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INPI

*BR102021015816A2*

(21) BR 102021015816-6 A2
República Federativa do Brasil
Ministério do Desenvolvimento, Indústria, (22) Data do Depósito: 11/08/2021
Comércio e Serviços (43) Data da Publicação Nacional:
14/02/2023
Instituto Nacional da Propriedade Industrial

(54) Título: COMPÓSITOS POLIMÉRICOS A BASE DE BREU E CASCA DE ARROZ E PROCESSO


DE OBTENÇÃO
(51) Int. Cl.: C08L 1/02; C08L 1/08; C08B 1/00; C08H 8/00; C08K 5/01; (...).

(52) CPC: C08L 1/02; C08L 1/08; C08B 1/00; C08H 8/00; C08K 5/01; (...).
(71) Depositante(es): ASSOCIAÇÃO PRÓ ENSINO SUPERIOR EM NOVO HAMBURGO; MICHEL
VINICIUS FLACH 01854760076; MARINA SERVICOS DE TECNOLOGIA EIRELI.
(72) Inventor(es): MICHEL VINICIUS FLACH; VANUSCA DALOSTO JAHNO; FERNANDO DAL PONT
MORISSO; CARLOS LEONARDO PANDOLFO CARONE; EDUARDA KRAUSPENHAR; DIANA
EXENBERGER FINKLER.
(57) Resumo: COMPÓSITOS POLIMÉRICOS A BASE DE BREU E CASCA DE ARROZ E
PROCESSO DE OBTENÇÃO. A presente patente de invenção descreve compósitos poliméricos
obtidos a partir de casca de arroz e breu, dois insumos tratados atualmente como resíduos e
subprodutos industriais, respectivamente. No invento, o breu é utilizado como matriz polimérica e a
casca de arroz, como carga. Ambos podem ser utilizados em seu formato original, sem a necessidade
de tratamento qualquer, obtendo-se produtos com características técnicas adequadas para aplicações
de mercado. Os compósitos deste invento, podem ser processados por meio de diversas tecnologias
como peletização, extrusão, injeção, prensagem, laminação, dublagem e termoformagem, porém não
se limitando a estas, o que permite uma ampla aplicação na indústria.
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COMPÓSITOS POLIMÉRICOS A BASE DE BREU E CASCA DE ARROZ E

PROCESSO DE OBTENÇÃO

SETOR TECNOLÓGICO DA INVENÇÃO

[001] De uma maneira geral, a presente invenção pertence ao setor

tecnológico de engenharia de materiais; tratamento e disposição de resíduos;

recuperação de materiais; desenvolvimento de compósitos poliméricos e suas

aplicações e se refere, mais especificamente, à compósitos poliméricos

contendo casca de arroz como carga e breu como matriz polimérica, formas de

processamento e aplicações do mesmo.

ESTADO DA TÉCNICA

[002] Atualmente, observa-se um incremento substancial da quantidade

de estudos e aplicações dos recursos de fontes renováveis, como para a

obtenção de bioprodutos, biocombustíveis e energia, por exemplo, estando este

um assunto presente no planejamento estratégico para desenvolvimento de

diversas regiões e países (ABAIDE et al., 2019). Somente no que diz respeito

aos recursos de biomassa derivada da agricultura, contabiliza-se

aproximadamente 140 bilhões de toneladas métricas produzidas todos os anos

(MARTIRENA e MONZÓ, 2018).

[003] Os materiais provenientes de biomassa possuem alto potencial de

uso e disponibilidade, porém grande parte é tratada como resíduo, como por

exemplo, os resíduos agroindustriais. Estes resíduos são constituídos por

materiais de fontes naturais e renováveis, que permitem a reutilização de

maneira mais eficiente. Neste sentido, a prática de reutilização pode colaborar

para a redução da pressão sobre os materiais utilizados na atualidade, além de

beneficiar a gestão sustentável destes resíduos (MOAYEDI et al., 2019;

MESQUITA et al., 2018). Os materiais de biomassa possuem características

como biodegradabilidade, baixo peso, baixo custo e alta disponibilidade, bem

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como não são tóxicos. Por isso, nas últimas décadas verifica-se um aumento da

utilização destes resíduos como, por exemplo, materiais de reforço em

compósitos de matriz polimérica (BISHT e GOPE, 2018; BORAH et al., 2018).

[004] Ressalta-se a sustentabilidade proporcionada pela utilização de

materiais poliméricos obtidos a partir de recursos vegetais renováveis e a

possibilidade de sugestão de novas políticas econômicas baseadas nas

características relacionadas à sustentabilidade (PATEL e RAWAT, 2017).

Percebe-se, assim, a biomassa como recurso altamente estratégico e a

importância do gerenciamento e aplicação de resíduos como fatores essenciais

para o desenvolvimento sustentável, principalmente nas economias em

desenvolvimento nas quais a gestão dos resíduos é insuficiente e causa diversos

problemas ambientais. Tous et al. (2019) assinalam que a combinação de

polímeros biodegradáveis com materiais vegetais naturais é uma alternativa

ainda pouco explorada e que pode apresentar vantagens para redução do

impacto ambiental e para o custo do produto final.

[005] No Brasil, a produção de arroz tem grande importância no setor

primário. Neste sentido, o volume de arroz em casca produzido no País na safra

2018/2019, foi da ordem de 10.449 milhões de toneladas, sendo o estado do Rio

Grande do Sul destaque no âmbito nacional, com uma produção de 7.389

milhões de toneladas (MAPA, 2019). Porém, durante o processamento do grão

para obtenção do arroz comercial, são geradas grandes quantidades de

resíduos, dentre estes, o de maior volume é a casca, que corresponde a cerca

de 21% do seu peso do grão (ABAIDE et al., 2019; NADALETI, 2019). A nível

global, são geradas aproximadamente 134 milhões de toneladas de cascas de

arroz (QUISPE et al., 2017), sendo este um dos resíduos lignocelulósicos mais

abundantes e disponíveis na atualidade (ULLAH et al., 2019).

