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Aos meus pais, Kátia e Joel, que se entregaram por inteiro para que
eu pudesse estudar, mesmo quando foi muito difícil. Obrigada!
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Agradecimentos À Deus, que me surpreende com oportunidades maravilhosas,
mesmo quando as circunstâncias não parecem favoráveis. Este
mestrado foi uma delas.
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Resumo Este trabalho consiste na organização da obra para canto solo
do compositor brasileiro Edmundo Villani-Côrtes. Além disso,
será preparado um espetáculo exclusivamente com repertório
deste compositor. A primeira parte consiste na apresentação do
compositor brasileiro, com uma breve biografia e análise de
seu estilo musical. Em seguida, é apresentado o catálogo das
canções por ordem alfabética. Esta organização foi feita partir
da comparação de listas feitas por diversos autores e contato
com a família do compositor. Por fim, é descrito o processo
criativo da elaboração do espetáculo cênico- musical. Além das
canções, a performance conterá interpretação cênica e
declamação de poesia. O eixo temático do recital consiste na
trajetória da vida humana, do nascimento até a morte.
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Abtract This paper intends to organize the work for solo singing by the
Brazilian composer Edmundo Villani-Côrtes. In addition, a recital
with this composer's repertoire will be prepared. The first part
consists of the composer’s presentation with a brief biography and
analysis of his musical style. Then, the songs catalog is displayed in
alphabetical order. This organization was based on the comparison
of lists made by different authors and contact with the composer's
family. Finally, the creative process of the scenic-musical show is
described. In addition to the songs, the performance will have scenic
interpretation and poetry recitation. The recital’s thematic axis
consists of the trajectory of human life, from birth to death.
.
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Índice
1. INTRODUÇÃO ................................................................................ 8
1.1. Contextualização ........................................................................... 8
1.2. Objetivos ........................................................................................ 9
BIBLIOGRAFIA ................................................................................... 55
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
1- INTRODUÇÃO
1.1- Contextualização
A canção de câmara tem ocupado espaço nas salas de concerto de todo o mundo. Ao
se tratar especificamente da canção brasileira, alguns compositores são conhecidos em larga
escala, ao menos em território nacional brasileiro: Heitor Villa-Lobos, Alberto Nepomuceno,
Lorenzo Fernandez e Cláudio Santoro são alguns exemplos. Ao pensar sobre esta pesquisa, a
pergunta que surgiu como ponto de partida foi: Como colaborar de forma efetiva para as
lacunas atuais nos estudos da canção brasileira? Em meio à tantos nomes possíveis, surgiu a
lembrança das canções de Villani-Côrtes. Compositor vivo, de estilo próprio e que, por suas
próprias palavras, não se prende a nenhuma escola específica de composição.
“Nunca pretendi ser um compositor famoso, de uma escola, um gênio da música. O
meu negócio sempre foi escrever o que eu gostava, o que eu achava interessante. Gostei, está
aqui e pronto.” (VILLANI-CÔRTES, 2009)
Tive a oportunidade de conhecer Villani-Côrtes pessoalmente no II Congresso
Internacional de Música da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), em 2019. Nesta
ocasião, pude participar do quarteto vocal solista na estreia mundial da obra sinfônica
“Porquê”. Nesta altura, já conhecia algumas composições do artista, interpretadas pelos
colegas do curso de canto na mesma universidade. Eu não conhecia, entretanto, a vasta lista
de canções do seu repertório. Cantei a obra sinfônica e fiquei impressionada com duas coisas:
A primeira, foi a beleza da obra executada. A segunda, a palestra dada pelo compositor, na
altura as vésperas de completar 90 anos. Suas palavras eram de uma simplicidade tal que
emocionou muitos da plateia. Ele falou sobre a experiência de compor, poesia e a beleza da
vida de forma única e marcante, segundo minha percepção. Esse também foi um dos motivos
que me atraiu para sua obra vocal.
Ao procurar todas as referências possíveis das canções disponíveis, foi inegável uma
identificação pessoal com a linguagem do compositor, que devido à sua trajetória musical,
transita entre a música popular (ligeira) e erudita com a liberdade de quem tem experiência
com ambas as vertentes, como músico e compositor. Em conversa com o professor Lenine
Santos, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, veio a sugestão de elaborar um catálogo
atualizado das canções do compositor, pois o último trabalho publicado deste tipo data de
2006.
De grande contribuição para essas referências foi o acesso ao álbum “Eh vida, Êh
voz”, do barítono brasileiro Lício Bruno acompanhado pela pianista Cláudia Marques. Lício é
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
um cantor com extensa experiência tanto em ópera como em música de câmara, e dedicou seu
mestrado à gravação das obras de Villani-Côrtes. Além das gravações, também deixou um e-
book temático sobre as canções e as escolhas interpretativas, que foram de grande valia para
este trabalho.
A pesquisa aqui apresentada seguiu algumas etapas básicas. Em primeiro lugar, foi
necessária a reflexão sobre a relevância do tema e a justificativa para a escolha do mesmo.
Nesta etapa também foi possível ter clareza dos critérios estabelecidos para a definição do
objeto de estudo, tais como: identificação pessoal com a linguagem musical do compositor e
ausência de um catálogo atualizado de sua obra vocal.
Em seguida, foram traçados os objetivos a serem alcançados: a organização de um
catálogo atualizado das canções e elaboração de um espetáculo cênico-musical original. Para
isto, foi necessária a definição de uma metodologia para a construção do catálogo e de criação
do recital. O critério escolhido para decidir a ordem das canções apresentadas no espetáculo
foi o de relacionar a mensagem do texto com as etapas da vida humana: infância, juventude,
vida adulta e velhice. Além disso, foram selecionados textos e poesias que pudessem traduzir
a mensagem a ser passada: um convite à reflexão sobre a existência e sua finitude, além das
possíveis formas de traçar a própria linha da vida. Para a interpretação satisfatória das
canções, foi importante o estudo e compreensão das características específicas do compositor
em questão, além do conhecimento de sua biografia e trajetória musical. Finalmente, foi feita
a organização da lista de canções com as informações coletadas.
1.2- Objetivos
Os principais objetivos deste trabalho são a organização de um catálogo atualizado
com todas as canções do compositor brasileiro Edmundo Villani-Côrtes e a elaboração de um
espetáculo músico-teatral com parte deste repertório. A pesquisa não teve como objetivo uma
profunda análise teórica das peças e priorizou a compilação e organização das canções e a
montagem de um espetáculo com coesão cênica. Para isso, serão selecionadas exclusivamente
canções deste compositor, de forma a traçar uma narrativa da linha da vida de um indivíduo,
desde o nascimento até a morte. Desta forma, o intuito é contribuir para a divulgação e
acessibilidade dos cantores e do público em geral a um repertório diverso e em alguns casos
ainda pouco conhecido, especialmente no contexto europeu.
Na elaboração do catálogo, houve um esforço para acrescentar, quando possível,
comentários adicionais para facilitar o trabalho dos intérpretes interessados em explorar este
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
repertório. Acredito que tais comentários possam contribuir para um resultado interpretativo
mais rico e satisfatório.
