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OLD STYLE

TRANSICIONAL

MODERNA

QUADRADA

SEM SERIFA

􀃤FELI
PEPOLODESI
GN
TI
DOS
ORI

POS
􀣔􀩚􀣔􀣔
GEM
A ORIGEM DOS TIPOS @FELIPEPOLODESIGN

“Conheça a história da sua área e você pode contribuir para NÃO DEIXE DE FAZER
ela. Saiba de onde vem seus conhecimentos e habilidades e
você determinará melhor aonde quer chegar.” OS EXERCÍCIOS QUE
GERARD UNGER

Este material foi criado para que você conheça a origem dos ESTÃO DISPONÍVEIS
tipos e entenda suas classificações históricas. Apesar de
exisitirem métodos mais avançados para o entendimento da AO FINAL DO LIVRO
personalidade das tipografias, a classificação histórica nos
ajuda a entender o contexto que alguns desenhos de letras
surgiram e principalmente, entender a história da nossa
área.

INTRO
Meu objetivo foi criar um guia da linha do tempo da criação
de diversas tipografia com histórias, curiosidades e exem-
plos. Tenha uma ótima leitura.
A ORIGEM DOS TIPOS @FELIPEPOLODESIGN

01. 02. 03. 04.


DESENHO ROMANO BLACKLETTER HUMANISTA OLD STYLE

A ORIGEM A ORIGEM CLAREANDO REFINANDO


DAS LETRAS DOS TIPOS AS IDEIAS DETALHES

05. 06. 07. 08.


TRANSICIONAL MODERNA FAT FACE SLAB SERIF

A ROMANA LEVANDO A ORIGEM FAZENDO


DO REI AO LIMITE DA DISPLAY A EGÍPCIA

SEM SERIFA MONOESPAÇADAS


ESCOLHA,
CORTANDO CADA UM NO ADENDO
EXERCÍCIOS
AS PONTAS SEU QUADRADO CALIGRÁFICO
E BÔNUS
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Aa Aa
Caligráficos Com Serifa
Tipos que simulam a escrita à mão. Pequenos traços e prolongamentos
que ocorrem no fim das hastes e barras.

Aa
Antes de entrarmos na história de

Aa
origem dos tipos é interessante que
você saiba que existem 4 classificações
principais de tipografias.

Cada uma destas classificações possue Sem Serifa Display


suas subcategorias e dentro deste livro Sem os pequenos traços e prolongamentos Podem ser das outras 3 classificações

TIPOS
iremos analiar e entender cada uma que ocorrem no fim das hastes e barras. mas com formas muito mais ousadas.
delas.

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1.
A ORIGEM
DAS LETRAS
Apesar de existirem formas de escrita a milênios, o
as letras como conhecemos atingiram sua forma
básica apenas durante o auge do Império Romano.
Neste capítulo vamos analisar como cada estilo
influenciou o desenho das letras para a criação do
alfabeto latino.

04
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CAPITALIS
MONUMENTALIS
As Capitalis Monumentalis eram usadas
para documentos ou obras que repre-
sentassem toda a grandeza do império
romano.
São caracterizadas por linhas retas e
nítidas, curvas flexíveis, traços grossos
e finos, acentuação angular e serifas
incisas.

Exemplos notáveis delas foram usados


para as inscrições encontradas no
Panteão Romano, na Coluna de Trajano
e no Arco de Tito, todos em Roma.

As Capitalis Monumentalis são a base do


desenho das letras maiúsculas do
alfabeto latino.

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CAPITALIS
RUSTICA
As Capitalis Rustiscas se assemelham às
Capitalis Monumentalis, mas sem a
rigidez e sendo mais influenciadas pela
escrita à pena e tinta em papiro ou
pergaminho do que a escrita utilizada
em inscrições.

Em relação ao estilo, são mais finas e


compactas, usam mais linhas curvas do
que as Capitalis Monumentalis e pos-
suem descendentes que se estendem
abaixo da linha de base.

Devido a sua proporção mais condensa-


da, era utilizada para economizar

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CAPITALIS
CURSIVA
A Capitalis Cursiva, chamada de cursivo romano Já a cursiva romana nova, também chamada de cur-
antigo ou de cursiva maiúscula, era utilizada no siva minúscula ou cursiva romana tardia, surgiu a
dia a dia sobretudo para escrever cartas, por partir da antiga cursiva romana. Foi usada por
comerciantes escrevendo sobre as contas dos aproximadamente 4 séculos (do terceiro ao sétimo),
negócios, por crianças aprendendo o alfabeto com formatos mais reconhecíveis aos leitores moder-
latino e até mesmo por imperadores emitindo nos, com “a”, “b”, “d” e “e” tomando uma forma mais
comandos. Era utilizada para uma escrita informal familiar, e com as outras letras se tornando propor-
e rápida, ao passo que um estilo de escrita mais cionais em tamanho e em disposição na linha.
formal era baseado nas Capitalis Monumentalis.
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ESCRITA
UNCIAL
A escrita uncial primitiva se desen-
volveu a partir das cursivas romanas
tardias. As primeiras formas eram
compostas por letras largas de um
único traço, utilizando formas redondas
simples e aproveitando as novas super-
fícies de pergaminho e velino. Já as
letras angulares de vários traços eram
mais adequadas para superfícies
ásperas, como o papiro.

