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VENTILATÓRIOS
1
Sumário
BREVE HISTÓRICO DA VENTILAÇÃO MECÂNICA ...................................... 4
1
Barotrauma .................................................................................................. 123
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NOSSA HISTÓRIA
3
BREVE HISTÓRICO DA VENTILAÇÃO MECÂNICA
HISTÓRIA (a.C.)
HISTÓRIA (d.C.)
4
1541 - 1564 Vesalius introduziu um cano na traquéia de um animal que
estava morrendo e somente através da ventilação restabeleceu o batimento
cardíaco. Vesalius foi o primeiro a desbravar as leis vigentes e dissecou
cadáveres humanos. Os seus registros compreendem 7 volumes de anatomia
ilustrada, foi a primeira obra com descrição acurada do corpo humano.
1763 - Smelie usou um tubo de metal flexível e bombeou ar para dentro dos
pulmões.
1786 - Kite criou um mecanismo limitado a volume que usou com foles. Foi
importante por ser o primeiro dispositivo volumétrico.
5
1864 - Jones patenteou um dos primeiros ventiladores de
pressão negativa.
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1886 - Tuffier e Hallion realizaram com sucesso uma ressecção de parte do
pulmão utilizando um tubo endotraqueal com "cuff"e uma válvula de não reinalação.
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1904 - Sauerbruch usou ventilação negativa contínua ao redor
do corpo para atender a necessidade ventilatória durante cirurgia.
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1930 - Poulton e Barack introduziram o CPPB (continuous positive pressure
breathing) para tratar edema pulmonar agudo cardiogênico.
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1941-1945 - Morch desenvolveu um ventilador para IPPV.
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idéia do CPPB e aplicaram-na durante a ventilação mecânica, denominando de
PEEP, para o tratamento da SDRA (Síndrome do desconforto respiratório agudo).
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ANATOMIA DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES
1. Língua
2. Orofaringe
3. Laringe
4. Glote
5. Cordas Vocais
6. Cartilagem Tireóide
7. Cartilagem Cricóide
8. Traquéia
9. Esôfago
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Vista lateral das vias aéreas superiores
1- corneto superior;
2- corneto médio;
3- corneto inferior;
4-palato duro;
5-palato mole;
6-cavidade oral;
7-língua;
8-úvula;
9-nasofaringe;
10-orofaringe;
11-adenóide.
LARINGE
Cartilagens, ligamentos e
músculos da laringe
CARTILAGEM TIREÓIDE
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É a maior das cartilagens laríngeas, situando-se acima da cricóide e ligada
a esta pelo ligamento cricotireoidiano;
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CARTILAGEM CRICÓIDE
Na criança até 9 anos possui forma circular, sendo nesta faixa etária a parte
mais estreita da laringe;
EPIGLOTE
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CORDAS VOCAIS
INERVAÇÃO
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TRAQUÉIA
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A NECESSIDADE DA VENTILAÇÃO MECÂNICA
Como produtos desse processo químico, sobram CO2 e água (H2O). Ambos
passam à corrente sanguínea e serão aproveitados e/ou expelidos pelo organismo
pelos rins e pulmões.
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FISIOLOGIA ENVOLVIDA COM VENTILAÇÃO MECÂNICA
INVASIVA
A caixa torácica tem um tônus basal que mantém sua conformação e atua
diretamente no processo ventilatório, tanto na inspiração (processo ativo, com
gasto de energia) como no retorno, através das forças de recolhimento, para seu
ponto de repouso, por assim dizer. Vários feixes de músculos participam dessa ação.
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É muito importante entender que os pulmões têm uma arquitetura muito
delicada e que seu funcionamento adequado depende essencialmente da
preservação dessa arquitetura.
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Quaisquer agressões diretas às vias aéreas serão retiradas com eficácia pela
tosse e esteira mucociliar na Zona de Condução. Depois disso, caso o agente
agressor vá mais adiante, será necessária ação celular e linfática para a “limpeza”
e reestruturação da arquitetura alveolar.
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• pêlos;
• reflexos (tosse/espirro);
• esteira mucociliar.
No entanto, hoje se sabe que esse volume deve ser menor em pacientes sob
Ventilação com Pressão Positiva Invasiva (VPPI).
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Quando se intuba um paciente, modifica-se o equilíbrio de pressões e
permite-se que parte do VRE seja expirado com facilidade, passivamente. Isso
possibilita a formação de microatelectasias. Disso advém a ideia de se manter um
volume extra ao final da expiração, fisiologicamente visando à manutenção da CRF e
a diminuir as chances de atelectasias. Esse “volume”, individualmente difícil de ser
determinado no paciente grave à beira do leito, pode ser medido mais facilmente pela
pressão decorrente de sua presença.
Então hoje ele é medido pela pressão positiva que se mantém ao final da
expiração, a PEEP. Assim, recomenda-se que sempre mantenha o paciente sob VPPI
utilizando-se de uma mínima PEEP, por muitos chamada de “PEEP fisiológica”. Este
valor na prática varia de 3-5 cm H²O (alguns autores já recomendam de 5-8 cm H²O).
Um conceito muito importante que precisa ser relembrado é o de Ventilação. Ventilar
é o deslocar o ar.
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chamam de RESPIRADOR, na verdade é um VENTILADOR artificial. O aparelho
propicia a ventilação alveolar.
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Diminuições na PaO² podem ser atribuídas a problemas de troca, quando
mantida ou aumentada a Fração Inspirada de O² (FIO²). Assim, na beira do leito
pode-se avaliar a troca gasosa de forma muito prática usando-se a relação
PaO²/FiO².
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OXIHEMOGLOBINA é a molécula responsável pela quase totalidade do
transporte do O² para as células. Devido às suas características, ela pode estar
totalmente ligada às moléculas de O² ou parcialmente, ou seja, no conjunto, a
oxihemoglobina pode ou não estar totalmente saturada de O². A quantidade de PaO²
presente no sangue influencia na saturação da oxihemoglobina (Oxi-Hb), mas não
somente ela.