2- ENQUADRAMENTO TEÓRICO
2.1- Edmundo Villani-Côrtes em linhas gerais: Poesia e Música
Para compreensão mais efetiva da proposta do presente trabalho, é importante a
reflexão acerca de características específicas do compositor. Embora valorize a técnica e o
estudo dos compositores que o antecedem, defende a necessidade de algo anterior à técnica de
composição em si: saber a mensagem que se pretende passar. Para ele, a mensagem é a
matéria-prima do fazer musical, antes das notas. Sua relação com a música e encontro com a
composição surgiram exatamente dessa necessidade. Na entrevista gravada para o Duo
Palheta ao Piano (2019) ele explica que às vezes via algo muito belo e não conseguia traduzir
em palavras. Desta forma, descobriu que com os sons conseguiria expressar uma mensagem
que as palavras não eram capazes de traduzir.
É necessário considerar que o compositor possui mais de 300 composições para as
mais diversas formações instrumentais, peças orquestrais, sinfônicas, sonatas, prelúdios, obras
para coro e orquestra, concertos e uma ópera. Villani-Côrtes também acredita que apenas boa
técnica não é suficiente para fazer boa música: também é preciso intuição e sentimento. Em
entrevista cedida ao Grupo Aum, em 2011, ele diz:
“Existem os compositores que são notáveis e geniais pelo intelecto, e de repente a
parte emotiva da música fica assim... prejudicada pelo excesso de intelecto. Então eu
admiro os caras com inteligência, com trabalho, com produtividade. Mas existem
alguns outros músicos que a emoção e o valor estético que eles passam quando
compõem a música superam o intelecto. Mas o intelecto deles existe. Eu acho que na
hora em que você faz uma música, principalmente um trabalho assim mais amplo tipo
uma sinfonia, um concerto, uma sonata, uma peça mais ampla, você tem o seu
concentração são importantíssimos. Mas se você faz só isso fica só isso. Pra ser
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
completa a obra tem que ter isso junto com a emoção, junto com a beleza, junto com o
O compositor também destaca que outro fator notório em sua obra: a ligação e
admiração pela natureza. O desenho das nuvens no céu em dias de verão, a água, as ondas,
dos rios, do vento e suas sensações são, segundo ele, uma das maiores fontes de inspiração
para suas composições.
Sua forma de compor traça um diálogo entre a música popular brasileira e a música de
tradição erudita. Talvez seja porque ao longo de sua carreira como músico transitou entre os
dois mundos, já que acompanhou ao piano cantores da música popular brasileira e foi
arranjador musical em programas de TV e não limitou seu conhecimento a uma determinada
linguagem ou escola de composição.
Em relação as canções, outra característica é que muitas delas contém versos da
autoria do próprio compositor. Ele comenta sobre isso em sua entrevista cedida ao cantor
Lício Bruno (2014):
“Existe uma coisa que já ouvi em algumas palestras de compositores, que falam a
falaram: “Quando você for compor uma canção, leia o texto detalhadamente, observe
todos os detalhes e veja tudo que o autor do texto quis dizer, pra que você possa fazer
uma música adequada a esse texto”. Todos eles partem daí! E todas as vezes que ouvia
essas palestras, eram pessoas de grande nome e grande sabedoria, eu ficava quieto.
Mas aqui com meus botões: as canções? Isto pode ser feito de várias maneiras! Tenho
canções que fiz a música e o poeta fez a letra depois da música pronta, entendeu? Eu
tenho canções que fiz letra e música juntas, música inspirava letra e vice-versa! E eu
achei interessante que nenhuma dessas pessoas que falaram sobre isso ou que costuma
falar, fazer até masterclasses, parece que não pensam nisso. Parece que o Schumann,
por exemplo, nunca fez letra. Ele usou poetas, mas ele mesmo não fez. O próprio
Schubert também, não me consta que ele tenha feito. Não me consta que o Beethoven
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
também tenha feito uma letra, ele pegou poesia de poetas. Como esses grandes vultos
da música nunca fizeram isso, as pessoas acham que não é assim que é feita a música!
Sua forma de compor vem através da experiencia prática de fazê-lo pois desde jovem,
antes mesmo do conhecimento teórico musical já o fazia. Muito embora ele reconheça a
importância desse estudo formal, ideologicamente percebe-se uma certa liberdade em não se
ater a regras pré-determinadas ou à necessidade de ser completamente novo.
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
estreou, junto à orquestra filarmônica da cidade, seu Concerto nº 1 para Piano e Orquestra, no
Cine teatro central da cidade, sob regência do violinista vienense Max Geffer. Nessa época
cursou a faculdade de direito, mas nunca chegou a exercer esta profissão.
Durante a década de 60 mudou-se para São Paulo e estudou piano com José Kliass,
russo radicado no Brasil. Neste período, foi aluno de composição de Camargo Guarnieri, um
compositor representativo do nacionalismo musical brasileiro e que se associou ao poeta
Mário de Andrade e aos ideais modernistas, numa época em que buscava-se construir uma
identidade nacional cultural no Brasil (Enciclopédia Itaú Cultural, 2019). Nesta mesma época,
Villani-Côrtes desenvolvia um intenso trabalho como arranjador em trilhas sonoras e jingles,
ao mesmo tempo em que atuava como pianista nas Orquestras de Osmar Milani e Luiz Arruda
Paes.
Teve a oportunidade de acompanhar a então famosa cantora Maysa Matarazzo em
turnê pela Argentina e Uruguai e devido à este convite e dificuldades financeiras, precisou
parar os estudos com Camargo Guarnieri. De toda forma, outros caminhos foram abertos
nesse sentido pois também fez turnês internacionais juntamente com o cantor Altemar Dutra,
no ano de 1968.
Entre as décadas de 70 e 80, escreveu mais de 600 arranjos para as orquestras da
extinta TV Tupi de São Paulo e da TV Globo do Rio de Janeiro. Foi pianista do grupo
musical do conhecido programa de TV “Jô Soares Onze e Meia” de 1988-1991 e também
regente da Orquestra Jazz Sinfônica de São Paulo entre 1990 e 1991. (COELHO, 2006)
Em 1973, ingressou na Academia Paulista de música como professor de Harmonia
Funcional, e posteriormente, arranjo e improvisação.
É interessante notar que, nesta época, o compositor também estudou com Hans
Joachim Koellreutter, compositor alemão que viveu no Brasil e instaurou a música atonal
dodecafônica e foi mentor dessa nova escola de composição, considerada contrária ao que
havia até então.
Interessante é perceber que Villani-Côrtes diz que apesar de utilizar elementos de
ambas as escolas, não se considera representante de nenhuma das duas:
“Comigo não tem isso de vou compor na escola tal. Eu não tenho fase. Aliás, não
consigo entender isso de fase, escola, etc. Você usa a ideia de acordo com o gosto,
intenção, etc. Ficar aguilhoado a uma coisa só não faz sentido. Mas acho que a gente
acaba tendo algum envolvimento ideológico sim. Quando estudei com o Camargo
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
Guarnieri, fiquei mais influenciado pelo estilo dele, nacionalista. Quando estudei com
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
3- O Catálogo de Canções
3.1- A metodologia utilizada
Para realização deste trabalho, foi realizada uma coleta de textos em sites, livros, teses
de mestrado, doutoramento e artigos publicados acerca da vida e obra de Edmundo Villani-
Côrtes. Além disso, foi realizada uma pesquisa de referências das canções gravadas
disponíveis e entrevistas com o compositor, tanto escritas (transcrições em teses) como em
vídeos.
