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Sumário
História ........................................................................................................................ 4
Feridas ........................................................................................................................ 9
Curativos................................................................................................................... 15
Desbridamento ......................................................................................................... 36
Técnicas De Desbridamento.................................................................................... 38
Referências ............................................................................................................... 83
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HISTÓRIA
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FERIDAS
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Tecido de Granulação
É um dos tecidos mais importantes do processo de cicatrização, tem coloração
rósea ou avermelhada, aparência brilhante e úmida, é rico em colágeno, o que resulta
da proliferação das células endoteliais. É formado basicamente por fibroblastos e
vasos sanguíneos novos, que surgem como resultado do processo de angiogênese.
Esses vasos conferem o aspecto granuloso avermelhado ao tecido de
granulação, ele se localiza na superfície da lesão, é indolor, porem sangra ao mínimo
toque. Por isso durante a realização da limpeza da feria e do curativo, esse tecido não
pode ser friccionado, removido ou tocado, mais deve ser protegido e mantido em meio
úmido para proliferar, preenchendo a cavidade até, finalmente, torna-se uma cicatriz
de tecido fibroso.
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Tecido de Epitalização
Aparece na ferida como um novo tecido róseo ou brilhante (pele), que se
desenvolve a partir das bordas, ou como “ilhas” na superfície da lesão. Quando o
tecido conjuntivo acaba de preencher o ferimento, resta apenas uma pequena porção
da superfície ainda descoberta.
É o processo de reepitalização que tecerá o acabamento ou arremate final.
Após esse processo e rapidamente as células epiteliais crescem, garantindo a
continuidade do revestimento.
A princípio, a camada epitelial de revestimento é extremamente fina e deixa
transparecer o tecido conjuntivo, que é avermelhado e mais denso. Com o passar do
tempo, o epitélio torna-se mais espesso, sedimentando o processo.
Tecidos Necróticos
A necrose é o resultado da morte celular e tecidual, com consequente perda da
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❖ Maceração ou Tecido
Macerado – tecido esbranquiçado que surge nos bordos da lesão, das pregas
cutâneas e das fístulas quando há excesso de umidade da ferida por aumento
de exsudação. A permanência de curativos por longo tempo, sem substituição,
contribui para a umidade excessiva. Portanto, ao ser observado que a
cobertura está extremamente saturada, deve-se aumentar a frequência da
limpeza e a troca do curativo para evitar que a pele fique macerada. Cuidados
de higiene especiais devem ser observados nos pacientes acamados ou
imobilizados, principalmente naqueles que apresentam incontinência urinária
e/ou fecal.
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CURATIVOS
Tipos de Curativos
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Abertos - as feridas são limpas e recebem medicação, porém sem cobrir o local
da lesão, mantêm a ferida exposta.
Oclusivo - não permite trocas entre a ferida e o ambiente, ou seja, impede a
entrada de ar e absorve completamente os fluidos, evitando a formação de crostas;
Semioclusivo - permite que a ferida “respire” e capta o exsudato, mantendo os
líquidos eliminados fora do contato com a ferida;
Oclusivos secos - são os fechados com gaze ou compressa, com a intenção
de proteger a ferida.
Oclusivos úmidos - a ferida é fechada com gaze ou compressa umedecida
com soro fisiológico, cremes, pomadas ou soluções prescritas.
Oclusivos compressivos - depois de feitos os cuidados no leito da lesão, é
mantida a compressão por meio de bandagens ou cintas elásticas sobre a ferida.
Usados em casos de hemorragia, evisceração e outras.
Tipos de Cicatrização
Existem três formas pelas quais uma ferida pode cicatrizar, que dependem da
quantidade de tecido lesado ou danificado e da presença ou não de infecção: primeira
intenção, segunda intenção e terceira intenção (fechamento primário retardado).
➢ Primeira intenção: é o tipo de cicatrização que ocorre quando as bordas são
apostas ou aproximadas, havendo perda mínima de tecido, ausência de
infecção e mínimo edema. A formação de tecido de granulação não é visível.
