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PLANO DE AULA

1 Tema da aula 2 (Aula 1, recepção aos calouros)


Mecanismos básicos da língua latina.

2 Objetivos
2.1 Apresentar uma visão panorâmica dos mecanismos básicos da sintaxe da língua latina.

3 Competências
Espera-se que os alunos, após a aula, desenvolvam a habilidade de compreender os mecanismos
particulares da sintaxe da língua latina.

4 Duração da aula
4 horas – teoria (3 horas, em ambiente virtual) e prática (1 horas).

5 Estratégias e recursos
Aula expositiva e interativa. Uso de material didático preparado pelo professor.

6 Organização das atividades


Esta aula apresenta duas partes, que serão desenvolvidas concomitantemente: a primeira trata de
aspectos teóricos da língua latina; a segunda parte apresenta atividades indicadas pelo docente.

7 Bibliografia
ORBERG, Hans. Lingua Latina per se illustrata I: Familia Romana. Special Trykkeriet Viborg,
2003.
REZENDE, Antônio Martinez de. Latina Essentia. 4a ed. Belo Horizonte: UFMG, 2009.
JONES, P.V.; SIDWELL, K.C. Aprendendo latim. São Paulo: Odysseus, 2012.
ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Gramática latina. 30a ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
ERNOUT, Alfred; THOMAS, François. Syntaxe latine. Paris Klincksieck, 2002.
MECANISMOS BÁSICOS DA LÍNGUA LATINA
Gilson Santos (ILEEL-UFU)

O latim pertence à família indo-europeia e compõe o grupo chamado “itálico”,


juntamento com: osco, sabélico, volsco, umbro e falisco. Originalmente, era apenas o dialeto de
Roma, restrito à margem do Tibre. Língua de camponeses e pastores, rude, concreta e sem
refinamento. Segundo uma antiga tradição, Roma teria sido fundada em 753 a.C. desde então, a
cidade fortaleceu-se progressivamente, iniciando sua política de expansão. Nas primeiras
conquistas, os romanos costumavam destruir as cidades e levar seus habitantes para Roma. Depois
abandonaram esse costume, mas a população da Vrbs continuou a crescer, atraindo pessoas em
busca de melhores condições de vida e oportunidades. Naturalmente, acentuaram-se as diferenças
sociais entre as classes mais elevadas (patrícios, oficiais militares, dirigentes, entre outros) e as mais
baixas, a plebe. Delineiam-se então duas normas linguísticas distintas: o sermo urbanus, a
linguagem do grupo social mais culto, e o sermo plebeius (modernamente chamado “latim vulgar”),
da massa popular inculta, designação genérica na qual se distinguem o sermo rusticus, a fala
descuidada dos camponeses e pastores, o sermo castrensis do segmento militar, e o sermo
peregrinus, usado por estrangeiros em geral que aprendiam já adultos e de ouvido o latim.
Considerando que o latim no século I d.C., assim como todas as línguas “vivas”,
apresentava variedades correspondentes à estratificação da sociedade em classes, para fins
didáticos, podemos dividi-las em três variedades:

1. o sermo urbanus: língua falada pelas classes cultas de Roma, correta gramaticalmente, mas
sem a estilização convencional da variedade artística e escrita, o sermo classicus.
2. o sermo classicus ou litterarius: expressão escrita (literária), artística, estável e aristocrática
do sermo urbanus. Essa variedade encarna o ideal romano da urbanitas (civilidade),
evitando arcaísmos, provincianismos e formas expressivas populares (da plebe). Ela é uma
língua artística (sermo urbanus estilizado), criada por escritores e gramáticos, que atinge a
fase de maior esplendor, na prosa e na poesia, entre 81 a.C. e 68 d.C. Essa fase pode ser
dividida em três épocas: (a) época de Cícero (81-43 a.C.), que se inicia em 81 a.C., quando
Marco Túlio Cícero (106-43 a.C.) pronuncia seu primeiro discurso, Pro Quinctio, e termina
em 43 a.C., quando é assassinado; (b) época de Augusto (43 a.C.-14 d.C.), quando a poesia,
sobretudo com Virgílio e Horácio, atinge seu apogeu artístico, colocando-se a serviço da
política, isto é, da promoção do regime de Augusto; e (c) época dos imperadores júlio-
claudianos (14 d.C-68 d.C), quando a língua latina já apresenta sinais de decadência, mas
ainda preservam o antigo esplendor.
3. o sermo plebeius: variedade eminentemente falada, aberta a estrangeirismos e inovações,
praticada pelas classes subalternas e analfabetas, apresentando, segundo a origem e
ocupação dos falantes três subdivisões: sermo rusticus, castrensis e peregrinus. Enquanto
houve administração central, o sermo plebeius (latim vulgar) apresentava relativa coesão
interna, porque era regulado pela norma urbana culta. Com a queda do Império (476 d.C.) e
o consequente desaparecimento dessa norma urbana, o latim vulgar intensifica o processo de
dialetação que conduz à formação de romances, que, por sua vez, desenvolvem-se nas
línguas românicas.

