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Artigo

O Antropoceno e o CO2: Processos de Captura e Conversão


Miranda, J. L.;* Moura, L. C; de Ferreira, de H. B. P.; Abreu, T.
Rev. Virtual Quim., 2018, 10 (6), no prelo. Data de publicação na Web: 4 de janeiro de 2019
http://rvq.sbq.org.br

The Anthropocene and CO2: Processes of Capture and Conversion


Abstract: Anthropocene is discussed in this article in the point of view of chemical CO 2 capture, use and
conversion. The processes and technologies of carbon capture are presented as well as some of the several
ways of using or converting it into other chemicals. The technologies of precombustion, poscombustion,
oxycombustion and chemical looping were discussed. The materials used for CO2 capture, including amines,
solid adsorbents such as charcoal, zeolites, metal organic frameworks, double layer hydroxides and
membranes, were briefly presented. The major direct industrial uses of CO 2 were discussed for the obtention
of key chemicals, such as urea, methanol, cyclic carbonates and carboxylic acids. Some routes were selected
to be discussed in more detail, showing the better catalysts and processes in use or research. The comparison
between capture and storage and capture and use is not so easy as it may be regarded initially because it
depends on the process, technologies, raw materials, obtained products and the analysis of a careful up-to-
date life cycle (for the present market) of each process and route, which is already not available.
Keywords: CO2 capture and storage; CO2 capture and use.

Resumo
O Antropoceno é discutido, neste artigo, sob o ponto de vista da captura química e uso ou conversão de CO 2.
Os processos e tecnologias da captura de carbono são apresentados, assim como os diversos usos e
conversão em um novo produto químico. As tecnologias da pré-combustão, pós-combustão, oxicombustão e
looping químico foram discutidas. Os materiais usados para a captura de CO2, incluindo as aminas e os
adsorventes sólidos, como o carvão, zeolitas, materiais híbridos metal orgânicos, hidróxidos duplos lamelares
e membranas foram discutidos brevemente. Os usos industriais diretos de CO 2 para a obtenção de produtos
químicos chave, como a ureia, o metanol, os carbonatos orgânicos e ácidos carboxílicos. Algumas rotas de
conversão foram selecionadas para serem discutidas detalhadamente, mostrando os melhores catalisadores e
processos em uso ou em pesquisa. A comparação entre captura-estocagem e captura-uso não é tão simples
como se pode, inicialmente, considerar já que depende do processo e tecnologia empregada, das matérias-
primas usadas, dos produtos obtidos e da análise criteriosa e atualizada (para o mercado atual) de cada
processo e rota, o que ainda não está disponível.
Palavras-chave: Captura e estocagem de CO2; captura e uso de CO2.

* Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Química, Departamento de Química Inorgânica,


Centro de Tecnologia, CEP 21909-240, Rio de Janeiro-RJ, Brasil.
jussara@iq.ufrj.br
DOI:

Rev. Virtual Quim. |Vol 10| |No. 6| |no prelo| 000


Volume 10, Número 6 Novembro-Dezembro 2018

Revista Virtual de Química


ISSN 1984-6835

O Antropoceno e o CO2: Processos de Captura e Conversão


Jussara L. de Miranda,a,* Luiza C. de Moura,a Heitor Breno P. Ferreira,b
Tatiana Abreua
a
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Química, Departamento de Química
Inorgânica, Centro de Tecnologia, CEP 21909-240, Rio de Janeiro-RJ, Brasil.
b
Instituto Federal do Rio de Janeiro -Campus Nilópolis, CEP 26530-060, Nilópolis-RJ, Brasil.
* jussara@iq.ufrj.br

Recebido em 22 de dezembro de 2018. Aceito para publicação em 22 de dezembro de 2018

1. A Contextualização do Antropoceno e o CO2


1.1. O Sequestro de Carbono
1.2. Capturar CO2 para estocar ou para utilizar?
2. A Captura de CO2
2.1. Tecnologias de Captura de CO2
2.2. Materiais usados para a captura de CO2
3. Uso e Conversão de CO2
3.1. Uso industrial de CO2
3.2. Processos de conversão de CO2
4. Considerações Finais

1. A Contextualização do deste modo, estabelecido, requerendo maior


produção, o que demanda mais energia e
Antropoceno e o CO2 consequentemente, aumenta a emissão de
Gases do Efeito Estufa (GEE),
majoritariamente, de CO2. No entanto, de
O Antropoceno, a marca da pegada dos modo também ambíguo e acentuadamente
seres humanos no planeta, pode remeter a contrastante, o bem-estar e o alto padrão de
humanidade a um momento de reflexão ou consumismo chocam-se com o aumento da
até de inflexão em relação a vários aspectos e pobreza e do “gap” socioeconômico que tem
consequências advindas das ambiguidades do se agravado mais ainda em função da
desenvolvimento e crescimento econômico. crescente vulnerabilidade ambiental.
Se por um lado, a humanidade alcançou
parâmetros considerados melhores para o O CO2 assume um papel importante,
seu próprio bem-estar, isto somente pôde ser senão primordial, no grupo dos principais
sustentado com padrões de vidas mais gases do efeito estufa, CO2, CH4 e N2O, em
custosos. Um alto padrão de consumo foi função não somente da sua maior

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contribuição quantitativa, mas também pela Caminho 2- Cenário de foco na maior


sua mais direta associação com o sustentabilidade com a diminuição dos
crescimento na demanda energética. A padrões de consumo incluindo a energia,
combustão de combustíveis fósseis assim como, as tecnologias de baixo carbono,
necessários à geração de energia, à o uso da Captura e Armazenamento de
eletricidade, à indústria e ao transporte, carbono e a bioenergia com captura e
associada ao desflorestamento e queimadas, armazenamento de carbono.
são as grandes fontes de emissões de CO2.1
Caminho 3- cenário intermediário,
Assim, um dos grandes desafios para a conhecido como o do meio do caminho, que
humanidade em relação ao Antropoceno é a considera a continuidade das tendências
redução das emissões globais de CO2 e para o econômicas, histórica e sociais, com a
“vencermos” deveremos analisar e tratar o redução das emissões dos GEE sendo feita
assunto considerando a complexidade através de novas metodologias de produção
inerente a ele, e envolvendo, portanto, ações de energia em vez da diminuição da demanda
em conjunto entre pesquisadores, governos, energética. Este cenário requer um uso
indústria e sociedade. De acordo com os extensivo e atuante da captura e
relatórios do Painel Intergovernamental de armazenamento de carbono e de bioenergia
Mudanças Climáticas, cuja sigla em inglês é com captura e armazenamento de carbono.
IPCC (International Panel on Climate Change),
Caminho 4- cenário que considera o
há uma forte relação causal entre o aumento
consumo global nos níveis atuais, com um
das emissões de CO2 das fontes
aumento da demanda por produtos mais
antropogênicas, que ultrapassaram a
intensos energeticamente, como a carne e
“marca” de 400 ppm, e o aquecimento
viagens aéreas. As reduções dos GEE poderão
global, o aumento médio da temperatura do
ser atingidas principalmente com os
nosso planeta.1
processos de captura e armazenamento de
O mais recente acordo climático, o Acordo carbono e o de bioenergia com captura e
de Paris, que é um tratado da Convenção armazenamento de carbono. Com este
Quadro das Nações Unidas sobre a mudança cenário, há uma considerável chance de
do clima, assinado por 195 países, aprovado ultrapassar a meta de 1.5 oC antes da última
em 2015, em Paris, durante a COP-21 (COP - parte deste século.
Conferência das Partes), propõe medidas de
redução das emissões dos GEE a partir de
2020. O limite máximo de aumento de Considerando-se estes quatro caminhos
temperatura global atualmente proposto sugeridos pelo IPCC, observa-se que dentre
pelo IPCC como sendo “aceitável” para a as diversas abordagens para se atingir uma
humanidade é de 1,5 oC, sendo por isso, meta de redução de emissões de CO2, os
chamado de Cenário 1,5C.1 processos de captura e armazenamento de
carbono são mencionados em três deles.
Segundo o Relatório 5 do IPCC- AR5,1 há
quatro caminhos principais para a mitigação A captura e armazenamento de CO2, ou
das mudanças climáticas, a saber: simplesmente de carbono, é considerado
uma importante via (mas, não exclusiva!)
para mitigação climática já que pode ser feita
Caminho 1- Cenário da diminuição da em grande escala, o que deve ser necessário
demanda de energia através da aceleração para viabilizar o patamar de aumento 1,5 oC,
do processo de descarbonização do sistema considerado por alguns pesquisadores como
de suprimento energético, alcançado bem audacioso.
mediante o aumento das energias renováveis
Neste artigo, o sequestro de carbono,
e o reflorestamento.
assim como as duas possíveis vias para a
captura de carbono serão apresentados e