Em relação ao catálogo em si, foi feita uma análise comparativa entre várias fontes
que listavam sua obra. A partir dessas comparações foi criada uma lista, mais completa com
todo o seu cancioneiro. Também foram consultados trabalhos com análises das partituras de
Villani-Côrtes para canto, além de catálogos musicais em diversos modelos. Entre todos os
apresentados, a escolha foi em elaborar uma lista das noventa e uma canções com as seguintes
informações: Título, data e local da composição (quando possível), nome do poeta e breve
apresentação do mesmo e algum comentário adicional, quando houver. Não foi possível
recolher todas as informações sobre a totalidade das canções, sendo algumas delas listadas
apenas o título.
Para a criação do espetáculo músico-teatral, em primeiro lugar foi feita uma análise de
todas as partituras e gravações das canções disponíveis. A partir disto, foi feita uma seleção
das canções a serem apresentadas, levando em conta a tessitura, linha melódica, caráter
expressivo e temática. As canções foram agrupadas de forma que pudessem se relacionar com
quatro etapas da vida de um indivíduo: infância, juventude, vida adulta e velhice.
Ao longo do curso foram coletados textos e poesias que se relacionassem com a
mensagem a ser passada, que tem por objetivo levar o espectador uma reflexão acerca da
trajetória da vida humana. Um trecho do capítulo três do livro bíblico de Eclesiastes e do
poema “Vida-ateliê”, da poetisa brasileira Elisa Lucinda, foram os primeiros textos a serem
escolhidos, antes mesmo da consolidação da ideia da construção de uma espécie de “linha da
vida”. A partir deles delineou-se essa possibilidade e as canções se encaixaram com facilidade
dentro da temática.
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
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TÍTULO DA CANÇÃO: A Conversão de São Paulo
Sem informações adicionais
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TÍTULO DA CANÇÃO: A felicidade
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 2020
POETA: Edmundo Villani-Côrtes
COMENTÁRIO ADICIONAL: Composta a pedido do barítono brasileiro Lício Bruno, para
um projeto pessoal
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TÍTULO DA CANÇÃO: A Guitarra é um poço sem fundo
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 2018
POETA: Santiago Montobbio (tradução de Ester de Oliveira)
Santiago Montobbio é um poeta espanhol nascido em 1966 e obteve o reconhecimento de
autores ilustres por seu livro “Hospital de Inocentes” (Madrid, 1989)
(https://www.atelie.com.br/publicacoes/autor/santiago-montobbio/)
LINK DE GRAVAÇÃO: https://www.youtube.com/watch?v=lpPR84CSRP0
4
TÍTULO DA CANÇÃO: A Saudade
LOCAL: Juiz de Fora
DATA DA COMPOSIÇÃO: 1961
POETISA: Geralda Armond
Geralda Armond (1913-1980) foi diretora do Museu Mariano Procópio (Minas Gerais, Brasil)
e durante sua gestão implementou ações educativas centradas no nacionalismo. Trabalhou
pela defesa da continuidade institucional e sustentação material do museu. (COSTA, 2013)
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
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TÍTULO DA CANÇÃO: Alma da Natureza
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 1991
POETA: Júlio Bellodi
Júlio Bellodi é o principal parceiro musical de Edmundo Villani-Cortes. Bacharel em
composição e regência (direção musical) e mestre em música pela UNESP (Universidade
Estadual de São Paulo). Além de poeta também é arranjador, instrumentista e professor de
harmonia, percepção e teoria musical.
LINK DE GRAVAÇÃO: https://www.youtube.com/watch?v=hMGuiYFv8l4
6
TÍTULO DA CANÇÃO: Alma Minha
DATA DA COMPOSIÇÃO: 2009
POETA: Luis Vaz de Camões
Luiz Vaz de Camões nasceu no ano de 1524. Considerado um dos principais escritores da
literatura portuguesa, autor da célebre obra “Os Lusíadas”, um poema épico do classicismo
português. Suas obras são marcadas pelo bucolismo, amor e mulher idealizados e referências
greco-latinas. (https://www.portugues.com.br/literatura/vida-luis-vaz-camoes.html)
LINK DE GRAVAÇÃO: https://www.youtube.com/watch?v=Vy1x0YYFDyY
7
TÍTULO DA CANÇÃO: Ave Maria
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 1996
POETA: texto original
LINK DE GRAVAÇÃO: https://www.youtube.com/watch?v=bcLTHl2cWv4
8
TÍTULO DA CANÇÃO: Baile Imaginário
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 1990
POETA: Júlio Bellodi (informações sobre este poeta no número 5)
LINK DE GRAVAÇÃO: https://www.youtube.com/watch?v=xaqJvct0lc0
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
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TÍTULO DA CANÇÃO: Balada dos 15 min
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: letra em 1991 e música em 1988
POETA: Júlio Bellodi (informações sobre este poeta no número 5)
LINK DE GRAVAÇÃO: https://www.youtube.com/watch?v=jio1fAhUKks
COMENTÁRIO ADICIONAL: versão original para saxofone e piano
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TÍTULO DA CANÇÃO: Brisa
DATA DA COMPOSIÇÃO: 2008
Vocalise – Não há texto
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TÍTULO DA CANÇÃO: Caminheiro e a sombra
DATA DA COMPOSIÇÃO: 2018
POETA: Paulo Bomfim
Nascido em 1926 na cidade de São Paulo, Paulo Bomfim foi integrante da academia Paulista
de Letras. Criado na casa dos avós, ambiente que lhe proporcionou contato com as principais
personalidades do movimento modernista no Brasil, como por exemplo, Heitor Villa-Lobos e
Mário de Andrade. Em 1947 publicou seu primeiro livro, “Antônio Triste”, com ilustrações
de Tarsila do Amaral e já com esta estreia recebeu o “Prêmio Olavo Bilac”, concedido pela
Academia Brasileira de letras (ABL). Em 1991 recebeu o título de “Príncipe dos Poetas
Brasileiros”, concedido pela revista Brasília. O poema dessa canção, “Caminheiro e a
sombra”, foi o primeiro poema publicado do autor, composto quando tinha apenas doze anos
de idade. Faleceu em 2019, aos 92 anos. (https://revistapb.com.br/geral/o-principe-dos-
poetas/)
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TÍTULO DA CANÇÃO: Canção da Indiazinha
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 1987
POETISA: Cecília Meireles
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
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TÍTULO DA CANÇÃO: Canção da Menina Triste
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 1963
POETA: Edmundo Villani-Côrtes
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TÍTULO DA CANÇÃO: Canção de Carolina
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 1990
POETA: Edmundo Villani-Côrtes
COMENTÁRIOS ADICIONAIS: O livro “Ê vida, ê voz” (ARAÚJO, 2022) traz a citação
de Edmundo Villani-Côrtes a explicar o contexto de composição desta canção:
“Na maternidade em que a Carolina nasceu [sua neta, já adulta e mãe de um menino],
era costume se fazer um vídeo, e queriam uma música para fundo musical. Como o
nome dela era Carolina, queriam colocar a [canção] Carolina, do Chico Buarque.
