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Índice
7 Bibliografia
8 Ver também
9 Ligações externas
Muito se discute a respeito do que poderia ter dado origem aos mitos sobre dragões em diversos lugares do
mundo. Em geral, acredita-se que possam ter surgido da observação pelos povos antigos de fósseis de
dinossauros e outras grandes criaturas, como baleias, crocodilos ou rinocerontes, tomados por eles como
ossos de dragões.
Por terem formas relativamente grande, geralmente, é comum que estas criaturas apareçam como
adversários mitológicos de heróis lendários ou deuses em grandes épicos que eram contados pelos povos
antigos, mas esta não é a situação em todos os mitos onde estão presentes. É comum também que sejam
responsáveis por diversas tarefas míticas, como a sustentação do mundo ou o controle de fenômenos
climáticos. Em qualquer forma, e em qualquer papel mítico, no entanto, os dragões estão presentes em
milhares de culturas ao redor do mundo.
As mais antigas representações mitológicas de criaturas consideradas como dragões são datadas de
aproximadamente 40.000 a. C., em pinturas rupestres de aborígines pré-históricos na Austrália. Pelo que se
sabe a respeito, comparando com mitos semelhantes de povos mais contemporâneos, já que não há registro
escrito a respeito, tais dragões provavelmente eram reverenciados como deuses, responsáveis pela criação do
mundo, e eram vistos de forma positiva pelo povo.
A imagem mais conhecida dos dragões é a oriunda das lendas europeias (celta/escandinava/germânica) mas
a figura é recorrente em quase todas as civilizações antigas. Talvez o dragão seja um símbolo chave das
crenças primitivas, como os fantasmas, zumbis e outras criaturas que são recorrentes em vários mitos de
civilizações sem qualquer conexão entre si.
Há a presença de mitos sobre dragões em diversas outras culturas ao redor do planeta, dos dragões com
formas de serpentes e crocodilos da Índia até as serpentes emplumadas adoradas como deuses pelos astecas,
passando pelos grandes lagartos da Polinésia e por diversos outros, variando enormemente em formas,
tamanhos e significados.
O escritor grego Filóstrato, dedicou uma extensa passagem da sua obra Vida de Apolônio de Tiana aos
dragões da Índia (livro III, capítulos VI, VII e VIII). Forneceu informações muito detalhadas sobre esses
dragões.
Dragões na Mesopotâmia
Na antiga Mesopotâmia também havia essa associação de dragões com o mal e o caos. Os dragões dos mitos
sumérios, por exemplo, frequentemente cometiam grandes crimes, e por isso acabavam punidos pelos deuses
— como Zu, um deus-dragão sumeriano das tempestades, que em certa ocasião teria roubado as pedras onde
estavam escritas as leis do universo, e por tal crime acabou sendo morto pelo deus-sol Ninurta. E no Enuma
Elish, épico babilônico que conta a criação do mundo, também há uma forte presença de dragões, sobretudo
na figura de Tiamat. No mito, a dracena (ou dragã-fêmea) Tiamat, apontada por diversos autores como uma
personificação do oceano, e seu consorte mitológico Apsu, considerado como uma personificação das águas
doces sob a terra, unem-se e dão à luz os diversos deuses mesopotâmicos. Apsu, no entanto, não conseguia
descansar na presença de seus rebentos, e decide destruí-los, mas é morto por Ea, um de seus filhos. Para
vingar-se, Tiamat cria um exército de monstros, dentre os quais 11 que são considerados dragões, e prepara
um ataque contra os jovens deuses. Liderados pelo mais jovem entre eles, Marduk, que mais tarde se
tornaria o principal deus do panteão babilônico, os deuses vencem a batalha e se consolidam como senhores
do universo. Do corpo morto de Tiamat são criados o céu e a terra, enquanto do sangue do principal general
do seu exército, Kingu, é criada a humanidade. O Dragão de Mushussu é subjugado por Marduk, se
tornando seu guardião e símbolo de poder.
