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Salvador, 2019
SUMÁRIO
Detecção da mentira
Prefácio
Sobre o Especialista
Contatos:
Agradecimentos
A Mentira
1.1
A Definição
1.2
Omissão e Falsificação
1.3
Sorriso – A Máscara
1.4
Outras Formas da Mentira
1.5
Pistas para Detecção
Pistas do Engano
1.6
Medo de Ser Pego (Detection Apprenhesion)
1.7
Fatores Influenciadores
1.8
Deception Guilt – Culpa por ter mentido
1.9
Deception Guilt Vs Detection Apprehension
1.10
Vergonha e Culpa
1.11
As Palavras
1.12
O Corpo
1.13
Emblemas
1.14
Ilustradores
1.15
Ilustradores Vs Emblemas
1.16
Manipuladores
1.17
A Face
1.17.1
A Mentira através da Face
1.17.2
Obstáculos para o reconhecimento do gerenciamento facial
1.17.3
Pistas acerca da Leakage e Deception Clues
1.17.4
Morfologia
1.17.5
Tempo e Localização
1.17.6
Oito Estilos de Representação Facial
1.18
Idiossincrasia: Brokaw Hazard
1.19
Indução ao erro: Othelo Error
1.20
Voz
1.21
Outros Sinais
Detecção da Mentira:
1.22
Pistas da Face
1.23
Os Olhos
1.24
Sistema Nervoso Central
1.25
Tempo
1.26
Localização
Perigos e Precauções
1.27
Primeiros Encontros
Auto Engano
Familiaridade – Perigos
Avanços Tecnológicos
Palavras do Especialista
Escaneando a Mentira
Referências:
Prefácio
O presente material tem como base 50 anos de pesquisa
acerca das emoções, linguagem corporal e detecção da
mentira, no qual possui como alicerçe três principais livros
ao qual a leitura é recomendada para aprofundamento
sobre a Mentira, sendo eles: Telling Lies – Clues to Deceit in
the Marketplace, Politics, and Marriage escrito por Paul
Ekman; LIESPOTTING – Proven Techniques to Detect
Deception escrito por Pamela Meyer e Unmasking the Social
Engineer: The Human Element fo Security, escrito por
Christopher Hadnagy, Paul F. Kelly (Editor) e o prefácio
escrito por Paul Ekman.
Aa parte denominada “Referências” encontrada ao final do
material, que se encontra na formatação da APA (American
Psychological Association), possui artigos que subsidiaram a
contrução do presente material e servem como
recomendação de leitura, assim como os livros acima
citados.
Sobre o Especialista
Contatos:
Email:
psiveloso@gmail.com
Facebook:
https://www.facebook.com/ZygomaticVeloso/
Linkedin:
https://www.linkedin.com/in/tain%C3%A3-veloso-
b15b994a/
Agradecimentos
A caminhada foi longa e trabalhosa ao longo desses 10 anos
de pesquisa e especialização sobre o reconhecimento de
microexpressões faciais, assunto esse que na época era
pouco conhecido, na época apenas pelo seriado Lie to Me,
mas sem nenhum norte que me guiasse para
aprofundamento na área. Eis que aqui a minha caminhada
começou a ser acompanhada por colegas de faculdade que
logo se tornaram amigos inestimáveis e que se faz
necessário menção. A Cláudia Marinho, vulgo “Valente”, por
ter sido a primeira pessoa a me passar o livro que veio a ser
a porta de entrada para meus estudos – A linguagem das
emoções de Paul Ekman. A Cassio Lima, vulgo 2010.3,
amigo inestimável depalavras afiadas e concisas, mas
sempre preparado para lhe estender a mão sempre que
precise. Caminhamos por toda a graduação, pesquisamos,
rimos, reclamamos, nos divertimos e conversamos, de
situações do dia a dia a questões sobre a existência
humana. Te agradeço imensamente pelo companherismo e
crescimento intelectual ao longo de todo esse tempo e por
também ter contribuído com a qualidade do material. Você
é um Neuropsicólogo de mão cheia meu amigo! A Eloah
Santana, uma pessoa de coração enorme e sorriso fácil, que
de tanta paixão pelo que faz, se entrega de corpo e alma.