Exemplo: ferimento suturado cirurgicamente (Figura 2).
➢ Segunda intenção: neste tipo de cicatrização ocorre perda excessiva de tecido
com a presença ou não de infecção. A aproximação primária das bordas não é
possível. As feridas são deixadas abertas e se fecharão por meio de contração
e epitelização.
➢ Terceira intenção: designa a aproximação das margens da ferida (pele e
subcutâneo) após o tratamento aberto inicial. Isto ocorre principalmente quando
há presença de infecção na ferida, que deve ser tratada primeiramente, para
então ser suturada posteriormente.
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PRIMEIRA INTENÇÃO
SEGUNDA INTENÇÃO
PRIMEIRA INTENÇÃO
Fatores locais
Os fatores locais são relacionados às condições da ferida e como ela é tratada
cirurgicamente (técnica cirúrgica).
➢ Vascularização das bordas da ferida: A boa irrigação das bordas da ferida é
essencial para a cicatrização, pois permite aporte adequado de nutrientes e
oxigênio. Entretanto, a boa vascularização depende das condições gerais e
comorbidades do paciente, bem como do tratamento dado a esta ferida.
➢ Grau de contaminação da ferida: uma incisão cirúrgica realizada com boa
técnica e em condições de assepsia tem melhor condição de cicatrização do
que um ferimento traumático ocorrido fora do ambiente hospitalar. O cuidado
mais elementar e eficiente é a limpeza mecânica, remoção de corpos
estranhos, detritos e tecidos desvitalizados.
➢ Tratamento das feridas: assepsia e antissepsia, técnica cirúrgica correta
(diérese, hemostasia e síntese), escolha de fio cirúrgico (que cause mínima
reação tecidual), cuidados pós-operatórios adequados (curativos e retirada dos
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Fatores gerais
Os fatores gerais estão relacionados às condições clínicas do paciente, e estas
podem alterar a capacidade do paciente de cicatrizar com eficiência.
➢ Infecção: é provavelmente a causa mais comum de atraso na cicatrização. Se
a contagem bacteriana na ferida exceder 105 microrganismos/g de tecido ou
se qualquer estreptococo B-hemolítico estiver presente, a ferida não cicatriza
por qualquer meio, como suturas primárias, enxertos ou retalhos.
➢ Idade: quanto mais idoso o paciente menos flexível são os tecidos. Há uma
diminuição progressiva de colágeno.
➢ Hiperatividade do paciente: a hiperatividade dificulta a aproximação das bordas
da ferida. O repouso favorece a cicatrização.
➢ Oxigenação e perfusão dos tecidos: doenças que alteram o fluxo sanguíneo
normal podem afetar a distribuição dos nutrientes das células, assim como a
dos componentes do sistema imune do corpo. Essas condições afetam a
capacidade do organismo de transportar células de defesa e antibióticos, o que
dificulta o processo de cicatrização. O fumo reduz a hemoglobina funcional e
leva à disfunção pulmonar, o que reduz o aporte de oxigênio para as células e
dificulta a cura da ferida.
➢ Nutrição: uma deficiência nutricional pode dificultar a cicatrização, pois deprime
o sistema imune e diminui a qualidade e a síntese de tecido de reparação. As
carências de proteínas e de vitamina C são as mais importantes, pois afetam
diretamente a síntese de colágeno. A vitamina A contrabalança os efeitos dos
corticóides que inibem a contração da ferida e a proliferação de fibroblastos. A
vitamina B aumenta o número de fibroblastos. A vitamina D facilita a absorção
de cálcio e a E é um co-fator na síntese do colágeno, melhora a resistência da
cicatriz e destrói radicais livres. O zinco é um co-fator de mais de 200
metaloenzimas envolvidas no crescimento celular e na síntese protéica, sendo,
portanto, indispensável para a reparação dos tecidos.