Então, pensei comigo mesmo: – “Carolina, com seus olhos fundos, guarda tanta dor, a
dor maior deste mundo...”.[- Villani-Côrtes cantarolando grosso modo a canção]. Eu?!
Ia deixar, para minha neta uma letra dessas? Muito bem feita, mas não pra minha neta!
Então, falei: – “Vou fazer uma música! – e falei com o Julio Bellodi: – “Tem que fazer
uma letra que seja adequada para minha neta! Por incrível que pareça... Essa letra, se
2014)
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
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TÍTULO DA CANÇÃO: Cantareira
DATA DA COMPOSIÇÃO: 2007
POETISA: Mônica Côrtes
Sobrinha de Villani-Côrtes e fotógrafa de profissão, teve algumas de suas poesias
transformadas em canção.
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TÍTULO DA CANÇÃO: Carta de Renúncia de Jânio Quadros
DATA DA COMPOSIÇÃO: 2001
POETA: texto original da carta histórica do ex-presidente brasileiro
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TÍTULO DA CANÇÃO: Carta testamento de Getúlio Vargas
DATA DA COMPOSIÇÃO: 2001
POETA: texto origina da carta histórica do ex-presidente brasileiro.
LINK DE GRAVAÇÃO: https://www.youtube.com/watch?v=XJY9YT35RzQ parte 1
https://www.youtube.com/watch?v=i9AVogDbssQ parte 2
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TÍTULO DA CANÇÃO: Casulo
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 1992
POETA: Júlio Bellodi
LINK DE GRAVAÇÃO: https://www.youtube.com/watch?v=iu88r5FwtgU
COMENTÁRIO ADICIONAL: Canção originalmente composta para um aluno de
composição de Villani-Côrtes, que tinha problemas motores e se apaixonou por uma moça.
Ele se via impedido de de declarar sua afeição e pediu ao Júlio Bellodi pra escrever um poema
que ele faria a música mas não conseguiu. Villani então tomou para si tal incumbência, de
compor sobre o tema de um amor não correspondido. (ARAÚJO, 2022)
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
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TÍTULO DA CANÇÃO: Choro Urbano
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: letra em 1991 e música em 1979
POETA: Júlio Bellodi (informações sobre este poeta no número 5)
LINK DE GRAVAÇÃO: https://www.youtube.com/watch?v=qx9Rj6cW4QI
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TÍTULO DA CANÇÃO: Cântico XXV - Ciclo Cecília Meireles - nº 1
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 23 de julho de 1988
POETISA: Cecília Meireles
LINK DE GRAVAÇÃO: https://www.youtube.com/watch?v=9F3RGb2GAAU
21
TÍTULO DA CANÇÃO: Do caçador feliz - Ciclo Cecília Meireles - nº 2
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 1987
POETISA: Cecília Meireles
LINK DE GRAVAÇÃO: https://www.youtube.com/watch?v=R_29Kc8r5pQ&t=55s
22
TÍTULO DA CANÇÃO: Imaginária Serenata - Ciclo Cecília Meireles - nº 3
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 20 de julho de 1987
POETISA: Cecília Meireles
LINK DE GRAVAÇÃO: https://www.youtube.com/watch?v=T3TQ8tbhF3g
23
TÍTULO DA CANÇÃO: Da música de Maria Ifigênia - Ciclo Cecília Meireles - nº 4
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 1987
POETISA: Cecília Meireles
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
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TÍTULO DA CANÇÃO: Motivo - Ciclo Cecília Meireles - nº 5
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 7 de junho de 1985
POETISA: Cecília Meireles
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TÍTULO DA CANÇÃO: Confissão
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 1979
POETA: Edmundo Villani-Côrtes
LINK DE GRAVAÇÃO: https://www.youtube.com/watch?v=izJEn02I6r8
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TÍTULO DA CANÇÃO: Confissões
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 1982
POETA: Laerte Freire
27
TÍTULO DA CANÇÃO: De bem com a vida
DATA DA COMPOSIÇÃO: 2019
POETA: desconhecido
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TÍTULO DA CANÇÃO: Enlevo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 2010
POETISA: Deise Trebitz
Pianista clássica de formação, estudou composição com Rachel Peluso, Rosemary Mantovani
e Edmundo Villani-Côrtes
https://www.boqnews.com/etc/a-pianista-denise-trebitz-e-a-atracao-do-proximo-musica-
vinho-na-pinacoteca/
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
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TÍTULO DA CANÇÃO: Espelhos
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 13 de março de 2004
POETISA: Mônica Côrtes (informações sobre esta poetisa no número 15)
LINK DE GRAVAÇÃO: https://www.youtube.com/watch?v=TGx10cxchO4
COMENTÁRIO ADICIONAL: O compositor conta que já tinha tentado musicar estes
versos porém sem êxito. Um dia, ao se olhar no espelho, enquanto fazia a barba, veio a
inspiração, como que em uma brincadeira. (VILLANI-CÔRTES, 2013). A canção tem leveza
e melodia simples, remete à algo infantil.
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TÍTULO DA CANÇÃO: Eterna Música
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 1991
POETA: Júlio Bellodi (informações sobre este poeta no número 5)
LINK DE GRAVAÇÃO: https://www.youtube.com/watch?v=iHDFDsVpTxk
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TÍTULO DA CANÇÃO: Fonte Eterna
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 1975
POETA: Laerte Freire
LINK DE GRAVAÇÃO: https://www.youtube.com/watch?v=Ek2ZOjEjLgs
32
TÍTULO DA CANÇÃO: Júlia
DATA DA COMPOSIÇÃO: 2007
POETA: Edmundo Villani-Côrtes
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TÍTULO DA CANÇÃO: Minha Saudade
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 9 de janeiro de 2003
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
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TÍTULO DA CANÇÃO: Modinha da Moça de Antes
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 9 de março de 1994
POETA: Luciano Garcez
Maestro, compositor, dramaturgo e poeta nascido em 1972 na cidade de São Paulo, Brasil. É
mestre em Composição e Poesia pela UNESP e UNIRIO.
