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Sumário
HISTÓRIA.................................................................................................................................... 3
PRINCÍPIOS DA VENTILAÇÃO MECÂNICA ....................................................................... 6
INDICAÇÕES DA VENTILAÇÃO MECÂNICA (VM) ........................................................... 7
COMPLICAÇÕES DA VENTILAÇÃO MECÂNICA (VM) .................................................... 7
LESÃO INDUZIDA PELA VENTILAÇÃO MECÂNICA ....................................................... 8
VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA .................................................................................. 9
ACESSO A VIA AÉREA E TIPOS DE PRÓTESES ............................................................. 9
TRAQUEOSTOMIA COM CUFF ........................................................................................... 11
PRINCÍPIOS DE MECÂNICA RESPIRATÓRIA ................................................................. 12
NOÇÕES DE MECÂNICA RESPIRATÓRIA ....................................................................... 13
PRINCÍPIOS DA VENTILAÇÃO MECÂNICA ..................................................................... 18
MODOS DE VENTILAÇÃO MECÂNICA ............................................................................. 20
CICLAGEM DO VENTILADOR ............................................................................................. 22
MODOS ALTERNATIVOS DE VENTILAÇÃO MECÂNICA ............................................. 23
PRESSÃO CONTROLADA ADAPTATIVA ......................................................................... 25
VENTILAÇÃO COM SUPORTE ADAPTATIVO (ASV) ..................................................... 27
APLICAÇÕES CLÍNICAS E EVIDÊNCIAS ......................................................................... 28
VENTILAÇÃO PROPORCIONAL ASSISTIDA (PAV) ....................................................... 28
APLICAÇÕES CLÍNICAS DA PAV ...................................................................................... 29
BENEFÍCIOS DA PAV ............................................................................................................ 30
VENTILAÇÃO COM LIBERAÇÃO DE PRESSÃO NAS VIAS AÉREAS (APRV) ........ 30
PARÂMETROS APRV E VENTILAÇÃO BIFÁSICA ......................................................... 31
APLICAÇÕES CLÍNICAS ....................................................................................................... 31
VENTILAÇÃO DE ALTA FREQUÊNCIA OSCILATÓRIA (VAFO).................................. 32
TEORIA DO TRANSPORTE DE GASES ............................................................................ 33
VENTILAÇÂO NÃO INVASIVA (VNI) .................................................................................. 37
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) ............................................. 39
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA ASMA ................................................................................ 45
VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA ............................................................................................. 46
VENTILAÇÃO MECÂNICA DOMICILIAR ........................................................................... 50
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO
AGUDO (SARA) ....................................................................................................................... 54
VENTILAÇÃO MECÂNICA .................................................................................................... 55
INSUFLAÇÃO DE GÁS TRAQUEAL (TGI)......................................................................... 69
VENTILAÇÃO PULMONAR INDEPENDENTE .................................................................. 71
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Ventilação mecânica
VENTILAÇÃO MECÂNICA EM PACIENTES COM TRAUMATISMO
CRANIOENCEFÁLICO GRAVE ............................................................................................ 72
INOVAÇÃO NA VENTILAÇÃO MECÂNICA ....................................................................... 74
DESMAME DA VENTILAÇÃO MECÂNICA ........................................................................ 74
PAPEL DA VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA NO PROCESSO DE
DESMAME ................................................................................................................................ 83
VENTILAÇÃO MECÂNICA EM PACIENTE COM FALÊNCIA CARDÍACA .................. 85
PEEP E DÉBITO CARDÍACO................................................................................................ 86
DETERMINANTES DO RETORNO VENOSO .................................................................... 88
EFEITOS DA PEEP SOBRE O RETORNO VENOSO ...................................................... 88
DÉBITO DO VENTRÍCULO ESQUERDO (CONTRATILIDADE E PÓS-CARGA) ....... 90
ESTRATÉGIAS DE MANEJO VENTILATÓRIO NO DOENTE CRÍTICO ...................... 92
VENTILAÇÃO ESPONTÂNEA É EXERCÍCIO ................................................................... 92
TÔNUS AUTONÔMICO .......................................................................................................... 93
A VENTILAÇÃO ALTERA A PIT .......................................................................................... 94
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Ventilação mecânica
VENTILAÇÃO MECÂNICA
HISTÓRIA
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Origens da Ventilação de pressão negativa (final do século 19 a 1950)
Figura 1: O paciente se sentava em uma caixa que envolvia totalmente seu corpo do pescoço para baixo. O sistema
possuia um êmbolo, que servia para diminuir a pressão na caixa, que provocava a inspiração; o inverso produzia a
expiração. Figura reproduzida a partir da referência 4.
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Figura 2: Esta fotografia histórica de 1960 retrata uma enfermeira cuidando de uma vítima de uma epidemia de pólio em
Rhode Island, que estava dentro de um respirador de Emerson, também conhecido como 'pulmão de ferro'. Dispositivos
como esses eram usados por pacientes com pólio cuja capacidade de respirar estava paralisada devido a esta doença
viral incapacitante. Por: CDC, Cortesia: Public Health Image Library. Foto de Domínio Público.
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Cuidar de todos esses pacientes era um grande problema logístico, pois
não havia ventiladores de pressão positiva, de modo que os pacientes tinham
que ser “ensacados”. No auge da epidemia, 70 pacientes estavam
sendo ventilados manualmente ao mesmo tempo. No total, ao final da epidemia,
cerca de 1.500 alunos forneceram ventilação manual por um total de 165.000
horas. Uma abordagem para o desafio logístico era cuidar de todos esses
pacientes em um único local. Isso levou às primeiras UTIs como as conhecemos
hoje.
Nos últimos 60 anos, muitos aspectos técnicos dos ventiladores
melhoraram drasticamente em relação ao fornecimento de fluxo, válvulas de
expiração, uso de microprocessadores, melhor disparo, melhor fornecimento de
fluxo e o desenvolvimento de novos modos de ventilação (por exemplo,
ventilação assistida proporcional [PAV] e assistência ventilatória ajustada
neuralmente.
Muitas dessas melhorias nos forneceram ventiladores e cuidados muito
melhores para os pacientes ventilados mecanicamente, mas os
principais avanços recentes na VM não estão relacionados a essas melhorias,
mas ao nosso melhor entendimento da fisiopatologia da ventilação, tanto as boas
quanto as ruins.
A pandemia do novo coronavírus é um novo desafio para os sistemas de
cuidados intensivos em todo o mundo. Ter suporte e acesso a um bom (e
confiável) treinamento em ventilação mecânica deve ser mandatório nos
próximos anos para todos os profissionais de saúde envolvidos em cuidados
dentro da UTI. A prestação de cuidados intensivos adequados para insuficiência
respiratória aguda é a pedra angular para salvar a vida dos pacientes.
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INDICAÇÕES DA VENTILAÇÃO MECÂNICA (VM)
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Toxicidade ao oxigênio
Atelectasias
Pneumonia nosocomial
Inflamação
Complicações cardiovasculares Redução do retorno venoso
Redução do débito cardíaco
Hipotensão
Complicações gastrointestinais Redução do esvaziamento gástrico
Desnutrição
Complicações renais Redução do débito urinário
Aumento do hormônio antidiurético
Redução do peptídeo natriurético
atrial
Complicações neurológicas Aumento da pressão intracraniana
Complicações no equilíbrio Alcalose respiratória
acidobásico
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PARÂMETROS QUE PODEM INDICAR A NECESSIDADE DE SUPORTE
VENTILATÓRIO
Parâmetros Normal Considerar VM
Frequência respiratória (f) Adultos 12 a 20 rpm >35 rpm
VT (ml/kg) 5a8 <5
Capacidade vital 65 a 75 < 50
(ml/kg)
Volume Minuto
(L/min) 5a6 > 10
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TRAQUEOSTOMIA VISTA
LARINGOSCÓPIO LATERAL
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A traqueostomia permite um menor nível de sedação, de tal modo permite
que o paciente se comunique movendo os lábios e até mesmo com o uso de
cânulas adequadas e válvulas de fonação que sons sejam emitidos por ele.
A traqueostomia tem riscos por ser um procedimento cirúrgico que visa
estabelecer uma passagem entre a traqueia cervical e o meio externo de forma
a criar uma entrada de ar artificial na altura do pescoço e por isso tem maior
morbimortalidade do que a intubação orotraqueal. Os maiores riscos incluem
enfisema subcutâneo, sangramentos, pneumotórax e pneumomediastino.
INDICAÇÕES DA TRAQUEOSTOMIA
➢ Ventilação mecânica prolongada;
➢ Cirurgias de cabeça e pescoço;
➢ Obstrução alta das vias aéreas;
➢ Proteção de vias aéreas.
VANTAGENS
➢ Menor nível de sedação;
➢ Permite a fala;
➢ Reduz a resistência imposta ao fluxo aéreo;
➢ Facilita higiene pulmonar.
DESVANTAGENS
➢ Risco cirúrgico;
➢ Sangramento;
➢ Pneumotórax;
➢ Pneumomediastino.
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PRINCÍPIOS DE MECÂNICA RESPIRATÓRIA
DEFINIÇÃO
É o estudo das propriedades mecânicas do pulmão e da caixa torácica
em que esta interação determina os volumes pulmonares e a função das trocas
gasosas.
RESPIRAÇÃO FISIOLÓGICA
São elementos mecânicos do sistema respiratório:
➢ Vias aéreas;
➢ Parênquima pulmonar;
➢ Caixa torácica;
➢ Músculos respiratórios.
Função muscular
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Além dos músculos principais existem ainda os músculos acessórios da
inspiração, que são assim chamados, pois contribuem pouco para a ventilação
normal, mas são recrutados e até modificam seu ponto de fixação para
aumentarem a ventilação nos casos de aumento de demanda ou exercícios
físicos extenuantes.
Esses músculos são os escalenos, que elevam as duas primeiras
costelas; os esternocleidomastoides, que elevam o esterno e os serráteis
anteriores, que elevam muitas das costelas, os elevadores da asa do nariz, que
dilatam as narinas, e os músculos curtos da cabeça e pescoço que fixam a
cabeça para facilitar o deslocamento apical do tórax.