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abordados: a Captura e Armazenamento de podem abranger desde o gás natural


CO2 - CAC, conhecida pela sigla CCS - “carbon (formado principalmente por CH4, com
and capture storage” e a de Captura e Uso de percentuais variados de CO2 e até H2S, em
CO2 – CUC- que tem a sigla em inglês CCU - alguns casos), efluentes gasosos de processos
“carbon capture and utilization”. Enquanto industriais e termoelétricos, ou o próprio ar.
ambas as vias têm a captura de CO2 como A etapa de captura representa uma das
meta em comum, o seu destino final se etapas do sequestro de CO2, mais conhecido
diferencia entre elas. como simplesmente sequestro de carbono,
que inclui a captura, o transporte e a
estocagem. O sequestro de carbono pode
1.1. O Sequestro de Carbono ocorrer naturalmente através da fotossíntese
das plantas ou de fitoplânctons presentes nos
oceanos, razão pela qual as florestas e
A primeira pergunta que pode ser feita é: oceanos são considerados os grandes
o que é captura de CO2? Esta pergunta é sumidouros naturais de CO2. Na figura 1 é
respondida da mesma forma, em princípio, mostrado um esquema básico de sequestro
tanto pelo CCS como pelo CCU. Capturar CO2 de carbono (ou de CO2) e suas principais
significa removê-lo seletivamente de uma opções.
mistura gasosa ou efluentes gasosos, que

Figura 1. Esquema do sequestro de carbono e suas principais opções

O sequestro de carbono artificial é química ou física; o transporte, realizado por


realizado principalmente a partir da captura carbonodutos, principalmente, mas também
de CO2 de efluentes de fontes estacionárias, com opções de navios e a estocagem que
com o posterior transporte e estocagem ou pode ser geológica, em aquíferos salinos ou
armazenamento. Na figura 2, é apresentado na recuperação avançada de reservas de
um esquema que resume as propostas petróleo e gás exauridos (conhecida pela sigla
principais para a captura, que pode ser em inglês EOR- enhanced oil recovery).

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SEQUESTRO ARTIFICIAL DE CARBONO

Figura 2. Sequestro artificial de carbono

1.2. Capturar CO2 para estocar ou para deste texto, serão discutidos separadamente
utilizar? o CCS e CCU e em seguida, algumas
considerações finais serão apresentadas.
Na figura 3, é mostrado um panorama
Após a captura, a pergunta que se faz é: O
geral que mostra as possíveis fontes
que fazer com o CO2 depois de capturado?
estacionárias de CO2, a etapa de captura e
Que é respondida pelo CCS com a estocagem
suas opções tecnológicas e as diferentes
e pelo CCU com a conversão em algum
destinações para este gás, considerando-se a
produto. As opções que cada um apresenta
sua estocagem - captura e estocagem de
são inúmeras e daí a necessidade de uma
carbono - CCS, geológica, nos oceanos ou na
análise mais criteriosa na discussão CCS x
biomassa, ou a sua conversão e uso - captura
CCU. Se inicialmente pode haver a tendência
e utilização de carbono – CCU - que pode ser
de um senso comum para capturar e usar o
na recuperação avançada de reservatórios de
CO2 para a conversão em algum produto de
óleo e gás – EOR, na carbonatação mineral,
valor agregado, não se pode deixar de
na sua conversão química e na conversão em
analisar se o processo como um todo tem
combustíveis, especificadamente.
viabilidade técnica e econômica e quais são
os seus custos ambientais. Analogamente, se As diferentes tecnologias de captura de
é o CCS o processo a ser realizado, o seu CO2: pré-conversão, pós-conversão,
custo, assim como, os impactos ambientais oxicombustão e looping químico serão
da estocagem e o seu monitoramento discutidas, em seguida.
também devem ser analisados. Na sequência

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Figura 3. Panorama geral sobre captura e estocagem de carbono - CCS versus captura e
utilização de carbono - CCU

2. A Captura de CO2 apresentado na figura 3 pode abranger a


produção de energia ou eletricidade, as
refinarias, a indústria siderúrgica, a química e
2.1. Tecnologias de Captura de CO2 a de cimento.2 As diferentes tecnologias de
captura de CO2 são apresentadas na figura 4
e se constituem na pós-combustão, pré-
A tecnologia de captura de CO2 a ser combustão, oxicombustão, looping químico e
selecionada dependerá da fonte estacionária fixação na biomassa.
e do processo industrial envolvido, que como

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Figura 4. Tecnologias de Captura de CO2