A evolução levou à complexidade, com o


surgimento de floreios e exageros dos
traços básicos em mais manuscritos por
volta de 600 d.C. As primeiras alter-
ações importantes foram nas ascen-
dentes e descendentes; depois, vieram
as torções da ferramenta no traço
básico e a sobreposição.
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ESCRITA
SEMIUNCIAL
UNCIAL

SEMIUNCIAL

Já a semiuncial é um dos estilos que


emergiram da Cursiva Romana nova.
Uma de suas características principais é
que agora ela é minúscula. Por exemplo:
a letra "D" agora tem ascendente e a letra
"P" agora tem descendente. A uniformi-
dade no comprimento das letras desapa-
receu. No entanto, na semiuncial tardia,
utilizada desde o final da antiguidade até
o início da idade média, as letras tor-
nam-se características e definidas. As
letras que mais diferem da escrita uncial
são: A, B, D, E, F, G, M, P, Q, R, S e T.

Ao lado, você encontra exemplos do


alfabeto uncial e do alfabeto semiuncial
que acho que podem te ajudar a com-
preender.

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ESCRITA
CAROLÍNGIA
No século IV, quando o Império Romano chegava ao fim e o cristian-
ismo era declarado a religião oficial pelo imperador Constantino, o
Grande, surge a escrita carolíngia. Esse contexto da Europa Ociden-
tal tornava a igreja uma importante produtora de textos,
ainda escritos em latim. A distribuição dos textos só era
possível após a cópia dos mesmos, que era feita
manualmente pelos monges copistas, cujo dever,
por mil anos, foi o mesmo. Tal ofício tornou-se
uma arte: produzir e adornar manuscritos.
Nessa época, eram poucas as pessoas que
sabiam ler ou escrever. Pode parecer cho-
cante, mas Carlos Magno, imperador do
sacro império romano e o homem mais
poderoso por volta de 800 d.C., era um
dos analfabetos da época.

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MINÚSCULA
CAROLÍNGIA
Para agilizar a comunicação e administração de seu império e
de modo a manter seu poder, Carlos Magno prescreveu, em
768, uma nova e oficial semiuncial, composta por seu
secretário Alcuinus. Tendo em vista que diversos livros
imprecisamente copiados estavam frequentemente em circu-
lação, Carlos Magno tinha cópias novas e precisas, vindas das
fontes mais autênticas. Estes livros eram marcados com "ex
authentico libro" (da obra original) e foram escritos com o
minúsculo carolíngio, a caligrafia oficial da época. A letra
tornou-se dominante na Europa Oficental até o final do século
XIII, movida, em parte, por sua clareza e beleza.

O minúsculo carolíngio era uniforme, com formas arredonda-


das em letras claramente distinguíveis, disciplinadas e
sobretudo legíveis. Letras maiúsculas e espaços claros entre
as palavras tornaram-se padrão no minúsculo carolíngio,
graças a uma campanha de padronização culturalmente
unificadora em todo o Império Carolíngio.

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2.
A ORIGEM
DOS TIPOS
A minúscula carolíngia passa a ser substituída
pelas letras góticas, também conhecidas como
Blackletter. Neste capítulo vamos analisar como
esse estilo surgiu e sua influência na criação da
tipografia.

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A ESCRITA
GÓTICA
O estilo gótico, também conhecido como
Blackletter é reconhecido por seus
traços dramáticos finos e grossos. Elas
evoluíram na Europa Ocidental a partir
de meados do século XII devido a
utilização das ferramentas de maneira
mais angular e escrevendo com letras
menores, economizando material e
tempo de escrita. Com o tempo, uma
grande variedade de blackletters difer-
entes apareceu, mas quatro famílias
principais podem ser identificadas:
Textura, Rotunda, Schwabacher e Frak-
tur.

IMAGEM POR THIAGO SCATOLIN

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LIVROS
À MÃO
Apesar das blackletters serem uma
maneira mais econômica e rápida de
escrever, o conhecimento da leitura,
escrita e da distribuição de livros era
detido praticamente só pela igreja e
seus monges copistas. Durante mais de
1000 anos, esses monges possuíam a
função de escrever cada livro e suas
cópias à mão, o que tornava a dis-
tribuição do conhecimento um processo
extremamente caro e demorado.

Ao lado você pode ver um exemplo de


como funcionavam os scriptoriums da
igreja, local de trabalho dos monges
copistas.

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TIPOS
MÓVEIS
Por volta de 1450, Gutenberg cria o
sistema de impressão por tipos móveis,
pequenas peças de metal contendo as
formas das letras. Com sua invenção,
produzir e copiar livros se torna mais
rápido e acelera o processo de dis-
tribuição de conhecimento em todo o
mundo. Por volta do século XVIII, o
estilo gótico já tinha caído em desuso na
maior parte do continente. A blackletter
tornou-se menos popular para
impressão em muitos países, exceto na
Alemanha e nos países de língua alemã.

O primeiro livro impresso por Guten-


berg foi a Bíblia de 42 linhas, apresenta-
da na imagem ao lado.

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BLACKLETTER
E O NAZISMO
A Alemanha continuou a usar Blackletters até como "Volk", ou seja, a fonte do povo. Os nazistas
o início do século XX. Na década de 1920, era continuaram a usar o Fraktur extensivamente até
considerada antiquada por designers e edi- 1941, quando ele foi substituído por fontes mais
tores alemães e caiu em desuso e foi substi- legíveis. Algumas pessoas associam todos as
tuída pela "Nova Tipografia" de fontes sem blackletters como fontes nazistas, mas esta é
serifa. Em 1933, Hitler declarou que a nova claramente uma visão sem educação e apaga
tipografia não era alemã e declarou Fraktur várias centenas de anos da história da tipografia.

