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1 Limites e Derivadas

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Os Problemas da Tangente
1.1 e da Velocidade

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O Problema da Tangente

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O Problema da Tangente

Uma tangente a uma curva é uma reta que toca a curva.


Por outras palavras, uma reta tangente deve ter a mesma
direção que a curva no ponto de contato.

Como tornar precisa esta ideia?

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Exemplo 1
Encontre uma equação da reta tangente à parábola y = x2
no ponto que P(1, 1).

Solução:
Podemos encontrar uma equação da reta tangente t assim
que soubermos o seu declive m.

Podemos calcular uma aproximação de m escolhendo um


ponto próximo Q(x, x2) sobre a parábola (como na Figura
1) e calculando o declive mPQ da reta secante PQ.

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Exemplo 1 – Solução continuação

Figura 1

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Exemplo 1 – Solução continuação

Escolhemos x  1 para que Q  P . Então

Por exemplo, para o ponto Q(1,5; 2,25), temos

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Exemplo 1 – Solução continuação

Valores de mPQ para vários valores de x próximos a 1:

Quanto mais próximo Q estiver de P, mais próximo x


estará de 1, e a tabela indica que mPQ estará próximo
de 2.
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Exemplo 1 – Solução continuação

Dizemos que o declive da reta tangente é o limite dos


declives das retas secantes e expressamos isso
simbolicamente escrevendo

Supondo que o declive da reta tangente seja realmente 2,


podemos usar a forma afim da equação de uma reta [y - y1
= m(x - x1)] para escrever a equação da tangente no ponto
(1, 1) como
y – 1 = 2(x – 1) ou y = 2x – 1
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Exemplo 1 – Solução continuação

A Figura 2 ilustra o processo de limite que ocorre neste


exemplo.

Q aproxima-se de P pela direita


Figura 2

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Exemplo 1 – Solução continuação

Q aproxima-se de P pela esquerda


Figura 2

À medida que Q tende para P ao longo da parábola, as


retas secantes correspondentes giram em torno de P e
tendem para a reta tangente t.
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O Problema da Velocidade

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Exemplo 2
Suponha que uma bola é solta a partir do ponto de
observação no alto da Torre CN, em Toronto, 450 m acima
do solo. Encontre a velocidade da bola após 5 segundos.

Solução:
Se a distância percorrida após t segundos for chamada s(t)
e medida em metros, então a Lei de Galileu pode ser
expressa pela equação

s(t) = 4,9t 2

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Exemplo 2 – Solução continuação

Podemos aproximar a quantidade desejada calculando a


velocidade média sobre o intervalo de tempo de um
décimo de segundo, a partir de t = 5 até t = 5,1:

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Exemplo 2 – Solução continuação

Resultados de cálculos similares da velocidade média em


períodos de tempo cada vez menores:

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Exemplo 2 – Solução continuação

Parece que, à medida que encurtamos o período do


tempo, a velocidade média fica cada vez mais próxima de
49 m/s.

A velocidade instantânea quando t = 5 é definida como o


valor limite dessas velocidades médias em períodos de
tempo cada vez menores, começando em t = 5.

Assim, parece que a velocidade (instantânea) após 5


segundos é
v = 49 m/s.

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1.2 O Limite de uma Função

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O Limite de uma Função

Vamos analisar o comportamento da função f definida por

f(x) = x2 – x + 2

para valores de x próximos de 2.

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O Limite de uma Função
A tabela a seguir fornece os valores de f(x) para valores de
x próximos de 2, mas não iguais a 2.

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O Limite de uma Função
Gráfico de f (uma parábola) na Figura 1.

Figura 1

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O Limite de uma Função
De fato, parece que podemos tornar os valores de f(x) tão
próximos de 4, quanto quisermos, ao tornar x
suficientemente próximo de 2 (por ambos os lados), mas
não igual a 2.

Expressamos isso dizendo que “o limite da função


f(x) = x2 – x + 2 quando x tende para 2 é igual a 4.”

A notação usada é:

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O Limite de uma Função
A Figura 2 mostra os gráficos de três funções. Note que,
na parte (c), f(a) não está definida e, na parte (b), f(a)  L.

Em cada caso, não importando o que acontece em a, é


verdade que limxa f(x) = L.

nos três casos

Figura 2
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Limites Laterais

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Limites Laterais
Dizemos que “o limite à direita de f(x) quando x tende
para a [ou o limite de f(x) quando x tende para a pela
direita] é igual a L”, e escrevemos

se pudermos tornar os valores de f(x) arbitrariamente


próximos de L, para x suficientemente próximo de a, e x
maior que a.

Desta forma, a notação “x  a+” indica que estamos a


considerar apenas x maior que a.