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Fatores que aumentam a afinidade da Oxi-Hb por o2 (desviam a curva
para a esquerda):
- Hipotermia, alcaloses,
hipocapnia, diminuição da Hb,
diminuição fosfatos, presença Hb
anormais.
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O pesquisador e fisiologista John West analisou a histologia e a função
alveolar e circulatória no pulmão humano e frente aos seus achados propôs uma
classificação, anátomofuncional muito usada ainda hoje, onde se percebe bem a
distribuição de ar e sangue pelos pulmões, de acordo com o momento do ciclo
ventilatório.
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Assim sendo, resumimos esses conceitos entendendo os pulmões como nossa
“estação de trem”, onde recarregaremos os nossos “vagões” (hemoglobina) com
O².
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INFLUÊNCIA DA VENTILAÇÃO MECÂNICA NA
HEMODINÂMICA: INTERAÇÃO CORAÇÃO-PULMÃO
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Figura 18: Influência da ventilação sobre a pressão de arterial pulmonar em modo espontâneo e sob VPPI
31
Figura 19: Observe as Condições Zona II e Zona III
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normalmente faz o VE. Porém não foi dimensionado para esse fim e sua reserva é
muito pequena para vencer elevações de pós-carga! (Fig. 20)
Figura 20: Fases do ciclo cardíaco do Ventrículo Esquerdo (b) e do Ventrículo Direito (a).
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Figura 21: Observe a dilatação da v. hepática e o refluxo do contraste em paciente com falência de
VD e VPPI.
Figura 22: Observe a dilatação das VV. Renais e o nefrograma persistente no mesmo tipo de paciente
da Fig. 50.
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Figura 23: Efeito na RVP decorrente do aumento da PEEP, figura de Jellinek H, et al. J Appl Physiol
2000;88:926–932
Figura 24 – Observe no traço de fundo a Paw e nos quadros a descrição da influência da VPPI em
cada momento nas cavidades cardíacas
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inspiração e expiração do ar (chamado de ∆PS ou diferença de Pressão Sistólica) ou
pela diferença entre PAS – PAD na inspiração e expiração do ar (chamado de ∆PP
ou Diferença de Pressão de Pulso). O valor mensurado da porcentagem destas
diferenças se relaciona com o paciente estar mais ou menos depletado de volume
intravascular, havendo maior ou menor fluidoresponsividade do paciente à
administração de fluidos. Importante destacar que fluidoresponsividade é diferente de
fluidonecessidade. Esse método ainda exige que o paciente tenha ritmo cardíaco
regular e esteja sedado e sem drive ativo para que a medida seja considerada, bem
como foi validade para pacientes com VC ≥ 8 ml/kg/peso predito e com PEEP
baixa.(Fig. 25)
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INTUBAÇÃO TRAQUEAL
INDICAÇÕES
Laringoscópio
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Os tamanhos variam de zero (Miller) a um (Macintosh), que são as menores
lâminas, a quatro (Miller ou Macintosh) que são as maiores. As lâminas são
escolhidas em função das dimensões das vias aéreas. As lâminas de Macintosh
curva número três são recomendadas para adultos de médio porte; em lactentes dá -
se preferência para lâmina de Miller (reta com a extremidade recurvada).
TUBOS ENDOTRAQUEAIS
Dotados ou não de balonetes (cuff), que tem como função a proteção da via
aérea de aspiração, por exemplo, de vômito ou sangue e também de formar um
selo entre o tubo e a mucosa traqueal permitindo ventilação positiva. Os tubos
pediátricos não possuem balonete dados as particularidades da traquéia da
criança.
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Os tubos traqueais produzem compressão na arcada dentária superior,
base da língua, parede posterior da laringe e parede anterior da traquéia.
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OUTROS EQUIPAMENTOS E MATERIAIS UTILIZADOS NA INTUBAÇÃO
TRAQUEAL:
Pinça de Magill;
Aspirador;
Fonte de oxigênio;
Oxímetro de pulso;
Capnógrafo;
Cardioscópio e estetoscópio.
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AVALIAÇÃO CLÍNICA PARA INTUBAÇÃO
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O resíduo gástrico oferece problema, visto que a lesão pulmonar por
aspiração de suco gástrico (Síndrome de Mendelson) é das complicações mais
graves associadas à intubação.
CLASSIFICAÇÃO DE MALLAMPATI
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Cormack e Lehan graduam as dificuldades conforme a visão da laringe com
o laringoscópio: a vista da epiglote e das cordas vocais caracteriza o grau I; quando
são visíveis toda a epiglote e a comissura posterior, grau II; e quando somente a
epiglote, grau III. Na situação de maior dificuldade expressa pelo grau IV, tem-se
visão apenas do palato mole.
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Na ausência de limitações de ordem clínica, a intubação faz-se sob anestesia
geral e bloqueio neuromuscular. A intubação com o paciente acordado é realizada
com sedação e anestesia das vias aéreas superiores (V.A.S), para atenuar as
repostas autonômicas à laringoscopia e à intubação, como taquicardia e
hipertensão arterial. Indicações incluem a difícil história de intubação, achados na
história ou exames físicos que pode ser uma intubação difícil e risco grave de
aspiração ou instabilidade hemodinâmica.
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(4) A ponta da lâmina, ao atingir a valécula, pressiona o ligamento glosso-
epiglótico que irá fletir anteriormente à epiglote.
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VISÃO IDEAL DURANTE A INTUBAÇÃO
o Traumáticas
São mais comuns devido à inexperiência do médico, fatores anatômicos
e patológicos, relaxamento muscular ou preparo do paciente inadequado.
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Deslocamento de mandíbula
Decorre do emprego de força excessiva para a abertura da boca,
principalmente em pacientes com diminuição da mobilidade mandibular.
A correção, na maioria das vezes, é simples com a ajuda do relaxamento
muscular.
Traumas dentários
A incidência varia de 0,1 a 2,0% e pode levar a
complicações pulmonares graves por aspiração traqueal de
fragmento. O risco de lesão dentária está aumentado em pacientes
com:
a) doença dentária concomitante;
b) pontes e coroas;
c) extremos de idade.