(A) Captura pós-conversão/pós- combustão e a captura ocorre antes da etapa


combustão – se refere à separação do CO2 de geração de energia e calor. Nesse
após a conversão da fonte de carbono em processo, temos uma alta concentração de
CO2, podendo ser utilizado em várias CO2 (20-40 %) nos gases combustíveis e alta
indústrias como na produção do óxido de pressão parcial (aproximadamente 10 bar) o
etileno, aço, ferro e adoçamento do gás que facilita a separação do CO2. A alta
natural.2 Quando a fonte de carbono é à base temperatura (em torno de 400 oC) é
de combustíveis fósseis, biocombustíveis ou geralmente reduzida a 40 oC antes do
biomassa que é submetida à queima, o processo de separação do CO2. Esse processo
processo é conhecido como pós-combustão. ocorre em três etapas: primeiramente, o
Os principais produtos da pós-combustão são combustível – carvão ou biomassa – é
nitrogênio (N2) e dióxido de carbono (CO2), gaseificado, isto é, convertido a hidrogênio
sendo a concentração de CO2 nessa corrente (H2) e monóxido de carbono. Em seguida,
na ordem de 3 a 15 %.3 uma conversão a vapor converte CO em CO2
(B) Captura pré-conversão/pré- e mais hidrogênio, e o CO2 é separado do H2.
combustão- envolve a captura do CO2 como O último processo utiliza hidrogênio para
um co-produto de uma etapa intermediária produção de energia.3
em uma reação de conversão. Na produção (C) Oxicombustão – neste processo, o
da amônia, por exemplo, o CO2 é co-gerado combustível é queimado com oxigênio puro,
com o hidrogênio durante a reforma a vapor Esse processo gera CO2 de elevada pureza
e deve ser removido previamente à síntese (85-95 %) e vapor d’água, podendo ser
da amônia, utilizando-se geralmente a separados por condensação.3,4
monoetanolamina para este fim. No caso de (D) Looping químico envolve a
termoelétricas ou refinarias de ciclo transferência de oxigênio do ar de
combinado (IGCC em inglês- integrated combustão para o combustível, não havendo
gasification combined cycle (IGCC) power um contato direto entre o ar e o combustível.
plant), o processo é conhecido como pré- Para que esta transferência ocorra dois leitos

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fluidizados contendo óxidos metálicos são carreadores de oxigênio usando os metais Fe,
interligados – o reator do ar e o do Mn, Cu, Ni e Co. Utilizando-se combustível
combustível, conforme mostra as figuras 5 e vaporizado, já foi possível atingir mais de 99
6. Os efluentes provenientes do reator de % de conversão e 100 % de captura de CO2.5
combustível são CO2 e vapor d´água que No primeiro reator ocorre a reação de
pode ser condensado. Como este processo é oxidação (1) e no segundo reator ocorre a
considerado ainda emergente, diversos reação de redução (2), conforme mostrado
estudos ainda estão sendo realizados para a nas equações 1 e 2.3
otimização do reator e dos óxidos

MxOy-1 + 1/2O2 → MxOy (1)


(2n + m)MxOy + CnH2m → (2n + m)MxOy-1 + mH2O + nCO2 (2)

Figura 5. Concepção de looping químico – reatores de leito fixo

Figura 6. Concepção de looping químico – reatores interconectados de leito fluidizado

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Dependendo da tecnologia de captura é, com ou sem reação química, após


escolhida ou realizada, os processos de dissolução da substância no líquido
separação de CO2 dos outros gases podem absorvente.3,4 Porém, na captura com
ser realizados via interações entre gás-líquido sólidos, as interações se processam através
ou gás-sólido. Há uma enorme diversidade de da adsorção. Aresta descreve que as
materiais utilizados para capturar o CO2 que principais tecnologias de separação de CO2
tanto podem ser líquidos como sólidos são absorção, adsorção, criogenia e
(Figura 7). A captura seletiva de CO2 com membranas.4 Estes métodos de separação
líquidos envolvem interações denominadas podem ser utilizados antes ou depois da
absorção, podendo ser química ou física, isto combustão.

Figura 7. Tecnologias de captura e de separação de CO2. (adaptado de Cuéllar-Franca)2

As tecnologias de captura e separação de temperatura e pressão são os fatores mais


CO2 a serem selecionadas dependerão de sua importantes para determinar quais materiais
fonte geradora, do fluxo dos efluentes podem ser utilizados para separar o CO2.2-4,6
gasosos, assim como, de sua composição A tabela 1 apresenta algumas vantagens e
química, temperatura e pressão. A desvantagens das principais tecnologias
concentração de CO2 na corrente gasosa, utilizadas para a separação de CO2.

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Tabela 1. Comparação de diferentes tecnologias de separação de CO2. Adaptado de Leung6


Tecnologia Vantagens Desvantagens
Absorção - Alta eficiência de absorção - A eficiência da absorção depende
(>90 %) da concentração de CO2.
-Regeneração dos solventes - Necessidade de quantidade muito
por aquecimento e/ou grande de calor para a regeneração
despressurização. do solvente.
- Processo mais maduro para - Toxicidade e danos ambientais dos
separação de CO2. compostos da degradação do
solvente (nitrosaminas).
Adsorção - Processo reversível - Requer alta estabilidade térmica do
- Reciclagem do adsorvente adsorvente.
- Alta eficiência de adsorção - Alta energia para dessorção de
(>85 %) CO2.
Combustão de Looping - sem gasto energético para a - Problemas operacionais incluem
Químico separação do CO2 (principal custo e entupimento.
produto da combustão) - Processo ainda em
desenvolvimento.
Separação por - Adaptável para separação de - A operação em larga escala é
Membranas outros gases. restrita.
- Alta eficiência de
separação alcançada (>80 %)
Separação à base de - Baixo consumo de energia - Necessidade de mais pesquisa e
hidratos desenvolvimento, além de novas
tecnologias.
Destilação criogênica - Tecnologia madura - Viável somente para altas
- Adotada há muitos anos concentrações de CO2 >90 % v/v.
pela indústria para a - Deve ser realizada em temperatura
recuperação de CO2 muito baixa.
- Demanda de muita energia.

2.2. Materiais usados para a captura de como, a estabilidade térmica e a mecânica, a


CO2 capacidade de regeneração e a cinética de
adsorção e dessorção desses materiais são
A seleção de materiais específicos para fatores que devem ser considerados na
captura de CO2 está diretamente relacionada, escolha do processo de captura de CO2.
como dito anteriormente, com as Alguns desses materiais, correlacionados aos
características do fluxo gasoso da fonte principais processos, são apresentados na
geradora e da tecnologia empregada na sua tabela 2.
captura. No entanto, propriedades, tais

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Tabela 2. Materiais utilizados nos diferentes processos de captura de CO2


Processo de Método de separação Materiais usados
captura
Pós- Absorção por solventes • Aminas alcooladas, como monoetanolamina
conversão químicos (MEA), dietanolaminas (DEA), KS-1
• Solventes alcalinos, como, NaOH, Ca(OH)2
• Líquidos iônicos
Adsorção por sorventes • Sorventes sólidos à base de aminas
sólidos • Sorventes sólidos de metais alcalino-terrosos
como CaCO3
• Sorventes sólidos de carbonatos de metais
alcalinos, como Na2CO3 e K2CO3
• Materiais híbridos metal-orgânicos – MOFs
(metal organic frameworks)
Adsorção por membranas • Membranas poliméricas
• Membranas inorgânicas
• Zeolitas
• Membranas mistas
Separação criogênica •Zeolitas, carvão ativo
Adsorção por variação de • Materiais híbridos metal-orgânicos – MOFs
pressão (PSA-pressure (metal organic frameworks)
swing adsorption) • Zeolitas, carvão ativo
Adsorção por variação de • Materiais híbridos metal-orgânicos – MOFs
vácuo (VPSA-vaccum (metal organic frameworks)
pressure swing adsorption)

Pré- Absorção por solventes • Selexol, rectisol


conversão físicos
Absorção por solventes • Aminas alcooladas, como monoetanolamina
químicos (MEA), dietanolaminas (DEA),
• Membranas com estruturas orgânicas
Adsorção por estruturas porosas
orgânicas porosas