Os músculos intercostais internos também participam da expiração ativa,
eles têm ação oposta à dos intercostais externos, quando eles encurtam e puxam
as costelas para baixo, para trás e para frente, diminuindo o diâmetro torácico
anteroposterior.
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➢ Pressão transpulmonar.
➢ Estabilidade das unidades pulmonares.
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Complacência pulmonar: é uma propriedade mecânica pulmonar em que uma
quantidade de pressão gera um determinado volume. Por isso a unidade é
(ml/cmH2O).
➢ A complacência pulmonar de um indivíduo sadio adulto é de cerca de 200
ml/cm H2O.
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Tecidual
Resistência do
sistema
Respiratório
Resistência caixa
torácica
Geometria da árvore
traqueobrôquica
Volume pulmonar
Complacência das vias
aéreas
Densidade viscosidade
Musculatura lisa
brônquica
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PRINCÍPIOS DA VENTILAÇÃO MECÂNICA
A ventilação mecânica basicamente é feita pelo uso de pressão positiva nas vias
aéreas, ao contrário do que se utilizava no início do seu uso clínico que era a pressão
negativa. Dessa forma, pode-se dividir a ventilação da pressão positiva em quatro fases:
O CICLO VENTILATÓRIO
O ciclo ventilatório durante a ventilação mecânica com pressão positiva pode ser
dividido em
Fase Inspiratória
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O ventilador deverá insuflar os pulmões do paciente, vencendo as
propriedades elásticas e resistivas do sistema respiratório fornecendo fluxo e
volume ou pressão. A maneira de como tem início a fase inspiratória (trigger)
depende do modo de ventilação mecânica escolhido.
Fase Expiratória
Nessa fase, assim como na respiração espontânea, o ventilador permite
o esvaziamento dos pulmões. O ventilador pode permitir apenas o esvaziamento
parcial dos pulmões mantendo uma pressão positiva residual no final da fase
expiratória e aumentando a capacidade residual funcional (CRF).
A PEEP é utilizada a fim de se manter os alvéolos abertos mesmo durante
a expiração e com isso, aumentar a PaO2 arterial e diminuir a fração inspirada
de oxigênio (FiO2).
Ventilação Controlada
Nesse modo de ventilação não há participação do paciente, o aparelho
determina todas as fases da ventilação. O início da inspiração é determinado de
acordo com um critério de tempo, ou seja, de acordo com a frequência
respiratória regulada. O volume corrente é determinado de acordo com o tipo de
ciclagem escolhida. Esse modo permite o cálculo de mecânica pulmonar quando
a ventilação for a volume com onda de fluxo quadrada.
Estes valores são importantes principalmente na avaliação de pacientes
com doença pulmonar, tanto na determinação dos parâmetros ventilatórios
quanto no acompanhamento da evolução destes pacientes durante a internação
na unidade de terapia intensiva e durante o processo de desmame do ventilador.
Ventilação Assistida
Neste modo de ventilação, o aparelho determina o início da inspiração por
um critério de pressão ou fluxo, mas o ciclo só é iniciado com o esforço do
paciente. Nas duas situações, o disparo é feito pelo esforço inspiratório do
paciente que aciona o aparelho de acordo com a sensibilidade predeterminada.
Se o critério é de pressão, o aparelho detecta uma queda na pressão
dentro do circuito e se o critério é de fluxo, o aparelho detecta uma pequena
movimentação de ar em direção ao paciente dentro do circuito, permitindo o
início de novo ciclo.
Na ventilação totalmente assistida, a frequência respiratória, é
determinada pelo drive respiratório do paciente. O volume corrente é
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Ventilação mecânica
determinado de acordo com a ciclagem escolhida e pelas variáveis de mecânica
pulmonar.
Ventilação Assisto-Controlada
O modo assisto-controlado permite um mecanismo duplo de disparo, pois
o ciclo controlado entra sempre que o paciente não disparar o ciclo assistido.
Assim, há um mecanismo deflagrado a tempo que é o do aparelho e um
mecanismo deflagrado a pressão que depende do esforço inspiratório do
paciente. Assim, neste modo de ventilação preconiza-se utilizar frequências
respiratórias ligeiramente abaixo da frequência espontânea do paciente para que
os ciclos controlados sejam a exceção.
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CICLAGEM DO VENTILADOR
Ciclagem a Tempo
A transição inspiração/expiração ocorre de acordo com um tempo
inspiratório predeterminado, não importando as características elástico-
resistivas do sistema respiratório do paciente.
Normalmente, os aparelhos ciclados a tempo são limitados à pressão, ou
seja, existe uma válvula de escape impedindo altos níveis de pressão
inspiratória. Os ventiladores infantis e aqueles com ventilação com pressão
controlada possuem este tipo de ciclagem. Deve-se ressaltar que este tipo de
ciclagem não garante o volume corrente, sendo este uma resultante da pressão
de escape aplicada, da complacência e do tempo inspiratório programado.
Ciclagem a Volume
Nesse modo de ciclagem o final da fase inspiratória é determinado pelo
valor de volume corrente ajustado. Há um sensor no aparelho que detecta a
passagem do volume determinado e desliga o fluxo inspiratório. A pressão
inspiratória não pode ser controlada e depende da resistência e da complacência
do sistema respiratório do paciente, de modo que este tipo de ventilação pode
provocar barotrauma.
Ciclagem a Pressão
A fase inspiratória é determinada pela pressão alcançada nas vias aéreas.
Quando o valor predeterminado é alcançado interrompe-se o fluxo inspiratório,
independente do tempo inspiratório ou do volume. Dessa forma, este tipo de
ventilação não garante um volume corrente adequado e pode ser ineficaz caso
haja grandes vazamentos de ar como nos casos de fístulas bronco-pleurais.
Os ventiladores ciclados a pressão é representada pela série Bird-Mark 7,
8 e 14, possuindo como vantagens o fato de não dependerem da eletricidade e
serem pequenos e leves facilitando seu uso nos transportes de pacientes.
Ciclagem a Fluxo
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Nesse tipo de ciclagem, o tempo inspiratório é interrompido quando o fluxo
inspiratório cai abaixo de um valor pré-ajustado como foi descrito na ventilação
com pressão de suporte. Neste tipo de ciclagem, o paciente exerce total controle
sobre o tempo e fluxo inspiratórios e sobre o volume corrente.
NOMENCLATURA
Desde a sua invenção a VM tem sido chamada por diversos nomes que
acabam descrevendo a mesma coisa. Por exemplo, volume controlado é
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Ventilação mecânica
também chamado de ventilação ciclada a volume, ventilação assisto-controlada,
ventilação com volume limitado e ventilação controlada a volume.
Similarmente, inúmeras abreviações são utilizadas. Esta miscelânea de
nomes e abreviações pode confundir o especialista que manuseia estes
aparelhos e há um esforço para que haja uma nomenclatura comum.
QUAL É O MODO?
A ventilação mecânica tem três componentes essenciais:
1. A variável controlada;
2. Sequências respiratórias;
3. Esquemas de alvo.
Variável Controlada
Em geral a inspiração é um processo ativo decorrente do esforço do
paciente, do ventilador ou de ambos, enquanto a expiração é um processo
passivo. A máquina pode controlar o volume, fluxo ou pressão ofertada. As
respirações podem ser descritas pela variável de disparo (trigger), pela variável
que a limita (valor máximo da variável controlada) e pelo que termina o ciclo. Por
exemplo, na ventilação volume controlado a respiração é disparada pelo
paciente ou pela máquina, limitada pelo fluxo e ciclada pelo volume, e a
ventilação com pressa controlada é disparada pelo paciente ou pela máquina,
limitada pela pressão e ciclada por tempo ou fluxo.
Sequências Respiratórias
Há três possibilidades de sequências respiratórias:
1. Ventilação mandatória contínua, na qual todas as respirações são
controladas pela máquina, mas podem ser disparadas pelo paciente.
2. Ventilação mandatória intermitente, na qual o paciente pode respirar
espontaneamente entre as respirações mandatórias.
3. Respiração espontânea, na qual todas as respirações são controladas
pelo paciente.
Esquemas de Alvo
O esquema de alvo ou feedback se refere a ajustes e programações do
ventilador que respondem a variáveis de mecânica pulmonar como a
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complacência pulmonar do paciente, resistência e esforço respiratório. O ajuste
pode ser simples como ajustar a pressão no modo pressão controlada, ou pode
ser baseado em um algoritmo complexo.
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Ventilação mecânica
Para evitar grandes variações do volume corrente, o ventilador quando no
modo pressão adaptativa ajusta a pressão inspiratória de modo que o volume
alvo preestabelecido seja alcançado. Se o volume corrente for maior do que o
alvo o aparelho reduz a pressão inspiratória e vice-versa.
A pressão adaptativa não é um modo de volume controlado porque no
modo VC o volume nunca se altera e na PA o volume pode aumentar ou diminuir
o ventilador controla a pressão inspiratória para que o volume corrente fique
próximo do volume alvo, por isso este modo garante uma média mínima de
volume corrente, mas não o máximo.
O segundo ponto é que na pressão controlada é que o fluxo de gás varia
para manter constante a pressão de vias aéreas. Essa característica permite que
o paciente ao gerar um esforço inspiratório receba um fluxo de demanda por ser
mais confortável, enquanto no modo volume controlado o fluxo é fixo, o que em
caso de um aumento de esforço inspiratório pode gerar uma assincronia de fluxo.
b. PARÂMETROS AJUSTADOS NA PA
1. Volume corrente;
2. Tempo inspiratório;
3. Frequência respiratória;
4. Fração inspirada de oxigênio;
5. PEEP;
6. Em alguns ventiladores inspiratory rise time (que é o tempo para que atinja
a pressão inspiratória).
c. APLICAÇÕES CLÍNICAS DA PA
Este modo foi idealizado para manter o volume corrente mais constante
durante o modo pressão controlada e promover um fluxo sincrônico, isso significa
reduzir automaticamente o suporte ventilatório (desmame), especialmente
quando o esforço inspiratório se torna mais evidente como quando um paciente
acorda de uma anestesia.
A PA pode não ser adequada à pacientes com aumento do drive
respiratório como em casos de acidose metabólica grave, pois a pressão
inspiratória irá reduzir para manter o volume corrente alvo e não irá reduzir o
desconforto respiratório do paciente.