A avaliação dentária pré-intubação é importante e alguns autores sugerem a
utilização de protetores dentários que comprovadamente diminuem a incidência de
traumas, porém aumentam a dificuldade para a intubação.
Lesões nasais
Aparecem durante a intubação nasal e inclui Laceração de mucosa,
sangramentos, deslocamento ou perfuração de septo, lesão de mucosa
nasofaríngea que pode ocasionar abscesso retrofaríngeo ou mediastinite. A
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profilaxia deve ser baseada na avaliação nasal, no uso de vasoconstritores e até na
dilatação das fossas nasais antes da intubação.
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INTUBAÇÃO ESOFÁGICA
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j) confirmação radiológica da posição do tubo que é cara e demorada e pode
não ser eficaz;
n) oximetria de pulso que é um método seguro, mas pode ser indicador tardio
após pré-oxigenação.
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não mudará o padrão dos ruídos, podendo estar presente ou não em ambos os
hemotórax;
INTUBAÇÃO BRÔNQUICA
É mais comum, com incidência muito variável de 0,6 a 90%. Pode ocorrer no
ato de intubação ou durante a manutenção do tubo. O brônquio fonte direito é mais
comumente intubado, pois forma um ângulo mais obtuso com a traquéia.
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O tubo traqueal move-se em direção à carina com a flexão do pescoço e em
direção às cordas vocais, com sua extensão ou rotação lateral da cabeça.
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A atelectasia das porções não ventiladas é comum e algumas medidas têm
sido sugeridas para a prevenção da intubação brônquica:
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doença vascular cerebral, cardiopatia e idosos estas alterações podem causar Iesões
graves e até fatais.
OUTRAS COMPLICAÇÕES
BACTEREMIA
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Podem ser fragmentos de tecido de adenóide, mucosa nasal, de tubo de
intubação, coágulos, comprimido de medicação pré-anestésica e até separação
do tubo de seu conector e sua introdução na árvore brônquica. É de importância
fundamental a inspeção do tubo e da cavidade nasal antes da intubação e da
extremidade do tubo após a passagem pela cavidade nasal bem como a sua fixação
adequada. Caso haja suspeita da introdução, está indicada a broncoscopia para
diagnóstico e tratamento precoces.
É um tema muito estudado e merece revisão específica pela sua gravidade (30
a 70% de mortalidade). A sua incidência variável, que pode chegar a 18,5%, é uma
das maiores causas de morbimortalidade na anestesia, podendo ser responsável
por até 10% das mortes cirúrgicas.
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utilizados somente após o aparecimento clínico de infecção e os corticosteróides
não modificam a evolução do quadro.
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Observa-se estreitamento do lúmen na região subglótica ou anquilose da
articulação cricoaritenóide, com imobilização das cordas vocais. O exame da
laringe mostrará uma cicatriz em toda a circunferência da região subglótica. Em
alguns casos a obstrução pode ser grave, com necessidade de traqueostomia
permanente.
INFECÇÃO
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TÉCNICA
1- Para uma correta ventilação sob máscara facial, é indicado que o paciente
seja colocado em posição olfativa.
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Tamanhos e tipos de cânulas A- nasofaríngeas e B- orofaríngeas
A ventilação deverá ser suficiente para manter SpO2 acima de 90%, usando
FiO2 de 1.0 (100%), em pacientes cuja saturação era normal do episódio que levou
a insuficiência respiratória, atentando para pacientes hiperinsuflados, dando
tempo suficiente para a expiração.
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VENTILAÇÃO COM MÁSCARA FACIAL NÃO EFICAZ
Presença de barba
Falta de dentes
História de ronco
Persistência da cianose,
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A - o segundo operador auxilia no selo da máscara e na protusão da
mandíbula.
Em geral todos os
ventiladores podem
realizar as mesmas
funções básicas,
mas diferem muito
quanto às
características e
capacidades.
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OBJETIVOS
A. OBJETIVOS FISIOLÓGICOS
B. OBJETIVOS CLÍNICOS
- Reverter a hipoxemia
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INDICAÇÕES
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2- Anormalidades da Oxigenação - Insuficiência respiratória Aguda
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INDICAÇÕES PROFILÁTICAS
2- Pós-operatório:
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A indicação de ventilação mecânica em doentes pulmonares crônicos
com agudização do quadro de insuficiência respiratória merece especial atenção,
pela dificuldade de retirada posterior da prótese, quando a ventilação artificial
prolonga-se por alguns dias.
CONTRA-INDICAÇÕES
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Em ventilação espontânea, durante a inspiração, o gradiente de pressão
entre o ar ambiente e a intimidade dos pulmões é gerado pela contratura
diafragmática que ao negativar a pressão pleural possibilita a entrada de gás.
Na fase expiratória, após a entrada do volume corrente (VT) e o relaxamento do
diafragma, o gradiente se inverte e a expiração ocorre passivamente.
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Os pacientes conectados a alguns sistemas experimentam um aumento no trabalho
respiratório total.
TRABALHO RESPIRATÓRIO
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Equipamento e ambiente apropriado são essenciais para terapia respiratória
com pressão positiva, eficiente e bem sucedida.
Esquerda, pressão da via aérea (Paw) (__) e intrapleural (Ppl) (----) durante
ventilação espontânea sem pressão positiva. A, pressão no final da exalação; B,
pressão no final da inspiração; I, alça inspiratória; E, alça expiratória. Direita, pressão
gerada pelos músculos respiratórios, volume pulmão-tórax e curva de complacência
do sistema respiratório (PLT) durante a ventilação espontânea sem pressão positiva,
A, volume pulmão-tórax no final da expiração; C, volume pulmão-tórax no final da
inspiração; B, final da inspiração; I, alça inspiratória; E, alça expiratória. O trabalho
inspiratório da respiração e representado pela área AIBCA.
Inspiratória;
Fase expiratória e;
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Inspiração
70
fluxo conforme a demanda do paciente, porém não assistindo a incursão
respiratória (espontânea sem pressão de suporte).
