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M4estrú
1995 Fundação Carlos Gomes
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Imprensa Oficial do Estado.
lSBN - 85- 86 176-01-X

Henrique, Waldemar
H5 19 w Waldemar Henrique, canções/Waldemar Henrique. -
Ensaio de Vicente Salles.- Belém: Secretaria de Estado de
Educação. Fundação Carlos Gomes, 1996.
269p.: il.
Texto em português e inglês 2 . Música Pará
1. Música Brasil. I. Salles, Vicente. D. Pará. Secreta-
ria de Estado de Educação. III. Fundação Carlos Gomes. IV.
Imprensa Oficial do Estado. V. Título

CDD 784.8098 1
CDU 784.3(81)

Textos: Vicente Saltes (ensaio),


A ugusto Teixeira, Fellpe Andrade e Silva
e Jorge Santos Souza (Considerações
Sobre o Trabalho Técnico).

Edição: Néllo Palheta.

Seleção Fotográfica: Sebastião Godinho

Versão em I nglês: Au gusto Teixeira.

Capa e Projeto Gráfico: Sérgio Bastos.

Fot olitos: Omni G raphics.

Impressão: Gráftca da Imprensa Oftcial.

Págtna an!eflor. Fotógrafos de vánas gerações


documentaram a carre~ra do maestro
Waldemar Hennque. Nos anos 20, a
produção fo• do Estúdio Oilve•ra, até hoJe
functonando Esta foto é dos anos 70,
produz1da durante um ensa to, no Teatro da
Pa.z. pelo fotógrafo Pedro de Olivetra Pinto.
Nos anos 80, fot a vez das lentes de LUtz
Braga, em tomadas também no Teatro da Paz
Secretaria de Estado da Educação
Fundação Carlos Gomes
Imprensa Oficial do Estado

Maio, 1996
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SUMARIO

Pág.
Apre-sentação -------------- ----------------------------------------------------------------------- I

A obra de Waldemar Henrique-------------------------------------------------------------- 9


Consld e rações sobre o Traba Iho------------------------------------------------------------------ 23
Workc; ot Wa Ide ma r He nnq ue ------------------------------------------------------------------_______ _ 31
Com me n ts abour thE' work ----------------------------------------------------------------------------- 41
A Vela que Passou ------------------------------------------------------------------------------------- 4<)

A. B C de Lam peão --------------------------------------------------------------------------------------- 52


.'\ba Iua 1ê ----------------------------------------------------------------------------------------. 56
Acillil nto ----------------------------------------------------------------------------------- ----- 59
Adeus - ------------------------------------------- -------------------------------------------------- -- 63
Aiegnu, Alegria -------------· ---------------------------------------------------------------------------- 67
Bo 1- Bum bá ------------------------------------------------------------------------------------------ 72
Bôro -------------------------------------------------------------------------------------------- 76
Cabocla Malvada --------------------------------------------------------------------------------- 79
c~nç<io do Stnry ---------------------------------------------------------------------------------- 82
c~ nç.:i o ~ô mad e----------------------------------------------------------------------------------- a-
Chorl nno ---------------------------------------------------------------------------------------------- 90
Cobra Grr.nde -------------------------------------------------------------------------------------- 94
Côco Pe> neru ê -------------------------------------- ------------------------------------------------------ 97
Cu ru p1ra --------------- -------------------------------------------------------------------------------- ~01

ÉM<lraca tú ---------------------------------------------------------------------------------------------- 101


Enl rr ta nr o, Eu Canto ---------------------------------------------------------------------------------- 11 o
[ssa ".:C'gra Fulõ ---------------------------------------------------------------------------------- 111
Exaltação--------------------------------------------------------------------------------------------- 127
Fnn nhaci a ------------------------------------------------------------------------------------------------- 130
f •7 dt~ V1da uma Canção ---- ---·--------------------------------- -------------------------------------- 136
f 01 Bôto Sinhá!------------------------ -------------------------------------------------------------- 1.i 1
Htno êlOS Arcanjos S. Miguel e S. Gabrrel ---------------------------------------------------------- 144
JtJrltí ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 148
Mamã 1 Preta ----------------- ------------------------------------------------------------------------- 1.J2
Manha - Nungára ------------------------------------------------------------------------------------ 155
Meu "Bot" Vai-se Em bóra ---------------------------------------------------------------------- -------- 158
Mmha Amada Tão Longe ---------------------------------------------------------------------- 162
MInha rerra ----------------------------------------------------------------------------------------- 166
Morena-------------------------------------------------------------------------------------------------- 1;-o
No 1ard 1m de Oetra ----------------------------------------------------------------------------------- 173
Noite de São João------------------------------------------------------------------------------ 177
O Passo da Ema----------------------------------- ------------------------------------ 181
O Senngueiro ----------------------------------·------------------------------------- 183
Passarinho da Lagoa--------------------------------------------------------------------- 18 7
Pássaro da Terra ------------------------------------- ---------------------- 189
1 - Abertura ----------------------------------- - - ------------------- - - -------- 1 89
2 - Te ma do Caçador-- - -------------------------------------------------------------- 190
3 - Tema do Pássaro--------------------------------·------------------------------ ----- 191
4 - Lundú dos Caboclos----------------------------·------------------------------------- 192
5 - Teotõnio--------------------------------------------------- - ------------------ 193
6 - Cõro (Do Solo Calcinado) --------------------------------------------------------- 194
7 - Donzela ---------------------------------------·---------------------------------- 195
8 - Caçador --- -------------------------·---------------------------------- 196
9 - Caçador (Ó Tirana ... )----------------------------·------------------------------------- 197
1O - Pássaro da Terra ---------------------------------------------------------------------- 198
11 - Donzela (Eu Nasci no Amor Perfeito)--------------------------------------------------- 199
12- Todos (Esta é a Nossa Triste História)----------------------------------------------- 200
Remadores Seringueiros----------------------------------------------------------------------- 204
Sem - Seu ---------------------------- -------------------------------------------------- 207
Senhora Dona Sancha --------------------------------------:------------------------------------------ 212
Sonho de Curumin ... -------------------------------------------------------------------------- 218
Tam ba-tajá------------------------------------------------------------------------------------------- 220
Tem Pena da Nêga ---------,·------------------------------------------------------------ 223
Tema de jovino ------------------------------------------------------------------ 227
Tema de Triste-------------------------------------------------------------------------------------- 230
Tem a Severino ----------------------------------------- ----------------------------- 234
Te ma Teatral ------------------------------------------------------------------------------ 236
Trem de Alagôas ------------------------------------------- -------------------------------------- - 238
Utrapuru ------------------------------------------------------------------------------------- 246
Uma Canção de Amor---------------------------------------------,·-··----------------------- 249
Valsinha do Marajó (N2 1) --------------------------------------------------------------- 254
Valsinha do Marajó-------------------------------------------------------------------------------- 259
Violelro da Estrada -------------------------------------------------------------------------------------- 266

~------~~~~~--~ma--=-~ .......................... ~~,


Apresentamos com orgulho neste volume a síntese do
pensamento musical paraense. Waldemar Henrique é a
grande fonte de inspiração dos compositores e intérpretes,
que de alguma forma tem ligação com essa misteriosa e
fantástica região que é a Amazônia. Pretendemos, com este
7
trabalho, preservar e tornar inesgotável este manancial.

Belém, 12 de abril dé 1996

Paulo José Campos de Melo


Supedntendente da Fundação Carlos Comes

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Vicente Salles

Quando da publicação sos, em poder de intérpretes.


de O Canto da Amazônia, No seu arquivo pessoal en-
1978, monografia de José contram-se às vezes simples
Cláver Rlho, premiada pela rascunhos com as rasuras.
Funarte, em concurso na- A publicação da obra
cional, o crítico Ary Vascon- do compositor é o projeto
celos, no breve depoimento que se propõe a Fundação
de apresentação, afirmou Carlos Gomes, de Belém do 9
, que "há uma injustiça a Pará, exatamente no ano em
menos na história da nossa que comemora o centenário
cultura: Waldemar Henrique de criação do Conservatório,
já tem sua vida contada, a simultaneamente com o
obra estudada em livro". centenário da morte de seu
A obra estudada em .patrono. E um ano após a
livro, magistralmente. Faltou, morte de Waldemar
para completar a repa-
ração dessa injustiça, Waldemar
colocar a obra nas mãos Henrique nasceu
em Belém. no dia 15
dos intérpretes. Sabe-se de fevereiro de 1905,
num sobradão na rua
que cerca de 80% da
Nova de Santana
produção de Waldemar (rua Manoel Barata).
Iniciou seus estudos
Henrique ficou inédita, musicais em Belém.
em manuscritos disper-
Joana da Costa Pereira (19R3 - le encontrado em
1 llClól, mãe do maestro. Waldemar
crtt <linda mu1to criança quando ela
JX>der dos intérpretes
m<Jrreu. O pat, Th1ago Joaqu1m residentes em Belém,
Pereira (1879 -1935), CrtSOU-se pela
segunda ve; com a omhadtt, que principalmente o de
cTiou o menmo Waldcmar.
sua grande amiga
Maria Helena
Henrique. Coelho Cardoso.
Inicia-se o O que veio de
resgate da obra fora é muito
do cantor da pouco. Consiste
Amazônia 18 de obras impres-
anos depois sas. Quanto a
daquelas estas, existindo
palavras de Ary transcrições para
Vasconcelos, na outros instru-
ausência do mentos, optou-
querido com- se pelas parti-
positor, com a turas para voz e
10
""'" trega de 52 peças digitadas piano, consideradas as mais
em computador, apresen- fiéis ao pensamento do com-
tadas em ordem alfabética positor, preservados os inu-
dos respectivos títulos. meráveis erros de impressão.
A equipe trabalhou basi- O documento assinado pela
camente com o acervo dei- equipe menciona todas as
xado pelo compositor e cari- pessoas consultadas e/ou
nhosamente preservado por envolvidas na execução do
Sebastião Godinho. Reuniu projeto.
originais, por vezes rascu- Waldemar Henrique
nhados em vários manus- teve muitas dificuldades em
critos, com versões diferen- seu relacionamento com os
tes. editores e as sociedades
Além da prospecção no arrecadadoras de direitos
acervo pessoal de Waldemar autorais. Revoltado com o
Henrique, foi analisado o pouco caso e os maus-tratos
material do arquivo da Fun- das editoras em relação às
dação Carlos Gomes e aque- suas obras, desistiu comple-
tamente de editar e, como figurada e maltratada. Éo
conseqüência, guardou con- que Cláver Filho diz: "isso
sigo uma multidão de inédi- de o autor fazer uma obra e
tos que poucos conheceram vem outro e muda o jogo
e pelos quais recebeu parca harmônico e rítmico para ...
apreciação, aplausos às vezes mais pobre, crente que está
calorosos, mas nenhum di- colaborando para a divulga-
nheiro. Muita obra produzida ção de uma composição ... "
para o enriquecimento afeti- O papelão é vulgar. É preciso
vo e cultural dos jovens ami- muito talento, às vezes
gos, estudantes, produtores genialidade, para se ultrapas-
de espetáculos em encontros sar o pensamento alheio.
nacionais, atividade que ele A equipe que traba-
mais curtiu e
estimulou nos
tstd foto foi fe1lc1 em S~t'
últimos tempos. Paulo, aos 40 anos, quanclo
Waldemar Henrique v1v1tt
o difícil uma das m elhores fdSCs ud
relacionamento sua carre~ra. Em 1Y'l 1,
Waldemar e Mard v1 a1aram
com os editores d Buenos A1res e depo1s
11
a Montevidéu, onde
~tema magnifi- apresentaram, no Teatm
camente expos- Sal is, no dia 18 de outulJru,
um recildl privtttlo para
to na mono- jornalistas. Em 1943
c.:onheceu Máno de
grafia de Cláver Andrade, um dos
Filho. Começa i nccntivadore~ da sud olJrd.

porém com
outra questão fundamental: lhou neste projeto não teve
o pouco caso de muitos jamais a pretensão de ultra-
intérpretes, ansiosos e tecni- passar o pensamento de
camente despreparados, que Waldemar Henrique. Colheu
costumam usar da extrema originais. Confrontou papéis.
liberdade- uma espécie de Tirou as conclusões de con-
formidade com a linha usual
- -·
11
direito" que acreditam-lhes
assistir - no trato da obra do seu estilo, da sua maneif"R; ~ , . r.;0.. ~ n. \
alheia. O resultado é quase ra de ser, optando sempre ~ ·~· . >-. r . \
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sempre desastroso. A obra pelo documento posterior - ·-


perde a originalidade. É des- numa ordem de datas even-
tualmente encontradas, ou
observadas pela estado do
chegou ao Rio de Janeiro em
1936. E seu sucesso foi tão
-.
papel, considerando o "últi- avassalador que dela se pode
mo" o legítimo fruto do dizer, com propriedade, que
amadurecimento o carro caminhava na frente
Não foi fácil porém do boi.
chegar a certas conclusões. O repertório de Mara
Depois de reunir os manus- não foi exclusivo de
critos verificou-se que Waldemar Henrique, pois
Waldemar Henrique entrega- logo muitos compositores
va aos intérpretes versões descobriram seu jeito gracio-
adaptadas às condições so e descontraído de cantar
vocats de cada
um. Por vezes,
Mara IE:!l d "vo7 upo ''
além da ma is ele- pàl'a a maiona das
mentar adap- Cdnções de Waklemar
Henrique. Eld
tação, a da tona- ac.:ompanhou o 1rmiio
ao R1o de jane1ro e lá
lidade. encon- f'mprcendcu r.il rr0.1 ra
12 1gualmenle brilhMtP.
tram-se outras de
Com formação f'
natureza rítmica informação lfrir.a, M11ra
tinha umcl interpr~lr\ç~o
e harmônica. marcante, feL ~ ~m
Tudo porém foi "est.Jio novo na canção
brasileira - o ~lo Marc1".
resolvido com o
bom senso.
Considerando que a voz com os olhos, com as mãos,
de Mara, sua irmã, é a "voz com o corpo todo, cheia de
tipo' ', a voz que recebeu a dengos. Sem o espalhafato
maioria de suas canções, é de Carmen Miranda e suas
claro que se deve levar em imitadoras. Ela lançou tam-
conta o seu registro vocal. bém criações de Osvaldo de
Desde o começo, por volta Sousa, Capiba, Hekel
de 1932, quase menina, Tavares, Fernando Lobo e
Mara foi a intérprete ideal muitos outros compositores.
das canções de Waldemar. Surgiu então um estilo
Ela o acompanhou em todos novo na canção brasileira : o
os momentos. Com ela li estilo Mara", que é o estilo
J