Oxi- Unidades de separação do • Processo Oxi-combustão


combustão oxigênio do ar • Óxidos metálicos
Combustão por looping • Óxidos metálicos
químico
Reforma por looping
químico

Na figura 8, é apresentada uma análise de tecnologicamente já que têm sido


evolução da maturidade tecnológica do uso empregadas nas refinarias há muito tempo
dos diferentes tipos de materiais para a nos processos de separação de misturas
captura de CO2. A separação usando aminas gasosas.
alcooladas é a mais madura

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Figura 8. Evolução do uso dos materiais para a captura de CO2. Adaptado de Figueroa et al7

2.2.1. A captura seletiva de CO2 via portanto, uma reação química, onde o CO2 é
processos gás-líquido. transformado em outro composto e assim
removido. O solvente utilizado deve possuir
A absorção de CO2 por solventes é a grande capacidade de absorção, seletividade
técnica mais comumente utilizada no cenário e possibilidade de regeneração. Os solventes
de captura de CO2 pós-combustão; além de mais utilizados são as aminas alcooladas,
ser usada também no tratamento de gases. A como a monoetanolamina (MEA), 2-amino-
absorção de gases em solventes líquidos 2metil-1-propanal (AMP), dietanolamina
pode ser um fenômeno puramente físico ou (DEA), diisopropanolamina (DIPA),
envolver reações químicas. No caso do CO2, metildietanolamina (MDEA) e trietanolamina
por se tratar de um óxido ácido, requer o uso (TEA) (Figura 9).8
de solventes com caráter básico. Ocorre,

Figura 9. Estrutura molecular das principais aminas de uso industrial

A figura 10 mostra o esquema simplificado ou secundárias formando carbamatos. Estas


de captura de CO2 com aminas alcooladas. reações são reversíveis, e tanto o CO2 como
Observa-se que na etapa de absorção, o CO2 as aminas são recuperados por aquecimento
reage rapidamente com as aminas primárias na torre de regeneração ou de dessorção.
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O tratamento de gases é uma etapa economicamente viável para todas as


fundamental em diversas indústrias, em indústrias, já que a regeneração das
especial na indústria do Petróleo. O CO2 e o etanolaminas envolve consumo de muito
H2S estão presentes em concentrações que calor. Por exemplo, uma fábrica de cimento
variam de 5 a 50 % no gás natural, gás de não possui calor recuperável, logo a
síntese etc. Com isso, a remoção de gases regeneração incorre custos adicionais de
como H2S e/ou CO2 se faz necessária, uma vez energia. O calor requisitado para
que evita a formação de hidratos e a regeneração do solvente é o maior
corrosão no caso do gás natural, além de contribuinte para o consumo de energia,
atender as especificações de qualidade de representando de 25-45 %. Em função disto,
correntes gasosas. Entretanto, no cenário de as pesquisas têm se concentrado nesse
pós-combustão, este método não é contexto.9

Figura 10. Fluxograma convencional para captura de CO2 à base de amina. Adaptado de KIM et al10

Atualmente, dois aspectos principais estão processamento também estão sendo


relacionados à redução do calor de realizadas com o objetivo de aperfeiçoar as
regeneração: (i) absorventes apropriados condições de operação. Em KIM et al.,10
com um baixo calor de regeneração. (ii) quatro tipos de modificações estruturais são
modificação da configuração de construídos em um simulador. Uma
processamento para regeneração de superestrutura incluindo a configuração
absorvente. Pesquisadores da Universidade convencional de captura de CO2 à base de
Tsinghua, na China, utilizaram uma amina é estudada com o intuito de investigar
abordagem que visa diminuir o calor de as opções de projeto para melhorar a
dessorção de CO2 através da complexação eficiência energética. Contudo, outros
metal-amina. As aminas, neste caso, aspectos importantes são a degradação
assumem uma dupla capacidade em solução oxidativa das aminas em presença de CO2 e a
aquosa: reagem com o CO2 e também são corrosão dos tanques. A adição de inibidores
capazes de formar complexos com íons de em planta de captura de CO2 levou a redução
metais de transição. Os resultados da oxidação da MEA em mais de 90 % no
mostraram que com a adição de Cu(II) à processo de captura de CO2, apresentando
solução de MEA (monoetanolamina), o calor também propriedades de proteção.12,13
de dessorção de CO2 foi reduzido em até 24 Uma das desvantagens deste método de
%, dependendo da concentração de íons de absorção química é a degradação do
cobre, melhorando assim o desempenho de solvente, que leva a numerosos problemas,
captura de CO2.11 Demais pesquisas visando à tais como, perda de solvente e corrosão,
modificação da configuração de

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além da possibilidade de formação das em 2011 e 2014, classificaram esses materiais


nitrosaminas, que são tóxicas.14 de acordo com a temperatura de
As plantas de captura de CO2 existentes, sorção/dessorção em adsorventes de baixa (<
dentre elas a primeira comercial, localizada 200 oC), média (entre 200 e 400 oC) e alta
no Canadá, em Saskatchewan, utilizam, em temperatura (>400 oC).18,19
sua grande maioria, a tecnologia de absorção Abordaremos, a seguir, alguns destes
com aminas alcooladas. Esta planta comercial materiais que podem ser usados para a
começou a sua operação em 2014 e está adsorção de CO2.
associada a uma termoelétrica, sendo capaz
de capturar 1000 ton de CO2/dia. O CO2 - Carvão e Algas
capturado é utilizado para ser comercializado
para EOR ou armazenado no aquífero salino. O carvão é um dos materiais adsorventes
Além do CO2, a planta de Captura de CO2 Sask mais testados para a captura de CO2, muito
Power também remove H2S com as aminas mais em função do seu baixo custo do que da
alcooladas que posteriormente é sua capacidade de adsorção. Há também
comercializado para a obtenção de ácido diversidade de fontes de carvão, que pode
sulfúrico, tornando o processo de captura ser mineral ou vegetal, e de processos de
viável economicamente.15 tratamento para aumentar a adsorção do
Outros solventes líquidos como os líquidos material. O carbono inorgânico pode estar
iônicos (ILS – em inglês Ionic Liquids) têm disponível de diferentes formas, como o
grande potencial como uma alternativa para carvão ativado, os nanotubos de carbono,
captura de CO2 devido às suas propriedades grafenos e o biocarvão, derivado de
como a baixa pressão de vapor e a baixa biomassa.
energia de regeneração, por exemplo.3 Estes Já foi realizada uma grande quantidade de
materiais apresentam grande número de trabalhos na área de captura de CO2 com
possibilidades de combinações de cátions e carvão ativado de materiais diversos, assim
ânions disponíveis, que possibilitam o ajuste com peneiras moleculares, tanto
de algumas de suas propriedades.16 experimentalmente como em simulação.17,20-
29