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[006] Como forma de ampliar a aplicação deste recurso natural e

abundante, nas últimas décadas observou-se um crescimento no

desenvolvimento tecnológico para a utilização da casca de arroz como carga de

reforço em matrizes poliméricas, o que proporciona desafios ligados,

principalmente, à compatibilidade entre o polímero e o resíduo (BISHT e GOPE,

2018).

[007] Como exemplo, cita-se o trabalho de Nasir et al. (2019), que

apresenta uma revisão sobre o desenvolvimento atual de painéis contendo fibras

de resíduos agrícolas. Neste trabalho foi verificado que parâmetros de pré-

tratamento das fibras, tamanho das fibras, prensagem e temperatura são

determinantes para a qualidade dos painéis. Estes autores observaram, ainda,

que a estabilidade dimensional dos painéis é um dos grandes desafios para a

aplicação dos resíduos na fabricação das placas, painéis ou chapas

reconstituídas.

[008] O breu, assim como os resíduos do processamento de arroz, é um

material obtido de fonte renovável. Caracteriza-se como um bio-recurso

ecológico e de baixo custo, além de possuir menor massa molar do que a maioria

dos materiais provenientes de biomassa (LIU Y. et al., 2019). É um produto

natural derivado de árvores como subproduto da goma resina que é obtida,

principalmente, a partir das exsudações de pinheiros (YU et al., 2017, JUNGUO

et al., 2014). Apresenta-se como um material sólido, duro e amarelado,

produzido pela destilação da resina líquida e pegajosa proveniente de pinheiros

ou coníferas, possuindo propriedades como excelente resistência à água, baixo

ponto de amolecimento e alto valor ácido (KIM et al,. 2015).

[009] O breu é um polímero termoplástico ácido (PELLICANO, 2005). É

subproduto do processo de obtenção da terebintina, desta forma, é também um

material com alta disponibilidade e que necessita de desenvolvimento de

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aplicações. O breu atualmente é aplicado na indústria como aditivo em

polímeros, principalmente para a fabricação de tintas, vernizes e até gomas de

mascar, observando-se que a disponibilidade de breu na indústria se dá,

também, em diversas formas modificadas, para atender as propriedades

requeridas dos produtos onde é aplicado.

[0010] Somado ao desempenho e disponibilidade, o breu e seus derivados

possuem ainda vantagens como biodegradabilidade, biocompatibilidade e não

são tóxicos (LI et al,. 2016). Sua composição química é uma mistura de ácidos

do tipo abiético e pimárico, com estruturas características de hidrofenantreno.

Os principais constituintes desta biomassa abundante e barata, são os ácidos

abiético, levopimárico, dehidroabiético, pimárico e isopimárico (CASTRO et al,.

2016). Neste contexto, observando a conjuntura atual na qual vislumbra-se o

esgotamento dos recursos petrolíferos, verifica-se que há um enorme potencial

para o desenvolvimento de novas aplicações de materiais à base de

biopolímeros, como no caso do breu (NARAYANAN et al., 2017).

[0011] Com relação a interação do breu com materiais celulósicos, cita-se

o trabalho desenvolvido por Dong et al., (2019), no qual foi realizada a

impregnação de madeira com breu e alguns derivados. Neste trabalho foi

observada uma boa penetração na madeira com polimerização na parede celular

e no lúmen da célula, reforçando a estrutura da matriz lignocelulósica e, por

consequência, resultando em melhor estabilidade dimensional, redução da

molhabilidade e da absorção de água e aumento da dureza superficial do produto

final.

[0012] O documento de patente PI 0406127-6 - COMPÓSITO

CONTENDO CASCA DE ARROZ E MÉTODO DE FABRICAÇÃO DE PEÇAS

INJETADAS E/OU EXTRUSADAS CONTENDO DITO COMPÓSITO

ASSOCIADO A RESINAS TERMOPLÁSTICAS, descreve a obtenção de um

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compósito contendo casca de arroz que compreende na composição, proporção

peso/volume de 80,0 a 95,0% de casca de arroz moída e de 5,0 a 20,0% em

peso/volume de um agente com propriedade aglomerante e lubrificante, sendo

opcionalmente incorporado na composição, proporção de 0,05 a 2,0% em

peso/volume de um agente antioxidante. A patente trata de compósitos a partir

da casca de arroz e diversos polímeros termoplásticos como ABS, PVC, PET,

PMMA, PC, PA, PU, EVA e similares. Não é citada a aplicação de breu na

formulação dos compósitos.

[0013] O documento de patente BR 112014028834-8 - PROCESSO DE

FABRICAÇÃO PARA PÓ DE RESINA SINTÉTICA DE FIBRA DE CASCA DE

ARROZ E PRODUTO DE FIBRA DE CASCA DE ARROZ trata de um processo

de fabricação para pó de resina sintética de fibra de casca de arroz e produto de

fibra de casca de arroz, que possui diversas etapas para obtenção e diversos

insumos incorporando as formulações, incluindo "resina natural" que "pode ser

um ou mais dentre goma arábica em pó, gelatina e breu hidrogenado”, que difere

do invento proposto nesta patente de invenção, onde o breu é aplicado como

matriz polimérica em compósitos com casca de arroz.

