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ESTUDO SOBRE OS DETERMINANTES DO STRESS OCUPACIONAL EM BOMBEIROS DA UNIDADE ESCOLA DE VIANA

EM LUANDA. POR: LAURIANO RICARDO SIMÃO E YURI SEVERINO CHIPACO 2021

INTRODUÇÃO

O ‘Bombeiro é o indivíduo que, integrado de forma profissional ou voluntária


num corpo de bombeiros, tem por atividade cumprir as missões deste,
nomeadamente a proteção de vidas humanas e bens em perigo, mediante a
prevenção e extinção de incêndios, o socorro de feridos, doentes ou náufragos, e a
prestação de outros serviços previstos’. Tendo em conta estas funções,
compreendemos que estes profissionais são confrontados regularmente com
situações com grande impacto no bem-estar psicológico (Bacharach, et, al, 2008).

Noutros grupos profissionais já se verifica uma extensa literatura sobre


stresse, no entanto verificam-se poucos estudos que examinem as causas e os
efeitos do stresse no trabalho dos bombeiros (Malek, et, al 2010). Embora se
verifiquem alguns estudos dentro desta temática, a pesquisa sobre as fontes de
stresse e programas de treino e prevenção do stresse para profissionais de
emergência é escassa (Varker & Devilly, 2012 cit. por Haus et al., 2016).

Desta forma, torna-se fundamental identificar as fontes de stresse nos


bombeiros da unidade Escola de Viana e conceber um programa que as possa
diminuir.

É fulcral a construção de uma intervenção que incida na promoção de


recursos de trabalho (i.e., aspetos físicos, psicológicos, sociais e organizacionais),
que aumentem a motivação e o compromisso com o trabalho e com a organização
(Bakker et al., 2003) diminuindo os efeitos negativos do stress.

Ultimamente existe mais interesse pela actividade dos profissionais de


emergência, quer acerca da importância da formação e treino de competências, quer
sobre as condições de trabalho e exigências emocionais (Vara, et, al 2016). Este
interesse decorre também da ocorrência de acontecimentos traumáticos de grande
escala a que temos vindo a assistir cada vez mais nos últimos tempos (e.x., ataques
terroristas, incêndios de grande dimensão).

O principal objectivo deste trabalho é efectuar um diagnóstico de


necessidades que permita fornecer sugestões para futuramente se desenvolver um
programa de intervenção para a diminuição do stress ocupacional nos bombeiros.
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O stress é um problema com ampla discussão actualmente, uma vez que


apresenta riscos para o equilíbrio emocional do ser humano. Além disso, os
Bombeiros são indivíduos bastante afectados pelo stress ocupacional, visto que se
expõem a grandes cargas de pressão no ambiente de trabalho.

O stress ocupacional é o resultado das cargas existentes no ambiente de


trabalho, esses factores podem ser relacionados ao medo de fracassar, medo de ser
demitido, pressão dos supervisores ou gerentes, ambiente de trabalho competitivo e
não reconhecimento do trabalho executado.

Cada pessoa reage ao stress de alguma maneira, alguns com sintomas


psicológicos como a ansiedade, agressividade, mudança de comportamento; outros
com sintomas fisiológicos como dor de cabeça, hipertensão, problemas
gastrointestinais e queda de cabelo. Gerentes, policias militares, bombeiros militares,
motoristas do transporte colectivo, servidores públicos, funcionários de agências
bancárias, entre outros trabalhadores apresentam o problema devido a uma série de
factores, principalmente a sobrecarga diária.

Seguindo o formato da monografia, dividimo-la em 4 capítulos: O primeiro


capítulo é dedicado à problemática, onde apresentamos o problema, a importância
bem como a justificação da escolha do tema, os objectivos, as hipóteses, limitação e
delimitação da pesquisa.

No segundo capítulo aborda o quadro teórico ou a fundamentação teórica,


começamos por fazer a definição dos termos e conceitos chaves ligados ao tema
abordado, seguidamente descrevemos diversas abordagens sobre o stress, sob
vários pontos de vistas de autores que de forma abrangente realçaram o stress,
suas tipicidades, causas e consequências, diagnostico e prevenção, realçamos
ainda algumas teorias.

No terceiro capítulo abordou-se sobre a metodologia utilizada, como a


população abrangida, na qual foi subtraída uma amostra que contribuiu para
alcançarmos os objectivos inicialmente propostos, indicamos as variáveis
controladas, os modelos de pesquisa usados para alcance das metas do trabalho,
os procedimentos e dificuldades encontradas no decurso da pesquisa.

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No quarto e último capítulo, fizemos a apresentação dos dados e sua análise


e finalmente apresentamos as considerações finais, as sugestões e a bibliografia, os
apêndices e anexos.

CAPÍTULO I. PROBLEMA

1.1. Formulação do problema


Os bombeiros estão inclusos em uma profissão em que há grande estresse
emocional, pois trabalham sobre pressão e não podem falhar nas horas decisivas.
Devido a esse fator, seu estresse por vezes é mais elevado chegando a prejudicar a
saúde física e mental. Muitos deles desenvolvem estratégias para não
demonstrarem seus sentimentos, sejam eles bons ou ruins. Quando recebem um
chamado para socorrer indivíduos, estão preparados fisicamente para tal situação,
mas com o tempo podem desencadear doenças cardíacas, de pele, psíquicas,
respiratórias, intestinais, entre outras, por causa da grande pressão interna (não
fracassar) e externa (estar apto para atender as expectativas exercidas sobre eles).

São várias as profissões que prestam socorro em situações de emergência,


uma das que exige um grau de envolvimento emocional mais elevado é a de
bombeiro. Estes profissionais, estão expostos a um grande envolvimento emocional
e pessoal, que é próprio do contacto contínuo e exaustivo, com pessoas em
situações de risco (Maslach, et, al, 2001).

As profissões relacionadas com a saúde têm mais tendência de provocar


stresse pois envolvem a vivência de situações desgastantes procedentes do
contacto com as pessoas (Cozens, 1997 cit. por Monteiro, 2008), acrescendo ainda
a responsabilidade por outras vidas humanas, podendo desta forma prejudicar os
profissionais tanto a nível físico como a nível psicológico. Ou seja, as características
do trabalho tornam os bombeiros mais suscetíveis ao desenvolvimento de stresse
pelo que a satisfação com o trabalho possui um papel essencial para estes
profissionais. O quotidiano destes profissionais está repleto de situações de stresse,
como por exemplo emergências pré-hospitalares, incêndios, salvamentos entre
outras (Monteiro, 2008).

Este grupo profissional está altamente vulnerável à exposição a incidentes


traumáticos durante a atividade profissional, é por isso pertinente a aplicação de

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programas para prevenir e mitigar os sintomas daí decorrentes, que se manifestam


muitas vezes através da raiva, culpa, depressão, ansiedade, dificuldades em tomar
decisões, entre outras (Neely, & Spitzer, 1997 cit. por Marcelino, 2012).

Um estudo de Murta & Troccoli (2007), identificou quatro categorias de fontes


de stresse: alusivas á organização do trabalho (42,5%), relativas ás condições de
trabalho (38,3%), respeitantes ás relações interpessoais (12,8%) e associadas ao
conflito trabalho - família (6,4%).

Sendo assim, é fundamental a criação de intervenções com ênfase em


variáveis organizacionais e individuais, de forma a promover a saúde em
profissionais de emergência (Bennett, et al., 2005 cit. por Ângelo, 2010). Torna-se
também ainda importante compreender os fatores de risco e protetores que os
bombeiros utilizam como estratégias de coping (Chamberlin & Green, 2010).

De acordo o problema levantado surge a seguinte pergunta de partida:

Qual é o estado dos Bombeiros da unidade Escola de Viana no que concerne


ao diagnóstico de stress?

Além da questão de partida surge outras questões de investigação:

 Será que a falta de promoção de carreira protagoniza o surgimento de stress


ocupacional nos efectivos da Unidade Escola de bombeiros de Viana em Luanda?

 Será que as condições de trabalho estão na base do surgimento de stress


ocupacional nos efectivos da Unidade Escola de bombeiros de Viana em Luanda?

 Será que o mau relacionamento entre colegas e superiores hierárquicos é um


factor gerador de stress ocupacional nos efectivos da Unidade Escola de Bombeiros
de Viana em Luanda?

1.2. Importância do estudo:

Do ponto de vista pessoal, o tema abriu-nos mais horizontes e conhecimentos


sobre as consequências nefastas do mesmo. Do ponto de vista social, o tema trará
mais ilustrações a comunidade no que concerne o conhecimento mais profundo
sobre o assunto e para se ter maior controlo no dia-dia, uma vez que terão a

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oportunidade de conhecerem as consequências que a mesma representa na vida do


ser humano.

Do ponto de vista académico, o tema servirá de guia para os pesquisadores e


leitores para subsidiar futuras pesquisas.

1.3. Objectivos do estudo:

Gerais:

Conhecer os determinantes do stress ocupacional nos Bombeiros da unidade


Escola de Viana em Luanda

Específicos:

 Investigar se a falta de promoção de carreira protagoniza o surgimento de


stress ocupacional nos efectivos da Unidade Escola de bombeiros de Viana em
Luanda.

 Saber se as condições de trabalho estão na base do surgimento de stress


ocupacional nos efectivos da Unidade Escola de bombeiros de Viana em Luanda.

 Averiguar se a relação profissional negativa tem influência no surgimento


destress

1.4. Formulação das hipóteses:


H1- Os Bombeiros da Unidade Escola de Viana em Luanda estão acometidos de
stress.

H2: A falta de promoção de carreira protagoniza o surgimento de stress ocupacional


nos efectivos da Unidade Escola de bombeiros de Viana em Luanda.

H3: As condições de trabalho estão na base do surgimento de stress ocupacional


nos efectivos da Unidade Escola de bombeiros de Viana em Luanda.

H4: O mau relacionamento entre colegas e superiores hierárquicos é um factor


gerador de stress ocupacional nos efectivos da Unidade Escola de Bombeiros de
Viana em Luanda.

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1.5. Delimitação e limitação do estudo:


O estudo foi realizado na Unidade escola de bombeiro sem Luanda. Os
efectivos bombeiros encontram-se na faixa etária dos 20 aos 50 anos anos de idade.
A pesquisa foi foita nos meses de Outubro e Novembro de 2020.