2.2.2. A captura seletiva de CO2 via Dentre estas fontes de carbono, o


processos gás-sólido biocarvão pode ter um papel importante na
captura de CO2, pois além de ter uma
O processo de separação por adsorção de diversidade de fontes para o seu uso,
moléculas de CO2 de uma mistura gasosa incluindo a possibilidade de resíduos
com materiais porosos depende de vegetais, se realizado de modo integrado,
interações especificas entre o gás e estrutura representa uma ótima opção de processo
dos poros desses materiais. Esses materiais sustentável.30-34
adsorventes ou sorventes apresentam As microalgas representam um vasto
diferentes distribuições de tamanhos e leque de opções para capturar CO2, podendo
diâmetros de poros que são responsáveis estar integradas em uma concepção de
pela captura de CO2. Materiais microporosos biorefinarias, onde pode ser realizado o
e mesoporosos são comumente considerados processo de captura associado ao
para os processos separação por adsorção desenvolvimento de obtenção de produtos
porque apresentam grande área superficial, de alto valor agregado, abrangendo também
alta capacidade de adsorção, resistência a possibilidade de produção de biodiesel.35-47
térmica e tolerância à umidade. Então,
algumas características dos sólidos sorbentes - Zeólitas
devem ser consideradas, tais como,
capacidade de adsorção, seletividade, As zeólitas são aluminossilicatos formados
habilidade de regeneração e cinética de por uma rede aniônica, esta é balanceada por
adsorção e dessorção.6,17 Q. Wang e J. Wang, cátions localizados nas cavidades ou nos

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canais destes sólidos microporosos semelhantes a da brucita [Mg(OH)2] com


conhecidos como peneiras moleculares. Essas ânions de compensação de carga e moléculas
peneiras apresentam propriedades de de águas nos espaços interlamelares. Os
adsorção e separação de gases que cátions metálicos ocupam os centros dos
dependem pricipalmente do tamanho, octaédros, cujos vértices contêm íons
densidade de carga e da distribuição de hidróxidos, cada octaedro compartilha suas
cátions da sua estrutura porosa.18 arestas com os octaedros vizinhos [M(OH)6]
para formar uma folha infinita (Figura 11). Os
- Hidróxidos duplos lamelares – HDL HDL são representados pela fórmula geral
dos HDL é [M2+1-xM3+x(OH)2][(An-)x/n.yH2O]x-,
Hidróxidos duplos lamelares (HDL) onde M2+ e M3+ são metais divalentes (Mg2+,
também conhecidos como argilas aniônicas Ni2+, Zn2+ etc.) e trivalentes (Al3+, Fe3+, Ga3+
constituem uma classe de compostos etc.); An- (CO32-, OH-, Cl-, SO42- etc.) é um ânion
lamelares que apresentam estrutura de valência n que ocupa a região interlamelar
semelhante à argila natural hidrotalcita. Sua e mantém a neutralidade elétrica do HDL e x
estrutura consiste em lamelas catiônicas normalmente varia de 0,14 a 0,33.47

Figura 11. Esquema estrutural dos Hidróxidos Duplos Lamelares

Em geral, os HDL possuem alta área A modicação na composição do HDL Mg-Al-


superficial e abundantes sítios básicos na CO3, substituindo o ânion intercalado, CO32-,
superfície, que são favoráveis à adsorção de cátions divalentes, Mg2+, e trivalente, Al3+,
CO2.48 A quantidade de cátions trivalentes, produz novos materiais HDL com maior
tipo de ânion, quantidade de água e da capacidade de adsorção de CO2.48,50-56
temperatura de tratamento dos HDL também
influenciam na capacidade de adsorção de - Materiais mesoporosos
CO2 desses materiais.49 Wang et al.48
reportam que os tratamentos térmicos As peneiras moleculares mesoporosas
ocasioanaram a formação de óxidos mistos chamadas de M41S foram descobertas por
com estruturas 3D, devido à gradual perda de pesquisadores da Mobil Oil Corporation, em
água, à desidroxilação e à descarbonatação 1992.57 A família M41S é composta por
desses materiais. Estes tiveram fases amorfas materiais com três arranjos diferentes: a
que apresentaram maior área superficial e MCM-41 apresenta poros cilíndricos com
sítios básicos expostos na superfície, arranjo espacial hexagonal, a MCM-48
comparadas as dos HDL de origem, apresenta poros cilíndricos com arranjo
favorecendo a adsorção reversível do CO2. Os espacial tridimensional com simetria cúbica e
HDL, Mg-Al-CO3 apresentam uma capacidade a MCM-50 é uma fase lamelar.58 Esses
de adsorção de CO2 de 0,49 a 0,98 mmol g-1, mesoporosos apresentam elevada área
dependendo das condições de operação.22,48 superficial, maior que 700 m2g-1, grande

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volume de poros, além de boa estabilidade Frameworks) constituem uma classe


térmica.59 relativamente recente de materiais híbridos
A funcionalização desses materiais porosos cristalinos. Eles são obtidos pela
mesoporosos, isto é, a modificação das coordenação de íons metálicos ou íons
superfícies desses sólidos com alquilaminas, clusters metálicos – zinco, cromo, alumínio,
gera materiais híbridos orgânicos-inorgânicos zircônio etc – com ligantes orgânicos
que podem ser empregados para captura de polifuncionais em ponte, tais como,
CO2 em baixas pressões em processos de pós- carboxilatos, formando estrutura uni, bi ou
combustão e em condições ambiente.17,59 tridimensionais (Figura 12). Umas das mais
interessantes propriedades dos MOFs são as
suas estruturas bem ordenadas, que
- Estruturas Metal-Orgânicas (MOFs) apresentam uma variedade de tamanho de
poros e propriedades de texturas
Os compostos com estruturas metal- excepcionais, tais como, a elevada área
orgânicas (MOFs em inglês Metal-Organic superficial e alto volume de poros.60-63

Figura 12. Esquema representativo da ´montagem` de um típico material híbrido metal


orgânico- MOF

Devidos à grande variedade de topologias captura de CO2 mesmo a pressão de 1 bar e


moleculares e suas excelentes propriedades, temperatura de 273 K.64-66
esses materiais estão sendo utilizados em
diferentes áreas, tais como, estocagem de - Membranas
gases, adsorção, separação de misturas
líquidas e gasosas, catálise etc. Eles estão As membranas são tradicionalmente feitas
sendo cada vez mais estudados nos de polímeros não porosos, que têm
processos de captura de CO2 e separação de demonstrado uma relação empírica de
gases, devidos às suas propriedades de alta escolha entre permeabilidade e seletividade
porosidade e área de superfície, estrutura de alguma mistura gasosa.8 Nas membranas,
porosa ordenada e bem caracterizada e ocorrem interações físicas e/ou químicas
funcionalidade química ajustável.60 A entre os diferentes gases e os seus materiais,
introdução de grupos funcionais ou aditivos permitindo que alguns componentes passem
na estrutura dos MOF origina materiais preferencialmente dependendo do tamanho
híbridos com funcionabilidade suplementar, e/ou da afinidade com esses materiais.8 As
com um aumento da capacidade de adsorção membranas poliméricas mais comuns para
desses materiais.60 separação de CO2 são de acetato de celulose
Os MOFs têm elevada capacidade de (CA – do inglês Cellulose acetate),
adsorção de CO2 em altas pressões, polissulfona (PSf), polietersulfona (PES) e
entretanto, à pressão atmosferica é, poliimida (PI). Entre estes polímeros, as
geralmente, menor comparado com outros poliimidas exibem um desempenho
absorventes.17 No entanto, designs de novos promissor, sendo investigados na separação
MOFs já mostram melhores resultados para a de CO2. As poliimidas possuem alta
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estabilidade térmica e química, apropriada membranas poliméricas com alta seletividade