A inspiração termina uma vez que uma das quatro variáveis (pressão, fluxo,
tempo ou volume) alcança o valor selecionado ou calculado. A inspiração é ciclada
por pressão quando o limite máximo de pressão (limite de alarme) tenha sido
alcançado. Em pressão de suporte também é ciclada por pressão quando a pressão
sobe bruscamente acima da regulada (tosse, esforço expiratório súbito).
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o volume objetivo se complete e, por tanto, a inspiração será ciclada por um critério
secundário, sendo ciclagem a volume.
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Antes do inicio da expiração é possível acrescentar tempo de pausa
inspiratória, principalmente em ventilação controlada a volume. Neste momento com
o fechamento da válvula inspiratória e da válvula exalatória desaparece o componente
resistivo da pressão (fluxo zero).
Neste ponto a pressão da via aérea decaíra até atingir a pressão de platô
(Pplatô). A Pplatô reflete a pressão necessária para vencer apenas o
componente elástico, e se traduz na melhor estimativa da pressão alveolar.
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O segundo ciclo representa um paciente com aumento da resistência de
vias aéreas. O conhecimento de fluxo e volume aplicados, assim como das
pressões geradas durante o ciclo respiratório permite o cálculo da resistência
e complacência respiratória.
FASE EXPIRATÓRIA
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Este fenômeno é conhecido como PEEP intrínseco, PEEP oculto ou auto-
PEEP. As manobras para reduzir o auto-PEEP incluem a redução do volume
corrente, aumento do fluxo inspiratório e redução da FR.
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Disparo por fluxo e por pressão em paciente submetido à ventilação
controlada a volume.
ONDAS DE FLUXO
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Curvas de pressão da via aérea (Paw), taxa de fluxo (V) e volume corrente
(VT) para as modalidades de fluxo inspiratório constantes, sinusoidal,
acelerado e desacelerado.
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MODOS BÁSICOS DE VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA
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No modo controlado, o volume / pressão gerados, bem como o fluxo de ar
enviado são fixados pelo profissional e a duração da janela de tempo é fixa.
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Desta maneira, podemos classificar os modos em quatro grupos básicos.
Assim sendo, os diversos Modos de VMI podem então ser ciclados de várias
maneiras, o que muitas vezes gera dúvidas e confusão no momento do uso de cada
um. Veja abaixo exemplos possíveis de combinação de modos e ciclagens:
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essencial para entender o modo assistido controlado, pois se o paciente parar de
disparar o aparelho após seu último disparo, a JT terminará de ser contada e o
ventilador já mandará um novo ciclo, agora controlado, para o paciente.
No modo assistido “puro” (um modo antigo para desmame, em desuso), não
há FR controlada estabelecida pelo profissional. O paciente dispara todos os
ciclos ventilatórios.
Nesse caso a JT é infinita, vez que nunca o ventilador irá enviar um modo
controlado. Se o paciente subitamente fizer apnéia, este modo não prevê formas de
resgate de segurança.
A CMV e A/CMV são modos de suporte totais pelos quais o ventilador realiza
a maior parte de todo o trabalho necessário para manter uma ventilação minuto
adequada. Os suportes totais são vantajosos em pacientes críticos que necessitam
garantir uma ventilação minuto, com frequência muito alta. Esses modos também
reduzem o oxigênio e a energia consumida pelos músculos respiratórios.
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Por essas razões, os modos de suporte totais são provavelmente preferíveis
nas seguintes circunstâncias:
(a) quando os pacientes são intubados pela primeira vez antes de uma
avaliação completa:
Nesse modo, o ventilador fornece gás para a via aérea a uma frequência fixa,
sem observar os esforços respiratórios do paciente. A CMV é um modo de ventilação
mecanicamente mais simples e mais seguro de ventilação. Contudo, a CMV tem
vários problemas relevantes.
O paciente não pode disparar uma ventilação com pressão positiva nem
inspirar ar através do circuito ventilatório. Para evitar disforia ou agitação, os
esforços respiratórios do paciente devem ser suprimidos por ventilação excessiva
intencional ou sedação, suplementada, se necessário, por relaxantes musculares.
Esses procedimentos têm certos riscos: alcalose, apnéia durante a desconexão
do ventilador e efeitos farmacológicos adversos na patologia de base do paciente.
82
Segundo, esse modo não responde a alterações do volume minuto
adequado ao paciente. O clínico deve manter vigilância constante para que ajustes
apropriados sejam feitos na ventilação minuto fornecida, evitando os distúrbios ácido-
básicos. Finalmente, o suporte mecânico total da ventilação inibe a contração dos
músculos respiratórios, predispondo-os a atrofia.
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Os esforços espontâneos durante a ventilação A/CMV podem prevenir ou
retardar a atrofia do músculo respiratório. Contudo, em paciente dispnéico com
angina instável ou com débito cardíaco baixo, esse consumo extra de oxigênio
pelos músculos respiratórios pode representar um gasto desnecessário para o
sistema cardiovascular sobrecarregado. Para esse tipo de paciente, pode ser
desejável ajustar a frequência de apoio acima da frequência respiratória do paciente,
assim controlando e eliminando o trabalho do músculo respiratório.
O ajuste para uma sensibilidade muito baixa (ou seja, o aparelho fica
insensível ao esforço do paciente) vai demandar esforço e gasto energético ou vai
resultar em paciente “bloqueado”, incapaz de acionar o respirador — criando os
mesmos problemas que ocorrem com a CMV.
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DESVANTAGENS
Contudo, vários estudos sugerem que há um ajuste mais baixo para a PaCO²
nesses pacientes, e eles vão aumentar a ventilação minuto para manter a PaCO²
baixa, qualquer que seja o modo de ventilação selecionado, caso eles tenham força
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suficiente. Se isto é verdade, então o paciente com drive respiratório central alto vai
consumir mais energia durante a IMV. Se a alcalose respiratória severa persistir,
apesar da IMV e do tratamento etiológico de base, deve-se sedar o paciente.
Se o paciente estiver sem drive ativo, isso fará com que a cada 6 segundos o
ventilador lhe envie um ciclo controlado. Caso o paciente superficialize seu drive
ventilatório e dispare o aparelho (pode ser disparo a pressão ou a fluxo), o ventilador
lhe enviará um ciclo assistido, com os mesmos parâmetros do ciclo controlado.
