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SUMÁRIO

1.0 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 3
2.0 IMPORTANCIA DA CIRURGIA PLÁSTICA ......................................................... 8
3.0 ÚLCERAS DE PRESSÃO........................................ .............................................9
4.0 OSTOMIAS ..........................................................................................................15
5.0 COLOSTOMIA .....................................................................................................16
6.0 TRAQUESTOMIA.................................................................................................20
7.0 ESOFAGOSTOMIA ................................................................ ............................23
8.0 GASTROSTOMIA................................................................................................24
9.02DUODENOSTOMIA.............................................................................................
cm 26
10. JEJUNOSTOMIA..................................................................................................27
11. FERIDAS ............................................................................................................. 23
12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................34

ENFERMAGEM EM ANESTESIOLOGIA
ANESTESIA EM PROCEDIMENTOS
CIRÚRGICOS

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1.0 INTRODUÇÃO

Anestesiologia é a especialidade médica que estuda e proporciona ausência ou


alívio da dor e outras sensações ao paciente que necessita realizar procedimentos
médicos, como cirurgias ou exames diagnósticos, identificando e tratando eventuais
alterações das funções vitais. A especialidade vem a cada dia ampliando suas áreas
de atuação, englobando não só o Período Intra-Operatório, bem como os períodos
Pré e Pós-Operatórios, realizando atendimento ambulatorial para avaliação pré-
anestésica e assumindo um papel fundamental pós-cirúrgico no acompanhamento
do paciente tanto nos Serviços de recuperação pós-anestésica e Unidades de
Terapia Intensiva quanto no ambiente da enfermaria (cuidados paliativos, por
exemplo) até o momento da Alta Hospitalar. Em razão destas mudanças, existe a
tendência atual de se denominar esta especialidade médica como Medicina
Perioperatória.
Nos primórdios alguns cirurgiões consideravam a dor uma consequência inevitável
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do ato cirúrgico, não havendo uma preocupação, por parte da maioria deles, em
empregar técnicas que aliviassem o sofrimento relacionado ao procedimento.
As primeiras tentativas de alívio da dor foram feitas com métodos puramente físicos
como pressão e gelo, bem como uso de hipnose, ingestão de álcool e preparados
botânicos.
Por volta dos séculos IX a XII a esponja soporífera tornou-se um dos métodos mais
populares de prover analgesia. Preparada a base de mandrágora e outras ervas,
tinha como seus principais compostos morfina e escopolamina.
O ato anestésico possibilita o conforto do paciente durante a cirurgia, sendo a
escolha do tipo de anestesia baseada no tipo, duração e posicionamento requerido
durante o procedimento cirúrgico, associada às condições clínicas, mentais e
psicológicas do paciente. Dessa forma, os tipos de anestesia são classificados em
geral, regional e sedação.
A anestesia geral é necessária aos procedimentos que exigem completa imobilidade
e inconsciência. Pode ser classificada de três maneiras, definidas como venosa
total, quando apenas fármacos venosos são infundidos, tais como propofol e
etomidato, geral inalatória, quando ocorre administração de anestésicos inalatórios
como sevoflurano, desflurano e geral balanceada, quando são administrados de
forma associada anestésicos venosos e inalatórios.
A anestesia geral configura-se pela inconsciência reversível, imobilidade, analgesia
e bloqueio dos reflexos autonômicos, cujos componentes são hipnose, analgesia,
relaxamento muscular e bloqueio neurovegetativo.
A hipnose caracteriza-se pela supressão da consciência, obtida por uso de agentes
indutores, como midazolam, propofol e etomidato. A analgesia consiste no alívio ou
ausência de dor pela utilização de fármacos como opioides e anti-inflamatórios. O
relaxamento muscular ocorre pela redução do tônus muscular, havendo

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administração de relaxantes como succinilcolina, atracúrio e rocurônio. O bloqueio


neurovegetativo acontece após hipnose e analgesia adequadas, com resposta
atenuada do sistema nervoso autônomo ao estímulo cirúrgico, como alterações de
frequência cardíaca, pressão arterial e sudorese.
A anestesia regional é selecionada para procedimentos cirúrgicos que abordam
membros superiores ou inferiores, abdômen ou região pélvica. Pode ser realizada
por bloqueio peridural, subaracnoídeo ou plexos nervosos, com a administração de
anestésicos locais, como xilocaína, ropivacaína. A associação entre a anestesia
geral e regional é definida como anestesia combinada.
A sedação visa o conforto do paciente em procedimentos cirúrgicos de pequeno
porte ou ambulatoriais, colaborando para a redução da ansiedade, analgesia,
diminuição da movimentação e manutenção da estabilidade hemodinâmica,
principalmente do padrão respiratório e função cardiovascular.
Eventos adversos relacionados à assistência em saúde e comprometimento da
segurança do paciente têm como origem erros humanos, ausência de trabalho em
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equipe e falhas organizacionais. A melhor comunicação e colaboração entre os
profissionais pode diminuir o risco de morbidade associada ao cuidado do paciente
cirúrgico. Nesse contexto, o planejamento da assistência pela equipe de saúde,
constituída de médico, enfermeiro e anestesiologista, é fundamental para redução
dos riscos de morbimortalidade durante o procedimento anestésico-cirúrgico,
promovendo, assim, a segurança do paciente.
Em estudos indica-se que os eventos adversos, referentes à anestesia, envolvem
principalmente o sistema respiratório, sistema cardiovascular, erros na execução de
bloqueios regionais, falhas de equipamentos e dispositivos, reações adversas a
medicamentos e lesões relacionadas ao posicionamento cirúrgico.
Os eventos do sistema respiratório são causados por dificuldade de intubação,
ventilação e oxigenação inadequadas, aspiração, extubação precoce e obstrução da
via aérea.

2.0 ANESTESIA EM PROCEDIMENTOS CIRURGICOS:


Na medicina, os procedimentos cirúrgicos e a anestesia vêm avançando nas suas
técnicas e melhorando seus resultados no decorrer do tempo. A anestesia gera
muito medo, quase sempre causado pela desinformação, e está envolvida em
dúvidas e mitos. Ela garante que o paciente tenha conforto e o controle da dor
durante as cirurgias. A anestesia é responsabilidade de um profissional habilitado,
que avalia o paciente antes da operação e o monitoriza ao longo de todo
procedimento.
A avaliação prévia do paciente é fundamental para minimizar os riscos, esclarecer
as dúvidas e passar orientações, como o período do jejum pré-operatório, a
suspensão ou manutenção de medicações de uso diário, e as explicações sobre a
técnica anestésica, para que todo o processo ocorra com sucesso.

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2.1 AGENTES INALATÓRIOS

O éter dietílico já era um composto conhecido quando no século XVI Paracelsus


observou suas propriedades anestésicas em galinhas.

O Cirurgião-Dentista Horace Wells percebeu as propriedades anestésicas do óxido


nitroso em 10 de dezembro de 1844, quando participou de uma exibição de um
"cientista itinerante", Gardner Quincy Colton.

Na ocasião Wells notou que um jovem chamado Samuel Cooley não se deu conta
que havia sofrido uma lesão na perna enquanto estava a inalar o óxido nitroso. Em
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1845 Wells fracassou em sua tentativa de demonstrar publicamente uma extração
dentária sem dor com o uso do óxido nitroso. Tal fracasso o perturbou
profundamente culminando com seu suicídio em 1848. Na verdade, o óxido nitroso é
uma droga mais analgésica do que anestésica (é um fraco anestésico).