(https://www.divulgaescritor.com/products/luciano-garcez-entrevistado/)
LINK DE GRAVAÇÃO: https://www.youtube.com/watch?v=aIEI3C4pOj0
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TÍTULO DA CANÇÃO: Monólogo do Índio
DATA DA COMPOSIÇÃO: 2007
POETA: Thiago de Mello
Poeta Amazonense nascido em 1926 e reconhecido como ícone da literatura regional. Sempre
foi um engajado nas causas sociais, especialmente a preservação da floresta amazônica,
temática indígena e preservação dos direitos humanos. Sofreu exílio na época da ditadura
militar no Brasil. Recebeu o prêmio Olavo Billac da Academia Brasileira de Letras e duas
vezes o prêmio Jabuti de literatura (1997 e 2002). Neste poema em especial, denuncia como
os indígenas passaram por um período de aculturação cultural, sendo obrigados a renunciar
sua história e tradições, dentro de uma cultura que não lhes pertencia. (MEDEIROS, 2019)
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TÍTULO DA CANÇÃO: Na sua ausência
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 1979
POETA: E. Villani-Côrtes
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
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TÍTULO DA CANÇÃO: O passarinho da Praça Matriz
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 1994
POETA: E. Villani-Côrtes
LINK DE GRAVAÇÃO: https://www.youtube.com/watch?v=9izqtMmjV44
38
TÍTULO DA CANÇÃO: O Tesouro
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 1980
POETA: E. Villani-Côrtes
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TÍTULO DA CANÇÃO: Oferenda
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 4 de janeiro de 1999
POETA: João da Cruz
Santo católico (1540-1591), nascido em Ávila, na Espanha e considerado padroeiro dos
místicos e dos poetas. (https://snpcultura.org/sao_joao_cruz_padroeiro_misticos_poetas.html)
LINK DE GRAVAÇÃO: https://www.youtube.com/watch?v=45Zw-b17pA0
40
TÍTULO DA CANÇÃO: Oração de São Francisco
DATA DA COMPOSIÇÃO: 2010
POETA: Texto original
41
TÍTULO DA CANÇÃO: Ouvir Estrelas
DATA DA COMPOSIÇÃO: 2019
POETA: Olavo Bilac
Olavo Bilac tem lugar de destaque na literatura brasileira, como dos mais típicos e perfeitos
representantes do Parnasianismo brasileiro. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de
Letras, além de jornalista, poeta e inspetor de ensino. Nasceu no Rio de Janeiro, em 16 de
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
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TÍTULO DA CANÇÃO: Pai Nosso
DATA DA COMPOSIÇÃO: 2001
POETA: texto original
LINK DA GRAVAÇÃO: https://www.youtube.com/watch?v=kk9POb_7NoA
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TÍTULO DA CANÇÃO: Papagaio Azul
LOCAL: Juiz de Fora
DATA DA COMPOSIÇÃO: 1961
POETA: Edmundo Villani-Côrtes
LINK DE GRAVAÇÃO: https://www.youtube.com/watch?v=eF1aoIZhplA
44
TÍTULO DA CANÇÃO: Para sempre
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: letra em 1998 e música em 1978
POETA: Edmundo Villani-Côrtes
LINK DE GRAVAÇÃO: https://www.youtube.com/watch?v=0qTYwyPvTsI
COMENTÁRIO ADICIONAL: (tema original do prelúdio das Cinco Miniaturas
Brasileiras)
45
TÍTULO DA CANÇÃO: Para você, por mim
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: Janeiro de 2004
POETA: Itagiba Kuhlmann
Não foram encontradas muitas referências acerca deste poeta, exceto a que está no livro Eh
vida e voz, de Lício Bruno (2016), num trecho de transcrição de um entrevista realizada com
Villani-Côrtes:
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
“Tive um aluno que o pai dele era poeta. “Seu pai é poeta, me mostra escondido uma
poesia dele que eu vou fazer uma música. Numa palestra, convidei uma cantora: -
“Muitas vezes você pega uma poesia e faz música. Mas muitas vezes você faz uma
música e a pessoa faz uma poesia em cima. Vamos cantar uma música aqui e vamos
aluno, o Itagyba Kuhlmann, na platéia. Ele teve um susto! [rindo] - “Mas essa letra eu
conheço! Acho que é minha, será que plagiei de alguém?”Ele ficou apavorado [rindo].
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TÍTULO DA CANÇÃO: Pela janela
DATA DA COMPOSIÇÃO: 2005
POETISA: Mônica Martines
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TÍTULO DA CANÇÃO: Poema
LOCAL: Juiz de Fora
DATA DA COMPOSIÇÃO: 1962
POETA: Afonso Romano de Sant`Anna
Poeta brasileiro de Minas Gerais, casado com a escritora e artista plástica Marina Colassanti.
Durante o período da ditadura militar publicou nos principais jornais do país poemas
relacionados a vida política de seu tempo. Presidiu a Fundação Biblioteca Nacional entre
1990 até 1996 e durante este período procurou implantar uma política de leitura no país.
(https://grupoeditorialglobal.com.br/autores/lista-de-autores/biografia/?id=302)
48
TÍTULO DA CANÇÃO: Poranduba, Ópera. - Ária de Jurupaí (Se minha mãe soubesse)
DATA DA COMPOSIÇÃO: 2007
POETISA: Libreto de Lúcia Góes
Autora do libreto da única ópera de Villani-Côrtes, “Poranduba”. Professora da USP com uma
longa e premiada trajetória como autora de livros infanto-juvenis.
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
(https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1905200720.htm)
COMENTÁRIO ADICIONAL: De acordo com a coluna de Irineu Franco Perpétuo para o
Jornal Folha de São Paulo (2007), a idéia da composição de uma ópera para a história
indígena de “Poranduba” foi da própria poetisa. Ela procurou Osvaldo Lacerda para tal tarefa
mas como ele recusou por não ter condições de trabalhar no projeto na altura, indicou Villani-
Côrtes, que aceitou a encomenda. A ópera começou a ser composta em 1995 e em 1997 foi
finalizada a partitura para canto e piano. A estréia só ocorreu em 2007, no Festival Amazonas
de Ópera, em Manaus.
49
TÍTULO DA CANÇÃO: Poranduba, Ópera- Ária de Ceucy
DATA DA COMPOSIÇÃO: 1995
POETISA: Libreto de Lúcia Góes (informações sobre a autora no número 48)
LINK DE GRAVAÇÃO: https://www.youtube.com/watch?v=46uQKrXDxOE
50
TÍTULO DA CANÇÃO: Poranduba, Ópera - Raiou o dia
DATA DA COMPOSIÇÃO: 1997
POETISA: Libreto de Lúcia Góes (informações sobre a autora no número 48)
51
TÍTULO DA CANÇÃO: Poranduba: Não viveu quem não ficou
POETISA: Libreto de Lúcia Góes (informações sobre a autora no número 48)
52
TÍTULO DA CANÇÃO: Prefiro
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: Setembro de 2002
POETA: Itagiba Kuhlmann (informações sobre o poeta no número 45)
LINK DE GRAVAÇÃO: https://www.youtube.com/watch?v=QEaWBUJyhcI
53
TÍTULO DA CANÇÃO: Quando eu morrer
LOCAL: São Paulo
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
folclorista e ativista cultural brasileiro .Seu estilo literário foi inovador e marcou a
(1922).”(https://www.todamateria.com.br/mario-de-andrade/)
54
TÍTULO DA CANÇÃO: Renascença
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 1979
POETA: Edmundo Villani-Côrtes
LINK DE GRAVAÇÃO: https://www.youtube.com/watch?v=eNC2QJqU1Ws
55
TÍTULO DA CANÇÃO: Restituo estas chaves
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 26 de fevereiro de 2002
POETA: Carlos Drummond de Andrade
É considerado um dos mais influentes poetas brasileiros do século XX. Nascido em 1902, em
Minas Gerais, fez parte da segunda geração do modernismo. Deixou uma vasta obra de
poesias, além de prosas, contos e literatura infantil. Um de seus poemas mais conhecidos é
“No meio do caminho”. Ele foi publicado na Revista de Antropofagia de São Paulo em 1928.
