGRUPE de crianças está vinculado. A responsabilidade pelos novos líderes é de cada AGRUPE.

14.7 – Mitos sobre liderança de um AGRUPE de Crianças:


As pessoas não querem liderar um AGRUPE de crianças porque acham que não irão receber de Deus,
que irão perder por não estar com os adultos. Isto é uma grande mentira. Temos visto grande
crescimento espiritual em nossos líderes de crianças. O adulto será ministrado com a palavra que ele for
ministrar para as crianças. Deus o alimentará da mesma forma. Jesus nos ensinou que “é mais bem
aventurado dar do que receber”; quando estamos servindo e ministrando os outros, também somos
ministrados e crescemos no Senhor.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Implantando Grupos Familiares – David Kornfield e Gedimar de Araújo – Editora Sepal;
Pequenos Grupos – Para a igreja crescer integralmente – Valberto da Cruz e Fabiana Ramos – Ed.
Ultimato;
Alcançar a cidade - Mikel Newmann - Editora Vida Nova;
A Igreja em Células - Larry Stockstill - Editora Betânia;
Igreja em Células - Dinamárcia Faria Barbosa Moreira - Promove Artes Gráficas.
Uma vida com Propósitos – Rick Warren – Editora Vida.
Multiplicação – o desafio do cristão, da liderança e da igreja – Roberto Bottre - Ed. Central

Apostila elaborada a partir do material utilizado pela IBC BH


Utilizada para a Disicplina 1 da ELAC (Escola de Líderes da ACEV CG): “AGRUPE: Propósito, Base
Bíblica e Dinâmica de Funcionamento”. A ELAC foi criada em 2015 com o propósito de oferecer
capacitação contínua de líderes para os Agrupes e para os Ministérios da ACEV Catolé.
Colaboração para adaptação e revisão: Pr. Wostenes Santos, Miss. Gleydice Bernardes, Miss. Flávia
Marques, Professora Zuleide Maria de Arruda e Secretária Joana Lacerda Moura.

Pr. Wostenes Luiz Lúcio dos Santos

Última Atualização - 2022

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