Os nossos achados poderão ser diferentes aos de outras pesquisas sobre o


assunto realizadas em outras realidades, solicitamos prudência na sua aceitação,
esperamos que sejam ponto de partida de estudos posteriores. Outrossim,
recomendamos que os resultados sejam vistos não como um produto acabado,
senão um ponto de partida para futuros estudos sobre o fenómeno no nosso
contexto angolano.

A primeira limitação refere-se ao próprio projeto em si e diz respeito ao facto


de focar exclusivamente o contexto profissional dos bombeiros, o que limita a
generalização dos resultados.

A segunda limitação corresponde ao facto da maior parte da recolha de


dados, ter sido através de questionários feitos aos bombeiros, o que aumenta a
possibilidade das relações entre as variáveis serem afectadas pelo método da
variância comum. No entanto, existe o argumento de que este tipo de constructos
avaliados é quase impossível de medir por qualquer outro método alternativo ao
questionário.

A ausência de indicadores c para analisar as exigências (e.g., problemas


operacionais durante as missões) e recursos profissionais (e.g., número de
interacções sociais) constitui a terceira limitação geral. Uma possível solução para
esta questão envolveria a existência de um grande número de observadores para
proceder aos registos, o que implicaria uma logística difícil de operacionalizar.

Em linha, com esta questão das medidas objectivas ao nível das variáveis
independentes, a quarta limitação refere-se à ausência de medidas fisiológicas para
analisar objectivamente as variáveis dependentes, ou seja, os níveis de stress.

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CAPÍTULO II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.2. Definição de Termos


Stress uma “resposta fisiológica, psicológica e comportamental de uma
pessoa, visando adaptação a mudanças ou situações novas, geradas por pressões
externas ou internas”. (Lentine, Sonoda e Biazin 2003, p.103)

Outros autores o definem como, uma tensão mental ou corporal que resulta
de factores que tendem a alterar o equilíbrio existente. Por exemplo, o frio excessivo
é um estressor para o corpo se estivermos na rua sem roupa apropriada.
(Guimarães, Martins e Grubit 2006, p.224)

O ‘Bombeiro é o indivíduo que, integrado de forma profissional ou voluntária


num corpo de bombeiros, tem por actividade cumprir as missões deste,
nomeadamente a protecção de vidas humanas e bens em perigo, mediante a
prevenção e extinção de incêndios, o socorro de feridos, doentes ou náufragos, e a
prestação de outros serviços previstos’. Tendo em conta estas funções,
compreendemos que estes profissionais são confrontados regularmente com
situações com grande impacto no bem-estar psicológico (Bacharach, Bamberger &
Doveh, 2008).

2.2. Referencial histórico sobre o stress


A palavra stress é de origem latina, relacionada no século XVII a aflição, mas
só no século XX é que seus efeitos físicos e psicológicos começam a ser
investigados e correlacionados a doenças. O médico endocrinologista canadense
Hans Selye em 1936, foi um dos primeiros cientistas a relacionar o stress, as
adaptações sofridas pelo indivíduo, podendo ocorrer de forma negativa, positiva ou
até mesmo neutra (Selye,1984). Lipp e Malagris (2001, p.9), chegam finalmente ao
conceito de que o stress “é o que as pessoas sentem na mente e no corpo, quando
ocorre um grande momento de tensão”.

Diante destas tensões, no nível físico, o corpo reage de uma forma bem
complexa, adrenalina é liberada no corpo, o coração acelera, a respiração se torna
mais rápida, o suor frio toma conta do corpo, deixando o indivíduo preparado para
correr ou enfrentar o perigo, é uma reação básica e instintiva de sobrevivência.
(Selye,1984). Já no nível psicológico cada indivíduo enfrenta de forma distinta os

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factores estressores, não sendo desprezado a acumulação desses factores no


surgimento de diversas complicações físicas e psicológicas como as sugeridas por
Lipp e Tanganelli (2002, p.538):

Distúrbios no ritmo cardíaco, arteriosclerose, insónia, enfarte, cefaleias,


derrame cerebral, úlceras, gastrite, doenças inflamatórias, colite, problemas
dermatológicos, tensão muscular, problemas sexuais, como a impotência e frigidez,
entre outros. Além dos sintomas psicológicos: impossibilidade de trabalhar,
irritabilidade excessiva, pesadelos, apatia, depressão, angústia, ansiedade, perda do
senso de humor, entre outros. (Lipp e Malagris 2001, p.12).

Muito se acredita que o stress, apesar de na actualidade ser mais frequente e


com consequências mais dramáticas, é tão antigo quanto o próprio homem ou seja,
é contemporâneo deste.

Todavia, o estudo científico do fenómeno stress não é tão antigo nem é


contemporâneo do homem. Surgido na literatura antes do interesse de Selye, coube
a este médico endocrinologista austríaco – canadense o estatuto de pioneiro do
estudo científico do stress pelos seus trabalhos que vieram dar uma nova maneira
de ver e compreender o processo que leva até a ele.

De acordo com Lazarus citado por Ribeiro (2007), embora significando


dificuldade ou adversidade, o termo stress pode ser encontrado desde o século XIV.
No entanto, a sua utilização comum já no século XVII era na física.

Neste campo do saber, o termo significava dificuldade, exigência,


adversidade, aflição. Nos séculos seguintes, XVIII e XIX respectivamente, segundo
Hinkle apud Ribeiro, o termo passou a denotar força, pressão, grande esforço
exercido sob o material, objecto ou pessoa.

Na altura, vigoraram termos como load referindo-se ao peso numa estrutura,


o stress era a área sobre a qual a carga actuava e strain era a deformação da
estrutura resultante da carga na área de stress.

Ribeiro (2007) afirma que o impacto dos agentes stressores sobre os


materiais estava definido matematicamente e embora esta utilização se tenha
alterado um pouco no século XX, na passagem para outras disciplinas como a

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Psicologia, Sociologia e a Fisiologia, as ideias básicas sobre os conceitos


mantiveram-se.

2.2.1. Fases do stress segundo Lipp e Malagris


Lipp e Malagris (2001) dividem o estresse em quatro fases:

1º. Estágio: Alarme

O organismo tem uma excitação de agressão ou de fuga ao estressor, que


pode ser entendida como um comportamento de adaptação. Este estágio é
caracterizado por alguns sintomas como dor de cabeça, esgotamento, extremidades
frias, pressão no peito, taquicardia, tensão crônica, dentre outros.

2º. Estágio: Resistência

Havendo persistência da fase de alerta, o organismo altera seus parâmetros


de normalidade e concentra a reação interna num determinado órgão. É o momento
onde o indivíduo procura adaptar-se ao estresse, havendo uma liberação exagerada
de adrenalina. Aqui se manifestam sintomas psicossociais: alteração do apetite,
ansiedade, impotência sexual, isolamento social, medo e outros.

3º. Estágio: exaustão

O indivíduo é incapaz de manter o nível de resistência e o organismo


encontra-se esgotado pelo excesso de atividades e pelo alto consumo de energia,
podendo ocorrer enfarte, hipertensão, úlceras e outras Fonte: Selye (1956) apud
Camelo e Angerami (2004, p.15).

2.2.2. Sinais e sintomas do stress


De acordo Lentine, Sonoda e Biazin (2003, p.103), os sinais e sintomas do
stress, classificam-se em físicos e psicológicos.

Os sinais e sintomas físicos de stress incluem: aumento da sudorese, nó no


estômago, tensão muscular, taquicardia, hipertensão, aperto da mandíbula,
hiperactividade, náuseas, mãos e pés frios.

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Os sintomas psicológicos mais comuns são, ansiedade, tensão, angústia,


insónia, alienação, dificuldades interpessoais, dificuldade em concentrar-se em
outros assuntos que não estejam relacionados ao estressor, dificuldade de relaxar,
ira, tédio, depressão, hipersensibilidade emotiva. A pessoa apresenta dores
musculares sem haver realizado actividade física e tem dores de cabeça contínuas.

2.2.3. Tipos de Stresse


De acordo Silva e Melo, (2006), o stress pode ser apontado como uma
reacção individual, sendo de dois tipos diferentes, um deles, a forma “positiva” do
stress, chamado de «Eustresse», onde o indivíduo recebe descargas de adrenalina
e sente-se estimulado a lidar com a situação; em oposição, o stress “negativo”,
conhecido como «Distresse», caracteriza-se por intimidar e provocar a fuga dos
indivíduos perante as situações, considerado como exagerado, maléfico ou não
suportável para o organismo humano.

Pode ainda distinguir-se o stress físico do psicológico. Estressores físicos são


condições ambientais que têm uma implicação directa no bem-estar da pessoa. O
frio é claramente um estressor físico.

Os estressores psicológicos são desafiadores do nosso bem-estar por não


serem fisicamente lesivos, mas devido ao modo como os percepcionamos. Uma
desilusão por exemplo, pode evocar tristeza, aperto no peito ou sentimentos de
letargia.

As respostas físicas ou psicológicas surgem quando as expectativas acerca


de nós mesmos são desafiadas ou quando há sinal de perigo físico (Silva e Melo,
2006, p.108).

2.3 - O stress no ambiente de trabalho


Muitos estudos apontam as condições de trabalho como uma das principais
causas de stress.

A Comissão Europeia (1999) destacou algumas dessas condições: as


pesadas cargas de trabalho, a ausência de pausas de descanso, as longas jornadas

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de trabalho, a não participação dos trabalhadores na tomada de decisões, a


comunicação ineficiente, a falta de reconhecimento e de compensação, a pouca ou
total ausência de cooperação de superiores e de seus pares, a exposição à
violência, as ameaças ou intimidações, muita responsabilidade com pouca
autonomia de decisão, a inexistência de oportunidade de crescimento e de
promoção, os ambientes desagradáveis ou perigosos, com ruídos, exposição a
riscos químicos ou biológicos, os problemas ergonômicos, além de muitas outras.

O stress ocupacional surge quando os conhecimentos, capacidades e


atitudes dos trabalhadores não são suficientes para que os mesmos consigam fazer
face às exigências que são impostas pelo contexto de trabalho (Gould-Williams,
2003; Paschoal & Tamayo, 2005).

De igual modo, o stress ocupacional também pode ocorrer quando existem


factores e/ou stressores ambientais negativos relacionados com um contexto
específico de trabalho (e.g.,sobrecarga de trabalho, fracas condições de trabalho,
função ambígua, entre outros), sendo este stress por vezes aliado a características
intrínsecas ao indivíduo e respectivos comportamentos, que podem influenciar
negativamente a sua saúde mental (Cooper & Marshall, 1976).

