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VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA

PARÂMETROS DO VENTILADOR aquando do início do estímulo ventilatório. Entre estes


Fração inspirada de oxigénio (FiO2) ciclos o doente pode respirar espontaneamente através do
Oxigénio no ar inspirado. mecanismo fisiológico.
A oxigenação deve ser programada com base na situação
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO – ENTUBAÇÃO
clínica do doente, garantindo de forma geral uma PaO2≥60
DIFÍCIL
mmHg a que corresponde uma SpO2 ≥ 88%.
CLASSIFICAÇÃO MALLAMPATI
Volume corrente (VC) • Grau I: visualização do palato mole, úvula, amígdalas,
Para selecionar o VC tem de se considerar o peso pilares amigdalinos anteriores e posteriores.
corporal ideal (calculado pela altura e género). O VC de • Grau II: visualização do palato mole, amígdalas e úvula.
referência é 6-8ml/Kg do peso ideal. • Grau III: visualização do palato mole e da base da
úvula.
Pressão positiva no final da expiração (PEEP) • Grau IV: o palato mole não é visível
Pressão alveolar que permanece no final da expiração; (III e IV – entubação difícil)
impede o colapso dos alvéolos pulmonares e mantem
permeáveis as vias aéreas de menor calibre. Os valores
podem ser programados entre 2,5-10 cmH2O. O valor de
referência é de cerca de 5cmH2O (fisiológico). Em
situações de ARDS podem ser usados valores superiores e
de valores de 0 cmH2O em casos de fistulas OTIMIZAÇÃO DO TET
broncopleurais. - Verificar funcionalidade do cuff antes da IOT
Após intubação:
Relação I:E
 Verificar o nível do TET na comissura labial (sempre
A relação do tempo inspiratório e expiratório. A
que se manipula o doente)
programação normal é entre 1:2 a 1:1.5 para que a duração
 Verificar permeabilidade do TET
do tempo expiratório seja suficiente para exalar o volume
 Manter a pressão do cuff – avaliação cuffómetro <30
de ar inspirado.
cmH2O
Sensibilidade (Disparo/Triggers)  Manter alinhamento horizontal da traqueia-harmónio e
Sensibilidade do ventilador para detetar o esforço do filtro humidificador (para impedir retorno de água)
doente para disparar uma inspiração assistida. O trigger de
COMPLICAÇÕES VMI
pressão é programado para valores de -20cm H2O(esforço
LESÃO PULMONAR INDUZIDA PELO
máximo) e 0cmH2O (esforço nulo).
VENTILADOR
Frequência respiratória FUGA
Nos modos mandatórios, ajustada para 14-16 cpm. A - Pressão excessiva nos alvéolos (barotrauma)
redução do volume corrente implica o aumento da - Volume excessivo nos alvéolos (Volumotrauma)
frequência programada - Cisalhamento (atelectrauma)
Ventilação Controlada (VC) BIOTRAUMA
Não considera o esforço ventilatório do doente. O ar é - Resposta imunoinflamatória
insuflado a um volume corrente e a uma frequência - Lesão pulmonar aguda
respiratória programadas. Utilizado em doentes com
COMPROMISSO CARDIOVASCULAR
sedação induzida e curarização (bloqueio neuromuscular;
- A ventilação com pressão positiva aumenta a pressão
musculatura lisa), disfunção do SNC, paralisia ou trauma
intratorácica, o que diminui o retorno venoso ao lado
torácico. Corresponde a uma substituição mecânica
direito do coração
ventilatória completa.
- O compromisso do retorno venoso diminui a pré-carga,
Volume Assistido/Controlado (VA/VC) o que resulta em diminuição do débito cardíaco
Controlo do volume corrente e ciclagem por tempo em - A ventilação com pressão positiva compromete o
que há alternância entre ciclos assistidos e ciclos retorno venoso cerebral
controlados, caso haja atividade inspiratória espontânea
DISTÚRBIOS GASTROINTESTINAIS
para ativar o trigger. A FR é programada mas pode
- Distensão gástrica por fugas de ar ao redor do cuff
aumentar consoante a respiração do doente. O tempo
- Vómitos por estimulação faríngea pela via aérea
inspiratório é fixo, mas se aumentar a FR, o tempo
artificial
expiratório diminui, podendo ocorrer hiperventilação.
- Hipomotilidade e obstipação em consequência da
Pressão Assistida/Controlada (PA/PC) imobilidade e da administração de analgésicos, sedativos e
Semelhante ao modo volume A/C mas em que o volume paralisantes
corrente é distribuído por uma pressão pré-programada. O CUIDADOS:
volume corrente é variável. • Otimizar a insuflação do cuff
Pressão de Suporte (PS) • Se necessário colocar SNG