[0014] O documento de patente PI 0701495-3 - PROCESSO DE

FABRICAÇÃO DE MATERIAL COMPOSTO DE CASCA DE ARROZ E

POLÍMERO trata de um processo de fabricação de material composto de casca

de arroz e polímero. O processo admite diversas proporções de mistura, desde

50% de casca e 50% de polímero até porcentagens mais altas de matriz, como

70% de material polimérico e 30% de casca. Porém, não são citados os

polímeros, não é indicado se estes são termofixos ou termoplásticos, químicos

ou naturais, biodegradáveis ou não. O breu também não é indicado no processo.

[0015] O documento de patente PI 0003017-1 - MÉTODO DE

FABRICAÇÃO DE ARTIGOS DE PLÁSTICO SUBSTITUÍDO PELO USO DE

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MATERIAIS NATURAIS trata do desenvolvimento de materiais utilizando

adesivos naturais como amido de batata e similares, em misturas com

subprodutos agrícolas e subprodutos de madeira tais como cascas de arroz,

caules de planta de arroz, caules de planta de milho, caules de planta de feijão,

caules de planta de trigo, serragem e similares. O intervalo de tamanho de

partícula dos subprodutos descritos corresponde ao intervalo de 0,01 a 0,1 mm.

Além de utilizar um ligante preparado a partir de amido e água, no processo

descrito neste documento há a necessidade de tratamento nas cascas de arroz

(lavagem e secagem).

[0016] O documento de patente JP2000229311A - BIODEGRADABLE

MATERIAL COMPOSITION, CONTAINER MADE THEREFROM, AND SOIL

CONDITIONING MATERIAL UTILIZING THE COMPOSITION se refere a uma

composição de material biodegradável que compreende um material misto

obtido pela mistura de um pó de matéria-prima vegetal contendo cascas de arroz

como componente principal e uma substância biodegradável contendo um

aglutinante. Este documento trata da aplicação de casca de arroz em pó, sendo

que, na presente patente de invenção a casca de arroz pode ser utilizada na sua

forma original, sem a necessidade de redução do tamanho de partícula.

[0017] O documento de patente JP2000229312A - MANUFACTURE OF

CONTAINER MADE OF BIODEGRADABLE MATERIAL apresenta um método

de formar facilmente um recipiente por moldagem, onde um pó de matéria-prima

obtido pela pulverização de uma matéria-prima vegetal e uma substância

biodegradável é uniformemente misturado e comprimido por aquecimento e

prensagem. Na presente patente de invenção a casca de arroz pode ser utilizada

na sua forma original, sem a necessidade de redução do tamanho de partícula.

[0018] Conforme citado anteriormente, a casca de arroz é um importante

resíduo da indústria de produção de arroz, que necessita de grandes

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investimentos para correto tratamento e destinação. O resíduo de casca de

arroz, conforme verificado, representa um problema ambiental em locais onde

há o manejo desta cultura, devido a dificuldades de aplicação do resíduo e

grande volume gerado. Desta forma, há problemas ambientais ligados ao

manejo da casca de arroz e cita-se também o desperdício desta biomassa, que

é renovável, biodegradável, atóxica, de baixo peso, baixo custo, e com alta

disponibilidade.

[0019] O breu é gerado como subproduto durante o processo de produção

de terebintina, proveniente da goma resina, e carece de correta destinação e

novas formas de aplicação. Importante notar que a demanda atual é inferior ao

volume gerado no processo de obtenção da terebintina.

[0020] Existe também a necessidade crescente de substituição dos

produtos de origem petrolífera por produtos oriundos de fontes renováveis e

biodegradáveis.

[0021] Apesar do uso de casca de arroz como carga em matrizes

poliméricas estar descrito no Estado da Técnica, fica evidente a necessidade de

tratamento da casca de arroz para esses fins, como, por exemplo, micronização

e/ou outros tratamentos. Os processamentos necessitam de equipamentos e

produtos específicos para esse fim, encarecendo o processo. Já o breu, quando

associado a casca de arroz, é aplicado como aditivo ou revestimento do

compósito em questão, sendo necessária a utilização de outro material como

matriz polimérica.

[0022] Por apresentarem condições específicas de processamento, como

tratamento e ajuste de tamanho de partícula da casca de arroz, além de outros

aditivos diferentes do breu, os produtos presentes no Estado da Técnica são

obtidos por processos específicos, desenvolvidos de acordo com essas

características e para aplicações bem definidas.

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[0023] Fica evidente que há espaço no Estado da Técnica para as

inovações envolvendo estas matérias-primas, mesmo que seu uso seja descrito.

Nos compósitos poliméricos descritos nesta patente de invenção, a casca de

arroz é utilizada como carga e o breu como matriz polimérica, ambos utilizados

inclusive em seu formato original, sem a necessidade de tratamento dos dois

materiais, obtendo-se produtos com características técnicas adequadas ao

mercado. Os compósitos deste invento, podem ser processados por diversas

tecnologias como peletização, extrusão, injeção, prensagem, laminação,

dublagem e termoformagem, porém não se limitando a estas, o que permite uma

ampla aplicação na indústria.

[0024] Verifica-se a partir dos dados deste invento, que a aplicação da

mistura de breu como matriz polimérica e casca de arroz como carga, gera

compósitos com diversas vantagens em relação aos demais compósitos

poliméricos onde a casca de arroz é um dos insumos. Estas vantagens estão

ligadas, por exemplo, às propriedades mecânicas, já que há boa compatibilidade

entre o breu e a casca de arroz, o que não ocorre em compósitos de breu e

polímeros sintéticos, que exigem aditivos químicos. Tratando-se de aditivos,

estes podem ser aplicados nos compósitos apresentados nesta patente, o que

irá gerar compósitos com ainda melhores propriedades mecânicas. Porém os

aditivos químicos não são imprescindíveis neste invento. Outra vantagem

relevante é que os compósitos de breu e casca de arroz, geram materiais

também biodegradáveis, atóxicos e leves. É ainda relevante, o baixo custo dos

compósitos deste invento, pois a casca de arroz é um resíduo agroindustrial

abundante que apresenta desafios de destinação, e o breu é um subproduto

industrial com grande disponibilidade.