-
.......
O poelà Antônio Tavernard
dos trabalhadores.
(1900-1936) era um dos
c:~m1gos e p<~rceiros mats fntimos Deu consciência
de· Waldemar H enrique. juntos
compuseram "Foi Boto, Sinhá!" profissional ao traba-
c' "Mc:lllnL.aperêra". Waldemar lhador artista.
musscou versos de Antônto
ldvernard (foto) para a revista Momento de
' Nd Casa da Viúva Costa", que
C.J poetA escrevere:~ em parceria
tensão e distensão. A
com Fernando Castro. música dos anos 30 é
..••....•• .. ••.....•.. •...•....•.••
a música de caráter
Waldemar Hen- brasileiro mais acen-
rique, o estilo amazônico tuado. Vinha sendo gerada
primeira manifestação de pelos primeiros fluxos das
forte cunho regional nortista vertentes sertanejas, do nor-
que se impôs no Rio de ja- te, nordeste, centro, sul. der-
neiro. na era getulista, cheia ramadas principalmente no
de apelos populistas e do Rio de janeiro, sede do
desbragado regionalismo. A poder, usina de reciclagem
arte, nesse momento, tem estética, agora (re)ativada
11
marcada missão" política. com a colocação no m erca- 13
Pela primeira vez o Estado do do produto industrializa-
~oltou-se para as questões do, o disco, e a divulgação
sociais e populares- ou po- pela mídia impalpável, que
pulistas - introduzindo a ideo- se expandia pelos ares, o éter
logia do Estado Novo, que das irradiações radiofônicas,
assegurava as conquistas alcançando distâncias incal-
... -....... ............ . culáveis.
Em São Paulo,
compondo. Mara e Wadernar Hen-
nque desembarcaram no Rjo
de Janeiro nesse exato mo-
mento. No mesmo momento
em que muitos outros artistas
brasileiros ali chegaram para
desenhar o imenso mosaico
sonoro dos anos 30. Con-
seqüência talvez da ruptura
da política café-com-leite, de
larga repercussão.
Andrade Mu-
ncy, crítico criterio-
so e exigente,
quando ouviu
Mara, recém che-
gada do Pará, em
1936, vaticinou-lhe
grande carreira:
''Mara agradaria
Waldemar (no drcu)o), com uma
em qualquer parte do lllrmii de dmigos e o irmão
Edmundo cm Mosqueiro, no dia
mundo". Depois acrescen- 16 de novembro de 1928.
tou: "Mara é inconfundível
cantora de caráter'. Sabe ani- voz, vibratos que pouco tri-
mar tudo o que exterioriza, navam ou empastelavam a
com propriedade e com uma dicção.
discrição rara entre os culto- Era uma cabocla rústica,
res do gênero". Mário de mas tinha a dicção perfeita, a
Andrade aplaudiu-a aos clareza que abolia o arfar dos
14
berros de entusiasmo. E agudos, a discrição que
Heitor Villa-Lobos elegeu-a a acabava com as mãos na ci n-
grande intérprete da canção tura. Ela imprimia aos textos
brasileira de sumo folclórico. o valor definitivo, capaz de
Mara chegou depois de fazer-se entendida até pelos
Elsie Houston e de outras críticos de lfngua castelhana.
cantoras com alguma for- Hernández Catá falou no seu
mação e informação lírica, idioma e nós também o
mãos cruzadas, gorjeios na entendamos: 11
ni música ni

Esta foto fot prodltltda pelo Estúdio Oliveira, em Belém,


para ilwtrar o cartaz da Noite da Canção P.dfaense
no Teatro c.M PaL, dii\S t'lntes do Jovem compositor
embarl:rlr pdra o Rio de Janeiro. Em novembro df'
1933, quando IJnha 28 anos (época da foto) mudou-se I
para o Rio de Janero, onde continuotl a sua formação
musical. Lá empreendeu uma carretra brilhante.
lntey;ado ao mundo artístico-rultural da capital do País,
foi lrlmbém produtor da Rádio Roquete Pinto .)
(programtt ·~lma Brasile1ra'1. Em 1939, Waldemar
aJ.X:U'eceU na revista ·~ Canoca", numa caricatura em
rores di' Augusto Rodrigues, ilustrando a peça
pubhdtária do ''sabonete do Bras~l", o EucaJol .

..t,:"!" • .._ ' • - • •• ' • •


recitación. Apenas ··•·······•·•·· •·•·•··••·· ·•····
Com Clórra Cdputo (esquerdaJ
apoyándose en la e leonord M eneLes ele Brito.
melodfa, en e/ ritmo P1anistas de todas as gerações
exec-utaram múmeras veles as
v en la palabra, Mara obrds de Waldemdr. À frente
Ja ~upertntendênaa da
evoca con su rostro Fundaçcio Carlos Comes.
de Cioconda Glóna Jni C10u a pesqUISd
que resullou neste livro.
amazônica un mun-
do misterioso, /ejanq apa- janeiro sob
sionado, tan pronto suavísi- o patrocínio do 11 Diário de
mo como terno/e ..~ Pernambuco" e da
Mara, contudo, decidiu Federação Carnavalesca
encerrar a carre1ra aos 35 Pernam bucana de frevos,
anos de idade. Casou e acompanhou Carmen e
mudou. De 1936 a 1951 Aurora Miranda, Mara, Jorge
expôs o seu temperamento Fernandes, Elmano Azevedo
artístico no Brasil e em vários e o Bando da Lua. Mara
países. Sua voz tomou-se salientou-se e fez então a
mais um mito amazônico. O única gravação com a ......... .....
registro de sua voz existe em orquestra do maestro 15
apenas dois discos, um mo- Zuzinha, constando de um
desto 78 rpm realizado em lado o frevo de Capiba
1 93 7 de maneira pouco vul- l/Quem vai pra Farol é o
gar. Por ocasião da grande bonde de Olinda", em dueto
programação que Teófilo de com Odete Amaral, e do
Barros Filho, diretor da Rádio outro, ainda de Capiba, o
Tupi, promoveu no Rio de maracatu " Eh! Vá calunga!".
O segundo disco é pro-
duto de um furto. Em 1955,
· sT6
voltando a Paris com Marí L i j ~~~ ~
~.
l)l \
d'Aparecida, Waldemar L IA. i. A.
. ..,._.,_.,.
....
...................................... " ..... . -
Do1s grdnde~ am1gos de Waldemdr, o
fOrndli!>trl Edwaldo Martins e o soprano
Mnnd Helend Coelho Cardoso. Edvaldo fOl
grdnde divulgctJor do trabalho uo mdestro
em SUd coluna social de A Provinda do
Pará. Em 1995 o colunista cl.SSUmlu o
mesmo cargo que Waldemar ocupou -
u de diretor do Teatro da Paz.
Henrique ·descobriu na Waldemar Henrique à "voz
DECCA o LP "Brésil, nos tipo" de Mara. Embora
amours"(Nº 123.633), con- tendo-a como paradigma,
tendo músicas gravadas sem ele não escreveu exclusiva-
autorização no Rio de janei- mente para a irmã. E fez
ro, num programa especial adaptações de muitas can-
para a França. Na face A ções criadas para ela, para
aparece a voz de Mara can- outras intérpretes, que igual-
tando "Maracatu" r.N. Hen- mente estimou, como Maria
rique} '1 É de Tororó" (Ca- d 'Aparecida ou Maria
piba), '~baluaiê" rJV. Hen- Helena Coelho Cardoso.
rique) e "Coco Peneruê" r.N. A orientação básica do
Henrique} e mais "Pingo d'á- pensamento estético do
gua" (0. Sousa), Boi-bum-
11
compositor paraense, em-
bá" r.N. Henrique) e "Banzo'' bora suas predileções, en-
(H. Tavares), cantadas por contra-se portanto mais uni-
Roberto Galeno, acompa- versalizada. Ele optou muitas
............. nhamentos ao piano por vezes pela entrega de ma-
16
Waldemar Henrique. nuscritos aos intérpretes que
O caso dessa apropria- lhe chegavam sempre solíci-
ção indébita foi muito discu- tos e prestativos. Daf se ter
tido, porque atingiu outros acumulado no seu arquivo, e
compositores. O disco desa- noutros arquivos particulares,
pareceu do mercado, tornan- múltiplas versões da mesma
do-se raridade. Teve um mé- obra. Versões de tonalidade,
rito: a voz de Mara pode ser de ritmo, de harmonia. Ele
ouvida em mais quatro in- sabia l/seguir" seus intérpre-
rerpretações, três delas músi- tes, quando os acompanha-
cas do irmão Waldemar, que va, de maneira muito pessoal
passou a dividir rom o per- e adequada 1'àquele um".
nambucano Lourenço da Ouvindo os pouros dis-
Fonseca Barbosa, Capiba, a cos gravados com sua partici-
herança da voz de Mara. pação pessoal, Cláver Filho
Valiosa e raríssima. chamou a atenção para essa
Ê verdade que não se particularidade. Alguns
pode reduzir o repertório de comentários são estranhíssi-

---------------------------------- ~
mo~, como os que explicam exata.
as mterpretações de Jorge Quem freqüentava os
Fernandes, com Waldemar concertos de Waldemar
H~nrique ao piano. Aí ouvi- Henrique deve lembar-se
mos a proeza de o composi- que ele nunca dispensava a
tor ''ajustar-se'' ao intérprete partitura na estante do
quando este não segue a piano. Sabia tudo de cor. E
partitura, como na canção conhecia perfeitamente o
~~Rolinha", em que ele utiliza intérprete. Mas a partitura à
notas inexistentes e elimina sua frente era um "guia'' ln-
certas características de sua dispensável. Não era modis-
base folclórica. Comparando mo de acompanhador mo-
esta gravação, com a de desto, regra que o torna
Maria Helena Coelho ''diferente"- pra não dizer
"inferior" -do intérprete,
mas um auxiliar prestativo e
obediente, o segundo plano
do espetáculo em que
invariavelmente há
uma estrela princi-
pal. Isso é diferente
do "duo", em que
se reconhece a
divisão da respon-
sabilidade artfst:Jca
Cor1 o compusHor J.>emdJTlbucattu
Cln1hct (Psquerdal e o crfll co mu~Cdl em parcelas iguais. Duas
Ricardo Crdvo Alblm. estrelas brilham com a
mesma intensidade.
Cardoso, nota-se o prodígio Lembro, por oportuno,
do autor, fazendo o mesmo outra faceta de Waldemar
acompanhamento. No Henrique que tive oportu-
primeiro caso, com o intér- nidade de presenciar no seu
prete extremamente livre de apartamento da Décio
seus compromtssos com a Vilares, bairro do Peixoto,
partitura, no segundo com Rio de janeiro, que me pro-
uma interpretação precisa e piciou o encontro com tanta
gente boa da MPB. Ali era va por esse trabalho. Sentia-
procurado, principalmente se gratificado com a satis-
pelos jovens, criadores intui- fação do compositor ágrafo.
tivos, cheios de idéias musi- A transcrição lhe permitiria
cais e literárias, mas sem registrar a obra no departa-
habilidade paragrafar as mento competente. Eram
melodias. Waldemar Hen- todos jovens e seus amigos.
rique, rapidamente, colocava Ele cultivava amizades como
o pensamento alheio debai- quem cultiva um samba - e
xo dos dedos, fiXava o tom quem não gosta do samba,
mal definido no cantarolar, falou Caimmy, ix>m sujeito
mas todo ritmado pela mími- não é. Quer provas? Vá o
ca - que este é o dom mais distinto ao álbum-monumen-
natural-, e o produto final to, à seleta de textos e.foto-
logo aparecia. biografia (~'Só Deus sabe por-
Waldemar era músico que"), publicado em 1989,
bem formado e tinha o dom que Sebastião Godinho sele-
···· ········ do tom. Estudou seriamente cionou.
18 piano, harmonia, compo- Todas essas facetas, in-
sição e até regência. Logo a clusive a faceta bossa-novfsti-
melodia se harmonizava e o ca, mostram outras extensões
autor safa feliz da vida, acre- de Waldemar Henrique, que
ditando que as notas do o uniram à criação musical
papel foram todas criadas brasileira cóntemporânea, a
por ele, ignorando que a partir de seu convfvio com /

mão do mestre colocou-a no os jovens. "'


tom adequado e mais do Como Gentil Puget,
que isso enriquecera de jayme Ovalle e Arthur lberê
ornamentos bossanovísticos, de Lemos, Waldemar Henri-
e revestira-o no acompa- que inscreveu seu nome en-
nhamento do piano de bem tre os mais importantes com-
elaborada harmonia. positores paraenses, criado-
Facilitara, portanto, o traba- res de canções. Sua obra te-
lho dos futuros orquestra- ve porém maior repercussão,
dores. interessando a um número
Waldemar nada cobra- maior de intérpretes. Possui

.... !-':- .. : ·: . .
também maior cópia de ca do título o que foi possí-
músicas gravadas no Brasil e vel reunir, com a ajuda do
no estrangeiro. próprio maestro. Alguma
É no ambiente ama- coisa, certamente, ficou de
zônico que se situa grande fora.
parte da obra de Waldemar O segundo catálogo,
Henrique. Entretanto, cole- também organizado por
teu e harmonizou motivos Cláver Filho, pouco depois,
folclóricos de outras regiões 19 79, integra a coleção
do país. Não o faz de forma "Compositores Brasileiros",
diret:a, mas, utilizando mo- editada pelo Ministério das
Relações Exteriores. Não
traz acréscimos substanci-
ais e abrange 6 colunas
de informações básicas:
1. Ano de composição,
2. Título, 3. Instrumen-
tação, 4. Duração, 5 .
19
Edição ou onde o materi-
al pode ser obtido,
6. Observações.
Nas observações
inclui a autoria dos tex-
Nos anos 70, no Teatro da Paz, com Mana Lúcia Godoy,
maestro Francisco Mignone e Maria Josephina Mtgnone. Maria tos, primeiras edições,
Lúc1a Godoy gravou, em 1969, o LP "0 Canto Amazônico'',
com obras de Waldemar Henrique. gravações fonográficas .
.· ... · · ·· · ·· ·· · ·· · ·· · · · ·· · · · · · · · · ·· · ·· · · · · · ·· · ·· · · · · ··· · · · ·· ·· · · · ·· O catálogo classifica
tivos folclóricos, trabalha so- o acervo de conformidade
bre os mesmos e apresenta, com o esquema traçado pdra
muitas vezes, soluções origi- a coleção em:
nais. * Voz e instrumento,
O primeiro catálogo de 149 títulos. rl -
obras de Waldemar Hen- * Piano, três títulos.
rique foi elaborado pelo * Coro, 13 títulos. - --
musicólogo Cláver Filho e * Música para novela,
finaliza o ensaio biográfico. teatro e filme, 26 títulos.
Relaciona em ordem alfabéti- * Instrumentos (arques-
tra), um título. Este novo catálogo não
A versatilidade de apenas totalizará o acervo do
orquestrador aparece unica- compositor, mas tornará
mente no conjunto de músi- disponível aos intérpretes a
ca para novela, teatro e obra que produziu. Aqui
filme. Assim mesmo, Walde- começam a aparecer obras
mar Henrique nunca ainda não recenseadas. E
expandiu seu trabalho para espera-se, ao final, recupe-
massas instrumentais. Tudo rar outras ainda tidas como
nele é comedido, simplifica- perdidas ou extraviadas
do, limitando-se a pequenos Aproveitando a
conjuntos, como vozes,
piano e cordas, ou voz
e cordas simples-
mente. Assinalam-se
algumas combinações
pouco usua1s.
*"Voz, flauta,
20
<xlX. trompete.
~ Voz, cordas
P percussão.
*' Acordeon,
piano e contra-
baiXO.
* Voz, piano
e contrabaixo. Com Alpha de O liveira, JU\Icll•
int(•rprete de suas cançf>P.s. A foto ~ dP
Indica uma partitura uma das últimas aparições do maestro
pubhr:o. De.-emhro de 1 qcn.
t"fn
apenas, para orquestra, a . ••.. . . .. ... .. . . ....... .•. . .. •.. .. •... ...
abertura sinfônica "Muira- nova tecnologia disponível
kitan" executada em pri- nos cumputadores da Fun-
meira audição no Palace dação Carlos Gomes, todo
Theatre, Belém, 1933, pela este acervo chegará mais
orquestra de Oliveira da Paz· facilmente e rapidamente às
ftauffi , ~, trompere,trom- mãos dos interessados.
bone, percussão, piano e
cordas. Brasflia, 5 de abril de 1 996.
)

