Você está na página 1de 23

Traduzido do Inglês para o Português - www.onlinedoctranslator.

com

i Uma atualização deste artigo está incluída no final

Jornal de Produção Mais Limpa 241 (2019) 118286

Listas de conteúdos disponíveis emScienceDirect

Jornal de Produção Mais Limpa

Página inicial do jornal:www.elsevier.com/locate/jclepro

Análise do ciclo de vida dos impactos ambientais dos materiais terrosos


no contexto português: taipa de pilão e blocos de terra comprimida
Jorge Fernandesuma,*, Marco Peixotouma, Ricardo Mateusuma, Helena Gerva - siob
umaCTAC, Departamento de Engenharia Civil, Universidade do Minho, Guimara ~es, Portugal
bISISE, Departamento de Engenharia Civil, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal

informações do artigo abstrato

Historia do artigo: No contexto português, a avaliação do ciclo de vida dos materiais de construção ainda está a dar os primeiros
Recebido em 13 de maio de 2019 passos. Até agora, há apenas um pequeno número de Declarações Ambientais de Produto (EPDs) disponíveis, todas
Recebido em forma revisada em 21
direcionadas para materiais de base industrial. Embora os materiais terrosos vernaculares sejam vistos como
de agosto de 2019
materiais ecológicos, com baixo potencial de impactos ambientais, não existem estudos que permitam comparar
Aceito em 3 de setembro de 2019 Disponível
quantitativamente esses materiais com os convencionais, de acordo com as normas aplicáveis. No caso de Portugal,
online em 6 de setembro de 2019
não existem EPDs ou estudos para estes materiais e os estudos disponíveis a nível mundial são difíceis de comparar,
Editor de Manipulação. Baoshan Huang uma vez que não seguem a mesma metodologia de avaliação do ciclo de vida. Este trabalho visa contribuir para um
melhor entendimento sobre o desempenho ambiental dos materiais terrosos, apresentando resultados da avaliação
Palavras-chave: do ciclo de vida de Blocos de Terra Comprimido (CEBs) e taipa, com base em valores específicos de inventário de
Arquitetura vernacular ciclo de vida obtidos de uma empresa produtora, seguindo a orientação fornecida pela norma EN15804. Entre outras
Avaliação do ciclo de vida conclusões, os resultados mostram que o CEB e a terra batida têm uma Energia Incorporada total de 3,94 MJ/bloco e
Impactos ambientais 596 MJ/1 m3e um Potencial de Aquecimento Global de 0,39 kg CO2eq/bloco e 47,5 kg CO2eq./1 m3, respectivamente.
Terra compactada
Em uma análise do berço ao portão de diferentes paredes, o uso de elementos construtivos de terra pode resultar
Bloco de terra compactado (CEB)
na redução dos potenciais impactos ambientais em cerca de 50%, quando comparado ao uso de elementos
Arquitetura de terra
convencionais. Adicionalmente, são também discutidas as vantagens da utilização de materiais terrosos para as
diferentes fases do ciclo de vida da construção, focando-se na possibilidade de reciclar estes materiais numa
abordagem de circuito fechado.
©2019 Elsevier Ltd. Todos os direitos reservados.

1. Introdução

1.1. Estrutura

A indústria da construção é um dos maiores setores da economia


mundial e um dos maiores consumidores de energia e matérias-
primas/recursos naturais (Berge, 2009;Morel et al., 2001). A maior parte
Abreviaturas:ADP_elements, esgotamento de recursos abióticoseelementos minerais;
desse problema se deve ao fato de a maioria dos materiais de
ADP_ff, esgotamento de recursos abióticosecombustíveis fósseis; AEC, arquitetura, engenharia e
construção; AP, potencial de acidificação do solo e da água; BSA, avaliação da sustentabilidade do construção industrializados que são utilizados hoje terem impactos
edifício; CEB, bloco de terra comprimido; CED, método para calcular a demanda acumulada de ambientais consideráveis em sua etapa de produção (Cabeza et al.,
energia; Linha de base CML-IA, método de avaliação de impacto desenvolvido pelo Centro de 2013;J Fernandes et al., 2013;Wadel et al., 2010).
Ciências Ambientais da Universidade de Leiden; EE tot, energia total incorporada; PE, potencial de
A consciência ambiental global e a crescente demanda por
eutrofização; EPD, declaração ambiental do produto; GWP, potencial de aquecimento global
(mudanças climáticas); LCIA, avaliação do impacto do ciclo de vida; ACV, avaliação do ciclo de
materiais ecologicamente corretos estão levando o setor a mudar para
vida; LCI, inventário de ciclo de vida; ODP, potencial de destruição do ozônio estratosférico; POCP, o paradigma da “sustentabilidade”. Assim, aos poucos o setor começa a
criação fotoquímica de ozônio; RE, taipa; Valor U, coeficiente de transferência de calor. adotar materiais com menor energia incorporada e outros impactos
ambientais, e mais compatíveis, por exemplo, com o contexto climático
* Autor correspondente.
local.
Endereço de e-mail:jepfernandes@me.com (J. Fernandes),marco.amp@live.com.pt
(M. Peixoto),ricardomateus@civil.uminho.pt (R. Mateus),hger@dec.uc.pt (H. Gerva A fim de promover a utilização de materiais amigos do ambiente, é
- si). necessário assegurar uma

https://doi.org/10.1016/j.jclepro.2019.118286 0959-6526/©
2019 Elsevier Ltd. Todos os direitos reservados.
2 J. Fernandes et ai. / Journal of Cleaner Production 241 (2019) 118286

comparação entre materiais de construção. Assim, a avaliação dos impactos contribuição para este campo, avaliando o desempenho do ciclo de
ambientais dos materiais é essencial para obter dados abrangentes e mais vida de dois materiais de terra em conformidade com a norma
precisos, sobre todas as etapas do ciclo de vida dos materiais de construção EN15804, ou seja, com as Regras de Categoria de Produto para a
(extração, processamento, uso, transporte e cenários de fim de vida). Esta declaração ambiental de produtos de construção Tipo III (2012), com
avaliação é complexa, sendo difícil descrever todos os impactos que base em dados coletados de um fabricante desses materiais, localizada
resultam de todas as fases do ciclo de vida (Cabeza et al., 2013;Sassi, 2006) e em Portugal. Assim, os resultados da avaliação podem ser comparados
os resultados não podem ser extrapolados diretamente para contextos com outros EPDs para materiais de construção ou outros materiais
locais específicos (Wadel et al., 2010), principalmente quando os produtos avaliados de acordo com o mesmo padrão.
são provenientes de uma fonte remota. No entanto, essas informações são
essenciais para identificar os materiais que realmente têm baixo impacto 1.2. Materiais vernaculares versus materiais convencionais
ambiental incorporado daqueles que apenas afirmam ser “verdes” e “eco” (
Berge, 2009). A maioria dos sistemas de construção convencionais depende de
A forma de comunicar essas informações ao mercado é por meio materiais de base industrial com alta energia incorporada e outros
das Declarações Ambientais de Produto (EPDs). De acordo com a ISO impactos ambientais potenciais (por exemplo, concreto, alumínio, aço,
14025 (ISO, 2006a), as EPDs são um rótulo ambiental do tipo III que vidro, etc.) (Jorge Fernandes et al., 2013;Zabalza Bribi- et al., 2011).
permite comunicar (business-to-business) informações quantificadas Há a necessidade de mudar os métodos e as cadeias de produção para
sobre o desempenho ambiental de produtos e serviços, com base na seguir um caminho para a proteção ambiental e gestão sustentável dos
lista de parâmetros de avaliação ambiental do ciclo de vida (LCA) recursos, por exemplo, fechando os ciclos dos produtos (Morel et al.,
definidos pelo grupo ISO 14040 de padrões (ISO, 2006b, 2006c). Uma 2001;Ramesh, 2012;Zabalza Bribia - n et al., 2011). Para
vez que permite comparar diferentes produtos que atendem ao Para atingir este objetivo, é necessário passar de um modelo de produção
mesmo requisito funcional, também fomenta a competitividade entre linear para um circular, que se caracteriza por um ciclo contínuo de
os fabricantes para melhorar o desempenho ambiental de seus reciclagem > produção > uso > reciclagem, evitando assim a produção de
produtos (Almeida et al., 2015;Ingwersen e Stevenson, 2012). De resíduos (Wadel et al., 2010). O atual modelo de produção linear remonta à
acordo comIba -~
nez-Fore- s et ai. (2016), a partir de Revolução Industrial (cerca de 250 anos atrás), e embora todos os
do lado das empresas os principais fatores para a adoção das EPDs, como desenvolvimentos tecnológicos permaneçam praticamente inalterados (
ferramenta de comunicação ambiental, são a comunicação de informações Wadel et al., 2010). Portanto, de acordo comWadel et ai. (2010), a indústria
objetivas e o aprimoramento de sua identidade corporativa. No entanto, de arquitetura, engenharia e construção (AEC) deveria adotar um modelo
ainda há um trabalho a ser feito por parte dos consumidores no que diz pré-industrial em que o ciclo dos materiais fosse fechado e os resíduos
respeito à interpretação desta informação, uma vez que menos de 40% fossem reduzidos, ou seja, um modelo de sociedade fundamentalmente
consideram que os rótulos ecológicos fornecem informações claras e de fácil orgânica, utilizando os recursos da biosfera de acordo com a natureza
compreensão sobre o impacto ambiental dos produtos (Iba capacidade de produzi-los e assimilar os resíduos gerados. Portanto, uma
-~nez-Fore- s et al., 2016). Muitas empresas consideram este último possibilidade no caminho para alcançar um modelo circular é revisitar
aspecto como o principal problema que dificulta a aplicação de EPDs ( velhos hábitos e técnicas construtivas e utilizar os melhores conhecimentos
Iba- ~
nez-Fore- s et al., 2016). técnicos e científicos atuais para melhorá-los. No entanto, na sociedade e
Apesar das vantagens mencionadas, é difícil comparar produtos, nos modos de vida contemporâneos, essa ideia parece utópica.
pois o número de EPDs disponíveis ainda é escasso (Zackrisson et al.,
2008). O fato de ser uma declaração voluntária, envolvendo um Para mudar essa realidade, vários autores (Arrigoni et al., 2017;
trabalho complexo e profissionais qualificados, é uma das barreiras Cabeza et al., 2013;Chel e Tiwari, 2009;Morel et al., 2001; Ramesh, 2012;
que explicam a falta de EPDs, principalmente para os produtos das Shukla et al., 2009;Venkatarama Reddy e Jagadish, 2003) concentraram
pequenas e médias empresas (Zackrisson et al., 2008). No caso de sua atenção na pesquisa de alternativas às tecnologias atuais de
Portugal, o desenvolvimento de tal informação ainda está em sua construção. Algumas dessas “alternativas” são, de fato, tecnologias de
infânciaeapenas dez EPDs estão disponíveis (DAPHabitat, sd)e construção tradicionais ou vernaculares usadas pelas comunidades há
abrangendo apenas os produtos de construção de base industrial. séculos.
Provavelmente devido às estratégias de comunicação de mercado, à escala de O crescente interesse por materiais e técnicas vernáculas no âmbito
produção e à dimensão das empresas, as EPDs disponíveis até agora das construções sustentáveis advém das seguintes propriedades (i)
mundialmente para produtos de construção são apenas para produtos de base estreita relação com as condições locais, ou seja, os materiais são de
industrial (Plataforma Ecológica, sd;EPD Internacional AB, sd). origem local; (ii) as técnicas foram desenvolvidas de acordo com um
No caso de materiais vernaculares (ou seja, materiais que são clima específico; (iii) baixa necessidade de transporte desde a extração
adquiridos, produzidos e aplicados localmente, também conhecidos como da matéria-prima até o local de fabricação; (iv) baixa energia
materiais tradicionais), estes são frequentemente reconhecidos como incorporada, devido aos processos de fabricação mais simples e,
ecológicos devido ao menor impacto ambiental percebido, uma vez que a consequentemente, redução dos potenciais impactos ambientais; (v)
maioria desses materiais tem processamento de baixa tecnologia e são de alguns materiais são orgânicos, biodegradáveis, renováveis e podem
baixo consumo de energia. Embora os projetistas reconheçam essa ser enquadrados em uma abordagem de ciclo de vida “do berço ao
vantagem em comparação com os materiais convencionais, atualmente não berço” (por exemplo, palha e junco); e (vi) mão de obra local é usada
há dados quantitativos sobre o desempenho ambiental desses materiais e para produzi-los (J Fernandes et al., 2013). Por exemplo, os estudos
não há EPDs disponíveis em todo o mundo.Plataforma Ecológica, sd; EPD realizados por Fernandes et ai. (2013),Zabalza
- n et ai.Bribia
(2011)eMelia - et ai.
Internacional AB, sd). As prováveis razões para explicar isso são o caráter (2014)compararam quantitativamente vários materiais e concluíram
local desses materiais, as propriedades heterogêneas de local para local e, que os materiais vernaculares e/ou naturais têm emissões de energia e
consequentemente, a dificuldade de padronização e a pequena escala de dióxido de carbono consideravelmente menores do que os materiais
produção. Esta situação está dificultando o uso desses materiais, uma vez convencionais. Esses estudos também destacaram a importância de
que os praticantes de LCA, ou Building Sustainability Assessment (BSA), não promover o uso de materiais de baixo processamento e de origem local
possuem os dados quantitativos necessários para mostrar os benefícios para reduzir os impactos ambientais incorporados. A utilização de
ambientais desses materiais para a prática convencional. materiais e técnicas de construção alternativas como as vernáculas
(taipa, adobe, abóbadas tradicionais, etc.) podem reduzir os impactos
Nesse contexto, este trabalho de pesquisa tem como objetivo fornecer uma ambientais, como demonstram diversos estudos
J. Fernandes et ai. / Journal of Cleaner Production 241 (2019) 118286 3