[0025] Destaca-se também a redução da pressão sobre os polímeros

utilizados atualmente, sendo grande parte destes, quando aplicados nos

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mercados alvo desta invenção, que utilizam materiais provenientes de fontes não

renovável, boa parte tóxicos, e ainda não recicláveis. A reciclabilidade dos

compósitos de breu e casca de arroz é outra característica importante, já que os

compósitos obtidos somente das misturas de breu e casca de arroz, ou desta

mistura adicionada de polímeros termoplásticos, são recicláveis. Desta forma,

após a vida útil ou mesmo para os resíduos, aparas e restos do processo fabril,

há possibilidade de fácil reciclagem, pois estes compósitos são termoplásticos.

Isto ocorre porque, mesmo a casca de arroz sendo uma carga termofixa,

observa-se no compósito, o breu, que é um material termoplástico, atuando nos

compósitos do invento como matriz polimérica. Assim, pode ser submetido a

mais de um processo de conformação por temperatura.

[0026] A questão energética também é uma vantagem dos compósitos de

breu e casca de arroz desta invenção, já que o breu possui baixa temperatura

de processamento. Assim, nas metodologias onde há necessidade de

conformação por ação de temperatura, há vantagens quando ao consumo

energético dos equipamentos utilizados.

[0027] Por fim, cita-se a homogeneidade do resíduo de casca de arroz,

que também é uma vantagem com relação à diversas cargas na forma de

resíduos. Não há necessidade de processos de separação ou seleção para

aplicação das cascas, o que significa vantagens quanto à propriedades

constantes dos compósitos obtidos e dos métodos aplicados, além de não haver

custos para separação ou seleção. Observa-se que podem ocorrer sim,

processos de redução de tamanho de partícula ou modificações da casca de

arroz, conforme relatado anteriormente, que podem ser utilizados, quando

necessário tecnicamente, de acordo com a aplicação.

OBJETIVOS DA INVENÇÃO

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[0028] Com o objetivo de garantir a correta destinação de resíduos

provenientes de diferentes indústrias e de desenvolver bioprodutos, atóxicos,

leves e recicláveis, obtidos de fontes renováveis, a presente patente de invenção

apresenta o desenvolvimento de compósitos poliméricos obtidos a partir de

casca de arroz e breu, onde a casca de arroz é utilizada como carga e o breu

como matriz polimérica. O invento descrito proporciona a utilização de apenas

dois insumos como base dos materiais, sendo estes insumos de fonte renovável,

biodegradáveis, atóxicos, de baixo peso, baixo custo, com alta disponibilidade e

de carácter sustentável, que atualmente são tratados como resíduos, gerando,

além de ganhos ambientais, também financeiros e sociais, com a geração de

renda a partir deste material, atualmente caracterizado como resíduo.

[0029] Salienta-se que o breu e a casca de arroz, a partir das metodologias

abordadas neste invento, podem ser utilizados inclusive em seu formato original,

sem a necessidade de tratamento dos dois materiais, obtendo-se produtos com

características técnicas adequadas ao mercado. Os compósitos deste invento,

podem ser processados por diversas tecnologias como peletização, extrusão,

injeção, prensagem, laminação, dublagem e termoformagem, porém não se

limitando a estas. Os produtos obtidos podem atender diversos mercados, como

de o de embalagens, o automotivo, o moveleiro, o da construção civil, o

calçadista, o de vestuário, de brinquedos e de artigos domésticos, não se

limitando a estes.

DESCRIÇÃO DOS DESENHOS ANEXOS

[0030] Com a finalidade de que o presente invento seja plenamente

compreendido e levado à prática por qualquer técnico de setor tecnológico

compatível, o mesmo está descrito de forma clara, concisa e suficiente, tendo

como base os desenhos e a tabela, todos anexados, que o ilustram e o

subsidiam, abaixo listados:

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Figura 1 representa o compósito de breu (40%) e casca de arroz (60%),

em forma de placa. Conformado por processo de prensagem.

Figura 2 representa o compósito de breu (30%) e casca de arroz (50%), e

EVA (20%) em forma de placa. Conformado por processo de prensagem.

Figura 3 representa o compósito de breu (15%) e casca de arroz (40%), e

PEBD (45%) em forma de lâmina e de corpo-de-prova. Conformado por processo

de moldagem por injeção.

DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO

[0031] A presente patente de invenção descreve compósitos poliméricos

obtidos a partir de dois insumos tratados atualmente como resíduo e subproduto,

a casca de arroz e o breu. O breu é utilizado como matriz polimérica e a casca

de arroz como carga, ambos utilizados, inclusive, em seu formato original, sem

a necessidade de tratamento de um, de outro ou dos dois materiais, obtendo-se

produtos com características técnicas adequadas ao mercado. Os compósitos

deste invento, podem ser processados por diversas tecnologias como

peletização, extrusão, injeção, prensagem, laminação, sopro, rotomoldagem,

dublagem, termoformagem, por evaporação de solvente, porém não se limitando

a estas, o que permite uma ampla aplicação na indústria.

[0032] Para obtenção do compósito, o breu é misturado à casca de arroz

em formulações com porcentagem em peso que podem variar de 1 – 99% de

breu e 1 – 99% de casca de arroz. O breu e a casca de arroz são misturados

mecanicamente, sem necessidade de tratamento prévio das matérias-primas.