Página il/1ten0r.O ma~o morava em


frente à Praça da República, onde fica
o Teatro da Paz. Com ela tinha uma
relação cotidiana:o trajeto para o
trabaJho, o exerdoo da caminhada
matinal; talvez um motivo para nova
inspiração na ddade que ele sempre
amou.Foto de Bza lima.
As obras contidas neste foram devolvidas.
volume são o primeiro resul- Surgiu então a idéia de
tado de um trabalho iniciado fazer uma edição das suas
há cerca de dois anos. Trata- obras, utilizando o material
se da recuperação e preser- do maestro e o pertencente
vação do acervo musical do aos acervos de particulares,
maestro Waldemar Henrique. aproveitando a nova tecno- 23
Na, época, este acervo estava logia disponível nos compu-
bem guardado pelo próprio tadores da Fundação Carlos
compositor; porém, sem Gomes, que adquiriu o soft-
qualquer organização formal ware ENCORE (versão 2.5),
ou catalogação e sem segu- de editoração e composição
rança contra perda, em caso de partituras.
de sinistros. O próprio A intenção inicial era
Waldemar Henrique não preservar e divulgar este acer-
tinha em seu poder todas as vo, após editado no com-
suas obras, editadas ou não, . putador, colocando-o à dis-
em virtude de sua generosi- posição do público, na bi-
dade e desprendimento em blioteca da Fundação Carlos
ceder partituras (indusive Gomes. Com o desenvolvi-
originais manuscritos) que lhe mento do trabalho, foi oons- ~-'\
eram solicitadas por intérpre- tatado que o material e;i\~1" l \ ~ 1 t C ~ \
tes e pesquisadores, e que condiçi>es de recupera .. o ,a l?ü. ~-_!J
ã ..... --
em grande parte não lhe era consideravelmente a~--
do que suposto. Pensou-se do compositor para imitar os
então que a melhor maneira maneirismos do falar carac-
de divulgá-las para um públi- teristico da população da
co mais amplo seria editar região de onde os temas
um ou mais livros com as foram reoolhidos e/ou inspi-
obras. A idéia foi reforçada rados.
pelo grande interesse desper- Alguns dos originais uti-
tado recentemente pela.obra lizados oontinham indicações
de Waldemar Henrique, qu~ de saltos e repetições incon-
teve várias músicas gravadas e sistentes. Nos casos em que
apresentadas no Brasil e no podiam ser suprimidos, isto
exterior. foi feito. Em outros, foi pos-
Este trabalho só foi pos- sível rorrigi-las, através da
sível, graças, em primeiro ronsulta a intérpretes e re-
lugar, ao próprio maestro gistros fonográficos.
Waldemar Henrique, que Em diversas obras, os
colocou seu arervo à inteira originais rontinham a letra
.............. disposição da Fundação escrita sob a linha do canto,
24
Carlos Gomes, cedendo os sem no entanto indicar a
originais até que fossem divisão silábica. Nestes casos,
inteiramente transcritos para foi feita a divisão de acordo
o computador. rom o que parecia mais lógi-
Os títulos, observações, co e funcional ao intérprete.
comentários e versos das A linha do canto, tradi-
músicas contêm palavras cuja donalmente, escreve-se com
ortografia está incorreta de todas as notas desligadas;
acordo rom os padrões , modernamente, porém,
atuais; isto porque adotamos adota-se tinto esta escrita
o procedimento de manter, como a utilizada por todos os
sempre que possível, a outros instrumentos musicais,
ortografia apresentada nos ou seja: as notas são agru-
originais, alguns dos quais das padas em cada tempo do
décadas de 30 e 40 e, por- rompasso ou de acordo rom
tanto anteriores às últimas a frase musical. Optamos por
reformas ortográficas; outras este último tipo de escrita
rontêm, 11erros" intencionais (adotada nos últimos anos

-'
JX>r grandes editoras nham ambigüidades:
nacionais e internacionais,
como a Max Eschig, de Paris, A.B.C DE LAMPEÃO
e a Vitale, de São Paulo) por O manuscrito desta
entender que ele facilita e peça possui notas corrigidas
permite maior clareza na (sobrepostas e/ou riSGJdas),
leib.Jra musical. de modo que foi necessário
As peças sem dedica- deduzir quais notas seriam
tória assim estavam nos correli!Js.
originais utilizados, embora
algumas possam tê-las em ACALANTO
outros manuscritos. No catálogo de obras do
As datas de compo- compositor aparece com o
sição indicadas na maioria título de '~calanto do Vento
das peças são as constantes Leve'~· foi adotado o título
do "Catálogo de Obras" do manuscrito origina~ em
de Waldemar Henrique, virtude do desconhecimento
editado pero Departa- da fonte do catálogo. ............
mento de Cooperação 25

Cultural, Cientifica e ALEGRIA, ALEGRIA


Tecnológica do Ministério Editada sem data neste
da Relações Exteriores, em volume, pois assim estava no
dezembro de 1979. Como original utilizado. Esta obra
alguns manuscritos pos- não consta do catálogo.
suíam datas diferentes das
do catálogo, as adotadas BÓTO
foram as dos originais. As (Tema Teatral)
obras deste volume que Não estava indicado no
não estão datadas, assim original a peça a que se desti-
estavam também nos erigi- nava.
nais, além de não consta-
rem do catálogo. ENTRETANTO, EU
É necessário tecer CANTO
comentários específicos so- Peça não datada no
bre algumas peças contidas original e não inclufda no
neste volume, que conti- catálogo.
FIZ DA WDA UMA PASSARINHO
0\NÇÃO DA LAGOA
Manuscrito datado de A data do original,
1933 (indicada pelo maes- 1933, está em desacordo
tro). A obra não consta no com a do catálogo: 7939. No
catilogo. manuscrito, a linha do canto
não continha os versos.
MINHAM1ADA
TÃO LONGE REMAOORES
No manuscrito original, SERINGUEIROS
a data de cÕmfXJsíção é Não consta no catálogo
1945 No catálogo de obras e o original utilizado não
do autor é datada como de esl4va datildo.
1946.
SONHO DE
O PASSO DA E!WA CURUMIN. ..
Não consta no catálogo A linha do cantD desta
............. e o original utilizado não edição está apresentada
26
estava datado. exatlmente como no origi-
nal Por ser um tema tea~
O SERINGUEIRO a omissão da letra na parte
As indicações de mão central da música pode ser
direita (m. d) e mão esquer- em função do enredo.
da (m. e.lt para a parte do
pianq são do próprio com- TEMA TEATRAL
posítor. No catálogo de peças Não estava indicado no
aparece como "Seringueiro~~ original a peça a que se desti-
datBdo de 1937. O original nava.
utilizado não apresentava
datB, e estava na tonalidade Em um trabalho deste
de sol# menor; porém com porte, há sempre o envolvi-
uma observação do comfXJsi- mento de um grande
to~; obedecida nesta ediçãq número de pessoas, sem a
de que deveria ser impressa participação das quais seria
em lá menor. extremamente difícil a total
realização. Por este motivo,
gostaríamos de agradecer, pretes, Maria Helena Coelho
primeiramente, a duas pes- Cardoso e Marina
soas que estavam muito pró- Monarcha; ao maestro João
ximas do maestro nos seus Bosco Castro, que muitas
últimos anos de vida e cuja vezes regeu suas músicas.
colaboração e interesse Pela colaboração durante o
demonstrados permitiram desenvolvimento do traba-
que este trabalho fosse efe- lho, agradecemos à Ana
tivamente realizado: Rosa Leão e Paulo Gouveia;
Sebastião Godinho e Manuel ao corpo administrativo e
Ovídio Carvalho. Agrade- demais funcionários da
cemos também à professora Fundação Canos Gomes; aos
Glória Caputo, ex-superin- professores do Instituto
tendente da Fundação Estadual Carlos Gomes; e
Carlos Gomes, que pronta- aos jovens intérpretes, que
mente aceitou a proposta do têm demonstrado interesse
projeto, colo<;ando à dis- na divulgação da obra do
posição da equipe realizado- maestro. ............
27
ra os recursos disponíveis Pedimos desculpas por
pela Instituição. Não quaisquer falhas que porven-
poderíamos deixar de tura existam nesta edição,
agradecer também aos diver- impossíveis de não aconte-
sos artistas e amigos do com- cerem num trabalho deste
positor que cederam materi- porte; e colocamo-nos à
ai de seus acervos particu- disposição para críticas e
lares para este empreendi- sugestões que possam ser
mento: a pianista e pes- feitas, a fim de que os pró-
quisadora Lenora Brito e ao ximos volumes possam
pianista Paulo José Campos apresentar qualidade ainda
de Melo, que também melhor.
colaboraram na revisão final
de algumas das partib.uas Belém, abril de 1996
contidas neste volume; à
professora Guilhermina Augusto Teixeira
Nasser, grande amiga do Felipe Andrade e Silva
compositor, às grandes intér- Jorge Santos Sousa
- I

aldemar Henrique e Belém


W viveram uma relação de
paixão. Mesmo distante, sua
cidade não foi esquecida. O
poema '~Toada do Adeus"
estava inédito até 1989 (foi
publicado no livro "waldemar
Henrique, S6 Deus Sabe
Porque". Parece um paradoxo:
foi escrito em 1960, no Rio de
janeiro. Fato inverso do 11 adeus",
Waldemar retornou* naquele
ano a Belém para assumir a
d ireção do Teatro da Paz. Nunca
28 mais deixou a sua terra natal.

Mangueiral de sombra amiga.


Acalenta os sonhos me~
Escuta a minha cantiga1
Espalha ao ventv este adeus!
Diz à Tena quantD a quis
E ao povq quantD o ame~
Belém1 meu poffo fe/i4
Pensando ti, morrerei.

- O ITI6eStro retr)mou a BeMm, para dlripr


o TMITD cú Paz, em 1966.
·-

-
--~-----------------

Vicente Salles

When the monograph his archives there are many


''O Canto da Amazônia H sketches containing de/eted
(The Amazon Singing), by and/or corrected notes.
José Cláver Filho, was pu-
blished in 1978 by The edition of his
~

FUNARTE, after winning a works is the intention of the


national prize, the reviewer Carlos Comes Foundation 31
Al)l Vasconcelos, in the from Belém, Pará, just at
introductory text, stated: the time when we ce/ebrate
"This is correcting a cultural the 7OOth anniversary of its
injustice. Waldemar creation, and the death of
Henrique now has his life its patron. And one year
told, his work studied in a after Waldemar Henrique's
bookN. death.
The work studied in a This is the recovering
book, is masterly. At that of the works by "the singer
time, what was missing was of the Amazon ~ 18 years
to corred the injustice, by aiter the words o{Al)l
putting the pieces into the Vasconcelos, now without
performers' hands. We the composer, through the
know that about 80% of his publication of 52 pieces
music remained unknown, edited by computer,
into scattered manuscripts, sequenced according to
kept by their performers. ln their titles.
The staff has worked and/or have been related to
basically on scores that the project
belonged to the composer Waldemar Henrique
and were kept with great had a lot of difficulties in
care by Sebastião Godinho. dealing with the publishers
They have gathered togeth- and copyright societies.
er original scores, some- Angry at the contempt and
times in the form of abuses they gave to his
sketched manuscrip~ in wor~ he completely gave
different versions. up publishing them, and so,
Apart from the research kept a great deal of
on the composer's archives, unheard-of pieces, that few
the material belonging to people come to know, and
the Carlos Comes with them he has got Jean
Foundation and those of lhe appreciatíon, sometimes
performers who live in warmth applause, but no
Belém (especíally from money at all He created
············ Maria Helena Coelho many works for the emo-
32
Cardoso, a great friend of tional and cultural develop-
Waldemar Henrique) has ment of his young friends,
been analysed and used studen~ and promoters of
The part that has come from national events, a job that
other sources is ve'Y short he liked best and encour-
(pieces previously pub- agect in recent times.
lished). As for tho~, when The difficulty in dea/ing
!. there were transcripions for with the pub/ishers has
othermmvmen~thepref- been extremely we/1
erence has been for the ver- explained in the Cláver
sions with voíce and piano, Filho 's monograph. There is
that are supposed to be the another funriamental ques-
most faithful to the compos- tion: the disdain of many
er's intentions, apart from performers, anxious and
the misprints. The text sub- musically unprepared, who
sçribed to by.the staff men- usually take excessive liber-
tions ali the people who ty - a type of Jlright"' they
have worked as consultants believe they have - in deal-

J. :J.- ' ·... • ' • ~ . - . ..


ing with other people ~ some conclusions. Alter col-
works. The resu/t is mostly /ecting the manuscripts it
ca/amitous. The work /ooses was clear that Waldemar
its originality and is defaced Henrique used to give to his
and misused Cláver Filho performers different ver-
says about it Nthe composer sions of the piec;es (accord-
creates a work and some- ing to their vocal profi/e).
one comes and changes the Sometimes, besides chang-
harmonic and rhythmical ing the key (the simplest
re/ations to .. . poorer one~ adaptation), one can find
believing it is a collaboration others, such as rhythmical
to re/ease a musical compo- and harmonic. The solu-
sition... '~ /t is a common tions were always found by
vexation. Most times, it is common sense.
necessary to have great ta-
lent and genius, to go lf we take the voice of
beyond other people ~ Mara, his sistefi as his '~tan­
thoughts. ' dard voice ': the one for
The stlff that has made which he created most of 33
this work has never had the his song~ it is obvious that
intension ofgoing beyond we must consider her vocal
the thought5 of Waldemar range. Since the beginning,
Henrique. They have col- about 7932, sti/1 very
/ected original scores and youn& Mara was the ideal
made comparisons. They performer of his songs. She
have got conclusions was with him ali the time.
according to the usual style They arrived in Rio de
of the composer and his Janeiro in 7936. And her
manner, always takíng the success was immense.
oldestdocumentwhen Her repertory was not
there were different dates made exclusively of
on them, or looking at the Waldemar Henrique work~ ~r..
status of the papefi consid-
_..
for very soon many com- ~\ 6 \..' ~
o'~

ering the "/ast ones" as the posers discovered her \~ ....


result of the maturing. gracefu~ carefree singing, ·_
lt was not easy to get that came through her eyes,

-·~
-'
hand~ the whole bodYt fui/ lt H~as created by the first ...
of charm/ not with the fuss f/ow of the backwoods
of Carmen Miranda and her movemen( from the North
imitators. She also released Northeas( Centre, South,
works of Osvaldo de Sousa, aiming especially for Rio de "'