Uma psicóloga de mão cheia, que já viajou uma parte do
mundo e ainda irá conhecer muito mais, pois sua jornada
está apenas começando, mas com um futuro imenso pela
frente! Sempre pronta e prestativa para me dá consultoria
gratuita (bem sei o valor de todas as palavras e ideias
ditas), uma das principais responsáveis por eu está pondo
em prática todo um modelo de negócio, que acreditou em
mim, mesmo quando eu mesmo duvidava se era possível.
Observe bem e veja o quanto o seu conhecimento me
ajudou, pois se hoje estou aqui, agradeço muito a você! A
minha noiva e futura esposa, Thaís Nonato, mulher forte e
determinada que preza pelo profissionalismo, que mudou a
minha vida completamente, me fazendo um homem muito
melhor a cada dia que passamos juntos. Sua força é a
minha força! A minha mãe, fortaleza e exemplo de garra e
determinação. Se sou o que sou e estou aonde estou, devo
isso diretamente a Senhora. Nada que eu fizer será o
suficiente para retribuir tudo que fez e faz por mim, mas
como bem sabe, eu movo montanhas se for necessário para
lhe oferecer o mundo. Por fim, agradeço a você caro leitor,
por confiar mesmo não me conhecendo, por entrar no meu
mundo, que agora será nosso! Sem você nada disso faria
sentido. Meu muito obrigado!
A Mentira
De acordo com o dicionário Oxford: “no uso moderno, a
palavra mentira é normalmente uma expressão de violenta
reprovação moral, no qual em uma conversação educada
tende a ser evitada. O sinônimo falsidade e inverdade são
frequentemente substitutos como um relativo eufemístico.
1.1 A Definição
A definição aqui adotada será a posição de Ekman (2010)
na obra Telling Lies, no qual se refere a intenção deliberada
de enganar a outra sem nenhuma notificação a priori para
este propósito ou mesmo não tenha perguntado
explicitamente a vítima se esta queria ser enganada. Dentro
desta perspectiva há duas formas primárias da mentira:
Omissão e Falsificação.
Deception Clue:
Quando o comportamento do
mentiroso sugere que ele ou ela está mentindo, mas
sem revelar a verdade.
-
Respiração
-
Tom de Voz
-
Linguagem Corporal
-
Postura
-
Mudanças Graduais: constitui-se de pequenas
mudanças no comportamento, o que permite uma
relativa facilidade para a Omissão, pois estas mudanças
estão ao nível consciente e assim com maior
possibilidade de percepção da pessoa que está a exibir.
-
Começo gradual e se mantém leve: Possui em geral
as mesmas características da categoria apresentada
acima, porém caracterizada por ser mais notável para
os outros do que para si.
-
Forte Emoção: Esta caracteriza-se por ser de difícil
controle, uma vez que o indivíduo não detém controle
sobre sua exibição (espontânea), sendo involuntária, no
qual o indíviduo pode não estar consciente da sua
exibição.
-
Fear for being caught – Medo de Ser Pego
(Detection Apprehension).
-
Deception Guilt – Culpa por ter mentido.
-
Duping Delight – Deleite ou prazer por ter
ludibriado alguém.
-
O alvo possuir a reputação por ser difícil de ser
enganado;
-
O alvo começa a suspeitar de que algo possa estar
errado;
-
O mentiroso possui pouca prática ou nenhum
histórico de sucesso;
-
O mentiroso é especialmente vulnerável ao medo
de ser pego mentindo;
-
O que se está em jogo é alto; tanto o prêmio
quanto a punição estão em jogo, ou se for apenas um
dos dois, a punição ganhará preponderância;
-
A punição por ser pego mentindo é grande ou a
punição sobre o que se trata a mentira é tão grande que
não há incentivo de se contar a verdade;
-
O alvo em nenhum momento se beneficia da
mentira
-
O alvo é desconfiado
-
O mentiroso possui pouca confiança
4.2 O Corpo
O corpo e a voz fornecem menos informações do que a face
e as palavras:
4.3 Emblemas
Possui como característica o seu preciso significado, sendo
conhecido por todos dentro de determinado grupo cultural.