Assim, o breu e a casca de arroz podem ser utilizados no formato em que for

recebido das indústrias de origem. Após a mistura dos componentes, os mesmos

são enviados para processamento por diferentes tecnologias.

[0033] As tecnologias de processamento mecânico do compósito descrito

nessa patente englobam peletização, extrusão, injeção, prensagem, laminação,

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sopro, rotomoldagem, dublagem, termoformagem ou por evaporação de

solvente. As temperaturas para obtenção dos compósitos podem variar dentro

da faixa de -40°C e 375°C. Esta faixa de temperaturas compreende as diferentes

metodologias de processamento, sendo que parte destas metodologias podem

ser realizadas em temperatura ambiente. A temperatura máxima de trabalho que

pode ser atingida aplicando as metodologias onde a conformação ocorre por

meio da ação de temperatura é de 375°C. Esta temperatura de 375°C é

estabelecida por ser a temperatura máxima de trabalho do breu, que é a matriz

polimérica deste invento.

[0034] Opcionalmente, a casca de arroz pode ser submetida a diferentes

métodos de processamentos mecânicos para a moagem e micronização, com o

intuito de redução do tamanho de partícula, podendo ser aplicada na forma de

partículas, fibras ou pó de casca de arroz, ou por combinação de mais de um

destas formas de partícula. Além de, opcionalmente, a casca de arroz poder ser

submetida aos diferentes métodos de tratamento para alteração de suas

propriedades. Os diferentes tratamentos podem ser realizados com um ou mais

dos seguintes métodos: tratamento com água quente, em meio alcalino, em meio

ácido, com luz ultravioleta, com ozônio, com hidróxido de sódio, com silano, com

propil-trimetoxi-silano, com peróxido de hidrogênio, por deposição de eletrólitos,

ou por combinação de mais de um destes métodos de pré-tratamento da casca

de arroz, não se limitando a estes.

[0035] Opcionalmente, o breu pode ser utilizado em seus formatos

modificados como, resinas de breu desproporcionadas, ésteres de glicerol,

ésteres de pentaeritritol, resinas maleicas, resinas fumáricas, resinas fenólicas,

não se limitando a estas, obtidas a partir do breu, ou por combinação de mais de

um destes formatos modificados de breu, não se limitando a estes. Ou pode ser

submetido a tratamento com água quente, em meio alcalino, em meio ácido, com

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luz ultravioleta, com ozônio, com hidróxido de sódio, com silano, com propil-

trimetoxi-silano, com peróxido de hidrogênio, por deposição de eletrólitos, ou por

combinação de mais de um destes métodos de tratamento, não se limitando a

estes.

[0036] Opcionalmente, podem ser adicionados polímeros biodegradáveis

à mistura de breu e casca de arroz, como o amido de milho, amido de mandioca,

látex, PVA, PHB, PBAT, policaprolactona, ou por combinação de mais de um

destes tipos de polímeros biodegradáveis, não se limitando a estes.

[0037] Opcionalmente, podem ser adicionados polímeros sintéticos a

mistura de breu e casca de arroz, como PP, PEAD, PEBD, PVC, EVA, PU, PP,

PMMA, PET, ou por combinação de mais de um destes polímeros sintéticos, não

se limitando a estes. Incluindo também estes polímeros nas formas recicladas,

como por exemplo rPEAD, rPET, rPE, ou por combinação de mais de um destes

polímeros reciclados, não se limitando a estes.

[0038] Opcionalmente, podem ser adicionados borrachas ou elastômeros

à mistura de breu e casca de arroz, como, EPDM, SEBS, TPE, TPU, EVA, COPE,

NR, NBR, SBR, SBS, EPM, borracha de acrilonitrila, neoprene, silicone, ou por

combinação de mais de uma destas borrachas e elastômeros, não se limitando

a estes.

[0039] Opcionalmente, podem ser adicionadas resinas à mistura de breu

e casca de arroz, como resinas epóxi, fenólicas, poliéster, uréia-formaldeído,

fenol-formaldeído, tanino-formaldeído, araldite, bisfenol A, adicionadas ou não

de endurecedores, ou por combinação de mais de um destes, não se limitando

a estas.

[0040] Opcionalmente, as formulações podem ser aditivadas com diversos

materiais, como lubrificantes, solubilizantes, plastificantes, antioxidantes,

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compatibilizantes, agentes de expansão, retardadores de chama, ou por

combinação de mais de um destes aditivos, não se limitando a estes.

[0041] Opcionalmente, a casca de arroz pode ser somente umas das

cargas vegetais aplicadas, sendo possível a inclusão de outras cargas, como

partículas, fibras e/ou pó de madeira, juta, sisal, coco, algodão, cana-de-açúcar,

rami, ou por combinação de mais de uma destas cargas vegetais, não se

limitando a estas. Substituindo a casca de arroz nas formulações, em

percentuais de 5% a 95%, objetivando a alteração de propriedades dos materiais

ou atendimento a demandas específicas.

[0042] Serão abordados em seguida, formas de aplicação dos materiais e

métodos descritos nesta patente de invenção. A descrição pretende exemplificar

e não limitar a invenção, apesar de ser descrita em termos de formulações,

metodologias e produtos obtidos. As formas de aplicação não possuem o

objetivo de limitar as modificações e variações que podem ser realizadas

seguindo as formulações, metodologias e produtos desta invenção. Estas formas

de aplicação servem para demonstrar a viabilidade técnica dos materiais,

metodologias e produtos descritos nesta patente de invenção.