Capiba, Hekel Tavare~ janeiro, the centre ofgo-


Fernando Lobo and many vernment (at that time), a
other composers. place ofaesthetical recy-
A new style then clin& then (re)activatelt
appeared in Brazilian song: thanks to a new industrial-
the style uMara ~ that is the ized produ~ the gramo-
Waldemar Henrique style, phone record, and for
the Amazon style; the vety re/ease by the media, that
first strong public demon- expanded itself on the air,
stration of the Brazilian the aether of broadcastinCt
North region to take place reaching inca/culable dis-
in Rio de Janeiro, during the tances.
............. government o( Getúlio Mara and Waldemar
34
Vargas (a government fui/ of Henrique arrived in Rio de .;

populism and exaggerated Janeiro just at this time. lt


regionalism). The a~ at H~as the same time when

f that time, played a strong many other Brazilian altists


~
politica/ role. For the first arrived there to make the
time, the government was immense mosaic of sound
concerned about social and of the 1930's. Perharps it
popular - or populist - ques- was a consequence of the
tion~ introducing the ideol- end of the domination of
ogy ofthe unew state ~ Minas Gerais and São Paulo
assuring the ríghts of the in Brazilian politics, with
workers. lt gave professiona/ great effect
consciousness to the art After hearing Mara, a
workers. newcomer from Par~ in
lt H~as a time of tension 193~ Andrade Muricy, a
and re/axation. The music of demanding reviewer, pre-
the 1930's is that of the dicted a successfu/ career
strongest Brazilian character. for her: "Mara cou/d
please peopie anywhere in has sai~ in his own lan-
the wor/d". He said after- guage: 11ni música ni
wards: ''Mara is an unmis- recitación. Apenas apoyán-
takable singer of charader dose en la me/odfa, en e/
pieces. She knows how to ritmo y en la pa_labra, Mara
spark off everything she per- evoca con su rostro de
forms with tact, so rare Cioconda amazónica un
amongst the performers of mundo misterioso, leianq
this type of music11• Mário apasionado, tan pronto
11
de Andrade applauded her suavisimo como terrible •

at the top of his voice. And


Heitor Vil/a-Lobos pointed Mara, howeve~ decid-
to heras the greatest singer ed to abandon the stages
of Brazi/ian fo/k style songs. when she was 35 years old.
Mara carne on the She got married and
scene after Elsie Houston changed her life. From
and other feméJie singers 1936 to 1951, she had per-
with some background and formed in Brazil and many ..............
35
lyric information, who sang countries. Her voice
with their hands crosse~ became a rare remem-
and embellished their brance. As she had gone to
singing with vibratos that many stages anda few
did not work or which dam- recording studio~ she
aged the diction. became one more Amazon
She was a rustic copper legend Her voice can be
coloured woman but had a found only on two records:
pedect diction, a clearness a simp/e 78 rpm, made in
that suppressed the gasping 1937, in a very unusual
of the high-pitched notes, a way. lt was when Teófilo de
discretion that put an end to Barros Filho, chairman of
the hands-on-waist She the Rádio Tupi, promoted a
gave to the lyrics a definitive show under the patronage
characte~ making herself of the 11Diário de
understandable, evento the Pernambuco" and
reviewers in the Spanish "Federação Carnavalesca
language. Hernández Catá Pernambucana 11 (carnival
federation of Pernambuco), Henrique}, ''f de Toror6"
featuring the Orquestra (Capiba), 11Abaluaiê"
Pernambucana de Frevo, (Waldemar Henrique) e
under maestro Zuzinha ~~coco Peneruê" (Waldemar
Oosé Lourenço da Silva), Henrique); and there was
accompanying Carmen a/so 11Pingo d'água"
Miranda and her sister (Osvaldo de Sousa), 118oi
Aurora, Mara, Jorge Bumbá" (Wa/demar
Fernandes, E/mano Azevedo Henrique) e "Banzo" (Hekel
and the Bando da lua. Tavares), sung by Roberto
Mara became detached and Caleno, with Waldemar
made the only exist:ing Henrique playing the piano.
recording wíth maestro This case of unautho-
Zuzmha~orche~,kaw~ rized appropriation has got
ing on one side the frevo a lot of interest, for it
11
Quem vai pra Farol é o involved other compose~
bonde de Olinda'~ by and the record has disap-
...... ~ ...... Capíba, along with Odete peared from the shop~
36
Amara!,· and on the other becoming a rarity. lt had a
side, the maracatu "'Eh! Uá good side: the voice of
t Calungal~ by Capiba too. Mara can be heard singing
The second record is four other son~ three of
l
I the result of theft (unautho- them by her brother
~
rized recording). ln 7955, Waldemar, who since then

'
r

(
when returning to Paris with
Maria d'Aparecida,
h.ad shared with Lourenço
da Fonseca Barbosa
Waldemar Henrique found (Capiba.), from Pernambuco,
t
at DECCA, the record the heritage of her voice. A
11
8rési~ nos amours" (Ng valuable and quite rare one.
123.633), featuring songs ln truth and in fact,
recorded without authoriza- one cannot limit the reper-
tion in a special show for tory of Wa/demar Henrique
France that took place in to the #standard voice"of
Rio de Janeiro. On the side Mara. Even with it as a pat-
A, Mara appears singing tern, he did not composed ;

"Maracatu" (Waldemar exclusively for his sister. He

; ,.,.:: ._ :"".._' .. --·-:..-#•,r ': ·- . - · :;--J.... t.


has made adaptations of Fernandes, with Waldemar
many songs created for her; Henrique playing the piano.
to be sung by other singers, ln this case, one can experi-
who he equally liked, such ence the feat of the com-
as Maria d'Aparecida or poser ''fitting 11himse/f to the
Maria Helena Coelho performer when he is one is
Cardoso. not /ooking up to the score,
The basic guidance of as in the song "'Rolinha ~~ in
the aesthetical thoughts of which he makes use of non-
the composer from Pará, in ex~rentnoresande#m~
spite of his preferences, is nates some of the features
therefore more universal from its folk roots. lf we
He decid~ many times, to make a comparison
gíve manuscripts to the between this record and the
solicitous and obliging per- one featuring Maria helena
formers who came to him. Coelho Cardoso, we can
And it is because , of that see the ski/1 of the campos-
... ...... ....
one can find in his and er, doíng the same accom- 37
other peoples's archives, paniment ln lhe first case,
many different versions of a/ong with a performer who
the same piece and changes was exúemely free of
in key, rhythm and harmo- engagements with the
ny. He knew how to fo//ow scorei in the second one, in
his performers, when a vel)' accurare and exact
accompanying them, in a interpretation.
very personal and adequate The people who used
way foreach one. to attend the concerts of
After /istening to the Wa/demar Henrique certan-
few records that feature the ly remember that he never
personal participation of the dispensed with the score
composer; Cláver filho has over the piano. He knew
revealed this point Some of everything by heart And he
the remarks are quite knew the performer very • '
.-
súange, as for example we/1. But the score in front
those explaining the inter- of him was an indispens:J/
5j..
pretations ofJorge "'g uide ~ lt was nota habt ·,
of a modest accompanist, a expressed by the mime -
rule that makes him/her that is the most natural flair
differentn- ifwe do not
11
-, and the produd was
want to say inferiorn- from
11
ready quite soon.
the singer, but that of a Waldemar Henrique
helpful and obedient assis- was a musician with an
tan~ the less important role excellent background and
in a show where invariably he had a key flair. he had
there is a '1main star". This is seriously studied the piano,
different from the duo ~ in
11
harmonYt COfTJposition and
which the division of the even conducting. The
artistic responsability in melody was soon harmo-
equal parts is clear. Two nized and its creator left fui.
stars shine with lhe same of joy, believing ali the
intensity. notes on the paper had
By the waYt I remem- been created by
ber another facet of himself/herse/Ç not con-
············ Waldemar Henrique that I scious that the hands of the
38
cou/d testify to and which master had put it an
has enabled me to meet appropriate key antt more
many good people in than iust tha~ had enriched
Brazilian popular music. At it with 11Bossa Nova-like n
his apartment on Décio ornaments, anda piano
Vi/ares stree~ district of accompaniment with a
Peixoto, Rio de Janeiro, he we/1-made harmony.
I. was wanted there, specially M!aldemarHenriquehad
by the young people, intu- thus made easy the work of
itive creato~ fui/ of musical the future orchestrators.
and literary ideas, but with- He charged nothing for
out the ski/1 to write down this service. He felt reward-
the melodies. Wa/demar ed with the satisfaction of
Henrique quickly put the the composer. The tran-
others' thoughts under his scription al/owed them to
finge~ fixed the keYt iii- register the work at the
defined by the hummin& competent department
but with the rhythm They were ali young and his
friends. He has cultivated He has not done it directly,
friendships like someone but when using fo/k themes,
who cultivates a samba, and he frequendy worlred on
as Caimmy's song states: them and presented, origi-
people who do not like na/ solutions.
samba are not good fellows. The first catalogue of
lf you want to have some his works was created by
evidence of this, reler ID the musicologist C/áver
...Só Deus Sabe Filho and is found at the
Porque"(Only God Knows end of the biographic essay.
Why), the a/bum-monu- lt itemizes alphabetically (by
ment, selection of the texts the lides) what he could put
and photobiography pub- together, with the help of
lished in 1989 which the composer himseH.
Sebastião Godinho picked Some things, for sure, stood
andchose. out
like Gentii,Puget, The second catalogue,
}ayme Oval/e and Arthur also organized by Cláver ............
39
lberê de Lemos, Waldemar Filho, soon after, in 1979, is
Henrique 's name is includ- part of the col/ection
ed amongst the most impor- "'Compositores Brasileiros"
tant composers (song writ- (Brazilian Composers), pub-
ers) from Pará. His s.KJ!fs, lished by the Ministry of
however, have had a greater Foreign Affairs. lt did not
impact, attracting the atten- bring importilnt additions ID
tion ofa greater number of the first one, and showed 6
perfonners. Hf! also has got columns with basic infonna-
the~~stnumberofson~ tion: 1) yearofthe compo-
recorded in Brazil and sition; 2) title; 3) instrumen-
abroad tation; 4) duration; 5) edi-
Most o{ his work is tion or place where lhe
based on the Amazon envi- material can be found; and
ronment However, he has 6) remarks.
a/so collected and harmo- The remarks present
nized folk themes from the writers of the lyrics, first
other paris of the country performances, phonographi-
,
cal registers. The catalogue lists only
According to the one orchestral score, the - I

scheme planned for the col- symphonic overture


lectíon, the catalog arranges 11
MuirakitanH_ lt was first
the píeces as fol/ows: performed in 1933, at the
- voice and instrument, Palace Theatre, in Belém,
149 titles; by the orchestra of Oliveira
- piano, 3 titlesi da ~ with Rute, saxo-
- choi~; 13 tit/es; phone, trumpet, trombone,
- music for soup percussio'n, piano and
opera, theatre and movie~ strings.
26 titles; This new catalog wi/1
- instruments (orches- not only total up the works
tra), 1 title. of the compose~; but wi/1
The versatility of the make them available to the
orchestrator appears only in performers. There are some
the group of music for soap previously unknown pieces
············ opera, theatre and movies. on it, and we hope, eventu-
40 Waldemar Henrique, how- alfYt to reco ver other pieces
I
I ever, never expanded hís deemed as lost and astray.
i
work to large groups of These works wi/1 reach

't
I

t
instruments. Everything he
made is moderate, simpli-
fiect prefering sma/1 ensem-
interested people more eas-
ily and quickly, thanks to
the new technology a vai/-
h/e~ such as voice, piano able on the computers of
I
I
and string~ or just voice and the Carlos Gomes
strings. There are some Foundation.
unusual mixings, too:
- voice, Rute, saxo- BrasRia, 5th Apri/1996
phone and trumpe~·
- voice, strings and per-
CUSSIOfl:

- accordion piano and


doub/e bass;
- voice, piano and dou- ....
ble bass.
The pieces on this The idea of making an
book are the first product of edition of his music then
a project that has been was born, utilizing his patri-
started about two years ago. mony an the pieces be/ong-
lt is the recovering and ing to other people, through
preservation of the musical a new technology available
patrimony of Waldemar on the computers of the 41
Henrique. At that time, this Carlos Comes Foundation :
patrimony was we/1 stored the software Encare 2.5,
by the composer; but it was that allows to the user the
neither formaOy organized making of musical scores.
nor catalogued and with no The intention at first
safety against damages. lt was to preserve and release
must be said that Waldemar his works, alter writing them
Henrique did not possessed out on the compute" siDring
ali of his work~ published them at the library of the
or not, because of his gen- Carlos Comes Foundation ,
erosíty and good wi/1 to give where the public cou/d
the scores (hand-writen come to know them. But ,......
originais included), whenev- ...~.
uunng the k"h
WO(j , 1t as ..- \ ~ c~ 61
~
er tltey were requested by become c/ear that the mati\~\..
/ \o
o.. . _ \•
performers and researchers ria/ that could be recovere'(\~ ~
- who frequently did not was greater than supposed. .'
give them back to him. And so we have thought
that the best way of releas- pie from the places where
ing the pieces to a larger the themes were found
public would be making and/or ínspired.
one or more books with Some of the originais
them. This idea was stimu- contained . wrong indications
lated by the great interest of NleapsH and repetitions.
about his works, in recent Whenever they could be
years, demonstrated by removed, it was done. ln
many attists who have per- some cases it was possible
formed and recorded his to correct them, after listen-
songs, in Brazil and abroad. ing to some records and
This achievement was asking to the performers.
made possible, above ali, ln many pieces, the
thanks to the composer, hand-written originais con-
who put his musical patri- tained the lyrics under the
mony at Carlos Comes' voice 's sta"' although with
Foundation disposa~ len- no separation of the sylla-
............. ding the orignals until they K€re bles. ln these cases, we
42
written out on the a:npJH: have separated them,
The tides, remarks, according to what seemed
comments and lyrics contain more logical and practical
words whose orthography is to the performer.
not righ~ according to the The musical writing for
cuffent~ndand~that~ the voice is, traditional~
!' because we have decided made with each note sepa-
I
,:
I
to keep, whenever it was rate from the others; how-
!' possible, the orthography ever, nowadays it is com-
I' wríten on the originais. monto use a/so the same

I
I·I
Some of them are from the kind of writing adopted for
1930's and 40's, thus before ali the other musical instru-
the last orthographycal ments: the notes are
changes; other pieces con- grouped on the beats or
'
tain intentional NmistakesH according to the musical
used by the composer to phrase. We have chosen
reproduce the characteristic the last one (used recently
way of speakíng of the peo- also by important musical
publishers from Brazil and lt is necessary to make
abroact such as Max Eschiftt some comments about a
from Paris, and Vilille, from few pieces on this book,
São Paulo), because it because they contained
seems to facilitate and make ambiguous points:
clarer the musical reading.
The pieces with no A.B.C. DE LAMPEÃO:
dedications did not have The manuscript contains
them, equally, on the origi- some superposed and/or
nais we have used, although deleted notes, so that it
they may have them in was necessa ry to ded uce
other manuscripts. which were the right notes.
The indicate dates of
composition on most of the ACALANTO: This piece
pieces were found in the is listed on the catalogue as
NCatálogo de Obras" "Acalanto do Vento leve ";
(Catalogue of Wo/ks) of we have adopted the title of
Waldemar Henrique, publi- the hand-written original,
43
shed by the Departamento because we did not know
de Cooperação Cultural, the sources of the catalogue.
Científica e Tecnológica
(Department of Cultural, ALEGRIA, ALEGRIA:
C1entific and Technological Published .here with no date
Cooperation) from the of composition, for it was
Ministry of foreign Affairs, found this way on the ma-
in december 1979. When nuscript. This song is not
the manuscripts conlilined listed in the catalogue.
dates that were different of
those from the catalogue, BÔTO (Theatrical
we adopted those from the theme): The original did not
manuscripts. The pieces have the na me of the play it $ ..
with no date of composition was made for. o'\ t•
included, were found this (~~--·
way in the originais, and ENTRETANTO, EU \~ .
were not listed on the cata- CANTO:
logue. Published here with no
date of composition, for it remark, by the composer,
was found this way on the ordering that it should be
manuscript This song is not pri nted i n A menor. We
listed in the catalogue. have done it here.

FIZ DA VIDA UMA PASSARINHO DA


CANÇÃO: The manuscript LAGOA: The date in the
(made by the composer original, 1933, is different
himself) is dated 1933. This from the catalogue: 1939.
work is not included in the ln the man~script, the
catalogue. voice's staff had no lyrics.

MINHA AMADA TÃO REMADORES


LONGE: ln the hand-wri- SERINGUEIROS: lt is not
tten original, it is dated listed in the catalogue, and
1945. ln the catalogue it is the original we have used
dated 1946. vVas not dated.