Pode ser usado no lugar das palavras ou quando as palavras
não podem ser usadas, em sua grande maioria são quase
sempre perfomados deliberadamente.
4.4 Ilustradores
Denominados assim pois ilustram o discurso assim que
proferido, ajuda a explicar ideias que são difíceis para
colocar em palavras. Usado também quando uma pessoa
não encontra uma palavra, por exemplo: movimentos das
sobrancelhas para cima ou para baixo. Dentro de uma
mesma cultura, indivíduos diferem na quantidade de
ilustradores apresentados: diferentes culturas = diferentes
tipos de ilustradores.
4.6 Manipuladores
Inclui todos os movimentos que manipulam outra parte do
corpo, como massagear, esfregar, pegar, segurar, coçar.
Tipicamente a mão é o manipulador, mas também pode ser
um recipiente. Os recipientes comuns são os cabelos,
ouvido, nariz ou testículos, sendo performados no limite da
consciência.
4.7 A Face
Depois das palavras, a face é a segunda fonte que vem a
receber a maior quantidade de atenção pois contitui-se
como uma marca e símbolo do Self, é também a forma
principal utilizada para distinguir uma pessoa da outra.
Constitui-se como o lugar primário para a exibição das
emoções no qual importantes e necessários sinais são
exibidos para a conversação proceder.
Você pode treinar aquilo que deseja falar até achar a melhor
forma possível, ouvindo a si mesmo, vindo a realizar ajustes
e gerenciando palavra por palavra que será proferida,
verificando cada mudança nas palavras escolhidas. Já às
suas próprias expressões não lhe permitem que venha a
monitorar da mesma forma e facilidade, onde por não ser
uma tarefa habitual pode vir a ser estranha.
Já a
inibição
pode ser mais facilmente realizada nas
palavras do que na face. Um dos motivos centra-se na
velocidade de exibição facial, contudo, a principal razão
refere-se à particularidade na qual as expressões faciais são
ativadas involuntariamente durante uma experiência
emocional, enquanto que as palavras não.
➢
Os olhos como fonte principal de veracidade.
➢
Quando as palavras ditas por uma pessoa acerca de
uma emoção não condizem com o comportamento não
verbal, você tem que desconsiderar as palavras e
acreditar na face, ou seja, se alguém disse que está
triste verbalmente, mas não exibe nenhum traço na
face, deve-se acreditar no não verbal.
➢
Ao contrário, se uma pessoa não disser nada
verbalmente, mas vir a expressar facialmente, tome
como fonte a face, principalmente se a face vier a
contradizer o que as palavras estão a dizer, e.g., uma
pessoa dizer que não está com nojo em determinada
situação, mas você consegue observar o levantamento
do lábio superior e enrugamento do nariz (sinal claro de
nojo), deve-se acreditar que está a sentir nojo.
➢
Existe a possibilidade de que a diferença entre as
palavras e a face como fonte confiável de informação só
poderá ser feita mediante análise da situação.
Na
qualificação
de uma expressão facial, a pessoa
acrescenta uma expressão adicional como um comentário
da expressão a qual acabou de exibir, e.g., uma pessoa que
vai ao dentista e ao se submeter aos procedimentos, exibi a
expressão de medo e logo em seguida o de alegria, o que
indica que apesar do medo, ainda assim irá realizar as
etapas necessárias para finalização do atendimento.
Nos
moduladores
faciais da expressão, você ajusta a
intensidade das expressões com o objetivo de exibir mais ou
menos o que está verdadeiramente a sentir. Desta forma,
ao se modular, não tem como intenção adicionar algum
comentário a mensagem emocional prévia (
qualificador
)
ou vindo a mudar a natureza da mensagem (
falsificando
),
mas apenas vindo a aumentar ou diminuir a intensidade
emocional.
Na
falsificação
, você vem a exibir uma emoção que não
está sentindo (
simulando
); exibe nenhuma emoção quando
na verdade está sentido alguma emoção (
neutralizando
)
ou vindo a cobrir uma emoção sentida com a aparência de
uma outra emoção não sentida (
máscara
).