FORMA DE APLICAÇÃO 1

[0043] Material obtido pela formulação em peso de 40% de breu e 60% de

casca de arroz. Para obtenção dos compósitos, inicialmente os insumos são

pesados e misturados, realizando-se um processamento mecânico, com ação

de temperatura e cisalhamento, com posterior granulação do material (extrusão

e peletização, são costumeiramente aplicados nas indústrias, mas é possível

utilizar qualquer processo no qual ocorra a mistura pela ação de temperatura e

cisalhamento, submetendo-se o compósito obtido a processos de granulação,

moagem ou peletização). O compósito granulado é submetido a processo de

conformação, realizado pela ação de temperatura e pressão, em uma prensa

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com aquecimento. O produto obtido na forma de lâmina, placa ou chapa,

prensada, pode ser aplicado para diversas finalidades. O uso para a fabricação

de produtos, pode ser realizado com a superfície do compósito exposta, ou

podem realizados processos de recobrimento com substratos, dublagem ou

multicamadas (exemplo é a obtenção de produtos de madeira compensada). Na

Figura 1 pode ser observada imagem do compósito obtido pela formulação em

peso de 40% de breu e 60% de casca de arroz. Para obtenção do compósito,

realizou-se o processamento em uma câmara de mistura dupla rosca, com

temperatura de 150 °C. Em seguida, o compósito foi submetido ao processo de

conformação em uma prensa hidráulica, com aquecimento, à temperatura de

180°C, originando a placa da Figura 1.

FORMA DE APLICAÇÃO 2

[0044] Materiais obtidos por 4 formulações distintas em peso, com

quantidade de casca de arroz fixa em 50%, variando-se o breu (10%, 20%, 30%

e 40%) e o EVA (40%, 30%, 20%, 10%), sem a utilização de aditivos. Na Figura

2, pode ser observada imagem do compósito contendo 50% de casca de arroz,

30% de breu e 20% de EVA. A metodologia de processamento é semelhante à

descrita na Forma de Aplicação 1, obtendo-se o compósito granulado e,

posteriormente, submetendo a processo de conformação por temperatura e

pressão, obtendo-se lâminas, placas ou chapas. Comparando-se os resultados

de ensaios de resistência à tração e de dureza shore D destes materiais, têm-se

um aumento de ambos os parâmetros, de acordo com o aumento da quantidade

de breu em proporção, em comparação com o EVA. Para os materiais

processados conforme os procedimentos deste exemplo, foram encontrados

dados de resistência à tração de: 4,68 N/mm 2 (10%-breu, 40%-EVA), 3,022

N/mm (20%-breu, 30%-EVA), 2,17 N/mm2 (30%-breu, 20%-EVA) e 1,94 N/mm2

(10%-breu, 40% EVA), observando que a casca de arroz é aplicada de maneira

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constante com 50% em peso nas formulações. A dureza shore D dos compósitos

foi a seguinte: 55,67 (40%-breu, 10%-EVA), 38,56 (30%-breu, 20%-EVA), 31,78

(20%-breu, 30%-EVA) e 26,44 (40%-breu, 10% EVA). Verifica-se a partir destes

dados, que a presença de breu em maiores proporções em comparação com o

EVA, gerou materiais com melhor resistência à tração e maior dureza.

FORMA DE APLICAÇÃO 3

[0045] Material obtido pela formulação em peso de 15% de breu, 40% de

casca de arroz e 45% de PEBD, um polímero sintético termoplástico, sem

utilização de aditivos. A obtenção do compósito granulado é semelhante ao

descrito na Forma de Aplicação 1. O material é então submetido a processo de

injeção, pelo qual os compósitos podem ser conformados de acordo com o molde

de injeção, para a obtenção de diversos produtos. Na Figura 3, pode ser visto o

material injetado na forma de lâmina e na forma de corpo-de-prova.

FORMA DE APLICAÇÃO 4

[0046] Material obtido pela formulação em peso de 5% de breu, 30% de

casca de arroz e 65% de EVA, um polímero elastomérico, sem a utilização de

aditivos. A obtenção do compósito granulado é semelhante ao descrito na Forma

de Aplicação 1. O material é então submetido a processo de laminação, obtendo-

se produtos na forma de lâminas.

FORMA DE APLICAÇÃO 5

[0047] Material obtido pela formulação em peso de 15% de breu, 40% de

casca de arroz e 45% de resina poliéster, sem a utilização de aditivos. Para

obtenção do produto compósito, inicialmente os insumos são pesados e em

seguida, misturados até completa homogeneização. A mistura é então

transvazada para um molde e submete-se o material a pressão para adequado

preenchimento do molde. Aguarda-se o tempo de cura do material, obtendo-se

o produto conformado.

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FORMA DE APLICAÇÃO 6

[0048] Material obtido pela formulação em peso de 15% de breu, 40% de

casca de arroz e 45% de SEBS, utiliza-se tolueno para a dissolução do SEBS.

Para obtenção do compósito, inicialmente o SEBS é dissolvido em tolueno,

adicionando-se ao SEBS dissolvido, primeiro o breu e, na sequência, a casca de

arroz, mantendo agitação constante. Após homogeneização da mistura, verte-

se a mesma em um molde, completando a cavidade no formato desejado. Em

seguida se aguarda o período de evaporação do solvente para a obtenção do

produto conformado.

FORMA DE APLICAÇÃO 7

[0049] Material obtido pela formulação em peso de 30% de breu, 40% de

casca de arroz e 30% de PLA, um polímero biodegradável, sem utilização de

aditivos. A obtenção do compósito granulado é semelhante ao descrito na Forma

de Aplicação 1. O material é então submetido a processo de injeção, obtendo-

se o produto conforme formato da matriz de injeção.