44
O PASSO DA EMA: SONHO DE
Published here with no date CURUMIN ... :The voice's
of composition, for it was staff, here, is exactly as it is
found this way on the ma- in the manuscript The lack
nuscript. This song is not of the lyrics in the central
listed io the catalogue. part can be explained
maybe because it is a the-
O SERINGUEIRO: atrical theme.
The indications m.d.
(right hand) and m.e. (left TEMA TEATRAL:
hand) to the piano, were The original had no indica-
made by the composer. ln tion of the play it was creat-
the catalogue, it is named as ed for.
"SeringueiroH, and
dated 193 7. The original we ln a work like thi~
have used contained no there is a /ot ofpeop/e
date, and its key was G# involved, and without them
minor; but there is a it would not become possi-

~----~----meaweew~aa~;;~i·Z?ID"~«e~·aw~e~w=•~aees~W44Em•. . . .gg~g~. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .~~l


ble. So, we would like to Monarcha; maestro João
thank to, first o{ ali, two Bosco Castro, who has con-
persons who were pretty ducted his works mani't
e/ase to the composer in his many times. We are very
last years, and whose col- grateful to Ana Rosa leão
laboration and interest were and Paulo Gouveia who
essential to the making of have cooperated tremen-
this project: Sebastião dously during the making of
Godinho e Manuel Ovídio the scores; the staff of the
Carvalho. We are also very Carlos Comes Foundation;
grateful to Mrs. Maria da the teachers of the Instituto
Glória Boulhosa Caputo, Estadual Carlos Comes; and
former superintendent of the young performers, who
the Carlos Comes Foun- have demonstrated an
dation, who has imediately immense interest in per-
accepted the idea of this forming the works of
work, when we have , pre- Waldemar Henrique.
sented it to her, and put at We would like to apol-
45
our disposal ali the available ogize for any mistdke that
resources of the institution. can be found in this volume
We also want to thank to (in a work like this, they
the many artists and friends certiJnly exist) and put our-
of the composer who have selves at the disposal of the
lent us scores from their users for criticism and sug-
personal archives: the gestions, in order to make
pianist and researcher the next works even better.
lenora Brito and the pianist
Paulo José Campos de Belém, April 1996
Melo, who have (both of
them) revíewed the Augusto Teixeira
pieces on thís book; Mrs. Felipe Andrade e Silva
Cuilhermina Nasser, a great Jorge Santos Sousa
friend of the composer,· the
great performers of his
music: Maria Helena
Coelho Cardoso e Marina
·-- ·--
--·--~
--~·~
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A Vela que Passou


(1936)
Versos de Violeta Branca · W aldemar Henrique (1905-1995)
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quan- do par- ~~~ te a mes-macan-çloque can- te1 quan-do pa

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A Vela que Passou - Pág. 2


50
A VELA QUE PASSOU
Música de Waldemar Henrique
Versos de Violeta Branca

Singrando o mar
Uma vela passou
Na noite triste, na noite triste.

Alguém dentro dela cantava


Sob o mesmo luar,
Sob o luar
A mesma canção
Que cantei quando partiste Bis

A h! Era a canção
Que cantei quando partiste
Quem cantava, não sei.

51
A.B.C. de Lampeão
Folclore
Os cangaceiros de Lampeão,
Rio (1948)
em 13 de junho de 1927,
aracaram Mossoró cantando Arranjo e harmonização:
o côco "Mulé Rendeira" Waldemar Henrique (1905-1995 ·

Canto
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A.B.C. de Lampeao ·Pág. 2


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A.B .C. de Lampeão ·Pág. 3


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54
A.B.C. DE LAMPEÃO
Música de Waldemar Henrique

Lampeão desceu a serra


Deu um baile em Cajazeira ...
Botou as moça donzela
Pra cantá "Mulé Rendêra" ...

Ó lê, mulé rendêra,


Ólê, mulé rendá .. .
Bis
Tu m'ensina a fazê renda
Qu' eu t' ensino a namorá ...

As moça de Vila Bela


Nem qué mais ocupação
É só vivê na janela
Namonfndo Lampeão ...

Ólê, mulé rendêra,


Ólê, mulé rendá ...
Bis
Tu m' ensina a fazê renda
Qu'eu t'ensino a namorá ...

M inha mãi me dê dinhêro!


bréque: "Prá quê tu qué dinhêro, menino?"
Prã comprá um cinturão.
bréque: "Cinturão prá quê?"
Prá enchê de cartucheira
Prá brigá mais Lampeão!

É Lamp, é Lamp, é Lampa


É Lamp, Lampeão!
Bis
O meu nome, Virgulino
O apelido é Lampeão!

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I ~· , :~. ·i ~- ~J . . .. 55
Abaluaiê
Ponto Ritual
(1948)
Sobre motivo conhecido em llhéus - Bahia
Waldemar Henrique (1905-19~:J~
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Canto
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M. J.gg com ritmo marcado
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Abaluaiê ·Pág. 2
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57
falado,
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[E] a tempo n um exocrsmo
A I ~~ ..................
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Bença
Can- bô-ne ~ la namu- xi-la g6- 16 êl Can- sa-la namu- xi- la ~ 16 li meu pai!

a tempo
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I i= -
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sem perder o ritmo III
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p (C4lmo)
I~

I
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m.e

,. Perdão, Abaluaiê, perdão!


Perdão, ah! Orixalá, perdão!
Perdão, ah! Meu Deus do céu, perdão!
Abaluaiê, perdão!

Ó Rei do Mundo, perdão - Abaluaiê!


Êle veiu do mar - Abaluaiê! Bis
Êle é forte, êle veiu - Abaluaiêl
Salvar.

Atôtô lu-Abaluaiê!
Cambonê sala na muxila gôlô êl (2 vezes)
Bença meu pai!

t,
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f
I I

Abalualê - Pág. 3

58
~
Para Maria Diva

·A calanto
(Rio, dezembro de 1960)

Versos de Ruy Barata Waldemar Henrique (1905-1995)

Vagaroso e Calmo dolce


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Vagaroso e Calmo
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CompOSto graficamente em awo de 1'1'1~. pela f\lnd3ção Carlos Gomes (Belém • Pará · Srasil)
59
A

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T""' ,......, ii r--, r--,
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ven- toI Se-râa mor· te, q~ me_em. ba- la no seu noI Se- râ o

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Ven- rof Se-~ a mor- te que me_em ba- la no seu ri

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o! Mi-nha mae 11!- par- te_a ce- ia
- meu

I ~ .. ~ J. ~ . ,l JJ. r 11, I ~
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Acalanto- Pág. 2

60

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Acalanro - Pág. 3

61
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ACALANTO
Música de Waldemar Henrique
Versos de Ruy Barata

Sopra leve, vento, leve


Na noite que vai cair
No consolo a flor desmaia
Nos meus dedos sinto frio

Será o vento?
Será a morte, Bis
Que me embala no seu rio?

Minha mãe reparte a ceia


Meu pai 'inda não chegou
Deitado no quarto escuro
Chamo por Nossa Senhora,
Que de leve abriu a porta,
De mansinho se chegou,
Aqueceu-me com seu manto,
Me acalmou, me penteou
Sopra leve, vento, leve,
já dormindo me deixou

62
Adeus
(Setembro de 1960)
(Escrito para ilustrar uma cena teatral)

Waldem~r Henrique (1905-1995)


Moderato (triste)

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Adeus - Pág. 3

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ADEUS
(Escrito para ilustrar uma cena teatral)
Música & Letra de Waldemar Henrique

Adeus, amor, adeus.


Choro ao te deixar,
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Olhos que me vistes ir,


Não me vereis voltar ...
Olhos que me vistes ir,
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Não me vereis voltar. J.

Adeus, amor, adeus.


Canto ao te deixar.
Saibas coração sofrer,
Como soubeste amar. ..
Saibas coração sofrer,
Não me vereis voltar.

66

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Alegria, Alegria
Carimbó
Waldemar Henrique (1905-1995)

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Alegna, Alegria - Pág. 4

70


ALEGRIA, ALEGRIA
Música de Waldemar Henrique

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71
Boi-Bumbá
Batuque Amazônico
Boi-Bumbá - dança de origem (1934)
afro-brasileria implantada. nos
tradicionais festejos joaninos de
Belém do Pará Waldemar Henrique {1905-1995,
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Boi Bumbá - Pág. 3

74
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BOI BUMBA
Música e letra de Waldemar Henrique

Êle não sabe que o seu dia é hoje (4 vézes)

O céu forrado de veludo azul-marinho


Veio ver devagarinho
Onde o Boi ia dançar...
Êle pediu prá não fazer muito rufdo
Que o Santinho distraído
Foi dormir sem se lembrar.

E vem de longe o eco surdo do bumbá sambando


bis
A noite inteira, encurralado, batucando ...

Bumba, meu "Pai do Campo" ô-ô


bis
Bumba, meu Boi-Bumbá

Bumba, meu Boi-Burnbâ .. .


Bumba, meu Boi-Bumbá .. .

Êle não sabe que seu dia é hoje (4 vézes)

Estrêla-d'alva lá no céu já vem surgindo ...


Acordou quem 'stá dormindo
Por ouvir galo cantar ...
Na minha rua resta a cinza da fogueira
Que levou a noite inteira
Fagulhando para o ar...

E vem de longe o eco surdo do bumbá sambando


bis
A noite inteira, encurralada, batucando...

Bumba, meu "Pai do Campo" ô-ô


bis
Bumba, meu Boi-Bumbá

Bumba, meu Boi-Bumbá...


Bumba, meu Boi-Bumbá...

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Cançoneta
Gulho, 1978)
Waldcmar Henrique (1905-199!>.

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BOto - Pág. 2

77
BÔTO
(Cançoneta)
Música de Waldemar Henrique

Primeiro uma pisadinha;


Depois entro em ação.
Eles nunca desconfiam.
Só depois, então é tardei
Meu irmão...
Eu sou o bôto da lenda.
Eu já disse pra vocês.
Em vez de fazer ''fiuuuuu"
Eu faço "psiu ... "
Eu sou andrógino
E gosto da tua companhia
Te levo pra beira;
Não penses besteira,
Até eu te cantar.

78
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Cabocla Malvada
Canção Regional
(1932)
Versos de Vladimir Emanuel Waldemar Henrique {1905-1995)

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Cabocla Malvada - Pág. 2

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CABOCLA MAL VA'DA
Música de Waldemar Henrique
Versos de Vladimir Emanuel

Quando a cabocla foi-se embora de malvada


O seu vulto pela estrada foi minguando, se apagou ...
E, à proporção que ela sumia, desse jeito
Bem no fundo do meu peito, a saudade se enroscou ...
Dona Saudade me falava, coitadinha
Defendendo a caboclinha para eu não lhe querer mal ...
E me dizia que a cabloca era só minha
Que esperasse, que ela vinha
Mais bonita e mais leal

Cabocla!
Eu já tinha te jurado
Meu punhal tinha marcado
O final dos dias teus ...
Cablocal
Toma bênção da saudade
Se não fosse a sua bondade
Nem eu sei, meu Deus!

Dona Saudade me alegrava e entristecia


Sempre quando ela me via
Com jeitinho de chorar ...
Dizia logo, meu benzinho, homem não chora
Tua cabocla foi-se embora
Tua cabocla hâ de voltar
E ela voltou, minha cabocla, minha vida
Veio triste, arrependida
Implorando meu perdão ...
Mal a saudade foi-se embora, fez das suas ...
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Não chegava o coração.

81
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Canção do Siriry
{Ciranda)
(1934)
Letra de Niany Waldemar Henrique (1905-1995.
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Composta cnficarnente an Junho de 1994, pela Fw:làaçio Culos Gom.es (Belém • Pari - Bruil)

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Canção do Slriry- Pág. 4


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Música de Waldemar Henrique
Letra de Niany

Crianças na rua estão a cantar:


"Vem cá, vem cá, vem cá,
Siriry, as moças te chamam,
Tu não queres vir ... 11
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Recordo então, a ingênua canção
Com que a brincar chamava por ti.
Guardando a alma da noite
Na treva mansa do olhar
Tua cabeça morena, _,

Tal como era em pequena,


Evocada por meus sonhos
ficou passando na vida
Ao léu da sorte perdida
Como na roda a cantar ...
Um dia lá do infinito
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Quando as crianças cantarem
Nossa emotiva canção,
Eu te verei a chorar
Por que mesmo sendo estrela
A alma da gente vela
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Onde a saudade na terra
Ficou para recordar! ...
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Canção N ômade
(1931)
Waldemar Henrique (1905·1995)
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CANÇÃO NÔMADE
Música & Letra de Waldemar Henrique

Caminhei por um deserto


Cheio de desolação...
E de dor, me vi coberto,
Arrastando o coração.
A saudade que eu levava,
Lá deixei tambén1 ...
Porque meu coração,
De tanto soluçar,
Deixou de recordar,
Deixou de querer bem ...

Mocidade! Tudo Passa


Custe mesmo o que custar...
E, assim, minha desgraça
Teve, um dia, de passar...
Foi o beijo de teus lábios
Que me trouxe o bem ...
Porque meu coração,
De tanto delirar,
Voltou a desejar,
Voltou a querer bem!

89
Chorinho
(1932)
Versos de Bruno de Menezes Waldemar Henrique (1905-199~.

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Chorinho- Pág. 3

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CHORINHO
Música de Waldemar Henrique
Versos de Bruno de Menezes

Alta noite...
O silêncio parou
Para ouvir o chorinho,
Que os crioulos tocavam
Falando com a Lua e as estrelas
Ao som do violão,
Da flauta e cavaquinho
Horas inteiras aquele chorinho
Acorda a rua adormecida
E a música vai por esse mundão
Que se chama saudade,
Conduzindo três almas
Demais brasileiras serenatando
Os dedos amorosos,
Nas cordas soluçantes,
Contam histórias,
Consagram amantes
Na paz da noite enluarada

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Canção Amazônica
(1934)
Lenda Amazônica ~ 2
Waldemar Henrique (1905- 19951
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Crédol Cruz/ A florésta tremeu quando ela saiu. ..
Lá vem a Cobra-Grande, Quem estpva lá perto de mêdo fugju
Lá vem a BoJ· Una der,atal E a Boi· Una passou logo tão dépiéssa,
A danáda. vem rente a beira do rio... Que soment~ um clarão foi que se viu ...
E o vento grita alto no meio da mata/
Crédo! Cruz/ Cunhantã te esconde, etc.

II IV
Cunhantã te esconde A noiva Cunhantã está dormindo medrósa,
, ,vem a Cobra-Grande
Lá Agarrada com fôrça no punho da rêde,
A -a ... E o luar faz mortalha em cima dela,
Faz detrréssa uma oração ~ela fré.ira quebrada da janela ...
P'ra ela não te levar Eh Cobra-Grande
A-á ... Lá vai ela. ..

Cobra Grande - Pág. 3

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Côco Peneruê
Baião
(1936)
Wald~r Henrique (1905·1995)

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CÔCO PENERUÊ ')

Música de Waldemar Henrique

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Ói o côco peneruá

Esta nega é o côco do stambiro-biro-biro


bis
Esta nega é o côco do stambiro-biro á

Ói o côco peneruê
Ói o côco peneruá
(Breack) Sacode o côco e
Ói o côco peneruê
Ói o côco peneruá

Roda o volante, puxavante manivela


Meu mano carrega nela e bóta azeite no mancá
Tenho uma faca uma pistóla uma riúna
Quando o cabra se arripuna bóie em baixo é o tiro pá

Côco peneruê
bis
Côco peneruá

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Lenda Amazônica ~ 6
Canção
Waldemar Henrique (1905-1995)
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Composw vafic:amcntc cm k-veraro ele 19'16, pela Fund.açlo Carlos Goma (Belém · Pari- Bruil)

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103
CURUPÍRA
Música de Waldemar Henrique

Já andei três dias e três noites


Pelo mato, sem parar
E no meu caminho não encontrei
Nem uma caça prá matar
Só escuto pela frente, pelo lado,
O curupira me chamar,
Ora aquí, ora ali s' escondendo,
Sem parar n'um só lugar...