Em 16 de Outubro de 1846 a anestesiologia tem seu marco inicial com William


Thomas Green Morton, realizando uma anestesia baseada em éter no paciente
Edward Gilbert Abbott para que o cirurgião John Collins Warren excisasse um tumor
que lhe tomava a glândula submaxilar e uma parte da língua. Foi no Hospital Geral
de Massachusetts. Morton chegou atrasado devido a um problema no inalador e a
sessão quase foi suspensa por isso. Chegou esbaforido, desculpando-se pelo atraso
e logo foi instruindo Abbott a respirar por uma das aberturas do inalador de vidro.
Depois de perder a consciência e deixar cair a cabeça, Morton se vira para Warren e
diz: 'Seu paciente está a sua espera Dr!'. Warren fez a excisão do tumor com a
rapidez habitual e o paciente não desferiu nenhum grito de dor. Depois de terminar,
Warren, emocionado, fala para a plateia incrédula: 'Isso, senhores, não é nenhum
embuste'. O impassível cirurgião chorava. Desde esse dia a humanidade venceu a
dor. Saímos das trevas.

Em 4 de Novembro de 1847 James Young Simpson, obstetra em Edinburgh,


Escócia utilizou, como sugerido por David Waldie, clorofórmio para alívio da dor do
parto vaginal. Tal fato suscitou diversos debates médicos e religiosos acerca da dor
do parto como um castigo divino. John Snow, inglês, administrou clorofórmio à

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Rainha Vitória para alívio das dores do parto. Tal fato serviu de endosso à analgesia
de parto minimizando as discussões de cunho religioso.

Os agentes inalatórios de uso mais frequente no mundo e no Brasil, atualmente,


estão divididos em dois grandes grupos: a) os gases (representados exclusivamente
pelo óxido nitroso - histórica e popularmente conhecido como "gás hilariante") e b)
os vapores. Dentre estes últimos há predominância dos éteres halogenados
(enflurano, isoflurano, sevoflurano e desflurano). Por fim, ainda empregado em
escala mundial, mas com restrições, há um alcano denominado halotano. O Xénon
apresenta-se como o mais promissor anestésico inalado, encontrando-se ainda em
fase experimental, mas com reconhecidas propriedades que o aproximam do
"anestésico ideal".

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2.2 ANESTÉSICOS LOCAIS

Em 1884 Sigmund Freud estudava os efeitos estimulantes da cocaína no sistema


nervoso central. Karl Koller percebeu que a amostra de cocaína recebida de seu
amigo Freud, ao entrar em contato com a língua, a deixava anestesiada. Percebeu
ali a possibilidade de utilização de uma solução de cocaína para aplicação tópica em
cirurgias oftalmológicas. Koller conduziu então, juntamente com Gustav Gartner
estudos com sucesso em olhos de sapos, coelhos e cachorros. Tendo sido uma das
primeiras aplicações dos anestésicos locais.

Em dezembro de 1884, Willian Halsted e Richard Hall realizaram bloqueios de


nervos periféricos bem como do plexo braquial.

August Bier utilizando-se da técnica descrita por Heinrich Quincke realizou a


primeira cocainização deliberada da medula espinhal. Permitiu inclusive que seu
assistente, Hildebrandt, realizasse uma punção lombar nele mesmo. Em seguida os
papéis se inverteram e Bier realizou uma punção em Hildebrandt. Ambos
apresentaram cefaleia após a experiência. A cefaleia inicialmente fora atribuída às
comemorações pelo sucesso em obter anestesia com a técnica empregada. Mais
tarde ficou mais claro que a cefaleia pós punção da dura-máter relacionava-se à

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perda de líquor pelo orifício realizado. August Bier e Theodor Tuffier dividem o mérito
do início da então chamada raquianestesia.

No Brasil

Em 1847 Roberto Haddock Lobo e Domingos de Azevedo Marinho realizaram a


primeira anestesia baseada em éter que se tem relato no Brasil. Em 1927 o Prof.
Leonidio Ribeiro fez uso do óxido nitroso. O ciclopropano foi utilizado pela primeira
vez em 1936 por Álvaro de Araújo Aquino Sales.

Em 1948 foi fundada a Sociedade Brasileira de Anestesiologia.

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3.0 TÉCNICAS ANESTÉSICAS

3.1 Anestesia local

Baseia-se na infiltração de anestésicos locais nas proximidades da área a ser


operada, usualmente empregada em cirurgias de superfície de pequeno ou médio
porte. Auxilia no tratamento da dor pós-operatória quando utilizada sozinha ou em
associação com outras técnicas anestésicas, no período pré-operatório, potencializa
os resultados esperados, a saber a anestesia e o controle da dor.

3.2 Bloqueios regionais

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Tenta-se impedir a condução do estímulo doloroso na emergência de nervos e


troncos, a exemplo do bloqueio do plexo braquial realizado na região cervical
(Técnica de Winnie, Técnica de Kullenkampff ou Técnica de Kullenkampff
Modificada) ou axilar (Técnica da Bainha Perivascular ou Técnica Transarterial),
visando anestesia de todo o membro superior, ou até mesmo o bloqueio de troncos
nervosos ao nível do cotovelo, do punho, ou ainda nas porções proximais dos dedos
visando anestesia de todo o dedo. Existe ainda uma técnica de bloqueio regional
intravenoso desenvolvida por August Bier para cirurgias rápidas dos membros
superiores e membros inferiores (pé e terço distal de perna, principalmente), que
ficou consagrada como Bloqueio de Bier. A anestesia raquidiana e peridural também
é considerada bloqueios regionais.

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3.3 Raquidiana

Também chamada de raquianestesia, anestesia intratecal e anestesia


subaracnoídea. Baseia-se na administração de anestésico local diretamente no
líquor. Suas principais vantagens são início rápido de ação (curta latência, boa
intensidade de bloqueio sensitivo e motor e possibilidade de analgesia pós-
operatória prolongada). Possíveis desvantagens são a maior ocorrência de cefaleia
em relação as outras técnicas anestésicas e a limitada duração da anestesia quando
utilizado técnica sem a colocação de cateteres (o mais comum). O uso dos

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anestésicos locais, mormente com a lidocaína (a lidocaína em raquianestesia está


proscrita no Brasil exatamente pelas complicações citadas a seguir) o anestésico
local preconizado em raquianestesia há algum tempo é a bupivacaína 0.5% pesada
com glicose a 8% (mais segura que a lidocaína hiperbárica a 5%), por meio desta
técnica anestésica pode propiciar o aparecimento da síndrome da cauda equina e de
sintomas neurológicos transitórios embora sejam complicações raras.

3.4 Epidural

Também chamada anestesia peridural, baseia-se na aplicação de anestésico em um


espaço virtual entre o ligamento amarelo e a dura-máter.
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As principais possíveis vantagens são a menor incidência de cefaleia quando
comparado à raquianestesia, possibilidade de realização de bloqueios mais restritos
à faixas de dermátomos e maior facilidade de realização de técnicas com utilização
de cateteres (contínua). Como desvantagens temos uma latência (tempo para iniciar
ação) maior, uma menor intensidade de bloqueio sensitivo e motor e a maior
possibilidade de toxicidade por anestésico local já que é utilizado volumes cerca de
dez vezes maiores que os utilizados em anestesia subaracnoidea (raquidiana).

3.5 Caudal

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Fisiologicamente semelhante à anestesia peridural, realizada por punção do Hiato


Sacral, podendo ser uma alternativa ao bloqueio epidural para procedimentos
cirúrgicos e obstétricos das regiões perineal e anorretal.

Comum em anestesia pediátrica.