Nos mitos do extremo oriente os dragões geralmente desempenham funções superiores a de meros animais
mágicos, muitas vezes ocupando a posição de deuses. Na mitologia chinesa os dragões chamam-se long e
dividem-se em quatro tipos: celestiais, espíritos da terra, os guardiões de tesouros e os dragões imperiais. O
dragão Yuan-shi tian-zong ocupa uma das mais altas posições na hierarquia divina do taoísmo. Ele teria
surgido no princípio do universo e criado o céu e a terra.
Nas lendas japonesas os dragões desempenham papel divino semelhante. O dragão Ryujin, por exemplo, era
considerado o deus dos mares e controlava pessoalmente o movimento das marés através de jóias mágicas.
Ainda havia os dragões do vulcão e dos maremotos, pois o Japão havia muito dessas catástrofes, e para
explicá-las, criavam seres mágicos. Porém ainda havia os dragões dos cristais, que eram guardiões da
riqueza, da pureza, virgindade e dos encantamentos, que protegiam a humanidade contra os dragões do
Caos, e seu chefe, o dragão do diamante, era eterno rival do dragão do Apocalipse, que em egípcio, se
chamava Apófis, a serpente gigante que era o próprio Caos.Esse dragão queria destruir a humanidade, pois
sua cauda foi presa a uma estaca que representava a criação e a Ordem, e a destruindo, poderia nadar pelo
mar de caos eternamente. O dragão mais poderoso era o dragão real, que mandava em todos os outros,
menos o dragão universal, que fazia com que o Universo nunca parasse.
Dragões na Bíblia
Em Isaías 30:6, há citado um "áspide ardente voador" (versão ARC), junto com outros animais, para ilustrar
a terra para onde os israelitas serão levados, pois o contexto do capítulo é sobre a repreensão deles. No Novo
Testamento, acha-se apenas no Apocalipse de São João, utilizado como símbolo de satanás.
Em Apocalipse 12:9[1] o dragão é descrito como sendo o próprio Satanás: Ap 12:9 (NVI) O grande dragão
foi lançado fora. Ele é a antiga serpente chamada diabo ou Satanás, que engana o mundo todo. Ele e os seus
anjos foram lançado à terra. [2]
O caso do mais célebre dragão cristão é aquele que foi morto por São Jorge, que se banqueteava com jovens
virgens até ser derrotado pelo cavaleiro. Esta história também acabou dando origem a outro clássico tema de
histórias de fantasia: o nobre cavaleiro que enfrenta um vil dragão para salvar uma princesa.
Um dos principais deuses das civilizações do golfo do México era Quetzalcoatl, uma serpente alada. Nos
mitos da tribo Chincha do Peru, Mama Pacha, a deusa que zelava pela colheita e plantio, era às vezes
descrita como um dragão que causava terremotos.
O mítico primeiro chefe da tribo Apache (que, segundo a lenda, chamava-se Apache ele próprio) duelou com
um dragão usando arco e flecha. O dragão da lenda usava como arco um enorme pinheiro torcido para
disparar árvores jovens como flechas. Disparou quatro flechas contra o jovem, que conseguiu se desviar de
todas. Em seguida foi alvejado por quatro flechas de Apache e morreu.
No folclore brasileiro existe o Boitatá, uma cobra gigantesca que cospe fogo e defende as matas daqueles
que as incendeiam.
Na mitologia grega, também é comum ver os dragões como adversários mitológicos de grandes heróis,
como Hércules ou Perseu. De acordo com uma lenda da mitologia grega, o herói Cadmo mata um dragão
que havia devorado seus liderados. Em seguida, a deusa Atena apareceu no local e aconselhou Cadmo a
extrair e enterrar os dentes do dragão. Os dentes "semeados" deram origem a gigantes, que ajudaram Cadmo
a fundar a cidade de Tebas.
Sláine, Cuchulainn e diversos outros heróis celtas enfrentaram dragões nos relatos dos seus povos.
A lenda polonesa do dragão de Wawel conta como um terrível dragão foi morto perto da actual cidade de
Cracóvia.
Durante a idade média as histórias sobre batalhas contra dragões eram numerosas. A existência dessas
criaturas era tida como inquestionável, e seu aspecto e hábitos eram descritos em detalhes nos bestiários da
Igreja Católica. Segundo os relatos tradicionais, São Jorge teria matado um dragão.