Por êsse danãdo muitas vezes


Me perdf na caminhada
E nem Padre-Nosso me I ivrou
Dêsse malvado da estrada

Curupira feitiçeiro!
Sãi detraz do castanheiro,
Pu la prá frente,
Defronta com a gente,
Negrinho, covarde, matreiro.
Deixa o cabôclo passar!

104

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EMaracatú
Waldemar Henrique (1905-1995)
Moderato J. 88
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108
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E MARACATU
Música de Waldemar Henrique

Bate zabumba, zumba


Bate zabumba, zumba
Tíni atabaque, pandeiro, ingome,
Surdo, tarol, mulungú, gonguê,
Toque virado, baque dobrado.
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E Maracatú!
Pelo cais d'aurora, o cortejo avança.
Todo mundo dança, mas cantando, chora.
A h I É maracatú!
A dama do passo do começo ao fim
Faz dançar CaluRga, sem olhar pra mim
Não, não vou embora; quero ouvir de novo
O triste cantar do povo na .rua,
Onde tudo agora é màracatú I
A dama do passo, requebrando assim,
Faz dançar Calunga, sem olhar pra mim
Bate zabumba, zumba
Bate zabumba, zumba
Meu coração batendo: É maracatú I

109
Entretanto, Eu Canto
Versos de Maria Lúcia Godoy Waldemar Henrique (1905-1995~
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ENTRETANTO, EU CANTO
Música de Waldemar Henrique
Versos de Maria Lúcia Godoy

A voz é triste -.
E a canção magôa.
Entretanto, eu canto. (bis)
E nesse exercício raro
Vai-se secando meu pranto.
Vou aguardando em peito avaro.
Meu amor, meu desencanto.
E entretanto, eu canto,
Na garganta preso
Como um pássaro,
Um soluço engasgado.

11 2

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A Godofredo Graça

Essa Negra Fulô


(1935)
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Waldemar Henrique (1905·1995)
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Essa Negra Fulo - Pág. 13

125
ESSA NEGRA FULÔ
Música de Waldemar Henrique
Poema de Jorge de Lima

Ora se deu que chegou " Era um dia uma princesa ó Fulô... Ó Fulô
(tsso já faz muito tempo ... ) Que vivia num castelo Cadê meu lenço de rendas?
No banguê dum meu avô Que pi' ssuia um vestido Cadê meu broche, meu cint0
Um negra bonitinha, Com os peixinho do má. Cadê meu terço de ouro
Chamada Negra Fulô. Entrou na perna do pato, Que teu Sinhô me mandou!
Essa Negra Fulõ! (Bis.l Saiu na perna dum pinto Ah! Foi você que roubou
O Reizinho me mandou Ah! Foi você que roubou
Ó Fulô, ó Fulô! Que vos contasse mais cinco" Essa Negra Fulôl
(Era a fala da Sinhá) Essa Negra Fulôl
Vai forrar a minha cama, O Sinhô foi açoitar,
Pentear os meus cabelos Ó Fulô, ó Fulô! Sozinho, a Negra Fulô ,
Vem ajudar a tirar Vai botar pra dormir A negra tirou a saia
A minha roupa, FulO! Esses meninos, Fulô... E tirou o cabeção.
Essa Negra Fulô! " M inha mãe me pentiou, De dentro dele pulou
Minha madastra m'enterrou Nuinha, a Negra Fulô.
Essa negrinha Fulô Pelos figos da figueira Essa Negra Fulô! (Bis)
Ficou logo prâ mucama que o sabiá beliscou ..."
Prá vigiar a Smhá Essa Negra Fulô! (Bis) Ó Fulô, Ó Fulô!
Prá engomar pro Sinhô... Cadê, cadê teu Sinhô
Essa Negra Fulô! (Bis) ó Fulô, 6 Fulô l Que Nosso Senhor me mande.
(Era a fala da Sinhá Ahl Foi você que roubou.
ú Fulô... ó Fulô Chamando a Negra Fulô) Foi você, Negra Fulô.
(Era a fala da Sinhá) Cadê meu frnsco de cheiro Essa Negra Fulô!
Vem me ajudar, ó Fulô. Que teu Sinhô me mandou
Vem abanar o meu corpo, Ahl Foi você que roubou ...
Qu'eu estou suada, Fulõ, Ah ! Foi você que roubou .
Vem coçar minha coceira, Essa Negra Fulô!
Vem me catar cafuné,
Vem balançar minha rede, O Sinhô foi ver a negra
Vem ... Levar couro do feitor
Me contar uma história A negra tirou a roupa
Qu'eu estou com sono, Fulõ. O Sinhô disse: Fulôl
Essa Negra Fulôl A vista s'escureceu
Que nem a Negra Fulôl
Essa Negra Fulõ! (Bis)

126
Exaltação
Melodia para Canto
{1934)
Versos de V alentina Biosca Waldemar Henrique (1905-1995)

Introdução

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EXALTAÇAO
Música de Waldemar Henrique
Versos de Valentina Biosca

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Carregar-te pelo espaço
E repousar, tonta de luz,
Em teu regaço
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Na fonte do teu beijo ...
Esquecer os tormentos desta vida,
E ficar, para sempre, adormecida ...
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(Canção Amazônica)
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(1932)
Versos de llná P. de Carvalho Koerner Waldemar Henrique (1905-1995'
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fARINHADA
Música de Waldemar Henrique
Versos de llná Pontes de Carvalho

Ê, minha gente
É hora, é hora,
Bis
Vão buscar mandioca
No paneiro

Prá fazer farinha, (Bis)

Mal vem.raiando,
Linda a madrugada,
Pelo horizonte,
Em róseo alastramento,
O "muxirão", na faina da roçada
Invade o mandioca!
Que oscila ao vento ...
Depois, em tosco tijupar,
Erguido pelo serão,
Prolonga-se o arruído:
Gira a roda, a prensa,
A bolandeira, o tucupi
Transborda a caetitú
E a farinha pula na peneira
A criolada canta um lundu ...

~, minha gente,
É hora, é hora, Bis
Vão levar farinha pro senhor...

Que eu estou cansado(a) .. . (Bis)

135
Para Mme. Vicente Miranda

Fiz da Vida uma Canção


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(1930)
Waldemar Henrique (1905-199!.,
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FIZ DA VIDA UMA CANÇAO
Música de Waldemar Henrique

Foi depois que teu olhar


Volveu-se para mim
Que senti o coração pulsar...

Percebi que minha alma


Vibrava de emoção
Então,
- Eu fiz da vida, uma canção !. ..

Meu amôr!
Meu amôr!
Se dissésses: "Te amo, também ... "

Meu amôr!
Minha vida
Só pertence a ti, a mais ninguém!. ..

Si eu pudésse concentrar
Toda a luz do teu olhar
Em mim,
Enfim ...

Por beijar
Tua Bôcca,
Eu seria capaz de tudo tentar!. ..

140
A Mr. John Emest Buckley

Foi Bôto, Sinhá!


To ada amazônica
Lenda Amazônica N> 1 (1933)
Versos de Antoruo T avernard Waldemar Henrique (1905- 1995)
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Fo1 Bóto, Sinhá! • Pág. 2

142

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FOI BOTO, SINHA!
Música de Waldemar Henrique
Versos de Antônio Tavernard

Tajá-Panema chorou no terreiro (bis)-


E a virgem morena fugiu no costeiro

Foi Bôto, Sinhá...


Foi Bôto, Sinhô!
Que veio tentá
E a moça levou
No tar dansará,
Aquele doutô,
Foi Bôto, Sinhá ...
Foi Bôto, Sinhô!

Tajá-Panema se poz a chorá. (bis)


Quem tem filha moça é bom vigiá!

O Bôto não dorme


No fundo do rio
Seu dom é enorme
Quem quer que o viu
Que diga, que informe
Se lhe resistiu
O Bôto não dorme
No fundo do rio ...

143
Hino aos Arcanjos
S. Miguel e S. Gabriel
(Rio, 1960)
Versos de Raymundo de Souza Moura Waldemar Henrique (1905-19-, :
Largbetto J. 80

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Hino aos Arcanjos S. Miguel e S. Gabriel • Pág. 3

146

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HINO AOS ARCANJOS
S. MIGUEL E S. GABRIEL
Música de Waldemar Henrique
Versos de Raymundo de Souza Moura

São Miguel, arcanjo do Senhor,


Da milícia celeste sois o guia,
bis
Da justiça divina sois ministro,
Como Gabriel é da sua misericórdia.

Arcanjos do Senhor
Que não sofrestes
Da carne a servidão
Sois o puro pensamento
A serviço da glória absoluta.

Arcanjos do Senhor,
Vossa felicidade é incomparável,
Porque servis o verdadeiro rei

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147
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Canção Amazônica
Poesia de Jorge Hurley {1936)
Waldemar Henrique (1905-199!.. . . .

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Mam:il Preta - P~g. 2


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(Canção)
Música de Waldemar Henrique
Versos de Paulo MacDowell

Mamãi Preta de tão velha Mamãi Preta, Mamãi Preta,


Tem cabêlos côr de neve ... Eu relembro aquêle tempo ...
Mamãi Preta era querida - Gosto tanto de você!
De Dom Pedro imperador...
Mamãi Preta quando quer, Mamãi Preta de tão velha
Conta e descreve Tem cabêlos côr de neve... _,

Mil romances de engenho, Mamãi Preta inda se lembra


E segrêdos de amor... Da finada escravidão... J

Mamãi Preta quando quer J

Mamãi Preta de tão velha Conta e descreve


..,
Tem cabê los côr de neve ... A Princesa lzabel,
Mamãi Preta adormeceu De tão grande coração...
Gente grande do Bras i I!
Mamãi Preta quando quer Mamãi Preta de tão velha
Conta e descreve Tem cabêlos côr de neve ...
Nossos campos verdejantes, Mamãi Preta tem orgulho
Ês!e céo primaveril. .. Desta raça varonil!
Mamãi Preta quando quer
Mamãi Preta, Mamãi Preta, Conta e descreve
Fiquei triste, tão sozinha ... Mexericos do palácio...
Vivo assim nem sei porquê ... Sabe história do Brasil!

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Manha - Nungára
Canção
Lenda Amazônica ~ 7 (1935)
Calmo J. 72 Waldemar Henrique (1905-1995)

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Manha-Nungára - Pág. 2

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Os tajás pelo terreiro estão chorando
E no rio, resfolegando,
O bôto-branco boiou l. .. (ô-ô)

Sentada na rêde, cunhã está rezando


A réza que Manha-Nungára ensinou ...

- Tupan, quem foi que me enfeitiçou?

- Manha-Nungára!
O grito rolou pela caiçara,
Mãi-velha se espantou.
Embaixo, na treva do rio
Dois corpos em cio,
Lutando, enxergou.

E pelo barranco
De novo soou
O grito de angústia
Que a cria soltou:
-Manha-Nungâra!

Manha-Nungára - Pág. 3
A MIJe. TherezA Coutinho tk Oliveira, fraternalmente, o autor.

Meu "Boi" Vai-se Embóra


Canção - Batuque
(1936)
1° Premio do concurso de musicas de mez da cidade
Waldemar Henrique (1905-19S_
promovido pela "A Noite" em junho 1936 Sobre moóvoa populares de Bumbá em Bd.ém-Pará

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Meu Boi Vai-se Embora - Pág. 2

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Meu Boi Vai-se Embora - Pág. 3

160
MEU BOI VAI-SE EMBORA
Música de Waldemar Henrique

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Êh-boi, Êh-boi, Êh-boi... Ibis


Ao sair da lua, Ibis
Meu boi vai-se embora, Ibis
Sem fazer barulho, Ibis
Noite fóra d'hora... Ibis
Êh bumba-Meu boi
Êh bumba-Meu boi bis
fh bumba-Meu boi-bumbá

O meu boi já diz adeus!


Amanhã elle vai morrer

Êh bumba-Meu boi
~h bumba-Meu boi bis
t h bumba-Meu boi-bumbá

161
Minha Amada Tão Longe
Canção
(Rio, 1945)
Soneto de Altonsus de Guimarães Filho Waldemar Henrique (1905-1995'

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Msnha Amada Tão Longe - Pág. 3

164

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MINHA AMADA TÃO LONGE
Música de Waldemar Henrique
Soneto de Alfonsus de Guimarães Filho

Minha Amada tão longe, com franqueza:


Eu penso sempre em me mudar daqui.
Pôr na sacola o pão que está na mesa
Sair vagabundando por aí.

A luz do quarto ficará acesa


(foi neste quarto que me conheci .. .)
Deixarei um bilhete sobre a mesa,
Dizendo à minha mãe, porque parti.

Ah! Ir cantando pelo mundo afora


Como um boêmio amigo das cantigas
Alma febril que a música alivia.

Se perguntarem, digam: "Ainda agora


Saiu buscando terras mais amigas,
Mas é possível que ele volte um dia ..."

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165
Minha Terra
.Canção
(1923)
lntrod. Waldemar Henrique (1905- t 995'
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Minha Terra - Pág. 3


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168
MINHA TERRA
Música de Waldemar Henrique

I
Este Brasil tão grande amado
É meu país idolatrado
Terra do Amor e Promissão
Toda Verde, toda nossa
De carinho e coração.

11
Na noite quente enluarada
O sertanejo está sozinho
E vai cantar pra namorada
No lamento do seu pinho

E o sol que nasce atras da serra


A tarde em festa rumoreja
Cantando a paz da minha terra
Na toada sertaneja

III
Este sol, este luar
Estes rios e cachoeiras
Estas flores, este mar
Este mundo de palmeiras

( Tudo isto é teu, ó meu Brasil


Deus foi quem te deu
Ele por certo é brasileiro
Brasileiro como eu.

169
Morena
(Chula Marajoara)
(1930)
Waldemar Henrique (1905-1':1~~·

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pre- so por um01_1 çu- re- na só por gos- 13r__ da cor ~ re- na.
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Morena - Pág. 2

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MORENA
Música e letra de Waldemar Henrique

Deixei cabana,
Deixei meu gado
Pra ver morena,
Do meu cu i dado.
Morena bela,
Que tanto amei,
A fé mais pura
Eu te jurei.

Eu já fui preso
Por uma açucena ""
56 por gostar
Da cor morena.
Morena bela,
Que tanto amei,
A fé mais pura
Eu te jurei. _,

A cor morena
É cor de prata
A cor morena
É que me mata.
Morena bela, _,

Que tanto amei,


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A fé mais pura
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Eu te jurei.

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172
--- - - - -- - - - - - - -- -- ---.
A Maria Magalhães Santos

No Jardim de O eira
Ponto-ritual de Umbanda
(1948)
Waldemar Henrique (1905-1995}
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Auê,auê,auá
na corôa de anjo
Tem congá.