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3.
CLAREANDO
AS IDEIAS
O renascimento começa afastar a Europa do con-
texto medieval e a tipografia tem um papel impor-
tante nessa transição. Neste capítulo vamos analis-
ar como o estilo humanista impactou o desenho de
letras.

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A ESCRITA
HUMANISTA
A história do estilo humanista, também
chamado de veneziano, tem início em
meados dos anos 1460, com o Renascimento,
movimento liderado pelos centros culturais
italianos da época, como Florença e Veneza,
que começavam a afastar a Europa do con-
texto medieval e a tipografia era uma peça
importante nessa transição.

Com o movimento renascentista, os calígra-


fos e impressores passar a buscar sua inspi-
ração na antiguidade clássica greco-romana
para fazer suas obras. Tipos que imitavam a
escrita latina dos filósofos e dos escribas da
época começaram a surgir por volta de 1465,
portanto a tipografia humanista, surge para
substituir a blackletter que carregava
grandes problemas de leitura.

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INFLUÊNCIA
CALIGRÁFICA
Os tipos humanistas foram também os primeiros
tipos chamados de romanos, a partir de agora
passa-se a utilizar o desenho das maiúsculas
romanas com a minúscula carolíngia para formar
o alfabeto.

Devido a isso, os tipos humanistas possuíam uma


natureza muito caligráfica, que se manifestava
principalmente no eixo forte, estando mais apar-
ente nos bojos das letras “e” e no “o” minúsculo.
Isso acontecia devido ao ângulo em que os escri-
tores destros seguravam a caneta. Outra manifes-
tação perceptível se dava na barra transversal,
com um ângulo notável na letra “e” minúscula.
Esses tipos também possuíam outras influências
caligráficas bem marcadas, como inconsistências
na espessura do traço e na formação das serifas.

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ANATOMIA
DO ESTILO eogcb
1. 2.

v
1 - Uma barra transversal inclinada no
"e" minúsculo;
3. 4. 5.
2 - Eixo inclinado no constraste das
letras e partes circulares;

3 - Terminais quadrados e em ângulo;

4 - Base ligeiramente côncava, incon-

Hax
sistências na espessura do traço e na 6.
formação das serifas;

5 - Baixo contraste entre os traços


grossos e os finos;

6 - Altura relativamente pequena de "x";

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4.
REFINANDO
DETALHES
Neste capítulo vamos estudar o período da tipogra-
fia Old Style onde os tipos começam a ganhar des-
taque e que se torna um dos mais emocionantes da
história tipográfica.

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TIPOGRAFIA Hamb TIPO HUMANISTA


ADOBE JENSON

OLD STYLE
Hamb TIPO OLD STYLE
GOUDY

Os tipos humanistas eram fortemente mento maior, motivado pelo aprimora- tava uma barra transversal inclinada,
influenciados pela caligrafia. Já os tipos mento constante dos tipógrafos e fundi- enquanto que no Old Style, ele passa a
Old Style, também chamados de Garald- dores. Em virtude disso, os tipos Old ter uma barra transversal horizontal.
inos, embora também estejam atrelados Style se caracterizam por um maior
a caligrafria, apresentam uma diferença contraste entre traços grossos e finos e,
marcante por agora começarem a em geral, são mais nítidos na aparência
imitar a caligrafia de escribas e de e mais refinados - o que é perceptível
estudiosos italianos anteriores, ou seja, nas serifas.
ao invés de somente se inspirar em uma
única caligrafia, agora os desenhos das A forma das letras também passa a
letras começam a ser inspirados nos apresentar uma mudança em seu eixo
desenhos de outras letras. de contraste, através de uma posição
mais vertical. É possível notar que o “e”
O tipo Old Style passou a ter um refina- minúsculo do tipo humanista apresen-

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SURGEM OS
GRANDES
Alguns grandes nomes de tipógrafos que temos
desta época são Aldus Manutius e Francesco
Griffo, fundidores que introduziram o conceito de
fazer letras em caixa-alta mais curtas que as
ascendentes de caixa-baixa, criando uma textura
mais uniforme nas páginas. É nesse período, por
volta de 150, que surge o primeiro tipo itálico, ele
foi criado não como um acompanhamento, mas
sim como uma tipografia autônoma, ideal para
pequenos formatos ou até mesmo livros de bolso -
espaços que exigiam tipos mais condensados.
Assim, foi concebido como um tipo para textos e
somente em minúsculo.

Temos também Garamond (imagem ao lado) e


Granjon, que desenvolveram as primeiras itálicas
a serem usadas em conjunto com as romanas e em
maiúsculo.

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UM
CLÁSSICO
E em 1725, temos em detaque a tipografia
inglesa com William Caslon. Sua principal
obra é a tipografia Caslon, a qual teve uma
grande aceitação desde sua apresentação em
1734. A Caslon foi distribuída por todas as
colônias americanas da Inglaterra e foi a
tipografia utilizada nas primeiras cópias da
declaração de independência dos Estados
Unidos da América.

O estilo dominou por mais de 200 anos de


1495 até 1725, com alguns permanecendo
populares até hoje (como Caslon, Palatino e
Garamond) - ao contrário dos tipos humani-
stas, que tiveram uma vida relativamente
curta.

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ANATOMIA
DO ESTILO e eogcb
1. 2.

b v v
1 - Barra do "e" na horizontal;

2 - Eixo de contraste quase vertical; 3. 4. 5.