resistência mecânica e as membranas são apresentaram pobre permeabilidade. Uma
facilmente fabricadas. Entretanto, alguns estratégia para melhorar isto é a introdução
fatores que limitam a aplicação das de compostos inorgânicos em membranas
poliimidas e de outras membranas na poliméricas, formando membranas de
separação de CO2, como a expansão e a matrizes mistas (MMM em inglês – mixed-
plastificação dos polímeros, quando em matrix membrane). Algumas membranas de
contato com CO2. A adição de monômeros e matrizes mistas foram obtidas com
oligômeros contendo um grupo acetileno na nanopartículas de carbono, óxido de grafeno,
poliimida aumenta a resistência à óxidos metálicos, zeólitas e MOF.67
plastificação.67
Verifica-se também que o desempenho Na tabela 3, são apresentados alguns
das membranas apresenta relação inversa exemplos de materiais adsorventes de CO2 e
entre seletividade e permeabilidade. Muitas suas respectivas capacidades de adsorção.

Tabela 3. Sólidos sorventes utilizados na captura de CO2


Pós-Combustão
Temperatura Pressão Capacidade de adsorção
Sorventes
(K) PCO2(atm) (mmol g-1)
Carvão ativo68 288 1 2,45
Carvão ativo17 298 0,1-1 0,57-3,23
Zeólitas17 290-305 0,1-1 1,7 - 4,7
Zeólitas*17 303-333 0,1-15 1,0 – 4,2
MCM* / SBA*17 298-348 0,05-1 2,0 - 5,6
SBA*17 298-348 0,05-0,15 2,0 - 4,5
HDL48 473-673 1 0,0-0,9
HDL 52,69 303-623 0,05-1 0,0-0,9
HDL*54 353 1 1,76
Mg-MOF-7466 298 1 8,6
Cu3(BTC)2(H2O)1.566 298 1 8,4
Co-MOF-7466 298 1 7,5
Ni-MOF66 298 1 7,1
PMMA* (polimetilmetacrilato)17 318-338 0,1 2,3- 2,4
*Funcionalizado com amina

3. Uso e Conversão de CO2 diretamente como em EOR (recuperação


avançada de reservas de óleo e gás), na
indústria alimentícia, como na carbonatação
3.1. Uso industrial de CO2 de refrigerantes ou na conservação de
alimentos, na indústria do papel, tratamento
de água, conservação de alimentos,
O CO2 pode ser usado industrialmente na extintores e como matéria-prima para
sua forma original, diretamente, ou através obtenção de diversos produtos, como a ureia,
da conversão química em outros produtos. metanol, a aspirina, polímeros, ácido fórmico
Na figura 13, são mostradas as opções e carbonatos minerais.4,70
industriais existentes para o uso do CO2:

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Figura 13. Usos industriais existentes de CO2: direto e através de conversão química

Abordaremos, em seguida, alguns dos melhoria da conversão e da seletividade.


processos químicos de conversão de CO2. O Dentre os processos de conversão, temos o
principal desafio da conversão é o fato do processo bioquímico que visa a produção de
CO2 ser uma molécula termodinamicamente etanol, açúcares e ácido acético; já no
estável com energia livre de formação igual a processo eletroquímico os produtos
-394,4 kJ mol-1 a 298 K. Na figura 14, são normalmente estudados são monóxido de
apresentados os valores das variações de carbono, ácido acético e metanol. Na
energia livre para o CO2 e alguns dos conversão química, no entanto, temos uma
potenciais produtos de conversão. Diversos vasta diversidade de produtos, desde
processos e maneiras vêm sendo utilizados hidrocarbonetos, álcoois até carbonatos
na busca por diferentes produtos, na orgânicos.71

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Figura 14. Variações de energia livre de formação de CO2 e de seus potenciais alvos para
conversão

Podemos citar a utilização de CO2 na durante a fabricação), nos eletrônicos (meio


produção de produtos químicos (solventes), de resfriamento para testes) e no meio
na área farmacêutica (ácido salicílico), nos ambiente (alternativa ao H2SO4 para o
alimentos e bebidas (gaseificação), em controle do pH de efluentes líquidos).71
laboratórios de análises (CO2 supercrítico), na
Algumas dessas rotas são descritas na
indústria do papel e celulose (ajuste do pH
figura 15.

Figura 15. Exemplos de rotas de conversão de CO2

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3.2. Processos de conversão de CO2 reações de carboxilação e em diferentes


rotas, formando principalmente produtos
químicos e combustíveis.73 A maior parte de
A utilização do CO2 em processos CO2 utilizado está associada à carbonatação
industriais é escassa ainda, no entanto, cada de bebidas, produção de ureia, metanol,
vez mais frequente são os estudos visando o formaldeído e de dimetilcarbonato.73 Na
emprego deste gás como reagente, tabela 4, são apresentados alguns produtos
contribuindo para o uso desse gás obtidos a partir do CO2 e suas respectivas
importante do efeito estufa.72 Diversas produções anuais.74
vertentes de uso do CO2 o empregam em

Tabela 4. Produção anual dos produtos químicos principais obtidos a partir do CO2
Fórmula
Produto Químico
molecular Produção anual Produção anual a partir de CO2

190 milhões de
Urea 130 milhões de toneladas
toneladas

100 milhões de
Metanol CH3OH 2 milhões de toneladas
toneladas

Ácido Salicílico 70 mil toneladas 30 mil toneladas

9,7 milhões de
Formaldeído
toneladas

Ácido Fórmico 700 mil toneladas

Carbonato Cíclicos 80 mil toneladas 40 mil toneladas

Carbonato de
etileno

10 milhões de
Dimetilcarbonato
toneladas

A produção anual de ureia é cerca de 190 eles farmacêuticos, petroquímicos e


milhões de toneladas, sendo o processo que agroquímicos. A rota comercial da ureia
mais usa o CO2 como matéria-prima, em consiste em uma reação de CO2 com amônia
torno de 75 %.73,75,76 Os derivados da ureia em elevadas temperatura e pressão (185 oC e
têm aplicação em diversos campos, dentre 150 bar, Figura 16).
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Figura 16. Rota comercial de obtenção da ureia

Uma outa rota industrial usando o CO2 é ainda vigente em determinados lugares, tem
da síntese de carbonatos orgânicos, onde são como subproduto o ácido clorídrico, o que
produzidas 50 mil toneladas de policarbonato dificulta muito o processo.77 A rota
utilizando CO2 como reagente pela Asahi desenvolvida pela Asahi compreende a
Kasei Chemical, e assim, evitando o uso de carbonatação direta do metanol, como
fosgênio nesse processo. O uso do fosgênio, descrito na reação a seguir, obtendo-se o
que é altamente tóxico, em um processo dimetilcarbonato (DMC, Figura 17).

