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29/06/2022

Ventilação Mecânica
Janice Eduardo
3º Ano
2022
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Introdução
• O futuro profissional com conhecimento em ventilação
mecânica será capaz de avaliar e promover a manutenção
e recuperação de saúde do paciente com disfunção
respiratória específica.

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•Objectivos
• Proporcionar conhecimentos relacionados com a
fisioterapia respiratória especificamente a ventilação
mecânica, para poder lidar e actuar de forma excelente e
optimizar a qualidade de vida dos pacientes com distúrbios
respiratórios

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Sumário
• Introdução sobre a VM
• ObJectivos da VM

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• VM – Breve Historico
• Classificação dos Ventiladores desde a sua
criação.
• Conceitos Fisiologicos.
• Classificação da VM
• Indicação da VM
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INTRODUÇÃO A VENTILAÇÃO
MECÂNICA
• A ventilação mecânica (VM) ou, como seria mais
adequado chamarmos, o suporte ventilatório,

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consiste em um método de suporte para o
tratamento de pacientes com insuficiência
respiratória aguda ou crônica agudizada.
• É uma forma de manter a oxigenação ou a
ventilação dos pctes de maneira artificial até que
estes tenham capacidade de reassumir sua própria
respiração.
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Objetivos da Ventilação Mecanica
• Tem por objetivos, além da manutenção das trocas
gasosas, ou seja, correção da hipoxemia e da acidose
respiratória associada à hipercapnia:

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• 1- Aliviar o trabalho da musculatura respiratória que,
em situações agudas de alta demanda metabólica, está
elevado;
• 2- Reverter ou evitar a fadiga da musculatura
respiratória;
• 3- Diminuir o consumo de oxigênio, dessa forma
reduzindo o desconforto respiratório;
• 4- E permitir a aplicação de terapêuticas específicas. 5
Ventilação Mecânica: Breve
histórico
• 460 - 370 a.C. Hipócrates descreveu a função da
respiração no “Tratado do ar" e o tratamento
para as situações iminentes de sufocamento

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por meio da canulação da traquéia ao longo do
osso da mandíbula. Esta foi provavelmente a
primeira citação sobre intubação orotraqueal.

• 384 - 322 a.C. Aristóteles notou que animais


colocados dentro de caixas hermeticamente
fechadas morriam.
• Primeiramente, pensou que a morte ocorria
pelo fato dos animais não conseguirem se
resfriar. Outros estudos levaramno a conclusão 6
de que o ar fresco era essencial para a vida.
Breve Histórico
• 1530 Paracelsus (1493-1541) usou um fole
conectado a um tubo inserido na boca de um
paciente para assistir a ventilação. Foi-lhe

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creditado a primeira forma de ventilação
artificial.
• 1876 - Primeiro "iron lung" do Dr. Alfred Woillez.
• Aparelho onde seria possível submeter o
paciente a uma ventilação sustentada por
diminuição da pressão atmosférica em volta da
caixa toracica.
• 1887, Fell O’Dwayer desenvolveu um
equipamento de intubação laríngea para
possibilitar suporte ventilatório aos pacientes
com difteria. 7
Breve Histórico
• Em 1926, Philip Drinker desenvolveu o Pulmão de Aço ou Iron
Lung que realizava VM por meio de pressão negativa.
• Ele foi usado pela primeira vez em 1928, em Boston com uma
paciente portadora de poliomielite.

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• No início dos anos 1980, a tecnologia possibilitou por meio da
utilização de microprocessadores um amplo avanço no uso dos
ventiladores mecânicos, dando origem aos ventiladores de 3ª
geração no mercado.

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Breve Histórico
• 1931 - Emerson desenvolveu um "iron lung" similar ao de Driker e
Shaw que se tornou largamente comercializado.

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Enfermeiras dando assistência
ventilatória durante 2ª Guerra Mundial

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Breve Histórico
• 1936 - Dificuldades nos cuidados gerais (banho,
alimentação e medicação) imobilidade forçada,
impossibilidade de tossir → complicações

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infecciosas pulmonares → surgiu uma adaptação
chamada de “couraça” um "pulmão de aço" que
envolvia só o tórax.

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• 1951 - Dr. Forrest Bird construiu o primeiro
respirador de pressão positiva acionado por
magnetos. Denominado Bird Mark 7.

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Ventilação Mecânica: evolução
através do tempo

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Classificação dos Ventiladores
• 1ª Geração – Ciclados a Pressão

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• 2ª Geração - Ciclados a Volume

• 3ª Geração – Microprocessados e
com monitorização ventilatória. 15
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Resumo
• O que é Ventilação Mecânica?
• Suporte ventilatório
• Ampla utilização na década de 50 durante a epidemia de

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poliomielite
• Hoje utilizada desde o centro cirúrgico até domiciliar.

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Fisioterapia e a Ventilação
Mecanica
• A Fisioterapia faz parte do atendimento multidisciplinar
oferecido aos pacientes em unidade de terapia intensiva (UTI).
Sua atuação é extensa e se faz presente em vários segmentos do

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tratamento intensivo, tais como o atendimento a pacientes
críticos que não necessitam de suporte ventilatório; assistência
durante a recuperação pós-cirúrgica, com o objetivo de evitar
complicações respiratórias e motoras; assistência a pacientes
graves que necessitam de suporte ventilatório.