Na época, foi considerado um dos maiores escândalos literários do Brasil
(https://www.todamateria.com.br/carlos-drummond-de-andrade/)
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TÍTULO DA CANÇÃO: Retrato d`alma
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 2 de outubro de 2001
POETISA: Mônica Côrtes (informações sobre a autora no número 15)
57
TÍTULO DA CANÇÃO: Rua Aurora
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 9 de agosto de 1993
POETA: Mário de Andrade (informações sobre a autora no número 53)
LINK DE GRAVAÇÃO: https://www.youtube.com/watch?v=2sc9Cydj6ig
58
TÍTULO DA CANÇÃO: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 1990
POETA: Júlio Bellodi (informações sobre este poeta no número 5)
LINK DE GRAVAÇÃO: https://www.youtube.com/watch?v=HimEVBx4Iz0
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TÍTULO DA CANÇÃO: Saudade
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 1963
POETA: Edmundo Villani-Côrtes
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TÍTULO DA CANÇÃO: Se procurar bem
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 1 de março de 2002
POETA: Carlos Drummond de Andrade (informações sobre este poeta no número 55)
LINK DE GRAVAÇÃO: https://www.youtube.com/watch?v=Ffkve03J5RE
COMENTÁRIO ADICIONAL: o convite para compor esta canção surgiu em ocasião do
aniversário da morte do poeta Carlos Drummond de Andrade (VILLANI-CÔRTES, 2013)
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
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TÍTULO DA CANÇÃO: Sem nome
DATA DA COMPOSIÇÃO: 2002
POETISA: Mônica Côrtes (informações sobre esta poetisa no número 15)
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TÍTULO DA CANÇÃO: Sequência
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 1991
POETISA: Marília Freidenson
Na revista digital de Estudos judaicos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG),
encontrei informações sobre esta poetisa. Autora do livro de poemas “Sequência”, nasceu em
1940 em São Paulo e foi diretora de História oral do Arquivo Histórico Judaico Brasileiro.
Organizou um projeto de pesquisa para relatar a história da imigração judaica para São Paulo.
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TÍTULO DA CANÇÃO: Seu olhar
LOCAL: Juiz de Fora
DATA DA COMPOSIÇÃO: 1956
POETA: Edmundo Villani-Côrtes
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TÍTULO DA CANÇÃO: Sina de Cantador
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 1990
POETA: Júlio Bellodi
LINK DE GRAVAÇÃO: https://www.youtube.com/watch?v=C379szCFuj0
COMENTÁRIO ADICIONAL: Esta canção foi composta devido ao intuito do compositor
de participar de um festival de música sertaneja em uma emissora de TV brasileira (SBT).
“Eu fiz essa música [para um festival de música sertaneja no SBT] e entreguei pro
Julio [Julio Bellodi16 sugeriu a parceria como letrista nesta canção a ser composta por
Villani-Côrtes pro festival]. Fiz a música primeiro, depois o Julio fez essa le tra muito
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
bem feita! Ela não foi nem classificada! [...] Houve [outro] festival de música regional
nem escolhida pra entrar no festival. [...] Um dos segredos que a gente tem na vida pra
conseguir as coisas é a gente trabalhar. Então eu trabalho muito! Acabei fazendo uma
versão disso [esta versão para canto e piano], não sei porque nem pra onde. E a música
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TÍTULO DA CANÇÃO: Só o amor ficou
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 1962
POETA: Edmundo Villani-Côrtes
LINK DE GRAVAÇÃO: https://www.youtube.com/watch?v=x9zZxj6FpQs
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TÍTULO DA CANÇÃO: Tuas mãos
DATA DA COMPOSIÇÃO: 1957
POETA: desconhecido
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TÍTULO DA CANÇÃO: Valsa
DATA DA COMPOSIÇÃO: 2018
POETA: Paulo Bonfim (informações sobre este poeta no número 11)
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TÍTULO DA CANÇÃO: Valsinha de Roda
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 1979
POETA: Edmundo Villani-Côrtes
LINK DE GRAVAÇÃO: https://www.youtube.com/watch?v=w6eROO6gTzg
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
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TÍTULO DA CANÇÃO: Vento Serrano
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 9 de setembro de 2000
POETA: Francisco Moura Campos
Francisco Moura nasceu em Botucatu, São Paulo. Paralelamente à atividade como
engenheiro, foi editor de poesia e lançou vários poetas pela Editora Metrópolis,
Foi diretor da União Brasileira de Escritores (SP) e durante trinta e cinco anos participou
ativamente da vida cultural de São Paulo, ministrando oficinas de poesia, palestras, saraus e
jurado de concursos literários. Publicou dez livros de poesia.
(https://www.amigosdolivro.com.br/2019/02/saudade-do-poeta-francisco-moura-
campos.html)
LINK DE GRAVAÇÃO: https://www.youtube.com/watch?v=FkqEVYvQohQ
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TÍTULO DA CANÇÃO: Vocalise
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 1978
POETA: sem texto
LINK DE GRAVAÇÃO: https://www.youtube.com/watch?v=kiWYbl4UY2Q
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TÍTULO DA CANÇÃO: Vocalise nº2
POETA: sem texto
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TÍTULO DA CANÇÃO: Você
LOCAL: Juiz de Fora
DATA DA COMPOSIÇÃO: 21 novembro de 1956
POETA: Edmundo Villani-Côrtes
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
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TÍTULO DA CANÇÃO: Você não sabe
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 7 de outubro de 2002
POETA: Curt Côrtes
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TÍTULO DA CANÇÃO: Volta
LOCAL: São Paulo
DATA DA COMPOSIÇÃO: 1979
POETA: Edmundo Villani-Côrtes
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
interpreta, com diferentes percepções e sentimentos. Dessa forma, o intérprete tem liberdade
para usar da imaginação desde que seja capaz de justificar o caminho interpretativo escolhido.
Foi seguindo esta linha de raciocínio que o recital foi elaborado. A imaginação foi sem
dúvida, um elemento importante para “costurar” a narrativa de canções que foram compostas
de forma independente e tentar trazer uma coesão cênica ao longo do espetáculo.
O desejo de unir cena à música veio de minha experiência com estudos de teatro. Tive
a oportunidade de fazer um curso de Preparação para Atores há alguns anos, que na altura me
forneceu subsídios técnicos, práticos e teóricos para estar em cena. O estudo de grandes
dramaturgos como Constantin Stanislavski (1863 – 1938), Jerzy Grotowski (1933-1999),
Bertold Brecht (1898 – 1956), Antonin Artaud (1896 – 1948), entre outros, embora não
tenham sido revisitados especificamente para a ocasião desta pesquisa, certamente
contribuíram para o interesse em acrescentar um caráter cênico a um espetáculo que poderia
ser puramente musical.