(Praseeda et al., 2014)(Arrigoni et al., 2017;Christoforou et al., 2016; No contexto específico da Índia, os autores concluíram que os edifícios de adobe
Meli-a et al., 2014;Sanz-Calcedo et al., 2012;Shukla et al., 2009; são mais ecoeficientes do que aqueles construídos com materiais de construção
Venkatarama Reddy e Jagadish, 2003). Além das vantagens ambientais, convencionais.
Morel et ai. (2001)eRamesh (2012)também concluíram que o uso de Embora esses estudos sejam relevantes para entender o impacto da
materiais locais traz benefícios socioeconômicos, como reduzir o custo escolha de soluções construtivas convencionais ou alternativas, eles não se
de construção e fomentar economias locais pagando o custo dos baseiam no método LCA padronizado e/ou utilizam dados genéricos de
materiais e mão de obra localmente. inventário de ciclo de vida, ou seja, dados que não consideram os contextos
Pelos motivos mencionados acima, os materiais vernaculares são reais de fabricação de os materiais utilizados. Os estudos de ACV realizados
temas relevantes de pesquisa no âmbito da sustentabilidade do porMaza (2012), eAillapa - n (2012)siga o me-
ambiente construído e, portanto, é necessário desenvolver estudos odologia definida nas normas ISO14040 e 14044 e estão nas CEBs fabricadas
detalhados de ACV para permitir a comparação com materiais no contexto específico de dois países sul-americanos. O primeiro estudo
convencionais. analisou cinco tipos de paredes, na perspectiva do berço ao portão, para
comparar o desempenho ambiental. O estudo considerou os seguintes
1.3. A terra como material de construção ecológico materiais para as paredes: blocos vazados de concreto; tijolo cerâmico
queimado; e CEBs com diferentes estabilizantes (cimento-cal, cal e gesso). O
A terra tem sido usada como material de construção por milhares autor utilizou o método de avaliação de impacto do ciclo de vida
de anos, e um terço da população mundial ainda vive em construções Ecoindicator 99 para quantificar os potenciais impactos ambientais e os
de terra (Minke, 2006). Embora estes números revelem a importância resultados mostram que para 1 m2
das técnicas de construção em terra nos dias de hoje, estas estão a ser de parede, a parede de tijolo cerâmico tem quatro vezes mais impacto
abandonadas devido à conotação com pobreza e à disseminação de que blocos de concreto, cinco vezes mais que CEB (cimento-cal) e oito e
materiais que permitem um processo de construção mais rápido, como treze vezes mais que CEB (cal) e CEB (gesso), respectivamente (Maza,
o betão (Leita ~o et al., 2017). Mesmo assim, na última 2012). Esses resultados também mostraram que uma redução no teor
décadas, as técnicas de barro têm recuperado um interesse crescente de cimento resulta em uma diminuição dos impactos ambientais.
devido à conscientização em torno das questões ambientais (Arrigoni et al., Adicionalmente, o estudo também mostrou que a industrialização dos
2017;Dabaieh, 2015;Jaquin et al., 2008;Leita ~o et al., 2017). Algum processos de fabricação e construção aumentou os impactos
estudos têm mostrado que o uso de materiais de barro pode reduzir ambientais incorporados. No entanto, este estudo não considerou a
significativamente os potenciais impactos ambientais dos edifícios (J energia utilizada pelos equipamentos durante a fabricação do produto
Fernandes et al., 2013;Hamard et al., 2016;Meli- a et al., 2014; e as fontes de dados para diversos processos são baseadas em
Sanz-Calcedo et al., 2012;Shukla et al., 2009;Venkatarama Reddy e cenários e literatura.
Jagadish, 2003;Venkatarama Reddy, 2009;Venkatarama Reddy e O estudo realizado porAillapa - n (2012)usou o cumulativo
Prasanna Kumar, 2010). Do artigo de revisão de Cabeza et ai. (2013), Demanda de Energia e métodos IPCC2007. Os resultados mostraram
pode-se destacar que os materiais com melhor desempenho, ao nível que a energia incorporada de 1 m2parede do CEB (incluindo
de energia incorporada e CO2 argamassa) foi de 104 MJ e o GWP de 13,4 kg CO2eq. Para 1 bloco, a
emissões, são madeira e materiais de barro. Em relação aos materiais/ energia incorporada total foi de 1,03 MJ e o GWP de 0,0494 kg CO2eq.
sistemas construtivos semelhantes aos que são objetos de pesquisa Apesar de seguir os procedimentos das normas, vários processos não
deste trabalho, a taipa de pilão é um dos mais comuns, e se divide foram considerados (por exemplo, transporte de materiais auxiliares,
geralmente em dois tipos: taipa de pilão estabilizada e não estabilizada. preparação do solo e equipamentos de mistura) e alguns processos são
A diferença entre os dois é que a taipa estabilizada contém aditivos baseados no uso de dados genéricos. Esses dois estudos mostraram o
(cimento ou cal) para superar algumas fragilidades do solo utilizado. potencial desses materiais para a construção sustentável. No entanto, o
Para paredes de taipa não estabilizada, e dependendo do processo de fato de esses dois estudos utilizarem métodos diferentes para avaliar
produção, pode-se afirmar que é uma solução mais amiga do ambiente os impactos ambientais e a energia incorporada, dificulta a
(Arrigoni et al., 2017;Cabeza et al., 2013). comparação dos resultados.
No contexto português,Pereira (2017)avaliou os impactos
Em relação às paredes de taipa estabilizada com cimento, ambientais do ciclo de vida de um Bloco de Terra Comprimido (CEB)
Venkatarama Reddy e Prasanna Kumar (2010)quantificou a energia específico desenvolvido no âmbito de um projeto de pesquisa. O autor
total incorporada desta solução e concluiu que ela aumentou concluiu que a Parede CEB teve menores impactos ambientais e
linearmente com o aumento do teor de cimento (400e500 MJ/m3para energia incorporada do que uma parede convencional de tijolos
um teor de cimento na faixa de 6e8%).Arrigoni et ai. (2017)também se vazados. Analisando a categoria Potencial de Aquecimento Global, o
concentraram na análise dos impactos ambientais de várias soluções CEB teve 27% menos impacto que a parede convencional, 19,8 kg CO2
de taipa estabilizada e concluíram que é possível ter misturas de taipa eq. e 25,2 kg CO2 eq., respectivamente. Deve-se destacar que, embora
estabilizadas duráveis sem usar estabilizadores com alto potencial de a parede CEB fosse três vezes mais pesada que a parede convencional,
impacto ambiental. Além disso, eles afirmaram que o desempenho ainda assim teve quase 30% menos impacto. Embora esse tipo de
ambiental das misturas foi fortemente influenciado pela fabricação e estudo seja útil para entender e comparar os impactos ambientais dos
transporte de cimento (Arrigoni et al., 2017). materiais, ele utiliza dados genéricos de bancos de dados. O fato de o
estudo não utilizar dados reais de um produtor em um contexto
No que diz respeito aos blocos de terra,Shukla et ai. (2009)usaram o específico pode reduzir a precisão dos resultados e da análise. Arrigoni
método LCA para analisar a energia incorporada de uma casa de adobe e et ai. (2017)em seu estudo. O uso de diferentes tipos de dados é
concluíram que ela tinha um impacto ambiental do ciclo de vida menor do relevante porque muitas vezes é difícil comparar os resultados de
que os edifícios convencionais. Ao usar materiais de baixo consumo de vários estudos para o mesmo tipo de materialeporque eles têm
energia, a redução de CO2foi de cerca de 101 toneladas/ano.Chel e Tiwari diferentes fontes de dados, métodos de avaliação, limites do sistema,
(2009)também estudaram a energia incorporada de edifícios de adobe, mas critérios de corte, etc.eComo indicado pelaAlmeida et ai. (2015),
com telhados abobadados. De acordo com este estudo, a energia particularmente para materiais não convencionais como os de barro.
incorporada de uma habitação convencional com estrutura de concreto Para o caso específico da taipa de pilão, não foi encontrado nenhum
armado e cerca de 95 m2de área útil é de 3702,3 MJ/m2; enquanto para o estudo que siga os passos para desenvolver um EPD.
edifício de adobe, o valor é de 2.298,8 MJ/m2. No Nesse contexto, as questões ambientais podem ser o ponto de virada na
4 J. Fernandes et ai. / Journal of Cleaner Production 241 (2019) 118286