• Nesta fase, o fisioterapeuta tem importante participação,


auxiliando na condução da ventilação mecânica, desde o
preparo e ajuste do ventilador artificial à intubação, evolução do
paciente durante a ventilação mecânica, interrupção e desmame 18
do suporte ventilatório e extubação.
CONCEITOS FISIOLÓGICOS
• Ciclo respiratório
• Inspiração – processo ativo
• Expiração – processo passivo resultante das forças elásticas
dos pulmões e caixa torácica.

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• Complacência
• Capacidade elástica dos pulmões
• C= ΔV/ΔP
• C: Complacencia - ΔV: Variaçao de Volume –
• ΔP: Variaçao de Pressao
• Resistência
• Dificuldade na passagem do ar pelas vias aéreas
• R=ΔP/Q 19
• R: Resistencia – ΔP: Variaçao de pressao - Q: Fluxo
CONCEITOS FISIOLÓGICOS
• Constante de tempo
• É o tempo necessário para que ocorra equilíbrio de
pressão dentro dos alvéolos

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• CT = R x C
• • RN ≅ 0,15s
• • Adulto ≅ 0,30s
• • 1 CT equilibra 63% dos alvéolos
• • 3CT equilibram 95%
• • 5CT equilibram 99%
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CONCEITOS FISIOLÓGICOS

• Trabalho Respiratório
• É o esforço feito pelo indivíduo para vencer a C e R
• Volume Corrente (VT)

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• Volume de ar que entra e sai dos pulmões;
• 6 a 8 ml/kg
• PEEP
• Pressão que impede o colapso alveolar
• Fechamento da glote - CRF
• Frequência Respiratória (FR)
• Quantidade de inspiração e expiração realizadas 21
dentro de 1 minuto.
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Classificação
Atualmente, classifica-se o suporte ventilatório em dois
grandes grupos:
• Ventilação mecânica invasiva; e

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• Ventilação não invasiva.
• Nas duas situações, a ventilação artificial é conseguida
com a aplicação de pressão positiva nas vias aéreas.
A diferença entre elas fica na forma de liberação de pressão:
Na ventilação invasiva utiliza-se uma prótese introduzida na
via aérea, isto é, um tubo oro ou nasotraqueal (menos
comum) ou uma cânula de traqueostomia.
Na ventilação não invasiva, utiliza-se uma máscara como
interface entre o paciente e o ventilador artificial. 23
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VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA

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VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA (VNI OU VMNI)

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Indicações para o Uso de VM
• A literatura elucida que a depender do objetivo a ser utilizada
a ventilação mecânica, haverá sua indicação.
• Conforme o Consenso de VM – 2007: segue alguns

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parâmetros que sugerem a necessidade de suporte com VM.
Parâmetros Normal Considerar VM

12-20 >35
Frequência respiratória
5-8 <5
Volume corrente (mL/kg)
Capacidade Vital (mL/kg) 65-75 <50
Volume minuto (L/min) 5-6 >10
Pressão inspiratória máxima (cmH2O) 80-120 >-25
Pressão expiratória máxima (cmH2O) 80-100 <+25
Espaço morto (0%) 25-40 >60
PaCO2 (mmHg) 35-45 >50
PaO2 (mmHg) (FIO2 = 0,21)
>75 <50
P(A-a)O (FIO2 = 1,0)
PaO2 / FIO2 25-80 >350
>300 <200 27
INDICAÇÕES DA VM
• Substituir total ou parcialmente a ventilação
espontânea
• Anestesias

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• Doenças crônica agudizadas
• Insuficiência respiratória aguda
• Diminuir trabalho respiratório
• Melhorar trocas gasosas
• Reverter fadiga muscular
• Necessidade de controle da ventilação
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Em que casos se utiliza a VM?
• Reverter a hipoxemia e/ou ac. resp. associada a
hipercapnia;

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• Aliviar o desconforto respiratório;
• Reverter ou evitar a fadiga muscular respiratória;
• Prevenir ou reverter atelectasias;
• Permitir a aplicação de terapêuticas específicas
como a sedação e/ou bloqueio neuromuscular;
• Outros.
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•FIM
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AULA 2
Assistencia paciente – ventilador APV é um
desacoplamento entre o paciente em relaçao a
demandas de tempo, fluxo , volume e o
ventilador, que as oferta durante Ventilação
Mecanica.

INTERAÇÃO PACIENTE VENTILADOR 31


Introdução
• O principal objetivo da ventilação mecânica é a
diminuição do trabalho respiratório. Para que isto ocorra,
o ciclo mecânico deveria coincidir com o tempo

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inspiratório neural do paciente.
• A Interação ou assincronia paciente ventilador ocorre
por fatores relacionados ao paciente e aos parâmetros
ventilatórios e podem prolongar o tempo de suporte
mecânico e permanência em unidades de terapia
intensiva.
• Durante a ventilação mecânica, o sistema respiratório
está sob influência de duas bombas: os parâmetros
ajustados no ventilador e a função dos músculos
respiratórios. 32
• A interação paciente ventilador é dada pela harmonia
entre essas duas bombas a fim de garantir as demandas
do paciente.