A
simulação
é a tarefa de passar a impressão de que está
experienciando determinada emoção quando na verdade
não está sentindo nada. Imagine que você seja um
profissional da área de saúde e trabalhe sob regime de
escala, onde um colega sempre chega atrasado para lhe
cobrir, porém em um determinado dia ele além de chegar
atrasado (o que acarreta no seu atraso para que possa ir a
sua residência descansar) ainda esquece de bater o ponto,
e que por causa disso a coordenadora tem descontado da
folha de pagamento (da colega). Esse seu colega vem se
lamuriar justamente para você, e não querendo se indispor,
vem a exibir facialmente tristeza (para mostrar que sente
pela situação) quando na verdade acha merecido a atitude
adotada pela coordenadora. Isso é simulação.
A
neutralização
é o oposto da
simulação
, onde mesmo ao
sentir uma forte emoção você irá tentar parecer que não
está a sentir nada, ou seja, a neutralização é o extremo de
atenuação, sendo modulada para mais baixa intensidade
até não restar mais nenhum traço.
-
Manter a musculatura facial relaxada e inibir
qualquer contração muscular.
-
Congelar os músculos faciais para que não se exiba
nenhum traço emocional (a famosa poker face) e.g.,
encarando, mas sem tensionar as pálpebras, etc.
-
Camuflar partes da face e.g., morder ou sugar os
lábios, esfregar partes do rosto, etc.
O
Leakage
pode ser definido como a traição não intencional
da emoção que a pessoa está tentando omitir, já o
Deception Clue
lhe informa que o gerenciamento emocional
está ocorrendo, mas não lhe diz qual emoção está sendo
omitida, lhe informando apenas que algo está acontecendo.
O segundo aspecto é o
Tempo
de uma expressão, ou seja,
quanto tempo demora para que apareça na face, qual é o
seu tempo de duração e quanto tempo demora até
desaparecer. O terceiro aspecto é a
Localização
da
expressão no fluxo da conversa, e o quarto é denominado
de
Micro Expressões
faciais, onde são produtos de
interrupções nas emoções sentidas.
4.7.4 Morfologia
Na
falsificação,
mais uma vez a atenção será
redirecionada na boca do que nas outras regiões faciais –
olhos/pálpebras e sobrancelhas/testa. Se o objetivo da
falsificação for a neutralização da emoção sentida, a
simulação de uma emoção não sentida ou a mascarar uma
emoção sentida com uma emoção simulada, você terá uma
maior probabilidade de observar essas mudanças na região
da boca.
Uma expressão falsa usualmente apresenta pequena
assimetria, assim como uma falta de naturalidade,
proveniente de uma falta de suavização a partir do
momento do seu aparecimento na face, vindo a perdurar
até o seu desaparecimento. Isto é, a forma abrupta do
início, bem como o seu término repentino, acaba por deixar
menos natural a exibição da expressão emocional.
O Retentor Facial (
Whitholder
) são aquelas pessoas que
raramente vem a exibir facialmente o que estão sentindo,
ou seja, são os inexpressivos, enquanto que os Reveladores
(
Revealer’s
) são o seu oposto, pois sempre estão a exibir o
que estão sentindo, denominados de expressivos. Devido a
esta característica, os expressivos acabam por se meter em
algumas confusões devido ao seu excesso de “sinceridade”
facial. Isto acontece por se tratar de uma reação
involuntária, onde a falta de prática das pessoas para
controlarem conscientemente suas reações emocionais
apenas deixa isso mais fácil.
Os Expressores Involuntário (
Unwitting expressor’s
) são
aqueles que expressam o que estão sentindo mas não tem
consciência disso. Comumentemente as pessoas que
possuem esta característica acabam perguntando como as
outras pessoas sabem como elas estão se sentindo. Em
contrapartida os Expressores Vazio (
Blanked Expressor’s
)
possuem a convicção de que estão a exibir alguma emoção
na face quando na verdade exibem uma face neutra ou
ambígua.