Muitos povos celtas, por exemplo, possuíam imagens dragões em seus brasões familiares, e há também
muitas imagens de dragões como estandartes de guerra desses povos.
Existem lendas e boatos que existem dragoes nas montanhas e florestas Romenas, na região da Transilvânia.
Em Portugal, o dragão mais famoso é a "coca" ou "coca rabixa". A festa da "coca" realiza-se no dia do
Corpo de Deus.
No ano de 2006, o Discovery Channel exibiu um documentário fictício dissertando sobre como seria se os
dragões realmente existissem. Seriam a evolução de certos répteis. O fogo poderia ser expelido pela boca
pois havia gás metano junto de demais gases dentro do estômago, assim como nós mesmos temos.
Outro conto de C.S. Lewis nas Crônicas de Nárnia, mais precisamente em A viagem do Peregrino da
Alvorada, conta-se de um dragão o qual Eustáquio encontra praticamente morto, e com ele um tesouro
magnífico, Eustáquio sendo muito ganacioso, pegou um bracelete em meio ao magnífico tesouro, e dormiu
na toca do Dragão. Quando acordou no outro dia, pensou que o dragão estava vivo, ou que havia outro
dragão, porque ele mesmo tornara-se um dragão, e assim o tesouro mostrara-se amaldiçoado. Aslam ajuda
Eustáquio a voltar ao normal, mostrando assim o contexto cristão da Crônica. Na história, não explica-se o
fato do dragão estar morto.
Uma célebre série sobre dragões é a série de livros How to Train your Dragon da autora Cressida Cowell, e
também a trilogia, junta com a série inspirada no livro que conta a história de um menino chamado Soluço,
que treina um dragão chamado Banguela. A série de livros conta que Soluço pegou o Banguela dormindo em
uma caverna para um teste e passou a treiná-lo. Já a trilogia conta que Soluço capturou uma espécie rara
chamada Fúria da Noite, um dragão macho que caiu na floresta e teve sua cauda cortada. Soluço o
encontrou, treinou, fez uma cauda pra ele e o nomeou de Banguela.
Dando continuidade à mitologia, J. K. Rowling insere dragões em diversos livros de seu bruxo
mundialmente célebre, Harry Potter. O livro em que a autora deixa clara a existência atual destas criaturas é
o primeiro livro da série, intitulado "Harry Potter e a Pedra Filosofal". Nesta obra, um dos personagens,
Hagrid, ganha em um bar um ovo de dragão, algo que ele sempre desejara. O ovo é chocado no fogo e, após
um tempo, um dragãozinho rompe a sua casca e recebe de Hagrid o nome de Norbert. Norbert (ou Norberto
na tradução de Lia Wyler) cresce e começa a criar problemas para Hagrid que, enfim, cede à insistência de
Harry e seus amigos e doa o dragão a Charlie (Carlinhos), irmão de Rony Weasley que estuda dragões na
Romênia.
Na série literária de fantasia As Crônicas de Gelo e Fogo, de George R. R. Martin, os dragões estão extintos
há muitos séculos, e eram sinônimo de poder, símbolo de uma das Casas mais tradicionais e poderosas da
trama. No fim do primeiro volume da saga, eles renascem sendo uma grande força para a potencial chegada
de Daenerys Targaryen ao poder.
Dragões são extremamente populares entre jogadores de RPG. Na verdade seu nome mesmo aparece no
título do primeiro jogo desse gênero - Dungeons and Dragons. Dragões também são tema recorrente em
jogos como Arkanun e RPGQuest.
Os dragões representam, em parte a liberdade e o poder que o Homem deseja atingir. E ainda não se
conseguiu explicar como é que a ideia de uma criatura, com asas, sopro de fogo, escamas e potencialmente
mágica, pode chegar a culturas tão distantes e diferentes como a China Antiga ou os maias e os astecas.
Cita-se na obra O ABISMO psicografada pelo médium Rafael Américo Ranieri o termo "filhos do dragão"
na narrativa onde seres horripilantes e com aspectos disformes que perderam a forma humana moradores de
locais chamados de abismos e sub-abismos, intitulam-se filhos do dragão, pois este seria como o governador
deste local inferior.
