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Marcos e os essênios
Sendo acolhido por carinhosa recepção, o jovem disciplinou o Espírito junto desse povoado.
Nele havia Espíritos sábios e corajosos, que viviam uma verdadeira Saga para encontrar o Cristo
e poder ter a honra de servir e colaborar humildemente na Sua Divina obra.
Mais tarde, como Kardec aponta na Introdução de O Evangelho segundo o Espiritismo, soube-se
que “o gênero de vida dos essênios se aproximava ao dos primeiros cristãos”.
Em certo momento, Lisandro percebeu que “para merecermos a presença do Salvador em nossa
casa, é necessário que limpemos o interior do domicílio com a água do Bem”. Dizendo assim:
“ – Não queremos que o Salvador nos encontre os corações vazios de interesse pelos
sofredores. A Chácara das Flores será, dentro em breve, um oásis de fraternidade, sob o
comando de Marcos!” – A Grande Espera, Cap. 22.
Dessa forma, o jovem Marcos, a comando de novo núcleo essênio, pôde dirigir iniciativas de
ordem assistencial, atendendo particularmente aos enfermos da região. Entretanto, dias dos
primeiros testemunhos chegaram quando o povoado foi assolado por terrível doença.
E foi então que o Divino Mestre, ainda Adolescente, se dirige à chácara de assistência aos mais
necessitados. Finalmente, Ele achava-se ali, não para os sons ruidosos de comemorações, mas
para os júbilos do amparo na dor.
O testemunho de Marcos
Foi pregando fielmente as novas diretrizes aprendidas com Jesus, que Marcos acabou sendo
condenado e queimado na fogueira, em Nazaré, na cidade do Mestre amado. Tornava-se então, o
primeiro mártir da Nova Aliança do Amor.
Dessa forma, Marcos contribuiu para a iluminação espiritual de irmãos; cooperou para que o
Amigo Celeste encontrasse o caminho terreno mais arejado, e os corações mais preparados para
o entendimento da Grande Lição redentora.
Perseguição e sentença
Nesse ínterim, surgiu um novo César, Maximino que, ante o assassinato do Imperador antigo,
assumiu o trono de Roma com tirania. Assim, reiniciou-se o movimento de violenta perseguição
aos cristãos, irradiado de Roma. Na metrópole, os perseguidos voltavam ao culto exclusivo em
catacumbas e cidades distantes. Já nas Gálias, procuravam florestas, como druidas, para louvar a
Deus, intensificando sua fé.
Sob essa influência, o questor Quirino compeliu os grandes senhores da região das Gálias a
condenarem seus escravos cristãos à morte. Assim, Opílio e seu enteado Taciano planejaram o
dia para última tentativa de fazer Rufo voltar atrás na sua fé, visto que ele fora o único escravo
com coragem para se declarar cristão.
Caso Rufo não cedesse, sua esposa e filhinhas seriam expulsas e vendidas a outro senhor, após
presenciarem a sua morte. Não só esta situação aflitiva por si só, como a escolha da execução de
Rufo foram planejadas de forma que servisse de advertência aos demais escravos.
Consequências da conversão
Eurípedes, agora desperto e convicto, converteu-se sem desalento, identificando-se plenamente
com os novos ideais. Desvinculou-se do cargo de secretário da Irmandade da Igreja Católica,
sob orientação do próprio Espírito de São Vicente de Paula em comunicação mediúnica. Tal
saída repercutiu com alarde entre os habitantes da cidade e membros da família.
Em poucos dias começou a sofrer as consequências de sua atitude incompreendida. Persistiu
lecionando e incluiu o ensino do Espiritismo na escola, o que causou a retirada dos alunos um a
um.
Sob pressões de toda ordem e impiedosas perseguições, Eurípedes sofreu forte traumatismo,
retirando-se para tratamento e recuperação em uma cidade vizinha, época em que
desabrocharam várias faculdades mediúnicas, em especial a de cura, despertando-o para a vida
missionária. Um dos primeiros casos de cura ocorreu justamente com sua mãe que,
restabelecida, agiu como valiosa assessora em seus trabalhos.
Dever cumprido
Eurípedes Barsanulfo seguiu com dedicação as máximas de Jesus Cristo até o último instante de
sua vida terrena. Os habitantes de Sacramento (MG) fizeram verdadeira romaria, comparecendo
em peso para acompanhar-lhe o corpo material até a sepultura, e sentindo que ele ressurgia para
uma vida mais elevada e mais sublime.
Conclui o Espírito Manoel Philomeno de Miranda, no livro Tormentas da Obsessão:
“- Sempre interessado no progresso do ser humano e na sua transformação moral, a fim de
conquistar a felicidade, Eurípedes tem trabalhado, desde recuados tempos, para conseguir esse
propósito. Enquanto viveu na organização física, amou e ajudou a edificar vidas, na sua
querida Sacramento. Essa recente reencarnação deixou pegadas luminosas, que prosseguem
apontando os rumos do Mestre, pois ele não mediu sacrifícios para se transformar no autêntico
discípulo fiel de Jesus em todas as circunstâncias.”
Referências Bibliográficas:
1. NOVELINO, Corina. A Grande Espera. Pelo Espírito
Eurípedes Barsanulfo. 5ª ed. Araras:IDE,1991.
2. NOVELINO, Corina. Eurípedes o Homem e a Missão.
Araras:IDE, 1979.
3. XAVIER, Francisco Cândido. Ave, Cristo!. Pelo Espírito
Emmanuel. 24ª. ed. Brasília: FEB, 2015. Cap. 5 e 6. p. 65 a
82.
4. PEREIRA FRANCO, Divaldo. Tormentos da Obsessão.
Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda. Salvador:
Leal, 2003. Cap. 9. p. 57 a 58.
5. WANTUIL, Zêus; THIESEN, Francisco. Allan Kardec: o
Educador e o Codificador. 4ª ed. – 1. Imp. Brasília: FEB,
2019. p. 76.
6. GODOY, Paulo Alves. Grandes Vultos do
Espiritismo. Editora feesp, 1990. Cap. 18. p. 46.
7. Eurípedes Barsanulfo e as bem-aventuranças – Artur
Valadares. Vídeo disponível
em: https://youtu.be/4kkUonBaI9A.
8. Eurípedes Barsanulfo – Biografia. TV da Federação
Espírita Brasileira (FEBtv). Vídeo disponível
em: https://youtu.be/mCBBxQnOPJw.
9. SILVA, Jaqueline Peixoto Vieira da. Espiritismo e
educação: Eurípedes Barsanulfo e o Colégio Allan
Kardec / Sacramento-MG (1880-1918). 2017. 154
f. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade
Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2017. Disponível
em: http://doi.org/10.14393/ufu.di.2017.490
10.XAVIER, Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo. A Vida
Escreve. Pelo Espírito Hilário Silva. Editora FEB. 2005. 2ª
parte, Cap.27 (Visão de Eurípedes). p 112-113.
11.MONTEIRO, Eduardo Carvalho. Cem Anos de Evangelho
com Eurípedes Barsanulfo. 1ª ed. Editora CCDPE. 2015.
12.PEREIRA FRANCO, Divaldo. No Rumo do Mundo de
Regeneração. Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda.
1ª ed. Salvador: Leal. 2020. Cap. 15. p. 234