3 - Serifas com melhor acabamento


e mais finas;

4- Maior contraste entre os


traços grossos e os finos;

Hax
6.
5 - Conexão arredondada das serifas;

6 - Altura de x continua relativamente


baixa;

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5.
A ROMANA
DO REI
Chega a hora de quebrar o vínculo com a caligra-
fia. Neste capítulo vamos entender a influência do
iluminismo e a da Romana Do Rei no desenho de
letras.

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TIPOGRAFIA
TRANSICIONAL

O
O século 18 marca o início de um período da
história chamado de Iluminismo, uma época
que semearia as sementes da revolução na
França, América do Norte e além. Neste
período, buscava-se uma racionalização das
HUMANISTA OLD STYLE
tipografias, usando grids e cálculos
matemáticos para o desenvolvimento das
letras.

O
Esse estilo tipográfico leva esse nome por
estar entre os estilos Old Style e Moderno.
Sua principal característica é que agora
temos um eixo de contraste totalmente
vertical.
TRANSICIONAL

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A BUSCA DA
PERFEIÇÃO
Durante o reinado do francês Luís XIV que
Jacques Jaugeon começou a trabalhar no que
viria a ser o primeiro tipo de letra de estilo
transicional, a Romana Do Rei - a pedido do
próprio rei para a Imprimerie Royale, em
1692. Criada pelo comitê frances de ciência, o
design foi feito por Jaugeon e fundida por
Grandjean, foram necessários dez anos para
aprovar estes novos caracteres, baseados em
conceitos matemáticos, construidos sobre
um grid ortogonal. A principal característica
da romana do rei eram suas serifas conecta-
das e horizontais, e seus traços principais
mais grossos comparados com os finos. Isso
foi o marco do rompimento da tipografia com
a caligrafia.

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TIPO DE
QUEM?
Como a romana do rei era propriedade
pessoal do rei, ela não podia ser usada para
fins comerciais por outras pessoas. Com isso,
os fundidores logo começaram a desenvolver
tipografias semelhantes ao desenho real.

O desenho tipográfico o que mais teve des-


taque neste período foi o de Baskerville,
como no exemplo ao lado. Johannis Basker-
ville, além de um ótimo tipógrafo foi um
grande aprimorador de tecnologias tendo
inventado o papel acetinado para poder
garantir a qualidade da impressão dos seus
tipos.

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ANATOMIA
DO ESTILO a eogcb
1. 2.

b v v
1 - Terminais em gota;

2 - Eixo de contraste vertical; 3. 4. 5.

3 - Serifas de ascendentes e descen-


dentes geralmente quase horizontais;

4 - Maior contraste entre os

Hax
traços grossos e os finos;
6.
5 - Desenho claro e racional, sem
“imperfeições”;

6 - Altura de x levemente maior;

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6.
LEVANDO
AO LIMITE
Neste capítulo vamos entender como a tipografia
moderna leva ao limite os contrastes entre suas
partes finas e grossas.

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@felipepolodesign

TIPOGRAFIA
MODERNA
No estilo moderno, o contraste entre
finos e grossos é levado a praticamente
seu extremo. Os tipos Modernos são
também conhecidos como Didone, uma
combinação do nome de 2 grandes
tipógrafos dessa época, Didot e Bodoni
(imagem ao lado).

O primeiro tipo de letra moderno é


atribuído ao francês Firmin Didot, por
volta de 1784. Um dos grandes aper-
feiçoadores do estilo moderno foi o
italiano Giambattista Bodoni, designer
de tipos e impressor. Ele foi fortemente
influenciado pelo desenho da Romana
do Rei, com suas serifas planas e pelos
tipos de Baskerville que possuíam alto
contraste.

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TIPOS
AFIADOS
O desenho das letras dos tipos modernos
rompem totalmente com a escrita caligráfica
dos períodos anteriores. Possue formas
simétricas e mínimas, livres de detalhes
desnecessários. Podemos notar isso em suas
serifas precisas, afiadas e limpas.

As tipografias de estilo moderno geralmente


não são adequadas para escrever um texto
extenso, pois como seu desenho possui um
forte eixo vertical e alto constraste, isso
acaba interferindo no ritmo horizontal do
texto e acaba fazendo com que as letras não
conduzam nossos olhos pela página, mas sim
para cima e para baixo.

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ANATOMIA
DO ESTILO e ogcb
1. 2.

b v i
1 - Aberturas mais apertadas;
3. 4. 5.
2 - Eixo de contraste vertical;

3 - Serifas de ascendentes e descen-


dentes horizontais na maioria dos
casos;

Hax
4 - Altíssimo contraste entre os
traços grossos e os finos; 6.

5 - Desenho extremamente preciso;

6 - Altura de x maior;

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8.
A ORIGEM
DA DISPLAY
A tipografia Fat Face marca a criação dos primeiros
tipos display. Neste capítulo vamos entender como a
publicidade afetou a tipografia e a forma de se
comunicar através dela.

35
A ORIGEM DOS TIPOS @FELIPEPOLODESIGN

TIPOGRAFIA
FAT FACE
As Fat Faces apareceram em Londres
entre 1805 e 1810 e se tornaram ampla-
mente populares como uma maneira de
dar mais destaque aos materiais public-
itários impressos. Elas também são
descritas como a primeira fonte display.

É um estilo tipográfico de serifas


derivadas do estilo moderno com um
design extremamente ousado - como se
uma tipografia moderna tivesse usado
bomba de esteróides e tivesse esquecido
de ir na academia nos dias de fazer
perna. as linhas grossas eram muito
grossas, as finas permaneciam muito
finas.