favor de materiais de barro. No entanto, estudos para contextos regionais enfatizou a importância da energia incorporada em materiais de
específicos são necessários para que a precisão dos resultados permita uma construção. Assim, para complementar este estudo, avaliou-se também
comparação transparente entre os materiais dentro daquele contexto. Além a energia total incorporada dos produtos, considerando as entradas de
disso, além dessas vantagens, há também benefícios de saúde e energia dos processos dentro dos limites do sistema considerado.
socioeconômicos (Berge, 2009;Chandel et al., 2016;Fernandes et al., 2015;J O software SimaPro v8.4 foi usado para modelar o ciclo de vida de dois
Fernandes et al., 2013;Minke, 2006), uma vez que, entre outros, esses produtos de construção.
materiais possuem baixa toxicidade e capacidade de regular a umidade tabela 1lista os indicadores ambientais considerados neste estudo e
relativa interna; a valorização e utilização das técnicas vernáculas do barro o respectivo método LCIA.
leva à necessidade de formar e formar trabalhadores qualificados da
construção civil, contribuindo para a preservação do património local e para 2.3. Blocos de terra compactados
a manutenção de um legado cultural; e a produção local de materiais é
economicamente mais barata, gera empregos e fomenta as economias 2.3.1. Unidade declarada
locais. De acordo com a EN 15804 (CEN, 2012), em uma análise “cradle to gate”,
Em Portugal, o desenvolvimento de Declarações Ambientais de uma unidade declarada deve ser usada em vez de uma unidade funcional.
Produto (EPDs) para materiais e produtos de construção está ainda Para a produção de CEBs, a unidade declarada considerada é 1 bloco, com
numa fase inicial de implementação e é apenas orientado para dimensões 300x150x70 mm.
produtos de base industrial. Portanto, embora os materiais de
construção vernaculares sejam percebidos como mais ecologicamente 2.3.2. Limites do sistema e descrição do sistema de produção Na análise dos
corretos, não existem estudos científicos que comprovem esse melhor Blocos de Terra Comprimidos, o estudo abrange o ciclo de vida do
desempenho ambiental. Essa situação está dificultando o uso desses material, em uma abordagem do berço ao portão com opções. Embora a
materiais em novas construções ou operações de reforma, uma vez empresa tenha planejado implementar processos para fechar o ciclo dos
que os praticantes de LCA, ou Building Sustainability Assessment (BSA), materiais usados (por exemplo, processamento de resíduos para
não possuem dados quantitativos para realizar avaliações de ciclo de recuperação/reciclagem do produto), estes ainda não foram
vida ambiental em escala de edifícios. Existem muitos materiais de implementados. Portanto, como a empresa não possui dados para
construção vernaculares em Portugal, mas neste estudo, o foco está no quantificar os impactos ambientais além da Etapa do Produto, para a análise
desenvolvimento da ACV de dois dos materiais mais utilizados, que do impacto do ciclo de vida da produção dos CEBs, foram consideradas
ainda têm potencial para crescer no futuro, nomeadamente taipa de apenas as etapas obrigatórias do sistema de produção (Módulos A1-A3) (
pilão e blocos de terra comprimida. Assim, este artigo pretende Figura 1). A informação é apresentada de acordo com os seguintes módulos
contribuir para este campo apresentando os resultados da avaliação do de informação: A1eFornecimento de matéria-prima, A2eTransporte e A3e
ciclo de vida de dois materiais de construção em terra produzidos no Fabricação. Além desses módulos de informações, foram declaradas
contexto português. Os resultados do estudo podem ser úteis para informações técnicas para os módulos B, C e D, de acordo com os cenários
promover as vantagens ambientais deste tipo de materiais definidos pela empresa (Figura 1), mas não foram calculados os respectivos
vernaculares e para apoiar a tomada de decisão dos designers na impactos ambientais. Este método é preconizado na norma EN15804 para
escolha de materiais de baixo impacto ambiental. garantir uma compreensão adequada da função de um produto.Figura 1
mostra o diagrama de processos dos CEBs, apresentando todas as entradas
2. Materiais e métodos e saídas de cada processo, para todas as etapas do ciclo de vida. Esta
pesquisa está focada em apresentar e analisar os impactos decorrentes da
A LCA de Blocos de Terra Comprimido (CEB) e de Terra Amassada produção dos Blocos de Terra Comprimido (fase de produto, módulos A1 a
(RE), produzidos por uma empresa portuguesa localizada no sul do A3).
país, concelho de Serpa, foi feita de acordo com a norma EN 15804 (
CEN, 2012). 2.3.2.1. Estágio do produto
2.3.2.1.1. Módulo A1eFornecimento de matéria-prima.O comprimido
2.1. Definição de objetivo e escopo O bloco de terra em análise é composto principalmente de solo (mais de
80%) com adição de cal hidráulica e água. O processo de fornecimento de
A ACV de materiais com base em dados específicos de inventário de matéria-prima considera a extração do solo e o fornecimento de materiais
ciclo de vida é essencial para uma comparação precisa. O objetivo do auxiliares. A principal matéria-prima é o solo e é extraído em locais num raio
estudo é avaliar os potenciais impactos ambientais e a energia total de 30 km da planta de produção do CEB. A extração do solo e o
incorporada na produção de CEBs e taipa. A pesquisa está focada no carregamento do caminhão são realizados por uma retroescavadeira
estágio “cradle-to-gate”, mas também apresenta alguns cenários para movida a diesel, com consumo médio de 14,55 l/h em serviço de operação
os demais estágios do ciclo de vida. Além disso, o estudo visa identificar de carga média. Durante o processo de extração há uma primeira seleção da
os processos que mais contribuem para os potenciais impactos matéria-primaeuma vez que a camada de solo adequada para construção
ambientais do ciclo de vida. (cascalho, areia, lodo, argila) está abaixo do solo orgânico (solo agronômico).
No final deste trabalho, é realizada uma comparação entre os dois Além disso, antes de carregá-lo no caminhão, o solo é peneirado
produtos de terra e materiais de construção convencionais, com base em grosseiramente para remover as pedras. O “resíduo” da seleção é devolvido
uma unidade funcional definida por 1 m2de uma parede. ao local de extração. Para materiais secundários, ou seja, materiais usados
no processo de fabricação que são produzidos em outras empresas, por
2.2. Avaliação de impacto do ciclo de vida exemplo, cal hidráulica, ou para os quais a empresa não tem influência
direta ou dados específicos, por exemplo, mix de eletricidade, dados
Os dados do inventário do ciclo de vida foram convertidos em impactos genéricos do ciclo de vida do Ecoinvent v3.3 banco de dados de inventário
ambientais usando dois métodos de avaliação de impacto do ciclo de vida foi usado.
(LCIA). O método de linha de base CML-IA (versão 3.04) foi usado para 2.3.2.1.2. Módulo A2 - Transporte.No processo de transporte
avaliar os indicadores ambientais expressos em categorias de impacto e o de matérias-primas/produtos até o local de produção, considerou-se a
método de Demanda Energética Acumulada (CED) (versão 1.09) foi usado distância percorrida dos fornecedores até a unidade produtiva das
para avaliar os insumos energéticos do ciclo de vida. A melhoria da eficiência CEBs. Os fornecedores foram os indicados pelo fabricante, ou seja,
energética e a redução da energia operacional nos edifícios tem onde o fabricante costuma comprar as matérias-primas/
J. Fernandes et ai. / Journal of Cleaner Production 241 (2019) 118286 5

tabela 1
Indicadores ambientais e métodos de quantificação.

Indicadores ambientais Unidade método LCIA

Esgotamento de recursos abióticoseelementos minerais (ADP_elements) kg Sb eq Linha de base CML-IA v3.04


Depleção de recursos abióticosecombustíveis fósseis (ADP_ff) Potencial de MJ Linha de base CML-IA v3.04
aquecimento global (GWP) kg CO2eq Linha de base CML-IA v3.04
Destruição de ozônio (ODP) kg CFC-11 eq Linha de base CML-IA v3.04
Criação fotoquímica de ozônio (POPC) kg C2H4eq Linha de base CML-IA v3.04
Acidificação (AP) kg SO2eq Linha de base CML-IA v3.04
Eutrofização (EP) kg (PO4)3-eq Linha de base CML-IA v3.04
Energia Incorporada (EE) MJ Demanda de energia acumulada v1.09

produtos. Um aplicativo de mapas (por exemplo, Google Maps) foi usado transporte do produto, materiais auxiliares e equipamentos da sede da
para calcular o transporte. No caso do solo, de acordo com os dados empresa até o canteiro de obras. A distância percorrida é variável,
apresentados pela empresa, os locais de extração estão localizados a uma dependendo da localização do canteiro de obras. Dentro do
distância média de 30 km. Para o transporte do solo é utilizado um equipamento frequentemente transportado está incluído uma
caminhão de 7 toneladas movido a diesel, que costuma ser alugado para minicarregadeira, um manipulador telescópico e um misturador. Como
uma empresa que presta esse tipo de serviço. Para o transporte dos o equipamento retorna à sede, a distância percorrida tem que ser
restantes materiais e produtos auxiliares, nomeadamente o filme plástico de dobrada. Para esse transporte, a empresa costuma alugar um
embalagem, cal hidráulica e paletes de madeira, são utilizados camiões a caminhão de 32 toneladas movido a diesel.
gasóleo de 7 a 32 toneladas (Figura 2).Figura 2apresenta a capacidade de 2.3.2.2.2. Módulo A5 - Construção.O processo de construção de
carga dos caminhões utilizados nos processos de transporte e a distância de uma parede de CEBs consiste no assentamento dos blocos com argamassa. A
transporte de cada material/produto utilizado no processo de fabricação. argamassa utilizada é uma mistura de cal (geralmente 30%, mas a porcentagem
pode variar de acordo com o tipo de solo) com solo e água. Em relação ao
2.3.2.1.3. Módulo A3 - Fabricação.O pro- revestimento de acabamento, existem várias opções, pois devido às propriedades
cesso do CEB compreende os seguintes processos unitários: estéticas do produto, a parede pode ser rebocada, caiada ou simplesmente
deixada à vista sem acabamento. Assim, o tipo de acabamento escolhido pode
a) Serviços administrativoseEste processo inclui a atividade de escritório variar o impacto ambiental de uma parede CEB.
necessária ao funcionamento da empresa. Neste processo estão
incluídos o consumo de água e a energia utilizada no escritório. A
2.3.2.3. Usar cenário de palco
rede pública fornece ambos os recursos.
2.3.2.3.1. Módulo B2 - Manutenção.Na fase de uso, foi
b) Recepção e secagem de matérias-primaseos materiais auxiliares como
considerou apenas o módulo de informação referente à manutenção
cal, paletes e filme plástico são recebidos e armazenados. O solo é
do produto (módulo B2). Os outros módulos da 'Fase de Uso' não
descarregado e armazenado em local protegido para secar.
foram considerados, pois não se aplicam a este caso ou são menos
c) Trituração e peneiramento do soloepara obter uma
frequentes e difíceis de estimar durante a vida útil (por exemplo, as
granulometria adequada, o solo é triturado e depois peneirado.
ações de reparo ou reforma dependem do grau de gravidade do dano
O triturador de solo (potência 3,21 kWh; produtividade 9 m3/h) e
ou da tipo de intervenção). Assim, a manutenção é a única operação
a peneira (potência 0,85 kWh; produtividade 3 m3/h) os
periódica relevante a ser considerada. Este módulo inclui os seguintes
equipamentos são elétricos e conectados à rede pública. O solo
processos:
“desperdiçado” no processo de peneiramento é reciclado e
utilizado em outras obras da empresa.
a) Transporteeinclui o transporte de produtos e equipamentos de
d) MisturaeNeste processo, todos os materiais são misturados (terra 83,5%,
construção desde a sede da empresa até ao edifício,
6,5% de cal hidráulica e 10% de água). Um dumper de esteiras
nomeadamente cal e alguns pequenos equipamentos e objetos. O
movido a diesel faz a mistura com uma betoneira e carga útil
transporte geralmente utilizado é uma van movida a diesel.
máxima de 1500 kg (consumo de combustível de 3,2 l/h). O
b) branqueamentoeA cal é o procedimento de manutenção mais
tempo de mistura para 1200 kg é de 15 min. A mistura é
comum, mas o tipo de manutenção pode variar dependendo do tipo
descarregada ao lado da prensa.
de acabamento. A cal é uma mistura de cal e água.
e) PressãoeUma prensa hidráulica elétrica automática (potência
Tradicionalmente, a quantidade de cal viva é de 1 kg para 5 litros de
9,54 kWh, produtividade de 375 blocos/hora) no processo de
água e permite caiar cerca de 10 m2de uma parede com duas
fundição e prensagem dos blocos. Embora o equipamento seja
demãos. A parede deve ser molhada antes da lavagem, mas a
automático, dois procedimentos são feitos manualmente, ou
quantidade de água necessária pode variar dependendo da
seja, carregar o tanque da tremonha e retirar os blocos frescos.
temperatura do ar e da exposição solar. O período entre a cal é em
Os blocos defeituosos retornam ao ciclo de produção.
média de 4e5 anos, mas pode ser mais. A cal é aplicada
f) SecagemeOs blocos frescos são curados a úmido e secam em
manualmente, não sendo necessário aporte de energia neste
condições ambientais por pelo menos 28 dias. Na cura úmida, são
processo.
consumidos 10 l/m3de água. Nenhuma entrada de energia é
necessária neste processo.
g) Manuseio e embalagem - Depois de secos, os blocos são 2.3.2.4. Cenário de estágio de fim de vida

empilhados em palete de madeira e envoltos em filme plástico. 2.3.2.4.1. Módulo C1 - Demolição.No caso de uma parede CEB, a
Todo o processo é manual. processo de demolição não é diferente de uma parede de tijolo
h) ArmazenamentoeOs paletes são devidamente armazenados para envio posterior. convencional. No processo, normalmente é utilizada uma retroescavadeira
movida a diesel ou uma miniescavadeira com martelo hidráulico, podendo
eventualmente ser necessário o uso de equipamentos de demolição manual,
2.3.2.2. Cenário do Estágio de Construção como britadeiras. O tempo necessário para o processo de demolição
2.3.2.2.1. Módulo A4 - Transporte.Este módulo inclui o depende do tipo e tamanho da estrutura a ser demolida. Nisso
6 J. Fernandes et ai. / Journal of Cleaner Production 241 (2019) 118286

Figura 1.Diagrama de entradas e saídas de processos na produção de CEBs.