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Limites Laterais
Analogamente, se exigirmos que x seja menor que a,
obtemos o limite de f(x) quando x tende para a pela
esquerda [ou o limite de f(x) quando x tende para a pela
esquerda] .

Comparando as noções intuitivas de limite com a de limites


laterais, vemos ser verdadeiro o que segue.

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Exemplo
O gráfico de uma função g é apresentado na Figura 3.
Use-o para calcular os valores (caso existam) dos limites:

Figura 3
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A Definição Precisa
1.3 de um Limite

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A Definição Precisa de um Limite
A definição intuitiva de limite é inadequada para alguns
propósitos, pois frases como “x está próximo de 2” e “f(x)
aproxima-se cada vez mais de L” são vagas.

Para sermos capazes de demonstrar conclusivamente que

ou

devemos tornar precisa a definição de limite.

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A Definição Precisa de um Limite
Consideremos a função

É intuitivamente claro que quando x está próximo de 3,


mas x ≠ 3, então f(x) está próximo de 5 e, sendo assim,
limx  3f(x) = 5.

Para obter informações mais detalhadas sobre como f(x)


varia quando x está próximo de 3, fazemos a seguinte
pergunta:

Quão próximo de 3 deverá estar x para que f(x) difira de 5


por menos que 0,1?
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A Definição Precisa de um Limite
A distância de x a 3 é |x – 3| e a distância de f(x) a 5 é
|f(x) – 5|, logo, o nosso problema é achar um número  tal
que

|f(x) – 5| < 0,1 se |x – 3| <  mas x ≠ 3

Se |x – 3| > 0, então x ≠ 3, portanto uma formulação


equivalente de nosso problema é achar um número  tal
que

|f(x) – 5| < 0,1 se 0 < |x – 3| < 

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A Definição Precisa de um Limite
Observe que, se 0 < |x – 3| < (0,1)/2 = 0,05, então

|f(x) – 5| = |(2x – 1) – 5| = |2x – 6| = 2|x – 3 | < 2(0,05) = 0,1

isto é,

|f(x) – 5| < 0,1 se 0 < |x – 3| < 0,05.

Assim, uma resposta para o problema é dada por  = 0,05;


isto é, se x estiver a uma distância de no máximo 0,05 de 3,
então f(x) estará a uma distância de no máximo 0,1 de 5.

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A Definição Precisa de um Limite
Se mudarmos o número 0,1 no nosso problema para o
número menor 0,01, então, usando o mesmo método,
vemos que f(x) diferirá de 5 por menos que 0,01, desde
que x difira de 3 por menos que (0,01)/2 = 0,005:

|f(x) – 5| < 0,01 se 0 < |x – 3| < 0,005

De forma análoga,

|f(x) – 5| < 0,001 se 0 < |x – 3| < 0,0005

Os números 0,1, 0,01 e 0,001 anteriormente considerados,


são tolerâncias de erro que podemos admitir.
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A Definição Precisa de um Limite
Para que o número 5 seja precisamente o limite de f(x)
quando x tende para 3, devemos não apenas ser capazes
de tornar a diferença entre f(x) e o 5 menor que cada um
desses três números; devemos ser capazes de torná-la
menor que qualquer número positivo.

E, por analogia ao procedimento adotado, nós podemos!


Se chamarmos ε (a letra grega épsilon) a um número
positivo arbitrário, então obtemos, como anteriormente,
que

|f(x) – 5| < ε se 0 < |x – 3| <  =


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A Definição Precisa de um Limite
Esta é uma maneira precisa de dizer que f(x) está próximo
de 5 quando x está próximo de 3; diz que podemos
fazer os valores de f(x) ficarem dentro de uma distância
arbitrária ε de 5 restringindo os valores de x dentro de uma
distância ε/2 de 3 (mas x  3).

Observe que pode ser reescrita


como: se
3 –  < x < 3 +  (x  3)
então
5 – ε < f(x) < 5 + ε

(ver Figura 1). 34


Figura 1
A Definição Precisa de um Limite
Usando como modelo, temos uma definição precisa de
um limite.

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A Definição Precisa de um Limite
Uma vez que |x – a| é a distância de x a a e |f(x) – L| é a
distância de f(x) a L, e como ε pode ser arbitrariamente
pequeno, a definição de limite pode ser expressa em
palavras da seguinte forma:

limx  a f(x) = L significa que a distância entre f(x) e L fica


arbitrariamente pequena ao se exigir que a distância de x a
a seja suficientemente pequena (mas não igual a 0).

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A Definição Precisa de um Limite

Alternativamente,

limx  a f(x) = L significa que os valores de f(x) podem ser


tornados tão próximos de L quanto desejarmos, tornando-
se x suficientemente próximo de a (mas não igual a a).