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Ventilação mecânica
Benefícios Evidentes da Pa
PARÂMETROS DO ASV
1. Peso do paciente;
2. Sexo;
3. Porcentagem do volume minuto;
4. FiO2;
5. PEEP.
O ASV foi idealizado para ser um modo único do início ao desmame. Na teoria
o ASV oferece seleção automática dos parâmetros, adaptação às mudanças de
mecânica respiratória com o mínimo de manipulação humana da máquina melhorando
a assincronia e o desmame automático.
Um estudo que comparou ASV com PC mandatória intermitente mostrou que o
ASV reduz trabalho inspiratório e melhora a interação, paciente-ventilador. Outros dois
estudos sugerem que o ASV reduza o tempo de VM, porém ainda precisam de
evidências quanto ao conforto, sincronia e mortalidade.
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Ventilação mecânica
Pacientes com drive respiratório íntegro, porém com dificuldades de
sustentar adequada ventilação espontânea são eleitos para ventilação com
pressão de suporte (PSV), na qual o ventilador gera uma pressão constante
independente do esforço do paciente.
Em 1992, Younes e colaboradores desenvolveram a ventilação
proporcional assistida (PAV) na qual o ventilador gera uma pressão em
proporção ao esforço do paciente e pode ser utilizada como modalidade de
ventilação não invasiva (VNI).
a. FUNCIONAMENTO DA PAV
BENEFÍCIOS DA PAV
Evidências Científicas
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Ventilação mecânica
No APRV a pressão alta é constantemente aliviada e reaplicada gerando
um volume corrente que auxilia a ventilação. Em outras palavras essa é uma
respiração controlada com um tempo inspiratório bastante prolongado com um
tempo expiratório curto em que as respirações espontâneas podem acontecer
em qualquer ponto.
Como estes modos são ajustados pode gerar confusão. Para descrever o
tempo gasto na pressão alta é utilizado o termo T alto e T baixo para a pressão
baixa. Como convenção a diferença entre APRV e ventilação bifásica é a
duração do T baixo (< 1,5 segundos no APRV). Similarmente os termos Palta e
Pbaixa são utilizados para descrever as pressões altas e baixas.
Para melhor entender podemos comparar com o modo pressão
controlada convencional pensando no T alto como o tempo inspiratório e Tbaixo
como tempo expiratório, a Palta como pressão inspiratória e Pbaixa como PEEP.
APLICAÇÕES CLÍNICAS
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Ventilação mecânica
Ambos os modos (APRV e ventilação bifásica) preservam a respiração
espontânea, melhora a relação V/Q, trocas gasosas e tem menor repercussão
hemodinâmica (menor necessidade de drogas vasoativas, maior débito
cardíaco, reduz trabalho ventricular e melhora perfusão dos órgãos) e melhor
sincronia (reduz trabalho respiratório e reduz a necessidade de sedação).
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Ventilação mecânica
Para manejar a ventilação e “lavar CO2” podem ser realizadas diversas
manobras como: reduzir a frequência de oscilação, aumentar a amplitude das
oscilações, aumentar o tempo inspiratório ou aumentar o bias flow, sempre
manter o cuff desinsuflado da cânula endotraqueal do paciente. A oxigenação
pode ser melhorada pelo aumento da pressão média (MAP) ou da FiO2.
PARÂMETROS DA VAFO
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➢ Amplitude de oscilação (delta p ou Power);
➢ MAP;
➢ Porcentagem da inspiração;
➢ Bias flow;
➢ FiO2.
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Ventilação mecânica
Este modo é normalmente utilizado para pacientes com ARDS que falham
na ventilação convencional. Sugere-se utilizar a VAFO quando há falha da
oxigenação (fiO2> ou = 0,7, e PEEP > ou = 14 cmH2O) ou da ventilação (pH<
7,25 com VC > 6ml/Kg ou PPlatô > 30 cmH2O). Está contraindicado quando há
obstrução grave ou hipertensão intracraniana.
A VAFO pode fornecer uma pressão média de via aérea maior com
volumes correntes baixíssimos e menores do que em qualquer outro modo.
Estas características fazem deste modo ventilatório a estratégia protetora ideal.
A VAFO deve ser considerada nas seguintes situações:
1. RN pré-termo com membrana hialina grave com necessidade de pressão
inspiratória maior do que 30 cmH2O;
2. Lactentes com síndrome de aspiração de mecônio e hipertensão
pulmonar persistente sem resposta a suporte ventilatório máximo e
pressão inspiratória máxima maior de 35 cmH2O;
3. Casos em que há síndrome de escape de ar incluindo enfisema intersticial
e pulmonar, pneumotórax e pneumopericárdio;
4. Crianças com hérnia diafragmática congênita ou hipoplasia pulmonar que
tenha falhado na VM convencional;
5. Crianças com doença parenquimatosa pulmonar grave como pneumonia
streptocóccica que necessite de altos níveis de suporte ventilatório;
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6. Qualquer estado em que a ventilação mecânica convencional tenha
falhado pode se tentar a VAFO como recurso de resgate
São contraindicações:
• Insuficiência respiratória hipoxêmica;
• Sonolência;
• Não aceitação/adaptação do paciente;
• Rebaixamento do nível de consciência;
• Dificuldade de manter permeabilidade de vias aéreas/ tosse ineficaz;
• Náuseas/vômitos;
• Sangramento digestivo alto;
• Pós-operatório recente de cirurgia de face, via aérea superior ou esôfago;
• Sinusites/otites agudas;
• Sangramento nasal (epistaxe);
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• Instabilidade hemodinâmica com necessidade de droga vasotensora,
choque, arritmias complexas, infarto agudo do miocárdio;
• Pneumotórax não drenado (única contraindicação absoluta);
• Uso controverso em pós-operatório de cirurgia gástrica e gravidez.
A ventilação com dois níveis pressóricos pode ser realizada por
ventiladores microprocessados que também são utilizados para ventilar
invasivamente e, portanto, são utilizados apenas em UTI por dependerem da
rede de gás (ar comprimido e Oxigênio) para funcionarem e pode ser realizada
por equipamentos próprios para VNI, como o BIPAP, que funcionam apenas com
rede elétrica.
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Ventilação mecânica
depende da tolerância do paciente e do grau de pressão que precisa ser atingido
para melhora do quadro clínico.
A máscara nasal é bem tolerada por lactentes, assim como os prongs
nasais, pois, até os seis meses de idade apresentam uma respiração
predominante nasal e por adultos que utilizam VNI rotineiramente por apneia do
sono ou processo de desmame. A máscara oronasal é mais bem indicada para
insuficiência respiratória de média intensidade, em adultos, que acabam por
assumir uma respiração mais oral e por permitir maiores níveis de pressão.
Existe ainda a máscara facial total ou total face, que está indicada para
adultos com necessidade de um uso mais contínuo, com intervalos curtos
quando muito necessário. O uso prolongado da máscara de VNI, sem os
cuidados necessários e quando muito apertada contra a face do paciente, pode
provocar lesões na pele (escaras).
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Ventilação mecânica
O termo DPOC se refere a um grupo de doenças caracterizadas por
limitação progressiva ao fluxo expiratório que é parcialmente reversível com
broncodilatadores ou terapia anti-inflamatória. Fazem parte deste grupo o
enfisema pulmonar e a bronquite crônica.
1. Enfisema pulmonar- É uma
doença em que há lesão do
parênquima pulmonar
caracterizada
histopatologicamente por
destruição da parede alveolar
sem fibrose e com redução do
recolhimento elástico. Os
espaços aéreos distais ficam progressivamente e permanentemente
alargados e quando atingem por volta de 1 cm passam a comprimir o
tecido adjacente prejudicando a função pulmonar. O paciente
enfisematoso apresenta uma limitação irreversível ao fluxo aéreo. Ocorre
a redução do recolhimento elástico com consequente aumento da
resistência expiratória decorrente da compressão dinâmica das vias
aéreas resultando em aprisionamento de ar e hiperinsuflação.
A hiperinsuflação pode ser facilmente identificada por radiografia de tórax
e tomografia computadorizada. Anormalidades estruturais da barreira
alveolocapilar provocam alterações nas trocas gasosas como hipoxemia e
hipercapnia.
2. Bronquite Crônica - É definida como tosse e secreção pulmonar por três
ou mais meses por dois anos consecutivos em pacientes sem outra causa
conhecida para ter tosse.
Essa definição não é ideal, uma vez que fala de presença de secreção em
vias proximais, porém a região acometida pelo aumento da resistência na DPOC
é periférica, nas pequenas vias aéreas em que a inflamação resulta em fibrose
e distorção destas vias aéreas.
Pacientes com bronquite crônica e limitação ao fluxo expiratório são
considerados como DPOC, já os pacientes com tosse crônica sem limitação de
fluxo expiratório apresentam um melhor prognóstico. A bronquite crônica ao
contrário do enfisema não apresenta destruição do parênquima pulmonar, as
alterações fisiopatológicas estão restritas as vias aéreas como hiperplasia das
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Ventilação mecânica
glândulas mucosas, discinesia ciliar, desnudamento do tecido ciliado, dilatação
das vias aéreas periféricas, aumento da produção de muco e presença de
células inflamatórias.
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Ventilação mecânica
• Infarto agudo, arritmias, insuficiência cardíaca congestiva;
• Pneumotórax;
• Broncoaspiração;
• Fadiga muscular e fraqueza muscular no estágio final da DPOC;
• Fraturas vertebrais e de costelas;
• Pós-cirurgia de tórax e abdômen;
• Acidose metabólica e distúrbio hidroeletrolítico;
• Derrame pleural;
• Sedação e betabloqueadores;
• Irritantes respiratórios do meio ambiente (poluição);
• Oxigenoterapia inapropriada;
• Disfunção de órgãos (não pulmonar e nem cardíaca).
Na vigência de uma exacerbação aguda o paciente deve ser encorajado
a manter uma boa ingesta de líquido para evitar uma desidratação e se a tosse
for insuficiente para remover secreções, a fisioterapia respiratória deve ser
iniciada precocemente até mesmo antes de uma hospitalização.
