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VENTILAÇÃO MECÂNICA

INVASIVA E NÃO INVASIVA


Dra. Marilia Maia
Fisioterapeuta Intensivista
VENTILAÇÃO
MECÂNICA (VM)
Definido como um dispositivo automático conectado às vias aéreas com o objetivo de
aumentar ou prover a ventilação do paciente, utilizando a técnica da pressão positiva para
impor o fluxo de gás ao paciente.

✓ Em 1543 Andreas Vesalius


descreveu pela primeira vez a VM
✓ Em 1667 Robert Hook ventilou um
cachorro com fole e mostrou a
importância da VM
✓ Em 1864, Alfred Jones apresentou
o primeiro protótipo para humanos.
✓ Em 1876, Alfred Woillez.
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HISTÓRIA

Em 1929, Drinker e Shaw


introduziram o primeiro
pulmão de aço a ser utilizado
em VM prolongada. As
alterações na pressão do
reservatório eram geradas
por um ventilador rotativo
sob impulsão elétrica.
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HISTÓRIA

ASSISTÊNCIA DA ENFERMAGEM 2º GUERRA MUNDIAL

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HISTÓRIA
1936 – Com as diversas dificuldades encontradas no “Pulmão de
Aço” (banho, imobilização, tosse, medicação, complicações
infecciosas), foi criada uma adaptação chamada de couraça que
envolvia somente o tórax do paciente.

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HISTÓRIA
1952 – Epidemia de poliomielite na Dinamarca.
✓ Maior hospital tinha 1 Emerson e 1 de Couraça, 50
pessoas eram admitidas por dia → Mortalidade em 87%.
✓ Anestesista Bjorn Ibsen sugeriu traqueostomia e VM com
pressão positiva (1500 estudantes foram recrutados).

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HISTÓRIA
1951 – Dr. Forrest Bird apresenta o primeiro VM com pressão
positiva acionado por magnetos, chamado BIRD MARK 7.

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HISTÓRIA
DÉCADA DE 70
Morch, Emerson e Engstrom – VM Controlado a Volume
Relação1:2
Sem sensibilidade
Sem monitor
Sem alarmes
Sem ajustes

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HISTÓRIA
DÉCADA DE 80
Puritan Bennett MA-1, Ohio 560 e Servo 900 - Controlados a
volume e intermitente.
Sensibilidade por pressão
Monitor de volume
Alarmes básicos

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HISTÓRIA
DÉCADA DE 80 - 90
Controlado por pressão, microporcessados: Puritan Bennett
7200, the Bear 1000, the Servo 300, and the Hamilton Veolar.
✓ Sensibilidade por fluxo, modalidades, monitor e alarmes

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HISTÓRIA
1950
PULMÃO
DE AÇO
1960 – VM
BIRD
MARK 7
1970 – VM BENNETI
– VOLUMÉTRICO

1980 – VM –
MICROPROCESSADORES

1990 – VÁLVULAS
MECATRÔNICAS

2000 – MONITORIZAÇÃO VENTILATÓRIA


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TIPOS DE VM

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VENTILADOR
MECÂNICO DE
TRANSPORTE

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[...] Conforme descrito, a
intubação endotraqueal está
prevista como procedimento
médico, cabendo ao
enfermeiro a utilização dos
dispositivos extraglóticos
conforme disponibilidade da
instituição ou uso dos
dispositivos bolsa válvula-
máscara em situações de
insuficiência respiratória ou
mesmo PCR.
TIPOS DE TUBO

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INTUBAÇÃO – MÁSCARA LARÍNGEA

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INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL

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INTUBAÇÃO NASOTRAQUEAL

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CRICOTIREOIDOSTOMIA

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TRAQUEOSTOMIA

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CLICO VENTILATÓRIO

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VOLUMES E CAPACIDADES PULMONARES

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DISTRIBUIÇÃO DA RELAÇÃO VENTILAÇÃO/PERFUSÃO
A quantidade de O2 trazida pela ventilação e a quantidade que é removida
pelo sangue capilar produz o equilíbrio. Por conseguinte, no ápice do pulmão, a
pressão parcial de oxigênio no sangue arterial (PaO2) é maior que na base, já que,
no ápice, a ventilação é superior à perfusão

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MECÂNICA VENTILATÓRIA
• Interdependência alveolar
• Complacência estática e dinâmica
• Resistência pulmonar
• Tensão Superficial
• Surfactante pulmonar
• Distribuição da resistência nas vias respiratórias
• Pressão transmural no mecanismo de dilatação e compressão
de via respiratória
• Colapso da via respiratória: a taxa de fluxo expiratório forçado
torna-se independente do esforço

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VENTILADOR - PACIENTE

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MECANISMO

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MODOS VENTILATÓRIOS
CLICOS: Controlados, Assistidos e Espontâneos.