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No Jardim de Oeira - Pág. 4
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176
Noite de São João
Canção
(1935)

Waldemar Henrique {1905-1995)


Introdução
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Noite de São joao - Piig.. 3

179
NOIT.E DE SÃO JOÃO
Música de Waldemar Henrique

I 11

Foi n' uma noite clara e bella como esta, Foi nessa noite que nós dois
Meu sertão estava em festa, Nos encontramos
Festejando São João! Pela 11 Sórte" procuramos
Ao redor de uma fogueira refulgente Nosso amor entrelaçar...
Repassava toda a gente E um balão cheio de côres, que solta •.•c
A cantar com devoção: Foi o beijo que trocamos
NSão João! São João! São João! Dentro d'alma a supplicar:
Nós rogamos com fervor "São João! São João! São João/
Toda a vossa protecção/" Nós rogamos com fervor
Toda a vossa protecção!"
De mãos dadas sentadinhos a scismar
Dois velhinhos pareciam Passou um anno!. ..
Seu passado recordar ... Na fogueira refulgente
E para o céu, os balõesinhos que subiam Encontrei a mesma gente
Como sonhos se sumiam 56 tu não estavas não...
Para nunca mais voltar ... E os dois velhinhos
Recordando a mocidade
Me falaram com saudade
Do passado São João I

III

Ahl Meu amôr foi balão que se queimou


N'uma noite prateada de luar...
São João! Realize este meu sonho
Traga um novo amôr risonho
para o anno eu me casar!

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180
O Passo da Ema
Waldemar Henrique {1905·1995)

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O Passo da Ema - Pág. 2

182
o seringueiro
(Sobre tema popular)
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(A melodia deve fundir-se no
acompanlaanunto, sem
Waldemar Henrique {1905-1995)
destacar-se)
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O Seringueiro · P~g. 3

185
O SERINGUEIRO
Música e letra de Waldemar Henrique

A vida do seringueiro
É fáci I de se contar.
Quem dela tiver notícia,
Seringa não vai contar.

Quando é de manhã cedo


levanta-se põe de pé,
Bota a chaleira no fogo,
Trata de fazer café.
Depois do café tomado,
Vai ele no seu fatinho.
Uma mão pega no balde,
A outra no machadinha.

E vai pela estrada afora


Numa marcha mungangueira
Cortando as matas bravias
Sozinho, sem companheira.

Mal, se o trovão ressoa,


Aí é que está o perigo.
Vem a chuva e molha o leite
Lá se vai o dia perdido
Mas não há desesperança
Na vida do seringueiro
De dia cheira a fumaça
De noite cheira a dinheiro.

186
I

Passarinho da Lagoa
Sobre um tema recolhido por Fernando de Castro Lôbo
(1933)

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Waldemar Henrique {1905-1995)
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Passarinho da Lagoa - Pág. 2

188

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. Pássaro da:Terra
1. Abertura
(Belém, 1978)
Como introdução, tocar os últimos 9 compassos, desde •

•.etra de João de jesus Paes Loureiro Waldemar Henrique (1905-1995)


nho- res comlt.

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et- ra. Quem an-

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189
Pássaro da Terra
2. Tema do Caçador
(Belém, 1978)
Letra de João de Jesus Paes Loureiro Waldemar Henrique (1905-'. 9'
Mar- chaJ Mar- chaJ

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190
Pássaro da Terra

3. Tema do Pássaro
(Belém, 1978)
O coro poderia acompanhar o solista no embalo.
Também a introduçào poderá ser repetida entrando para finalizar o ntúnero, se couber na cena da peça

L~ra de João de jesus Paes Loureiro Waldemar Henrique (1905~1995)


lntro (Saltitante)

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po chei- o de pe- nas tem me- nos pe-nas ve>- an- do, do
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nan- do. Slo tan- tos quan· tos pe- I

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n- p em te>- do can- to ~ preo- tan- do Nas c<>- bl- ~ e
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ran- do. o Pés-sa- ro da Ter- ra, não te- nho ter - r.a on- de_es • Sou um

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Rtpttir quanto for n.ecessdrio t iT morrendo o som ar~ etmúnar.

191
..
Pássaro da Terra
4. Lundú dos -Caboclos
(Belém, 1978)
Letra de João de Jesus Pa.es Loureiro Waldemar Henrique (1905-t9
Intr. (Alegre) modto. :&

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Após a introdução animada, os cantores entram no ritmo que lhes convenha, para a
valorização do texto. Mal um termina a sua quadra, o outro toma a dianteira e entra
com a resposta, que ao terminar, ambos se movimentam nos breves compassos da
Introdução que intercala cada 2 quadras.

Atenção: a inrroduçãor.inha poderá fa zer-se ouvir entre wn e


outro cantador se houver necessidade cénica, e até com repetição.
A tonalidade depende dos cantores.

ÚLTIMAS ESTROFES:

Mestre Ramos: Mestre Jaques:

Eu casei com mulhé velha Prá balança dou um quilo


Prá num ter filhos nem nada, Prá cachaça dou limão.
Mas depois de nove meses, Prá donzelas dou aquilo
Pariu dez de uma ninhada. Que todos pensando estão I

Composto crslicamente e"' 3bri1 de 1995. pel2 Fu~o Culos GoMet (Belém · Pará · Bruil)

192
Pássaro da Terra
5. Teotônio
(Belém, 1978)

· :tra de João de Jesus Paes Loureiro Waldemar Henrique (1905-1995)


Introdução (Lundú)

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oo- de vo- ~ do vens, Rou- xl notr Quem rot que te te- ~ teu, Rou xl - nolf DiS ter - r.as de Por - tu •

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bem que que - ri - a ter, Rou - x1- nol, um

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nt- nho no co- ra - ~. Roo- xl- nol. pa-ra. en-tre pe- nas suar- dar, Roo· XI· not. tu- a

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ma- to, me mal - trll- to, de- ses - pe- ro. r':\ Que me pe - no, que me

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(canto sem acompanbamenro)

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(seria mais interesstmte o
ras - go, me mal que· ro, e • · pe- sar de t~ do es • pe • ro... cantor tenntnar rw ~)

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Composto çúicammtc cm abril ~ 1995, pela Fundação Culos GoiiKS (Belém • M · Brasil)

193
Pássaro da Terra
6. Côro (Do Solo Calcinado)
(Belém, 1978)
Letra de João de Jesus Pa.es Loureiro Waldemar Henrique (190!)-L ·

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lntro. (pesando) Lento

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194
Pássaro da Terra
7. Donzela
(Belém, 1978)
Para o Maestro Ribamar, com a admiração estima de Waldemar Hennque

L .ra de João de Jesus Paes Loureiro Waldemar Henrique {1905-1995)


Intro. modto (saudoso)

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1':\ No teu san- gue me un- gro. Nu tu· u PI! · nu

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me pe- no. Nos teUJ can- tos me an- to Nu tu - ;u

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Pas - s; ro da Ter- ~ pe· na por mtm. Pú - sa - ro d:, Ter- ra, can - ta por mtm

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P.ú - sa - ro da r.... "'- 110 - a por mim; _ _ E 11111 d1· zer do meu 50· fter, di- zer por

mim que me san - gro, que me pe· no, que me cart· to, que me c:ho- ro. Que .,,. vet _,., ter li·

r ~ 't , • A I~ J~ 3~1 J~ 3 I~ J J J I ê r ir I [r BI Êr ~J3 I


mor, vi- ver as - sim, ó mor- ter, mor- ter sem fim t:'\
8. Caçador
(Belém, 1978)
Letra de João de Jesus Paes Loureiro W aldemar Henrique (t 905-" 19
lntro. (suavemente) rtJL ..

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(úlrim4 estrofe) Pe-
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O meu caminho
não vou mudar
mas meu destino
mudou.

Eu que era caçador


sou caça e caçado estou.
. . Compo110 ~te em abril de I 9'JS, pel~ Fundação Carl~ Gomes (Belén · Pari · 8ruil)
.............
196 .. .
Pássaro da Terra
9. Caçador (Ó Tirana ...)
(Belém, 1978)
L.~ra de João de Jesus Paes Loureiro Waldemar Henrique (1905-1995)
:9 lntro. (Saudoso) ~ ~

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De mim que tt- ~ nl-

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ras- 12 ~ da_a mi- nha ti- ra- ni- a. an- tes do di- a de a-
zas- A mim que es- era- vofi- zes-

·yrna
te. 12, 6 Ti· ra- na. que ti-

JJ
I~ ür
I.c~ ~~ J
..... ~ br JJ
..__.,

!' UJ I~
mar- te dls- se que nun- ca ~ m~ ri- ._
ras- te da dot o iHnOf que me eles- te.

~, u~j$11'm
~ ;~ ~b j J
f ür
Dís- se que nuna • m.- ri- O TI- ra- na, que ti- ras- te
Da dor o_~ mOf que me des- na dor de_~ mor que 1e- vas- te
Pássaro da Terra
10. Pássaro ·da Terra
(Belém, 1978)

Letra de João de Jesus Paes Loureiro Waldemar Henrique {1905-1 q9':


lntro. Modto.

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Sou um .,& ~ rQ da Ter- ra que ho- je er- ra sem sa- ber on- de pou- sar,

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198
Pássaro da Terra
11. Donzela (Eu Nasci no Amor Perfeito)
(Belém, 1978)

Letra de João de Jesus Paes Loureiro Waldemar Henrique (1905-1995)


Intro.

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_:8=_· Eu nas • cl no amor per- l'ei - to

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n<~U-fra-suei natem-pes- UI · de. Nomeupei- to_l -briuse_a co- va da pa-

I$ J I~ rU 2r [11 J I~ f I

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Já não sei o meu caminho Eu vou indo pelo mundo


Na~. comosa
mesma melodia, "E: nem tenho mais vontade. Esquecer (a'l tua maldade.
· No meu peito abriu-se a cova No meu pe1to abriu-se a cova
segumtes 'CJt:TSOS: Da palav-ra saudade. Da palavra saudade. .
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Pássaro da Terra
12. Todos (Esta é a Nossa Triste Históri'\-..
(Belém, 1978)

Letra de João de Jesus Paes Loureiro Waldemar Henrique (1905-.r


lntro. (animado)

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cedendo

n III
Que se perca o testamento Seja tesouro calado
Das heranças do passado Esta representação,
Evitando que o presente Se é verdade, se é mentira
Seja tesouro calado. Quem diz é vossa intenção.

N. B. Talvez só vozes masculinas cantassem a fm:.meira estrofe e só vozes femininas


cantariam a s~nda estrofe1 cantando zodos juntos a última. As vozes poderão
se dividir nas ultimas palãvras de cada estrofe, no "al/argaTUÚJ... "

Composto sraf•camente em ma.io ck 199S, pela Fundação Culos Gomes (Belém • Pari · Bruil)

200
PÁSSARO DA TERRA
O Passáro da Terra é uma alegoria poética e dramática,
baseada na estrutura do pássaro junino paraense, escrita por
João de Jesus Paes Loureiro e musicada por Waldemar Henrique.

1. ABERTURA 3. TEMA DO PÁSSARO

Meus senhores e senhoras, Meu corpo cheio de penas


Com licença, vou contar, Tem menos penas voando,
Uma história imaginária Do que essas penas apenas
Queiram todos escutar. Em minha vida penando.

Nosso Pâssaro da Terra São tantos quantos perigos


Vem aqui para cantar Em todo canto espreitando
E dizer que a duras penas Nas cobiças e castigos
Quer apenas alegrar. Mil espingardas mirando.

É a história da caçada Sendo o Pâssaro da Terra,


Não tenho terra onde estar.
Desse Pássaro da Terra, \
Perseguido pelo estranho Sou um pássaro que erra
Bis
Caçador que nunca erra. Sem ter aonde pousar.

Quem contou já não me lembro 4. LUNDÚ DOS CABOCLOS


O que todos ouvirão,
Se é verdade, se é mentira, Huji vi nas ribanceiras

Quem diz é vossa intenção. O cumpadre Jacaré


Pondo os homi na carrera
2. TEMA DO CAÇADOR Dando susto nas mulhé.

Marchal Marchal Eu casei com mulhé velha


Avançai Avança! Prá num ter· filhos nem nada,
Eu sou feroz caçador Mas depois de nove meses,

Nenhuma caça descança Pariu dez de uma ninhada.


Na mira do meu valor. Prá balança dou um quilo
Sou caçador afamado Prá cachaça dou limão
Temido em todo lugar Prá donzelas dou aquilo

Se durmo na pontaria Que todos pensando estão!

~ para a morte acordar

Eu venho de onde venho


E vou para onde for,
Mas só onde existe caça,
Eu posso ser caçador!
201
S. TEOTÓNIO E vai dizer do meu sofrer.
Dizer por mim:
De onde voando vens, Rouxinol?
Que me sangro,
Quem foi te remeteu, Rouxinol?
Que me peno,
Das terras de Portugal, Rouxinol?
Que me choro.
Do triste amor que foi meu ...
Que viver sem ter amor,
Eu bem que queria ter, Rouxinol, Viver assim,
Um ninho no coração, Rouxinol, É morrer, morrer sem fim.
Para, entre penas guardar, Rouxinol ,
Tua alma só de canção. 8. CAÇADOR

Diz a eles meus cuidados Pela menina que suspira


Descuidados, d~venturas. A minha sina mudou.
Diz a ela dos meus fados, Eu que era caçador,
Meus pecados, aventuras. Sou caça e caçado estou.

Diz a ela que me mato, O meu caminho não vou mudar


Me maltrato, desespero. Mas meu destino mudou.
Que me peno, que me rasgo, Eu que era caçador,
Me malquero, Sou caça e caçado estou.
E apesar de tudo, espero...
Pela menina que eu nuca vira
A minha vida mudou.
6. CÔRO (DO SOLO CALCINADO)
Eu que era caçador,
Do solo calcinado que nos deste, Senhor! Sou caça e caçado estou.
Da sêde do nordeste, Senhor!
Da fome sem pecado do nordeste, Senhor! 9. CAÇADOR (Ó TIRANA)
Do sonho que nos deste, Senhor!
6 Tirana, que tiraste
Venho da sêca afogar-me neste rio Toda a minha tirania,
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De seringa, de malária, de patrões Antes do dia de amar-te
Disse que nunca amaria.
Venho da sêca afogar-me neste rio
De fadigas e de humanas solidões D isse que nunca amaria.
Ó Tirana, que tiraste
7. DONZELA Todo tirano poder
De mim que tiranizaste.
No teu sangue me sangro.
Nas tuas penas me peno. De mim que tiranizaste.
Nos teus cantos me canto. A mim que escravo fizeste,
Nas tuas asas me salvo. ó nrana, que tiraste
Da dor o amor que me deste.
Pássaro da Terra, sangra por mim.
Da dor o amor que me deste
Pássaro da Terra, pena por mim.
Na dor de amor que levaste
Pássaro da Terra, canta por mim.
Tod~ a minha ti rania,
Pássaro da Terra, voa por mim.
6 Tirana que tiraste
202
10. PÁSSARO DA TERRA 12. TODOS
(ESTA É A NOSSA TRISTE HISTÓRIA)
Sou um Pássaro da Terra
Que hoje erra sem saber onde pousar, Esta nossa triste história,
Pois o caçador malvado desalmado Não tem hora, não tem tempo,
Só deseja me matar. Serve para não deixar
Bis
Que se perca o testamento.
Se eu morrer de sua bala,
Triste fala, não me enterrem no lavrado,
Que se perca o testamento
Levem-me pra minha dona,
Das heranças do passado
Minha dona, por quem sei que fui amado.
Evitando que o presente
Seja tesouro calado.
11. DONZELA
(EU NASCI NO AMOR PERFEITO)
Seja tesouro calado
Eu nasci no amor perfeito Esta representação,
E morri de falsidade. Se é verdade, se é mentira
No meu peito abriu-se a cova Quem diz é vossa intenção.
Da palavra saudade.

Naveguei na lua nova,


Naufraguei na tempestade.
No meu peito abriu-se a cova
Da palavra saudade.

Já não sei o meu caminho


E nem tenho mais vontade.
No meu peito abriu-se a cova
Da palavra saudade.

Eu vou indo pelo mundo


Esquecer (a) tua maldade.
No meu peito abriu-se a cova
Da palavra saudade.