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POSTERS
& TIPOS
Um dos grandes desenvolvimentos do
início do século XIX foi a chegada do
pôster impresso e o aumento do uso da
impressão para publicidade. Isso causou
o desejo de disponibilizar novos tipos de
letras atraentes para impressão e que
chamassem mais a atenção das pes-
soas.Enquanto nos primeiros tipos de
pôsteres os tipos utilizados eram apenas
maiúsculos, as Fat Faces eram feitas em
romano e em itálico. Outras tipografias
display também proliferaram seguindo
seu exemplo; as fontes de contraste
reverso, introduzidas em 1821, podem
ser vistas como uma inversão desse
estilo.

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A ORIGEM DOS TIPOS @FELIPEPOLODESIGN

ANATOMIA
e ogcb
1. 2.

DO ESTILO

BA
1. - Aberturas apertadas; 3. 4.

2. - Eixo de contraste vertical;

3. - Serifas muito finas e desconectadas;

4. - Contraste exagerado entre os


traços grossos e os finos;

Hax
5.
5. - Altura de x mediana;

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7.
FAZENDO
A EGÍPCIA
A tipografia Slab Serif marca o nascimento da
comunicação de marcas e empresas. Neste capítulo
vamos entender como a revolução industrial afetou
a tipografia.

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A ORIGEM DOS TIPOS @FELIPEPOLODESIGN
@felipepolodesign

TIPOGRAFIA
EGÍPCIA?
O início de 1800 trouxe consigo o nasci-
mento da Slab Serif, também conhecido
como Serifa Quadrada. Uma das manei-
ras que estilo também ficou conhecido
foi pelo nome de Serifa Egípcia. Mas o
que o Egito tem de relação com este
estilo? Após o retorno de Napoleão de
uma expedição egípcia de três anos e da
publicação da Description de l'Égypte
em 1809, o Egito estava na moda - e os
fundadores de tipos simplesmente
usaram um termo que estava em alta na
época. A nomenclatura não tem absolu-
tamente nada a ver com os Hieróglifos
Egípcios, muito menos com qualquer
caligrafia ou desenho de letras egípcio.

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A ORIGEM DOS TIPOS @FELIPEPOLODESIGN

REVOLUÇÃO
INDUSTRIAL
Assim como a revolução industrial, o Slab
Serif nasceu na Inglaterra e, sem dúvida, foi
inspirado por uma nova onda de publicidade
e por formas de letras robustas que podiam
ser encontradas em quase todos os outdoors,
panfletos e posters da época. Até então, as
tipografias eram projetadas para textos e
para livros, mas com a mecanização e
grandes inovações na tecnologia de
impressão, as empresas estavam procurando
um tipo que se destacasse da multidão; um
tipo que gritasse “olha para mim!”.

O estilo Slab Serif nasce por uma necessidade


comercial das marcas e empresas de se
destacarem no mercado e chamarem mais a
atenção dos consumidores.

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A ORIGEM DOS TIPOS @FELIPEPOLODESIGN

RETOMANDO
O CONTROLE
Em meados de 1800, as Clarendons, outra
classe de tipos Slab Serif, começaram a
surgir. Eles foram uma tentativa de domi-
nar algumas das extravagâncias dos tipos
Fat Face, tornando-os adequados para
uso como tipos de texto. O contraste foi
reduzido, as serifas diminuíram um
pouco e aumentaram a altura X para
maior legibilidade nesses tamanhos
menores.

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A ORIGEM DOS TIPOS @FELIPEPOLODESIGN

ANATOMIA
DO ESTILO e ogcb
1. 2.

b v i
1 - Aberturas mais apertadas;

2 - Eixo de contraste vertical; 3. 4. 5.

3 - Serifas quadradas;

4 - Baixo/moderado contraste entre os


traços grossos e os finos;

5 - Desenho extremamente preciso;

Hax
6.

6 - Altura de x alta;

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A ORIGEM DOS TIPOS @FELIPEPOLODESIGN

9.
CORTANDO
AS PONTAS
A tipografia sem serifa chega para revolucionar o
design e a comunicação Neste capítulo vamos con-
hecer os tipos sem serifa grotescos, geométricos,
humanistas e neogrotescos.

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A ORIGEM DOS TIPOS @FELIPEPOLODESIGN

TIPOS
FEIOS
Tipografia sem serifa ou sans serif, é
aquela que não possui recursos de
extensão no final dos traços, as serifas.
O termo Sans vem do francês, que sig-
nifica sem. Um dos termos ultrapassa-
dos para as sans era gothic (gótico) e às
vezes ainda é visto em nomes de fontes
como News Gothic, Franklin Gothic ou
Trade Gothic.

A origem do estilo sem serifa data de


1816, porém ele só foi amplamente usado no início do século xx,
quando William Caslon IV criou uma tipografia chamada Two
Lines English Egyptian, utilizada sobretudo em publicidade e
títulos. Sua anatomia era condensada e ousada, resultando em
uma fonte que chamou a atenção. Elas foram nomeadas pela
palavra italiana grottesche (grotesco), devido à sua estética que,
à época, era considerada incomum.

45
A ORIGEM DOS TIPOS @FELIPEPOLODESIGN

Aa Bb Cc Dd Ee SEM SERIFA
Ff Gg Hh Ii Jj Kk
GROTESCA
Esta classificação das sem serifas data do início
do século 19 ao início do século 20. Com sua

Ll Mm Nn Oo Pp aparência crua, design geométrico sólido e


formas de letras simples, mas memoráveis, as
grotescas foram feitas para fontes de títulos.