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Ponto fundamental para diferenciar do modo assistido-controlado: o
ventilador não interrompe a contagem da JT e não zera a mesma! Assim sendo,
ainda dentro da mesma JT após o ciclo assistido, se o paciente novamente quiser
respirar, então o ventilador permite que o paciente ventile por si, dentro do
circuito, de forma espontânea e sem ajuda. Esse tipo de ciclo se definiu na história
como ciclo espontâneo.
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A SIMV permite que a inspiração mecânica ocorra somente em resposta ao
esforço inspiratório espontâneo do paciente.
APLICAÇÕES CLÍNICAS
Uma avaliação útil da IMV e da SIMV pode ser iniciada pelo exame das
vantagens e desvantagens alegadas.
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1- Vantagens Alegadas
2- Desvantagens Alegadas
Desmame prolongado
VANTAGENS
EVITANDO A ALCALOSE RESPIRATÓRIA
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Os defensores da IMV e da SIMV têm sempre alegado que a redução na
alcalose resulta da habilidade do paciente de determinar tanto a frequência, quanto o
VT da respiração espontânea para satisfazer suas necessidades fisiológicas. O
respirador é usado somente para apoiar a ventilação insuficiente, trazendo-a para um
nível normal, em termos da eliminação de dióxido de carbono. Consequentemente,
pH e PaCO² normais são esperados.
90
DIMINUIÇÃO DA SEDAÇÃO/RELAXAMENTO MUSCULAR
91
Menor pressão na via aérea e menor número de respirações mecânicas.
(A) resultam em pressão sanguínea mais alta e maior débito cardíaco do que se
observada na ventilação controlada. (B) essa relação mantém-se mesmo com
uso de PEEP alta.
92
MELHORA DA RELAÇÃO VENTILAÇÃO/PERFUSÃO
93
PREVENÇÃO DA ATROFIA/INCOORDENAÇÃO DOS
MÚSCULOS RESPIRATÓRIOS
94
MENOR PROBABILIDADE DE DESCOMPENSAÇÃO CARDÍACA
Finalmente, se e quando for indicado, pode-se usar PEEP alta com IMV ou
com SIMV com menos efeitos hemodinâmicos adversos do que quando com a
ventilação assistido-controlada. Em circunstâncias específicas, contudo, a função
cardiovascular pode diminuir com a respiração espontânea.
DESVANTAGENS
95
de ação prolongada a pacientes em IMV com baixa frequência. Tendo feito isso,
eles esqueceram de aumentar a frequência de ciclagem do respirador para
compensar a falta de respiração espontânea, o que causou hipoxemia e acidose
graves.
Uma análise mais profunda sugere que as críticas em tais casos não devem
ser direcionadas contra a IMV ou a SIMV, mas a sua utilização inadequada em
pacientes que não são bons candidatos para tal terapia. A avaliação cuidadosa dos
pacientes não deve ser inferior à de qualquer outra forma de suporte ventilatório.
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Como foi mencionado previamente, é contraproducente forçar o paciente a
respirar espontaneamente quando ele é incapaz de fazê-lo, ou só com aumento
incomum do estresse metabólico.
DESMAME PROLONGADO
97
MAIOR POSSIBILIDADE DE DESCOMPENSAÇÃO CARDÍACA
Em tais casos, se o
circuito ventilatório produz
grandes flutuações na pressão
durante a respiração
espontânea, deve-se empregar
um modo alternativo.
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CICLAGENS EM VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA
CICLAGEM A VOLUME:
CICLAGEM A PRESSÃO:
CICLAGEM A TEMPO:
99
CICLAGEM A FLUXO:
MODO CONTROLADO:
MODO A/C:
MODO SIMV:
- É ciclado a fluxo
100
MODOS VENTILATÓRIOS CONVENCIONAIS
101
No modo controlado, o volume minuto é fixo, definido pelo ajuste prévio da
frequência respiratória e volume corrente, sendo que esforços do paciente não
provocarão ciclos adicionais.
102
Observar na figura que o volume corrente é fixo, o fluxo inspiratório é
controlado e constante (onda quadrada), sendo a pressão de pico das vias aéreas
variável.
103
VENTILAÇÃO CICLADA POR TEMPO
104
Com o respirador ciclado por tempo, a inspiração mecânica termina
quando se esgota o tempo inspiratório pré-selecionado. A área sob a curva
representa o VT, que é o produto do tempo inspiratório pelo fluxo ocorrido na
unidade de tempo. A área tracejada representa o VT de 500 ml.
105
resultado do aumento da pressão retrógrada e, consequentemente, o VT será
menor. Pode-se restaurar o valor inicial do VT aumentando o tempo inspiratório e/ou
a velocidade do fluxo inspiratório.
106
Curvas de pressão, fluxo e volume corrente em relação ao tempo na
modalidade PCV.
CARACTERÍSTICAS DA PCV:
Ciclagem: a tempo
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A relação I:E dependerá do tempo e f programada
Pode ser utilizada associada à SIMV com VCV ou PCV, ou como método
isolado de ventilação, requerendo a presença de mecanismos de proteção em relação
à possibilidade de apnéia (respiração de backup).
108
pressão que permita a redução da frequência respiratória espontânea próxima a
valores normais.
109
Curvas de pressão, fluxo e volume em relação ao tempo na modalidade
PSV. Ciclos ventilatórios espontâneos com pressão de suporte pré-definida,
com volume corrente e fluxo variável.
110
Nesse caso, se o pico fosse 100 lpm, quando se atingisse 25 lpm a inspiração
se findaria. No entanto, caso o Pico fosse de 50 lpm, a inspiração se findaria
teoricamente no mesmo tempo, mas a 12,5 lpm. Isso permitiu com que houvesse
maior conforto do paciente e que o tempo inspiratório lhe fosse mais conveniente e
confortável.
111
Em outras palavras, a Esens% permite que se possa ajudar a regular o tempo
inspiratório na PSV.