➢ Diabetes: a diabetes melito prejudica a cicatrização de ferida em todos os
estágios do processo. O paciente diabético com neuropatia associada e
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Quando surge uma ferida, qualquer que seja a sua etiologia, a integridade da
pele é alterada, existindo uma solução de continuidade. Imediatamente após a ruptura
da pele, o processo de cicatrização é iniciado, dividindo-se em três fases:
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Finalidades do curativo
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Objetivos do curativo
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➢ Estancar a hemorragia.
Técnicas básicas
É importante ressaltar que o tipo de cobertura deve ser adequado à lesão e que
a sua eleição deve ser feita após a avaliação criteriosa desta e do estado geral do
paciente.
Um curativo pode ser realizado sob duas diferentes técnicas básicas, estéril e
limpa.
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Objetivos da Limpeza
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MÉTODOS DE LIMPEZA
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Antissepsia
Medida que visa diminuir o crescimento através da sua supressão ou inativação,
mediante aplicação de um agente antisséptico nas camadas superficiais ou profundas
de tecidos e mucosas.
Assepsia
Conjunto de técnicas utilizadas para evitar instalação de microrganismos em locais
onde eles ainda não existiam. São precauções da contaminação de superfícies,
utensílios e tecidos, que supostamente, estão isentos de microrganismo.
Degermação
Visa reduzir a microbiota da pele, por meio do uso de agentes degermantes.
Descontaminação
Remoção de um contaminante químico, físico ou biológico, que esteja alojado em uma
área ou superfície.
Desinfecção
Eliminação ou destruição de microrganismos na forma vegetativa (exceto os esporos),
presentes nos artigos e objetos inanimados, independentemente de serem
patogênicos ou não.
A desinfecção pode ser de baixo, médio ou alto nível e pode ser feita mediante o uso
de agentes físicos ou químicos, como por exemplo, as preparações alcoólicas.
Esterilização
Visa destruir todo e qualquer microrganismo, inclusive a forma esporulada, mediante
a aplicação de agentes físicos, como a autoclave, ou químicos como o glutaraldeído.
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Iodóforos
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Clorexidina Alcoólica
Bactericida do grupo das
biguanidas, ela age mais eficazmente
sobre microrganismos Gram-positivos,
porém a neutralização da sua ação pode
ser observada na presença de soro,
sangue, sabão e detergentes.
A clorexidina alcoolica age contra
vírus da síndrome da imunodeficiência
adquirida (Aids) o citomegalovírus e a
influenza, sendo que sua atuação se inicia
com quinze segundos de exposição, com
efeito residual por cinco a seis horas. Ela atua como antisséptico da pele e das
mucosas, por meio de solução aquosa a 4%, sendo utilizada em casos de alergias ao
PVP-I, em surtos e epidemias de Staphylococcus aureus, para antissepsia das mãos
e para banho de recém-nascidos.
A solução em álcool a 70% de 0,5% de clorexidina é utilizada em centro
cirúrgico para antissepsia complementar e também demarcação de campo cirúrgico,
e para antissepsia de mãos e antebraços no pré-operatório, sob forma de solução
aquosa a 4% acrescida de detergente líquido.
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Hipoclorito de Na a 1%
Desinfetante hospitalar para superfícies fixas que
possui ação bactericida, atua como elemento
ooxidativo em cadeias proteicas de
microrganismos.
Glutaraldeído
Esterilizante com ações bactericida,
fungicida, virucida e esporicida. Altera o ácido
desoxirribonucleico (DNA, deoxyribonucleic
acid) o ácido ribonucleico (RNS, ribonucleic
acid) e a síntese de proteínas dos
microrganismos. Sua atividade esporicida se
dá através da reação com sua superfície do
esporo, provocando o endurecimento das
suas camadas externas.
É indicado para a esterilização de artigos sensíveis ao calor, que não podem
ser submetidos à esterilização em autoclave.
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granulação.