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A Definição Precisa de um Limite
Uma interpretação geométrica de limite pode ser dada em
termos do gráfico de uma função:
Se for dado ε > 0, então traçamos as retas horizontais
y = L + ε e y = L – ε e o gráfico de f (ver Figura 2).

Figura 2
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A Definição Precisa de um Limite
Se limx  a f(x) = L, então podemos encontrar um número
 > 0 tal que, se limitarmos x ao intervalo (a – , a +  ) e
deixarmos x  a, a curva y = f(x) ficará entre as retas y = L
– ε e y = L + ε (Figura 3).
Pode ver-se que, se um destes  tiver sido encontrado,
então qualquer outro  menor também servirá.

Figura 3
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Exemplo 1
Prove que

Solução:
1. Uma análise preliminar do problema (conjecturar um
valor para  ).

Seja ε um número positivo dado. Queremos encontrar um


número  tal que

se 0 < |x – 3| <  então |(4x – 5) – 7| < ε

Porém |(4x – 5) – 7| = |4x – 12| = |4(x – 3)| = 4|x – 3|.


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Exemplo 1 – Solução continuação

Portanto, queremos  tal que


se 0 < |x – 3| <  então 4| x – 3| < ε

isto é, se 0 < |x – 3| <  então |x – 3| <

Isso sugere que deveríamos escolher  = ε/4.

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Exemplo 1 – Solução continuação

2. Demonstração (mostrar que este  funciona).

Dado ε > 0, escolha  = ε/4. Se 0 < |x – 3| < , então

|(4x – 5) – 7| = |4x – 12| = 4| x – 3| < 4 = =ε

de modo que

se 0 < |x – 3| <  então |(4x – 5) – 7| < ε.

42
Exemplo 1 – Solução continuação

Portanto, pela definição de limite,

Este exemplo está ilustrado na Figura 4.

Figura 4
43
A Definição Precisa de um Limite
As definições intuitivas de limites laterais podem ser
reformuladas com mais precisão da seguinte forma.

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A Definição Precisa de um Limite

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Limites Infinitos

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Exemplo 2
Vamos explorar o limite da função f(x) = tan x quando nos
aproximamos do ponto x =  /2.
Sabemos que

Por um lado, cos x  0+ quando x  ( /2)- e cos x  0–


quando x  ( /2)+.
Por outro lado, sen x é positivo (próximo de 1) quando
x   /2.

47
Exemplo 2 – Solução
Portanto, quando x se aproxima de ( /2)- os valores de
f(x) = tan x tendem a ser cada vez maiores.

Analogamente, quando x se tornar cada vez mais próximo


de ( /2)+ os valores de f(x) = tan x tornam-se cada vez
maiores em valor absoluto, porém negativos.

Escrevemos, simbolicamente,

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Exemplo 2 – Solução continuação

Dizemos que a reta x =  /2 é uma assíntota vertical.


Um raciocínio similar mostra que as retas x =  /2 + n,
onde n é um número inteiro, são todas as assíntotas
verticais de f(x) = tan x (Figura 5).

y = tg x

Figura 5
49
Limites Infinitos
Os limites infinitos podem também ser definidos de
maneira precisa.

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Limites Infinitos

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Limites Infinitos

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1.4 Propriedades dos Limites

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Propriedades dos Limites

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Propriedades dos Limites

Usamos a Propriedade do Produto repetidamente com g(x)


= f(x), para obter a seguinte equação.

Para aplicar estas seis propriedades, vamos precisar usar


dois limites especiais:

Esses limites são óbvios do ponto de vista intuitivo


(expresse-os em palavras ou esboce os gráficos de y = c e
y = x). 55
Propriedades dos Limites

Se pusermos agora f(x) = x nas Propriedades 6 e 8, vamos


obter outro limite especial útil.

Um limite similar é válido para as raízes da forma a seguir.

De forma mais geral, temos a seguinte Propriedade.

Propriedade
da Raiz
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Propriedades dos Limites

As funções que possuem esta propriedade de substituição


direta são chamadas de contínuas em a.

Em geral, temos o seguinte fato útil.

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Propriedades dos Limites

Para alguns limites, é melhor calcular primeiro os limites


laterais (à esquerda e à direita). O seguinte teorema diz
que um limite bilateral existe se, e somente se, ambos os
limites laterais existem e são iguais.

Quando calculamos limites laterais, aproveitamos o fato de


que as Propriedades dos Limites são válidas também para
eles.

58
Propriedades dos Limites

Outras propriedades:

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Propriedades dos Limites

O Teorema do Confronto, algumas vezes chamado de


Teorema do Encaixe, está ilustrado na Figura 6. Ele diz
que se g(x) ficar encaixado entre f(x) e h(x) nas
proximidades de a, e se f e h tiverem o mesmo limite L em
a, então g será forçada a ter o mesmo limite L em a.

Figura 6

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