112
Assim sendo, na Pressão de Suporte pode-se resumir:
Ciclagem: a fluxo
113
de 6 a 8 cmH²O é indispensável, e tem intuito principal de minimizar a resistência da
cânula traqueal.
114
e PSV, facilmente você entenderá a união de ambos. Simplesmente visando diminuir
o Trabalho Respiratório (Work of Breath, ou WOB) durante os ciclos espontâneos,
onde no SIMV “puro” o paciente respirava sozinho contra a resistência do circuito do
ventilador, ao se associar a PSV, ela vai entrar somente nos ciclos espontâneos, ou
seja, vai ajudar o paciente nesse momento.
Claro que isso não deixa de ser uma forma de assistência do ventilador, mas
convencionou-se assim mesmo denominar esse tipo de ciclo, mesmo ajudado pela
Pressão de Suporte, como espontâneo.
Com o passar dos anos, vários modos e várias formas de ciclagem foram
desenvolvidos, porém ainda se necessitam mais estudos sobre o benefício clínico real
de sua aplicabilidade.
115
116
117
PRESSÃO POSITIVA CONTINUA NAS VIAS AÉREAS (CPAP)
118
O valor da CPAP é definido, sendo volume corrente, frequência respiratória e
taxa de fluxo variável.
119
120
VANTAGENS E DESVANTAGENS DAS MODALIDADES
VENTILATÓRIAS
121
Inapropriada ventilação decorrente de mau funcionamento do equipamento
(falha elétrica ou mecânica), erros do operador, obstrução do circuito devem ser
considerados.
122
EFEITOS PULMONARES DA VENTILAÇÃO MECÂNICA
Barotrauma
123
A ventilação independente com tubo de duplo lúmen e a reparação cirúrgica
pode ser necessária.
124
Em pacientes com asma severa o monitoramento contínuo da
hiperinsuflação dinâmica e a redução do volume corrente permitindo
hipoventilação (hipercapnia permissiva), reduzem a letalidade.
125
Complicações infecciosas
126
A complacência pulmonar é igual ao VT dividido pela pressão
transpulmonar, enquanto que a complacência da parede torácica é igual ao VT
dividido pela variação na pressão pleural. Desde que as complacências do pulmão
e da parede torácica são normalmente quase iguais, a pressão transpulmonar é
igual à variação da pressão pleural; como a pressão transpulmonar também é
igual à diferença entre as alterações das pressões da via aérea e pleural, é óbvio
que, em pulmões normais, aproximadamente metade da variação da pressão da via
aérea é transmitida ao espaço pleural, ao coração e aos grandes vasos dentro do
tórax.
Contudo, seus efeitos na circulação são mais complexos porque podem afetar,
em vários graus, todos os fatores que determinam o débito cardíaco, isto é, a pré-
carga, a pós-carga, a contratilidade e a frequência cardíaca.
127
O aumento da pressão intratorácica durante a respiração mecânica tem dois
efeitos importantes na pré-carga:
128
O aumento da pressão intratorácica afeta também as pós-cargas dos
ventrículos direito e esquerdo. Normalmente, a pós-carga do ventrículo direito, isto
é, a resistência vascular pulmonar, é mínima com o volume pulmonar de repouso
(CRF).
129
Portanto, suas pressões se elevam transitoriamente em relação à aorta
extratorácica e a tensão que o ventrículo esquerdo tem de desenvolver para ejetar
o sangue diminui, isto é, a pós-carga diminui.
130
COMPLICAÇÕES RELACIONADAS À FUNÇÃO
NEUROLÓGICA, RENAL, HEPÁTICA E
GASTROINTESTINAL
Função neurológica
131
a intubação e ventilação intempestiva podem resultar em alcalose mista com graves
repercussões.
Função renal
132
Os mecanismos sugeridos podem ser divididos em duas grandes categorias:
Diretos
Indiretos
133
Estimulação simpática
Alterações hormonais
134
O terceiro fator proposto como causa direta do declínio na função renal
associado com a PPV diz respeito à queda na pressão de perfusão renal em
consequência do aumento na pressão venosa renal. Esse aumento na pressão
venosa renal é secundário a um aumento na pressão intratorácica, que eleva a
pressão da veia cava inferior. Não é provável que o aumento na pressão venosa
seja suficiente para explicar qualquer declínio significativo na função renal observado
com a PPV; contudo, pode ter efeitos aditivos quando ocorre uma diminuição na
pressão arterial sistêmica.
Inervação Autônoma
Hormônio Antidiurético
135
Na ausência do hormônio antidiurético, os dutos coletores são
impermeáveis à água, e uma urina diluída é produzida. Um aumento da
concentração do hormônio antidiurético alteraria a função renal de maneira
consistente com os achados clínicos de retenção hídrica e hiponatremia
observados em pacientes descritos por vários investigadores. No presente, a
contribuição do ADH para o declínio da função renal é obscura.
Renina-Angiotensina-Aldosterona
136
secreção de renina e aldosterona. As condições que produzem distensão atrial,
como insuficiência cardíaca congestiva e sobrecarga de volume, aumentam os
níveis plasmáticos do fator natriurético atrial e promovem a diurese.
137
Função Hepática e Gastrointestinal
Compressão diafragmática
138
Função Hepática
O fígado do adulto normal tem duplo fluxo sanguíneo e suprimento de
oxigênio.
139
Espera-se que uma elevação na pressão venosa hepática aumente a
resistência vascular hepática, o que diminuiria a pressão de perfusão da artéria
hepática. A PPV pode aumentar a pressão venosa hepática por aumentar a
pressão da cava inferior, como resultado da elevação da pressão intratorácica. A
chamada “pressão venosa retrógrada”’ foi demonstrada em animais de laboratório.
Função Gastrointestinal
140
Em conclusão, a ventilação mecânica com pressão na via aérea está
associada com alterações no funcionamento do rim, do fígado e do trato digestivo.
Muitos efeitos adversos parecem ser resultantes diretamente da pressão
intratorácica e da redução no débito cardíaco, mas muitas outras explicações
plausíveis demonstraram uma natureza multifatorial para o problema.
PEEP
141
A CPAP pode ser administrada com ou sem aumento mecânico da ventilação
(p. ex., ventilação mandatória intermitente ou ventilação com liberação da pressão da
via aérea).