J. Fernandes et ai. / Journal of Cleaner Production 241 (2019) 118286 7

equipamentos não foram considerados, pois são de difícil


quantificação e possuem baixa contribuição no inventário de ciclo de
vida (LCI) (Frischknecht et al., 2007);
e) Nos serviços administrativos foram excluídos os consumíveis de
escritório (ex. papel de escritório e toners) por não existir histórico de
registo de compras.

2.3.4. Inventário do ciclo de vida


Nos processos da etapa de produto das CEBs, dados específicos como
características físicas (dimensões e peso dos blocos), materiais e
quantidades, tipo de equipamento utilizado, capacidade de extração, tempo
necessário para mistura, capacidade de produção da prensa, quantidade de
Figura 2.Distâncias percorridas e tipo de transporte para cada material/produto do processo de
produtos de embalagem ( Paletes europeus e filme plástico de embalagem),
produção do CEB.
quantidade de resíduos e valores de faturamento (utilizados para alocação
econômica) foram fornecidos pela empresa.
processo está incluído uma triagem no local dos resíduos de demolição. O combustível e a energia elétrica utilizados pelos equipamentos em
2.3.2.4.2. Módulo C2 - Transporte.Este módulo inclui o processos como extração, britagem, peneiramento e prensagem levam em
transporte dos resíduos de demolição até a sede da empresa para consideração fichas técnicas dos fabricantes ou dados fornecidos por eles. O
serem processados. O veículo mais adequado para este transporte é número de usos de um pallet pool de madeira tomou como referência o
um caminhão de 32 toneladas movido a diesel. A distância de viagem é trabalho deBengtsson e Logie (2015)e considerou 87 viagens/usos durante
variável. sua vida útil.
2.3.2.4.3. Módulo C3eProcessamento de resíduos.O processamento de resíduos Os dados de inventário relativos a transporte, combustível consumido e

é simples e tem a finalidade de recuperar o material para um novo ciclo de energia elétrica, e produção de cal hidráulica e produtos de embalagem, são

vida do produto. Inclui um processo de britagem/moagem dos resíduos da baseados no banco de dados de inventário genérico de ciclo de vida Ecoinvent

parede do CEB (blocos e argamassa). Neste processo é utilizado um britador v3.3.

de mandíbulas elétrico. O material resultante é encaminhado para o mesa 2apresenta as entradas e saídas para produzir 1 CEB.Fig. 3
processo de recuperação/reciclagem (módulo D). mostra o fluxo de matéria-prima para produzir um CEB com 6,1 kg
2.3.2.4.4. Módulo C4 - Descarte.No processo de demolição, o (Fase do Produto). Em relação à porcentagem de cal utilizada, deve-se
empresa afirma que é possível recuperar cerca de 90% dos resíduos. notar que os CEBs utilizam mais cal do que taipa, pois os blocos
Portanto, os outros 10% são resíduos perdidos (por exemplo, pequenas necessitam de maior resistência mecânica para suportar o manuseio e
peças quebradas, poeira de demolição, etc.) que são deixados no canteiro de transporte após o processo de cura.
obras. Como o produto é feito principalmente de solo, não há impacto
significativo em devolvê-lo ao ambiente natural. 2.3.5. Procedimentos de alocação
A actividade da empresa não está apenas relacionada com a
produção de blocos de terra comprimida, mas também com taipa de
2.3.2.5. Benefícios e cargas além do limite do sistema
pilão e construção convencional. Assim, para levar em conta os
2.3.2.5.1. Módulo DeRecuperação/reciclagem.O processo de recuperação
impactos dos processos unitários comuns às diversas atividades
ery/reciclagem recupera o material resultante do processamento de
empresariais, foi utilizada a alocação financeira. Nesse caso, foi
resíduos (módulo C3) para um novo ciclo. O material é encaminhado ao
aplicado um percentual da receita gerada por cada atividade.
processo de mistura (Módulo A3) para ser reciclado em novos CEBs.
Um processo comum a todas as atividades empresariais são os serviços
Para ser reciclado, é necessário adicionar 1%, em volume, de cal
administrativos, e neste caso foi considerado o uso de energia elétrica e
hidráulica para aumentar a quantidade de ligante da mistura e garantir
água no escritório. As informações consideradas reportam-se ao ano de
propriedades de qualidade. O valor de 1% de cal foi fornecido pelo
2016.
fabricante, de acordo com sua experiência atual na reciclagem de
blocos secos defeituosos ou paredes desmontadas. A utilização do
material recuperado traz benefícios econômicos e ambientais e não 2.4. Terra compactada

altera a qualidade do produto final.


2.4.1. Unidade declarada
Neste caso, a unidade declarada é 1 m3de uma parede de taipa.
2.3.3. Critérios de corte
De acordo com a EN 15804, o critério de corte para processos unitários é
de 1% do total de entradas de energia e 1% da massa total, mas não deve mesa 2
exceder um total de 5% de energia e fluxos de massa excluídos da etapa do Inventário de ciclo de vida por unidade declarada (1 CEB).

produto. Foram excluídos os seguintes processos da etapa de produção dos Entradas Unidades 1 CEB
CEBs:
Solo kg 7.05Eº00
Lima kg 2.51E-01
a) Transporte internoecomo os equipamentos de fabricação estão em Água eu 5.81E-01
uma cadeia produtiva, ou seja, muito próximos uns dos outros, a Eletricidade kWh 3.26E-02
contribuição do transporte interno para potenciais impactos Combustível MJ 3.27E-01
paletes europeias un 1.15E-04
ambientais é considerada insignificante;
Filme de embalagem kg 7.50E-04
b) Trabalho manual, pois não causa impactos; Transporte ton.km 2.57E-01
c) Cargas ambientais relacionadas com a construção das
Saídas
instalações industriais e produção de equipamentos;
d) Manutenção das instalações e equipamentos do edifícioeos Solo residual (cascalho, etc.) kg 1.34Eº00
Água (processo de secagem) eu 4.32E-01
impactos atribuídos à manutenção das instalações e
8 J. Fernandes et ai. / Journal of Cleaner Production 241 (2019) 118286

Fig. 3.Diagrama de fluxos de matérias-primas por unidade declarada (1 CEB).

2.4.2. Limites do sistema e descrição do sistema de produção No caso processo, o solo é peneirado para rejeitar materiais ásperos como rochas. Os
do caso do Rammed Earth, o estudo abrange as etapas do berço ao “resíduos” do processo de peneiramento são devolvidos ao local de extração.
portão com opções. Assim como no caso das CEBs, a empresa pretende A cal hidráulica necessária ao processo construtivo tem sua origem em
fechar o ciclo do produto, mas os processos necessários ainda não unidades de produção o mais próximo possível das instalações da empresa.
foram implementados. Portanto, a empresa não possui dados
quantitativos para esses processos e é difícil prever o tempo e os 2.4.2.1.2. Módulos A4 - Transporte.No processo de trans-
recursos necessários. Além disso, embora seja possível pré-fabricar transporte de materiais e equipamentos até o canteiro de obras e, por
painéis de taipa, a maioria deste tipo de construção assenta na forma ser variável, com base nos dados fornecidos pela empresa, considerou-
tradicional de construção em obra. Assim, neste estudo, alguns se que a distância média de deslocamento até a sede da empresa é de
módulos de informação em análise do berço ao portão não são 30 km.
aplicáveis, e os módulos da Etapa de Construção (A4-A5) tiveram que Nos equipamentos transportados da sede estão incluídos uma
ser considerados (Fig. 4). Os impactos ambientais não foram minicarregadeira, um manipulador telescópico, um compressor de ar
quantificados além da Etapa de Construção, e os módulos foram portátil, compactadores pneumáticos, os painéis de fôrma e a
organizados da seguinte forma: A1eExtração e fornecimento de retroescavadeira alugada. Como o equipamento retorna à sede, a
matérias-primas; A4eTransporte de equipamentos e materiais para o distância média de deslocamento considerada foi de 60 km. A
canteiro de obras; e A5eInstalação/Construção. Dos módulos de retroescavadeira utilizada no processo de extração é alugada a uma
informação BeManutenção para DeRecuperação/reciclagem, os distância média de 5 km da sede. Este transporte é feito por via
processos foram descritos de acordo com os cenários fornecidos pela rodoviária utilizando um camião de 32 toneladas a gasóleo que é
empresa (Fig. 4), mas os impactos ambientais não foram quantificados. alugado a uma empresa que presta este tipo de serviço.
Como já mencionado, este método é recomendado pela norma Para o transporte da cal hidráulica, foi considerada a distância do
EN15804 para garantir uma compreensão adequada da função de um fornecedor até a sede da empresa e desta até o canteiro de obras
produto.Fig. 4mostra o diagrama de processos e apresenta todas as (ambos em caminhão de 32 toneladas) (Fig. 5). As cargas ambientais
entradas e saídas para cada processo das etapas do ciclo de vida. dos processos de transporte são baseadas nos valores genéricos de
inventário do banco de dados Ecoinvent v3.3.
A composição das paredes de taipa varia de local para local de
acordo com o tipo de solo e suas propriedades. Mesmo em uma região As distâncias percorridas e o tipo de transporte considerado para os
com solos adequados para taipa de pilão, às vezes há a necessidade de equipamentos e materiais são apresentados emFig. 5.
ajustar a distribuição granulométrica. Se os solos para fazer esse ajuste 2.4.2.1.3. Módulos A5 - Construção.Neste módulo o
forem originados longe do canteiro de obras, os impactos ambientais seguintes processos unitários são considerados:
gerais aumentarão devido aos impactos dos processos de transporte. A
empresa informou que quando esse ajuste é necessário, os solos para c) Serviços administrativoseEste processo inclui a atividade de escritório
tanto são extraídos o mais próximo possível do canteiro de obras para necessária ao funcionamento da empresa, ou seja, o uso de água e
minimizar as necessidades de transporte. No entanto, considerar essas eletricidade no escritório.
variáveis neste estudo seria complexo, pois os ajustes podem variar d) Montagem da fôrmaeEste processo consiste na montagem dos elementos
de local para local. Assim, neste estudo é considerado o cenário comum de cofragem para lançar a taipa. Embora este processo seja
de solos adequados disponíveis no canteiro de obras ou nas maioritariamente manual, em algumas condições o manipulador
proximidades, conforme relatado pela empresa. Embora seja possível telescópico para levantar os painéis de cofragem pode ser utilizado
construir uma parede de taipa sem a adição de estabilizadores, se o e) MisturaeNesse processo, todas as matérias-primas são misturadas
solo for de boa qualidade, neste estudo considera-se o cenário mais (87% solo, 3% cal hidráulica e 10% água). Na mistura, é utilizada uma
comum, ou seja, a adição de cal hidráulica. A mistura convencional minicarregadeira movida a diesel (consumo de combustível de 6,8 l/
utilizada tem os seguintes percentuais: 87% de solo, 3% de cal h). O tempo de mistura para 2080 kg (aproximadamente 1,66 m3da
hidráulica e 10% de água. mistura usada para construir 1 m3de taipa) é de cerca de 15 min.