Em seguimento do pressuposto em que a interacção entre factores


ambientais e intrínsecos ao sujeito pode resultar numa percepção de maior stress
ocupacional, surge a abordagem person-environment fit (P-E), que pressupõe que o
stress é derivado da falta de correspondência entre as características do indivíduo
(e.g., valores, capacidades) e do ambiente (e.g., exigências, recursos), o que poderá
originar resultados negativos a nível psicológico, fisiológico e comportamental
(Edwards & Cooper, 1990).

Deste modo, os stressores no local de trabalho incluem os factores


intrínsecos ao trabalho, o papel do indivíduo na organização, o relacionamento
interpessoal, a carreira e realização, estrutura e clima da organização, e por fim a
relação casa-família (Edwards & Cooper, 1990).

A performance dos indivíduos que executam funções de prestação de


serviços humanos, como é o caso dos bombeiros, podem conduzir a estados de
tensão emocional que vão conduzir à percepção da existência de stress (Ogińska-

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Bulik, 2005). Posto isto, o stress experienciado conduz a uma diminuição da


qualidade da performance do indivíduo e resulta com frequência em problemas
psicossociais e emocionais (Murta & Tróccoli, 2007).

Quando os profissionais percepcionam que têm um bom suporte


organizacional, contando com o apoio de colegas e chefias, o seu nível de
insatisfação com o trabalho, bem como o stress, diminuem (Paschoal & Tamayo,
2005; Visser, et, al Haes, 2003). Os profissionais que lidam com situações de
emergência e de grande risco, nomeadamente os bombeiros, estarão mais
susceptíveis ao desenvolvimento de stress no trabalho, e identificam como maiores
fontes de stress no trabalho os factores relacionados com o seu contexto e
condições de trabalho, relações interpessoais e conflitos trabalho-família (Murta &
Tróccoli, 2007), e a questão da imprevisibilidade do trabalho realizado, assinalando
como mais stressante os momentos em que os alarmes tocam (Guidotti, 1992).

A profissão de bombeiro pode ser altamente stressante, uma vez que de


forma mais ou menos frequente exige que os sujeitos se exponham perante
condições bastante extremas (que outros profissionais não aceitariam expor-se),
para além de que a intensidade de trabalho destes profissionais também é um pouco
imprevisível, uma vez que existem períodos de grande exigência tanto do ponto de
vista físico como psicológico, como também existem períodos em que o profissional
passa os eu tempo na corporação, à espera de ser chamado para algum trabalho
(Guidotti, 1992).

2.4 - O stress e o comprometimento organizacional


É importante também verificar se existe correlação do stress com o
comprometimento organizacional. Porter e Smith (1970) buscam definir o
comprometimento organizacional baseado em três fatores, onde o individuo deveria
se empenhar em benefício da organização, aceitando as crenças, valores e
objectivos da corporação, e tendo o desejo de se manter como membro da
organização.

Os pesquisadores Meyer e Allen (1991) desenvolveram o conceito de que o


comprometimento organizacional está subdividido em três componentes: o

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comprometimento afectivo, definido como o apego do indivíduo pela organização;


comprometimento instrumental, relativo a análise dos custos relativos a uma
possível mudança de empregador; e comprometimento normativo, caracterizado
pela obrigação moral e da necessidade de retribuição à organização.

O pesquisador Bastos (1994) vai mais além quando nos mostra que o foco do
comprometimento dos indivíduos está mudando das organizações para a carreira ou
para a profissão.

Na visão de Carson e Bedeian (1994) em seus estudos também verificaram


que profissionais que possuem melhor nível de educação são mais comprometidos
com a carreira, possuindo certa flexibilidade. Da mesma forma, Andrade (2008) em
seu estudo relata que alguns indivíduos não desenvolvem esta flexibilização, os que
os deixa entrincheirados em suas carreiras, e quando um indivíduo se sente
insatisfeito com a carreira, é grande a tendência do mesmo ter reações negativas de
estresse, principalmente pela sensação de marasmo e tédio.

Para tentar mensurar esse comprometimento Blau (1985) cria uma escala
unidimensional de sete itens, que destaca a certeza da pessoa sobre a escolha de
sua profissão, aperfeiçoando do modelo elaborado por London (1983), que relaciona
três aspectos a carreira: o grau de resiliência; a percepção da realidade de sua
carreira e como ela relaciona essas percepções com os seus objetivos; e o grau de
identidade do individuo com a carreira. Os sete itens propostos por Blau (1985), e
validado por Bastos (1994), ressalta a convicção do individuo sobre a escolha de
sua carreira, salientando o desejo de permanecer ou de abandonar a carreira
escolhida.

2.5. Modelos de Compreensão do Stresse

2.5.1. Síndrome Geral de Adaptação de Selye


A síndrome geral de adaptação de Selye descreve três fases no processo de
stress: fase de alarme, resistência e esgotamento (exaustão), os quais determinam
os graus de agressão extra ao corpo humano, sendo considerado uma “Síndrome
Geral de Adaptação” quando o corpo reage contra as adversidades, porém,

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resultando com fragmentos nocivos em sua estrutura original, os quais ainda


podemos classificar como reacções psicossomáticas.(Pereira, D.G. 2011).

A fase inicial, apelidada «estado de alarme», referencia um aumento na


actividade fisiológica e ocorre imediatamente após a exposição do indivíduo a uma
situação estressante e apresenta os seguintes sintomas: Mãos e pés frios; boca
seca; dor no estômago; aumento de sudorese; diarreia passageira; insónia,
taquicardia; mudança de apetite; entusiasmo súbito, etc. (Ibid).

A segunda fase foi designada «resistência» e envolve coping e tentativas de


inverter o estado de alarme e apresenta os seguintes sintomas: problemas com a
memória; mal-estar geral; formigamento nas extremidades; sensação de desgaste
físico constante; mudança de apetite; problemas dermatológico; hipertensão arterial;
cansaço constante; gastrite prolongado, irritabilidade excessiva; desejo sexual
diminuído, etc. (Ibid)

A terceira fase foi chamada de «exaustão», alcançada na altura em que o


indivíduo repetidamente exposto a uma situação estressante se torna incapaz de
mostrar mais resistência se apresenta com os seguintes sintomas: diarreia
frequente, dificuldades sexuais; insónia, tiques nervosos, hipertensão arterial;
problemas dermatológico prolongado; taquicardia; tontura frequente; impossibilidade
de trabalhar; pesadelos, apatia; cansaço excessivo; irritabilidade; perda de senso de
humor, etc. (Ibid).

Outra das contribuições de Seyle foi considerar que alguma quantidade de


stress é essencial á vida; além disso, Seyle sustentou que a total liberação do stress
causa a morte (Yepes, 2003:25-26).

2.5.2- O Modelo de Cannon, de luta ou fuga


Um dos primeiros modelos de stress foi desenvolvido por Walter Cannon,
modelo este que define o estresse como uma resposta fisiológica á estressores
externos. Cannon sugeriu que as ameaças externas suscitavam a resposta de luta
ou fuga, envolvendo uma maior taxa de actividade e excitação. Este autor, sugeriu
que estas mudanças fisiológicas permitem ao indivíduo escapar à fonte de stress ou
então lutar. (Ogden, 2004).

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Cannon, partindo de estudos laboratoriais com animais, trouxe uma série de


considerações a respeito do stress, visto como uma “síndrome de briga, luta ou
fuga”, reacção originada pelo organismo humano para proteger-se das agressões
externas consideradas estressantes. (Ibid).

Para este modelo, estas mudanças fisiológicas permitem ao indivíduo escapar


à fonte de stress ou então lutar. Neste modelo, o stress foi definido como uma
resposta a stressores externos, considerados predominantemente fisiológicos.

2.5.3. Teoria dos acontecimentos de vida.


Procurando afastar-se de Selye e Cannon, Holmes e Rahe, citados por
Ogden (2004) desenvolveram a teoria dos acontecimentos de vida para estudar o
stress e as mudanças com ele relacionadas como resposta às experiências da vida.

Holmes e Rahe conceberam uma escala, Schedule of Recent Experiences


que mostravam aos indivíduos uma extensa lista de possíveis mudanças ou
acontecimentos de vida indo desde acontecimentos como a morte do cônjuge, morte
de um parente próximo e pena de prisão até acontecimentos mais moderados como
filhos a sair de casa e gravidez ou acontecimentos menores como férias, mudança
dos hábitos alimentares e de sono e outras.

Originalmente, segundo Ogden (2004), a Schedule of Recent Experiences


(SRE), pontuava-se contando apenas o número de experiências recentes. Uma
pessoa que tivesse passado pela morte de um cônjuge e também pela morte de um
parente próximo recebia a mesma pontuação de uma pessoa que tivesse tido
recentemente dois períodos de férias consecutivas supondo que a pontuação
reflectia uma indicação do nível de stress.

De acordo com a literatura, as primeiras investigações utilizando a SRE desta


forma mostraram algumas ligações entre as pontuações do indivíduo e o seu estado
de saúde. No entanto, este método falho de medida foi posteriormente substituído
por alguns outros.

Nos métodos posteriores incluíam um sistema de ponderação em que cada


potencial acontecimento de vida recebeu dada por um painel, criando-se um grau de
diferenciação entre as várias experiências de vida.

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ESTUDO SOBRE OS DETERMINANTES DO STRESS OCUPACIONAL EM BOMBEIROS DA UNIDADE ESCOLA DE VIANA
EM LUANDA. POR: LAURIANO RICARDO SIMÃO E YURI SEVERINO CHIPACO 2021

2.6. O papel dos factores psicológicos no stress: O modelo transaccional de


stress e o papel da avaliação.
Na década de 70 os trabalhos de Lazarus sobre o stress destacam o papel da
avaliação no surgimento ou não do mesmo e começa também a odisseia da
psicologia na compreensão da resposta de stress.

Lazarus acreditava que o stress envolvia uma transacção entre o indivíduo e


o seu mundo externo, e que suscitava uma resposta de stress caso o indivíduo
avaliasse um acontecimento potencialmente stressante, como realmente causador
do stress (Ogden 2004, p.291)

No seu modelo, Lazarus descrevia os indivíduos como seres psicológicos que


avaliam o mundo exterior e não como respondendo simplesmente a ele. Esta
avaliação segundo o autor divide-se em primária e secundária.