Os Expressores Vazio (
Blanked Expressor
) pensam estar
exibindo alguma emoção em particular, mas na verdade
não estão exibindo nada e se estiverem é uma expressãode
cuja a interpretação é ambígua, e geralmente escutam dos
outros que a face exibida não corresponde a emoção que
está dizendo que está a sentir.
Já os Expressores Substitutos (
Substitute Expressor’s
)
substituem a aparência de uma emoção por outra sem ter
consciência disto. Estas pessoas geralmente possuem a
característica de não acreditarem que a emoção que estão
a exibir é diferente da que está a relatar.
-
Ser indireto e prolixo no discurso.
4.10 Voz
O erro mais comum na Mentira pela Voz são as Pausas
(muito longo ou muito frequente). Hesitação no início do
turno da fala, particularmente, se está a responder uma
questão. Erros no Discurso podem se constituir também
como uma pista.
Detecção da Mentira:
5.1 Pistas da Face
1. Micro Expressões
2. Expressões Interrompidas
4. Olhos
5. Lágrimas
6. Erro no Tempo
8. Sorrisos Falsos
9. Ruborização e Branqueamento
11. Assimetria
-
Raiva, Medo, Tristeza, Nojo, Angústia, Felicidade,
Desprezo, Entusiasmo, Surpresa e Contentamento, são
todas distintas facialmente.
-
Se duas emoções estão sendo vivenciadas
simultaneamente.
-
A intensidade da emoção sentida: Cada emoção
varia em intensidade (aborrecimento - fúria, apreensão -
Terror, etc.).
-
Para encontrar a falsidade da expressão quando
simulada basta analisar a simetria da face, pois quando
simulado, os movimentos do lado esquerdo não são
iguais aos do lado direito.
-
5.2 Os Olhos
A mudança da aparência dos olhos ocasionado pelos
músculos que o circundam.
Direção do olhar:
5.4 Tempo
Inclui a duração total da expressão facial, assim como o
tempo necessário para que apareça (onset), e para
desaparecer (offset). Expressões de longa duração,
certamente 10 seg ou mais, e usualmente 5 seg - são
provavelmente falsas. Caso especial: surpresa - onset, offset
e sua duração tem que ser curtas, menos que um segundo,
para que a surpresa seja genuína, caso contrário será uma
simulação (a pessoa está brincando de estar surpreso).
5.5 Localização
O local da expressão no fluxo da conversa, as mudanças na
voz, e na linguagem corporal constitui-se como pistas para
detectar incongruência emocional. Expressões faciais não
sincronizadas com a linguagem corporal são prováveis
indicadores da mentira.
Perigos e Precauções
1º Precaução: Envolve realizar o processo de interpretação
dos sinais comportamentais da mentira mais explícito.
6 Primeiros Encontros
São especialmente vulneráveis aos erros em julgamento
também por causa das diferenças individuais que as
pessoas apresentam aos encontros iniciais. Seguem um
padrão pré-estabelecido sobre como se comportar, e por
essa razão fornecem uma amostra não representativa do
seu comportamento usual.
Os primeiros encontros podem provocar ansiedade, desta
forma, se possível, o especialista em mentiras deve basear
os seus julgamentos em uma série de encontros. Se o
Especialista precisa tomar uma decisão depois no primeiro
encontro, este deveria ser longo o bastante para que se
possa ter uma chance de observar o comportamento usual
do suspeito.
-
O mentiroso não irá cobrir os seus rastros;
-
Antecipar Questões;
-
Ensaiar sua linha de mentira;
-
E de outras formas tomar cuidado em geral se o
mentiroso não acredita que cada movimento seu está
sendo avaliado por uma vítima desconfiada.
Quando mais uma pessoa contar uma mentira, mais fácil irá
se tornar. A cada mentira proferida, menor é a consideração
acerca se é correto engajar-se em uma mentira. Após
diversas repetições, o mentiroso torna-se confortável e não
mais irá tomar nota acerca do fato de que está a mentir. Se
desafiado ou cutucado o mentiroso irá lembrar que está
fantasiando.