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pode ser maior do que o utilizado pelo ventilador para a ciclagem da fase
inspiratória para fase expiratória, ou seja, o ventilador pode não perceber que o
paciente ainda está exalando devido ao baixíssimo fluxo expiratório que ele
possui e assim deflagra uma nova inspiração. Esse problema pode ser corrigido,
no modo pressão controlada com tempo inspiratório mais curto em torno de 0,8
segundos até no máximo 1,2 segundos e com uma frequência mandatória baixa.
O importante da estratégia adotada é que esta reduza o trabalho
respiratório, evite o auto-PEEP, porém mantenha certa ativação dos músculos
respiratórios para evitar a atrofia por desuso que nestes pacientes prejudica
muito o processo de desmame.
O aprisionamento de ar que será mais bem abordado no próximo tópico a
ser discutido (VM na asma) deve ser prevenido com a utilização de baixos
volumes corrente e pressões transpulmonares inferiores a 30 cmH2O. Baixas
frequências respiratórias também são necessárias. Este tipo de estratégia
ventilatória promove uma hipercapnia permissiva que deve ser bem
acompanhada pelo terapeuta.
Quanto à fração inspirada de oxigênio deve ser administrada para se
atingir uma PaO2>55mmHg com SpO2> 90%.
A administração de PEEP externo pode beneficiar estes pacientes na
medida em que for administrado um valor em torno de 80 a 85 % da PEEP
intrínseca e deve ser continuamente monitorado para que a PEEP externa não
se some a PEEPi.
São considerados fatores que prejudicam o desmame da VM na DPOC:
• Distúrbios hidroeletrolíticos;
• Falência de órgãos;
• Redução do nível de consciência;
• Infecção, febre ou sepse;
• Broncoespasmo;
• Hipersecreção pulmonar;
• Auto PEEP;
• Fadiga muscular respiratória;
• Fraqueza muscular respiratória decorrente do uso de corticoides e
paralisantes neuromusculares;
• Desnutrição ou nutrição inadequada;
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• Falência de ventrículo esquerdo ou isquemia miocárdica durante o
desmame.
Hiperinsuflação e Aprisionamento De Ar
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inspiratórios. O trabalho muscular inspiratório também aumenta devido à alta
resistência das vias aéreas e a hiperinsuflação.
A hiperinsuflação faz com que a caixa torácica e os pulmões trabalhem
em desvantagem mecânica da curva pressão volume (o volume pulmonar
aumentado na CRF faz com que os músculos tenham que gerar maior força com
um comprimento de fibra menor).
O aprisionamento de ar ocorre porque o baixo fluxo expiratório que é
gerado aumenta o tempo expiratório para conseguir exalar todo volume de ar
que entrou nos pulmões na fase inspiratória. Na inspiração subsequente a
expiração é interrompida e mais ar fica aprisionado. É assim que se forma o auto-
PEEP que é uma pressão positiva expiratória final gerada pela respiração
espontânea em condições de hiperinsuflação.
O air trapping pode ser medido de várias formas com volume, pressão ou
fluxo. Estimar este aprisionamento aéreo utilizando volume pode ser feito
monitorando o volume exalado por 20 a 60 segundos em apneia (pausa
expiratória) com o paciente curarizado. Este volume pode ser chamado de
volume expiratório final (além da CRF), se este volume final for maior do que
20ml/kg ele é preditivo de complicações como hipotensão arterial e barotrauma
em pacientes asmáticos grave ventilados mecanicamente.
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Outra forma é medir a auto-PEEP pela oclusão da válvula expiratória para
que haja um equilíbrio de pressões ao final da expiração e a pressão lida nas
vias aéreas proximais traduza a pressão final alveolar. Não há indícios de
complicações por este meio de medida. O paciente também deve estar
curarizado.
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Uma condição clínica que auxilia a detecção da PEEP oculta é o aumento
da pressão de platô inexplicado pela redução da complacência durante a
ventilação ciclada a volume.
A pressão de platô pode
ser detectada pela pausa
expiratória após o término da
inspiração (0,4 segundos).
Durante essa pausa o pico de
pressão de abertura da via aérea
cai para o nível da pressão de
platô (apenas pressão estática
pois o componente resistivo
neste momento é igual a zero).
OBJETIVOS DA VM DOMICILIAR
➢ Sustentar e prolongar a vida;
➢ Reduzir mortalidade;
➢ Promover qualidade de vida;
➢ Reduzir custos;
➢ Melhorar as condições físicas e psíquicas da família e do paciente.
INDICAÇÕES
➢ VM prolongada por dificuldade de desmame ou por doença progressiva;
➢ Síndrome da hipoventilação;
➢ DPOC;
➢ Fibrose;
➢ Doenças neuromusculares;
➢ Cardiopatias congênitas.
CONTRAINDICAÇÕES
➢ Instabilidade fisiopatológica com necessidade de alto nível de assistência
profissional;
➢ FiO2 > 0,4;
➢ PEEP> 10 cmH2O;
➢ Recusa do paciente e/ou da família;
➢ Local inadequado para receber este paciente (espaço físico/ condições
sanitárias e de localização da moradia);
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➢ Condições financeiras da família insuficiente para arcar com os cuidados
necessários;
➢ Equipe de profissionais inadequada para o seguimento domiciliar deste
paciente;
➢ Não adaptação do paciente aos modelos de ventiladores existentes no
mercado para VM domiciliar.
COMPLICAÇÕES
➢ Deterioração aguda do estado clínico
Hipocapnia, alcalose ou acidose respiratória, hipoxemia, barotrauma,
instabilidade hemodinâmica, complicações nas vias aéreas, infecções
respiratórias, broncoespasmo, exacerbação ou progressão da doença de base.
➢ Fatores psicológicos
Depressão, ansiedade, perda de recursos financeiros, alteração na
estrutura familiar.
MONITORIZAÇÃO
Deve ser feita de acordo com as necessidades de cada paciente e de suas
condições clínicas.
Normalmente a monitorização utilizada é:
➢ Oximetria de pulso;
➢ ETCO2;
➢ Exames de sangue e cultura de secreção;
➢ FC ou ECG;
➢ Prova de função pulmonar e respiratória;
➢ Teste do ventilador.
Apesar da ausência de indicações bem definidas para a VNI domiciliar,
alguns dados servem de orientação e são listados abaixo.
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VENTILAÇÃO MECÂNICA NA SÍNDROME DO DESCONFORTO
RESPIRATÓRIO AGUDO (SARA)
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➢ Hipoxemia grave no estágio inicial da doença;
➢ Redução da complacência pulmonar;
➢ Padrão respiratório rápido e superficial;
➢ Aumento do espaço morto;
➢ Opacidade bilateral ao RX;
➢ Heterogeneidade da doença confirmada pela tomografia de tórax;
➢ Atelectasia nas regiões dependentes do pulmão.
VENTILAÇÃO MECÂNICA
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Alguns recursos utilizados em UTI em doentes graves como TGI, posição
PRONA, ventilação independente, heliox e NO IV.
MONITORIZAÇÃO RESPIRATÓRIA
Oximetria de pulso
É a medida não invasiva da saturação da oxi-hemoglobina no sangue
arterial.
INDICAÇÕES:
➢ Monitorar a adequada saturação de oxi-hemoglobina;
➢ Quantificar a resposta desta saturação mediante uma intervenção
terapêutica ou procedimento diagnóstico.
CONTRAINDICAÇÕES
➢ A necessidade de medir continuamente ph, PaCO2, Hb, Hb anormal
(contraindicações relativas).
COMPLICAÇÕES
➢ Lesão de pele no local do sensor seja por pressão inadequada ou
permanência prolongada no mesmo local;
➢ Intervenção inadequada por leituras falsas.
LIMITAÇÕES
➢ Movimentação do sensor;
➢ Hemoglobina anormal (carboxi-hemoglobina, meta-hemoglobina);
➢ Hipovolemia;
➢ Exposição à luz fluorescente;
➢ Má perfusão periférica;
➢ Pigmentação da pele;
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➢ Esmaltes;
➢ Baixa acurácia em SpO2.
Capnometria e Capnografia
Capnometria e capnografia são técnicas não invasivas de medir o gás
carbônico exalado.
INDICAÇÕES
➢ Avaliar o CO2 exalado, especialmente o CO2 ao final da expiração;
➢ Monitorar a gravidade da doença pulmonar e avaliar intervenção
terapêutica;
➢ Verificar a posição da cânula orotraqueal (traqueia ou esôfago?);
➢ Monitorar a integridade da via aérea artificial e do circuito do ventilador
➢ Verificar a eficiência da ventilação mecânica;
➢ Avaliar graficamente a interface paciente-ventilador (avaliar a presença
de reinalação de CO2, obstrução ao fluxo pulmonar, presença de
secreção pulmonar, intubação esofágica, parada cardíaca).
CONTRAINDICAÇÕES
➢ Não há contraindicações.
COMPLICAÇÕES
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➢ Dependendo do modelo do sensor e do leitor de ETCO2 pode haver um
aumento considerável no espaço morto do circuito do ventilador, além de
tracionar o circuito pelo peso do sensor.
LIMITAÇÕES
➢ Dependendo da mistura de gases utilizada à leitura não pode ser feita;
➢ O espectro de leitura do CO2 é muito semelhante do O2 e NO;
➢ Frequência respiratória pode interferir na leitura;
➢ Alteração na leitura pode ocorrer por presença de secreções ou
condensação no circuito.
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INDICAÇÕES
CONTRAINDICAÇÕES
➢ HMEs não devem ser utilizados em pacientes com hipersecreção
pulmonar, secreções espessas ou com sangramento por TOT ou TQT;
➢ HME também está contraindicado em pacientes com volume exalado
menor do que 70% do volume corrente predeterminado como em casos
de fístula broncopleural de alto débito ou cânulas orotraqueais sem cuff e
muito vazamento;
➢ HME quando a temperatura corporal for 10L/min;
➢ HME durante a nebulização de medicamentos e administração de
aerossóis;
➢ HME quando a temperatura corporal for < 32 graus Celsius.