3.6 Anestesia Geral

Refere-se a um estado de inconsciência reversível, imobilidade, analgesia e


bloqueio dos reflexos autonômicos obtidos pela administração de fármacos
específicos. Os componentes de uma anestesia geral são a analgesia, hipnose,
controle dos reflexos autonômicos e relaxamento muscular. Na atualidade para
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realização de uma anestesia geral utiliza-se comummente:

hipnóticos visando inconsciência, amnésia (Propofol) opioides visando analgesia e


proteção contra os reflexos autonômicos (remifentanil, fentanil, sulfentanil, alfentanil)

bloqueadores neuromusculares (Curare) visando imobilidade. (Atracúrio,


Cisatracúrio, Rocurônio, Vecurônio, Pipecurônio) bloqueios regionais associados
visando analgesia e proteção autonômica fármacos adjuvantes visando efeitos
diversos como controle da pressão arterial, frequência cardíaca, tratamento de
intercorrências tais como alergias entre outras funções.

A inconsciência pode não ocorrer nos casos em que se deseje algum grau de
proteção ao paciente ou em situações de extremo risco de vida, como: gravidez,
traumatizado multissistêmico, idosos e pacientes com algum grau de choque, seja
ele hipovolêmico, séptico ou cardiogênico. Quanto maior a profundidade da
anestesia, maior o grau de inconsciência.

A anestesia geral possui quatro fases: pré-medicação, indução, manutenção e


recuperação.

Pré-medicação

A fase de pré-medicação é feita para que o paciente chegue ao ato cirúrgico calmo e
relaxado. Normalmente é administrado um ansiolítico (calmante) de curta duração,

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como o midazolam, deixando o paciente já com um grau leve de sedação. Deste


modo, ele entra na sala de operação sob menos estresse.

Indução

A fase de indução é normalmente feita com drogas por via intravenosa, sendo o
Propofol a mais usada atualmente.

Após a indução, o paciente rapidamente entra em sedação mais profunda, ou seja,


perde
2 cma consciência, ficando em um estado popularmente chamado de coma
induzido. O paciente apesar de estar inconsciente, ainda pode sentir dor, sendo
necessário aprofundar ainda mais a anestesia para a cirurgia poder ser realizada.
Para tal, o anestesista também costuma administrar um analgésico opioide (da
família da morfina) como o Fentanil.

Neste momento o paciente já apresenta um grau importante de sedação, não sendo


mais capaz de proteger suas vias aéreas das secreções da cavidade oral, como a
saliva. Além disso, na maioria das cirurgias com anestesia geral é importante haver
relaxamento dos músculos, fazendo com que a musculatura respiratória fique
inibida. O paciente, então, precisa ser intubado* e acoplado à ventilação mecânica
para poder receber uma oxigenação adequada e não aspirar suas secreções.

Manutenção

No início da fase de manutenção, as drogas usadas na indução, que têm curta


duração, começam a perder efeito, fazendo com que o paciente precise de mais
anestésicos para continuar o procedimento. Nesta fase, a anestesia pode ser feita
com anestésicos por via inalatória ou por via intravenosa.

Na maioria dos casos, a via inalatória é a preferida. Os anestésicos são


administrados através do tubo orotraqueal na forma de gás (vapores) junto com o

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oxigênio, sendo absorvidos pelos alvéolos do pulmão, passando rapidamente para a


corrente sanguínea.

Alguns exemplos de anestésicos inalatórios são o óxido nitroso e os anestésicos


halogenados (halotano, sevoflurano e desflurano), fármacos que são administradas
continuamente durante todo o procedimento cirúrgico.

A profundidade da anestesia depende da cirurgia. O nível de anestesia para se


cortar a pele é diferente do nível para se abordar os intestinos, por exemplo.

Conforme o procedimento cirúrgico avança, o anestesista procura deixar o paciente


sempre com o mínimo possível de anestésicos. Uma anestesia muito profunda pode
provocar
2 cm hipotensão e desaceleração dos batimentos cardíacos, podendo diminuir
demasiadamente a perfusão de sangue para os tecidos corporais.

Recuperação

Quando a cirurgia entra na sua fase final, o anestesista começa a reduzir a


administração das drogas, já planejando uma cessação da anestesia junto com o
término do procedimento cirúrgico. Se há relaxamento muscular excessivo, drogas
que funcionam como antídotos são administradas.

Nesta fase de recuperação, novamente analgésicos opioides são administrados para


que o paciente não acorde da anestesia com dores no local onde foi cortado.

Conforme os anestésicos inalatórios vão sendo eliminados da circulação sanguínea,


o paciente começa a recuperar a consciência, passando a ser capaz de voltar a
respirar por conta própria. Quando o paciente já se encontra com total controle dos
reflexos das vias respiratórias, o tubo orotraqueal pode ser retirado.

Nesse momento, apesar do paciente já ter um razoável grau de consciência, ele


dificilmente se recordará do que aconteceu devido aos efeitos amnésicos das
drogas.

Riscos

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Existe um mito de que a anestesia geral é um procedimento perigoso. Complicações


exclusivas da anestesia geral são raras, principalmente em pacientes saudáveis.

Na maioria dos casos, as complicações são derivadas de doenças graves que o


paciente já possuía, como doenças cardíacas, renais, hepáticas ou pulmonares em
estágio avançado, ou ainda, por complicações da própria cirurgia, como hemorragias
ou lesão/falência de órgãos vitais.

Só como exemplo, um trabalho canadense de 1997, apenas com cirurgias


odontológicas com anestesia geral, ou seja, cirurgias de baixo risco realizadas em
pacientes saudáveis, detectou uma taxa de mortalidade de apenas 1,4 a cada 1
milhão de procedimentos. Esse tipo de estudo nos mostra que a anestesia em si é
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muito segura.

Em geral, a taxa de mortalidade da anestesia geral é de apenas 1 em cada 100.000


a 200.000 procedimentos, o que significa um risco de morte de míseros 0,0005% a
0,001%.

É importante destacar que muitas cirurgias sob anestesia geral são realizadas em
pacientes com doenças graves ou em cirurgias complexas de alto risco. Porém, na
imensa maioria dos casos, quando o desfecho é trágico, raramente a culpa é da
anestesia geral.

Também há que se destacar que a anestesia geral é um procedimento complexo,


devendo ser feita somente por profissionais qualificados e em ambientes com ampla
estrutura para tal.

Fatores que aumentam o risco de complicações:

Antes de qualquer cirurgia, um anestesista irá consultá-lo para avaliar o seu risco
cirúrgico. Além do reconhecimento prévio de doenças graves que podem complicar
o ato cirúrgico, é importante para o anestesista saber algumas informações pessoais
do paciente que possam aumentar o risco da anestesia, tais como:

História prévia de reação anafilática.

Alergias alimentares ou a drogas.

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Uso frequente de bebidas alcoólicas.

Uso de drogas, principalmente cocaína.

Uso de medicamentos.

História de tabagismo.

Apneia do sono.

Obesidade.

Efeitos colaterais possíveis

A maioria dos efeitos colaterais da anestesia geral ocorre imediatamente após a


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cirurgia e desaparece em questão de horas. Eventualmente, porém, podem surgir
casos de efeitos adversos que demoram mais tempo para melhorar ou que se
tornam permanentes.

Efeitos adversos imediatos

Os efeitos imediatos da anestesia geral costumam ser aqueles que são notados logo
que o paciente acorda. Em geral, eles são de curta duração, com duração inferior a
um dia. Os mais comuns são:

Náusea e vômitos.

Boca seca.

Calafrios.

Dor muscular.

Coceira pelo corpo.

Dificuldade para urinar.

Tontura.

Rouquidão após anestesia

Cerca de 5 a 10% podem apresentar um quadro de rouquidão no pós-operatório.


Essa complicação ocorre devido à lesão das cordas vocais pela intubação

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orotraqueal necessária durante a cirurgia. Na imensa maioria dos casos, o quadro é


brando e melhora espontaneamente após alguns dias, como qualquer rouquidão
comum.