FILMES
TRANSPARENTES
FITAS ADESIVAS
HIPOALERGÊNICAS E
POROSAS
GAZE VASELINADA
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CURATIVO DE ESPUMA
DESBRIDAMENTO
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Técnicas de Desbridamento
Desbridamento Autolítico
É o desbridamento promovido pelo próprio organismo de forma natural, através
de um processo biológico de reparação e cicatrização denominado autólise, que atua
desintegrando as células degeneradas, por meio das ações leucocitária e enzimática.
Para acelerar a autólise é fundamental que o leito da ferida seja mantido úmido,
o que pode ser obtido com a irrigação com SF a 0,9% e de coberturas primárias que
promovem um meio úmido adequado, estimulam a migração leucocitária e a ação das
proteases e colagenases sobre a necrose. É considerado o método mais lento,
embora deva ser estimulado em todos os tipos de feridas.
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Desbridamento Cirúrgico
Consiste na remoção completa do tecido necrótico e desvitalizado por meio de
procedimento cirúrgico. Recomenda-se que sejam desbridadas cirurgicamente as
feridas que apresentam necrose de coagulação ou liquefação.
O desbridamento cirúrgico por ser não seletivo comumente é indicado para
grandes lesões com ressecções amplas. Como ele implica a remoção do tecido
necrótico e parte do tecido saudável, pode provocar hemorragia. Geralmente se
realiza em uma única sessão por um cirurgião, no centro cirúrgico, com anestesia ou
sedação. É a técnica mais rápida e efetiva e, por isso, a mais utilizada quando o
paciente necessita de intervenção urgente.
O custo dessa técnica é alto e exige conhecimentos, aptidões, destreza e
consentimento do paciente. Atualmente existem dispositivos específicos para o
desbridamento no bloco cirúrgico, como a hidrocirurgia com jato de água á vácuo.
Alguns hospitais incluem em seus protocolos a técnica de square, que
aparentemente diminui o risco de comprometimento de tecidos sãos durante o
desbridamento cirúrgico. A referida técnica consiste em esquadrinhar o tecido
necrótico com uma lâmina de bisturi, traçando pequenos quadrados de 2mm a 0,5 cm.
Esses pequenos fragmentos serão, posteriormente, removidos cuidadosamente e
individualmente.
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Desbridamento Instrumental
No desbridamento instrumental, o tecido desvitalizado vai sendo
gradativamente removido de forma seletiva, em diferentes sessões, até o nível de
tecido viável. É rotineiramente feito pelo enfermeiro a beira do leito ou na sala de
curativos, com material esterilizado, técnica asséptica e medidas de biossegurança.
O equipamento essencial inclui material cortante, como bisturi, tesouras, pinças e
coberturas hemostáticas.
É uma técnica rápida e seletiva, que permite a combinação com outros
métodos, como o enzimático e o autolítico. É indicada para a retirada de tecido
necrótico, desvitalizado ou de zonas de hiperqueratose, secas ou com exsudação
abundante, com suspeita de alta carga bacteriana ou sinais clínicos de infecção.
Recomenda-se uma formação específica que proporcione competências
(conhecimentos, habilidade e atitudes) para os profissionais que realizam essa
técnica, visto que o desbridamento instrumental é um procedimento invasivo.
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Desbridamento Enzimático
Trata-se de um método seletivo, que atua em tempo menor ao método autolítico
e maior que ao instrumental, sendo possível a sua combinação com outros métodos.
Consiste na aplicação tópica de substancias enzimáticas e proteolíticas, que atuam
como desbridantes enzimáticos, diretamente sobre o tecido necrótico, facilitando sua
remoção. A escolha da enzima depende do tipo de tecido que se quer desbridar, e
deve ser aplicada somente nas áreas de necrose.
As enzimas exógenas (colagenases, fibrolisinas) funcionam sinergicamente
com as enzimas endógenas, degradando a fibrina, o colágeno e a elastina. É
recomendável proteger a pele perilesional, devido ao risco de maceração. Atualmente,
a colagenase bacteriana procedente do Clostridium histolyticums é a mais utilizada
como desbridante enzimático em países da Europa.