Auto Engano
A pessoa não percebe que está a mentir para si mesmo e a
pessoa não sabe o motivo pelo qual está à enganar a si
próprio. O requerimento crucial para o autoengano é que a
vítima desconhece o motivo da manutenção da sua falsa
convicção.
Familiaridade – Perigos
A vantagem acerca do conhecimento sobre as
idiossincrasias tem um custo:
-
Desejo de manter e preservar nossos
relacionamentos nos conduz a desenvolver uma
cegueira para comportamentos excusos.
-
Os níveis de alerta são reduzidos e o beneplácito
da dúvida que deve ser rotineiramente disponibilizada
acaba sendo negligenciada.
-
Sobrevalorização na sua habilidade de detectar a
mentira o torna vulnerável.
-
O passado evolutivo não nos preparou.
-
Os pais não ensinam como identificar as suas
mentiras.
-
A confiança é preferível a desconfiança
-
- A confiança nos outros não é necessariamente
requerida, porém faz a vida mais fácil de ser vivida.
-
Cooperação involuntária.
-
Somo ensinados a ser educados nas interações e
não para obter informações que não são
disponibilizadas a nós.
Avanços Tecnológicos
Segue abaixo uma relação dos avanços da tecnologia no
âmbito da detecção da mentira, onde o departamento de
Defesa dos EUA está pesquisando:
-
Scanners Termais - Detectar mudanças nos olhos
humanos.
-
Teste da Inalação - Mensura o nível de hormônios
de stress na respiração.
-
Rastreador dos Olhos - Analisa se o que esta-se
vendo é familiar ou não. Um raio de luz que mensura a
corrente sanguínea do cortex.
-
Pupilometer - Rastrea a dilatação da pupila.
-
PASION - Fornece informações sobre o corpo
humano (batidas do coração, mudanças na pele e
estados emocionais durante chamadas telefônicas,
emails e mensagens de texto).
1)
Legenda:
1. Verdade
2. Mito
3. Faltam evidências
Estados Emocionais.
(verdade)
Expressões Faciais.
(verdade)
Em relação a categoria “
depende do contexto”
são
pistas que dependem de um contexto específico, agrupado
com um determinado conjunto de variáveis, que influenciam
para a identificação da mentira, por exemplo, as pistas:
piscar e falar mais rápido e menor frequência de
movimentos nos pés e nas pernas só são pistas confiáveis
no contexto forense, pois foi constato que é nesse cenário
específico que essas variáveis se mostraram eficiente em
diferenciar quem menti de quem está a falar a verdade.
•
Inquietação
•
São os mentirosos menos positivos e
aparentemente menos agradáveis do que os honestos?
•
Os mentirosos contam histórias menos
convincentes do que as pessoas honestas?
Conclusão
CONTEXTO FORENSE:
Nas mentiras sobre
transgressões (é o tipo de mentira utilizada para
esconder e negar delitos como traição, roubo assim
como outros crimes de menor ou maior proporção)
os mentirosos parecem mais nervosos, piscam mais,
falam mais rápido e realizam menos movimentos
dos pés e pernas quando comparados com quem
fala a verdade.
Palavras do Especialista
Esse é apenas o começo de um longo e complexo caminho
da comunicação não verbal, onde somente a prática e
estudo como qualquer outra habilidade, irá levar-lhe a
excelência. A partir desse momento, o conhecimento que
adquiriram irá permitir que tenham acesso à uma parcela
da comunicação humana a qual a grande maioria da
população não possui.
T
abela
1 – P
istas que podem trair a informação
omitida
Pistas
Informações
comportamentais
Aumento dos
Emoções negativas
manipuladores
Pistas faciais
Emoções do Medo e a Tristeza
confiáveis
As histórias
possuem poucos Baixa credibilidade na história
detalhes
Não admitir
imperfeições na Relutantes em admitir erros
sua história
As histórias são
As histórias não passam credibilidade,
menos
fazem pouco sentido
convincentes
Detection
Apprehension Boa Pista – Sinal emocional
(Medo de ser pego)
1.)
A mentira envolve somente a omissão sem a
necessidade de utilizar a falsificação?
2.)
Existe uma punição severa pelo ato em si da
mentir não levando em consideração as perdas
advindas da mentira?