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203
Remadores Seringueiros
Canção Amazônica
Versos de Alvaro Maia Waldemar Henrique {1905-19~-)

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Canto
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Moderato
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guel-ros, ~ma- de> res se- rin- cuel-ros,que re-mais an-tan- do_a- mo-res, re-ma-de> res, na_ln-do-lên- ci;;a des- ·
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Remadores Seringueiros- Pág. 2

205
REMADORES SERINGUEIROS
Música de Waldemar Henrique
Versos de Álvaro Maia

Remadores seringueiros, (Bis)


Que remais cantando amores,
Remadores, na indolência destas águas,
Cantadores seringueiros
Vão cantando suas mágoas.

Q uando passa uma canoa, (Bis)


É um violão de amor e graça,
Quando passa,
O rio canta pelas bôlhas,
O arvorêdo pelas fôlhas
Canta a ave que esvoaça.

206

A Radamés Gnattali

Sem- Seu
Candomblé de Ilhéus
(1952)
Waldemar- Henrique (1905-1995)
Adagio J. 104
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É de Congorigó,
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Sem- Seu,
Não te pósso amar!

Neta de Aruanda,
Filha de Yemanjá
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bis
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Sem - Seu - Pê\g. 5


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Ao Waldemar Nazarro

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(1932)
Poema de Gastão Vieira Waldemar Henrique {1905 -1995)
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Senho~ Dona Sancha • P~ 5


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SENHORA DONA SANCHA
Música de Waldemar Henrique
Poema de Gastão Vieira

Antigamente, quando eu era ainda criança "Senhora Dona Sancha,


Cantava com os meninos da vizinhança Coberta d'oiro e prata,
alegremente: Descubra seu rosto,
"Senhora Dona Sancha, Que nós queremos ver ..."
Coberta d' ouro e prata, Felicidade, Senhora Dona Sancha,
Descubra seu rosto, De rosto lindo, mas velado,
Que nós queremos ver''. Busquei-te por toda parte,
Depois, veio a mocidade. Procurei ver o teu rosto,
Foi-se-me toda a esperança Devagarinho, com cuidado,
De achar a felicidade Atrãs daquela bonança
Do meu tempo de criança. Do meu tempo encantado de criança.

Quando eu ouço, Agora, nem mais um sonho.


Na minha rua Não é como antigamente
Os meninos a cantar, Canto à toa, canto a esmo
Vou depressa, sem tardança Baixinho, para mim mesmo,
E fico olhando, a escutar, Tristemente, para não esquecer.
(Ah, se eu f~sse ainda criança)
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Senhora Dona Sancha,
Sem poder acompanhar Coberta d'ouro e prata,
Aqueles meninos todos Descubra o seu rosto,
Satisfeitos a gritar: Que eu tanto quero ver. .. "

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Escrita especialmente para o Teatro Infantil de Buenos Aires
(1934}
Waldemar Henrique (1905-1995)

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219
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Canção Amazônica
(1934)
Lenda Amazônica ~ 3 Waldemar Henrique (1905-1995)
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Tamba-Tajá- Pág. 2

221
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TAMBA-TAJÁ
Música de Waldemar Henrique

Tamba-tajá
Me faz feliz,
Que meu amor me queira bem .•.
Que seu amor seja só meu,
De mais ninguém,
Que seja meu,
Todinho meu,
De mais ninguém ...

Tamba-tajâ,
Me faz feliz
Assim o índio carregou sua "macuxy"
Para o roçado, para a guerra para a morte.. .
Assim carregue nosso amor a bôa sorte.. .
Tamba-tajá,
Tamba-tajá...

Tamba-~já,
Me faz feliz,
Que mais ninguém possa beijar o que beijei
Que mais ninguém escute aquilo que escutei
Nem possa olhar dentro dos olhos que olhei
Tamba-tajá,
Tamba-tajá ...

222

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Tem Pena da Nêga
Batuque Amazônico
(1933)
·ersos de Antonio T avernard Waldemar Henrique (1905-1995}

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Tem Pena da Nêga - Pág. 3

225
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TEM PENA DA NEGA
Música de Waldemar Henrique
Versos de Antonio Tavernard

Côro
Minha santa donzela
De roupa amarela
Que encanto tu é!
Te apressa, te achega,
Tem pena da Nêga
Que tanto te qué

Batuque mazombo
Parodia de bombo
Retumba retumba-a-a-a
Enquanto a pretada
Luzindo suada
Prepara a macumba-a-a-a

11
E estrurge o batuque
A força de muque
Batido a rigor-ô-ô-ô
E tudo se torce
Contorce retorce
-Serpente de horror-ô-ô-ô

226
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Tema de }ovino
(Abril, 1978)

Waldemar Henrique (1905-1995)


com melancolia

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228
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TEMA DE )OVINO
Música de Waldemar Henrique

Eu vivo a pescar
E pesco Xarcús, pratiqueiras.
A vida do mar nada me apressa;
Nem vida, nem morte,
Nem chuva, nem vento,
Nem noite, nem dia,
Nem sorte, nem azar.

Meu peito é triste remanso.


É velha tarrafa arrastando
Os peixes que não pesquei
Em marés sem preamar
Tristeza varou minha proa,
Minha quilha.
Velho remo, meu rumo
Certo é clareado;

229
Tema de Triste
(Abril, 1978)
Waldemar Henrique (1905-199~,
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Canto
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Tema de Triste- Pág. 3


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TEMA DE TRISTE
Música de Waldemar Henrique
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Nem sei, nem sei,
Meu nome é mesmo assim
Triste diz tudo de mim
Meu homem
Meu nome me quer
Mesmo assim

E deixo que ele me ame


E possa morrer por mim
E deixo que ele me ame
Para alegrá-lo e não sangrá-lo
E com isso ele se entrega
E a lembrança se encarrega
De calar e de esconder
A tristeza que esparrama
Esta dor que se derrama
Quando penso em outro amor

Se um boto banhado em lua


Saísse no alto mar
Correria corrida louca
Correria pra me entregar

Porque sou triste,


Tão triste assim,
Se meu vestido,
Qui nem jasmim
Está permanentemente,
Decididamente, Firmemente,
Esperançosamente
A h! Doce esperança .. .
Sair em alto mar
Olhar em volta
Criança dançar,
Rodar prum boto
Que vem do mar

233
Tema Severino )

(Rio - Julho, 1958)


(Original para violão)
Escrito especialmente para o N orte Teatro Escola de
Belém, destinado à peça "Morte e Vida Severina•, de
João Cabral de Melo Neto, levada à cena em Recife
W aldeD12r Henrique
(1905-1995)
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Tem a Severino - Pág. 2

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Tema Teatral '
Morte da mulher e pega de João
Originalmente tema da Val~inha do Marajó No. 2
Waldemar Henrique (1905-1995) -
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Tema Teatral - Pág. 2

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Ao Ayres de Andrade

Trem de Alagôas
(1939)
(Descrição de uma viagem de trem pelo interior nordestino - Pernambuco-Alagôas)
Poêma de Ascênso Ferreira Waldemar Henrique (1905-1 CJCJ s:
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Trem de AlagOas · Pág. 5


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Trem de Alagôas- Pág. 7

244
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TREM .DE ALAGOAS


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Música de Waldemar Henrique II


Poema de Ascênso Ferreira
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O sino bate, Vou danado prâ Catende, (3 vezes)
bis
O condutor apita o apito Com vontade de chegar.
Solta o trem de ferro um grito
Põe-se logo a caminhar... Meu Deus, jã deixamos
A praia tão longe,
Vou danado prã Catende, (3 vezes) bis No entanto, avistamos
.. Com vontade de chegar. Bem perto outro- mar .

Mergulham mocambos Danou-sei! Se move


Nos mangues molhados, Se arqueia, faz onda...
Moleques mulatos, ~ um partido de cana
Vêm vê-lo passar. Jã bom de cortá.
Adeus!! Adeus!!
Vou danado prã (atende, (3 vezes) bis
Mangueiras, coqueiros, Com vontade de chegar.
Cajueiros em flor,
Cajueiros com frutos Cana-caiana,
Já bons de chupar. Cana-rôxa, cana-fita,
bis
Cada qual a mais bonita,
\deus, morena do cabê lo cacheado!! I Todas bôas de chupar.

Na boca da mata Adeus, morena do cabê lo cacheado!!!


Há furnas mcriveis
Que em coisas terríveis Alí dorme o Pai da Mata
Nos fazem pensar. Alí é a casa das caiporas.

Alí dorme o Pai da Mata Vou d~nado prá Catende, (3 vezes)


bis
Alí é a casa das caiporas ... Com vontade de chegar.

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245
À Alvaro Maia, Violeta Branca, Cassiano Ricardo, I

Raul Machado e Lygia Estevão de Oliveira

Uirapuru
· Canção Amazônica
Lenda Amazônica ~ 5
(1934) \Valdemar Henrique (1905-1995' -'


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Certa vez de "montaria" Á, á ... Que pegou uirapuru


Eu descia um "paraná" Á, á ... Que caboclo tentador!
O caboclo que remava _,I

Não parava de falá(r) Caboclinho meu amor,


Á, á... Não p~rava de falá(r) Arranja um pra mim
Á, á... Que caboclo falador! Ando "rôxa" prá pegar _)

"Umzinho" assim;
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Me contou do 11 lobishomi" O diabo foi-se embora l

Da mãi-d'água, do tajá, Não quiz me dar --


Disse do jurutahy Vou juntar meu dinheirinho
Que se ri pro luar Prá poder comprar
Á, á... Que se ri pro luar
Á, á ... Que caboclo falador! Mas, no dia que eu comprar ·
O caboclo vai sofrer
Que mangava de visagem Eu vou desassecegar
Que matou surucucu O seu bem-querer
E jurou com pavulagem Á, á... O seu bem-querer
Que pegou uirapuru Á, á... Ora deixa ele prá lá
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Uirapuru - Pág. 3

248
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Uma Canção de Amor
(Fevereiro, 1989)

Versos de João de Jesus Paes Loureiro Waldemar Henrique (1905-1995)

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Uma Canção de Amor - Pág. 4

252

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UMA CANÇAO
Música de Waldemar Henrique
Versos de João de Jesus Paes Loureiro

Uma canção de amor


Para te dar
Uma canção doendo
De tanto amar
Uma canção com asas
Pra te levar
Além da solidão azul do mar
Pra te levar
Àss areias da Praia de Aruarana
Ao luar sem igual de Maiandeua
Ao sol de Marudá
Ao céu de Alter do Chão
r Uma canção boiando
Nas águas do Araguaia
Capaz de inundar teu coração
Uma canção de amor que até possa livrar
Nossa Amazônia da devastação
Uma canção nascendo sua flor
Na derradeira aldeia
Onde o índio ainda for feliz
E pouse um beijo leve em tua boca
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Tão leve como o verso na canção
Tão leve como a luz de teu olhar
Uma canção com pétalas na minha mão
Para te dar, para te dar ...

253
A Arnaldo Rebêllo
Valsinha do Marajó .(N° 1)
Escrita originalmente para violão em 1929

Praia de Matafome à tardinha.


Um violão e uma sau.dade...
Waldemar Henrique {1905-199 ...,
Moderato (saudoso)
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Valslnha do Marajó • Pág. 4


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Quando a lua, tão formosa, tão serena,


Banha de esplendor a praia,
com seus raios sobre o mar!
Uma esteira de luz guia a canoa,
Que na noite constelada, vai singrando o mar!
Eu me lembro de um bravo canoeiro,
Que no mar, seu cativeiro, passa horas a cantar!
O murmúrio vem de tão distante,
Canoeiro errante, teu amor é o mar!

Lembro da jornada alegre matutina,


A canoa parte pequenina,
Num adeus que a própria brisa doce carregou.
Mas triste é quando se aproxima um temporal,
E o canoeiro bravo que partiu ainda não voltou.
Onda, porque choras lágrimas cantantes?
Tuas vagas rolam soluçantes,
Sobre alvura dessas praias cheias de luar,
Escuta aquela voz que vem lâ do infinito,
Canto tão bonito, que parece
Ser do próprio mar!

Quando a lua tão formosa, tão serena,


Banha de esplendor a praia
Com seus raíos sobre o mar!
Uma esteira de luz guia a canoa,
Que na noite constelada, vai singrando o mar! ·
Eu me lembro de um bravo canoeiro,
Que no mar seu cativeiro, passa horas a cantar!
O murmúrio vem de tão distante,
Canoeiro errante, teu amor é o mar!

Valsinha do Marajó - Pág. 5

258
Valsinha do Marajó
(1946)
l ersos de Paulo Waldemar Falcão Waldemar Henrique (1905-1995)
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Valsinha do Marajó - Pág. 5
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Valsinha do Marajó - Pág. 6

264
VALSINHA DO MARAJÓ
Música de Waldemar Henrique
Versos de Paulo Waldemar Falcão

Quando a I ua, tão formosa, tão serena,


Banha de esplendor a praia,
com seus raios sobre o mar!
Uma esteira de luz guia a canoa,
Que na noite constelada, vai singrando o marl
Eu me lembro de um bravo canoeiro,
Que no mar, seu cativeiro, passa horas a cantar!
O murmúrio vem de tão distante,
Canoeiro errante, teu amor é o mar!

lembro da jornada alegre matutina,


A canoa parte pequenina,
Num adeus que a própria brisa doce carregou.
Mas triste é quando se aproxima um temporal,
E o canoeiro bravo que partiu ainda não voltou.
Onda, porque choras lágrimas cantantes?
Tuas vagas rolam soluçantes,
Sobre alvura dessas praias cheias de luar,
Escuta aquela voz que vem lâ do infinito,
Canto tão bonito, que parece
Ser do próprio mar!

Quando a lua tão formosa, tão serena,


Banha de esplendor a praia
Com seus raios sobre o mar!
Uma esteira de luz guia a can.oa,
Que na noite constelada, vai singrando o mar!
Eu me lembro de um bravo canoeiro,
Que no mar seu cativeiro, passa horas a cantar!
O murmúrio vem de tão distante,
Canoeiro errante, teu amor é o mar!

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Violeiro da Estrada
(Tema Popular da Bahia)
(1936)
Waldemar Henrique {1905·1995~
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268
VIOLEIRO DA ESTRADA
Música de Waldemar Henrique

Todo o homem que é vaqueiro,


Vai pro campo vaquejar.
Mas nem todos têm destino de trabalhar.
Eu me agarro na viola
E a viola em mim,
Cada um com sua sorte,
Pois o mundo é assim!

Ó seu moço, me despache


Que mandaram me chamar, (Bis)
Pra cantar na Vila Nova
Adeus! Sabiá...

Não quizera ser ingrato


Com o amor de minha vida,
Mas o triste violeiro
Tem outra lida.
Eu me agarro na viola \

E a viola em mim. '


Meus amigos
Vou embora,
Meu viver é assim!

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JURITÍ
Música de Waldemar Henrique
Poesia de Jorge Hurley

jurití, Jurití, juritíl


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Teu gemido me faz tanto bem.
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,.. jurití, jurití, jurití!
Como tu, vivo eu triste também.

Jurití, jurití, jurití!


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Deus te deu este canto dorido.


Jurití, Jurití, Jurití!
Pro consolo de quem tem sofrido.
jurití,
- Eu, nas cordas do meu violão,
,..
Gêmo a voz do próprio coração,
.....
- Jurití. ..
r

r Jurití, Jurití, Juritíl


Tua flauta é a flauta de Pan.
Jurití, jurití, juritíl
Doce alma de minh'alma irmã
r Jurití,
;- -Quando iremos deixar de gemer?
Só no instante fatal de morrer,
- Jurití...

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Mamãi Preta
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Canção
{1934)
Versos de Paulo MacDowell Waldemar Henrique (1905-199 .. •

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