Esquema da origem e formação das línguas românicas.

Fundação de Roma (753 a.C.)

Sermo urbanus (língua falada)

Sermo literarius (240 a.C.) Sermo Plebeius, vulgaris (IV a.C.)

Latim Clássico (81-68 d.C.) Português


Francês
Latim Eclesiástico (III d.C.) Espanhol
Italiano
Latim profano

A seguir, passaremos a comparar o latim clássico, variedade artística, escrita e bem


documentada do sermo urbanus, com o latim vulgar, a fim de distinguir as duas variedades.
Acreditamos que as características do latim clássico são semelhantes à do sermo urbanus, e por isso
não nos ocuparemos especificamente dessa variedade.

PRONÚNCIA
Adotaremos a pronúncia restaurada. Tal pronúncia apresenta as seguintes
particularidades:
1. “i” e “u” soam sempre como vogais: Iulius, uua.
2. Ditongos “ae” e “oe” soam: “ai” e “oi”: maestus (triste) e Phoebus (Febo).
3. “c”: soa como um “k”: doceo (ensino), Cicero.
4. “g”: soa como “guê”: genus (raça), gigno (produzir).
5. “s”: soa como “ss”: casa (cabana).
6. “x”: soa como “ks”: pax (paz).
7. “ph”: soa como “f”: Phaedrus (Fedro)
8. “o” ou “e” (longo): soa “ô” e “ê”; “o” e “e” (breve): soa: “ó” e “é”, respectivamente: sōlum (só) e
sŏlum (solo), argēntěus (prateado).

Leiamos um trecho em Latim:

APVD AGRICOLAM

Siluanum, amicum rusticum, uisitat Aemilius, poeta urbanus. Vita rustica ualde Aemilium delectat,
sed “uita urbana ardua minus est”, ita censet Siluanus. Poeta amicum laudat, quia laboriosus est
agricola. Laudat etiam fundum, ubi umbrosas siluas ferae periculosae habitant et molestam faciunt
uitam muscae innumerae. Nocte mirificae stellae lunaque plena caelum illuminant; mane Phoebus
terram calidam facit, itaque uita undique trepidat.

QUANTIDADE E INTENSIDADE VOCÁLICA

Um dos fenômenos mais relevantes para o estudo da pronúncia da língua latina é a


duração ou quantidade, ou seja, o tempo que dispendemos para proferir as vogais. A quantidade
consiste em emitir as vogais de modo mais prolongado, quando longas 1, e mais rápido, quando
breves. Uma vogal longa equivale, grosso modo, a duas breves: por exemplo, ā = ă ă . Os métodos
de ensino de latim costumam indicar a vogal longa com o mácron (ˉ), um traço geral sobre a vogal,
e a breve com a braquia (ˇ). Assim, na prática, o sistema vocálico do latim clássico apresenta dez
vogais: cinco longas (ā, ē, ī, ō, ū) e cinco breves (ă, ě, ǐ, ŏ, ŭ).
Na fonética, a perda da quantidade vocálica e sua substituição pelo acento intensivo
ocasionaram a redução das dez vogais (cinco longas e cinco breves) do latim clásico a sete no latim
vulgar, sistema que se manteve em Português:

1
Vogal longa (indica-se com um traço sobre a vogal, o mácron) e breve (com sinal semelhante à parêntese na
horizontal, com a abertura para cima, a braquia).Exemplo: lāētītǐă (a vogal longa corresponde a duas breves: ā = ăă.)
Latim Classico Latim vulgar
anterior posterior anterior posterior
īǐ ūŭ > i u
ēě ōŏ ê ô
é ó
āă a

No sermo urbanus, a quantidade exibe implicações fonológico-semânticas; assim:

mālŭm, -i. s.n. (maçã) e mălŭm, -i. s.n. (o mal)


sōlum. adv. (só) e sŏlum,-i. s.n. (solo)
lěgit (3a p. sg. pres.ind.): “ele lê” e lēgit (3a p. sg. pret.perf. ind.): “ele leu”

Além disso, a diferença de quantidade pode distinguir funções sintáticas dos nomes,
como: seruă, “escrava” (nominativo): sujeito e predicativo; seruā (ablativo): adjunto adverbial.
Exemplo:

seruă formasa est. (A escrava é formosa.)


Puer cum seruā ambulat. (O menino caminha com a escrava.)

No sermo urbanus, a quantidade era bem definida: os falantes nativos distinguiam a


vogal longa da breve. Quintiliano afirma que até os meninos sabem que a vogal longa é de dois
tempos e a breve de um único: Longam esse duorum temporum, breuem unius etiam pueri sciunt
(Inst. Orat. 9, 4, 47); “Até os meninos sabem que uma longa é de dois tempos, e uma breve, de um
único”. Esse sistema conferia à frase latina um caráter musical e constituía a base da métrica
clássica. Os diversos pés ou metros diferiam entre si pela sequência de longas e breves. Assim, o
dáctilo era constituído por uma longa e duas breves ( ˉ ˇ ˇ ). Esse verso é também chamado heroico
por ser o verso das epopeias, como, por exemplo, Odisseia e Eneida.
Ao lado da quantidade, havia tambémo acento tônico, de intensidade, manifestado na
prática por um maior volume dinâmico em sua emissão. Em latim não há acentuação gráfica, mas
os manuais costumam marcar a sílaba ‘tônica’ com um acento agudo, para facilitar a pronúncia.
Para saber qual é a sílaba tônica de uma palavra latina, é preciso conhecer a duração da penúltima
sílaba. As oxítonas em latim são raras; a maioria das palavras é paroxítonas. Há, também, grande
número de proparóxitonas. Eis as regras básicas:

a) Se a penúltima sílaba é longa, a tonicidade recai sobre ela, e a palavra é paroxítona: otiōsus,
Dāuus.
b) Se a penúltima sílaba é breve, a tonicidade recua para a sílaba anterior, e a palavra é
proparoxítona: facĕre, ualĭdus.
c) Palavras dissílabas são paroxítonas: lŭpŭs, rānă.