De acordo com Lazarus citado por Ogden (2004), na avaliação primária o


indivíduo avalia inicialmente o acontecimento propriamente dito através de três
modos: 1 – irrelevante; 2 – benigno e/ou positivo e 3 – nocivo e/ou negativo.

Na avaliação secundária a pessoa avalia os prós e contras das diferentes


estratégias de coping. Em suma, a avaliação primária envolve uma avaliação do
mundo exterior e a secundária a do próprio indivíduo.

Segundo se acredita, o modelo de avaliação de Lazarus e a transacção entre


o indivíduo e o ambiente indicam um novo modo de olhar para a resposta de stress
(Ogden, Opus citatu, p.291). Aqui, o indivíduo já não responde passivamente ao seu
mundo exterior, antes interage com ele.

Estudos têm demonstrado que as formas de avaliação primária e secundária


determinam se o indivíduo apresenta ou não uma resposta ao stress assumindo
diferentes formas:

a) Acção directa; b) procura de informação; c) nada fazer; ou d) desenvolver meios


de coping com o stress, em termos de relaxamento ou mecanismos de defesa.

Vários estudos, Speisman e colaboradores citados por Ogden (2004),


examinaram o efeito da avaliação sobre o stress e avaliaram o papel do estado

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ESTUDO SOBRE OS DETERMINANTES DO STRESS OCUPACIONAL EM BOMBEIROS DA UNIDADE ESCOLA DE VIANA
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psicológico do indivíduo na sua resposta ao stress. O modelo de Lazarus devido as


suas múltiplas vantagens é certamente o que guiará nossa pesquisa.

De forma geral e com base em trabalhos de vários autores como Cohen, et,
al, & Rial-Gonzáles, Lazarus et, al e Maes & Elderen, Ribeiro (2007) postula que
podem distinguir-se três grandes modelos utilizados na concepção e avaliação do
stress:

1 – Os que focam as causas: também chamados de modelo ou abordagem


ambiental ou industrial por tratarem o stress como uma característica do estímulo,
como uma carga, são focados nos acontecimentos ou experiências nocivas do meio
ambiente;

2 – Os que focam as consequências: uma abordagem biológica, focada numa


resposta fisiológica não específica, ou seja, como uma síndrome que consiste em
todas as alterações fisiológicas que ocorrem no sistema biológico quando este é
afectado por estímulo ou carga excessiva ou nociva;

3 – Os que focam o processo: abordagem psicológica, focada na interacção


dinâmica entre o indivíduo e o meio e na avaliação subjectiva do stress que é feita
pelo indivíduo.

2.7. O stress: da fisiologia à psicologia


A literatura revela que tanto as descrições de Selye como as de Cannon
adoptavam uma perspectiva homeostática própria da época e muitos outros autores
posteriores numa linha biológica ou biomédica mantiveram-na e aperfeiçoaram-na
(Ribeiro 2007, p.276)

Neste sentido, é clássica a Síndrome Geral de Adaptação (SGA) defendida


por Selye que se afasta do processo homeostático que Lazarus explica poder ser
considerado um conceito fisiológico análogo ao conceito psicológico de coping.

De acordo com Ribeiro (2007), Selye definia como stress a resposta não
específica do corpo a qualquer exigência, significando que o organismo responde de
maneira estereotipada a uma grande variedade de estímulos ou agentes diferentes,
uma resposta comum a todos os estímulos e a todos os organismos biológicos.

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ESTUDO SOBRE OS DETERMINANTES DO STRESS OCUPACIONAL EM BOMBEIROS DA UNIDADE ESCOLA DE VIANA
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Selye afirmava que as doenças de adaptação seriam consequências da diminuição


dos mecanismos de reacção do organismo (suas defesas) perante agentes
stressores…, a desadaptação tem também um papel importante nas doenças
mentais, dado que as desadaptações corporais têm um papel importante nas
doenças mentais e vice-versa (Ribeiro 2007, p.277).

Tem-se difundido amplamente que o stress psicológico foi postulado por


Lazarus quando focou os mecanismos de apreciação ou avaliação (appraisal)
psicológica como elemento crítico no início ou influência no processo de stress.
Ribeiro refere que embora o modelo de Selye fosse biológico e o de Lazarus
psicológico a sua compatibilidade é clara.

2.8. Diferenças individuais na apreciação e reacção ao stress


Têm-se provado se provado as evidências de que indivíduos diferentes
submetidos às mesmas fontes de stress têm percepções diferentes, sucedendo para
o mesmo indivíduo em momentos diferentes que percebe a mesma fonte de stress
como menos ou mais ameaçadora do que noutro momento.

Segundo Strelau, (apud Ribeiro 2007), existem diferenças inter-sujeitos e


intra-sujeito na apreciação subjectiva da mesma situação como stressora. Para este
autor, devem considerar-se aspectos como:

1 – História individual;

2 – O mapa cognitivo individual em desenvolvimento;

3 – A experiência com situações indutoras de stress;

4 – O sistema de motivação e o sistema de valores;

5 – A estrutura e sensibilidade do receptor;

6 – Estado actual, quer físico, quer psíquico do indivíduo.

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ESTUDO SOBRE OS DETERMINANTES DO STRESS OCUPACIONAL EM BOMBEIROS DA UNIDADE ESCOLA DE VIANA
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2.9. Stress e exigências organizacionais no contexto profissional dos


bombeiros
O modelo exigências-recursos (Job-Demand-Resources) de Demerouti e
colegas (2001) atribui o bem-estar, a satisfação e o engagement às características
do trabalho. As exigências são aspetos provenientes da profissão e da organização
que exigem esforço físico, cognitivo e emocional significativo por parte dos
trabalhadores. Os recursos laborais são aspetos do trabalho que podem mitigar as
exigências laborais e facilitar, assim, o alcance dos objetivos e metas. Assim,
enquanto as exigências estão relacionadas com o stresse, incluindo elevado
burnout, os recursos estão relacionados com a motivação, isto é, o engagement,
elevada energia e dedicação face ao trabalho (Demerouti et al., 2001).

No que diz respeito ao contexto profissional dos bombeiros, é consensual, a


nível mundial, que no âmbito das suas funções profissionais estes são confrontados
regularmente com riscos que podem ter impacto no seu bem-estar psicológico
(Bacharach, Bamberger & Doveh, 2008).

No caso dos bombeiros, existem riscos que não podem ser eliminados devido
à natureza do trabalho. Os bombeiros estão expostos a condições perigosas e
substâncias perigosas. Eles são obrigados a participar em eventos potencialmente
traumáticos, trabalhar sob pressões de tempo e são obrigados a operar a sua
capacidade física máxima em algumas circunstâncias. Por estas razões, os
bombeiros estão expostos a maiores tensões do que outros grupos de trabalhadores
(Malek, Mearns & Flin, 2010). Portanto, o suporte do supervisor, é um excelente
recurso para minimizar o impacto das exigências organizacionais, até porque tem o
poder de modificar uma determinada situação profissional

Peeters & Blanc, 2001 cit, por Ângelo, (2010) é por isso importante que as
chefias utilizem estratégias eficazes para oferecer suporte aos funcionários que
trabalham em condições stressantes, uma vez que em termos práticos são quem
aplica as diretivas do comando.

Segundo uma investigação de Outtlinger (1998) com bombeiros americanos


acerca de fontes de stresse experienciadas no local de trabalho identificou, como
principais fontes de stresse: acidente ou morte de colegas de trabalho em serviço, a
prestação de ajuda a pessoas jovens gravemente feridas ou mortas e a capacidade
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de suportar problemas sobre os quais não se tem controlo e que prevalecem sem
que sejam tomadas as devidas providências, com o intuito de minimizá-los.
Podemos contemplar estes exemplos no grupo das exigências crónicas.

Atinente às exigências organizacionais, podemos referir que a maioria dos


bombeiros trabalham por turnos, sendo que estes turnos englobam transições
rápidas entre períodos de monotonia e situações de emergência que exigem um
grande grau de precisão e profissionalismo (Aasa, et, al-Bergkvist, 2005). Alguns
destes turnos são noturnos, provocando a privação do sono. De acordo com
investigações como a de Kiecolt-Glaser (1999) e O’Leary (1990), a privação de sono
encontra-se na lista dos stressores associados à diminuição de células do sistema
de defesa imunológico, o que supõe uma consequente vulnerabilidade para contrair
inúmeras doenças.

Estudos internacionais sobre saúde ocupacional comprovam que os perigos


físicos e o stresse psicológico são uma presença quotidiana para muitos bombeiros,
em virtude da grande variedade de situações de crise a que têm de responder,
nomeadamente, emergências médicas, desastres de viação, derramamentos de
materiais perigosos e incêndios florestais e urbanos (Varvel et al., 2007).

A nível nacional ainda não existem muitos estudos focalizados nesta área,
contudo, importa referir um estudo da Escola Nacional de Bombeiros que incide
fundamentalmente nas exigências e na perturbação pós-stress traumático destes
profissionais e as conclusões do estudo mencionam que os bombeiros têm maior
probabilidade, em relação à população em geral, de desenvolver esta perturbação,
sendo que 81.9% dos bombeiros esteve exposto a mais do que uma situação
traumática (Fernandes & Pinheiro, 2004). Os acontecimentos traumáticos podemos
considerar uma exigência aguda, no sentido em que ocorre pontualmente e dificulta
a capacidade de resposta dos profissionais.

2.10. Suporte social


De acordo com Sarason (p.127, 1983), citado por Ribeiro (1999) o suporte
social envolve a existência e/ou disponibilidade de pessoas em que podemos
confiar, que se preocupam connosco, nos valorizam e gostam de nós.

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O meio ambiente em que o indivíduo se encontra inserido tem influência na


sua saúde e na sua qualidade de vida. O suporte social reflete os recursos pré e pós
existentes, na medida em que em situações traumáticas este poderá funcionar como
um fator protetor do desenvolvimento de perturbação psicológica (Serra, 2003).
Neste sentido, podemos considerar que o suporte social é anterior aos
acontecimentos traumáticos, mas também visa proteger as pessoas de resultados e
consequências negativas, ou seja, quanto maior o apoio social que o indivíduo tem,
menores os efeitos negativos e indesejáveis na saúde após o incidente.