COMPLICAÇÕES
➢ Choque elétrico nos umidificadores ativos;
➢ Hipotermia;
➢ Hipertermia (ativos);
➢ Queimadura na via aérea;
➢ Queimaduras no caso de circuitos aquecidos;
➢ Rolhas de secreção no caso de umidificação insuficiente;
➢ Aumento da resistência das vias aéreas;
➢ Hipoventilação por aumento do espaço morto (HME);
➢ Entrada de água na cânula por excesso de água no umidificador e no
circuito;
➢ Acidentes de desconexão do circuito com saída de partículas
contaminadas para os cuidadores e para o próprio paciente.
MONITORIZAÇÃO
➢ Condensação de água no circuito;
➢ Temperatura do umidificador (33+ ou – 2 graus C);
➢ Temperatura do gás inspirado (37C);
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➢ Limites de alarme (30C mínimo e 37C máximo);
➢ Nível de água;
➢ Qualidade e consistência da secreção;
➢ Queimaduras (quando utilizar circuitos aquecidos).
UMIDIFICADOR AQUECIDO
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O óxido nítrico (NO) é um gás incolor, sem qualquer odor à temperatura
ambiente e relativamente insolúvel em água. Sua reatividade com a maioria das
moléculas é reduzida. No entanto, por apresentar um elétron não pareado,
apresenta rápida reação com radicais livres, certos aminoácidos e íons
metálicos. A estabilidade do NO é obtida pela formação de complexos
inorgânicos, tais como nitritos e nitratos.
Há cerca de 20 anos, o óxido nítrico (NO) era considerado somente um
gás nocivo, extremamente tóxico. Na década de 80, vários estudos
demonstraram que o NO é produzido por várias células do organismo, sendo
essencial para inúmeras funções orgânicas. Nos vasos sanguíneos, sua
formação contínua pelo endotélio promove o relaxamento da musculatura lisa
subjacente, produzindo vasodilatação.
Quando aplicado sob a forma inalatória, o NO mostra-se como potente
vasodilatador seletivo da circulação pulmonar, atingindo somente os alvéolos
que estão sendo ventilados e provocando, assim, desvio do fluxo sanguíneo para
essas áreas.
Por ser um gás altamente lipofílico, difunde-se bem pela membrana
alveolar, dirigindo-se para as células musculares lisas, onde ativa a enzima
guanilato ciclase e produz GMPc, o qual promove relaxamento da musculatura
lisa. Esta vasodilatação leva à melhora da relação ventilação-perfusão pela
diminuição do shunt intrapulmonar, aumento da oxigenação arterial, diminuição
da pressão da artéria pulmonar e melhora do desempenho cardíaco direito por
meio da diminuição da sua sobrecarga. Quando difundido para o sangue, no
entanto, apresenta rápida reação com a hemoglobina, produzindo compostos
inativos (nitritos e nitratos) e impedindo vasodilatação sistêmica.
Até o momento, a Food and Drug Administration (FDA) aprovou a
administração de NO inalatório apenas para o tratamento de neonatos a termo
e prematuros com idade gestacional igual ou maior que 34 semanas, que
apresentem insuficiência respiratória hipoxêmica e evidência de HP clínica ou
ecocardiográfica, ou para crianças com cardiopatia congênita e HP durante o pré
e pós-operatório. No entanto, seu emprego em situações de HP crônica ou como
profilaxia para pacientes com risco de desenvolver HP permanece controverso,
necessitando de mais estudos. Além disso, evidências na literatura sugerem que
o tratamento é ineficaz para crianças que apresentem peso inferior a 1500g.
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Atualmente, o NO tem sido utilizado para identificar pacientes que possam
se beneficiar do uso de vasodilatadores orais, pois se sabe que a resposta
positiva à inalação do gás tem sensibilidade de aproximadamente 90% e
especificidade de 100%.
Toxicidade
Efeitos adversos
Indicação e administração
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Dosagem
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Para evitar a ocorrência de efeito rebote, pode-se aumentar a FiO2 antes
da retirada de NO e administrar agentes vasodilatadores. Estudos atuais
demonstram que o uso do sildenafil em crianças na fase de desmame do NO é
capaz de reduzir o efeito rebote, visto que atua sobre o GMPc, impedindo sua
degradação e mantendo a vasodilatação.
• Fluxogra
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Benefícios:
➢ Vasodilatador seletivo: (Somente atua sobre os alvéolos ventilados);
➢ Melhoria da oxigenação;
➢ Melhoria do shunt intrapulmonar;
➢ Desmame para retirar o gás.
Indicações:
➢ Hipertensão pulmonar primária (HPP);
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➢ Hipertensão pulmonar persistente do Neonato (HPPN);
➢ Hipertensão pulmonar secundária a cardiopatias congênitas e pré-
transplante cardíaco ou pulmonar;
➢ Pós-transplante de coração e pulmão.
Segurança:
➢ Instituto da Segurança Ocupacional e Administração da Saúde dos EUA;
–25 ppm NO por 8 horas por dia de trabalho; –5 ppm NO2 por 8 horas por
dia de trabalho.
➢ Consenso dos Médicos Brasileiros - 3 ppm de NO2 por 8 horas por dia de
trabalho.
HELIOX
Considerações teóricas
Indicações
➢ Obstrução aguda de vias aéreas superiores;
➢ Laringite em crianças;
➢ Obstrução fixa de vias aéreas por tumores.
O Heliox pode ser utilizado como uma ponte terapêutica até que o
tratamento definitivo faça efeito. Ainda faltam estudos no assunto para
fundamentar melhor sua indicação.
Formas de administração
POSIÇÃO PRONA
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pode melhorar a oxigenação devido ao recrutamento alveolar das regiões
dependentes, que neste caso são as regiões posteriores.
Os estudos mostram que cerca de 2/3 dos pacientes pronados
apresentam melhora na oxigenação.
Vários mecanismos são descritos para explicar a melhora na oxigenação
arterial na posição prona, como uma pressão pleural mais uniforme resultando
em uma melhora da ventilação na região dorsal, uma redução da complacência
de caixa torácica na região ventral que também auxilia a redistribuição do ar para
regiões dorsais. A posição prona também possibilita um alívio do peso do
coração sobre o pulmão.
O problema da posição prona é que se necessita de no mínimo quatro
pessoas para realizá-la, uma na via aérea, uma cuidando de drenos e cateteres
e duas para virar o paciente. Outra questão é a proteção adequada do rosto e
proeminências ósseas para evitar lesões na pele e para tudo isso o paciente
deve estar relativamente estável para que não haja uma intercorrência como
uma parada cardíaca em prono e ter que desvirar este paciente para
reanimação.
Quanto ao tempo que o paciente deve permanecer em prona não é claro,
mas quanto maior o tempo melhor para a melhora da oxigenação. Alguns
estudos em lactentes falam a favor de pelo menos 12 horas consecutivas na
posição para que a deterioração da oxigenação na posição supina seja evitada.
Nas lesões pulmões unilaterais (pode ser lesão direta ou infecções) é que
a complacência do pulmão lesado fica menor que a do pulmão contralateral que
não foi afetado, o que acontece quando se utiliza pressão positiva é uma
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hiperinsuflação do pulmão saudável e um aumento da perfusão no pulmão
lesado, desigualdade V/Q que é piorada com a pressão positiva.
Nesse modo de ventilação é necessária a utilização de uma COT de duplo
lúmen em que cada pulmão será ventilado por um ventilador diferente com
parâmetros diferentes.
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Ventilação mecânica
demonstraram que por volta de 75% dos pacientes com a causa respiratória
resolvida podem ter seu suporte ventilatório interrompido de forma abrupta, o
restante necessita de retirada gradual e planejada do suporte ventilatório.
O desmame implica duas fases distintas uma de descontinuação do
suporte ventilatório e outra de remoção da via aérea artificial. O primeiro
problema é saber quando o paciente está apto para assumir sua própria
respiração. Estudos mostram que o melhor teste é realizar uma respiração
espontânea sem qualquer assistência por um determinado período e com isso
tomar a decisão da retirada ou não do tubo endotraqueal.
Essa decisão deve-se levar em conta o estado mental do paciente, se há
presença de mecanismos de proteção da via aérea, se há habilidade para tossir
de forma eficiente e assim remover secreções pulmonares.
Uma equipe multidisciplinar organizada e treinada é de extrema
importância para o sucesso do desmame. Estudos recentes demonstraram que
a existência de um protocolo é mais efetiva do que a decisão isolada de um
médico no momento do desmame.
Na prática o desmame deve basear-se cuidadosamente em estudos
clínicos. Poucas áreas de cuidados intensivos foram avaliadas extensivamente
por estudos bem desenhados na década passada. Assim, cada passo no
processo de desmame é corroborado pelos resultados de pelo menos um ensaio
clínico randomizado.
Uma vez que o paciente foi considerado pronto para ser desmamado, o
melhor método para avaliar se o paciente é capaz de respirar espontaneamente
é realizar um teste de ventilação espontânea. Alguns estudos mostraram que a
extubação imediata após testes bem-sucedidos de respiração espontânea
agiliza o desmame e reduz a duração da VM, em comparação com uma
interrupção mais gradual de suporte ventilatório.
Vários estudos demonstraram que 60-80% dos pacientes submetidos à
VM podem ser extubados com sucesso, depois de passar por uma prova de
respiração espontânea. A pressão de suporte, a pressão positiva contínua nas
vias aéreas e testes com tubo T são os métodos mais comuns utilizados para
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Ventilação mecânica
testar a prontidão para a liberação da VM. Poucos estudos randomizados
avaliaram a melhor técnica para a realização do teste de respiração espontânea
antes da extubação.
O primeiro estudo que tratou desta questão comparou a pressão positiva
contínua nas vias aéreas de 5 cmH2O e o tubo T em um grupo de 106 pacientes
em VM, submetidos a um teste de 1h de respiração espontânea, e nenhuma
diferença no percentual de pacientes com sucesso na extubação foi encontrado.
O tubo endotraqueal impõe uma carga resistiva nos músculos
respiratórios que é inversamente proporcional à sua área de seção transversal,
alguns médicos defendem o uso de 5-8 cmH2O pressão de suporte para
compensar esta carga imposta. Com isso em mente, um estudo realizado por
um grupo Espanhol após o desmame em relação resultado dos testes de
respiração espontânea com tubo T ou pressão ou suporte de 7 cmH2O não foi
observada diferença no percentual de pacientes que permaneceram extubados
por 48h (63% no grupo designado para a tubo T e 70% em no grupo pressão de
suporte; P = 0,14).