Raramente, pode haver uma lesão mais séria das cordas vocais, provocando
rouquidão a longo prazo. Cirurgias prolongadas e pacientes fumantes são os fatores
de risco mais comuns para rouquidão pós-anestesia geral.

O uso de corticoides ajuda a reduzir o edema das cordas vocais e reduz o risco de
rouquidão a longo prazo.

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Confusão mental e delirium

A confusão mental é um efeito colateral comum, mas que costuma durar muito
pouco tempo, principalmente nos pacientes jovens. Nos idosos, o risco maior é o
desenvolvimento de delirium.

O delirium é um quadro transitório de redução da capacidade de concentração,


alterações da memória, confusão mental e alteração da percepção do ambiente, que
é bastante comum nos pacientes idosos que estão hospitalizados (explicamos o
delirium em detalhes no artigo: Delirium – Confusão Mental nos Idosos).

Os principais fatores de risco para o desenvolvimento de delirium pós-operatório


são:

Idade avançada.

Tabagismo.

História prévia de doença psiquiátrica.

Uso de medicamentos psicotrópicos.

História prévia de AVC.

Demência.

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Cirurgia de emergência.

O delirium não é provocado exclusivamente pela anestesia geral. Ele surge com
frequência em pacientes idosos internados por qualquer motivo, princialmente nos
casos mais graves e prolongados. A ocorrência de delirium no pós-operatório
aumenta a taxa de complicações e o tempo de internação. Todos os idosos
melhoram após alguns dias, mas cerca de 40% nunca retornam totalmente ao
estado cognitivo pré-operatório.

Problemas de memória

Os pacientes idosos também apresentam maior risco de desenvolverem um quadro


chamado
2 cm disfunção cognitiva pós-operatória, que é um quadro de redução das
capacidades cognitivas e problemas de memória. Os fatores de risco são
basicamente os mesmos descritos acima para o delirium.

Assim como ocorre no delirium, a disfunção cognitiva pós-operatória não provocada


diretamente pela anestesia e não costuma ocorrer em pessoas jovens e previamente
saudáveis.

Hipertermia maligna

A hipertermia maligna é uma raríssima e potencialmente fatal complicação que pode


ocorrer durante a cirurgia. O quadro ocorre em 1 a cada 100 mil anestesias,
geralmente tem origem familiar e cursa com febre alta, alterações respiratórias e
contrações musculares que se iniciam logo após a administração de anestésicos
inalatórios.

3.7 Anestésico ideal

O anestésico ideal será aquele que provoca indução e recuperação da anestesia


rápidas e agradáveis para o paciente, ao mesmo tempo possuído uma profundidade
de anestesia apropriada para a cirurgia a realizar, promovendo um adequado
relaxamento muscular. Deve ter, também uma boa margem de segurança para o
paciente, não apresentando reações adversas.

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4.0 ENFERMEIRO(A) ANESTESISTA:

O cotidiano do enfermeiro de centro cirúrgico consiste em ofertar qualidade

na assistência ao paciente, garantindo a segurança dos serviços prestados

durante todas as etapas do procedimento anestésico-cirúrgico evitando

intercorrências, porque quando o paciente recebe uma assistência humanizada é

possível diminuir a insegurança que passa pelo seu imaginário.

Uma enfermeira anestesista é uma enfermeira de prática avançada que administra


anestesia para cirurgias ou outros procedimentos médicos. Enfermeiros anestesistas
estão envolvidos na administração de anestesia na maioria dos países, com vários
níveis de autonomia. Uma pesquisa de 2002 relatou que havia 107 países onde

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enfermeiros anestesistas praticam anestesia e nove países onde enfermeiros


auxiliam na administração de anestesia.

Nos Estados Unidos, o termo "Certified Registered Nurse Anesthetist" (CRNA) é


usado para denotar enfermeiros registrados de prática avançada com doutorado ou
mestrado, especializados na administração de anestesia. Enfermeiros anestesistas
devem ter 7 a 8 anos de educação, treinamento e experiência antes de se tornarem
CRNA; a média de experiência em cuidados intensivos antes de entrar em um
programa de mestrado ou doutorado em anestesia com enfermeiros é de 3,5 anos.

Os CRNAs respondem por aproximadamente metade dos provedores de anestesia


nos Estados Unidos e são os principais provedores de anestesia na América rural,
militares dos Estados Unidos, Administração de Veteranos, comunidades
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clinicamente carentes e para pacientes em maternidade. Mais de 49.000
enfermeiras anestesistas administram aproximadamente 43 milhões de anestésicos
aos pacientes a cada ano. Os CRNAs são treinados para administrar todos os tipos
de anestesia. Historicamente, as enfermeiras anestesistas têm fornecido cuidados
anestésicos a pacientes desde a Guerra Civil Americana, há mais de 150 anos. A
credencial CRNA surgiu em 1956 e aproximadamente 40% dos enfermeiros
anestesistas são do sexo masculino.

O escopo das limitações da prática e os requisitos de supervisão do médico variam


entre a unidade de saúde e o estado, com 17 estados e Guam concedendo
autonomia completa em 2016. Nos estados que optaram por não receber
supervisão, a Comissão Conjunta e o CMS reconhecem os CRNAs como médicos
independentes licenciados. Em estados que requerem supervisão, os CRNAs têm
responsabilidades separadas de qualquer médico supervisor e são capazes de
administrar anestesia independentemente dos médicos anestesiologistas.

A Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação


Anestésica e Centro de Material e Esterilização (SOBECC) recomenda que o
enfermeiro colabore no ato anestésico caso seja necessário, mas não há um padrão
assistencial para os profissionais. Desta forma, cada instituição realiza uma prática,
e os cuidados dependem da interação profissional entre o anestesiologista e a
equipe de enfermagem.

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Alguns estudos brasileiros discutiram as possibilidades de atuação do enfermeiro em


anestesia, com a organização de um serviço e a criação de uma especialização de
enfermagem, para que o enfermeiro pudesse atuar diretamente nos cuidados antes
e durante a cirurgia. Todavia, seria necessária a modificação da estrutura curricular
dos

cursos de graduação e especialização em enfermagem, além da reformulação da


legislação entre os conselhos de enfermagem e anestesia.

Esses padrões aplicam-se a todos os cuidados de anestesia, sedação e assistência


clínica (cuidados de monitorização em anestesia),

embora, em circunstâncias de emergência, medidas de suporte à vida sejam


necessárias. Esses padrões podem ser modificados a qualquer momento com base
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no julgamento do anestesiologista responsável e condição clínica do paciente. Eles
são destinados a incentivar o atendimento ao paciente com qualidade e segurança,
mas observá-los não garante qualquer resultado específico ao paciente.

Eles estão sujeitos à revisão periódica, conforme evolução da tecnologia e da prática


médica baseada em evidências.

É importante que o anestesista esteja presente na sala cirúrgica antes do início do


procedimento, com o intuito de preparar o paciente de acordo com o cuidado
anestésico planejado (acesso à via aérea, acesso venoso, monitorização, reposição
volêmica, analgesia pós-operatória, posicionamento cirúrgico).

Realizar, antes do início da anestesia, a identificação do paciente, confirmação de


sítio cirúrgico, procedimento a ser realizado e lateralidade (quando aplicável).

Realizar a checagem de segurança da anestesia, que prevê a verificação dos riscos


e o funcionamento e disponibilidade de materiais, medicamentos e equipamentos,
assim como o sistema de aspiração e fluxo de oxigênio independente, esta
checagem também é realizada pela equipe da engenharia clínica seguindo protocolo
específico, a checagem do preenchimento correto e completo do termo de
consentimento da anestesia e avaliação pré-anestésica. Verificar alergias, risco de
via aérea difícil e broncoaspiração, solicitando e checando a disponibilidade de
materiais e equipamentos necessários para um cuidado seguro. Verificar risco de
perda sanguínea significativa (mais de 500 mL em adultos e 7 mL/kg de peso em

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crianças), garantindo acesso venoso adequado e planejando reposição volêmica e


confirmando reserva de sangue.