Note-se que a forma lŭpŭs apresenta as duas vogais breves, o que demonstra que não há
relação direta entre quantidade (longa ou breve) e tonicidade (tônica ou átona). Há dúvidas, entre os
especialistas, a respeito da natureza da ‘tonicidade’ das sílabas em latim. Alguns autores dizem que
seria um acento de intensidade (sílabas tônicas e átonas); outros, que seria melódico (algumas
sílabas seriam pronunciadas em um tom mais elevado).
No latim, o acento de intensidade se fixou por volta do século II a.C. Daí, ganhou peso e
importância com o tempo, passando a conviver com a quantidade, pois não se excluem. No latim
clássico, o acento de quantidade predominou, enquanto no vulgar o intensivo foi lentamente
substituindo o quantitativo.
O latim clássico manteve esse quadro de acentos quantitativos e qualitativos
interrelacionados. Mesmo nos versos esses dois aspectos eram levados em consideração. Vários
autores estudaram a coincidência do ictus (incidência do acento de intensidade) com a tônica nos
dois últimos pés do hexâmetro: em Catulo, essa coincidência chega a 98,6%; em Lucrécio, a 97,7%;
em Horácio, a 95%; em Ovídio, a 99,6%; em Virgílio, a 99,5%. Esses dados mostram que os dois
sistemas (acento quantitativo e de intensidade) se integravam em latim. A métrica latina clássica,
imitação consciente da métrica grega, é baseada na alternância de sílabas longas e breves, isto é,
apresenta ritmo essencialmente quantitativo. Mas essa adaptação da métrica grega, os poetas latinos
procuraram coincidir nos dois últimos pés do hexâmetro o acento quantitativo e o de intensidade,
para harmonizar a métrica grega à cultura latina.
A complexidade da questão acarretava dificuldades. Cícero observa que a plateia vaiava
os atores nos teatros, quando se enganavam na emissão da quantidade: In versu quidem theatra tota
exclamant, si fit una syllaba aut breuior aut longior (De Oratore, LI, 173); “No verso, então, todo o
teatro reclama se uma única sílaba for (pronunciada) mais breve ou mais longa”.
Infere-se que a quantidade vocálica fizesse parte do sistema fonológico do latim vulgar,
pois a plateia dos teatros, sobretudo das comédias, era formada por muitos falantes do sermo
plebeius. Considerando que as línguas românicas perderam essa característica vocálica, entende-se
que o latim vulgar substituiu o acento quantitativo pelo acento de intensidade, tornando as vogais
longas fechadas (/ō/ > /ô/; /ē/ > /ê/) e as breves abertas (/ŏ/ > /ó/; /ě/ > /é/). As vogais a, i e u não
tiveram alterações na abertura ou fechamento. Quanto à época em que tal mudança teria ocorrido,
divergem os romanistas, mas pode-se tomar como ponto de referência uma passagem de Santo
Agostinho (354-430 d.C.):
Cur pietatis doctorem pigeat imperitis loquentem, ossum potius quam os
dicere, ne ista syllaba eo quod sunt ossa, uel eo quod sunt ora intelligatur,
ubi Afrae aures de correptione uocalium uel productione non iudicant (De
Doctrina Christiana IV 24)

Pois o doutor da piedade (padre) que ensina aos ignorantes hesita em dizer
ossum (“osso”) de preferência a os, para que esta palavra não seja entendida
ossa (“ossos”), mas com o de ora (“bocas”), porque os ouvidos africanos
não distinguem vogais breves ou longas.

Essa passagem esclarece que a distinção entre vogais longas e breves tinha desaparecido
no início do século V. Sabe-se que o norte da África era profundamente romanizada e abrigava
importantes centros culturais, assim a população deveria falar razoavelmente latim. Então, a
substituição do acento quantitativo pelo de intensidade deve ter ocorrido entre o testemunho de
Cícero (106-43 a.C.) e o de Santo Agostinho (354-430 d.C.), um período de quatro séculos.

Sintaxe latina
Em Latim (língua flexiva), a função sintática de um termo é marcada por sua terminação
(que chamamos desinência casual), e não por sua posição na frase, como em Português. Vejamos
um exemplo:

Petrus fabulam Lucio narrat. = Pedro narra uma fábula a Lúcio.

A desinência -us indica que Petrus é sujeito da frase, concordando, no singular, com o verbo
narrat (narra); a desinência -am indica que fabulam é objeto direto; e -o que Lucio é objeto
indireto.
Como a função sintática dos termos é indicada pela desinência casual, a posição das
palavras na frase é mais livre, isto é: a ordem dos termos pode variar sem modificar o sentido básico
da frase. Vejamos:

Petrus narrat fabulam Lucio.


Lucio narrat fabulam Petrus. = Pedro narra uma fábula a Lúcio.
Petrus fabulam Lucio narrat.

O sentido básico das três frases latinas é o mesmo – “Pedro narra uma fábula a Lúcio.” –,
apesar de a ordem das palavras ser diferente em cada uma delas. Como já foi dito, isso ocorre
porque a desinência -us indica que Petrus é sujeito; a desinência -am, que fabulam é objeto direto;
e a desinência -o, que Lucio é objeto indireto, independentemente da posição que ocupem na frase.

Forma das palavras na frase


Como mudar o sentido da frase, transformando o sujeito em objeto direto e o objeto direto
em sujeito? Basta modificar de modo adequado as desinências casuais:

Petrus narrat fabulam Lucio. = Pedro narra uma fábula a Lúcio.