A duração da prova de respiração espontânea foi definida em 2h na
maioria dos estudos. Um estudo multicêntrico randomizado de 526 pacientes
demonstrou que testes de respiração espontânea por 30 ou 120min foram
equivalentes em identificar quais pacientes que podiam tolerar a extubação, e
quais os pacientes que tinham taxas de reintubação de aproximadamente 13%
em 48h, independentemente da duração do teste de respiração espontânea.
Critérios precisos para terminar um processo de desmame não existem,
e atualmente testes são terminados com base no julgamento clínico do médico.
Há dois tipos de critérios utilizados para determinar se um paciente passa
ou não em um teste de respiração espontânea: critérios objetivos (medições
anormais de gases no sangue arterial) e critérios subjetivos (sudorese, evidência
de aumento esforço, taquicardia, agitação, ansiedade). Os pacientes são
considerados como falha em um teste de respiração espontânea se desenvolver
hipercapnia ou hipoxemia. A avaliação da tolerância clínica para a respiração
espontânea, utilizando exclusivamente critérios subjetivos tem desvantagens
importantes. Por um lado, critérios rigorosos podem aumentar a ocorrência de
ventilação mecânica prolongada, já critérios permissivos podem aumentar a
ocorrência de reintubação.
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Ventilação mecânica
Estudos randomizados são necessários para comparar a evolução do
desmame em pacientes cujo quadro clínico de tolerância ao teste de ventilação
espontânea é avaliado usando critérios rigorosos ou menos rigorosos. Enquanto
isso se recomenda que se aproveitem os critérios utilizados pelo grupo Espanhol
em seus estudos por apresentarem critérios com alta probabilidade de sucesso
do desmame (60-80%) e uma noção razoável de reintubação dentro de 48h (13-
18%). Esses critérios são: frequência respiratória maior que 35 respirações / min;
saturação arterial de oxigênio abaixo de 90%; frequência cardíaca acima de 140
batimentos / minuto, ou um aumento sustentado ou diminuição da frequência
cardíaca de mais de 20%; pressão arterial sistólica acima de 180 mmHg ou
abaixo 90 mmHg, agitação, sudorese e ansiedade ou sinais de aumento do
trabalho respiratório (utilização de musculatura acessória, padrão paradoxal,
tiragem intercostal e batimento de asa de nariz).
A prova de respiração espontânea deve ser realizada quando o paciente
é capaz de sustentar a respiração espontânea, um segundo julgamento deve ser
feito a respeito se a via aérea artificial pode ser removida por meio da avaliação
do nível de consciência, dos mecanismos protetores das vias aéreas, da
capacidade de tosse e do caráter das secreções. Há pouco risco em fazer um
julgamento em pacientes com quadro de insuficiência respiratória aguda
resolvida que está acordado e com cardiovascular estável, a fim de avaliar a sua
capacidade de sustentar a respiração espontânea. Quando o paciente
permanece clinicamente estável, sem sinais de intolerância até o final do teste,
o tubo endotraqueal deve ser imediatamente removido. Se o paciente
desenvolve sinais de intolerância, o desmame é suspenso e a ventilação
mecânica é reiniciada. E quanto a pacientes que não passaram na primeira
tentativa de desmame?
As tentativas de desmame que são malsucedidas geralmente indicam
resolução incompleta da doença que precipitou a necessidade de ventilação
mecânica, ou o desenvolvimento de novos problemas. Falha no desmame tem
sido atribuído a um desequilíbrio entre a carga enfrentada pelos músculos
respiratórios e sua competência neuromuscular. Se um equilíbrio de força e de
carga não pode ser restaurado, as tentativas de respiração espontânea serão
inúteis. Portanto, uma vez que um paciente não tolera um teste de respiração
espontânea, o médico deve avaliar de forma abrangente o paciente, procurando
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Ventilação mecânica
maneiras de melhorar o seu estado geral. A falha do desmame é geralmente
multifatorial.
A revisão dos aspectos fisiopatológicos do desmame difícil está além do
escopo desta revisão, mas todos os fatores que podem levar à falência do
desmame merecem menção, porque eles são frequentemente observados em
pacientes sob ventilação e pode ser amenizada com pouco esforço. Um exemplo
bastante ilustrativo de como diferentes fatores pode levar a um desequilíbrio
entre a necessidade de ventilação e capacidade respiratória é fornecida pela
hiperinsuflação aguda dos pacientes.
Nesses pacientes, a carga dos músculos inspiratórios é aumentada por
uma variedade de razões. Em primeiro lugar, pela obstrução das vias aéreas
e/ou diminuição da complacência, levando ao prolongamento da expiração que
não pode ser concluída antes da inspiração subsequente. Isso implica que, no
final de uma expiração ainda há uma pressão positiva ao nível alveolar, por
conseguinte, durante a inspiração seguinte, os músculos têm de desenvolver
uma quantidade igual de pressão antes de começar o fluxo de ar. Em segundo
lugar, por causa da hiperinsuflação a respiração corrente acontece em uma
porção mais inclinada da curva de pressão/volume do pulmão, aumentando
ainda mais a carga. Ao mesmo tempo em que a carga é muito aumentada, o
componente neuromuscular é diminuído devido a fraqueza muscular por desuso
após uma VM prolongada.
A hiperinsuflação força a musculatura inspiratória a operar em uma
posição desfavorável em sua curva de comprimento-tensão. Em um estado de
hiperinsuflação as fibras costais e crurais do diafragma são dispostas em série,
ao invés de em paralelo, e isso diminui a força que pode ser gerada. O resultante
achatamento do diafragma aumenta seu raio de curvatura e, de acordo com a lei
de Laplace (PDI = 2Tdi/Rdi, em que PDI é a capacidade de geração de pressão,
TDI é a tensão e IDI é o raio de curvatura), diminui sua capacidade de geração
de pressão para uma dada tensão desenvolvida.
A hiperinsuflação é bastante comum na doença pulmonar obstrutiva
crônica (DPOC), e pode ter um papel fundamental na falência do desmame. Já
a medida da pressão positiva expiratória final intrínseca (PEEPi) deve ser
considerada em todos os pacientes com DPOC que falham na primeira tentativa
de desmame. Tendo em conta os efeitos negativos da PEEPi no aumento da
carga, todo esforço deve ser feito para diminui-la. Reduzir a gravidade da
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obstrução das vias aéreas pelo tratamento broncodilatador maximizar o ajuste
do ventilador para fornecer tempo possível para completar expiração, e melhorar
a tolerância à respiração espontânea, diminuindo o trabalho da inspiração pela
adição de PEEP externa são apropriadas intervenções terapêuticas.
A adição de PEEP não deve causar mais hiperinsuflação e assim afetar
negativamente as trocas gasosas ou o estado hemodinâmico. O nível de PEEP
externo deve ser de aproximadamente 85% do nível de PEEPi Uma série de
estudos realizados em pequenas, porém, selecionadas populações de pacientes
com DPOC encontraram um padrão fatigante do espectro de potência
eletromiográfica em pacientes ventilados mecanicamente durante tentativas de
desmame. Estas alterações têm sido interpretadas como prova de que a falência
do desmame da ventilação mecânica pode ser devido à fadiga do diafragma, que
é a via final comum que leva ao desenvolvimento de insuficiência respiratória.
Porque a fadiga muscular respiratória, provavelmente, desenvolve-se durante
uma tentativa desmame que falhou e é possível que leve à dependência da
ventilação mecânica, uma questão importante na abordagem do desmame é
proporcionar descanso para os músculos respiratórios e permitir o descanso
deles para se recuperar da fadiga.
Um estudo que avaliou um grupo de indivíduos saudáveis, nos quais a
fadiga diafragmática foi induzida considerou que a contratilidade diafragmática
permaneceu significativamente deprimida durante pelo menos 24h. A
recuperação da fadiga pode ser ainda mais lenta no desmame difícil e o repouso
dos músculos respiratórios com ventilação mecânica é o único método de
tratamento da fadiga muscular. Com isso em mente, recomenda-se suporte
ventilatório aumentando a noite, como uma forma de proporcionar períodos de
descanso.
Fatores que colaboram com o insucesso do desmame:
➢ Broncoespasmo;
➢ Hiperinsuflação;
➢ Derrame pleural;
➢ Edema das vias respiratórias;
➢ Secreções;
➢ Pneumotórax;
➢ Edema alveolar;
➢ Obstrução das vias aéreas superiores;
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➢ Infecção;
➢ Tórax instável;
➢ Apneia Obstrutiva do Sono;
➢ Obesidade
➢ Atelectasia
➢ Tubo endotraqueal torcer
➢ Ascite;
➢ Inflamação intersticial e / ou edema;
➢ Resistência do circuito ventilatório;
➢ Fatores que resultam em diminuição da competência neuromuscular;
➢ Desarranjo electrolítico;
➢ Overdose de drogas;
➢ Polineuropatia da doença crítica;
➢ Bloqueadores neuromusculares;
➢ Desnutrição;
➢ Hipotireoidismo;
➢ Síndrome de Guillain-Barré;
➢ Corticosteroides;
➢ Lesão do nervo frênico.
Como a maioria dos modos de ventilação assistida, os músculos
respiratórios não param de contrair porque é a diferença de pressão ou fluxo
gerada que desencadeia a ciclagem. Portanto, o suporte ventilatório não deve
ser considerado sinônimo de repouso respiratório.
Um modo de ventilação que oferece inadequado repouso muscular é
provável que haja atraso ao invés de facilitar desmame e, portanto, o ajuste
cuidadoso do ventilador é necessário para reduzir ao máximo o trabalho
respiratório. Trigger, sensibilidade e fluxo inspiratório são os fatores que
determinam principalmente o trabalho da respiração durante a ventilação
mecânica.
O método de disparo quer por pressão ou fluxo, pode ser também um
determinante importante do esforço do paciente durante a ventilação mecânica.
Apesar de um número de estudos em pacientes com DPOC têm mostrado que
um trigger a fluxo diminui o trabalho respiratório em comparação com um de
pressão desencadeado durante a CPAP+PS ou SIMV, outros autores relatam
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Ventilação mecânica
que o sistema de trigger do ventilador mecânico não tem influência sobre o
trabalho de respiração.