Sistemas de aquecimento de soluções ativos e monitoramento laboratorial –


glicemia devem ser considerados, dependendo da condição clínica do paciente e
complexidade do procedimento a ser realizado.

Segundo o protocolo de monitorização perioperatória, todos os pacientes devem ter


monitorização básica que consiste em cardioscopia (frequência cardíaca e ritmo),
oximetria de pulso (saturação) e pressão arterial não invasiva. A capnografia (teores
de gás carbônico) sempre deve ser utilizada nos casos de anestesia sob via aérea
artificial (como intubação traqueal, brônquica ou máscara laríngea) e/ou ventilação
artificial e/ou exposição a agentes capazes de desencadear hipertermia maligna. Os
2 cm
componentes da monitorização podem se modificar a qualquer instante dependendo
da condição clínica do paciente.

Em conjunto com a equipe cirúrgica/ procedimento e de enfermagem, o


anestesiologista deve participar de forma proativa do processo de verificação de
segurança pré-operatória (time out). Estes dados serão registrados no prontuário em
campo específico pela enfermagem.

Junto à equipe multidisciplinar, deve o anestesiologista realizar a checagem


periódica do posicionamento do paciente, dos pontos de pressão e materiais
utilizados para proteção.

Durante a anestesia/ sedação por anestesistas e médicos não anestesiologistas, os


sinais vitais devem ser documentados em ficha.

específica em intervalos de até 10 minutos (monitorização básica - pressão arterial


não invasiva, frequência cardíaca e oximetria de pulso, ou de acordo com condição
clínica do paciente).

Os medicamentos administrados (dose e via), os materiais utilizados, os


procedimentos realizados e as intercorrências também deverão ser documentados
em prontuário, em documento específico.

Nos casos de pacientes sedados em Unidades Críticas e semi-críticas pelo


intensivista não há a necessidade de preencher a ficha de anestesia, já que o
registro é realizado em campos específicos no prontuário do paciente. Exemplos

3 cm
3 cm

para este caso são os pacientes em ventilação mecânica na Unidade de Terapia


Intensiva, onde são mantidos inconscientes sob efeito de medicamentos sedativos.

O médico que administra a sedação responsabiliza-se pela guarda dos agentes


anestésicos e das ampolas vazias durante a assistência, desde a retirada da caixa
de medicamentos controlados na farmácia do Centro Cirúrgico (“psicobox”) até a
devolução da mesma após o uso, com a devida receita corretamente preenchida.

Os medicamentos anestésicos devem ser identificados com nome da droga e


concentração padronizada na instituição. No caso das seringas, devem ser utilizadas
etiquetas coloridas conforme padronização internacional (ISO 26825) e nos soros, a
etiqueta padrão do hospital.

Todos os tipos de sedação e anestesia deverão ser realizados em ambiente seguro,


2 cm
devendo estar disponíveis equipamentos básicos para a administração da anestesia
e suporte cardiorrespiratório, instrumental, materiais e fármacos conforme os anexos
da Resolução CFM n° 1.802/ 2006.

Para conduzir as anestesias gerais ou regionais com segurança, deve o médico


anestesiologista manter vigilância permanente a seu paciente, sendo ato atentatório
à ética médica a realização simultânea de anestesias em pacientes distintos, pelo
mesmo profissional.

Elaborar e manter atualizado o prontuário de seus pacientes, documento que deverá


conter, de forma legível e completa, as informações registradas nas fichas de
avaliação pré-anestésica, ficha de anestesia (intra-operatório), termo de
consentimento de anestesia e sedação e ficha de indicadores da anestesia e todas
as ordens, altas e prescrições assinadas com nome legível e número de registro no
Conselho Regional de Medicina, de acordo com as normas estabelecidas pela
instituição.

Observar as políticas, protocolos e rotinas específicas da anestesia e as


institucionais (Protocolo de Tromboprofilaxia (TVP); Protocolos de
Antibioticoprofilaxia; entre outras).

3 cm
3 cm

5.0 TIPOS DE ANESTESIAS EM PROCEDIMENTOS CIRÚRGIGOS:

No geral, para garantir a segurança e o conforto dos pacientes, os médicos


anestesiologistas trabalham com três tipos de substâncias principais:

Sedativas, que tiram a consciência do paciente;

Analgésicas, que impedem a percepção da dor;


2 cm
Relaxantes musculares, que facilitam os procedimentos.

O que difere efetivamente uma anestesia geral de uma sedação leve é a


combinação e a dose destes elementos – e a resposta que o paciente tem a
determinado estímulo.

-Sedação leve: estado de tranquilidade e calma induzido pela medicação e durante o


qual o paciente responde ao estímulo de fala;

-Sedação moderada: estado de depressão da consciência induzido pela medicação.


O paciente desperta com estímulos verbais ou toques leves;

-Sedação profunda: estado de depressão da consciência induzido pela medicação e


do qual o paciente desperta com estímulos dolorosos;

-Anestesia geral: estado de depressão da consciência do qual o paciente não é


despertado por estímulos dolorosos. A anestesia geral é muito temida pela
população em geral, mas essa má fama é bastante injusta. Conforme veremos mais
à frente, o risco de alguém vir a falecer por causa da anestesia é muitíssimo baixo,
principalmente se o paciente for saudável e a cirurgia não for complexa.

5.1 Anestesia Geral Balanceada:

3 cm
3 cm

Na anestesia geral é utilizada uma combinação de substâncias sedativas,


analgésicas e relaxantes musculares. Elas promovem total inconsciência, analgesia
e relaxamento do paciente. Este tipo de anestesia é utilizado nos procedimentos
cirúrgicos de maior porte, como as cirurgias cardíacas, cirurgias ortopédicas e
cirurgias bariátricas realizadas no Hospital.

Sabe-se, porém, que as substâncias analgésicas presentes na anestesia geral


podem provocar efeitos colaterais em algumas pessoas. Certos desconfortos como
náuseas e vômitos no pós-cirúrgico são alguns exemplos.

Para diminuir essas ocorrências, todos os pacientes que realizam procedimentos


com anestesia passam por uma consulta pré-anestésica. Nela, o médico
anestesiologista irá identificar pré-disposição do paciente e outras características
2 cm
individuais para definir a melhor estratégia anestésica.

Além disso, os anestesiologistas aplicam a técnica de anestesia geral. Nela, são


administradas substâncias anestésicas de forma contínua (por inalação e via
venosa) durante todo o procedimento. Assim, é possível controlar com maior
precisão quando cada paciente irá despertar e reduzir a ocorrência de efeitos
adversos.

Além disso, a técnica de anestesia geral inalatória por exemplo, possui efeitos
cardioprotetores. Ela pode proteger o coração contra eventuais episódios de
isquemia durante as cirurgias. Muitas pessoas tem receio ainda da anestesia geral.

5.2 Anestesia do Neuroeixo:

Trata-se de uma técnica bastante utilizada para anestesiar apenas uma parte do
corpo, como o abdome inferior e as extremidades inferiores. Nela, os medicamentos
são injetados nos diferentes espaços entre as vértebras da coluna (de acordo com o
objetivo e procedimento realizado).

3 cm
3 cm

Na anestesia raquidiana, a substância anestésica entra em contato com os nervos e


leva a uma interrupção temporária da transmissão dos impulsos nervosos. Assim,
2 cm perda de sensibilidade dos membros inferiores e da zona inferior do
provoca
abdome. Essa anestesia é indicada, por exemplo, para a cirurgia de remoção do
cisto pilonidal.

