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O fototropismo é o movimento das plantas condicionado pela luz. No fototropismo positivo, o caule de uma planta
curva-se ou cresce em direção à luz. No fototropismo negativo, a raiz da planta cresce em direção oposta à luz.
Nas zonas com muita vegetação, a luz condiciona a distribuição das plantas, podendo encontrar-se uma
estratificação vertical das diferentes espécies vegetais.
De acordo com as necessidades de luz para o desenvolvimento das plantas, podemos encontrar:
Plantas heliófilas – desenvolvem-se melhor sob a ação de luz direta e intensa (ex. olaia);
Plantas umbrófilas – desenvolvem-se melhor em zonas de sombra (ex. musgo).
A temperatura influencia igualmente a atividade e o desenvolvimento dos animais. Por isso, podemos encontrar:
Homeotérmicos – mantêm a sua temperatura corporal constante, independentemente da temperatura
ambiente (ex. mamíferos e aves);
Poiquilotérmicos – apresentam temperatura corporal que varia de acordo com a temperatura do meio (ex.
peixes, répteis e anfíbios).
Os animais poiquilotérmicos procuram diferentes locais de forma a manterem a sua temperatura dentro de limites
de tolerância. Quando a temperatura do meio sobe, procuram tocas/abrigos (ex. cobra Gopher), quando a
temperatura do meio desce, expõem-se ao Sol (ex. iguana).
Os animais apresentam diversas estratégias de adaptação às variações de temperatura:
Adaptações comportamentais – adoção de comportamentos que permitam sobreviverem a condições
adversas:
Ambientes quentes – estivação – redução das atividades vitais do organismo para valores mínimos,
quando o ser vivo está exposto a um clima quente e seco, ficando num estado de vida latente (ex.
crocodilo);
Ambientes frios – hibernação – redução das atividades vitais do organismo para valores mínimos,
quando o ser vivo está exposto a um clima frio, ficando num estado de vida latente (ex. esquilo);
Migração – deslocação sazonal dos animais para meios com melhores condições climáticas (ex.
baleias).
Adaptações morfológicas – modificações anatómicas que os animais apresentam permitindo-lhes viver num
determinado ambiente:
Ambientes quentes – orelhas grandes – permite aumentar a superfície de perda de calor para o
ambiente (ex. elefante);
Ambientes quentes – pelo curto – alguns animais que vivem em regiões quentes possuem o pelo
curto para mais facilmente dissiparem o calor corporal (ex. raposa do deserto);
Ambientes quentes – fina camada de gordura – permite reduzir o efeito de isolamento, permitindo
as perdas de calor (ex. rato-canguru);
Ambientes frios – orelhas pequenas – permite aos animais diminuírem a superfície de perda de
calor para o ambiente (ex. raposa do ártico);
Ambientes frios – pelo longo – alguns animais que habitam em regiões muito frias possuem pelo
longo, diminuindo as perdas de calor corporal (ex. cabra-da-montanha);
Ambientes frios – espessa camada de gordura – permite um elevado efeito de isolamento, evitando
perdas de calor (foca-harpa);
Adaptações fisiológicas – modificações que têm como objetivo a sobrevivência do organismo:
Ambientes quentes – arfar – este comportamento permite aumentar a dissipação de calor (ex. cão);
Ambientes frios – ereção dos pelo – os pelos levantados permitem criar uma camada de ar isolante
junto à pele, diminuindo as perdas de calor para o meio.
Água
A água é um fator abiótico que influencia a atividade dos seres vivos, uma vez que serve de habitat a muitos deles e
é indispensável às funções vitais de todos os organismos.
Fatores como a humidade, isto é, a quantidade de água existente na atmosfera ou no solo, e a pluviosidade, isto é, a
quantidade de chuva que cai num determinado período de tempo, numa dada região, condicionam a disponibilidade
de água no meio ambiente.
Tendo em conta a sua dependência da água, os seres vivos podem ser:
Hidrófilos – seres vivos que vivem permanentemente na água. Por exemplo: a sardinha que retira da água o
alimento e o oxigénio de que necessita. A vegetação hidrófila encontra-se total ou parcialmente submersa
em água, como é o caso do nenúfar. Estes seres vivos apresentam adaptações que lhes permitem sobreviver
neste meio: os animais possuem brânquias, para retirar o oxigénio da água; as plantas possuem folhas
largas, caules estreitos e longos;
Higrófilos – seres vivos que vivem em locais húmidos. Por exemplo: a rã e a minhoca que vivem em zonas
com elevada percentagem de água. As plantas higrófilas, como o arroz, necessitam de quantidades
abundantes de água para sobreviver;
Mesófilos – seres vivos que necessitam de quantidades moderadas de água. Por exemplo: a capivara e o
gato conseguem uma certa independência em relação à água, mas não sobrevivem sem ela. As plantas
mesófilas, como o sobreiro, existem em ambientes com moderada disponibilidade de água;
Xerófilos – seres vivos que habitam em locais secos. Estes necessitam de pouca água e possuem adaptações
que permitem a sobrevivência em regiões com pouca água, tais como, reservas de tecido adiposo que
utilizam para produzir água (dromedário), exosqueleto quitinoso, que evita a perda de água por transpiração
(escorpião) e redução da transpiração e produção de pouca urina para evitar as perdas de água, sendo mais
ativos durante a noite (roedores). As plantas xerófilas também conseguem viver em locais com pouca água e
desenvolvem adaptações, tais como, caules carnudos (para acumular água de reserva), folhas transformadas
em espinho (para reduzir as perdas de água por transpiração), raízes extensas e pouco profundas (para
captar a maior quantidade de água possível) e cutícula cerosa impermeável ou pelos (para diminuir a
transpiração).