VCV – Ventilação controlada a volume


PCV – Ventilação controlada a pressão
PRVC – Ventilação com pressão regulada e volume controlado.
SIMV – Ventilação mandatória intermitente sincronizada
PSV – Ventilação com suporte pressórico

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MODOS VENTILATÓRIOS

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O QUE QUEREMOS:
GASOMETRIA
ARTERIAL

32
ANALISE
GASOMÉTRICA

33
ANALISE
GASOMÉTRICA

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INÍCIO DA VENTILAÇÃO MECÂNICA
• Avaliar hipótese diagnóstica;
• Checar exames laboratoriais e de imagem;
• Checar altura e peso ideal;
• Calcular parâmetros ideias;
• Parâmetros ventilatórios iniciais;
• Solicitar gasometria após 1h do início da VM para ajustar parâmetros
ventilatórios finos;
• Checar Cuff (25-30cmH2O);
• Monitorar Mecânica ventilatórios e SSVV.

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PRINCIPAIS AJUSTES DO VM
• Modalidade ventilatória
• Fluxo e/ou pressão e/ou volume
• FIO2
• Frequência respiratória
• PEEP
• Tempo inspiratório (I)
• Tempo expiratório (E)
• Relação I:E
• Pausa inspiratória
• Sensibilidade: esforço do paciente pra deflagrar um novo ciclo, por
pressão ou por fluxo 36
VENTILAÇÃO MECÂNICA
NÃO INVASIVA
É o suporte ventilatório aplicado a pacientes sem o uso de
prótese endotraqueal. Ela evita potenciais complicações da
ventilação mecânica invasiva.

✓ 1930, surgiram trabalhos que relatavam os


benefícios do uso da ventilação com pressão
positiva, oferecida através de uma máscara, para
pacientes com insuficiência respiratória de
variadas etiologias

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QUAL A DIFERENÇA ENTRE A
VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA E
NÃO-INVASIVA (VNI)?

✓ Ausência de procedimentos extras e que possam ser


incômodos ao paciente
✓ Sem sedação
✓ Melhor aceitação
✓ Auxilia na respiração durante apneias do sono.

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APARELHOS

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MODALIDADES

• BI-LEVEL → Pressão positiva em vias aéreas em dois níveis


• CPAP → Pressão positiva em vias aéreas em dois níveis

• VG-70
NIV-T
NIV-ST
CPAP

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INTERFACES

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INDICAÇÕES

43
CONTR
AINDIC
AÇÕES

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PREDITORES DE SUCESSO DA VNI

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VANTAGENS X DESVANTAGENS
VANTAGENS DESVANTAGENS
• Maior conforto com menores doses de • Necessidade de colaboração
sedativos, facilidade de instalação e
• Estabilidade hemodinâmica
remoção, preservação da fala e deglutição.
• Tempo maior de ventilação para que ocorra a
• Eliminação das lesões mecânicas das vias correção dos distúrbios nas trocas gasosas.
aéreas, eliminação do componente resistivo
imposto pela cânula traqueal e redução na
necessidade de intubação.
• A VNI reduz a incidência de pneumonia
associada a ventilação mecânica, tempo de
internação, custos e mortalidade em
pacientes com insuficiência respiratória
hipercápnica e em pacientes
imunossuprimidos com insuficiência
respiratória hipoxêmica.
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COMPLICAÇÕES
• Intubação de emergência
• Distensão abdominal
• Vômitos
• Aspiração
• Lesões da face
• Congestão nasal
• Rinorreia
• Epistaxe
• Úlcera de córnea
• Claustrofobia. 47
PROFILÁTICA

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APLICAÇÃO

49
APLICAÇÃO

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EAP – CARDIOGÊNICO E NÃO CARDIOGÊNICO