Numa situação de crise o apoio social é fundamental para o restabelecimento


do equilíbrio, quando as cognições sobre o mundo, sobre o próprio e o estado
emocional estão abaladas. Os intervenientes em acontecimentos traumáticos que
percebem e avaliam o apoio social como inadequado tem risco acrescido de
resultados negativos podendo revelar mais dificuldades de adaptação (Haden, et al,
2007).

O apoio social entre colegas é considerado o apoio nuclear numa organização


de emergência (Regehr & Bober, 2005, cit. por Ângelo & Chambel, 2013). O treino
de supervisores sobre questões de saúde mental fortalece o suporte de supervisor
percebido por subordinados. Mineyama e colaboradores (2007) revelaram que os
subordinados que trabalhavam com supervisores com um maior nível de atitude e
habilidade de escuta relataram uma reação ao stresse psicológico mais favorável.

Um estudo no Reino Unido revelou que os bombeiros favorecem o apoio do


parceiro e da própria organização e consideram-nos potenciais fontes de apoio
(Haslam & Mallon, 2003, cit. por Chamberlin & Green, 2010). Os bombeiros
canadianos que percebem um menor apoio social apresentaram maiores níveis de
depressão e trauma e observou-se que os bombeiros experientes relataram menor
apoio social do que bombeiros com menor experiência (Regehr et al., 2003, cit. por
Chamberlin & Green, 2010).

O suporte dos pares é mais aceite e eficaz do que o suporte dos


coordenadores ou chefias, na medida em que estes são menos tolerantes à
vulnerabilidade emocional dos bombeiros (Gallagher, & McGilloway, 2008). A falta
de apoio dos colegas de trabalho e dos coordenadores após a exposição aos

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eventos críticos foi o stressor mais grave e frequentemente identificado nos


tripulantes de ambulância da Noruega (Sterud, et, al, 2008).

Outros estudos indicam que os recursos no trabalho têm um efeito negativo


no burnout e reduzem o mesmo (Maslach, et, al e Leiter, 2001; Honorato, et, al, 2008
cit. por Ângelo & Chambel, 2013) que é causado pelo stresse.

Quando não é possível intervir no ambiente de trabalho para reduzir fatores


que gerem stresse ocupacional, a investigação sugere que o suporte social pode
atenuar o impacto psicológico negativo das exigências (Varvel et al., 2007).

Estudos demonstraram que os profissionais de emergência que sentem o


suporte do supervisor (Bacharach et al., 2008) e suporte dos colegas (Løvseth &
Aasland, 2010) mostram menos stresse.

Westman e colegas (2005) citados por Ângelo & Chambel, 2013 afirmam que
intervenções que promovam o suporte social contribuem para a redução do stresse.

2.11.Estratégias de coping
Podemos definir coping como o conjunto de esforços, cognitivos e
comportamentais, usados pelos indivíduos para lidar com exigências, que surgem
em situações de stresse (Lazarus & Folkman, Anexo H cit. por Cardoso, 2010).

As estratégias de coping consistem em métodos conscientes e


deliberadamente usados para regular as emoções negativas ou para gerir situações
em que há uma discrepância percebida entre as exigências stressantes e os
recursos disponíveis (Cardoso. 2010).

Lazarus e Folkman (1986) afirmam que qualquer esforço para lidar com um
acontecimento gerador de stresse é uma resposta de coping. O estilo de coping
frente aos acontecimentos stressores é habitualmente a principal variável
moderadora (Paschoal & Tamayo, 2004). Caso o stresse tenha origem numa relação
desfavorável entre pessoa e ambiente, então cada indivíduo vai modificando
constantemente as suas circunstâncias e a interpretação das mesmas, de forma a
parecem mais favoráveis. Se este procedimento funcionar de modo ideal verifica-se
um final positivo, ou seja, o processo de coping teve efeitos adaptativos (Ribeiro,

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2007). Segundo Snyder e Dinoff (1999, citados por Vaz Serra, 2011) o indivíduo
responde com estratégias de coping com a finalidade de atenuar a "carga" física,
emocional e psicológica, ligada aos eventos indutores de stresse.

As estratégias podem ser orientadas para dois objectivos diferentes: a


resolução do problema ou o controlo das emoções. No primeiro caso, o indivíduo
orienta os seus esforços para resolver a situação que lhe induziu stresse. Implica
uma abordagem e confronto com o problema. Este tipo de estratégia visa
estabelecer um plano de ação que é seguido até eliminar de vez a causa do stress.
Evita que se prolongue um estado que é desagradável e que pode ser prejudicial
para a sua saúde e bem-estar. As estratégias focadas na resolução do problema são
sempre aconselháveis pois removem de uma vez só a fonte de perturbação. O
indivíduo tende a utilizá-las quando o stresse é sentido como pouco intenso e a
situação tida como controlável e resolúvel (Lazarus & Folkman, 1986).

Recentemente, investigações com bombeiros estudaram variáveis como


experiências de trauma, stressores organizacionais, exigências do trabalho,
desempenho profissional e burnout, encontrando relações entre o burnout, a
capacidade de funcionar de forma eficaz e as estratégias de coping (Brough, 2004,
Milen, 2009, cit. por Vara, et, al, 2013).

Os bombeiros utilizam diversos métodos para combater agentes stressores.


Uma estratégia de coping que tem sido aplicada no contexto dos trabalhadores de
emergência é a gestão dos incidentes, a um nível cognitivo e técnico, de forma a
manter a distância emocional (Regehr, Goldberg, & Hughes, 2002). No entanto, uma
estratégia muito defensiva também pode ter efeitos negativos a longo prazo, em
termos das relações interpessoais. O menor uso das estratégias de coping está
associada a maior exposição ao trauma (Maia, & Ribeiro, 2010) e a maiores níveis
de stresse (Chamberlin, & Green, 2010).

As estratégias para lidar com o stresse focadas na interação social referem-se


à forma como a pessoa lida e mantém o relacionamento social com as outras
pessoas em situações de stresse. Independentemente dos recursos da rede social
onde o indivíduo esteja inserido, é muito valorizada a qualidade de apoio recebido. O
grau de eficácia pode ser determinado pelo tipo de recursos que o indivíduo
apresenta, assim como pelo problema com que é confrontado.

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ESTUDO SOBRE OS DETERMINANTES DO STRESS OCUPACIONAL EM BOMBEIROS DA UNIDADE ESCOLA DE VIANA
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Segundo a perspetiva adotada por Vaz Serra (2011), caso as estratégias de


coping sejam bem-sucedidas, assiste-se a uma redução do stresse havendo uma
promoção do bem-estar do indivíduo. No entanto, se estas estratégias não tiverem
êxito, o stresse mantém-se, dando origem a mal-estar e doença. O grau de eficácia
pode ser determinado pelo tipo de recursos que a pessoa possui bem como pelo
problema que enfrenta.

Uma vez que, os bombeiros enfrentam diariamente situações stressantes e


de intenso envolvimento emocional, se não desenvolverem estratégias de coping
eficazes, atuar de forma eficaz torna-se mais complicado (Galloucis et al., 2000, cit.
por Vara, et, al, 2013).

2.12. Prevenção do stress ocupacional


Sabendo da relevância que tem o stress na vida dos profissionais e o efeito
negativo que este proporciona é importante que sejam desenvolvidas medidas de
enfrentamento com o objectivo de diminuir os problemas existentes no ambiente de
trabalho, minimizar as dificuldades, dar apoio aos trabalhadores, proporcionar
melhores condições de vida dentro e fora do ambiente de trabalho e assim, melhorar
a qualidade da assistência prestada ao indivíduo (Moreno et al, 2010, p.211).

Visando diminuir essas consequências, Paschoalini (2008, p.491), sugere


como medidas de prevenção: “Palestras educativas sobre agentes estressores e o
seu enfrentamento; Desenvolvimento de pesquisa de clima organizacional quanto à
hierarquia e papéis profissionais”.

Complementando as sugestões supracitadas, Miquelim (2004, p.30) aponta


algumas iniciativas para minimizar o aparecimento do stress: “condições de trabalho
mais satisfatórias como melhora no ambiente físico, nas escalas de trabalho diário,
mensal e de férias; melhora das relações entre chefia e subordinados”.

Santos et al (2010, p. 14) acrescentam: Deve-se buscar a autonomia, ter


participação activa nas decisões da equipe multiprofissional e, acima de tudo, obter
melhorias para evitar a sobrecarga de trabalho. Porém para que estas medidas
adoptadas sejam viáveis é preciso que se alguns pontos sejam observados.

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Para Moreno et al (2010, p.144), as acções preventivas só serão eficazes


“quando este evento não for estigmatizado unicamente como responsabilidade
individual ou pelo relacionamento profissional-usuário, e começar a ser entendido
como um problema da relação indivíduo-processo de trabalho-organização”.

Portanto, na dinâmica da vida cada pessoa adquire habilidades e destrezas


que lhe permitem vencer as tensões, as frustrações e o stress tudo em benefício do
bem-estar pessoal. Mas para prevenir o stress é importante ter presentes as
seguintes acções:

 Evite ser escravo do relógio


 Mantenha boas relações familiares e sociais
 Mantenha presentes as normas de boa convivência e pratique-as
 Aprenda a controlar e a distribuir o tempo, com isso obterá um bom
relaxamento
 Mantenha equilíbrio entre o trabalho e o descanso, isso é imprescindível, visto
que não são saudáveis nem o esgotamento nem a ociosidade
 Pratique algum tipo de desporto
 Realize actividades de jardinagem
Não se deixe levar pelo perfeccionismo e pela vaidade, posto que todos os
seres são imperfeitos e apresentam limitações; não se desgaste. Procure por todos
os meios praticar a tolerância, o respeito pelos outros e pelas diferenças.

 Realize o seu trabalho com prazer;


 Tenha em conta a sua auto-estima.

Não se deixe levar por impulsos ou por momentos de deslumbramento:

 Confie nas suas capacidades


 Procure dar valor ao sentido da vida
 Dedique tempo suficiente ao descanso
 Mantenha sempre admiração pela natureza, isso contribui para seu bem-estar
pessoal.

Todos os seres humanos possuem necessidade fundamental de


reconhecimento por parte dos outros. Necessitam que aceitem suas
presenças, que os outros os aceitem como pessoas – com fortalezas,

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fragilidades e aspirações. Parte do bem-estar pessoal e emocional do ser


humano é dado pelo grau de aceitação que consegue dos outros.