Haviam inúmeras variações, mas muitas delas

Qq Rr Ss Tt Uu
apresentavam terminais horizontais, bem como,
às vezes, aberturas quase totalmente fechadas em
letras como ‘C’ ou ‘G’. Algumas fontes grotescas
têm um layout de dois andares para as letras 'g' e
'a', como na Franklin Gothic. Também há um

Vv Ww Xx Yy Zz
pouco de contraste em seus traços.

FRANKLIN GOTHIC

46
A ORIGEM DOS TIPOS @FELIPEPOLODESIGN

ANATOMIA
e ogcb
1. 2.

DO ESTILO

aA
1. - Aberturas apertadas; 3. 4.

2. - Eixo de contraste vertical;

3. - minúsculas de 2 andares;

4. - Contraste moderado entre os


traços grossos e os finos;

Hax
5.
5. - Altura de x alta;

47
A ORIGEM DOS TIPOS @FELIPEPOLODESIGN

SEM SERIFA
GEOMÉTRICA
O estilo de tipografia geométrico, vindo da Ale-
manha de 1920, é caracterizado pelo uso generaliza-
do de formas mais geométricas. O período, de
grande experimentação cultural, deu origem a uma
série de movimentos de vanguarda. Talvez a mais
notável dentre elas tenha sido a escola Bauhaus, na
qual o conceito de Gesamtkunstwerk ("trabalho
total") nasceu, em uma tentativa de combinar arte,
design industrial e arquitetura.

O desejo de trazer criações funcionais e simplifica-


das para o público em geral estendeu-se também à
tipografia, motivo pelo qual os designers buscavam
fontes úteis e descomplicadas. Herbert Bayer e
László MoholyNagy estavam entre os primeiros
proponentes do estilo, ganhando reconhecimento
por seu trabalho na tipografia Erbar (1926).

48
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SEM SERIFA
GEOMÉTRICA
Um ano depois do lançamento da Erbar,
em 1927, Paul Renner lançou a Futura,
uma das sem serifas geométricas mais
conhecidas até hoje, por ter um design
elegante e alta legibilidade. A fonte é
baseada fortemente nas proporções da
capitalis monumentalis e é construída
inteiramente a partir de formas
geométricas básicas. Ela foi a fonte
escolhida para a placa comemorativa
deixada na Lua pela missão Apollo 11 em
julho de 1969.

49
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ANATOMIA
e ogcb
1. 2.

DO ESTILO

OA A
1. - Aberturas apertadas; 3. 4. 5.

2. - Eixo de contraste vertical;

3. - Formas geométricas simples;

4. - Baixo contraste entre os


traços grossos e os finos;

Hax
6.
4. - Ápices e vértices podem ser
pontiagudos ou estreitos;

6. - Altura de x mediana;

50
a
A ORIGEM DOS TIPOS @FELIPEPOLODESIGN

SEM SERIFA
HUMANISTA
As tipografias humanistas sem sem
serifa são inspiradas na caligrafia tradi-
cional. Sua principal inspiração volta a
ser a proporção das Capitalis Monumen-
talis para as maiúsculas e as proporções
da carolíngia minúscula para o desenho
das letras minúsculas.

Com o desenvolvimento das tecnologias


e da racionalização matemática, as
tipografias estavam geometricamente
perfeitas que começou-se a sentir falta
do toque humano no desenho das letras.

Outra característica é que esse estilo


frequentemente têm um itálico verda-
deiro em vez de letras oblíquas.

51
A ORIGEM DOS TIPOS @FELIPEPOLODESIGN

O TOQUE
HUMANO
O primeiro desenho considerado
humanista foi realizado por Edward
Johnston em 1916 para o logotipo do
London Underground.

Seguindo a influência do desenho de seu


professor Johnsyon, Eric Gill criou o
desenho da Gill Sans, talvez a sem serifa
mais reconhecida até hoje.

52
A ORIGEM DOS TIPOS @FELIPEPOLODESIGN

ANATOMIA
e ogcb
1. 2.

DO ESTILO

aA
1. - Aberturas mais abertas; 3. 4.

2. - Eixo de contraste vertical;

3. - Terminais seguem um traço


caligráfico;

4. - Baixo ontraste entre os


traços grossos e os finos; 5.

Hax
5. - Altura de x mais alta;

53
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ESTILO
SUÍÇO
Por volta de de 1950 surge o Estilo Tipográfico Inter-
nacional, liderado por escolas de design suíças e que
tiveram um grande impacto na tipografia sem serifa.
O design de estilo suíço é dedicado aos elementos
mínimos do design, como layout e tipografia, em vez
de texturas ou ilustrações. Os designers de estilo
suíço, portanto, prestam muita atenção ao tipo, pois
é um dos elementos mais fundamentais na entrega
visual de uma mensagem de maneira precisa e clara.

Elementos básicos de design, como tipo, são vistos


como possuindo potencial estético suficiente, com a
adição de quaisquer outros recursos visuais e gráfi-
cos raramente necessários. Uma característica
distinta do design gráfico de estilo suíço é o uso
ousado de fontes sem serifa. Designers gráficos de
estilo suíço se voltaram para fontes sem serifa por
sua clareza, simplicidade e universalidade.