O circuito do ventilador é de grande importância para minimizar o trabalho
respiratório durante teste de respiração espontânea. Os fatores importantes
incluem as resistências do tubo endotraqueal, o espaço morto e a resistência do
circuito inspiratório e o umidificador. Tem sido demonstrado também que os
trocadores de calor e umidade podem aumentar a resistência ao fluxo e adicionar
uma substancial quantidade de espaço morto, quando comparado com
umidificadores aquecidos. Embora em muitos pacientes, a quantidade de
aumento de espaço morto com trocadores de calor e umidade é trivial, pode não
ser o caso em pacientes que têm reserva ventilatória limitada, como a maioria
dos pacientes de desmame difícil.
Em doentes com repetidas tentativas de desmame sem sucesso, uma
retirada gradual da ventilação mecânica pode ser tentada enquanto fatores
responsáveis pela dependência da ventilação são corrigidos. Os métodos mais
comuns de desmame da ventilação mecânica são SIMV, pressão suporte (PSV)
e tubo-T. Dois estudos randomizados, multicêntricos compararam os métodos
acima de desmame. Um dos estudos avaliou 456 pacientes considerados aptos
para o desmame. Trezentos e quarenta e sete pacientes (76%) foram extubados
com sucesso após um único teste com tubo T de 2 horas. Os restantes 109
pacientes (24%) que não passaram no teste de ventilação espontânea foram
randomizados para serem desmamados por uma das três estratégias: teste com
tubo T aumentando a duração até 2h; SIMV com redução de 2-4 respirações /
min, duas vezes por dia, até quatro respirações / min e PSV com tentativa de
redução de 2-4 cmH2O duas vezes por dia até 8 cmH2O. Os pacientes
randomizados para as três estratégias foram semelhantes no que diz respeito à
gravidade da doença e tempo de ventilação antes do desmame.
Não houve diferença na duração do desmame entre o tubo T e SIMV, mas
o PSV apresentou a duração significativamente menor quando comparado ao
desmame combinado com o tubo T e SIMV (5,7 ± 3,7 dias versus 9,3 ± 8,2 dias).
Esteban et al. realizaram um estudo similar com 546. Nesse estudo, 416 (76%)
pacientes foram extubados com sucesso em seu primeiro dia de desmame, após
um teste com tubo T. Os 130 pacientes que falharam foram randomizados e
submetidos ao desmame pelas seguintes estratégias: um teste com tubo T ao
dia, dois ou mais testes com tubo T ao dia com períodos de CPAP; PSV com
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Ventilação mecânica
tentativas de redução de 2-4 cmH2O pelo menos duas vezes por dia, e SIMV
com tentativas de redução de 24 respirações / min, pelo menos duas vezes por
dia.
Os pacientes atribuídos aos quatro grupos foram semelhantes no que diz
respeito às características demográficas, gravidade da doença e variáveis
cardiopulmonares. A taxa de sucesso de desmame foi significativamente melhor
com um teste uma vez por dia e vários testes com tubo t ao dia do que com o
PSV e SIMV. O PSV não foi superior ao SIMV. A duração média do desmame
foi de cinco dias para SIMV, quatro dias para o PSV e três dias para os testes
com tubo T. Os estudos avaliados produziram duas importantes conclusões
comuns: em primeiro lugar, o ritmo do desmame depende da forma com que a
técnica é aplicada e segundo, que o SIMV é a técnica de desmame menos
eficiente. Com relação ao PSV e os testes intermitentes com tubo T uma clara
superioridade de uma técnica sobre o outro ainda não foi estabelecida.
CONCLUSÃO
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Ventilação mecânica
Se o ciclo de falência respiratória pode ser temporariamente interrompido
a terapia tem como objetivo tratar a disfunção cardíaca e reverter o processo. A
ventilação com pressão positiva é o mecanismo ideal utilizado para estabilizar o
paciente agudamente descompensado. A VM melhora a oxigenação por meio de
recrutamento de áreas colapsadas do pulmão e reduz o trabalho respiratório pela
redução de carga imposta aos músculos respiratórios.
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Ventilação mecânica
que é a diferença de pressão, agindo em toda a parede de um vaso ou câmara
cardíaca.
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Ventilação mecânica
A PEEP diminui a pré-carga do VD por meio da alteração sistêmica do
retorno venoso, que também irá aumentar a pós-carga do VD, a exata interação
entre a pressão de ejeção do VD para a artéria pulmonar e a função sistólica do
VD é difícil de definir, porque a ejeção do VD é mais "contínua" do que a
contração do VE. O VE usa a força contrátil para desenvolver a maioria da sua
pressão intraluminal pelas fibras musculares comuns do septo interventricular, e
ejeta em um sistema vascular com uma impedância muito variável, mas
geralmente a baixa pressão do sistema arterial pulmonar que determina a pós-
carga do VD pode ser estimada.
A pós-carga do VD é dada pela equação de Laplace esta é uma função
do produto do volume diastólico final do VD e pressão sistólica final. Durante a
ventilação com PEEP, no entanto, a avaliação destes parâmetros é difícil, porque
o cálculo da pressão transmural como discutidos acima e as dificuldades na
obtenção das medições dos volumes de VD devido a sua geometria complexa.
Os aumentos na pressão da artéria pulmonar podem levar ao aumento no
volume sistólico final do VD aumentando a tensão na parede que pode resultar
em cor pulmonale agudo e colapso cardiovascular. O pericárdio, desempenha
um papel importante em minimizar essas interações potencialmente prejudiciais
do lado direito pela marcada limitação à distensão do VD. De fato, uma das
principais funções fisiológicas do pericárdio é a influência dinâmica do
enchimento cardíaco, exercendo uma restrição externa às forças sobre o
coração impedindo o coração dilatar, de o miocárdio sofrer uma hemorragia ou
insuficiência valvar.
A PEEP pode alterar a resistência vascular pulmonar (RVP), e assim, a
pós carga do VD, por vários mecanismos. Em primeiro lugar, a PEEP pode
reduzir RVP reduzindo o tono vasomotor pulmonar devido à vasoconstrição
hipóxia pulmonar. Se a PEEP recrutar alvéolos colapsados, a PAO2 alveolar
regional a vasoconstrição pulmonar hipóxica será reduzida e tônus vasomotor
pulmonar vai cair, e a ejeção do VD vai melhorar.
Em segundo lugar, a PEEP provoca mudanças na RVP alterando o
volume pulmonar. A RVP está relacionada ao volume do pulmão de uma forma
bimodal, com resistência mínima perto da capacidade residual funcional (CRF).
Com o aumento do volume pulmonar acima do volume residual para a CRF, a
RVP diminui e aumenta a capacitância vascular. No pulmão o volume continua
a aumentar a partir da CRF para a capacidade pulmonar total (CPT) e a RVP
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Ventilação mecânica
aumenta diminuindo a capacitância vascular. Esse comportamento bifásico é
explicado pela postulação de dois diferentes tipos de vasos
intraparenquimatosos: vasos intra-alveolares que são comprimidos à medida
que aumenta o volume pulmonar, enquanto os extraalveolares estão expostos a
expansão quando o volume do pulmão aumenta. Em volumes pulmonares
abaixo da CRF, os efeitos sobre os extras alveolares predominam e diminui a
RVP. Com o aumento do volume pulmonar acima da CRF, os efeitos sobre os
vasos intra-alveolar predominam e a RVP sobe novamente.
Em resumo, os efeitos da PEEP na pós-carga de VD dependerá: como a
PEEP alterará o volume pulmonar em relação à FRC normal, na medida em que
se possa atenuar a vasoconstrição pulmonar hipóxica; e da mudança global da
pressão arterial pulmonar.
Qualquer diminuição do retorno venoso sistêmico e, portanto, na pré-
carga de VD, deve dentro de poucos batimentos cardíaco resultar em diminuição
retorno venoso pulmonar e fluxo para o ventrículo esquerdo, porque os
ventrículos trabalham em série.
Além desta ligação passiva entre os ventrículos direito e esquerdo a PEEP
pode ter efeitos mais diretos sobre a mecânica de enchimento do VE e, portanto,
da pré-carga do VE. A PEEP por induzir mudanças no volume pulmonar e, em
particular, volumes pulmonares regionais podem comprimir o coração na fossa
cardíaca.
Além disso, os dois ventrículos compartilham de fibras musculares
comuns do septo interventricular e coexistem no mesmo espaço pericárdico,
sendo submetidos à restrição do pericárdio, logo um aumento substancial no
volume do VD deve limitar o enchimento do VE com exceção de estados de
hipovolemia grave. Essa interação entre os ventrículos, por meio do qual a
função de um ventrículo influencia a função do outro, é chamada de
interdependência ventricular.
Em síntese a pré-carga do VE durante a PEEP é predominantemente
afetada pela diminuição do retorno venoso sistêmico e / ou a diminuição da saída
do VD (efeitos da série), enquanto diretas interações paralelas podem ter efeitos
limitados, a menos que cor pulmonale aguda esteja presente.
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Ventilação mecânica
A capacidade de bombeamento do ventrículo esquerdo (VE) depende do
volume de enchimento (pré-carga) do VE, da contratilidade e da pressão contra
a qual o VE ejeta (pós-carga). Enquanto a PEEP diminui a pré-carga do VE, o
seu efeito sobre a contratilidade do VE provavelmente gerou mais controvérsia
do que qualquer outro aspecto da interação coração-pulmão. Esta surgiu, em
parte, da dificuldade em definir a função miocárdica e uma vez definida, a
dificuldade em medi-la.
Uma estimativa comumente utilizada da função miocárdica é a relação de
Starling, a relação entre a pressão de enchimento do ventrículo esquerdo e a
mecânica de saída (VS, o débito cardíaco, trabalho, potência). Embora essa
relação seja fisiologicamente relevante, porque o bombeamento normal dos
ventrículos exige que eles entreguem quantidades adequadas de sangue para
os tecidos em pressões baixas de enchimento o que gera problemas
especialmente durante a ventilação mecânica.
Em contraste com o seu efeito sobre o ventrículo direito a PEEP promove
a diminuição da pós-carga do VE. A PEEP aumenta a pressão em torno das
estruturas do tórax e, em menor intensidade, na cavidade abdominal, em relação
à pressão atmosférica.
