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A questão da onomástica é uma das mais importantes na epigrafia, visto que nos ajuda
a perceber o tecido social dos Romanos. Estudamos isto principalmente na epigrafia funerária,
onde é implícito o estatuto tanto do defunto como do dedicante. A cidadania durante um
longo período de tempo era cunhada através do Tria nomina, o distintivo que comprava o
pleno estatuto romano. Era formado por praenomen , Nomen (gentilício) e cognomem, por
exemplo: CAIUS IVLIVS CAESAR. Aqueles que não tinham cidadania eram os peregrini, que
provavelmente se distinguiam por apenas um ou dois nomes. Além desses, haveria o escravo,
que não tinham algum tipo de direito. Normalmente, o seu dono dar-lhe-ia apenas um nome
para se identificar. Em braga por exemplo, na epigrafia funerária, podemos observar um
grande número de escravos com nomes gregos. Porém, isto não significava que eles tenham
sido importados da Grécia, mas devido a uma preferência pessoal dos próprios donos de
nomes gregos, apesar de muito provavelmente os seus escravos serem de origem indígena. Na
eventualidade dos escravos tornarem-se libertos através de um ato de Manumição, continuam
na influência do seu dono, que passa a seu patrono. Algo que é marcado pela adoção do Tria-
nomina: o seu antigo nome de escravo passa a cognomem, enquanto que este adota o
praenomem e o nomem do patrono: CAIUS IVLIVS ZETHVS. Também, na sociedade patriarcal
romana, a mulher não detinha cidadania plena, e daí não podia possuir o tria-nomina. De
facto, ela apenas possuía o Cognomem e nomem. E na república, enquanto não houvera a
generalização do cognome, as mulheres de uma grande família eram distinguidas por nomes
ordinais (prima; Secunda) ou adjetivos (Maior ou Menor). Na Manumição, o liberto de uma
mulher adota o praenomem do pai dela. Numa estela, o estatuto fa pessoa pode também ser
revelado através do tamanho das letras, caso haja mais que uma pessoa sepultada. O nome de
um individuo masculino antecedia quase sempre o nome de um individuo feminino. Contudo,
com a concessão de cidadania plena a todos os cidadãos do império e a generalização da tria-
nomina durante o império, levou à identificação em epigrafes da tribo a que o defunto
pertencia, outro distintivo de grande estatuto social.
Inicialmente, identificamos que tipo de monumento temos, se é uma ara, arola, estela,
miliário ou Masuoleu. Posteriormente, referimos o material que compõem o monumento, se é
calcário, mármore, granito ou arenito. Depois dizemos o local onde foi encontrado (freguesia,
concelho e distrito) e o seu atual paradeiro, caso tenha sido transladado.
Na eventualidade das letras serem pouco visíveis, podemos usar o decalque com papel
mata borrão sobre as letras. Encharcamos o papel e depois incidimos cuidadosamente nos
negativos da epigrafe. Esperamos uns momentos e depois de seca, retiramos o mata borrão e
podemos ler dos dois lados as letras.
A descrição do monumento deve ser feita da esquerda para a direita e de cima para
baixo, tendo noção que se deve ser o mais sucinto possível. Porém, na eventualidade ser uma
publicação haverá a necessidade de se ser mais minucioso. Indicamos principalmente se o
campo epigráfico abrange todas as partes do monumento ou se é restringido a apenas uma
parte. Falamos se este é trabalhado, polido ou rugoso. Se tem elementos decorativos ou não.