Musicalmente, o principal desafio foi adequar a emissão vocal para este tipo de
repertório. Apesar do canto em português possibilitar a identificação imediata com o texto,
não possui, a meu ver, um aspecto facilitador no que diz respeito à técnica. Em primeiro
lugar, a maioria das canções foram escritas para o registro de soprano e por isso foi necessário
fazer a adaptação para o registro de mezzo-soprano. No entanto, o próprio compositor já
expressou que não se incomoda com a transposição dos tons:
“Villani compõe a maioria de suas canções para uma região médio-aguda, confortável
para soprano, tenor e barítonos líricos, mas ele não oferece resistência a transpor uma
canção se pensar que a nova tonalidade tem poder expressivo. O importante para ele é
que haja entrega, que o cantor saiba exatamente que sentimentos devem ser expressos”
(SILVA, 2012)
De toda a forma, o resultado estético não fica apropriado se o repertório for abordado
com uma emissão não impostada, como a utilizada na música popular brasileira. Em
contrapartida, também soa demasiado exagero uma emissão completamente impostada e
operística. O caminho escolhido foi a intercessão entre os dois extremos: a impostação vocal
lírica com clareza do texto e da emissão, com som predominantemente mais suave (salvo
algumas exceções) e sem vibratos excessivos. Como na maioria das artes, o resultado
almejado é aquele que pareça mais natural e sem esforço. Sobre esse assunto, Luciano Simões
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
antiga italiana) para canções tão leves e sincopadas. Tanto técnicas crossover como o
usadas na bossa nova ou MPB não se adaptam bem a este tipo de canção de câmara.
Ainda o ideal é partir do cantor lírico que seja flexível o suficiente para adaptar sua
predomínio da ativação dos músculos crico-tireóideos). O cantor que quer ser um bom
intérprete de canções de Villani deve ser maleável, flexível e inteligente. Deve haver
controle sobre o vibrato excessivo, sobre a cor muito escura associada com ópera, com
ressonância mais clara e frontal, sem por isso perder qualidade. Dependendo do estilo,
o cantor também pode variar seu timbre. Canções de caráter mais romântico,
descendentes da modinha, podem ter uma cor mais cheia, enquanto ritmos claramente
populares como xaxado ou samba devem ter articulação muito clara” (SILVA, 2012)
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Papagaio Azul
Vai meu papagaio azul
Vai, sobe para o céu
E vê se traz pro meu coração
Uma nova ilusão
Ao som do Prelúdio número 4, será declamada a Poesia “Convite”, de José Paulo Paes.
Convite
Poesia
é brincar com palavras
como se brinca
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
As palavras não:
quanto mais se brinca
com elas
mais novas ficam.
(PAES, José Paulo. Poemas para brincar. São Paulo: Ática, 2011)
2- A segunda canção será “Valsinha de Roda”, também com versos do próprio compositor:
Duração aproximada:2’55’’
Tom original: Dó menor
Tom executado: Si menor
Compasso: Ternário
Valsinha de Roda
Num brinquedo de rodar pião
Foi que eu peguei a tua mão
Teu olhar espantado me deixou calado e percebi
que amar eu aprendi.
E o pião girou então, bem semelhante ao mundo de nós dois.
Tantas voltas ele deu que até se perdeu
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
A interpretação escolhida para esta canção são as lembranças que guardamos do tempo
de criança: as brincadeiras com pião e a descoberta de um primeiro amor, totalmente puro e
ingênuo. O compasso ternário neste cenário remete ao lúdico e à espontaneidade de uma
dança infantil.
3- Após o vídeo com apresentação do compositor, encerra-se a fase ‘infância” com a Canção
Rua Aurora, com versos de Mário de Andrade, que de fato nasceu na tal Rua Aurora, em São
Paulo. Nestes versos ele remete-se à mãe que de fato foi sua companheira por muitos anos já
que o poeta nunca se casou. (https://www.culturagenial.com/poemas-de-mario-de-andrade/)
Tempo de duração aproximado: 2’’
Tonalidade original: Ré Maior.
Tonalidade executada: Re♭ Maior
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
Compasso: quaternário
no largo do Paiçandu
Sonhei, foi luta renhida,
Fiquei pobre e me vi nu.
nesta rua Lopes Chaves
Envelheço, e envergonhado
nem sei quem foi Lopes Chaves.
Mamãe! me dá essa lua!
Ser esquecido e ignorado
Como esses nomes da rua.
(ANDRADE, Mário, Lira Paulistana, 1945)
Esta canção se remete a nascimento, lembranças e raízes: saber de onde viemos. O fato
de queixar-se com a mãe também faz uma alusão à infância, ou ainda, à dose de infantilidade
que ainda mantemos mesmo depois de adultos. Interessante é perceber o que aflige o poeta,
um tema filosófico comum à humanidade: o medo de ser totalmente esquecido e ignorado,
assim como os nomes das ruas.
4 - Para dar início à fase da juventude, a canção escolhida chama-se “Espelhos”, numa alusão
à vaidade que começa a encontrar lugar nesta etapa da vida, juntamente com o despertamento
amoroso e sexual do indivíduo. Os versos “Segundo a segundo” repetidos, dão a sensação de
ansiedade e do auto encontro descrito no poema de Mônica Côrtes. O barítono Lício Bruno
Araújo interpreta da seguinte forma:
“Ao evocar o delicado e sucessivo encontro das pétalas das flores balançadas pelo
vento, roçando entre si, parece falar da dessensibilização do ser humano que, muitas vezes em
seu cotidiano, deixa de perceber e experimentar as sutilezas da vida.” (ARAÚJO, 2022)
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
Duração aproximada:2’’
Tonalidade original : Ré Maior
Tonalidade executada: Mi♭Maior.
Compasso: ternário.
Espelhos
O vento balança as pétalas
Pétalas que distraídas, deixam-se balançar
Balança o vento as pétalas
Que distraídas se deixam
Deixam-se balançar
5 - A canção número cinco será “Baile Imaginário”, com versos de Júlio Bellodi.
Versos de Júlio Bellodi
Duração aproximada: 3’10’’
Tonalidade original: Dó Maior
Tonalidade executada: Sib Maior
Compasso: quaternário
Baile Imaginário
Bailando na memória ela se entrega
As emoções que um dia ainda há de viver
E lembra cada traço, cada abraço
Todas canções, recordações que ainda estão por vir
Vê luzes e imagens, mil paisagens
Inventa sonhos, segredos que não pôde contar
Rodopia no seu coração
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
recebe alento e força e para seguir em frente na linha da vida, movido pelo contentamento de
achar um par que lhe dá tranquilidade.