CAPÍTULO III. METODOLOGIA

3.1. População e amostra


De acordo com Marconi e Lakatos (2003,p.221) definem População como
sendo “um conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos
uma característica em comum”

Ainda com mesmos autores afirmam que Amostra é “uma porção ou parcela,
convenientemente seleccionada do universo (população); é um subconjunto do
universo”. (2003,p.221). Para a selecção da nossa amostra, utilizamos a técnica de
amostragem probabilística simples (rifas). A partir do total da população em estudo
de 304 bombeiro.

A nossa amostra consta de 100 Bombeiros da unidade escola de Viana, com


idades compreendidas de 20 aos 50 anos. A amostra é do tipo aleatória
probabilística.

3.2.Variáveis a controlar
Variável dependente

 Stress Ocupacional

Variáveis Independentes:

 As condições de trabalho
 As relações interpessoais desajustadas
 Insatisfação salarial
 A sobrecarga laboral

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3.3.Técnicas e instrumentos de recolha de dados


a) Técnicas

As técnicas utilizadas foram a observação, a entrevista e o questionário. Na


colheita de dados selecionou-se as seguintes técnicas e instrumentos:

Observação: segundo Marconi e Lakatos (2010), no livro Técnicas de


Pesquisa, é uma técnica de colecta de dados para conseguir informações e utiliza os
sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas
em ouvir, mas também em examinar factos ou fenómenos que se deseja estudar.

Esta técnica permitiu ter a percepção directa do dia-a-dia das trabalhadoras


do Hospital Pediátrico de Luanda. O que nos permitiu averiguar a realidade
relacionada com o stress ocupacional nas mulheres.

Entrevista: esta técnica segundo Martins e Lintz (2000), a entrevista é uma


técnica que requer muita habilidade, sendo o seu objectivo básico entender o
significado que os entrevistados atribuem a questões e situações em contextos que
não foram estruturados anteriormente com base nas suposições e conjunturais do
pesquisador. Consiste em conversas estruturadas com os diferentes efecfivos dos
bombeiros no sentido de compreender a natureza do stress, causas, consequências
e prevenção.

Esta técnica facilitou ainda na formulação de uma série de questões feitas


oralmente às interlocutoras e podiam ser abertas semi-estruturadas ou fechadas. A
entrevista foi utilizada várias vezes para aclarar algumas dúvidas durante a
elaboração do trabalho.

Questionário: Segundo Lakatos (2010) o questionário é um instrumento de


colecta de dados constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser
respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador.

O questionário: instrumento traduzido numa ficha de inquérito, composta de


perguntas abertas, fechadas e de múltipla escolha, através do qual os nossos
inquiridos tiveram a oportunidade de responder as questões apresentadas, com
base na própria rotina e jornada, considerando a actuação laboral dentro da
organização.

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ESTUDO SOBRE OS DETERMINANTES DO STRESS OCUPACIONAL EM BOMBEIROS DA UNIDADE ESCOLA DE VIANA
EM LUANDA. POR: LAURIANO RICARDO SIMÃO E YURI SEVERINO CHIPACO 2021

Técnica bibliográfica: para Marconi e Lakatos (2010), caracterizam a


pesquisa documental, como sendo, aquela fonte de colecta de dados que está
restrita a obras, documentos, escritos ou não, constituindo o que se denomina de
fontes primárias. Estas podem ser recolhidas no momento em que o facto ou
fenómeno ocorre, ou depois.

Esta técnica nos permitiu consultar várias obras e outros manuais


relacionados ao tema por nós levantado. Esta técnica ajudou-nos a acumular muitos
conhecimentos que permitiram fazer uma abordagem mais abrangente do nosso
tema, bem como a contextualização teórica do trabalho.

Instrumentos

Foi administrado a todos os profissionais um conjunto de instrumentos


destinados a obter informações acerca das variáveis em análise neste estudo.
Questionário demográfico. Esse instrumento, para além de obter informações acerca
da idade, do estado civil e secção de trabalho, tempo de serviço, recolheu-se
também dado relativos à formação acadêmica, às características e condições gerais
de trabalho, e o questionário de Stress para Bombeiros.

Questionário de Stress em Bombeiros (QSB)

Este instrumento foi desenvolvido por Gomes (2009), tendo os dados vindo a
demonstrar as boas propriedades psicométricas do instrumento (ver Gomes &
Teixeira, 2013).

Assim sendo, esta escala pretende avaliar as potenciais fontes de stress no


exercício da atividade laboral de bombeiros. O questionário compreende duas
partes distintas. Numa fase inicial, é proposto aos profissionais a avaliação do nível
global de stress que experienciam na sua atividade, através de um único
item(0=Nenhum stress; 2 = Moderado stress; 4=Elevado stress).

Na segunda secção, são indicados 25 itens relativos às potenciais fontes de


stress associadas à atividade profissional. Os itens distribuem-se por sete
subescalas, sendo respondidos numa escala tipo “Likert” de cinco pontos (0
=Nenhum stress; 2 = Moderado stress; 4 = Elevado stress). A pontuação é obtida

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ESTUDO SOBRE OS DETERMINANTES DO STRESS OCUPACIONAL EM BOMBEIROS DA UNIDADE ESCOLA DE VIANA
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através da soma dos itens de cada dimensão dividindo-se depois os valores


encontrados pelo total de itens da subescala. Assim sendo, valores mais elevados
significam maior perceção de stress em cada um dos domínios.

Dimensões avaliadas

1. Lidar com pessoas: stress dos profissionais relacionado com as pessoas


a quem prestam os seus serviços (ex: possibilidade de cometer erros que
prejudiquem os utentes, ter de gerir problemas graves dos utentes, etc.).

2. Relações profissionais: stress dos profissionais relacionado com o


ambiente de trabalho bem como com a relação mantida com os colegas de trabalho
e superiores hierárquicos (ex: conflitos com colegas, falta de apoios dos superiores,
etc.).

3. Excesso de trabalho: stress dos profissionais relacionado com a carga de


trabalho e com o número de horas de trabalho a realizar (ex: trabalhar muitas horas
seguidas, falta de tempo para realizar adequadamente as tarefas, etc.).

4. Carreira e remuneração: stress dos profissionais relacionado com as


perspetivas de desenvolvimento da carreira profissional e com o salário recebido (ex:
impossibilidade de progressão na carreira, baixa remuneração, etc.).

5. Risco de vida: stress dos profissionais relacionado com as situações onde


podem pôr em risco a sua integridade física (ex: enfrentar o risco de vida para o
próprio, etc.).

6. Condições de trabalho: stress dos profissionais relacionado com os meios


humanos e materiais disponíveis para a realização adequada das tarefas
profissionais (ex: falta de materiais e equipamento, etc.).

7. Problemas familiares: stress dos profissionais relacionado com o


relacionamento familiar e com o apoio por parte de pessoas significativas (ex:
instabilidade das relações familiares e/ou conjugais, conflitos com pessoas
significativas, etc.).

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3.5. Tipo de pesquisa


O nosso estudo se enquadra na pesquisa do tipo Ex-post-facto. Esta pesquisa
é utilizada quando há impossibilidade de aplicação da pesquisa experimental, pelo
facto de nem sempre ser possível manipular as variáveis necessárias para o estudo
da causa e do seu efeito (Fonseca, 2002, p. 32).

3.6. Modelo de pesquisa. Levou-se em consideração os seguintes aspectos:

: tem como objectivo mostrar como as variáveis se relacionam sem


manipulação do pesquisador. É uma pesquisa Ex-post-facto e estuda situações nas
quais as relações entre as variáveis já ocorreram, (Zassala, 2017; p.86).

Exploratória: Busca apenas levantar informações sobre um determinado


objecto, delimitando assim um campo de trabalho, mapeando as condições de
manifestação desse objecto. (Severino.2010; p33).

3.7. Métodos de estudo. Para o nosso estudo baseamo-nos no seguinte:

Para Fonseca (2002), método significa organização, e logos, estudo


sistemático, pesquisa, investigação; ou seja, metodologia é o estudo da
organização, dos caminhos a serem percorridos, para se realizar uma pesquisa ou
um estudo, ou para se fazer ciência. Etimologicamente, significa o estudo dos
caminhos, dos instrumentos utilizados para fazer uma pesquisa científica.

Método hipotético – dedutivo: inicia-se com a formulação de um problema e


com sua descrição clara e precisa, a fim de facilitar a obtenção de um modelo
simplificado e a identificação de outros conhecimentos e instrumentos, relevantes ao
problema, que auxiliarão o pesquisador em seu trabalho, (Gil, 2008, p. 12).

Estudo de campo: na visão de (Lakatos et al. 2003, p.143) é aquele que é


usado com objectivo de seguir informações acerca de um problema, para o qual se
procura resposta, de uma hipótese que se queira comprovar, descobrir novos

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fenómenos ou as relações entre eles. O nosso estudo teve uma abordagem


quantitativa.

3.8. Caracterização do local de estudo


A unidade Escola de Bombeiros está localizada no Município de Viana e
prossegue de forma notável os seus fins, nomeadamente, a formação humana,
profissional e cultural do efectivo do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros e de
investigação em áreas coincidentes com as missões confiadas à Corporação,
cumprindo dessa forma, a sua vocação natural, que é formar.

A Escola Nacional de Protecção Civil e Bombeiros é constituída por 10


Gabinetes, 01 Sala de Cátedras, 1 Reprografia, 1 Posto Médico, 1 Sala de
Conferência e 2 Salas de Aulas.

Um dos seus objectivos é de:

- Formar efectivos do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros e cidadãos


capazes de responder eficazmente, nas vertentes técnicas e humanistas, aos riscos
emergentes da sociedade actual;

- Desenvolver estudos e investigações no domínio da protecção contra riscos,


acidentes e calamidades, no âmbito das competências e missões atribuídas ao
Serviço de Protecção Civil e Bombeiros.

A Escola controla um total de (304) efectivos, sendo:

( 50) – Instrutores das distintas especialidades;

(14 ) - Munitores das distintas especialidade;

( 162) - Efectivos da Unidade Escola;

(66) - Funcionários de Apoio Administrativo e Pedagógico;

(12 ) – Cozinheiras.

3.9. Tipos De Formação Ministradas

A formação ministrada assume as seguintes modalidades:

a) Formação inicial

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Formação inicial de Bombeiros para Recrutas e Sapadores;

Formação inicial para novos quadros de comando.

b) Formação contínua

Formação especializada;

Formação de formadores;

Formação de aperfeiçoamento;

Formação de actualização.