[0050] É importante salientar que as descrições e Formas de Aplicação

realizadas não possuem o condão de limitar as formas de execução, as

modificações e variações que podem ser realizadas seguindo as formulações,

metodologias e produtos do invento ora proposto, mas sim de ilustrar e tornar

compreensíveis as inovações conceituais reveladas nesta solução. Desse modo,

as descrições devem ser interpretadas de forma ilustrativa e não restritivas,

podendo apresentar variações nos equipamentos utilizados nas etapas do

processo, proporções, dimensões e demais variáveis, seja do conjunto ou de

seus elementos isoladamente, desde que sejam mantidas as suas

características particulares, e que são essenciais ao conceito inventivo ora

revelado e que não fujam do espectro de proteção delineado na solução

proposta.

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REIVINDICAÇÕES

1. COMPÓSITOS POLIMÉRICOS A BASE DE BREU E CASCA DE

ARROZ caracterizados por possuir composição, em peso, que pode variar de

1 – 99% de breu e 1 – 99% de casca de arroz.

2. PROCESSO DE OBTENÇÃO DE COMPÓSITOS POLIMÉRICOS

A BASE DE BREU E CASCA DE ARROZ caracterizados por possuir as etapas

de:

a. Mistura dos componentes na proporção desejada;

b. Encaminhamento da mistura para processamento mecânico, em

temperaturas que variam de -40°C e 375°C, através de peletização,

ou extrusão, ou injeção, ou prensagem, ou laminação, ou sopro, ou

rotomoldagem, ou dublagem, ou termoformagem, ou por evaporação

de solvente, ou por combinação de um ou mais dos anteriores.

3. PROCESSO DE OBTENÇÃO DE COMPÓSITOS POLIMÉRICOS

A BASE DE BREU E CASCA DE ARROZ, de acordo com a reivindicação 2,

caracterizado por possuir etapa opcional de pré-tratamento da casca de arroz

antes da etapa a. através de processamentos mecânicos para a moagem e

micronização, com a intenção de reduzir o tamanho de partícula, ou métodos de

tratamento para alteração das propriedades da casca de arroz que podem incluir

um mais dos seguintes tratamentos: tratamento com água quente, em meio

alcalino, em meio ácido, com luz ultravioleta, com ozônio, com hidróxido de

sódio, com silano, com propil-trimetoxi-silano, com peróxido de hidrogênio ou,

ainda, por deposição de eletrólitos, ou por combinação de um ou mais dos

anteriores.

4. PROCESSO DE OBTENÇÃO DE COMPÓSITOS POLIMÉRICOS

A BASE DE BREU E CASCA DE ARROZ, de acordo com a reivindicação 2,

caracterizado por possuir a etapa opcional de pré-tratamento do breu antes da

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etapa a. através de tratamento com água quente, em meio alcalino, em meio

ácido, com luz ultravioleta, com ozônio, com hidróxido de sódio, com silano, com

propil-trimetoxi-silano, com peróxido de hidrogênio, por deposição de eletrólitos,

ou por combinação de um ou mais dos anteriores.

5. PROCESSO DE OBTENÇÃO DE COMPÓSITOS POLIMÉRICOS

A BASE DE BREU E CASCA DE ARROZ, de acordo com a reivindicação 2,

caracterizado por possuir, após a etapa a., etapa opcional de adição polímeros

biodegradáveis, ou polímeros sintéticos, ou borrachas e elastômeros, ou resinas,

ou aditivos, ou por combinação de um ou mais dos anteriores.

6. COMPÓSITOS POLIMÉRICOS A BASE DE BREU E CASCA DE

ARROZ, de acordo com as reivindicações 1 e 2, caracterizados pelo breu poder

ser aplicado em seus formatos modificados como, resinas de breu

desproporcionadas, ésteres de glicerol, ésteres de penta-eritritol, resinas

maleicas, resinas fumáricas e resinas fenólicas, ou por combinação de um ou

mais dos anteriores.

7. COMPÓSITOS POLIMÉRICOS A BASE DE BREU E CASCA DE

ARROZ, de acordo com as reivindicações 1 e 2, caracterizados pela casca de

arroz poder ser aplicada na forma de partículas, fibras ou pó de casca de arroz,

ou por combinação de um ou mais dos anteriores.

8. COMPÓSITOS POLIMÉRICOS A BASE DE BREU E CASCA DE

ARROZ, de acordo com as reivindicações 1 e 2, caracterizados pela ser

adicionado polímeros biodegradáveis a mistura de breu e casca de arroz, como

o amido de milho, amido de mandioca, látex, PVA, PHB, PBAT, policaprolactona,

ou combinação de um ou mais dos anteriores.

9. COMPÓSITOS POLIMÉRICOS A BASE DE BREU E CASCA DE

ARROZ, de acordo com as reivindicações 1 e 2, caracterizados pela ser

adicionado polímeros sintéticos a mistura de breu e casca de arroz, como PP,

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PEAD, PEBD, PVC, EVA, PU, PP, PMMA, PET, além destes polímeros na forma

de reciclados, como rPEAD, rPET, rPE, ou por combinação de um ou mais dos

anteriores.

10. COMPÓSITOS POLIMÉRICOS A BASE DE BREU E CASCA DE

ARROZ, de acordo com as reivindicações 1 e 2, caracterizados pela por ser

adicionado borrachas e elastômeros a mistura de breu e casca de arroz, como,

EPDM, SEBS, TPE, TPU, EVA, COPE, NR, NBR, SBR, SBS, EPM, borracha de

acrilonitrila, neoprene, silicone, ou por combinação de um ou mais dos

anteriores.