A anestesia peridural é bastante parecida com a anestesia raquidiana. No entanto,


nesta técnica, o medicamento é injetado ao redor do canal espinhal e em maior
quantidade. A anestesia peridural pode utilizada em algumas cirurgias e é bastante
comum durante o parto normal. Atualmente serve principalmente para proporcionar
analgesia pós-operatória aos pacientes.

5.3 Bloqueio de Nervos Periféricos Guiado por Ultrassom

É um método de anestesia bastante preciso e que reduz o número de


intercorrências.

3 cm
3 cm

O bloqueio de nervos periféricos consiste na utilização de equipamentos de imagem


(ultrassom) para localizar de forma precisa os nervos responsáveis pela
sensibilidade e movimento da região onde será realizada a cirurgia. Assim, o médico
pode ver em uma tela, em tempo real, o posicionamento da agulha e injetar o
medicamento anestésico sem tocar no nervo (evitando lesões e desconfortos). A
técnica também pode ser utilizada em associação com outras formas de sedação ou
anestesia geral.

6. Etapas de Atendimento
2 cm

Os pacientes que passam por cirurgia recebem atendimento em três etapas:

1.Indução anestésica - Nesta etapa, conduzida pelo médico anestesiologista e pela


equipe de enfermagem, o paciente é monitorado para controle do traçado cardíaco,
frequência cardíaca, pressão arterial, oxigenação sanguínea e nível de anestesia.
Uma vez anestesiado, o paciente recebe as proteções necessárias, de acordo com a
cirurgia a ser realizada.

2.Período intraoperatório - A cirurgia propriamente dita, começa no momento em que


o cirurgião inicia a incisão e vai até o seu fechamento. Da sala de cirurgia, o
paciente poderá ser encaminhado para a Recuperação Anestésica, para o quarto,
ou para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o que acontece caso precise de
cuidados especiais, após cirurgias muito extensas ou com pacientes muito
debilitados.

3.Recuperação Anestésica - O paciente conta com a alta tecnologia de


monitoramento, sob observação e cuidados constantes da equipe de enfermagem e
do médico anestesiologista, até a plena recuperação da consciência e da
estabilidade clínica. O período de permanência nesse setor varia de acordo com a
complexidade da cirurgia.

3 cm
3 cm

7. Orientações para o Paciente:

Infecções prévias – Comunique ao cirurgião, antes da cirurgia, se estiver com


alguma infecção (furúnculo, foliculite, sinusite, dor de garganta, infecção urinária ou
gripe, por exemplo). Nesses casos, se possível, é melhor postergar a cirurgia para
evitar que haja risco de infecção pós-operatória.

Cigarro – Deixe de fumar um mês antes da cirurgia. O fumo pode prejudicar a


cicatrização.
2 cm

Depilação – Não depile o local a ser operado antes da cirurgia. A retirada dos pelos
será realizada no hospital com tricotomizador elétrico.

Higiene – Tome banho completo na noite anterior e novamente no dia da cirurgia, o


mais próximo possível do horário da operação. Use toalha e roupas limpas.

Curativo – Mantenha o curativo da ferida cirúrgica limpo e seco, seguindo a


recomendação do seu médico.

Sintomas de infecção – Comunique o cirurgião caso apresente qualquer sinal de


infecção, como febre, dor excessiva no local operado, vermelhidão, calor local ou
secreção.

3 cm
3 cm

8. O IMPACTO DA CIRURGIA E OS ASPECTOS PISICOLÓGICOS DO PACIENTE

Qualquer evento novo ou desconhecido gera nas pessoas um sentimento de


2 cm
ansiedade e medo. A ansiedade é a reação ao perigo ou à ameaça. Cientificamente
ansiedades imediatas ou de período curto, são definidas como reações de luta e
fuga. É assim denominada porque visa lutar ou fugir do perigo. Dessa maneia
objetiva prioritariamente proteger o organismo. No âmbito da cirurgia, não é
diferente. É possível supor que a antecipação desse evento desencadeia
sentimentos potencialmente negativos baseados na avaliação cognitiva de cada
indivíduo.

As avaliações cognitivas dependem dos dados de realidade que o indivíduo possui,


os quais são constituídos através das experiências que teve ao longo da vida, dos
significados atribuídos a estes eventos e de suas formulações sobre a cirurgia, neste
caso específico.

A maneira que o paciente percebe a ameaça, no caso a cirurgia, ou seja, o


significado que atribui a ela, é mais importante do que a própria cirurgia. A partir da
percepção, surgem comportamentos de ajuste, os quais têm como objetivo enfrentar
o estresse e a ansiedade desencadeados por este momento.

Quando um paciente recebe a notícia de que terá que se submeter a um


procedimento cirúrgico, automaticamente ficará focalizado nas implicações deste
evento em sua vida. A doença, o diagnóstico e a necessidade da cirurgia como
forma de tratamento significam que a saúde da pessoa está debilitada. Assim, o
passo seguinte é se adaptar a esse contexto de forma adequada.

3 cm
3 cm

A situação cirúrgica requer que o indivíduo se reacomode e se adapte à nova


situação.

A situação cirúrgica é complexa sendo, pois, um evento multideterminado, com


diversas variáveis combinadas que interagem constantemente entre si.

Seguindo essa linha de raciocínio, é necessária uma visão completa do fenômeno.


Existem cinco tipos de variáveis interdependentes que são observadas: as físico-
químicas, as biológicas, as psicológicas, as sociais e as culturais; cada qual com
suas características particulares.

É importante a avaliação da experiência vivida pelo paciente para favorecer a


máxima cooperação do mesmo e promover a aderência ao tratamento para que a
recuperação seja mais rápida.
2 cm
Assim, de acordo com esse enfoque todo acontecimento humano é um fenômeno
biopsicosociocultural. Sob esta ótica, o ato cirúrgico, considerado um evento deste
nível, compreende a totalidade de fatores envolvidos, desde as reações da pessoa
diante do diagnóstico, da necessidade da cirurgia, associadas ao funcionamento e à
organização do ambiente e da equipe, assim como o desenvolvimento da cirurgia,
as técnicas relacionadas, seus resultados e até a cultura em que o paciente está
inserido interfere no fenômeno como um todo.

O paciente tem que lidar com o fato de estar doente, enfrentar a situação cirúrgica, e
se reorganizar, já que existe uma ruptura em seu cotidiano. O evento cirúrgico
provoca no paciente sensação de ausência de controle. Durante o procedimento, o
paciente é manipulado pela equipe médica, caracterizando, pois, uma situação de
dependência, a qual também deve ser elaborada pela pessoa. O paciente sente-se
ameaçado, por se submeter a uma técnica invasiva.

O efeito número um da reação de ansiedade é alterar o organismo para a possível


existência do perigo. Portanto, há uma mudança automática e imediata na atenção
para verificar no ambiente, ameaças em potencial.

A hospitalização isolada causa estresse e este é ainda maior em pacientes


cirúrgicos.

O caráter estressante do acontecimento cirúrgico depende diretamente das


características da doença; sua duração, a intensidade, a gravidade, os sintomas que

3 cm
3 cm

produz, a incapacidade que gera e a possibilidade de cura por outros meios. Pode
gerar também uma dor importante, um sentimento de impotência, mudanças
permanentes nas funções corporais, insegurança e alterações na qualidade de vida.

No que se refere à qualidade de vida, esta pode ser entendida enquanto fenômeno
que se inter-relaciona com as diversas dimensões do ser humano e tem sido objeto
de inúmeros estudos na comunidade científica.

Neste sentido, a Organização Mundial de Saúde definiu qualidade de vida como a


percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e do sistema
de valores nos quais ele vive, considerando seus objetivos, expectativas, padrões e
preocupações.