54
A ORIGEM DOS TIPOS @FELIPEPOLODESIGN

Inspirados no Estilo Tipográfico Inter-


nacional, designers como Adrian Fruti-
ger (imagem ao lado) e Max Miedinger
defendiam uma abordagem baseada na
funcionalidade para as práticas de
produção. Aumentando e equilibrando
as proporções das fontes grotescas
antigas e, em seguida, distribuindo
cuidadosamente a largura e o peso, eles
criaram uma nova classe de tipografias
sem serifa chamadas de Neogrotescas.
Até hoje no mundo da tipografia pos-
suem um grande impacto.

SEM SERIFA
Essas tipografias abandonam completa-
mente as características tradicionais
para torná-las mais simples e mini-
malistas. Há pouco ou nenhum con-

NEOGROTESCA
traste nos traços, e os terminais geral-
mente são perfeitamente retos, dando
uma aparência mais geométrica.

55
A ORIGEM DOS TIPOS @FELIPEPOLODESIGN

e ogcb
ANATOMIA 1. 2.

DO ESTILO

aA
1. - Aberturas apertadas; 3. 4.

2. - Eixo de contraste vertical;

3. - Terminais horizontais;

4. - Contraste mínimo entre os


traços grossos e os finos;

Hax
5.
5. - Altura de x mediana;

56
A ORIGEM DOS TIPOS @FELIPEPOLODESIGN

10.
CADA UM
NO SEU
QUADRADO
Apesar de não ser um estilo tipográfico, as mon-
oespaçadas são amplamente utilizadas. Neste
capítulo vamos entender como suas características
de espaçamento influenciam designers.

57
A ORIGEM DOS TIPOS @FELIPEPOLODESIGN
@felipepolodesign

TIPO MONO
ESPAÇADO
Uma tipografia monoespaçada, também
chamada de fonte de tamanho fixo, largura
fixa ou não proporcional, é uma tipografia
cujas letras e caracteres ocupam a mesma
quantidade de espaço horizontal. Tipos
monoespaçados são comuns em máquinas
de escrever e para digitação de códigos de
programação.

Essas tipografias foram amplamente utiliza-


das nos primeiros computadores e termi-
nais devido a sua capacidade limitadade de
pixels e de renderização de imagens e veto-
res.

04
58
A ORIGEM DOS TIPOS @FELIPEPOLODESIGN

TEMPO
CONTADO
Embora os computadores agora possam
exibir uma ampla variedade de fontes, a
maioria dos softwares ainda possui uma
tipografia monoespaçada dentro de seus
sistema. Isso torna as diferenças entre as
letras mais inequívocas em situações como
caixas de entrada de senha, nas quais
erros de digitação devem ser facilmente
identificados.

As monoespaçadas são utilizadas tanto em


roteiros quanto os scripts de peças de
teatro. Sua utilização torna mais fácil
julgar o tempo de duração de um script a
partir do número de páginas. O padrão da
indústria é Courier de 12 pontos. A tradição
sustenta que, neste formato, uma página
do roteiro terá 1 minuto.

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ANATOMIA
DO ESTILO Mínimo IBM PLEX MONO

Mínimo
As monoespaçadas se tratam especifica-
mente de uma proporção de espaço e não de
uma classificação tipográfica em si. Podem-
os desenvolver qualquer estilo tipográfico
com proporções monoespaçadas.

Sua principal característica é precisamente


o espaçamento igual entre as letras. Repare
na letra M e no í no primeiro exemplo, onde IBM PLEX SANS

ambos ocupam o mesmo espaço. Já no


exemplo inferior, no espaçamento propor-
cional, cada letra vai ter seu próprio espaço.

60
A ORIGEM DOS TIPOS @FELIPEPOLODESIGN

11.
Adendo
Caligráfico
Apesar de não fazerem parte da classificação
tipográfica oficial, alguns estilos caligráficos
hoje são amplamente acessíveis no universo da
tipografia digital. Neste capítulo você vai con-
hecer os estilos roundhand e spenceriano.

61
A ORIGEM DOS TIPOS @FELIPEPOLODESIGN

ESTILO
ROUNDHAND
Roundhand é um tipo de caligrafia que se originou na Inglaterra na
década de 1660. Caracterizado por traços abertos, fluidos e contraste
sutil de traços grossos e finos.

Sua história começa por meados do século XVII, onde as autoridades


francesas estavam sofrendo com documentos escritos em vários esti-
los diferentes. Como resultado, começou-se a reclamar que muitos
desses documentos estavam complicados demais de se decifrar. O
Controlador-Geral de Finanças da França recebeu propostas de me-
stres da escrita francesa da época para criar uma escrita padrão para
resolver este impasse. Depois de examinar as propostas, o Controla-
dor-Geral das Finanças decidiu restringir todos os documentos legais
a três estilos: Coulée, Rhonde e Speed Hand.

Na Inglaterra, Edward Cocker publicava cadernos baseados no rhonde


francês na década de 1640. Na década de 1680, John Ayres e William
Banson popularizaram suas versões de rhonde depois de refiná-lo e
desenvolvê-lo no que ficou conhecido como estilo inglês roundhand.

62
A ORIGEM DOS TIPOS @FELIPEPOLODESIGN

ESTILO
SPENCERIAN
A escrita spenceriana é um estilo de escrita
que foi usada nos Estados Unidos de 1850 a
1925. Foi considerada o estilo de escrita
padrão americano para correspondência
comercial. A crescente popularidade da
máquina de escrever tornou obsoleta seu uso
na comunicação de negócios.

Platt Rogers Spencer, cujo nome o estilo leva, usou


vários scripts existentes como inspiração para desen-
volver um estilo único de caligrafia com construção
oval que poderia ser escrito de forma muito rápida e
legível para ajudar em questões de correspondência
comercial, bem como na escrita de cartas pessoais
elegantes.