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Desbridamento Mecânico
O desbridamento mecânico é traumático e não seletivo. Consiste na aplicação
de força mecânica, como fricção com gaze, esponjas e jatos de água, diretamente
sobre o tecido necrótico, a fim de facilitar sua remoção. Tais forças atuam sobre os
tecidos da ferida por meio da abrasão mecânica. Esse processo pode prejudicar o
tecido de granulação ou de epitelização, além de causar dor. É uma técnica em
desuso, devido à existência de alternativas menos traumáticas que trazem menos
riscos ao leito da ferida.
Técnica Larval
Terapia aplicada há alguns anos em países europeus como uma alternativa
não cirúrgica, na qual são utilizadas larvas estéreis da mosca Lucilia sericata (mosca
verde) criada em laboratório. Essas larvas produzem enzimas potentes que
liquefazem o tecido desvitalizado para ingeri-lo e depois eliminá-lo, respeitando o
tecido não danificado.
Alguns autores sustentam que essas enzimas têm a capacidade de combater
infecções clínicas. A escara necrótica é difícil de ser penetrada pelas larvas e precisa
ser amolecida previamente.
É uma técnica utilizada para o desbridamento de lesões de diferentes
etiologias, como úlceras por pressão, úlceras vasculares e lesões produzidas por
fungos e outras de difícil acesso para procedimentos cirúrgicos ou instrumentais, com
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grande quantidade de tecido necrótico e exsudato profuso. Não existe relto de efeitos
secundários nem alérgicos. A referida terapia apresenta como vantagem a redução
significativa da carga bacteriana das lesões, incluindo o MRSA.
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Deve ser usado para avaliar feridas abertas, de acordo com as características
da lesão quanto à sua cicatrização e possíveis fatores que estejam interferindo no
processo cicatricial.
Os princípios do Sistema RYB são:
➢ Proteger a VERMELHA, limpar a AMARELA e desbridar a PRETA;
➢ Tratar inicialmente a PRETA, depois a AMARELA e, por fim a VERMELHA;
➢ Quando a lesão apresentar mais de uma cor, deverá ser avaliada pela
predominante.
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Embora o processo de reparação tecidual seja sistêmico, para que seja efetivo
é necessário favorecer as condições locais da lesão com tratamento tópico adequado.
Nesse sentindo, nas últimas décadas, houve uma verdadeira revolução tecnológica
baseada em pesquisas cientificas, que avaliam biomateriais e produtos diversos para
o tratamento de feridas. Industrias investem na elaboração de coberturas, que têm por
objetivo acelerar o processo de cicatrização e minimizar o desconforto dos pacientes,
facilitando a assistência e diminuindo os custos hospitalares e o tempo de internação.
Para serem efetivas, as coberturas precisam ser compatíveis com a fisiologia
de reparação tecidual, além de atender às finalidades do curativo, que são as
seguintes;
✓ Promover o isolamento térmico;
✓ Proteger a ferida de traumas mecânicos e invasão bacteriana;
✓ Remover tecidos necróticos;
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Escolha de Coberturas
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TIPOS DE COBERTURAS
neutralizam o odor. Elas também podem variar quanto ao tamanho, mas todas
deverão ter a prioridade de proteger não somente a lesão, mas também a pele
perilesional e os bordos da ferida.
Entende-se como:
➢ Cobertura Primária – aquela que se aplica diretamente sobre a lesão,
preenchendo-a ou cobrindo-a;
➢ Cobertura Secundária – a que é colocada sobre a cobertura primária com o
objetivo de proteção ou fixação.
Algumas coberturas destinam-se a atuar como curativo secundário, outras
requerem a utilização de outro tipo de cobertura secundária, ainda existem aquelas
que foram aperfeiçoadas para realizar as duas funções.
Os produtos utilizados nas coberturas normalmente são classificados como
agentes tópicos e curativos. Os agentes tópicos são utilizados como cobertura
primária, isto é, são aplicados diretamente sobre o leito da ferida ou destinados à
limpeza e à proteção da área perilesional.