2.4.2.1. Etapas de Produto e Construção f) Carga de cofragemeA mistura é despejada na fôrma com
2.4.2.1.1. Módulo A1 - Extracção e fornecimento de matérias-primas. manipulador telescópico a diesel (consumo de combustível de
A principal matéria-prima é o solo e é extraída in loco por uma 9,12 l/h, considerando uso misto de carga, movimentação, etc.).
retroescavadeira a diesel, com consumo médio de 14,55 l/h em serviço
de operação de carga média. Durante a extração
J. Fernandes et ai. / Journal of Cleaner Production 241 (2019) 118286 9

Fig. 4.Diagrama de entradas e saídas de processos para construir uma parede de taipa.

g) AtropelamentoeEste processo é realizado por trabalhadores


utilizando compactadores pneumáticos acionados por um
compressor de ar portátil movido a diesel (consumo de combustível
de 6,8 l/h, o que equivale a 2,63 l/m3de taipa).
h) Desmontagem da fôrmaeEste processo consiste na desmontagem da
cofragem e é maioritariamente manual com a utilização ocasional do
manipulador telescópico. Após este processo, a parede de taipa é
seca naturalmente.

2.4.2.2. Usar cenário de palco


2.4.2.2.1. Módulo B2 - Manutenção.Na etapa de Uso, o
empresa apenas forneceu dados relativos à manutenção da parede. Assim
Fig. 5.Distâncias percorridas e tipo de transporte para cada material/produto do processo como no caso do CEB, os demais módulos da 'Etapa de Uso' não foram
de construção em taipa.
considerados. Os seguintes processos unitários compõem este módulo:

a) Transporteeeste processo inclui o transporte de produtos e


equipamentos de construção da sede para o canteiro de obras,
10 J. Fernandes et ai. / Journal of Cleaner Production 241 (2019) 118286

nomeadamente cal e alguns pequenos equipamentos e objectos. O tipo de Tabela 3


Inventário do ciclo de vida por unidade declarada (1 m3de muro de taipa).
transporte utilizado é normalmente uma carrinha a gasóleo.
b) branqueamentoeA cal é o procedimento de manutenção mais comum neste Entradas Unidades 1m3Terra compactada
tipo de parede, mas outros tipos de manutenção de superfície também são
Solo kg 1.98Eº03
aplicados, principalmente quando a superfície da parede não é coberta por Lima kg 3.27Eº01
uma camada de acabamento (por exemplo, reboco). A manutenção Água eu 1.56Eº02
geralmente é realizada em 4e5 anos de intervalo, mas pode ser maior se, por Eletricidade kWh 1.59Eº00
MJ 2.56Eº02
exemplo, a parede estiver protegida da chuva. O procedimento de
Combustível

Transporte ton.km 1.70Eº01


branqueamento é igual ao mencionado para os CEBs. A cal é aplicada
Saídas
manualmente, não sendo necessário nenhum aporte de energia neste
processo. Solo residual (cascalho, etc.) kg 9.89Eº01
Água (processo de secagem) eu 8.92Eº01

2.4.2.3. Cenário de estágio de fim de vida


2.4.2.3.1. Módulo C1 - Demolição.O processo de demolição de um
parede de taipa é muito semelhante a uma parede convencional. Esse f) O transporte de trabalhadores para o estaleiro. Como é difícil
processo normalmente usa uma retroescavadeira movida a diesel ou determinar o tempo necessário para a construção, não foi
uma miniescavadeira com martelo hidráulico e, ocasionalmente, pode considerado o número de viagens necessárias para a construção
ser necessário usar equipamentos de demolição manual, como das paredes de taipa.
britadeiras. O tempo necessário para o processo de demolição
depende do tipo e tamanho da estrutura a ser demolida. Neste
processo, está incluída a triagem in loco dos resíduos de demolição.
2.4.2.3.2. Módulo C3eProcessamento de resíduos.No caso de atropelamento 2.4.4. Inventário do ciclo de vida
terra, o processamento de resíduos é feito no canteiro de obras. O processo Nas etapas de Produto e Construção, dados específicos como
é simples e consiste em triturar/fresar os resíduos da parede de taipa materiais e quantidades físicas, tipo de equipamento utilizado,
(incluindo rebocos, se aplicável) para recuperar o material para um novo capacidade de extração, tempo necessário para misturar e despejar na
ciclo de produto. Neste processo, é utilizado um britador de mandíbulas cofragem, consumo de combustível do compressor de ar portátil,
elétrico. O material resultante é encaminhado para o processo de quantidade de resíduos e valores de faturamento foram fornecidos
recuperação/reciclagem (módulo D). pela empresa. A empresa também forneceu a distância média entre a
2.4.2.3.3. Módulo C4 - Descarte.No processo de demolição, é sede da empresa e o canteiro de obras e o tipo de transporte utilizado.
assumiu-se que cerca de 10% do material é perdido e 90% é recuperado.
Portanto, 10% dos resíduos de demolição são deixados no canteiro de obras. O combustível e a energia elétrica utilizados pelos equipamentos em
Como o produto é feito principalmente de solo, é possível afirmar que não processos como extração, mistura e elevação, levam em consideração fichas
há impacto significativo com a devolução desse material ao ambiente técnicas dos fabricantes ou dados fornecidos por eles.
natural. Os dados de inventário relativos a transporte, combustível consumido e
eletricidade e produção de cal hidráulica são baseados na base de dados de
2.4.2.4. Benefícios e cargas além do limite do sistema inventário genérico de ciclo de vida Ecoinvent v3.3.
2.4.2.4.1. Módulo DeRecuperação/reciclagem.O processo de recuperação Os dados referentes a veículos de transporte, combustível, energia
ery/reciclagem recupera o material resultante do processamento de resíduos elétrica, água e cal hidráulica, consideraram os processos pré-definidos no
(módulo C3) para um novo ciclo de produto. O material é encaminhado ao banco de dados SimaPro e Ecoinvent.Tabela 3apresenta as entradas e saídas
processo de mistura (Módulo A3) para ser reaproveitado em uma nova parede. A para construir 1 m3de muro de taipa.Fig. 6mostra o fluxo de matérias-
utilização do material recuperado traz benefícios econômicos e ambientais e não primas para construir uma parede de taipa com 1 m3(Fases de Produto e
afetará o desempenho funcional da nova parede. Construção).

2.4.3. Critérios de corte


Na avaliação dos impactos ambientais de um muro de taipa, e com 2.4.5. Procedimentos de alocação
base nas regras de corte da EN 15804, foram excluídos os seguintes Conforme referido anteriormente, a atividade empresarial da
processos unitários: empresa abrange diversos tipos de obras de construção. Assim, assim
como na avaliação das CEBs, foi utilizada uma dotação financeira para
a) Transporte interno e equipamentos para montagem de fôrmase uma realizar o cálculo, ou seja, um percentual da receita gerada por cada
vez que os equipamentos são utilizados em vários processos quase atividade. A dotação foi utilizada para estimar as cargas ambientais
em simultâneo e em alguns casos apenas esporadicamente (como na resultantes do consumo anual de eletricidade e água na sede da
montagem de cofragens), a contribuição do transporte interno e dos empresa que podem ser atribuídas às obras de construção em taipa.
equipamentos é difícil de quantificar e, em alguns casos, Foram utilizados dados do ano de 2016.
negligenciável;
b) Trabalho manual, pois não causa impactos;
c) Cargas ambientais relacionadas com a construção das
instalações industriais e produção de equipamentos; 3. ACV e discussão dos resultados
d) Manutenção das instalações e equipamentos do edifícioeos impactos
atribuídos à manutenção de instalações e equipamentos não foram Nos parágrafos seguintes, é apresentado o LCA dos materiais terrosos. A
considerados, pois são de difícil quantificação e têm baixa análise está dividida em duas partes. A primeira parte é focada na ACV dos
contribuição no inventário de ciclo de vida (LCI) materiais CEB e taipa, com base em suas respectivas unidades declaradas.
(Frischknecht et al., 2007); Em seguida, para destacar potenciais vantagens ambientais do uso de
e) Nos serviços administrativos foram excluídos os consumíveis de materiais terrosos locais em relação aos materiais convencionais, é realizado
escritório (ex. papel de escritório e toners) por não existir histórico de um LCA comparativo com base em uma unidade funcional de 1 m2de uma
registo de compras. parede.
J. Fernandes et ai. / Journal of Cleaner Production 241 (2019) 118286 11

Fig. 6.Diagrama de fluxo de matérias-primas por unidade declarada (1 m3de muro de taipa).

3.1. Blocos de terra compactados 3.1.2. Energia incorporada


Tabela 5apresenta o total de energia incorporada de 1 CEB. A partir
3.1.1. Impactos ambientais da análise dos resultados (Tabela 5eFig. 9), é possível verificar que o
Tabela 4apresenta os impactos ambientais relacionados à etapa de módulo A3 possui a maior contribuição no total de energia
produto (cradle-to-gate) dos blocos de terra compactada. Para incorporada, seguido do módulo A2.
entender a dimensão dos impactos ambientais associados a cada Conforme verificado na avaliação de impactos ambientais, três
módulo, a contribuição de cada módulo para o impacto geral é processos representam mais de 60% da energia total utilizada em cada
ilustrada emFig. 7. A partir da análise dos resultados, é possível módulo (Fig. 10). No módulo A1, o processo com maior uso de energia
verificar que os módulos A2 e A3 são os que mais contribuem para os é a extração do solo com retroescavadeira; no módulo A2, está o
potenciais impactos (Fig. 7). Na categoria ADP_ff, os módulos A2 e A3 processo relacionado ao transporte do solo; e no módulo A3 está a
têm quase a mesma contribuição. Em categorias como ADP_elements e adição de cal hidráulica à mistura. Assim, em A3 o uso de cal como
ODP, o módulo A2 tem o maior peso. Por outro lado, em categorias estabilizante representa maior contribuição para a energia total
como GWP, POCP, AP e EP, é o módulo A3 que tem a maior incorporada do que todos os processos mecânicos para obtenção de
contribuição. um CEB. Os processos de mistura (betoneira) e prensagem
Embora seja relevante entender a contribuição de cada módulo de representam uma contribuição de aproximadamente 10% cada.
informação em cada categoria de impacto, também é importante
identificar os processos que mais contribuem para os impactos dentro
de cada módulo, a fim de permitir melhorias futuras.Fig. 8 identifica os 3.2. Terra compactada

processos/produtos que causam mais impactos em cada módulo.


Durante a Etapa de Produto, é possível verificar que os processos com 3.2.1. Impactos ambientais
maiores impactos, superiores a 50%, em cada módulo são os mesmos Tal como referido em secções anteriores, o processo de construção
para todas as categorias de impacto ambiental. No módulo A1, a das paredes de taipa é inteiramente feito em obra, pelo que a 'Fase de
extração do solo com retroescavadeira tem os maiores impactos. No Construção' também teve de ser considerada.Tabela 6apresenta os
módulo A2, o transporte de solo do local de extração até a unidade impactos ambientais de cada categoria. Para entender a porcentagem
fabril representa quase todos os impactos associados a este módulo. dos impactos ambientais associados a cada módulo, a contribuição de
Por fim, no módulo A3 esperava-se que processos como o cada módulo para o impacto geral é ilustrada emFig. 11.
processamento mecânico do solo (esmagamento, peneiramento e
mistura) e o processo de prensagem tivessem o maior peso em Da análise dos resultados, destaca-se o módulo A5 (Construção) que
impactos, mas os resultados mostram que é a adição de cal hidráulica mais contribuiu para todas as categorias. Uma vez que o “material” é
que contribui para mais de 60% do valor de todas as categorias de produzido/construído no local, concentram-se neste módulo o número
impacto. Embora com menor contribuição, os processos de mistura de processos de fabricação e a respectiva carga ambiental. Em relação
(com betoneira a diesel) e prensagem também se destacam em aos demais módulos, A1 (Fornecimento de matéria-prima) e A4
algumas categorias. O processo de prensagem em categorias como (Transportes), possuem peso semelhante (abaixo de 10%) em quase
ADP_elements e POPC representa cerca de 10%, enquanto o processo todas as categorias. A exceção é feita para a categoria ADP_elements
de mistura (betoneira) tem alguma importância em mais categorias, onde o módulo A4 pesa mais de 35%. Nas categorias POPC, AP e EP, o
nomeadamente, GWP (z5%), ADP_ff (z10%), PDO (z20%), PA (z15%) e EP módulo A1 apresenta uma percentagem ligeiramente superior ao
(z15%). módulo A4 mas ainda inferior a 10% do total.
Para entender quais são os processos que

Tabela 4
Impactos ambientais por unidade declarada (1 CEB).