• CARDIOGÊNICO • NÃO CARDIOGÊNICA


ISQUÊMIA CARDÍACA SDRA
DESCOMPENSAÇÃO DA INSUFICIÊNCIA PNM
CARDÍACA SEPSE
DISFUNÇÃO DA VALVA AÓRTICA OU MITRAL ASPIRAÇÃO DE CONTEÚDO GASTRICO
SOBRECARGA DE VOLUME
GRANDES TRAUMAS COM NECESSIDADE
SINAIS: DISPNEIA NOTURNA, ORTOPNEIA, DE HEMOTRANSFUSÃO
PRESENÇA DE B3 EM GALOPE E INTOXICAÇÃO COM OPIÓIDES
TURGÊNCIA DE JUGULAR
SINAIS
ELMOTERAPIA
ESTUDO DE CASO 1
● Sr. Alberto tem 61 anos, bancário, queixando-se de mal-estar geral, febre (38,4oC), adinamia e tosse
seca há dois dias. Tem HAS e diabetes, sob tratamento e compensadas. Não fumante. Vacinado para
influenza H1N1.
● Procura UPA devido a cansaço para realizar pequenas atividades, como caminhar dentro de casa. Na
entrada foi triado como suspeito de estar acometido pela COVID-19. Foi coletada amostra de secreção
respiratória para pesquisa do Coronavírus (SARS-CoV-2).
● Médico, usando EPI adequado, o examina. PA:145x90mmHg, FC:112ppm, Temp.:38oC, SpO2:87% em ar
ambiente, f:33rpm, uso de musculatura acessória (esternocleidomastoideo), sem cianose. AP: MV um
pouco reduzido bilateralmente.
● O médico solicitou exames gerais (incluindo gasometria arterial e marcadores inflamatórios), raio-X
de tórax e TC, e de imediato prescreveu oxigenoterapia com máscara de reservatório 10l/min.
● Após 30 min a SpO2 era de 90% com a gasometria revelando pH: 7,45, PaCO2: 35mmHg PaO2:
58mmHg, BE: 22mmHg, SaO2:89%, BE:0. A dispneia persistia com f: 30rpm.

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1. Qual o diagnóstico ou
diagnósticos mais prováveis?
Atente aos critérios clínicos e
radiológicos que possam
levar ao possível diagnóstico.
2.Quais desses critérios levam
a pensar no possível
diagnóstico de COVID 19?
3.Que exames você pediria
para confirmar o
diagnóstico?
4.Qual seria a melhor conduta
nesse caso?

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ESTUDO DE CASO 2
• Paciente J.M.S, 71 anos, feminino, dá entrada na emergência hospitalar com queixa de
dispneia. Acompanhante refere que algumas horas antes a paciente ficou mais quieta e
sem querer conversar.
• Relata que há uma semana estava tossindo, com três episódios de febre, e que fez uso de
anti inflamatório sem prescrição médica. Há três dias, refere tosse incessante, de início
seca que evoluiu para produtiva e de coloração rósea, “dificuldade para respirar” ao
deitar e coloração arroxeada em extremidades de membros inferiores.
• Ao ser questionada sobre patologias prévias, refere diabetes mellitus com falha na adesão
ao tratamento e hipertensão arterial sistêmica, ambas diagnosticadas há quatro anos.
Refere tabagismo e alcoolismo de longa data.
• Ausculta pulmonar com presença de estertores crepitantes em ⅔ inferiores
bilateralmente e sibilos. Exame cardiovascular demonstrou desvio de ictus cordis para a
esquerda, turgência jugular e presença de terceira bulha no foco mitral. Saturando 87%
em ar ambiente. PA= 136 x 98 mmHg.
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1.Quais informações do caso
sugerem que a paciente tenha
edema agudo de pulmão?
2.Quais as grupos de doença de
risco para o desenvolvimento
dessa doença?
3.Como diferenciar edema
pulmonar de origem cardiogênica
e não cardiogênica?
4.Qual o manejo respiratório
do paciente na emergência?
5.Quais parâmetros usados na VM?

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REFERENCIAS

• Jorge Luis dos Santos Valiatti, José Luiz Gomes do Amaral, Luiz Fernando dos Reis Falcão.Ventilação mecânica :
fundamentos e prática clínica. 1. ed. Rio de Janeiro : Roca, 2016.
• Lenique F, Habis M, Lofaso F, et al. Ventilatory and hemodynamic effects of continuous positive airway pressure in justify
heart failure. Am J Resp Crit Care Med 1997;155(2):500-5.
• Restrição legal do procedimento de intubação endotraqueal pelo Enfermeiro. PARECER COREN-SP 020/2021.
Disponível em: https://portal.coren-sp.gov.br/wp-content/uploads/2021/10/PARECER_020_2021_Intubacao_
Orotraqueal.pdf.
• SANTOS, Lenon Barros et al. Ventilação mecânica: uma revisão narrativa e histórica da literatura. Brazilian
Journal of Health Review, v. 6, n. 2, p. 7388-7400, 2023.
• SCHETTINO, Guilherme PP et al.Ventilação mecânica não-invasiva com pressão positiva. Revista Brasileira de Terapia
Intensiva, v. 19, p. 245-257, 2007.

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OBRIGADO
Dra. Marilia Maia
INTENSIVISTA

mariliasoaresduarte@gmail.com

+55 (85) 98668-2886

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