DIRECTOR
CONSELHO DE DIRECÇÃO
CONSELHO PEDAGÓGICO
SECRETARIADO CONSELHO DE DISCIPLINA

SUBDIRECTORA
SUBDIRECTOR PEDAGÓGICO ADMINISTRATIVA

CÁTEDRA DE EXTINÇÃO SEIA

SECÇÃO DE LOGISTICA
CÁTEDRA DE PREVENÇÃO
SECÇÃO DE TRANSPORTE
CÁTEDRA DE M.PERIGOSAS
SECÇÃO DE PROTOCOLO
CÁTEDRA DE SALV. E RESGATE
SECÇÃO DE PATRIMÓNIO
CÁTEDRA DE A.P.H
SECÇÃO DE RH
CÁTEDRA DE PROT.CIVIL
SECÇÃO DE POSTO MÉDICO
CÁTEDRA DE CONDUÇÃO AUTO
SECÇÃO DE FINANÇAS
CÁTEDRA DE MORAL E CIVICA

UNIDADE DE ENSINO DO DIREITO

ÁREA JÚRIDICA CORPO DE ALUNO COM. E IMAGEM QUARTEL DOCENTE

Procedimento e dificuldades encontradas


Para a recolha dos dados, solicitou-se ao Departamento de Psicologia da
Universidade Óscar Ribas (UOR), um ofício endereçada a Direcção da Unidade
Escola dos Bombeiros de Viana, para que tivéssemos acesso a mesma Instituição e
nos concedessem entrevista aos quadros efectivos da mesma escola de Bombeiro.
Assim que nos foi dado a permissão para a realização do estudo, distribuimos

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consentimento informado aos efectivos afecto a Instituição e a posterior o


questionário onde constam as questões da nossa investigação. Outrossim,
cumprimos com os aspectos éticos, garantindo o sigilo e confiabilidade.

Com relação as dificuldades encontradas durante a pesquisa, para além das


que se prendem com os factores profissionais e familiares, deparamo-nos com
outras, tais como: insuficiências bibliográficas e financeiras.

CAPÍTULO IV. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE, INTERPRETAÇÃO E DISCUSSÃO


DOS RESULTADOS

4.1. Apresentação dos dados demográficos

Tabela 1 – Distribuição demográfica das inquiridas

Dados Aspecto Freq. Percentagem


(%)
Idades 20-30 anos 40 40
31-40 anos 45 45
41-50 anos 15 15
Total 100 100
Ensino básico 25 25
Habilitações Ensino médio 57 57
literárias Licenciatura 15 15
Pós-graduação 3 3
Total 100 100
Gênero Masculino 55 55
Feminino 45 45
Total 100 100

Interpretação: De acordo com os dados da tabela, relacionada as idades, as


habilitações literárias e a categoria profissional das inquiridas, pode-se ver que nas
idades, o grupo que sobrepõe, são os com idades compreendidas entre os 31 aos
40 anos de idade, com 45%, seguidos com 40% na faixa etária de 20 aos 30 anos;
no que tange as habilitações literárias, isto é, o grau académico dos nossas

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inqueridos, é notório ver que, a maioria 57% têm o ensino médio, seguidamente o
ensino de base, representando 25%, licenciatura com 15% e somente 3%
frequentam a pós-graduação. Quanto ao gênero, 55% representam os homens e
45% mulheres bombeiras.

Tabela 2 – Distribuição da amostra segundo o qual se no local de trabalho, há


necessidade de um psicólogo do trabalho.
Respostas Freq. Percentagem
(%)
Sim 80 80
Não 20 20
Total 100 100

Interpretação: 80% das opiniões dos nossos inquiridos dizem que há


necessidades “sim” de psicólogos do trabalho na unidade, enquanto que 20% são de
opinião contrária.

4.2. Apresentação e análise dos dados de questionários

Hipótése 01- Os bombeiros da Unidade Escola de Viana estão acometidos pelo


estress.

Tabela 3 – Distribuição da amostra segundo o qual se sente algum stress


devido ao ambiente de trabalho.(1ª parte do questionário QSB)

Respostas Freq. Percentagem (%)


Nenhum pouco 0 0
Pouco 2 2
Moderado 20 20
Bastante 60 60
Elevado 18 18
Total 100 100

Interpretação: Conforme os dados apontam, 60% das dos bombeiros


consideram que sentem bastante estresse no ambiente de trabalho, 18% referiram

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que sentem elevado stress, 20% sentem stress moderado e somente 2% sentem
pouco stress. Verificando os dados acima, maior parte da amostra encontram-se
acometido de stress.

HIPOTÉSES: 2, 3, e 4 interpretacção

Tabela nº 4. Dados com relação a 2ª parte do questionário QSB

Subescalas Itens Valor Valor encontrado


fixado
1. Lidar com pessoas 12, 13, 21, 0–4 3
23
2. Relações profissionais (H4) 4, 17, 22, 24 0–4 3
3. Execesso de trabalho 5, 10 11, 16 0–4 3
4. Carreira e remuneração 1, 6, 15, 19 0- 3
(H2)
5. Risco de vida 2, 7, 20 0- 4
6. Condições de trabalho (H3) 9, 18, 25 0–4 3
7.Problemas familiares 3, 8, 14 0–4 3

Interpretação: Segundo os dados acima agrupados em subescalas, vemos


que na subscala 1 em que agrupa as questões 12, 13, 21 e 23 do questionário,
apresentou um valor total de 3 pontos. As questões desta subescala têm referência
de como lidar com pessoas no exercício da actividade profissional: stress dos
profissionais relacionados com a responsabilidade de fornecer os seus serviços aos
seus utentes (ex: possibilidade de cometer erros que prejudiquem os utentes, ter de
gerir problemas graves da população, etc.).

A subescala 2, faz menção as Relações profissionais: stress dos


profissionais relacionados com o ambiente de trabalho, bem como com a relação
mantida com os colegas de trabalho e superiores hierárquicos (ex: conflitos com
colegas, falta de apoio dos superiores, etc.). Nesta subescala obteve-se igualmente
a pontuação de 3 valores.

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A subescala 3, faz menção ao Excesso de trabalho: stress dos profissionais


relacionado com a carga de trabalho e com o número de horas de trabalho a realizar
(ex: trabalhar muitas horas seguidas, falta de tempo para realizar adequadamente as
tarefas, etc.). Nesta subescala obteve-se igualmente a pontuação de 3 valores, que
indica um grau elevado de stress.

Quanto a subescala 4, faz menção a Carreira e remuneração: stress dos


profissionais relacionado com as perspetivas de desenvolvimento da carreira
profissional e com o salário recebido (ex: impossibilidade de progressão na carreira,
baixa remuneração, etc.). Obteve-se igualmente a pontuação de 3 valores que indica
elevado stress.

De acordo a subescala 5, faz menção a Risco de vida: stress dos


profissionais relacionado com as situações onde podem pôr em risco a sua
integridade física (ex: enfrentar o risco de vida para o próprio, etc.). Obteve-se a
pontuação 4, uma cifra muito elevada, significando que que todos os efectivos dos
bombeiros referiram que apresentam um risco elevado de vida.

Quanto a subescala 6, faz menção sobre as condições de trabalho: stress


dos profissionais relacionado com os meios humanos e materiais disponíveis para a
realização adequada das tarefas profissionais (ex: falta de materiais e equipamento,
etc.). O quadro acima apresenta uma pontuação de 3 valores que indica elevado
stress, traduzindo que existe uma gritante falta de equipamento para o trabalho de
bombeiros, facto que dificulta o seu trabalho.

A última subescala, faz alusão sobre os Problemas familiares: stress dos


profissionais relacionados com o relacionamento familiar e com o apoio por parte de
pessoas significativas (ex: instabilidade das relações familiares e/ou conjugais,
conflitos com pessoas significativas, etc.). Obteve-se igualmente a pontuação de 3
valores. Para realçar que muitos dos entrevistados apresentam instabilidade nos
seus relacionamentos familiares, facto este que prejudica nas suas actividades
profissionais e consequentemente no elevado grau de stress.

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DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Os resultados demonstram que, ao nível do stresse ocupacional, os


bombeiros percepcionam a sua profissão como geradora de stress, conforme mostra
a tabela nº 2, indo de encontro às conclusões da pesquisa de Gomes e Teixeira
(2013), em que 32.5% dos bombeiros descreveram a sua actividade como muito
stressante, ou seja os bombeiros que consideram ter uma experiência profissional
negativa avaliam o trabalho como mais ameaçador, menos desafiante e consideram
não ter condições para lidar com as exigências da profissão.

Confirmamos a primeira hipótese nº 1 que afirma que Bombeiros da Unidade


Escola de Viana em Luanda estão acometidos de stress.

Analisando mais detalhadamente as dimensões de estresse que poderão


estar na origem desse problema, os resultados por nós encontrados sugerem as
dificuldades em realizar trabalhos de formação e elaborar relatórios técnicos, a
possibilidade de cometer erros, o excesso de trabalho e a instabilidade profissional.
Esses indicadores encontram correspondência nos dados de outras investigações
sobre fontes de pressão em profissionais de saúde, principalmente no que diz
respeito à sobrecarga de trabalho, às pressões de tempo e aos aspectos
relacionados com a carreira e com a realização profissional (Douglas, ET, AL & Kim,
1996; Melo, Gomes & Cruz, 1997; et, al & Spector, 1999; Payne & Firth-Cozens,
1987).

Para Barbosa (2012), o salário insuficiente gera sentimentos de insatisfação e


desânimo, e a fim de aumentar a renda os profissionais podem optar por aumentar a
jornada de trabalho, associando mais de um emprego, o que contribui para mais
cansaço e risco de problemas de saúde.

Em outros estudos, sobre satisfação profissional, também ficou evidente a


insatisfação dos trabalhadores com relação a esse aspecto. Estudo de Hülsheger, U.
R., & Schewe, A. F. (2011) sobre a Vulnerabilidade ao estresse e satisfação no
trabalho em profissionais do Programa de Saúde da Família indicou que as questões
relacionadas ao ganho financeiro e a perspectiva de crescimento dentro da unidade
de saúde focalizada foram as que despertam insatisfações nos profissionais
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pesquisados. O salário e a possibilidade de ascensão no trabalho também foram as


variáveis que produziram maior insatisfação nos profissionais de enfermagem em
estudo citado por Suehiro (2008).