Categoria de impacto Unidade Total A1 - Fornecimento de matéria-prima A2 - Transporte A3 - Fabricação

Depleção de recursos abióticos - elementos minerais (ADP_elements) kg Sb eq 5.72E-07 5.32E-09 5.05E-07 6.11E-08
Depleção de recursos abióticos - combustíveis fósseis (ADP_ff) MJ 3.58Eº00 2.58E-01 1.67Eº00 1.65Eº00
Potencial de aquecimento global (GWP) kg CO2eq 3.88E-01 1.68E-02 1.07E-01 2.63E-01
Destruição do ozônio (ODP) kg CFC 11 eq 3.46E-08 1.92E-08 1.92E-08 1.23E-08
Criação fotoquímica de ozônio (POPC) kg C2H4eq 4.92E-05 3.37E-06 1.86E-05 2.72E-05
Acidificação (AP) kg SO2eq 1.24E-03 1.28E-04 4.10E-04 7.01E-04
Eutrofização (EP) kg (PO4)3-eq 2.98E-04 2.93E-05 9.70E-05 1.72E-04
12 J. Fernandes et ai. / Journal of Cleaner Production 241 (2019) 118286

Fig. 7.Peso dos módulos em cada categoria de impacto ambiental, por unidade declarada (1 CEB).

maior contribuição em cada módulo,Fig. 12apresenta os resultados Da mesma forma, foram destacados os processos com maior
para as diversas categorias de impacto ambiental. Em relação ao consumo de energia em cada módulo (Fig. 14). A análise dos resultados
módulo A1, como a extração de solo foi o único processo considerado, é semelhante à relatada em relação aos impactos ambientais. No
ele representa o total de impactos de todas as categorias. No módulo módulo A1, a extração do solo com retroescavadeira é o único processo
A4 (Transporte), o transporte da cal hidráulica é o processo com maior e, portanto, responsável por toda a energia utilizada neste módulo. No
contribuição, quase 60%, em todas as categorias de impacto ambiental. Módulo A4, o transporte de cal hidráulica é responsável por quase 60%
A cal representa apenas 3% do peso total da taipa, mas a adição deste da energia utilizada neste módulo. Como mencionado anteriormente,
estabilizador tem uma influência significativa nos impactos deste uma pequena porcentagem de cal é responsável pelo uso considerável
módulo, que poderão ser reduzidos com a utilização de cal produzida de energia. Os outros 40% referem-se ao transporte de equipamentos,
localmente e se for utilizada apenas em situações em que a qualidade materiais e outros produtos. No Módulo A5, os processos com maior
do solo torna necessário o seu uso. consumo de energia estão relacionados ao combustível utilizado pelo
No módulo A5, a adição de cal hidráulica à mistura é responsável compressor de ar e pela minicarregadeira, e à adição de cal hidráulica.
pelos maiores impactos nas categorias ADP_elements (z45%) e GWP (z Os dois primeiros processos têm quase a mesma contribuição (cerca de
58%), mas também tem impactos significativos no ADP_ff (z32%), ODP ( 30%), sendo a contribuição da cal ligeiramente superior (33%) (Fig. 14).
z22%) e POPC (z36%), AP (z27%) e PE (z31%) (Fig. 10). A utilização da Mais uma vez, o limão tem a maior contribuição. A cal é o único
minicarregadeira no processo de mistura e do compressor de ar no produto que não é produzido localmente, e que tem uma produção de
processo de compactação, mais especificamente o combustível base industrial, pelo que a sua contribuição para a energia incorporada
consumido, também são responsáveis por impactos consideráveis no é significativa. A energia incorporada da taipa produzida por esta
módulo A3. O uso da minicarregadeira tem alto impacto nas categorias empresa pode ser reduzida se encontrar um material alternativo ou um
ODP (z36%), AP (z33%) e EP (z32%), mas também tem impactos produtor com um sistema de produção menos intensivo em energia.
significativos em ADP_elements (z24%), ADP_ff (z31%), POPC (z29%) e
GWP (z19%) (Fig. 10). A contribuição do compressor de ar tem um perfil
semelhante, com valores entre 19 e 30%, nomeadamente,
ADP_elements (z24%), ADP_ff (z32%), PAG (z19%), PDO (z37%), POPC (z 3.3. Comparação do desempenho ambiental de diferentes
29%), AP (z34%) e EP (z32%). paredes
Conforme já observado para os resultados das CEBs, o uso de 3% de cal
hidráulica como estabilizante representa uma parcela considerável dos impactos Para abordar as potenciais vantagens ambientais da utilização de
ambientais em quase todas as categorias. O uso de combustível em processos materiais/técnicas de barro locais no contexto português, esta secção é
mecânicos de mistura e compactação também tem uma parcela significativa de dedicada a uma comparação entre diferentes tipos de paredes
impactos no módulo A5. exteriores e divisórias, utilizando materiais de construção em barro e
convencionais. Para comparar o desempenho ambiental de diferentes
sistemas construtivos, nas mesmas circunstâncias, a análise
3.2.2. Energia incorporada comparativa é feita com base em uma unidade funcional de 1 m2de
Tabela 7apresenta a energia total consumida para construir 1 m3de uma parede. Apenas os impactos do berço ao portão são considerados
uma parede de taipa e a contribuição de cada módulo de informação nesta análise. O transporte de materiais não foi considerado, pois a
(módulos A1-A5). distância de viagem dos diferentes fabricantes varia, e os impactos
A partir da análise dos resultados, é possível verificar que o módulo potenciais deste módulo podem distorcer a comparação e o objetivo da
A5 (Construção) apresenta a maior contribuição para o total de energia análise.
incorporada, com mais de 80%, seguindo a tendência verificada nas Para as paredes externas, a unidade funcional considerada é de 1 m
categorias de impacto ambiental. Os módulos A1 e A4 têm quase a 2de uma parede que tem o mesmo valor U, de acordo com dados
mesma contribuição, com menos de 10% cada (Tabela 7e Fig. 13). técnicos para o contexto português (Pina dos Santos e Matias, 2006;
Pina dos Santos e Rodrigues, 2009). Portanto, a parede externa
J. Fernandes et ai. / Journal of Cleaner Production 241 (2019) 118286 13

Fig. 8.Processos com os maiores impactos por módulo e categoria de impacto ambiental por unidade declarada t (1CEB).

Tabela 5
Total de energia incorporada por unidade declarada (1CEB).

Energia Total Unidade Total A1 - Fornecimento de matéria-prima A2 - Transpo rt A3 - Fabricação

Energia incorporada (EE, tot) MJ 3.94Eº00 2.61E-01 1.74Eº00 1.93Eº00

soluções consideradas têm um valor U semelhante (1,30 W/(m2.ºC)) e Para divisórias internas, a função unidade final é 1 m2de uma parede
são os seguintes: i) Terra compactada, sem reboco, R¼0,55 atende aos requisitos funcionais nacionaisque serve para uma parede divisória
(m2.ºC)/W, espessura total de 60 cm; ii) Tijolo oco cerâmico 22 cm, R¼ dentro de uma moradia. Assim, as soluções de partição consideradas são as
0,52 (m2.ºC)/W, considerando argamassa e reboco (areia e cimento), seguintes: i) CEB, considerando argamassa (cal e solo) sem reboco,
espessura total de 26 cm; iii) Bloco de concreto leve 25 cm, R¼0,54 (m2.º espessura total de 15 cm; ii) Tijolo oco cerâmico de 11 cm, considerando
C)/W, considerando argamassa e reboco (areia e cimento), espessura argamassa de cimento nas juntas e reboco de cimento como camada de
total de 29 cm. acabamento, com espessura total de 15 cm; iii) Bloco de concreto
14 J. Fernandes et ai. / Journal of Cleaner Production 241 (2019) 118286

10 cm, considerando argamassa de juntas e reboco (argamassa de


cimento), com espessura total de 14 cm. O cálculo dos impactos
ambientais da argamassa de cimento foi baseado nos dados genéricos
do inventário da base de dados Ecoinvent v3.3.
O inventário de materiais utilizados nas diferentes soluções de parede é
apresentado emTabelas 8 e 9.
A partir da análise dos resultados, é possível verificar que os materiais
terrosos apresentam de longe o melhor desempenho, tanto nas categorias
ambientais quanto na energia incorporada (Tabelas 10 e 11e Figs. 15 e 16).
Em algumas categorias ambientais, as diferenças não são maiores devido ao
peso das soluções de terra que é consideravelmente maior do que os
sistemas construtivos convencionais (exceto para ODP e AP em que a taipa
tem impactos iguais ou ligeiramente superiores às soluções convencionais).
No entanto, o peso dessas soluções enfatiza os baixos impactos e energia
incorporada e não pode ser visto como uma desvantagem, uma vez que os
Fig. 9.A contribuição de cada módulo para o total de energia incorporada por unidade declarada
(1 CEB).
materiais terrosos são reconhecidos por sua inércia térmica e higroscópica
que traz benefícios na estabilização da umidade relativa interna e da
temperatura do ar.
Portanto, quando comparados aos materiais produzidos
industrialmente, os materiais terrosos apresentam impactos ambientais e
energia incorporada consideravelmente menores, sendo uma alternativa
para a construção sustentável. Além disso, e embora não tenha sido
quantificado, é de realçar o potencial dos materiais de barro para fechar o
ciclo de materiais e para serem recuperados e utilizados num novo ciclo de
produto, com a mesma função. Seu baixo processamento é uma vantagem,
pois os processos de tratamento de resíduos para recuperação do material
são os mesmos ou semelhantes aos considerados para preparar matérias-
primas. Como exemplo de comparação, uma parede de tijolos não tem o
mesmo potencial de ser recuperada/reutilizada. O processo de disposição
final dos tijolos cerâmicos após a demolição consiste em ser utilizado como
material de enchimento na base de edifícios ou estradas ou depositado em
Fig. 10.Processos de cada módulo que mais contribuem para a energia incorporada de uma aterro como resíduo inerte,Almeida et ai. (2015)para o
unidade declarada (1CEB).

Tabela 6
Impactos ambientais por unidade declarada (1 m3de muro de taipa).

Categoria de impacto Unidade Total A1 - Fornecimento de matéria-prima A4 - Transporte A5- Construção

Depleção de recursos abióticos - elementos minerais (ADP_elements) kg Sb eq 2.15E-05 1.01E-06 7.63E-06 1.29E-05
Depleção de recursos abióticos - combustíveis fósseis (ADP_ff) MJ 5.71Eº02 4.88Eº01 4.43Eº01 4.78Eº02
Potencial de aquecimento global (GWP) kg CO2eq 4.75Eº01 3.18Eº00 2.76Eº00 4.16Eº01
Destruição do ozônio (ODP) kg CFC 11 eq 6.00E-06 5.82E-07 5.24E-07 4.90E-06
Criação fotoquímica de ozônio (POPC) kg C2H4eq 7.91E-03 6.39E-04 4.53E-04 6.82E-03
Acidificação (AP) kg SO2eq 2.58E-01 2.42E-02 1.08E-02 2.23E-01
Eutrofização (EP) kg (PO4)3-eq 6.12E-02 5.56E-03 2.43E-03 5.32E-02

Fig. 11.Peso dos módulos em cada categoria de impacto ambiental, por unidade declarada (1 m3de muro de taipa).
J. Fernandes et ai. / Journal of Cleaner Production 241 (2019) 118286 15

Fig. 12.Processos com os maiores impactos por módulo e categoria de impacto ambiental por unidade declarada (1 m3do muro de taipa).