Figura 17. Síntese de carbonatos orgânicos

O DMC está diretamente ligado à síntese utilizados por Kizlink et al.,80-82 que
de policarbonato de maneira mais limpa que constataram que os de Sn(IV) e Ti(IV) foram
o processo convencional, podendo ser os mais eficazes que os seus respectivos
utilizado como solvente e também como acetatos.
aditivo para o aumento de octanagem da
As demais rotas que empregam CO2 estão
gasolina.
relacionadas à síntese de metanol, de
Ballivet-Tkatchenko et al.78 estudaram a carbonatos cíclicos, carbonato de etileno,
conversão de CO2 para dimetilcarbonato copolímeros, ácido acetilsalicílico,
(DMC) utilizando como catalisadores SnO e formaldeído, ácido fórmico e produtos de
ZrO. Neste estudo, foram utilizados química fina como biotina, sendo, no entanto
catalisadores suportados e não-suportados em quantidades bem menores que a rota
em sílica. Os resultados dos catalisadores utilizada da ureia, por exemplo.73,83
não-suportados foram melhores que os
A síntese de ácido acetilsalicílico, a partir
suportados, sendo o catalisador de zircônia
do ácido salicílico, pela reação de Kolbe-
mais seletivo a DMC. Catalisadores à base de
Schmitt, utiliza CO2 como matéria-prima para
estanho promovem a desidratação do
a produção, onde o CO2 reage com o ânion
metanol que o torna menos seletivo que seus
fenolato através de substituição eletrofílica,
análogos. Já Lee utilizou de catalisadores de
formando o ácido salicílico. Após a reação, o
cobre suportados79, tendo observado que as
ácido salicílico pode ser usado para fabricar
variáveis de maior importância no
valiosos produtos químicos, como o ácido
rendimento nessa reação foram a
acetilsalicílico (isto é, aspirina sintética,
temperatura e a pressão. Os alcóxidos foram
Figura 18).74

Figura 18. Método de obtenção do ácido acetilsalicílico

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A conversão de CO2 para produtos com modo, se faz cada vez mais necessário o
somente um carbono está sendo bastante estudo envolvendo a produção de hidrogênio
explorado atualmente, obtendo-se o a partir de fontes renováveis, como a
metanol, por exemplo, através da redução eletrólise da água usando a energia solar.84
por hidrogenação do CO2. No entanto, como
A conversão de CO2 para metano, também
a principal fonte do hidrogênio é a partir de
conhecida como síntese de Sabatier (Figura
fontes fósseis pela reforma a vapor, não há
19), ocorre devido à reação de hidrogênio
uma contribuição muito evidente para a
com CO2 na formação de metano e água,
mitigação do referido gás estufa. Desse
como descrito na reação:

Figura 19. Síntese de Sabatier

A busca pela hidrogenação do CO2 iniciou- a utilização de Ni/CeO2 como catalisador na


se em 1902, tendo sido intensificado com os conversão de CO2 para metano,87 que
estudos em meados de 1970, com a crise de apresentou uma boa conversão em
petróleo. Diversos trabalhos descrevem essa temperaturas em torno de 350 oC quando
reação em temperaturas em torno de 250 a comparado aos catalisadores Ni/α-Al2O3,
400 oC, com pressões de ambiente até 100 Ni/MgO e Ni/TiO2. Os melhores resultados
bar. No entanto, Götz descreve em seu artigo foram verificados com CeO2 devido à melhor
que o processo que é economicamente viável dispersão ativa do metal e à melhor adsorção
ocorre em reatores de leito fixo em 6 etapas de CO2 pelo óxido de cério. Atualmente,
com temperaturas entre 300 a 500oC e pesquisadores descobriram a alta atividade
pressão por volta de 5 bar.85 O grande de catalisadores de Ni-Al hidrotalcita como
gargalo deste processo segue sendo a fonte catalisador para metanação. As hidrotalcitas
de hidrogênio, onde o autor propõe que calcinadas apresentaram tanto sítios ácidos
como a reação de metanação é altamente como básicos, e as de Ni aumentaram a área
exotérmica, esse calor gerado poderia ser superficial em relação aos demais
utilizado para geração de energia catalisadores de Ni.91
propiciando, assim, a eletrolise da água na
Uma outra linha bastante estudada é a
produção de hidrogênio e fechando o ciclo.
hidrogenação do CO2 para produção de
O processo se propõe como uma maneira hidrocarbonetos como a gasolina, produtos
de mitigação de CO2, sabendo-se que para oxigenados como metanol, via reação reversa
cada tonelada de metano produzida é gás-água (do inglês Reverse Water Gas Shift -
necessária uma tonelada de CO2. Entretanto, RWGS), seguida do processo de Fischer-
o processo de queima do metano em um Tropsch, como descrito nas equações abaixo.
processo futuro resulta na produção de CO2, No processo convencional de síntese de
que não sendo recapturado, reduz a metanol, por exemplo, o gás natural é
capacidade de mitigação pela rota Sabatier.4 utilizado para a produção do gás de síntese.
A metanação do CO2 tem sido estudada Na primeira etapa, ocorre a dessulfurização
utilizando principalmente catalisadores de Ni do gás natural antes da introdução para a
e metais nobres como Ru e Rh, assim como produção do gás de síntese para prevenir o
óxidos de vários metais.86-89 Devido ao baixo envenenamento do catalisador mais utilizado
custo e à alta atividade, os catalisadores de que é o de CuO/ZnO/Al2O3. Após esse
Ni são comumente utilizados na metanação processo, o gás de síntese é introduzido no
de CO2. A reação é fortemente afetada pela reator em condições de pressão e
natureza do suporte utilizado, bem como as temperatura específicas, originando o
espécies ativas presentes.90 Kikuchi descreve metanol, água e gás de síntese não
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convertidos. Por último, os produtos são na área, demostrando a relevância cientifica


direcionados para uma torre de destilação e econômica desta linha de pesquisa. O
para a separação do metanol como produto metanol é um importante produto desta
principal e a parte não convertida é reciclada hidrogenação (Figura 20), sendo um dos mais
para o reator.92,93 promissores na indústria, quer em termos de
produção de energia, quer como reagente
A reação de hidrogenação de CO2 vem
em diferentes processos.
sendo bastante estudada desde o final do
século passado, havendo diversos trabalhos