O nosso estudo corrobora com os pesquisadores citado acima, logo,


confirmamos a hipótese que diz que a falta de promoção de carreira protagoniza o
surgimento de stress ocupacional nos efectivos da Unidade Escola de bombeiros de
Viana em Luanda.

Estudo de Outtlinger (1998), realizado com bombeiros americanos, revelou


que estes estão mais susceptíveis ao desenvolvimento de stress no trabalho,
identificado como principais fontes estressoras a morte ou o acidente com colegas
de trabalho em serviço, a prestação de ajuda a pessoas jovens seriamente feridas e
o enfrentar de problemas sobre os quais não se tem controlo e que continuam a
existir sem que sejam tomadas para minimizá-los.

Além da exposição a riscos psicossociais, os bombeiros lidam também com


riscos biológicos, tais como a exposição a sangue contaminado, privação de sono e
ciclos longos de trabalho-descanso. A privação de sono encontra-se entre os
estressores associados a diminuição de células do sistema imunológico, sendo os
bombeiros um grupo particularmente susceptível a problemas imunológico.

Um estudo levado a cabo por, Martínez-Tur, et,al J. (2016). em 62


enfermeiros do norte de Portugal, afirmaram que as quatros fontes de stress
ocupacional de origem organizacional são a sobrecarga de trabalho, as más
condições físicas e técnicas, a carência de recursos humanos e um excessivo
número de doentes. Esta opinião é partilhada por Calais, S. L. (2004)., que além das
más condições físicas de trabalho, relatam os meios ou recursos disponíveis,
excesso de horas de trabalho e as tarefas com elevado grau de dificuldade como
factores importantes na saúde do profissional.

Os resultados do nosso estudo conforme demostra a tabela nº 4, vão de


encontro com os resultados levado a cabo com autores acima descritos, logo
confirmamos a hipótese nº 3 que diz que as condições de trabalho estão na base do

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surgimento de stress ocupacional nos efectivos da Unidade Escola de bombeiros de


Viana em Luanda.

Os resultados demonstraram que os participantes sentem que recebem pouco


apoio por parte dos seus superiores, não existe bom relacionamento com os colegas
e sentem necessidade de estratégias de gestão de stresse para moderar o impacto
das exigências profissionais (organizacionais, agudas e crónicas), conforme
demostra a tabela nº 4, na subescala 2, dando um resultado de 3 valores. Estes
dados vão de encontro ao postulado por Wagner & O’Neill, 2012, que concluíram
que os principais motivos de insatisfação nos bombeiros estão relacionados com o
clima organizacional, pois estamos perante um contexto profissional paramilitar, o
que pode contribuir, não só para uma baixa satisfação com os supervisores, como
também despoletar conflitos organizacionais.

De acordo o nosso questionário, as respostas das nossas inqueridas,


corroboram com estudos levado a cabo pelos pesquisadores Bohlander, Snell e
Sherman (2003), aonde concluíram que dentre as causas do stress se destacam
desentendimento com gerentes ou colegas de trabalho, falta de comunicação no
trabalho e falta de reconhecimento por um trabalho bem feito são causas comuns de
distresse.

Ainda Spector (2006), concluiu no seu estudo que conflitos com colegas ou
pesadas cargas de trabalho, são exemplos de condições que ocorrem, entre vários
outros factores que podem ser estressantes no trabalho. Para o grau de incerteza
dos funcionários sobre suas funções e responsabilidades no trabalho é um dos
factores mais estudados nas pesquisas sobre estresse ocupacional. Logo,
confirmamos a hipótese nº 4 que diz que o mau relacionamento entre colegas e
superiores hierárquicos é um factor gerador de stress ocupacional nos efectivos da
Unidade Escola de Bombeiros de Viana em Luanda.

Fazendo uma análise e de acordo com Aguiar (1992), é de opinião de que o


psicólogo do trabalho ajuda ou auxilia na orientação e aconselhamento individual, na
triagem para tratamento psiquiátrico e de fórum psicológico, na orientação e
acompanhamento ao programa de prevenção e tratamento do tabagismo, na

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orientação aos dependentes químicos, atendimento psicolaboral, na oorientação e


acompanhamento aos afastados do trabalho, no acompanhamento e orientação no
retorno ao trabalho e aos grupos com equipas multidisciplinares.

Segundo Spector (2006, p. 444), “o conflito trabalho-família é uma forma de


conflito de papel externo no qual as exigências do trabalho interferem com a família.
Por exemplo, a obrigação de dedicar tempo ao trabalho deixa tempo insuficiente
para o lar.”

Allen; Herst; Bruck e Sutton (2000, apud Spector, 2006) descobriram que
indivíduos que relatam altos níveis de conflito trabalho-família tendem a relatar
pouca satisfação no trabalho. Sendo tanto para homens como para mulheres,
sugerindo que ambos reagem de forma similar ao conflito trabalho-família.
Organizações que se preocupam com o conflito trabalho-família têm adotado
medidas para ajudar seus funcionários. Dois exemplos são o horário de trabalho
flexível e a disponibilidade de creches e pré-escola no local de trabalho. (Spector,
2006).

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Uma vez concluido o trabalho, após análise, interpretação e discussão dos
resultados, afirmamos que todas as hipóteses propostas foram confirmadas.

Quanto a primeira hipótese, os bombeiros da Unidade Escola de Viana em


Luanda estão acometidos de stress, uma vez que 100% da amostra referiram sentir-
se estressados, conforme a tabela nº 2. (hipótese confirmada).

A segunda hipótese refere que a falta de promoção de carreira protagoniza o


surgimento de stress ocupacional nos efectivos da Unidade Escola de bombeiros de
Viana em Luanda, também confirmamos a hipótese com valor total de 3 pontos,
conforme a tabela nº 4.

A terceira hipótese que afirma que as condições de trabalho estão na base do


surgimento de stress ocupacional nos efectivos da Unidade Escola de bombeiros de
Viana em Luanda, foi confirmada com o valor total de 3 pontos, conforme a tabela nº
4.

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A quarta e a última hipótese aborda que o mau relacionamento entre colegas


e superiores hierárquicos é um factor gerador de stress ocupacional nos efectivos da
Unidade Escola de Bombeiros de Viana em Luanda, igualmente foram confirmadas
com o valor total de 3 pontos, conforme demostra a tabela nº 4.

Os factores identificados foram: a falta de reconhecimento, as mudanças e os


conflitos no ambiente de trabalho, sobrecarga de trabalho, as diferenças entre os
valores individuais e os empresariais, e os problemas familiares e financeiros. Esses
factores são potenciais para gerar um grau de estresse nos efectivos da unidade
Escola de Bombeiros de viana em Luanda.

O suporte social pode ser um recurso robusto para os indivíduos


responderem às suas exigências ambientais e para reduzirem o impacto causado
pelas situações geradoras de stresse. A importância do suporte social é, portanto,
realçada, contradizendo o princípio geral de que o mérito das organizações deve ser
exclusivamente o evitamento de exigências profissionais.

Em face dos resultados, é possível concluir a necessidade da diminuição das


exigências profissionais de natureza organizacional que estão sob o controlo do
comando e das direções dos Corpos de Bombeiros, especificamente, ao nível do
desenho do trabalho, sistema de ativação e procedimentos de comunicação na
emergência, modalidades de funcionamento por turnos, entre outros.

Neste sentido, este foi um estudo que poderá contribuir não só para chamar a
atenção da importância da existência de psicólogos neste contexto, promovendo
uma comunicação mais aberta e assertiva como forma de promover/potenciar as
relações interpessoais no local de trabalho, mas também para reforçara necessidade
de serem realizados nas corporações programas de treino de competências de
gestão de stress e das emoções, alicerçados na construção de confiança
organizacional.

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SUGESTÕES

Para minimizar o risco do aparecimento do stress, sugerimos ao Ministério do


Interior e a unidade escola dos bombeiros o seguinte:

 Que se A criação de condições de trabalho e salários satisfatórios aos


bombeiros;

 Que se Desenvolvimento de um programa de formação específico ao nível


dos quadros de Comando e das chefias dos Corpos de Bombeiros

 Que se ofereça gratificações simbólicas aos funcionários (Publicar fotos de


reconhecimento dos funcionários do mês nos murais ou na revista institucional.

 Que se Proporcionar oportunidades de interação social, incluindo apoio


emocional e social e ajuda entre os colegas de trabalho.

 Que se dinamiza os programas organizacionais visando a boa qualidade de


vida dos funcionários.

 Que se faça maior investimento no aperfeiçoamento pessoal e profissional


dos funcionários, oportunizando a realização de cursos profissionais e vivência
sócio-educativas.

 Que se realiza o mesmo estudo noutros grupos profissionais, de forma a


possibilitar a generalização dos resultados para grande parte dos trabalhadores.

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ANEXOS

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QUESTIONÁRIO

Este questionário tem como objectivo principal descrever as causas e


consequências do “Stress Ocupacional em bombeiros da unidade Escola de
bombeiros em Luanda”. Deste modo, realizaremos uma avaliação de diagnóstico
acerca do tema apresentado, sendo o objectivo é de diagnosticar o stress
ocupacional nos Bombeiros da unidade Escola de Viana em Luanda.
Como tal gostaríamos que respondesse às questões que se seguem, sendo
garantida a confidencialidade e anonimato dos dados recolhidos, uma vez serão
utilizados apenas para o estudo pretendido.
Leia cada uma das seguintes questões a assinale com “X” a opção que melhor
traduz a sua opinião.
Idade _____________ anos Gênero Masc  Fem 
Habilitações académicas:
Ensino de base Ensino Médio Licenciatura Pós-graduação 
1. Sente algum stresse em seu ambiente de trabalho?
Sim  Não 
2. Está informado(a) acerca dos factores de risco a nível profissional que podem
gerar stresse?
Sim  Não 

3. A organização em que trabalha realiza algum tipo de dinâmica para


descontrair?
Sim  Não 

4. Você acha que os problemas psicológicos e sociais podem interferir no seu


dia-a-dia na organização?
Sim  Não 
5. Sabe como gerir o estresse a nível profissional?____________________
_________________________________________________________________

6. No seu local de trabalho, a necessidade de um psicólogo do trabalho?


Sim  Não 

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Extactos de algumas actividades dos bombeiros

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