Curativo, também denominado cobertura, é o material que cobre a ferida e,
algumas vezes, o agente tópico, com o objetivo de favorecer o processo de
cicatrização e protege-la contra agressões externas, mantendo-a úmida, promovendo
a cicatrização e preservando sua integridade.
O tamanho das coberturas deve estar de acordo com as dimensões da lesão,
que podem ser:
Pequena – quando se trata de feridas com até 16 cm2, como pequenas
incisões, fístulas anais, flebotomias, traqueostomias e curativos em cateteres
venosos, dialisadores e intermitentes.
Média – quando variam entre 16,5 e 36 cm2, como incisões cirúrgicas,
drenagens, úlceras por pressão, úlceras venosas e arteriais, abcessos e outros.
Grande – quando variam entre 36,5 e 80 cm2, como queimaduras de áreas
extensas, incisões de grandes cirurgias (torácica, cardíaca, abdominal),
deiscências cirúrgicas, úlceras infectadas e outras.
Extragrande – quando a ferida é de grandes proporções, com mais de 80 cm2,
para as quais se exige justificativa médica.
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como coberturas para feridas. De acordo com seus principais componentes. Algumas
coberturas ainda se encontram em fase de experimentação, como: biomembranas;
fibras de variados tipos; novas tecnologias para controlar o crescimento e o
desenvolvimento da matriz celular, para a reparação e a substituição do tecido
humano; e também a maioria dos fitoterápicos. Outras já são bem conhecidas e
aplicadas cotidianamente na prática clínica. Entretanto, todas, sem exceção, carecem
de mais estudos clínicos randomizados e controlados, mais comprovações em
modelos experimentais e analises comparativas, para que, cada vez mais, os
profissionais de saúde, as instituições e os paciente possam utilizá-las com
confiabilidade e segurança.
Curativo industrializado
semipermeável e semitransparente,
composto de acetato de celulose.
Indicação: Indicado para áreas
doadoras de enxerto e para
queimaduras.
Sua permeabilidade é seletiva,
atuando na manutenção de
microrganismos e favorecendo o
processo de cicatrização.
É de baixo custo, permite a adaptação à área lesada (recortável e moldável) e é de
fácil aplicação e remoção, pois com a cicatrização ele se desprende espontaneamente
da lesão.
Contraindicação: é contraindicado o uso do acetato de celulose em áreas extensas
e feridas muito exsudativas. Quando instalado em articulações, pode romper-se com
o movimento.
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Ácido Hialurônico
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Ácido Ricinoleico
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secundária).
Embora as sementes de mamona, de onde o óleo é extraído, sejam tóxicas, ele
não apresenta toxicidade, sendo também indicado como vermífugo e laxativo.
Albumina
Alginato de Cálcio
São coberturas biodegradáveis de
polissacarídeos complexos, altamente
absorventes, extraídos de algas marrons
encontradas nos mares da Noruega, Escócia e
Irlanda. Essa cobertura é estéril e pode estar na
forma de placa ou de cordão, devendo ser
associada a uma cobertura secundária.
Geralmente, é utilizada gaze estéril associada à Alginato de cálcio - placa
atadura, adesivo microporoso, esparadrapo
antialérgico ou alguma cobertura impermeável para ocluir e fixar a cobertura
secundária.
A opção de usar o alginato de cálcio em forma de placa ou a de usar o cordão
dependerá da profundidade da ferida, em feridas
planas é indicado o uso de placa, e em profundas
ou cavitárias o uso do cordão. Na falta deste, a
placa poderá ser utilizada desde que preencha a
cavidade da ferida, mas, para isso, indica-se sua
aplicação em forma de “canudo”. Alginato de cálcio - cordão
O alginato de cálcio auxilia o
desbridamento autolítico, além de reduzir o tempo de cicatrização e ser fácil de aplicar
e remover. A finalidade principal dessa cobertura é a absorção, portanto, ao entrarem
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• Alquilodina
• Aloetina
• Aloeferona (cicatrizante)
• Ácido pécrico
• Resinas
• Mucilagens
• Vitaminas E e C
Seu gel mucilagonoso fresco, extraído das
folhas (polpa e seiva), é indicado para queimaduras
de 1º e 2º graus, abrasões, irritações da pele,
pequenos ferimentos e ulcerações. Pode ser
aplicado diretamente sobre a lesão, com cobertura
secundária de gaze e fixada com atadura.