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• Teoricamente, o ventilador deveria trabalhar em perfeita
harmonia com o tempo inspiratório neural do paciente.
Quando há desproporção entre o tempo inspiratório do
paciente e o tempo inspiratório programado, acontece a
assincronia paciente ventilador.
• Aproximadamente 25% dos pacientes intubados
apresentam assincronia durante o tempo de ventilação
artificial.

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Factores que influenciam a
Assincronia
• 1- A assincronia ocorre devido a múltiplos fatores, ora
relacionados ao paciente, como:

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• Fraqueza dos músculos respiratórios,
• Alteração da mecânica pulmonar,
• Diminuição do drive respiratório, que incluem nível de
sedação, acidose e febre.
• 2- A assincronia relacionados aos parâmetros da ventilação
mecânica, como:
• Nível de suporte ventilatório,
• Sensibilidade de disparo,
• Fluxo inspiratório
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• Critérios de ciclagem
• Durante a ventilação mecânica, o ciclo respiratório pode
ser dividido em:
1- Fase de pré disparo,
2- Fase inspiratória,

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3- Fase pós inspiratória e
4- Fase expiratória.
• A assincronia pode acontecer nas diferentes fases do
ciclo. A mudança nos parâmetros ventilatórios interfere
no padrão respiratório através de diferentes
mecanismos, afetando o drive neural ou a mecânica
pulmonar.

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1- Fase de pré disparo
• O ciclo inspiratório é iniciado pelo esforço do paciente, e
ajustado através da sensibilidade do ventilador que pode
utilizar a pressão ou fluxo como variáveis de disparo.

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• No disparo a pressão, o paciente deve realizar um esforço
necessário para diminuir a pressão no circuito ventilatório,
a partir do nível expiratório final, a um valor
predeterminado e então abrir a válvula de demanda ou
válvula inspiratória.
• - DISPARO o início da inspiração, denominado "disparo"
do ventilador; o disparo pode ser feito pelo próprio
ventilador, a partir da freqüência respiratória ajustada, ou
pelo paciente, quando se ajusta uma sensibilidade no
ventilador e ela é deflagrada pelo esforço do paciente. 36
2- Fase inspiratória
• Em PSV, a variável independente, ou seja, a que não
depende do esforço inspiratório do paciente, é a pressão
de vias aéreas, e as variáveis dependentes são volume e

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fluxo.
• Por esta razão, a avaliação da onda de fluxo e volume são
melhores estimativas do esforço realizado pelo paciente.
• INSPIRAÇÃO a inspiração; é a fase de fornecimento de
fluxo inspiratório pelo ventilador; ao final do
fornecimento do fluxo inspiratório, mas antes do início
da expiração, algumas modalidades permitem o ajuste
de pausa inspiratória, durante a qual o ar permanece
aprisionado dentro do sistema respiratório (pulmões,
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vias aéreas, cânula traqueal e circuitos).
3- Fase pós inspiratória
• FASE 3 - CICLAGEM transição da inspiração para a
expiração, denominada "ciclagem" do ventilador;
diferentes comandos podem determinar a ciclagem do

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ventilador, caracterizando diferentes modalidades.
• Os principais comandos de ciclagem são: volume
corrente, pressão inspiratória, tempo inspiratório e fluxo
inspiratório.
• Durante a modalidade PSV, existem duas formas de
ciclagem do tempo inspiratório: o critério a pressão ou a
fluxo.
• Pelo critério de pressão, o fluxo é cessado quando a
pressão de vias aéreas aumenta a um valor maior que o 38
nível de suporte previamente estabelecido.
4- Fase expiratória
• A expiração, caracterizada pela abertura da
válvula de exalação, permitindo a saída de ar

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passivamente;
• Os diferentes tipos de interação entre o paciente
e o ventilador nas fases do ciclo respiratório é
que caracterizam os diferentes modos
ventilatórios.

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EFEITOS ADVERSOS DA ASSINCRONIA
PACIENTE-VENTILADOR
• Gerais
• A assincronia paciente-ventilador causa uma série de

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efeitos clínicos adversos e se associa a desfechos
indesejados, como : Desconforto, dispneia, piora da
troca gasosa, aumento do trabalho da respiração, lesão
muscular diafragmática, interferência na quantidade e
qualidade do sono, aumento da necessidade de
sedação, aumento da necessidade de bloqueio
neuromuscular, aumento do tempo de VM e aumento
da mortalidade.
• Sintomas de “fome de ar” ou de “esforço inspiratório
excessivo”, ou seja, dispneia, ainda que pouco estudados, 40
são muito comuns em pacientes durante a VM.
• Assincronia afeta:
1. Trocas gasosas,

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2. Aumenta o trabalho respiratório,
3. Lesão/Fadiga musculatura respiratória,
4. Aumenta o PEEPi,
5. Impacto hemodinâmico,
6. Interfere com a VM protetora
7. Necessidade de aumento da sedação
8. Atrasao desmame.
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