11. COMPÓSITOS POLIMÉRICOS A BASE DE BREU E CASCA DE

ARROZ, de acordo com as reivindicações 1 e 2, caracterizado pela ser

adicionado resinas a mistura de breu e casca de arroz, como, resinas epóxi,

fenólicas, poliéster, uréia-formaldeído, fenol-formaldeído, tanino-formaldeído,

araldite, bisfenol A, adicionadas ou não de endurecedores, ou por combinação

de um ou mais dos anteriores.

12. COMPÓSITOS POLIMÉRICOS A BASE DE BREU E CASCA DE

ARROZ, de acordo com as reivindicações 1 e 2, caracterizado pela ser

adicionado aditivos a mistura de breu e casca de arroz, como lubrificantes,

solubilizantes, plastificantes, antioxidantes, compatibilizantes, agentes de

expansão, retardadores de chama ou por combinação de um ou mais dos

anteriores.

13. COMPÓSITOS POLIMÉRICOS A BASE DE BREU E CASCA DE

ARROZ, de acordo com as reivindicações 1 e 2, caracterizados pela mistura,

em porcentagem de peso que varia de 5% a 95%, de uma ou mais cargas

vegetais, como, partículas, fibras e pó de madeira, juta, sisal, coco, algodão,

cana-de-açúcar, rami, à casca de arroz, ou por combinação de um ou mais dos

anteriores.

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14. COMPÓSITO POLIMÉRICO A BASE DE BREU E CASCA DE

ARROZ, de acordo com as reivindicações 1 e 2, caracterizado por possuir

formulação em peso de 30% de breu e 70% de casca de arroz, obtido através

do processo de (i) pesar e misturar os componentes, (ii) processar

mecanicamente com ação de temperatura e cisalhamento, (iii) granular o

material, (iv) submeter o material granulado a processo de conformação por ação

de temperatura e pressão.

15. COMPÓSITOS POLIMÉRICOS A BASE DE BREU E CASCA DE

ARROZ, de acordo com as reivindicações 1 e 2, caracterizados por possuírem

formulações distintas em peso, com quantidade de casca de arroz fixa em 50%,

variando-se a quantidade de breu (10%, 20%, 30% e 40%) e de EVA (40%, 30%,

20%, 10%), obtidos através do processo de (i) pesar e misturar os componentes,

(ii) processar mecanicamente com ação de temperatura e cisalhamento, (iii)

granular o material, (iv) submeter o material granulado a processo de

conformação por ação de temperatura e pressão .

16. COMPÓSITO POLIMÉRICO A BASE DE BREU E CASCA DE

ARROZ, de acordo com as reivindicações 1 e 2, caracterizado por possuir

formulação em peso de 15% de breu, 40% de casca de arroz e 45% de PEBD,

obtido através do processo de (i) pesar e misturar os componentes, (ii) processar

mecanicamente com ação de temperatura e cisalhamento, (iii) granular o

material, (iv) submeter o material granulado a processo de injeção.

17. COMPÓSITO POLIMÉRICO A BASE DE BREU E CASCA DE

ARROZ, de acordo com as reivindicações 1 e 2, caracterizado por possuir

formulação em peso de 5% de breu, 30% de casca de arroz e 65% de EVA,

obtido através do processo de (i) pesar e misturar os componentes, (ii) processar

mecanicamente com ação de temperatura e cisalhamento, (iii) granular o

material, (iv) submeter o material granulado a processo de laminação.

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18. COMPÓSITO POLIMÉRICO A BASE DE BREU E CASCA DE

ARROZ, de acordo com as reivindicações 1 e 2, caracterizado por possuir

formulação em peso de 15% de breu, 40% de casca de arroz e 45% de resina

poliéster, obtido através do processo de (i) pesar e homogeneizar os

componentes, (ii) despejar a mistura em molde, (iii) submeter o molde a pressão

até a cura do material.

19. COMPÓSITO POLIMÉRICO A BASE DE BREU E CASCA DE

ARROZ, de acordo com as reivindicações 1 e 2, caracterizado por possuir

formulação em peso de 15% de breu, 40% de casca de arroz e 45% de SEBS,

e tolueno para a dissolução do SEBS, obtido através do processo de (i) dissolver

o SEBS em tolueno, (ii) adicionar breu sob agitação constante, (iii) adicionar

casca de arroz sob agitação constante, (iv) homogeneizar a mistura, (v) verter a

mistura em molde, (vi) aguardar a evaporação do solvente.

20. COMPÓSITO POLIMÉRICO A BASE DE BREU E CASCA DE

ARROZ, de acordo com as reivindicações 1 e 2, caracterizado por possuir

formulação em peso de 30% de breu, 40% de casca de arroz e 30% de PLA,

obtido através do processo de (i) pesar e misturar os componentes, (ii) processar

mecanicamente com ação de temperatura e cisalhamento, (iii) granular o

material, (iv) submeter o material granulado a processo de injeção.

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Fig. 1

Fig. 2

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2/2

Fig. 3

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RESUMO

COMPÓSITOS POLIMÉRICOS A BASE DE BREU E CASCA DE ARROZ E

PROCESSO DE OBTENÇÃO

A presente patente de invenção descreve compósitos poliméricos obtidos

a partir de casca de arroz e breu, dois insumos tratados atualmente como

resíduos e subprodutos industriais, respectivamente. No invento, o breu é

utilizado como matriz polimérica e a casca de arroz, como carga. Ambos podem

ser utilizados em seu formato original, sem a necessidade de tratamento

qualquer, obtendo-se produtos com características técnicas adequadas para

aplicações de mercado. Os compósitos deste invento, podem ser processados

por meio de diversas tecnologias como peletização, extrusão, injeção,

prensagem, laminação, dublagem e termoformagem, porém não se limitando a

estas, o que permite uma ampla aplicação na indústria.

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