Nas primeiras horas pós-queimadura, deve-
se substituir o curativo sempre que a mucilagem se
apresentar opaca ou leitosa, perder a translucidez,
o viço e a transparência, e mostrar-se ressecada e não filamentosa. Essa troca
contínua do curativo imediatamente após a queimadura mantém a umidade e a baixa
temperatura local, produzindo alívio imediato da dor e induzindo à regressão dos
sinais e sintomas. É seiva da babosa que protege a pele e cicatriza as queimaduras.
O paciente deve permanecer em repouso durante as aplicações. O uso da babosa é
estreitamente externo. Para produto comercializado em forma de gaze impregnada,
recomenda-se a substituição do curativo a cada 24 horas.
Encontram-se catalogadas mais de 300 espécies de babosa, mas apenas 4
espécies são seguras para uso em seres humanos, dentre as quais destacam-se a
Aloe arborencens Mill e a Aloe barbadensis, sendo esta última reconhecida como a
espécie de maior concentração de nutrientes no gel da folha.
Biomembrana Natural
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A biomembrana é constituída de
material bioativo e indutor de angiogênese, o
que aumenta a permeabilidade vascular. É um
tratamento tópico que acelera o processo
cicatricial e tem ação específica na
neoangiogênese.
Ela também é indicada para casos de
úlceras e feridas crônicas (diabéticas, venosas e arteriais, úlcera por pressão e
isquêmicas) e para casos de feridas cirúrgicas ou traumáticas.
A referida membrana mantém a umidade local sem aderir à superfície da lesão,
sendo contraindicada oara os casos de hipersensibilidade ao látex ou aos demais
componentes do curativo e em lesões com suspeita ou comprovada malignidade.
Bota de Unna
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Carvão Ativado
Existem atualmente, no mercado brasileiro, duas
diferentes opções de coberturas que contêm carvão
ativado: o carvão ativado com prata e o carvão
ativado composto de cinco camadas, na seguinte
ordem:
✓ Filme sintético
✓ Camada absorvente
✓ Carvão ativado
✓ Filme sintético
✓ Alginato de cálcio
✓ Sódio
O carvão ativado é uma cobertura absorvente pelo fato de possuir uma camada
de alginato de cálcio e hidrofibra, ele não necessita da utilização de uma cobertura
secund´´aria, ao contrário da cobertura de carvão ativado com prata.
Trata-se de uma cobertura estéril, por isso é necessário usar luvas e materiais
estéries para sua manipulação. Essa cobertura não pode ser recortada, porue esse
ato pode fragmentar as camadas que a compõem. Ela pode permanecer no leito da
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Colágeno Biológico
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Espuma de Poliuretano
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Hidrocoloides
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Hidrogel
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Hidropolímero
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podem ser transparentes ou não. Não são indicadas para feridas pouco exsudativas
ou secas.
Papaína
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Quitosana
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Sulfadiazina de Prata a 1%
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Terapia Larval
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de ar.
O curativo é trocado de 24 a 72 horas ou em caso de saturação de exsudato.
Durante a troca de curativo, deve-se retirar a cobertura, lavar a lesão com SF 0,9% e
retirar as larvas remanescentes com pinça. Após o desbridamento, pode-se concluir
o tratamento utilizando outras coberturas cicatrizantes sobre a ferida.
A bioterapia com larvas de moscas pode ser utilizada em diferentes lesões,
como úlceras vasculogênicas, neuropáticas, sistêmicas, por pressão, lesões
traumáticas, pós-cirúrgicas e queimaduras, contaminadas ou não, sua aplicação é
contraindicada onde haja uma cavidade corporal perto da ferida ou no caso de
ferimentos agudos.