Assim, o aumento da pressão intratorácica, diminui a força necessária
para ejetar o sangue do ventrículo esquerdo, qualquer que seja o principal
componente da PEEP que induza a redução da pós-carga do VE pode ser, que
a diminuição da pós-carga geralmente não se traduza em aumento do débito
cardíaco. Como pacientes com insuficiência cardíaca congestiva (ICC) são
normalmente hipervolêmicos, eles também são menos sensíveis à diminuição
da pré-carga. Portanto, de maneira análoga aos efeitos de vasodilatadores na
IC, o débito cardíaco pode aumentar quando a PEEP é aplicada em pacientes
com função miocárdica pobre.
Além desses efeitos diretos na mecânica, no entanto, os efeitos benéficos
da PEEP nestes pacientes podem também ser mediados pelo mal-entendido da
vasodilatação reflexa e alterações na função simpática, assim, profundamente
afetando o acoplamento entre circulações centrais e periféricas. Apesar da
ventilação com pressão positiva e pressão positiva contínua (CPAP) serem
defendidas como modos adjuvantes da terapêutica em pacientes com infarto
agudo, edema pulmonar e insuficiência cardíaca congestiva, algumas palavras
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Ventilação mecânica
de cautela se justifica. Primeiro a ventilação mecânica com PEEP é muitas vezes
considerada como equivalente a CPAP.
No entanto, ventilação mecânica com PEEP, a pressão intratorácica (ITP)
aumenta em todas as fases do ciclo respiratório, enquanto com CPAP, a ITP
aumenta no final, mas diminui durante a inspiração. Assim, os efeitos no retorno
da PEEP são maiores do que com CPAP. Em segundo lugar CPAP em pacientes
com ICC, especialmente naqueles com apneia do sono obstrutiva concomitante,
vai exercer grande parte de seus efeitos benéficos, reduzindo a elevação do tono
simpático, afetando a função autonômica, em vez de carga ventricular. Esta não
será uma realidade para o paciente sedado criticamente doente com isquemia
miocárdica ventilados com altos níveis de PEEP na SDRA.
Em terceiro lugar, o aumento da pressão na superfície cardíaca pode levar
a uma diminuição do fluxo sanguíneo coronariano devido ao aumento da pressão
na superfície epicárdica. A PEEP na verdade pode ser perigosa quando o fluxo
coronariano apresentar reserva limitada, como na doença arterial coronariana.
Convém ter algum cuidado no tratamento de pacientes com cardiopatia
isquêmica ativa com altos níveis de PEEP.
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Ventilação mecânica
Apesar de ventilação normalmente exigir 5% do fornecimento de oxigênio
total, em estados de doença pulmonar o trabalho da respiração é aumentado, de
tal forma que seu metabolismo pode chegar a 25% do oxigênio total. Se o débito
cardíaco também for limitado, o fluxo de sangue para outros órgãos pode ser
comprometido, causando hipoperfusão tecidual, disfunção isquêmica e acidose
láctica.
A ventilação mecânica diminui o trabalho de respirar, mesmo a ventilação
não invasiva com pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP). Os efeitos
cardiovasculares resultantes serão o aumento da oferta de oxigênio para outros
órgãos, diminuição dos níveis séricos de lactato e aumento da saturação de
oxigênio no sangue venoso misto (SvO2). O aumento obrigatório na SvO2 irá
resultar em um aumento da PaO2 mesmo se a ventilação mecânica não alterar
a relação entre o fluxo de sangue para shunt e o débito cardíaco. Pacientes
dependentes de ventilação mecânica podem exibir uma prejudicada
performance cardiovascular com sinais de insuficiência cardíaca durante o
desmame. A transição da pressão positiva para a espontânea pode estar
associada com edema pulmonar, isquemia do miocárdio, taquicardia e isquemia
mesentérica. Embora todos os indivíduos possam aumentar o seu débito
cardíaco em resposta a um processo de desmame, de acordo com um aumento
de demanda metabólica, aqueles que posteriormente não desmamar também
mostram uma diminuição da SvO2.
TÔNUS AUTONÔMICO
FATORES HUMORAIS
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Ventilação mecânica
A hiperinsuflação causada pela ventilação com pressão positiva induz a
retenção de líquidos devido ao estiramento dos receptores do átrio direito,
aumenta a norepinefrina plasmática, aumenta a atividade da renina plasmática
e diminui a atividade do peptídeo natriurético atrial. Na insuficiência cardíaca
congestiva (ICC) pacientes que recebem CPAP nasal podem diminuir sua
atividade plasmática de peptídeo atrial natriurético inversamente com o aumento
do débito cardíaco. A resistência vascular pulmonar aumenta na inflação do
pulmão e afeta principalmente a função cardíaca e o débito cardíaco pela
alteração da pré e pós-carga do ventrículo direito (VD). Alterações que ocorrem
na PIT sem mudanças no volume do pulmão, como uma manobra de Valsalva,
não irão alterar a resistência vascular pulmonar (RVP). O volume do pulmão tem
que mudar. O mecanismo de como a RVP altera com a ventilação é complexa.
Se a Po2 alveolar regional diminui abaixo de 60 mm Hg, o local aumenta o tono
vasomotor pulmonar, reduzindo o fluxo local de sangue por um processo
conhecido como vasoconstrição hipóxia pulmonar (VHP). Os pacientes com
insuficiência respiratória aguda hipoxemia, normalmente têm pequenos volumes
pulmonares. A restauração do volume pulmonar aos valores normais por
manobras de recrutamento e PEEP geralmente reduz RVP nestes pacientes
revertendo a VHP.
A hiperinsuflação passiva comprime os vasos alveolares e aumenta a
RVP a hiperinsuflação pode criar hipertensão pulmonar significativa e pode
precipitar a falência aguda do VD (cor pulmonale agudo) e isquemia. Assim, a
PEEP pode diminuir RVP se inverter a VHP ou pode aumentar a RVP se apenas
hiperinsuflar os pulmões.
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Ventilação mecânica
Os efeitos hemodinâmicos da ventilação dependem do estado
cardiopulmonar do paciente.
A VM pode ter efeitos cardiovasculares opostos em pacientes diferentes.
Em condições normais indivíduos sadios ou doentes com hipovolemia
(por exemplo, choque hemorrágico, vômitos, diarreia, perda de tônus vasomotor,
choque medular) e em indivíduos que podem ter falência do VD com a intubação
e ventilação com pressão positiva pode rapidamente induzir a insuficiência
cardiovascular exigindo reposição volêmica maciça.
Em pacientes com ICC a ventilação com pressão positiva não irá
prejudicar o débito cardíaco, a menos que a hiperinsuflação também ocorra. Uma
vez que a ventilação mecânica também irá diminuir o oxigênio do miocárdio e a
demanda global, a função do órgão pode melhorar também.
Da mesma forma, a retirada do suporte ventilatório em pacientes com
reserva cardiovascular limitada deve ser feita devagar, pois o aumento da carga
sobre o coração pode precipitar uma insuficiência cardíaca e edema pulmonar.
As diferenças na resposta hemodinâmica entre os diferentes modos de
suporte ventilatório mecânico em uma pressão total constante das vias aéreas e
PEEP pode ser explicada por seus efeitos diferenciais no volume do pulmão e
PIT. Se dois diferentes modos de suporte ventilatório induzir mudanças similares
na PIT e no esforço ventilatório seus efeitos hemodinâmicos serão também
semelhantes, apesar de marcadamente diferentes formas de onda das vias
aéreas.
O suporte parcial com ventilação mandatória intermitente ou pressão de
suporte pode dar respostas hemodinâmicas semelhantes, quando combinados
para fornecer volumes correntes similares. A pressão positiva diminui o volume
de sangue intratorácico e a PEEP diminui ainda mais sem alterar o desempenho
sistólico do VE. No entanto, como o pulmão e a complacência da parede torácica
podem variar muito ao longo do tempo e entre os pacientes com o mesmo
diagnóstico, o aumento da pressão das vias aéreas pode não refletir os
aumentos na PIT.
O aumento no volume do pulmão e não na pressão das vias aéreas, define
o grau de aumento da PIT durante a VM. Se o aumento no volume do pulmão é
mantido constante entre as formas de ventilação com pressão positiva, os efeitos
hemodinâmicos são semelhantes.
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Ventilação mecânica
Considerando que a ventilação limitada à pressão, se associado com
menor volume corrente, poderá desfrutar de maior débito cardíaco. Importante,
durante testes de ventilação espontânea, o grau de hiper-insuflação, determina
a redução do débito cardíaco. Na maioria dos casos a diminuição do débito
cardíaco pode ser revertida por reposição volêmica. Se o desempenho cardíaco
não aumenta com fluidoterapia, em seguida, outros processos, tais como cor
pulmonale, aumento da RVP, tamponamento cardíaco pode estar induzindo este
quadro de depressão miocárdica.
Os benefícios cardiovasculares da pressão positiva podem ser vistos
mediante a retirada de balanços negativos na PIT. Aumentar os níveis de CPAP
pode melhorar a função cardíaca em pacientes com insuficiência cardíaca, mas
apenas oscilações negativas na PIT são deletérias. CPAP também pode
conseguir os mesmos resultados em pacientes com apneia do sono e
insuficiência cardíaca embora os benefícios não pareçam ser relacionados às
mudanças no padrão respiratório obstrutivo. CPAP nasal noturno prolongado
pode seletivamente melhorar a força muscular respiratória, bem como a função
contrátil do VE se o paciente tivesse falência cardíaca preexistente.
Pacientes com DPOC têm um risco aumentado de hiperinsuflação devido
ao broncoespasmo, perda da tração radial do parênquima pulmonar ou
hiperinsuflação dinâmica (inadequado tempo expiratório). Hiperinsuflação irá
comprimir o coração, o aumento da RVP, irá impedir o enchimento do VD. A
PEEP intrínseca (hiperinsuflação) modifica a função hemodinâmica semelhante
ao PEEP extrínseco. Assim, combinando PEEP intrínseca com a PEEP do
ventilador pode reduzir efeito hemodinâmico.
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Ventilação mecânica
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