Símbolo
O dragão é atualmente símbolo da China e também foi utilizada como apelido do ex-ator e artista marcial
chinês Bruce Lee, mais precisamente "o pequeno dragão". O dragão é conhecido em Portugal como símbolo
de um clube de futebol, o Futebol Clube do Porto. Já no Brasil, é igualmente utilizado pela Associação
Desportiva Confiança e pelo América Futebol Clube (Rio Grande do Norte).
Também é marca central na Bandeira do País de Gales, um dos países integrantes do Reino da Grã-Bretanha,
representado como uma criatura em vermelho com 4 patas e um par de asas, no qual cospe fogo, sobreposto
em um fundo dividido entre verde e branco.
Dragões na Literatura
Ciclo da Herança
A série de literatura infanto-juvenil Ciclo da Herança, do escritor americano
Christopher Paolini, publicado originalmente entre 2002 e 2011, é uma das
séries literárias que mais utilizam dragões e toda sua mitologia para desenvolver
sua trama, em toda a história da literatura mundial. Segundo a saga, dividida em
quatro livros, os dragões existiam desde sempre no fictício e mágico império de
Alagaësia. Quando, há milhares de anos no passado, um elfo mata uma dragão,
estas duas raças — elfos e dragões — entram numa guerra que dura anos e só é
termina quando um jovem elfo chamado Eragon encontra um ovo de dragão que
eclode para ele, ele cria o dragão que foi chamado de Bid'Daum e depois de
crescido eles voam para os dragões e os convencem a viver em paz com os elfos
forjando assim um pacto de paz entre as duas raças.
Na mitologia criada por Paolini para a saga, os dragões podem ter vários tamanho, várias cores, maneiras de
atacar e hábitos alimentos diferentes, dependendo da descendência, habitat e da raça. Na história, há dois
tipos de dragão:
Na saga, são necessários 36 meses para que o ovo possa eclodir de um "dragão selvagem", mas no caso de
um "dragão doméstico", ele espera no ovo até que sinta que quem o tem nas mãos é a pessoa certa para se
tornar seu cavaleiro. Ao primeiro toque entre ambos, forma-se uma marca na palma direita do cavaleiro — a
chamada Gedwëy ignasia. Seis meses é o tempo que demora até um dragão atingir a fase adulta, na história
de Paolini.
Na saga, o escritor americano manteve aspectos comumente associados à dragões: em suas histórias, todos
eles têm escamas, uma língua áspera e cospem fogo, e os seus pontos fracos são as asas, a área do ventre e a
garganta. São belos, altivos, inteligentes, mágicos, grandes, poderosos e ferozes.
No final do primeiro livro os dragões renascem quando a última Targaryen, Daenerys, entra numa pira de
fogo com os três ovos de dragão que havia ganhado como presente de casamento com Khal Drogo. A eles dá
os nomes de Rhaegar, Viserion e Drogon e então o livro termina. Nos livros seguintes seus dragões crescem.
Bibliografia
"A Origem das Espécies", Charles Darwin. Editora Itatiaia.
"Draconomicon", Andy Collins, Skip Williams. Wizards.
"Enciclopédia dos Monstros", Gonçalo Junior. Ediouro.
"Estudos Alquímicos", C.G.Jung. Editora Vozes.
"Arkanun", Marcelo Del Debbio. Daemon Editora.
"Religiões do Mundo", Brandon Toropov. Madras Editora.
"Eragon", Christopher Paolini. Editora Rocco Jovens Leitores.
"O Guia da Alagaësia de Eragon". Editora Rocco Jovens Leitores.
Ver também
Draconologia
Dragão volante
Serpe
Dragão de Wawel
Variante do Dragão, no xadrez
Dragão chinês
Ligações externas
Aberdeen Bestiary (http://www.abdn.ac.uk/bestiary/bestiary.hti) - tradução feita pela universidade de
Aberdeen de um bestiário do século XIII. O dragão é citado em vários trechos.
Il mito dei draghi e la sua origine (http://www.terrediconfine.eu/il-mito-dei-draghi.html) (em italiano)
1. http://wol.jw.org/pt/wol/dx/r5/lp-t/1001061170/30992
2. https://www.bibliaonline.com.br/acf/ap/12/9
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