3.)
A mentira contada envolve a presença de
alguma emoção sentida no momento?
4.)
O mentiroso é um psicopata?
5.)
Se o mentiroso vier a confessar que menitiu,
lhe será concedido algum benefício, como o
perdão?
6.)
O que está em jogo no momento (a
recompensa ou a punição) da mentira é alto?
7.)
A mentira envolvida é altruísta, ou seja, o
mentiroso mesmo tendo sucesso não irá obter
nenhum ganho ou mesmo a vítima não irá sofrer
nenhuma perda ou se beneficiar em algum nível?
8.)
Pode o mentiroso se antecipar e saber em
que momento poderá mentir?
9.)
Existe uma punição severa uma vez que seja
pego mentindo
10.)
A situação contextual da mentira é uma na
qual a pessoa que está sendo enganada confia
tanto no outro que nem mesmo suspeita da
possibilidade de estar sendo enganado?
11.)
O mentiroso e a vítima compartilham valores
morais?
12.)
contexto em que se encontram permite com
que a mentira aconteça?
13.)
mentiroso é inteligente, possui uma boa
capacidade em fabricar histórias, boa memória e
consegue levar as pessoas na conversa pelo seu
jeito envolvente?
14.)
O mentiroso possui a habilidade de utilizar
os músculos faciais confiáveis?
Esse é um caso particular onde o mentiroso possui a
habilidade de movimentar as musculaturas faciais de
forma voluntária, conseguindo ter acesso a indicadores
confiáveis das emoções, fazendo com que a tarefa de
detecção da mentira se torne complexa. Pessoas com
esse nível de habilidade são raras, mas existem, caso
venha a encontrar, somente com experiência e
conhecimento acerca dos indicadores das expressões
faciais que irá ter sucesso em discernir as expressões
falsas das verdadeiras.
15.)
O mentiroso é um bom ator e sabe utilizar
da técnica Stanislavski?
16.)
Existe uma audiência ou alguma pessoa que
saiba de antemão que a mentira está sendo
perpetrada?
17.)
O alvo da mentira é desconhecido?
18.)
A vítima e o mentiroso são conhecidos?
19.)
O investigador precisa se concentrar e
suprimir a suspeita que possui do mentiroso?
20.)
O mentiroso já teve algum sucesso anterior
em conseguir enganar a vítima?
21.)
O investigador possui alguma evidência de
informação que somente o mentiroso poderia
saber?
23.)
investigador possui a reputação de ser difícil
em ser enganado?
25.)
O mentiroso já possui prática no ato de
mentir?
26.)
mentiroso possui traços de personalidade
que o deixem vulnerável ao medo de ser pego,
culpa por ter mentido ou o prazer do mentiroso?
27.)
O investigador possui a reputação de ser
injusto nas suas avaliações?
28.)
O investigador tende a ver o melhor nas
pessoas, tende a evitar problemas ou possui a
tendência em negar os fatos?
29.)
O investigar apresentar uma boa precisão
em reconhecer os comportamentos não verbais?
30.)
O investigador tende a construir ideias pré-
concebidas perante a investigação?
Calcar suas decisões em cima de idéia preé-concebida
irá fazer com que enviese toda a sua tomada de
decisão, onde muito provavelmente irá atrás de pistas
que venham a corroborar o seu ponto de pista. Isso para
um investigador das pistas não verbais do
comportamento é um dos maiores erros a se cometer.
Essa situação acaba fazendo com que a mentira seja
mais difícil em detectada.
31.)
De alguma maneira o investigador pode se
beneficiar ao detectar a mentira?
32.)
O investigador nas suas análises acaba
sendo tomado por alguma emoção de forma
frequente?
Referências:
Bond, C. & DePaulo, B. Accuracy of Deception Judgments.
Personality and Social Psychology Review (2006), Vol. 10,
No. 3, 214 – 234.
Birdwhistel, R. L. (1970).
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Philadelphia: University of Pennsylvania Press.
DePaulo, Bella. (2010). The Hows and Whys of Lies (p. 89).
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1. The positive affects, New York: Springer.
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