Embora o atual logotipo da Coca-Cola seja de 1950, ele


mantém todas as características do estilo Spenceriano.

63
A ORIGEM DOS TIPOS @FELIPEPOLODESIGN

ESTILO
VERNACULAR
As vernaculares se enquadram, em sua maioria, na catego-
ria display. A escrita vernacular está atrelada à produção
espontânea e autêntica de letreiros ligados a uma determi-
nada região ou localidade especí- fica, geralmente produzi-
da sem ligação com regras do “bom design”. Produções deste
tipo não estão ligadas a conceitos acadêmicos, princípios do
funcionalismo e da “boa forma” e não carregam valores,
significados e símbolos culturais.

Este estilo possui um distanciamento de convenções


tipográficas, demonstrado pelo pouco ou nenhum respeito
por conceitos como entrelinha, proporção e espaços. A
grafia, nem sempre precisa, vai das letras ingênuas do
pintor até o estilo mais refinado dos profissionais de sign-
painting. São essas características que trazem exclusividade
e humanidade não só às peças.

64
COMO
A ORIGEM DOS TIPOS @FELIPEPOLODESIGN

12.
ESCOLHO
O TIPO
65
A ORIGEM DOS TIPOS @FELIPEPOLODESIGN

No início deste livro eu comentei que exisitem Veja os 2 exemplos abaixo. Estas 2 tipografias
métodos mais avançados para o entendimento da fazem parte da mesma classificação histórica, a
personalidade das tipografias e é sobre isso que sem serifa geométrica. E eu te pergunto, elas tem
vamos falar agora. Muitos designers ensinam a a mesma personalidade? Elas transmitem a
personalidade das tipografias através da classifi- mesma emoção? Obviamente não.
cação histórica, e para exemplificar o por que dela
não ser a mais indicada, vou citar uma frase do Com o avanço na comunicação, hoje a tipografia é
renomado tipógrafo, Ian Tschichold. utilizada como um diferencial estratégico pelas
“Se Didot fez algo diferente de Fleischmann, foi marcas não por sua história mas sim pela forma
porque os tempos haviam mudado, e não porque que as pessoas percebem suas formas.
ele quisesse produzir algo ‘especial’, ‘pessoal’

Geométrica
ou ‘único’. A concepção de como uma boa tipogra-
fia deve ser simplesmente havia mudado.”

A verdade então é que essas classificações servem

Geométrica
para entendermos contextos históricos do surgi- LUFGA
mento, não para enterdemos a personalidade dos
tipos. Como Tschichold explica, os tipógrafos não
criaram novos tipos para produzirem algo espe-
cial e sim por necessidades de produção.
QUICKSAND

66
A ORIGEM DOS TIPOS @FELIPEPOLODESIGN

I NC ONSC I ENTE TI POGRÁFIC O

Mas então como saber o que


cada tipografia transmite? MENSAGEM
CONECTIVA
FORMA EST.
DOMINANTE
Para entender o que cada tipografia indovidual-
mente transmite, você precisa analisar suas
Formas Estruturais Dominantes. Com esta
técnica, nós conseguimos encontrar as formas
primitivas de uma tipografia que nosso cérebro
processa, seus significados armazenados na nossa
memória e principalmente em quais partes ela se
manifesta dentro de uma tipografia.

A Forma Estrutural Dominante é uma das etapas EMOÇÕES ESCOLHA


da Matriz da Tipografia Emocional que você está DE SUPORTE COM C.E.P.P
vendo ao lado. Essa matriz nos faz mapear as
percepções e significados ocultos do incosciente ESTÍ M U LO EMOC IONAL
das pessoas e quais formas primitivas estão
relacionadas a ela. A partir disso, encontramos as
formas estruturais dominantes que vão estar
presentes na nossa tipografia. TOQUE AQUI E ASSISTA A UMA AULA PARA
ENTENDER A TIPOGRAFIA EMOCIONAL

67
A ORIGEM DOS TIPOS @FELIPEPOLODESIGN

É HORA
DE VOCÊ
68
A ORIGEM DOS TIPOS @FELIPEPOLODESIGN

QUAL A CLASSIFICAÇÃO DE CADA ESTILO?

Aa Aa Aa Aa Aa
Aa Aa Aa Aa Aa
PARA SABER AS RESPOSTAS TOQUE AQUI

69
A ORIGEM DOS TIPOS @FELIPEPOLODESIGN

QUAL A CLASSIFICAÇÃO DE CADA LOGOTIPO?

PARA SABER AS RESPOSTAS TOQUE AQUI

70
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•Erode •Boska •Bespoke Slab •Oswald
•Karma •Prata •Trench Slab •Work Sans
•Literata •Vidaloka •Enriqueta •Anton

SANS GEOMÉTRICA SANS HUMANISTA SANS NEOGROTESCA


•Chillax •Author •Satoshi
•Be Vietnam •Excon •General Sans
•Poppins •Alpino •Switzer
•Outfit •Amulya •Public Sans
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A ORIGEM DOS TIPOS @FELIPEPOLODESIGN

Espero que este livro tenha trago clareza para você quanto a
origem dos estilos tipográficos assim como sua ordem de
classificação cronológica.

Caso você tenha ficado com alguma dúvida ou queira conver-


sar sobre o universo tipográfico, ficarei feliz em receber uma
mensagem tua em minhas redes sociais.

Forte abraço e obrigado pela leitura.

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A ORIGEM DOS TIPOS @FELIPEPOLODESIGN

felipePolo

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