Quando os alvéolos são perfundidos, mas não ventilados (VA/Q = 0), ocorre
shunt do sangue venoso (Qsp/Qt). A suplementação de oxigênio melhora a V/Q
142
(isto é, desproporção VA/Q que responde ao oxigênio), mas não melhora a
hipoxemia devida ao Qsp/Qt.
143
colapso do alvéolo durante a exalação pode ser prevenido se a PEEP é aplicada
a um nível igual ou superior à pressão de fechamento.
PEEP “Fisiológica’’
144
Assim, PEEP fisiológica é um termo usado para descrever a aplicação de
nível baixo de PEEP (isto é 3-5 cmH²O) para os pacientes intubados e que
apresentam função pulmonar quase normal.
Titulando a PEEP
Uma vez obtida uma PEEP ótima nos pacientes tratados com IMV, o suporte
mecânico pode muitas vezes ser reduzido, enquanto o pH arterial permanecer
acima de 7,35. Simultaneamente, a FIO² é reduzida a um nível que mantenha a PaO²
em nível adequado.
145
paciente evolui com expansão do volume intravascular no esforço para restaurar
a hemodinâmica.
A ruptura alveolar causada pela terapia com pressão positiva pode levar a
enfisema intersticial pulmonar, enfisema subcutâneo, pneumotórax,
pneumomediastino e/ou pneumoperitônio.
146
hilo. O ar pode continuar a ser distribuído nos planos das fáscias dos tecidos moles
(p. ex., enfisema subcutâneo e/ou pneumoperitônio) ou na ruptura da pleura
visceral (p. ex., pneumomediastino e pneumotórax). A incidência de barotrauma
na ventilação mecânica com PEEP alcança 10-20% na maioria das investigações. O
barotrauma ocorre menos frequentemente em pacientes críticos que são ventilados
com ventilação mandatória intermitente sincronizada do que naqueles ventilados
com ventilação mecânica contínua (controlada ou iniciada pelo paciente) com
níveis comparáveis de PEEP, mais provavelmente devido a altos picos de pressão
inspiratória e à gravidade da doença parenquimatosa do que ao nível da PEEP.
147
Os indicadores clínicos de hiperinsuflação incluem: gradiente de CO²
aumentado entre o sangue arterial e o final do volume corrente, aumento da
PaCO², aumento da pressão de insuflação durante a ventilação mecânica,
aumento da resistência vascular pulmonar e evidência radiológica da
hiperinsuflação.
148
Resposta Hemodinâmica da PEEP
149
Assim, o débito cardíaco e a pressão arterial sistêmica flutuam com o
padrão respiratório, refletindo alterações fásicas no fluxo sangüíneo para dentro e
para fora do tórax.
150
pressão intrapleural produzida pela alteração ocorrida na CRF resultante da PEEP.
Os fatores que produzem a complacência pulmonar sem alterar a complacência
torácica (p. ex., síndrome de angústia respiratória do adulto) não atenuam a
transmissão fracional da PEEP à pleura.
151
perfusão pulmonar e a distribuição do fluxo sanguíneo são a pressão da via
aérea, o volume pulmonar e a vasoconstrição hipóxico-pulmonar.
Portanto, a CRF deve ser normalizada sempre que possível. A PEEP titulada
para restaurar a CRF deve melhorar a secção transversal do leito vascular
pulmonar.
152
Resposta Intracraniana da PEEP
A PEEP reduz o gradiente de pressão vascular transtorácica e impede o
retorno venoso do crânio. A congestão venosa pode aumentar a pressão
intracraniana e reduzir a pressão de perfusão cerebral. A ventilação espontânea
e/ou a elevação da cabeça a 10-15º pode aumentar o gradiente de pressão vascular
transtorácico e a pressão intracraniana e melhorar a perfusão cerebral. Contudo,
os dados referentes aos efeitos da PEEP na pressão intracraniana são
contraditórios.
153
PRESSÃO DE SUPORTE OU SUPORTIVA
Ventilação com pressão suportiva (PSV) é uma forma de ventilação
mecânica que assiste ao esforço inspiratório do paciente intubado, com certa
pressão positiva determinada pelo clínico. Essa pressão pode alcançar até 100
cmH²O em alguns ventiladores, mantendo-se constante através de mecanismo de
servo controle, e termina quando o esforço inspiratório alcança um fluxo
mínimo.
154
de que na PSV a pressão da via aérea é mantida constante durante todo o
esforço inspiratório.
155
Efeitos Fisiológicos da Ventilação com Pressão Suportiva
O suporte pressórico da respiração espontânea pode ter vários efeitos no
sistema respiratório, diferentes da respiração espontânea sem suporte ou da
respiração com ventilação ciclada por volume controlada pelo clínico. Dois efeitos que
podem ter relevância clínica envolvem as interações da PSV com a função dos
músculos da ventilação e com o padrão dos reflexos ventilatórios.
156
reduzir a eficiência muscular (isto é, trabalho ou ventilação em relação à
demanda muscular de O2), desenvolve força em vez de condicionamento de
resistência e piora a dispnéia para uma dada carga de trabalho.
Esta relação de trabalho P/V mais normal do que a que ocorre na respiração
com pressão suportiva pode contribuir para o conforto do paciente.
157
Representações esquemáticas das quantidades e características da
contribuição do respirador e do paciente para o trabalho respiratório.
158
AJUSTES INICIAIS DO RESPIRADOR
Modos de Ventilação
159
eficiente do que a fosforilação oxidativa, e forma ácido lático, com subseqüente
acidose metabólica.
Contudo, o limite inferior de segurança da PaO2 pode ser mais baixo para
certos indivíduos caso eles possam gerar um débito cardíaco maior (compensação)
ou se os seus tecidos extraírem O2 eficientemente do sangue.
160
Existem riscos associados à administração de altos níveis de FIO2.
Primeiro – toxinas celulares potentes e muitos radicais de oxigênio livre são
criados por altas pressões parciais de oxigênio.