Tabela 7
Energia incorporada total por unidade declarada (1 m3de muro de taipa).

Energia Total Unidade Total A1eFornecimento de matéria-prima A4 - Trans porta A5 - Construção

Energia incorporada (EE, tot) MJ 5.96Eº02 4.95Eº01 4.61Eº01 5.00Eº02

contexto português. Assim, há uma perda de qualidade no material o potencial desses materiais em c construção atual e mais
original que não pode ser recuperada, e os resíduos de demolição têm amplamente, no âmbito do b sustentável construções.
potencial de reutilização limitado. Relativamente aos blocos de terra comprimidos, foi possível
verificar que os módulos de Transporte (A2) e Fabricação (A3) são os
4. Conclusões que mais contribuem para os impactos ambientais e energia
incorporada. No módulo A2, o transporte de solo representa mais de
A avaliação do ciclo de vida dos materiais de barro, no contexto 80% em todas as categorias de impacto. Assim, a escolha de um local
português, apresentada neste artigo é um contributo para a compreensão de extração mais próximo contribuirá para reduzir os impactos da
16 J. Fernandes et ai. / Journal of Cleaner Production 241 (2019) 118286

transporte. No módulo A3, a adição de cal hidráulica é o processo com


maior impacto, representando mais de 60% em todas as categorias.

No caso da taipa, os resultados mostram que os impactos ambientais e a


energia incorporada estão sobretudo relacionados com os processos do
módulo A5 (acima de 60% em todas as categorias. O facto de o material ser
produzido/construído no local explica esta concentração e a os processos
relacionados com a extracção (A1) e transportes (A4) têm uma pequena
contribuição (cerca de 10%) A utilização da cal hidráulica representa
impactos consideráveis tanto nos módulos A4 (Transportes) como A5
(Construção). o combustível para os equipamentos também é responsável
por impactos consideráveis em todas as categorias e representa 60% do
total de energia incorporada.
Para ambos os materiais, a utilização da cal, mesmo em pequenas
Fig. 13.A contribuição de cada módulo para o total de energia incorporada por unidade declarada
(1 m3de muro de taipa). percentagens, destacou-se por ter uma elevada contribuição para os
impactos ambientais e energia incorporada. Este é o único produto utilizado
que não é produzido localmente, e que tem uma produção de base
industrial. Os impactos de ambos os materiais poderiam ser reduzidos se a
cal pudesse ser obtida localmente, ou se um material alternativo com um
sistema de produção menos intensivo em energia pudesse ser usado, e se a
quantidade de energia usada pudesse ser reduzida ou compensada através
do uso de mais energia de fontes renováveis.
Mesmo com a introdução de alguns processos mecanizados, que
aumentaram significativamente a produtividade e permitiram
homogeneizar a qualidade do produto final, os materiais terrosos estudados
continuam sendo materiais de baixo processamento. Isso é visível quando
se comparam materiais de barro com materiais produzidos industrialmente,
pois apresentam um desempenho ambiental significativamente maior, com
menores impactos ambientais e energia incorporada. Tomando como
exemplo duas categorias normalmente mencionadas como importantes no
contexto de edifícios, ou seja, GWP e Energia Incorporada, 1 m2parede de
terra batida e CEB têm cerca de metade das emissões de carbono e energia
Fig. 14.Processos com maior energia incorporada por módulo e por unidade declarada (1
incorporada do que tijolo cerâmico ou concreto
m3de muro de taipa).

Tabela 8
Inventário de dados dos materiais utilizados nas diferentes paredes externas por unidade funcional (1 m2).

Entradas Unidades Terra compactada (60 cm) Tijolo cerâmico (26 cm) Bloco de concreto leve (29 cm)

Terra compactada kg 1.10Eº03 e e


Tijolo cerâmico kg e 1.19Eº02 e
Concreto leve kg e e 1.12Eº02
Argamassa kg e 1.10Eº02 1.07Eº02

Tabela 9
Inventário de dados dos materiais utilizados nas diferentes paredes divisórias por unidade funcional (1 m2).

entradas Unidades CEB (15 cm) Tijolo cerâmico (15 cm) Bloco de concreto (14 cm)

CEB kg 2.46Eº02 e e
argamassa de terra kg 4.45Eº01 e e
Tijolo cerâmico kg e 6.36Eº01 e
Bloco de concreto kg e e 9.06Eº01
Argamassa kg e 9.25Eº01 8.86Eº01

Tabela 10
Avaliação do desempenho ambiental e energia incorporada de 1 m2de diferentes paredes externas.

Categoria de impacto Unidade Terra compactada (60 cm) Tijolo cerâmico (26 cm) Bloco de concreto leve (29 cm)

Depleção de recursos abióticos - elementos minerais (ADP_elements) kg Sb eq 1.29E-05 8.21E-05 9.56E-05


Depleção de recursos abióticos - combustíveis fósseis (ADP_ff) MJ 3.43Eº02 4.61Eº02 6.04Eº02
Potencial de aquecimento global (GWP) kg CO2eq 2.85Eº01 5.74Eº01 8.26Eº01
Destruição do ozônio (ODP) kg CFC 11 eq 3.60E-06 3.87E-06 2.80E-06
Criação fotoquímica de ozônio (POPC) kg C2H4eq 4.74E-03 9.26E-03 1.97E-02
Acidificação (AP) kg SO2eq 1.55E-01 1.63E-01 4.19E-01
Eutrofização (EP) kg (PO4)3-eq 3.67E-02 4.53E-02 8.63E-02
Energia incorporada (EE, tot) MJ 3.58Eº02 5.40Eº02 7.23Eº02
J. Fernandes et ai. / Journal of Cleaner Production 241 (2019) 118286 17

Tabela 11
Avaliação do desempenho ambiental e energia incorporada de 1 m2de diferentes paredes divisórias internas.

Categoria de impacto Unidade CEB (15 cm) Tijolo cerâmico (15 cm) Bloco de concreto (14 cm)

Depleção de recursos abióticos - elementos minerais (ADP_elements) kg Sb eq 2.34E-05 4.90E-05 4.95E-05


Depleção de recursos abióticos - combustíveis fósseis (ADP_ff) MJ 1,50Eº02 2.96Eº02 2.05Eº02
Potencial de aquecimento global (GWP) kg CO2eq 1.66Eº01 3.91Eº01 3.20Eº01
Destruição do ozônio (ODP) kg CFC 11 eq 1.44E-06 2.40E-06 1.54E-06
Criação fotoquímica de ozônio (POPC) kg C2H4eq 2.07E-03 6.08E-03 4.60E-03
Acidificação (AP) kg SO2eq 5.21E-02 1.13E-01 1.02E-01
Eutrofização (EP) kg (PO4)3-eq 1.26E-02 3.09E-02 2.82E-02
Energia incorporada (EE, tot) MJ 1.65Eº02 3.49Eº02 2.45Eº02

a) ADP_elements b) ADP_ff
1.0E-04
600
8.0E-05
500

6.0E-05 400
kg Sb eq

MJ
300
4.0E-05
200
2.0E-05
100

0,0E+00 0

c) PAG d) ODP
90 4.E-06

80 4.E-06
70 3.E-06
60
3.E-06
kg CFC 11 eq
kg CO2eq

50
2.E-06
40
2.E-06
30
1.E-06
20
10 5.E-07

0 0.E+00

e) POPC f) AP
2.00E-02 0,45
0,40

1.50E-02
0,35
0,30
kg C2H4eq

kg SO2 eq

0,25
1.00E-02
0,20
0,15
5.00E-03
0,10
0,05
0,00E+00 0,00

g) PE h) EE, tot
0,09 800
0,08 700
0,07 600
0,06
500
kg (PO43)-eq

0,05
400
MJ

0,04
300
0,03
0,02 200

0,01 100

0,00 0

CEB (15 cm) Tijolo cerâmico (15 cm) Bloco de concreto (14 cm)

Fig. 15.Avaliação do desempenho ambiental de 1 m2de diferentes paredes externas.


18 J. Fernandes et ai. / Journal of Cleaner Production 241 (2019) 118286

Fig. 16.Avaliação do desempenho ambiental de 1 m2de diferentes paredes divisórias internas.

bloquear paredes. impactos dos materiais de construção convencionais, uma vez que
Levando em consideração a fonte de materiais, benefícios adicionais (por podem ser facilmente reciclados em um novo ciclo de materiais com a
exemplo, sociais e econômicos) podem ser alcançados usando materiais mesma função que o anterior ou devolvidos ao ambiente natural a um
feitos localmente. Como esses materiais são de origem e produzidos custo ambiental muito pequeno. No entanto, mais estudos são
localmente, sua comercialização fora das regiões de origem, ou onde são necessários para avaliar melhor a real contribuição desses materiais na
normalmente utilizados, pode prejudicar as vantagens ambientais promoção de um ambiente construído circular.
apresentadas neste trabalho. Portanto, mais estudos de ACV sobre materiais
vernaculares são necessários para entender melhor seu desempenho
ambiental, mas também para permitir comparações transparentes com Declarações de interesse
outros materiais de construção. Além disso, é perceptível que os impactos
do fim de vida dos materiais terrosos podem ser menores do que os Nenhum.
J. Fernandes et ai. / Journal of Cleaner Production 241 (2019) 118286 19

Agradecimentos processo de construção da terra no contexto da construção sustentável moderna. Construir.