A qualidade de vida influencia e é influenciada pelo status da saúde geral do


2 cm
indivíduo. Trata-se de uma relação de causa e efeito, a qual interfere na
interpretação do indivíduo sobre sua qualidade de vida.

Dessa forma, o evento cirúrgico e suas implicações têm relação direta com a
percepção da qualidade de vida de uma pessoa. Sendo assim, tudo o que estiver
ligado à cirurgia, causará mudanças na dinâmica do paciente.

Toda e qualquer intervenção cirúrgica é uma situação crítica que expõe o indivíduo a
um estresse físico e emocional. Desperta componentes pessoais complexos que se
manifestam em emoções, fantasias, atitudes e comportamentos que prejudicam o
desenvolvimento da prática médica.

Os estressores mais significativos dentro da situação cirúrgica, de acordo com


Méndez, Ortigosa e Pedroche (1996) são: o diagnóstico, a doença, a dor, a
hospitalização, os procedimentos médicos, o temor de não despertar da anestesia,
as consequências da cirurgia, a perda da autonomia e a morte. Estes geram medos
bem específicos.

Suporte pré-operatório e intervenções complementares durante a reabilitação


maximizem a qualidade de vida do indivíduo.

Também se ressalta a importância de uma intervenção psicológica em casos


cirúrgicos, já que contribuem para a manutenção da qualidade de vida do paciente.

3 cm
3 cm

Gil, Gibbons, Jeneson, Hopkins e von Gruenigen (2007) acrescentam que para
aumentar o nível de qualidade de vida, as variáveis que permeiam o diagnóstico, o
tratamento e o prognóstico devem ser abordadas e trabalhados. Acrescentam anda
que existe uma correlação positiva entre bem-estar físico e mental.

Para que o estresse pré-cirúrgico seja reduzido, o método mais comum e mais
utilizado é a preparação psicológica, em que são fornecidos dados sobre o
procedimento e sobre o comportamento a ser adotado. Intervenções psicológicas e
educacionais tão se tornando cada vez mais importantes. Fazem parte do
enfrentamento da situação cirúrgica.

Ao antecipar o ato cirúrgico, com todas as particularidades já mencionadas, é muito


comum o paciente experimentar o sentimento de ansiedade. Diante da intervenção
2 cm o paciente tem necessidade de saber e entender o que acontece e o que
cirúrgica
vai acontecer com ele. Esta é considerada uma ansiedade funcional porque pode
possibilitar reflexão, debate e busca de conhecimento.

A prática clínica e o contato com os pacientes permitem a definição de que a


ansiedade se caracteriza por ser um estado emocional subjetivo, direcionada para o
futuro, que gera desconforto somático subjetivo, bem como alterações somáticas
manifestas.

Existe um nível de ansiedade considerado normal e positivo. São reações próprias


da personalidade e sua presença não representa nenhum estado excepcional da
pessoa, pelo contrário, são parte do funcionamento natural de cada um, pois atua
como uma força motivadora de todas as condutas e comportamentos das pessoas.
Esse tipo de ansiedade faz com que o indivíduo busque coisas, movimenta a vida
das pessoas, as deixa alerta.

Porém, existe um limite. Até este ponto, a ansiedade mobiliza esses aspectos
positivos e necessários mencionados anteriormente; ultrapassando esse tênue
limite, a ansiedade passa a ser extremamente prejudicial ao indivíduo. O seu efeito
passa a ser limitador. Impede que o indivíduo realize as coisas. É acompanhada por
reações fisiológicas características, tais como: taquicardia, hiperventilação, aumento
da pressão arterial, sudorese, tremor etc.; além de reações cognitivas, tais como
alteração do fluxo de pensamentos, ausências (branco) etc., e reações
comportamentais, nas quais o indivíduo inicia uma série de atividades e não

3 cm
3 cm

consegue terminá-las, quando o indivíduo demonstra intensa agitação psicomotora,


ou ainda quando paralisa e não consegue prosseguir suas atividades.

Não há dúvidas que a neuroendocrinologia das emoções tem correlação estreita


com a percepção clínica da ansiedade e do estresse, além das mudanças
fisiológicas que se tornam detectáveis. A ansiedade é comumente e facilmente
observada no paciente diante do ato cirúrgico. Este passa a ter condutas
contraproducentes que dificultam o desenvolvimento do processo operatório. Daí a
importância de uma intervenção.

o aumento do nível da ansiedade coincide com a proximidade da cirurgia,


caracterizando a ansiedade situacional. Os níveis de ansiedade dependem também
do ´locus´ de controle, ou seja, os tipos de variáveis que podem determinar a
2 cm
ansiedade, as quais se alteram de indivíduo para indivíduo.Acrescentam que as
variáveis podem ser determinadas por características demográficas, a história clínica
do paciente, variáveis da personalidade, tipo de funcionamento psicológico,
cognitivo, afetivo e interacional, a relação médico-paciente e a própria experiência
de hospitalização.

É importante identificá-las para que sejam manejadas adequadamente.

Platas (1990) diferencia três tipos de ansiedades básicas presentes ao longo da


situação da cirurgia.

A primeira é a ansiedade confusional e é referente ao período pré-operatório. Existe


uma desestruturação do paciente, um desequilíbrio como consequência da
confusão. O paciente fica indeciso, vacilante, descoordenado etc. Existem alguns
comportamentos que podem ajudar a enfrentar esta fase; são eles: ordenar,
classificar, perguntar, entender, refletir, planejar, programar e controlar. Nesta etapa
o ato cirúrgico em si tem um peso relativamente pequeno. É importante que o
profissional forneça explicações breves de forma sensível, assim como proposto na
intervenção de psicoprofilaxia.

Na fase seguinte o paciente experimenta a ansiedade paranóide. Existe uma


ameaça de desestruturação por um ataque externo. As manifestações comuns são o
medo, a desconfiança, o temor, e inclusive uma paralisação por pânico, uma
ansiedade muito intensa. Como condutas niveladoras: a prevenção, a cautela, a

3 cm
3 cm

indagação, a escuta e o contra-ataque. O ato cirúrgico nesta etapa tem papel


central. É a característica do período operatório. Tende a decair se a equipe tem um
bom vínculo com o paciente.

O período pós-operatório imediato, na sala de recuperação da anestesia, é um


período em que o indivíduo fica vulnerável e bastante instável com capacidade
psicológica adaptativa alterada, já que como consequência do procedimento
anestésico, o processo de questionamento e busca de dados que orientam a
avaliação cognitiva fica modificado; assim, medos e incertezas tendem a aumentar.

A ansiedade seguinte é a depressiva, pois existe uma ameaça de desestruturação.


As manifestações mais comuns são: tristeza, aborrecimento, fadiga, insônia,
impotência e euforia. Para nivelar tais manifestações, criar, trabalhar, ler,
2 cm
estabelecer relações sociais, comer, beber, dormir, estudar e se divertir são os
comportamentos mais indicados ao paciente. Neste período a incidência do ato
cirúrgico no psiquismo aumenta. O nível vai diminuindo lentamente conforme s
recuperação e a elaboração do evento cirúrgico.

Uma dessas fases predomina sobre as outras e por consequência, demandam tipos
diferentes de intervenção e manejo. O profissional deve identificar qual a
necessidade maior do paciente e atuar para que minimize os efeitos da fase
predominante.

Para identificar em que fase está o paciente, Platas (1990) descreve atitudes e
comportamentos clássicos dos pacientes a serem observados e identificados para
uma atuação profissional mais adequada.

Perguntas em excesso e repetidas sobre detalhes técnicos da intervenção,


dificuldades de compreensão da situação, sinais de desorientação espacial e/ou
temporal, ou alterações da fala e insistência por garantir o prestígio da equipe,
caracterizam o predomínio da ansiedade confusional.