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Existe uma pressão pré-definida que assiste a ventilação DESSINCRONIA DOENTE-VENTILADOR
espontânea. O trigger é desencadeado pelo esforço - Pode resultar numa diminuição da eficácia da ventilação
inspiratório do doente até ser atingido um fluxo mecânica, no desenvolvimento de auto -PEEP e angústia
inspiratório mínimo. do doente - “lutar contra o ventilador”
Ventilação Mandatória Intermitente Sincronizada
Permite ao doente respirar espontaneamente entre um
número pré-definido de ventilações assistidas/controladas.
O volume corrente de ar e a FR são programados de forma
a fornecer ao doente o ciclo controlado

CUIDADOS:
• Avaliação contínua do doente
• Ajuste do ventilador para acomodar o padrão
respiratório espontâneo
• Administração de terapêutica: sedação ou curarização
PNEUMONIA
- Após a colocação de via aérea artificial verifica-se um
elevado potencial para a ocorrência de pneumonia, o TET
impede ou compromete os mecanismos de defesa normais
dos pulmões
- Contaminação da via aérea inferior ocorre em 24 horas
CUIDADOS:
• Elevação da cabeceira a 30º - 45º
• Aspiração de secreções com técnica asséptica
• Proceder a higiene oral com clorexidina
• Mudar circuitos, filtros humidificadores de acordo
com protocolos
• Assegurar ausência de líquido no filtro e circuitos
• Manter a pressão adequada do cuff
DESMAME VENTILATÓRIO
- Remoção gradual do ventilador mecânico e
restabelecimento da respiração espontânea
- Avaliar a capacidade do doente para iniciar o desmame:
• Estado de consciência
• Estabilidade fisiológica e hemodinâmica
• Adequação da oxigenação e da ventilação
• Capacidade de respirar espontaneamente e o padrão
e frequência
• Força muscular
• Capacidade para tossir e expelir secreções
MODOS DE DESMAME
• Alternância de períodos de suporte ventilatório
(habitualmente ventilação controlada por pressão continua
OU assistida/controlado) com períodos de respiração
espontânea
• VNI
• Extubação
CUIDADOS COM O DOENTE NA PREPARAÇÃO
PARA A EXTUBAÇÃO
- Posicionamento em semi-fowler
- Explicar o procedimento ao doente
- Proceder à aspiração de secreções do TET
- Vigiar sinais de esforço/cansaço respiratório: taquipneia,
baixa saturação de oxigénio, esforço músculos respiratório,
palidez, cansaço, sudorese, taquicardia, hipertensão
/hipotensão
NOTA| EXTUBAÇÃO
• se doente hemodinamicamente estável

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• com tolerância à ventilação espontânea pelo menos há
duas horas

CUIDADOS COM O DOENTE DURANTE A


EXTUBAÇÃO
• Posicionamento em semi-fowler
• Explicar o procedimento ao doente
• Proceder à aspiração de secreções do TET e orofaringe
• Manter aspiração funcionante
• Assegurar fonte de oxigénio
• Desinsuflar o cuff
• Solicitar ao doente para tossir ao mesmo tempo que se
retira o tubo com a aspiração funcionante
• Colocar máscara para oxigenoterapia ou VNI
• Vigiar sinais de dificuldade respiratória

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