Solo
A maioria dos seres vivos precisa de um substrato para realizarem as suas atividades vitais e garantirem a sua
sobrevivência. O substrato é o meio sólido que serve de suporte à maior parte dos seres vivos. Muitos dos
organismos terrestres usam o solo como substrato. O solo é a camada mais superficial da crusta terrestre,
constituído por matéria orgânica, matéria mineral, água e ar. Existem diferentes tipos de solo com determinadas
características, tais como o tipo de matéria mineral, impermeabilidade, porosidade, textura e humidade, estas
permitem a formação de diversos meios para o desenvolvimento e atividade dos seres vivos.
O solo suporta o crescimento das plantas, ou seja, proporciona-lhes um meio para a fixação das raízes e para a
captação de água e sais minerais. Funciona também como um habitat para muitos seres vivos (minhocas, toupeiras,
fungos).
Em função do tipo de substrato podemos encontrar adaptações nos animais, tais como cascos (para progredirem em
zonas rochosas – cabra-montês) e patas que permitem escavar no solo (toupeiras). Também as plantas desenvolvem
adaptações, tais como raízes longas e superficiais, ou extensas e profundas (para encontrarem a água que
necessitam para sobreviver).
Na natureza existe uma constante interação entre os seres vivos e os fatores abióticos e os seres vivos entre si, estas
interações designam-se relações abióticas. Existem dois tipos de interações entre os seres vivos:
Intraespecíficas – ocorrem entre seres vivo da mesma espécie;
Interespecíficas – ocorrem entre seres vivos de espécies diferentes.
As relações intraespecíficas estabelecidas entre seres vivos da mesma espécie podem ser de benefício ou de prejuízo
para os organismos envolvidos:
Cooperação (+/+) – existe benefício para todos os indivíduos associados. Este tipo de relação estabelece-se
quando seres de uma mesma população se organizam em:
Sociedades – grupos de indivíduos organizados hierarquicamente, nos quais ocorre divisão de
tarefas (Ex. formigas, abelhas);
Colónias – associação de indivíduos da mesma espécie nos quais existe um grau elevado de
dependência entre si, num agrupamento não hierarquizado (Ex. pinguim-rei).
Competição (-/-) – estabelece-se concorrência entre indivíduos da mesma espécie, numa dada área
geográfica, existindo prejuízo para todos os envolvidos. Esta pode ser por diversos motivos, tais como a
disputa pelos recursos (água, alimento, território) ou pela fêmea (Ex. ursos-pardos). Apesar de menos
evidente, também existe competição intraespecífica entre as plantas (Ex. tábua-larga, que rivalizam por
águas pouco profundas).
Predação (+/-) – é uma relação em que um ser vivo mata outro organismo para dele se alimentar.
Canibalismo é uma forma de predação intraespecífica, na qual um indivíduo mata outro da mesma espécie e
alimenta-se deste (Ex. aranha viúva negra, inseto louva-a-deus). O canibalismo também serve para
estabelecer uma posição hierárquica, regular o número de indivíduos de uma população, eliminar órfãos ou
crias, entre outras.
Nas relações interespecíficas, também pode ocorrer:
Competição (-/-) – ocorre entre organismos de diferentes espécies que competem pelos mesmos recursos
(água, território, alimento). Neste caso, ambos saem prejudicados, pois têm que dividir o recurso entre si
(Ex. leão e hiena). Alguns seres vivos têm características que lhes facilitam a caça ou a sobrevivência, Assim,
alguns predadores apresentam garras desenvolvidas, mandíbulas fortes, dentes aguçados e bicos fortes e
encurvados (Ex. águia-careca, leopardo-das-neves). As presas podem apresentar cascos duros, visão
periférica, grande velocidade e espinhos (Ex. ouriço-cacheiro). Alguns animais têm a capacidade de
camuflagem, adquirindo aspetos semelhantes ao da natureza que os envolve, passando despercebidos (Ex.
inseto-pau). O mimetismo é semelhante à camuflagem, mas neste caso assemelham-se a seres vivos e não
ao meio envolvente (Ex. cobra-coral).
Comensalismo (+/0) – nesta relação, uma das espécies beneficia da interação, o comensal, e a outra não é
prejudicada, nem beneficiada (Ex. rémora e tubarão).
Mutualismo (+/+) – é uma relação biótica individual ou populacional benéfica para todos os envolvidos,
permitindo aumentar o crescimento e a sobrevivência de todos. O mutualismo pode ser:
Mutualismo obrigatório – interação permanente e obrigatória entre os intervenientes da relação
(Ex. líquenes – as algas obtêm proteção e água dos fungos e estes aproveitam a capacidade
fotossintética das algas para obterem compostos orgânicos);
Mutualismo facultativo – interação não obrigatória, que acontece no caso da polinização e
dispersão das sementes, que alguns animais ingerem e transportam no sistema digestivo sendo
depositadas aquando a defeção (Ex. pica-bois-de-bico-vermelho);
Parasitismo (+/-) – relação entre dois organismos que vivem juntos em que um, o parasita, vive à custa do
outro, o hospedeiro. O parasita é beneficiado, enquanto o hospedeiro é prejudicado, normalmente os
parasitas atuam sem matar o hospedeiro. Os parasitas podem ser:
Ectoparasitas – vivem no exterior do corpo do hospedeiro (Ex. pulgas);
Endoparasitas – vivem no interior do corpo do hospedeiro (Ex. ténias).