Figura 20. Obtenção do metanol à partir da hidrogenação do CO2

Atualmente, diversos estudos têm ainda precisa de ajustes para competir com a
considerado a síntese do metanol utilizando produção convencional, visto para produzir 1
com fonte o CO2, existindo uma grande tonelada de CO2 há um custo de 666 euros
variedade de rotas que possuem uma comparados a 401 euros pelo método
viabilidade comercial, sendo essa focada na convencional, sendo necessário a redução do
hidrogenação do CO2 capturado em fontes custo de H2 em 2,5 vezes o valor do atual.94.95
antropogênicas. Em ótimas condições, a Em termos ambientais, na produção de
síntese do metanol pela via CO2 é metanol a partir de CO2 capturado, há a
considerada a opção economicamente mais emissão de 0,226 toneladas de CO2/tonelada
viável, depois da via de combustíveis fósseis. de metanol produzido, bem menor que no
No entanto, ainda persiste o problema de método convencional que emite 0,768 ton de
uma via economicamente viável de produção CO2/ton de metanol. Além disso, verifica-se
de hidrogênio. Existe hoje em dia, como um gasto menor de água na produção
exemplo, a planta de metanol renovável a quando comparado com o método
partir de CO2 George Olah, onde são convencional, de 26,39 para 90 ton/ton.11
produzidos 5 milhões de litros de metanol a
Outro uso do CO2 advindo de captura é a
partir de CO2. A companhia Mitsui Chemicals
reforma seca, onde há a produção do gás de
Inc. construiu uma planta piloto para
síntese pela reforma do metano. A reação a
produção de metanol a partir de CO2 em
seguir mostra o procedimento utilizado
2008 que produz 100 toneladas de metanol
(Figura 21):
por ano. A produção de metanol via CO2

Figura 21. Reação de reforma seca do metano

O gás de síntese é a chave de diversos de reforma seca, observa-se que é um


processos industriais, como já descrito nesse processo ambientalmente mais favorável,
artigo. No processo convencional via reforma não somente devido ao consumo de CO2, mas
a vapor é gasta uma grande quantidade de também por operar em temperaturas e
energia, com temperaturas em torno de 1000 pressões menores que o convencional. A
o
C e pressões de 15 a 30 bar. Já no processo reforma seca é estudada desde 1928 por

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Fisher e Tropsch, que utilizaram catalisadores metanol, oferecendo uma boa oportunidade
a base de Co e Ni. O principal desafio desses de agregar valor ao CO2 inicial capturado. A
pesquisadores foi a perda de atividade pela produção prevista de ácido fórmico para o
desativação dos catalisadores devido à ano de 2019 é de 760 kton.98 Quase 45 % da
formação de coque na superfície dos demanda total de ácido fórmico foram
catalisadores e à sinterização dos utilizadas para a preservação de silagem,
catalisadores em altas temperaturas. Outros ração animal e outras aplicações agrícolas no
catalisadores, como os suportados em Al2O3, ano 2012. As indústrias de couro, têxteis e
SiO2, MgO e ZrO2, têm sido bastante borracha também são segmentos de uso final
utilizados associados à presença de metais que mais crescem, principalmente devido à
como Ni, Co, Fe, Pt, Rh, Ru e Pd.96 Como o alta penetração de couro e têxteis em todas
CO2 e metano são gases considerados as regiões.76,98 No entanto, comparando-se à
baratos, se os dois são utilizados em um rota convencional de obtenção do ácido
processo reacional que produz o gás de fórmico, que consiste na reação de monóxido
síntese, observa-se um acréscimo de valor de carbono com soda cáustica, seguido da
agregado a reagentes inicialmente com adição de ácido clorídrico, com a de
menor valor comercial. Em termos hidrogenação de CO2, estima-se que o seu
ambientais, consegue-se mitigar os dois preço final desta última deva ser 2,5 vezes
principais gases do efeito estufa, maior.
transformando, assim, este processo em um
A reação, a seguir, representa a
dos mais estudados.97
hidrogenação de CO2 a ácido fórmico (Figura
O ácido fórmico também é um dos 22):
produtos da hidrogenação do CO2, além do

Figura 22. Reação de hidrogenação do CO2

Diversos novos catalisadores têm sido para serem empregados em escala


testados para esta rota de hidrogenação, industrial.102-109
abrangendo os de Raney-Niquel (primeiro
catalisador utilizado no processo de
hidrogenação de CO2 para ácido fórmico) em 4. Considerações Finais
1935,95 e inúmeros outros, tanto utilizando a
catálise homogênea como a heterogênea,
com metais em suas estruturas, como Ti, Fe, O CO2 pode representar um desafio, quer
Ni, Ru, Rh, Ir, Pd, Mo e Au.99-101 do ponto de vista ambiental, quer do
Há ainda a conversão enzimática e científico-tecnológico, assim como, uma
eletroquímica de CO2, ambas extremamente oportunidade para o desenvolvimento de
interessantes, mas que não serão abordadas processos de captura, uso e conversão viáveis
neste trabalho, podendo-se recomendar economicamente e, portanto, atrativas para
diversos trabalhos nestas áreas98-105. No serem adotados pela indústria e governos.
entanto, apesar das rotas enzimáticas de Estabelecer análises comparativas entre
conversão serem ambientalmente favoráveis as duas opções do que fazer após a captura
e eficientes na obtenção de produtos de CO2, a estocagem ou uso/conversão, não
químicos e até combustíveis, ainda pode ser feita de modo simplista apenas se
apresentam desafios técnicos e econômicos referenciando no pressuposto de que seja

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melhor a alternativa de transformá-lo em caminhos que demandarão a participação de


algum outro produto. pesquisadores das mais diversas áreas com a
integração da indústria e também de políticas
Análises em relação ao consumo
governamentais, quando necessário, que é o
energético e ciclo de vida entre um processo
escopo do desafio da mitigação climática, a
e outro devem ser consideradas e o produto
integração em favor da sustentabilidade, a
alvo de conversão de CO2 pode fazer muita
cooperação como processo reflexivo exigido
diferença no resultado final. Os impactos
pela discussão do Antropoceno.2,114-122
ambientais também devem ser
criteriosamente avaliados e dependerão das
emissões reduzidas, direta e indiretamente
Referências Bibliográficas
envolvidas em todas as etapas de ambos os
processos, o que requer um levantamento de
muitos dados associados e apresentam uma 1
IPCC. Disponível em:
variação temporal e geográfica, muitas vezes <http://www.ipcc.ch/report/sr15/>. Acesso
ignoradas por serem difíceis para serem em: 10 novembro 2018.
computadas apropriadamente.
2
Cuéllar-Franca, R. M.; Azapagic, A., Carbon
Por exemplo, se o produto final de capture, storage and utilisation technologies:
conversão de CO2 é o metanol, a análise do A critical analysis and comparison of their life
processo de captura e conversão dependerá, cycle environmental impacts. Journal of CO2
entre outros aspectos, da conversão Utilization 2015, 9, 82. [CrossRef]
realizada, da origem do gás hidrogênio (se é
3
oriundo da reação fotocatalítica da água ou Kenarsari, S. D.; Yang, D.; Jiang, G.; Zhang,
da reforma a vapor de hidrocarbonetos), do S.; Wang, J.; Russel, A. G.; Wei, Q.; Fan, M.
valor de mercado do metanol, da corrente Review of recent advances in carbon dioxide
originária de CO2 e da proximidade desta separation and capture. RSC Advances 2013,
fonte de CO2 em relação ao sítio de 3, 22739. [CrossRef]
conversão catalítica. O processo de captura e 4
Aresta, M., Carbon Dioxide Recovery and
estocagem de CO2 comparativa dependerá da Utilization, 1a. Ed., Kluwer Academic
intensidade energética nas etapas de Publishers: Netherlands, 2003.
captura, compressão, desidratação e 5
especialmente, neste caso, do local Abanndes, J. C.; Arias, B.; Lyngfelt, A.;
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