Os indicativos do predomínio da ansiedade paranóide são: um tom agressivo,


perguntas desafiadoras, intenção de aproximação e curiosidade por aspectos
pessoais e afetivos da vida dos membros da equipe, excesso de reclamações,
questionamentos, protestos e ameaças, tendência a verificar repetidamente o

3 cm
3 cm

diagnóstico e confrontá-lo com diferentes profissionais, idealização, estabelecimento


de um vínculo de adoração com um ou mais membros da equipe.

Já os comportamentos comuns do paciente com predomínio da ansiedade


depressiva são os seguintes: euforia, excesso de otimismo, logorréia, e abuso de
humor, tristeza acentuada, anorexia, insônia, choro intenso, autoabandono,
insistência por estabelecer vínculos afetivos com algum membro da equipe e
tendência a maximizar a importância da cirurgia.

A seguir, são apresentados os desencadeantes, que são situações e/ ou


circunstâncias que favorecem o aparecimento de um ou outro tipo de ansiedade,
mais comuns de cada etapa. Os primeiros se referem à ansiedade confusional:
medidas de emergência, mudança de planos, terminologia excessivamente técnica,
2 cm no número de pessoas da equipe, as mudanças de pessoal da equipe,
exagero
muitas prescrições medicamentosas e/ou troca de uma por outras e a complexidade
do instrumental cirúrgico.

Os desencadeantes da ansiedade paranóide: todas as medidas que impliquem


sofrimento e dor física, roupas cirúrgicas, entrevistas aos familiares dos pacientes
sem conhecimento do paciente, atitudes autoritárias e excessivamente rígidas, a
imobilização física e uso abusivo de sedativos.

O manejo da dor é significativamente favorável. Um trabalho psicológico pré-


cirúrgico tem sido considerado importante. Sentimentos negativos existentes nesta
etapa, podem prejudicar o enfrentamento do paciente, culmimando com o
comprometimento de sua recuperação.

Por fim, a ansiedade depressiva tem como desencadeantes a anestesia geral, a


prostração e as indicações de repouso, a presença de flores, imagens e altares no
quarto, falta de cores na decoração, geram despersonalização e alteram o humor do
paciente, presença de religiosos, dietas alimentares muito rígidas, outros doentes
dividindo o mesmo quarto, muitas pessoas no quarto ou a proibição de visitas.

Essa ansiedade se alterna com a sensação de medo e estresse. O estresse


promove mudanças biológicas e fisiológicas, e por sua ação funcional pode

3 cm
3 cm

converter-se num fator de risco diante do procedimento cirúrgico, complicando seus


resultados e comprometendo a recuperação pós-operatória.

Mostraram que o estresse e a ansiedade pré-cirúrgica aumentam os tempos de


recuperação; são obstáculos contraproducentes na reabilitação do paciente.

Foi demonstrado que quanto maior o nível de estresse de um paciente antes da


cirurgia, maior é a demora do processo de cicatrização, maior a debilidade do
sistema imunológico e pode mostrar-se pouco colaborador com os procedimentos
médicos.

O nível de estresse pós-operatório se agrava se o paciente tem em sua história


pessoal, experiência de temor ou fobia diante de enfermidades. A incidência
depende também do momento atual do paciente. É um momento de crise, e como
2 cm
tal gera instabilidade. Para enfrentar isso o indivíduo necessita se adaptar à sua
nova realidade, tarefa essa realizada pela equipe de psicologia, através da
Psicoprofilaxia Cirúrgica, cujos benefícios já explorados anteriormente.

Diante da ansiedade causada pela situação cirúrgica, intervenção baseada na


formação e na educação sobre a doença e suas implicações, assim como o
tratamento proporciona um suporte emocional significativo.

A Psicoprofilaxia Cirúrgica surge para amenizar o impacto provocado pela cirurgia


no psiquismo do paciente. É um tipo de intervenção que prepara o paciente para
lidar com o evento cirúrgico através de técnicas de enfrentamento. É importante,
para o profissional que trabalha com psicoprofilaxia cirúrgica, levar em consideração
que o paciente ocupa uma posição vulnerável.

Dessa maneira, fornecer suporte psicológico e social, é uma importante ajuda para o
enfrentamento da cirurgia. Proporciona adaptação emocional e interpessoal.

Intervenções psicológicas pré-operatórias proporcionam melhora na qualidade de


vida do paciente, já que diminui riscos de depressão, diminui grau de ansiedade e
aumentam o sentimento de bem-estar mental do indivíduo. É uma maneira que o
paciente tem para lidar melhor com a situação em que se encontra.

Destaca que a exploração dos fatores desencadeantes, diante da iminência da


cirurgia, é relevante para que o psiquismo da pessoa reaja frente ao estressor. As

3 cm
3 cm

características de personalidade do paciente, produto de sua história evolutiva são


determinantes.

Concluindo que o uso de técnicas é eficiente na redução do estresse. As diferenças


são significantes já que melhoram o estado emocional geral do paciente. Isso
acontece porque o paciente passa a ter controle de seus sentimentos e por
consequência, da situação em que se encontra.

O autor sugere que o profissional transmita o conteúdo da informação ao paciente


começando do mais simples e esquemático até o mais completo e detalhado,
subdividindo cada segmento de informação em sessões diferentes e progressivas.

O profissional
2 cm com essa consciência, de abordar o paciente como um todo, tem mais
probabilidade de atingir a eficácia em sua intervenção.

Além dos aspectos levantados, a Autora destaca a importância de avaliar a


vulnerabilidade do sujeito, através da observação da maneira que recebem a notícia
da necessidade da cirurgia e a localização anatômica da mesma.

Rinaldi (2001) descreve vulnerabilidade como fundamentalmente psicológica, de


caráter preditivo que permite prever o nível de diminuição dos recursos psicológicos,
que poderiam predispor a aparição de transtornos ou futuras enfermidades.

Em síntese, a psicoprofilaxia cirúrgica é uma alternativa que ajuda o paciente a


enfrentar e aliviar sintomas e problemas específicos derivados da situação da
intervenção cirúrgica e o prepara emocionalmente para a tal situação. Permite,
ainda, detectar traumas produzidos por ocasião da intervenção cirúrgica, como
também prevenir e diminuir os efeitos dos estressores da situação. Por fim, o
processo preventivo serve como diagnóstico e prognóstico através da avaliação da
vulnerabilidade do indivíduo.

A Psicopofilaxia Cirúrgica trata-se de uma nova modalidade que surge para facilitar
o processo da hospitalização e da cirurgia, assim como potencializar os recursos
dos pacientes para enfrentar o impacto da cirurgia.

Submeter-se a uma intervenção cirúrgica gera alterações significativas,


desequilíbrios psicológicos que podem dificultar o período pós-operatório. Antes e

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3 cm

depois da cirurgia é importante consultar um psicólogo para diminuir a ansiedade e


racionalizar o temor que toda cirurgia desencadeia.

9. REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS:

McAuliffe, M. S; Henry, B (1996). “Países onde a anestesia é administrada por


enfermeiras”. AANA Journal . 64 (5): 469–79. PMID 9124030 .
McAuliffe,
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and Regulation. Recuperado em 23 de maio de 2007, emhttp://ifna-
int.org/ifna/e107_files/downloads/Practice.pdf
Federação Internacional de Enfermeiros Anestesistas (2007). Sobre IFNA
...Recuperado em 23 de maio de 2007, emhttp://ifna-int.org/ifna/page.php?16
"Certified Registered Nurse Anesthetists (CRNAs) - Department of Anesthesiology" .
anesthesiology.weill.cornell.edu .
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(Trabalho apresentado no Congresso de Salus Mental de La Ciudad de Buenos
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3 cm
3 cm

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2 cm

3 cm

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