161
Entretanto, porque ambos, tempo e concentração, são cofatores
importantes, é prudente manter a FIO2 a 60% ou mais baixa em pacientes que
requerem uma elevada FIO2 por longos períodos.
162
Os pacientes que são hipoxêmicos secundariamente à hipoventilação ou a
alterações na VA/Q usualmente respondem significativamente a incrementos
relativamente pequenos de FIO2 acima de 21%. Exemplos de condições clínicas
onde o mecanismo predominante é a hipóxia são: os efeitos sedativos de overdose,
bronquite crônica, asma e enfisema.
(a) pressão propulsiva do gás ao nível alveolar contra resistência da via aérea
(pressão da via aérea menos pressão alveolar: PAW - PALV);
163
(b) pressão de distensão do pulmão contra forças elásticas (pressão alveolar
menos pressão pleural: PALV - PPL):
164
paciente. O VT desejado é escolhido não apenas para satisfazer a necessidade da
ventilação minuto, mas também para interromper a atelectasia progressiva que
pode ocorrer em pacientes na posição supina quando eles são ventilados
monotonamente com um VT fisiológico de 5 ml/kg. Entretanto, em muitos
pacientes, o VT é fixado em 08-10 ml/kg. Os VT baixos podem estar indicados em
pacientes com obstrução severa da via aérea, onde há um considerável
aprisionamento de ar, em pacientes com somente um pulmão, ou em pacientes nos
quais a pressão necessária para fornecer um volume corrente de 08-10 ml/kg é
suficientemente alta (> 50 cmH²O) para lesar o pulmão.
165
TI = VT/Taxa de Fluxo
TE = Ttot - TI = 5 segundos
Há várias considerações
orientando a seleção da frequência do
166
fluxo. Primeiro, fluxos mais rápidos requerem maiores pressões centrais da via
aérea para entregarem o mesmo VT.
Vários parâmetros podem ser usados quando se escolhe uma taxa de fluxo.
Os pacientes com necessidades ventilatórias altas normalmente requerem uma taxa
de fluxo de pelo menos quatro vezes a ventilação minuto, p. ex., o
estabelecimento de um fluxo de 80 l/minuto é apropriado para o paciente com uma
ventilação minuto de 20 l/minuto. Em pacientes que iniciaram respiração
espontânea, a taxa de fluxo deve ser ajustada à beira do leito para compensar o
esforço inspiratório.
Taxas de fluxo relativamente mais altas devem ser usadas para pacientes
com obstrução ao fluxo de ar.
167
A taxa de fluxo não pode ser ajustada independentemente dessas variáveis.
Logo, o tempo inspiratório é ajustado pelo mecanismo de tempo que cicla o
ventilador entre a inspiração e a expiração.
168
Pausa Inspiratória
169
Curva da pressão da via aérea durante ventilação ciclada por volume com
fluxo inspiratório constante e pausa inspiratória ajustada para parar o fluxo no
final da inspiração.
170
As pressões de pico devem, preferencialmente, ser mantidas abaixo de 40
cmH²O. Situações como asma e DPOC podem aumentar a pressão de pico por
aumento da resistência na via aérea;
Nos pacientes com SARA que necessitam de PEEP(s) mais elevadas para
manter recrutamento alveolar, a maneira de escolher a melhor PEEP ainda não esta
definitivamente estabelecida.
Sensibilidade
171
sensibilidade inicialmente definida costuma ser de 2 cmH²O (pressão) ou de 1 a
5 L/min (fluxo).
172
Quando o paciente está sendo avaliado para interrupção do suporte mecânico,
ou quando o suporte mecânico está sendo gradualmente retirado, a ventilação com
pressão suportiva, SIMV, CPAP ou associações desses modos são empregadas.
Pressão de suporte
Duas abordagens básicas para a PSV: (a) baixo nível de PSV para vencer
a resistência do tubo endotraqueal e traquéias do circuito do ventilador; e (b)
alto nível de PSV como modo exclusivo de suporte ventilatório.
173
(a) baixo nível de PSV – 5 a 10 cmH²O: a pressão exata necessária pode
ser calculada conhecendo-se o diâmetro do tubo endotraqueal e as
características do fluxo inspiratório. O motivo dessa conduta é que a resistência
ao fluxo de ar associada ao tubo endotraqueal exige sobrecarga indesejável de
trabalho P/V que pode comprometer o conforto e a função da musculatura
ventilatória durante os ciclos de respiração espontânea da ventilação mandatória
intermitente.
Esse uso da PSV pode estar indicado em qualquer paciente intubado com
respiração espontânea, no qual taquicardia, dispnéia ou assincronia respirador-
paciente possam, ao menos em parte, ser devidas às características do trabalho
muscular ventilatório espontâneo imposto pelo tubo endotraqueal. Os riscos dessa
abordagem parecem mínimos, embora a elevação da pressão intratorácica média
possa comprometer a função cardiovascular em indivíduos suscetíveis.
Esse nível de PSV tem sido denominado PSVmáx. Essa pressão parece
reduzir o trabalho do paciente à quase zero.
174
O motivo dessa abordagem é dar ao paciente que requer suporte
ventilatório uma alternativa para a ventilação ciclada por volume intermitente,
que possa ser mais confortável e que possa suprir uma carga de trabalho mais
fisiológica para os músculos ventilatórios. É importante notar, contudo, que,
tendo em vista que os pacientes exercem controle considerável sobre a
ventilação com essa forma de PSV, só aqueles que têm um impulso ventilatório
confiável e necessidades ventilatórias estáveis devem ser selecionados para esse
tipo de PSV.
175
Alarmes
Enquanto protege a via aérea das altas pressões, esse sistema de alarme
diminui o VT fornecido. Geralmente, o limite superior de pressão é alcançado
durante esforços de tosse ou durante esforços assincrônicos em pacientes
agitados. Alarmes repetidos de pressão superior devem levar à reavaliação
cuidadosa do paciente, procurando-se acotovelamento do tubo endotraqueal,
rolha de muco, broncoespasmo, intubação do brônquio direito principal ou um
pneumotórax hipertensivo.
176
REFERÊNCIAS
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CV Mosby, 1985:90.
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