O curativo a vácuo é
baseado no princípio de que, ao se
remover os líquidos intersticiais de
uma ferida, obtêm-se melhora do
fluxo sanguíneo local e redução do
edema, com consequente
diminuição do crescimento
bacteriano. Desta forma,
através de um aparelho de vácuo portátil, aplica-se uma pressão negativa controlada,
local e uniforme, diretamente no leito da ferida. Esses fluidos são ricos em fibrina,
bactérias e necrose.
O emprego do vácuo cria uma pressão negativa subatmosférica, que induz a
um “novo trauma”, determinando o estímulo para a transformação de uma ferida de
fase crônica em uma fase aguda, com migração de células de defesa e estímulo à
neoangiogênese. Consegue-se um ambiente limpo ao redor da lesão demandando a
necessidade de menos trocas e, dessa forma, reduzindo o risco de contaminação da
ferida. Ao promover a formação do tecido de granulação e a cicatrização, o tratamento
prepara a ferida para seu fechamento definitivo. Tem se mostrado uma alternativa
viável para a preparação do sítio a ser reconstruído, seja fechamento por segunda
intenção, fechamento primário, enxertia cutânea ou emprego de retalho.
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diabéticas, por
pressão,
fúngicas ou
neoplásicas.
Filme Protege a pele, prevenindo Feridas É contraindicado para
transparente as úlceras por pressão, superficiais feridas exsudativas
semipermeável feridas cirúrgicas sem pouco e/ou feridas com
complicações e áreas exsudativas infecção.
doadoras de enxerto. Atua na
redução da dor, mantém o
meio úmido e promove a
cicatrização.
Espuma com Promove o meio úmido, Feridas Troca em até 7 dias
Prata possui atividade de estagnadas em ou quando saturado.
antibacteriana, absorve todas as fases
exsudato, diminui o odor e de cicatrização,
reduz o risco de infecção. com moderada
a alta
exsudação,
abrasões,
queimaduras,
úlceras
diabéticas,
feridas pós-
operatórias,
áreas doadoras
de pele, úlceras
por pressão de
perna
Hidrocoloide As partículas de celulose se Placa: feridas Placa: contraindicado
expandem ao absorverem o superficiais, para feridas
excesso de exsudato, com pouco infectadas e/ou
conservando o meio úmido exsudato, com
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e
dermoabrasões.
Hidropolímero Diminui o odor da ferida, Fitas: feridas Não requer cobertura
promove a granulação exsudativas, secundária e pode
tecidual, mantém o meio limpas, em fase ser trocado a cada 48
úmido. de granulação. horas. Por ser
O hidropolímero se expande Almofadas: aderente, evita
conforme absorve o feridas com agressão aos ecidos
exsudato cavidades. no momento da
Placas: feridas remoção. Não são
superficiais. indicados para
feridas pouco
exsudativas ou
secas.
Malha não A malha permite que o Feridas Pode ser usado como
aderente exsudato passe livremente exsudativas, cobertura secundária.
para a cobertura secundária, queimaduras de O tecido em malha
prevenindo a maceração da 1º e 2º graus, acetato de celulose
superfície da ferida. Protege abrasões, permite o recorte do
e previne a aderência da enxertos, curativo no tamanho
cobertura ao leito ferida, úlceras em da ferida.
minimiza a dor e o trauma na perna, úlceras
remoção por pressão,
extração de
unhas,
eczemas,
incisões
cirúrgicas,
lacerações,
procedimentos
de reconstrução
e linhas de
sutura.
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REFERÊNCIAS
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Costa AM, Matozinhos ACS, Trigueiro PS, Cunha RCG, Moreira LR. Custos do
tratamento de úlceras por pressão em unidade de cuidados prolongados em uma
instituição hospitalar de Minas Gerais. Enfermagem Revista. 2015;18(1):58-74.
SANTOS, E.et al. A eficácia das soluções de limpeza para o tratamento de feridas:
uma revisão sistemática. Revista de Enfermagem Referência, n. 9, p. 133-144,
2016.
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