Ambiente. 106, 103e119.https://doi.org/10.1016/J.BUILDENV.2016.06.009.
Iba~
- nez-Fore- s, V., Pacheco-Blanco, B., Capuz-Rizo, SF, Bovea, MD, 2016. Ambiente-
Os autores agradecem o apoio concedido pelos fundos FEDER Declarações mentais de produtos: explorando sua evolução e os fatores que afetam
através do Programa Operacional de Competitividade e sua demanda na Europa. J. Limpo. Prod. 116, 157e169.https://doi.org/10.1016/J.
JCLEPRO.2015.12.078.
Internacionalização (POCI) e por fundos nacionais através da FCTd
Ingwersen, WW, Stevenson, MJ, 2012. Podemos comparar a per-
Fundação para a Ciência e Tecnologia no âmbito do projeto com a desempenho deste produto para aquele? Uma atualização sobre o desenvolvimento de
referência POCI-01-0145-FEDER-029328, e do Doutoramento. bolsa com regras de categorias de produtos e desafios futuros para alinhamento. J. Limpo. Prod. 24,
a referência PD/BD/113641/2015, que foram fundamentais para o 102e108.https://doi.org/10.1016/J.JCLEPRO.2011.10.040.
ISO, 2006a. ISO 14025: Rótulos e Declarações Ambientais - Ambiente Tipo III-
desenvolvimento deste estudo. Os autores também desejam agradecer Declarações mentais - Princípios e Procedimentos (Genebra).
à construtora por fornecer os dados do inventário do ciclo de vida e ISO, 2006b. ISO 14040: Gestão Ambiental - Avaliação do Ciclo de Vida -
ajudar neste trabalho de pesquisa. Princípios e Estrutura (Genebra).
ISO, 2006c. ISO 14044: Gestão Ambiental - Avaliação do Ciclo de Vida - Re-
Requisitos e Diretrizes (Genebra).
Referências Jaquin, PA, Augarde, CE, Gerrard, CM, 2008. Descrição cronológica do
desenvolvimento espacial das técnicas de taipa. Int. J. Archit. Herança. 2, 377e400.
Aillapa- n, J., 2012. Análise de Ciclo de Vida de Blocos de Tierra Comprimida. BTC. https://doi.org/10.1080/15583050801958826. Leit~
Universidade de La Frontera. ao, D., Barbosa, J., Soares, E., Miranda, T., Cristelo, N., Briga-Sa - , A., 2017. Térmica
Almeida, MI, Dias, AC, Demertzi, M., Arroja, L., 2015. Contribuição para o desenvolvimento avaliação do desempenho de alvenarias de ICEB's estabilizadas com cinza volante
mento das regras de categoria de produto para tijolos cerâmicos. J. Limpo. Prod. 92, alcalinoativada. Construção de Energia. 139, 44e52.https://doi.org/10.1016/J.ENBUILD.
206e215.https://doi.org/10.1016/J.JCLEPRO.2014.12.073. 2016.12.068.
Arrigoni, A., Beckett, C., Ciancio, D., Dotelli, G., 2017. Análise do ciclo de vida do ambiente Maza, F., 2012. An- alisis del ciclo de vida de materiais de construção - n con-
impacto mental vs. durabilidade da terra batida estabilizada. Constr. Construir. vencionais e alternativos. Universidade Automóvel - noma de San Luis Potosí, México.
Mater. 142, 128e136.https://doi.org/10.1016/j.conbuildmat.2017.03.066. Melia- , P., Ruggieri, G., Sabbadini, S., Dotelli, G., 2014. Impactos ambientais de materiais
Bengtsson, J., Logie, J., 2015. Avaliação do ciclo de vida de unidirecional e agrupado de construção naturais e convencionais: um estudo de caso sobre rebocos de terra. J.
alternativas de paletes. Procedia CIRP 29, 414e419. Em:https://doi.org/10.1016/j. Limpo. Prod. 80, 179e186.https://doi.org/10.1016/j.jclepro.2014.05.073.
procir.2015.02.045. Minke, G., 2006. Building with Earth: Design and Technology of a Sustainable Ar-
Berge, B., 2009. A Ecologia dos Materiais de Construção, segunda ed. Elsevier, Oxford. nulo. arquitetura (Birkh€auser, Basileia).
https://doi.org/10.1016/B978-1-85617-537-1.00014-7. Morel, J., Mesbah, A., Oggero, M., Walker, P., 2001. Construindo casas com ma-
Cabeza, LF, Barreneche, C., Miro - , L., Morera, JM, Bartolí, E., Ine - s Fern-andez, A., materiais: meios para reduzir drasticamente o impacto ambiental da construção.
2013. Materiais de baixo carbono e baixa energia incorporada em edifícios: uma revisão. Construir. Ambiente. 36, 1119e1126.https://doi.org/10.1016/S0360-1323(00)00054-8.
Renovar. Sustentar. Energia Rev. 23, 536e542.https://doi.org/10.1016/J.RSER.2013. 03.017. Pereira, H., 2017. Desenvolvimento da Declaraçãoeo Ambiental do Produto (DAP) do
Bloco de Terra Comprimida (BTC). Universidade do Minho.
CEN, 2012. EN 15804:2012ºA1:2013 - Sustentabilidade das Obras e Pina dos Santos, CA, Matias, L., 2006. ITE50 - Coeficientes de Transmissão~ ao Te- rmica
Declarações Ambientais do Produto e Regras Fundamentais para a Categoria de Produto de de Elementos da Envolvente dos Edifícios. Laboratório - Rio Nacional de Engenharia
Produtos de Construção. Civil/Laboratório Nacional de Engenharia Civil, Lisboa.
Chandel, SS, Sharma, V., Marwah, BM, 2016. Revisão de recursos de eficiência energética em Pina dos Santos, CA, Rodrigues, R., 2009. ITE54 - Coeficientes de Transmissão~ ao
arquitectura vernacular para melhorar as condições de conforto térmico interior. Te- rmica de Elementos Opacos da Envolvente dos Edificios. Laboratório- Rio Nacional
Renovar. Sustentar. Energia Rev. 65, 459e477.https://doi.org/10.1016/j.rser.2016.07. de Engenharia Civil/Laboratório Nacional de Engenharia Civil, Lisboa. Praseeda, KI,
038. Mani, M., Reddy, BVV, 2014. Avaliação do impacto da transição material
Chel, A., Tiwari, GN, 2009. Desempenho térmico e análise de energia incorporada de e modelos de conforto térmico em energia incorporada e operacional em habitações
uma casa passivaeestudo de caso de uma casa de barro com telhado de abóbada na Índia. Aplic. vernaculares (Índia). Energia Procedia 54, 342e351.https://doi.org/10.1016/j.
Energia 86, 1956e1969.https://doi.org/10.1016/j.apenergy.2008.12.033. egypro.2014.07.277.
Christoforou, E., Kylili, A., Fokaides, PA, Ioannou, I., 2016. Ciclo de vida do berço ao local Ramesh, S., 2012. Avaliação de materiais de construção vernaculares e tecnologias alternativas
avaliação (LCA) de tijolos de adobe. J. Limpo. Prod. 112, 443e452.https://doi.org/ opções de coberturas e terraços de energia incorporada em edifícios. Energia
10.1016/j.jclepro.2015.09.016. Procedia 14, 1843e1848.https://doi.org/10.1016/j.egypro.2011.12.1177. Sanz-
Dabaieh, M., 2015. More than Vernacular: Vernacular Architecture between Past Calcedo, JG, Luna, MF, Soriano, RC, 2012. Avaliação da eficiência de uso
Tradição e Visão de Futuro. Universidade de Lund (Media-Tryck), Lund. DAPHabitat, técnicas clássicas sustentáveis na construção moderna. In: Amoêda, R., Mateus, R.,
nd DAPHabitat: EPDs publicadas [WWW Document]. URLhttps:// Bragança, L., Pinheiro, C. (Eds.), BSA 2012: 1ª Conferência Internacional sobre
daphabitat.pt/en_US/dap/dap-registadas/(acessado em 25.10.2018). Avaliação da Sustentabilidade da Construção. Instituto Greenlines para o
Eco Platform, nd lista EPD Eco Platform [documento WWW]. URLhttps://www.eco- Desenvolvimento Sustentável, Porto, pág. 667e675.
platform.org/list-of-all-eco-epd.html(acessado em 26.10.2018). Sassi, P., 2006. Estratégias para Arquitetura Sustentável. Taylor & Francis Ltd, Londres.
EPD International AB, nd A EPD internacional®sistema: banco de dados EPD [WWW Shukla, A., Tiwari, GN, Sodha, MS, 2009. Análise de energia incorporada de adobe
Documento]. URL https://www.environdec.com/EPD-Search/(acessado lar. Renovar. Energia 34, 755e761.https://doi.org/10.1016/j.renene.2008.04. 002.
26.10.2018).
Fernandes, J., Mateus, R., Bragança, L., 2013. O potencial dos materiais vernaculares para Venkatarama Reddy, B., Jagadish, K., 2003. Energia incorporada do comum e
o projeto de construção sustentável. In: Correia, M., Carlos, G., Rocha, S. (Eds.), materiais e tecnologias de construção alternativos. Construção de Energia. 35, 129e137.
Património Vernacular e Arquitectura de Terra: Contribuições para o https://doi.org/10.1016/S0378-7788(01)00141-4.
Desenvolvimento Sustentável. CRC Press, Vila Nova da Cerveira, Portugal, pág. 623e Venkatarama Reddy, BV, 2009. Materiais sustentáveis para edifícios de baixo carbono. Int.
629.https://doi.org/10.1201/b15685. J. Tecnologia de Baixo Carbono. 4, 175e181.https://doi.org/10.1093/ijlct/ctp025.
Fernandes, Jorge, Mateus, R., Bragança, L., 2013. O contributo da utilização do vernáculo Venkatarama Reddy, BV, Prasanna Kumar, P., 2010. Energia incorporada no cimento
materiais e técnicas para a construção sustentável. In: Bragança, L., Pinheiro, M., paredes de taipa estabilizada. Construção de Energia. 42, 380e385.https://doi.org/10. 1016/
Mateus, R. (Eds.), Conferência Internacional SB13 PortugaleContribuição da J.ENBUILD.2009.10.005.
construção sustentável para alcançar a UE 20-20-20. Universidade do Minho, Te - cnico Wadel, G., Avellaneda, J., Cuchí, A., 2010. La sostenibilidad en la arquitectura
Lisboa. iiSBE Portugal, Guimara ~es, pág. 269e278. industrializada : cerrando el ciclo de los materiales. Inf. la Construccio - nº 62,
Fernandes, J., Pimenta, C., Mateus, R., Silva, SM, Bragança, L., 2015. Contribuição de 37e51.https://doi.org/10.3989/ic.09.067.
Estratégias construtivas vernáculas portuguesas para o conforto térmico interior e a Zabalza Bribia- n, I., Valero Capilla, A., Aranda Uso - n, A., 2011. Avaliação do ciclo de vida de
percepção dos ocupantes. Edifícios 5, 1242e1264.https://doi.org/10.3390/ materiais de construção: análise comparativa dos impactos energéticos e ambientais
buildings5041242. e avaliação do potencial de melhoria da ecoeficiência. Construir. Ambiente. 46, 1133e
Frischknecht, R., Jungbluth, N., Althaus, H.-J., Doka, G., Dones, R., Hischier, R., 1140.https://doi.org/10.1016/j.buildenv.2010.12.002.
Hellweg, S., Nemecek, T., Rebitzer, G., Spielmann, M., 2007. Visão geral e Zackrisson, M., Rocha, C., Christiansen, K., Jarnehammar, A., 2008. Ambiente passo a passo
metodologia. Relatório Final Ecoinvent Data v2.0, No. 1. Centro Suíço para Inventários declarações de produto ronmental: dez estudos de caso de PME. J. Limpo. Prod. 16,
do Ciclo de Vida, Dübendorf, CH. Dübendorf. 1872e1886.https://doi.org/10.1016/J.JCLEPRO.2008.01.001.
Hamard, E., Cazacliu, B., Razakamanantsoa, A., Morel, J.-C., 2016. Cob, a vernacular
vocêpdate

Jornal de Produção Mais Limpa


Volume 294, Edição, 20 de abril de 2021, Página

DOI:https://doi.org/10.1016/j.jclepro.2021.126361
Jornal de Produção Mais Limpa 294 (2021) 126361

Listas de conteúdos disponíveis emScienceDirect

Jornal de Produção Mais Limpa

Página inicial do jornal:www.elsevier.com/locate/jclepro

Corrigenda à 'Análise do ciclo de vida dos impactos ambientais dos


materiais terrosos no contexto português: taipa de pilão e blocos de
terra comprimida' [J. Limpar. Prod. 241 (2019) 118286]
Jorge Fernandesuma,*, Marco Peixotouma, Ricardo Mateusuma, Helena Gerva - siob
umaCTAC, Departamento de Engenharia Civil, Universidade do Minho, Guimara ~es, Portugal
bISISE, Departamento de Engenharia Civil, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal

Os autores lamentam que um erro tenha sido encontrado no artigo original. Ou seja, as Figuras 15 e 16 estão fora de lugar. A legenda está correta, mas os
gráficos da Figura 15 devem ser os da Figura 16 e vice-versa.
A colocação correta dos gráficos em cada figura deve ser a seguinte:

DOI do artigo original:https://doi.org/10.1016/j.jclepro.2019.118286.


* Autor correspondente.;
Endereço de e-mail:jepfernandes@me.com,jepfernandes@rever.pt (J. Fernandes).

https://doi.org/10.1016/j.jclepro.2021.126361 0959-6526/©
2019 Elsevier Ltd. Todos os direitos reservados.
J. Fernandes, M. Peixoto, R. Mateus et ai. Jornal de Produção Mais Limpa 294 (2021) 126361

Fig. 15.Avaliação do desempenho ambiental de 1m2de diferentes paredes externas.

2
J. Fernandes, M. Peixoto, R. Mateus et ai. Jornal de Produção Mais Limpa 294 (2021) 126361

Fig. 16.Avaliação do desempenho ambiental de 1m2de diferentes paredes divisórias internas.

Os autores gostariam de pedir desculpas por qualquer inconveniente causado.

Você também pode gostar