7 - Para marcar o ápice da fase adulta, foi escolhida a canção “Sina de Cantador”, que narra
a trajetória percorrida por um homem de origem humilde, com um português repleto de
regionalismos oriundos do nordeste brasileiro. A palavra “sertão” presente nos versos como
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
lugar de origem do eu-lírico, diz respeito à uma região específica de clima tropical semi-árido,
que possui altas temperaturas e clima seco. Nestas regiões do Brasil as chuvas são
extremamente escassas e por isso remete à fome, pobreza e dificuldades da maioria da
população rural. A música sertaneja é um gênero musical que surgiu neste cenário tem sua
origem nas modas de viola, quando as pessoas se reuniam em roda para contar histórias,
comer e beber, como explica a professora de história Juliana Bezerra (2018):
“A viola é um instrumento de cordas que chegou à América Portuguesa com os
tinham especial predileção pela música. A viola também era empregada em festas
religiosas populares, como procissões, festas do padroeiro, rezas do rosário, etc. Daí
surgiu o modo anasalado de cantar, onde a letra tem mais importância que a melodia e
(https://www.todamateria.com.br/musica-sertaneja/)
Sina de Cantador
“Eu trago nas mãos a viola que inventa razões pra viver
E quando a tristeza me amola eu toco e pago pra ver
Saí do sertão bem menino, vagando, sem ter onde ir
Na estrada da fome o destino, mais uma porteira pr’abrir
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
“O Tempo”
A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal…
Quando se vê, já terminou o ano…
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado…
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas…
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo…
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.
(QUINTANA,1980)
8 - Ao continuar no âmbito cênico da vida adulta, a canção Prefiro (2002), fala a respeito do
anseio por liberdade, ao mesmo tempo que mantém a temática do cansaço, também presente
em “Sina de Cantador”. A reflexão é: embora a vida adulta traga cansaço, mantém-se no
espírito humano o anseio por liberdade e também de encontrar um grande amor. Nos versos
“Quando pouso é só cansaço, e com sono não me lembro bem se é meu o teu amor, se ainda
me queres bem” remete à grande quantidade atividades diárias, que consomem o tempo do
personagem. O fato de não dormir bem relaciona-se com a incapacidade de lembrar das coisas
e ter raciocínio claro. No final, letra e música culminam com a pressa da felicidade: “Queres
ainda ser minha? (duas vezes) Se queres não te prendas!” O anseio em viver a potencialidade
de um amor correspondido, mesmo em meio as incertezas da vida, revela o desejo de
aproveitar o tempo presente.
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
Compasso: quaternário
Prefiro
Meu espírito é ave
Melhor liberto que seguro
Findo o vôo, se me ato, inseguro vivo ainda.
Quando pouso é só cansaço,
E com sono não me lembro bem
Se é meu o teu amor,
Se ainda me queres bem.
9 -Como encerramento da fase da vida adulta, foi selecionada a canção Casulo, com versos de
Julio Bellodi. Originalmente composta sobre o tema de um amor não correspondido, a escolha
cênica para essa canção será sobre a morte da pessoa amada e a relação inevitável que todo
ser humano precisa enfrentar com a experiência do luto. A melancolia e angústia se fazem
presentes no decorrer destes versos e melodia. O casulo faz alusão a um lugar escuro e
fechado e a luta de tentar transformar-se perante o sofrimento.
Casulo
Em translúcido cristal
Brilho intenso lapidou meu sorrir
Mas inertes seus sentidos
Insensíveis se recusam a olhar
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Edmundo Villani-Côrtes: Catálago Atualizado das Canções Júlia Anjos Oliveira de Araújo
Para introduzir a fase final, foi selecionado o poema “Vida-Ateliê”, da poetisa Elisa
Lucinda. Este texto, desde o início do processo é o único que tinha certeza de que entraria de
alguma forma no trabalho. Tive contato com a autora ao ir assistir à uma peça teatral de sua
autoria, denominada “Parem de Falar mal da Rotina”. Não sei ao certo quanto tempo faz, mas
sei que naquela noite Elisa “capturou-me”. Um extenso monólogo cheio de reflexões sobre a
existência, com atuação marcante. Descobri que antes de ser atriz, ela é poeta. É claro que a
vida, um dia, colocou-me à frente de um livro seu numa banca de livros usados, na zona sul
do Rio de Janeiro. Autografado e com dedicatória da própria autora, adquiri um exemplar de
“A fúria da Beleza”, livro de poesias. O poema que selecionado traz uma reflexão sobre o
rosto da velhice como estamos a construir nossa face final no decorrer da vida. O texto
original é bem mais extenso e para declamação foi selecionado apenas o terço final.
Vida-Ateliê, Elisa Lucinda
“Quero para mim, uma simpatia generosa pregada no rosto de minha velhice, quero
olhos vivos de novidades que sorriam sempre, quero rugas de bons e repetidos gestos
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retrato falado de cada vão momento: na cama com amor, na mesa com os filhos, no
bar com os amigos, na noite sobre o travesseiro de macela, nas festas com os
cúmplices de caminho, nas decisões sensatas de trabalho… tudo isso o rosto fotografa
que nada podem contra o que se viveu, o como se viveu, pois o que projeta define e
esculpe a face é o que nos cabe diariamente: a gestão dos nossos acontecimentos, a
tempero de alho do feijão amoroso, o gozo junto com o companheiro, tudo vai pra
que tiver afinal será nossa obra de arte, nossa prova dos nove, nossa prova real. Com
mais porção disso ou daquilo, de atenção ou descaso, será com esse espelho final de
2003)
10- Ao avançar para a parte final, a fase “Velhice”, mais breve do que as outras, com apenas
duas canções, atinge o ápice dramático com “Quando eu morrer”, versos de Mário de
Andrade. O texto descreve o enfrentamento do sujeito frente à realidade inevitável do fim da
existência. O eu-lírico pede que deixem suas partes nos locais que fizeram parte de sua
história e a música é construída como uma marcha fúnebre. A partir da quarta estrofe, quando
fala sobre os ouvidos, percebe-se um certo sarcasmo em querer saber da vida alheia, como
uma tentativa de rir de si mesmo frente à ironia de uma vida inteira ser reduzida ao pó. A
partir do verso “o nariz, guardem nos rosais”, um movimento súbito melódico ascendente
remete à liberdade descrita no texto. O que resta é saudade.
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Quando eu morrer
Quando eu morrer quero ficar,
Não contem aos meus inimigos,
Sepultado em minha cidade,
Saudade.
Os olhos lá no Jaraguá
Assistirão ao que há de vir,
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O joelho na Universidade,
Saudade…
11- Como desfecho do espetáculo, “Se procurar bem”, com versos de Carlos Drummond de
Andrade. A canção é curta e com melodia simples, porém o ritmo deslocado dá a impressão
de que não é tão óbvia o quanto parece. As síncopes contidas na voz trazem instabilidade do
fluxo das notas e tiram a previsibilidade do que virá a seguir.
De maneira concisa, o poeta Carlos Drummond de Andrade deixa um recado para o
fechamento do recital. O nome do poema, que contém apenas dois versos, chama-se
“Lembrete”. Se procurar bem, ou seja, se realmente tiver a disposição da insistência em
querer encontrar alguma coisa, o ser humano pode encontrar não a explicação para o mistério
da existência mas sim a poesia que nos cerca a cada dia, em coisas grandes e minúsculas, que
também são inexplicáveis. O espetáculo termina desta forma, no entanto, acredito (e espero)
que as reflexões trazidas podem perdurar por mais tempo
Se procurar bem
Se procurar bem você acaba encontrando,
não a explicação (duvidosa) da vida. Mas a
poesia (inexplicável) da vida. (ANDRADE, 1989).
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5. Considerações finais
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