Lucius narrat fabulam Petro. = Lúcio narra uma fábula a Pedro.

O latim exprime a função do nome na frase por meio de casos, e cada um deles representa
um conjunto de noções ou de relações semânticas, associadas a características morfológicas.
Estas, encontrando-se em final de palavra, receberam o nome de desinências (lat. desinere “cessar,
acabar”). As mudanças de forma que o nome sofre, assim, constituem sua flexão: lat. flectere
“curvar, dobrar, desviar de uma direção”, donde, “mudar”.2
Acreditamos que todos já tenham entendido que o latim é uma língua de casos, e que as
funções gramaticais dos nomes são determinadas morfologicamente por suas terminações, que
chamamos desinências casuais. Essas desinências, associadas a um certo número de funções
gramaticais, chamam-se casos.
Durante o curso, aprenderemos progressivamente a identificar os diferentes casos por meio
de suas desinências casuais. O importante, neste momento, é conhecer os mecanismos básicos da
língua.

Casos latinos
Sabemos que as funções sintáticas dos nomes são representadas por casos e indicam-se
pelas desinências casuais.
Os casos são seis, e cada um deles representa um certo número de funções:

4. Nominativo: é o caso do sujeito e do predicativo do sujeito


5. Vocativo: do vocativo (“invocação, chamamento”)
6. Acusativo: do objeto direto
7. Genitivo: do adjunto adnominal
8. Ablativo: do adjunto adverbial
9. Dativo: do objeto indireto e do complemento nominal

2
ERNOUT, Alfred; THOMAS, François. Syntaxe latine. Paris Klincksieck, 2002, p. 7.
O latim possui um total de seis casos. O instrumental e o locativo, que subsistem em
sânscrito, em lituano e no eslavo, foram – exceto por alguns restos fragmentários do segundo (belli,
domi, etc.) – fundidos com o ablativo propriamente dito. A fusão (ou sincretismo) dos casos é um
traço geral das línguas indo-europeias. O grego, de fato, eliminou qualquer ablativo.
Nesta aula, estudaremos apenas dois casos – o nominativo e o acusativo, nos temas em -A-
e -O-, mas, ao longo do curso, todos os demais casos e temas serão vistos.

Tema
As palavras latinas sujeitas à flexão de caso estão distribuídas em cinco temas:

-A-: poeta, -ae. (m.) poeta.


-O-: lupus, -i. (m.) lobo.
-I-/Cons.: consul, -is. (m.) cônsul.
-V-: uersus, -us. (m.) verso.
-E-: dies, -ei. (m.f.) dia.

As palavras latinas vêm indicadas nos dicionários da seguinte forma: o nominativo singular
(em sua forma plena), seguido da desinência do genitivo singular.

Mas o que é um Tema?


A palavra TEMA será empregada em dois sentidos:
d) referindo-se a verbo, a parte da palavra que está pronta para receber uma desinência ou
outro elemento qualquer: ama-s (= tu amas), ama-ba-t (= ele amava).
e) referindo-se a nome (substantivo e/ou adjetivo), grupo de palavras que exibe um mesmo
conjunto de desinências casuais.

Exemplo. As palavras de tema em -A- apresentam as seguintes desinências casuais:


-A-
singular plural
m. m.
Nominativo
agricol-a agricol-ae
Vocativo
Acusativo agricol-am agricol-as
Genitivo agricol-ae agricol-arum
Ablativo agricol-a
agricol-is
Dativo agricol-ae
Exemplo. As palavras de tema em -O- apresentam as seguintes desinências casuais:
-O-
singular plural
m. m.
Nominativo lup-us
lup-i
Vocativo lup-e
Acusativo lup-um lup-os
Genitivo lup-i lup-orum
Ablativo
lup-o lup-is
Dativo

DESINÊNCIAS CAUSAIS

-A- (1a) -O- (2a) -U- (4a) -E- (5a) -I-/cons. (3a)
sg. pl. sg. pl. sg. pl. sg. pl. sg. pl.
m./f. m./f. m./f. n. m./f. n. m./f. n. m./f. n. m./f. m./f. m./f. n. m./f. n.
Nominativo -us, -er,
-ir
-a -ae - um -i -a -us -u -us -ua -es -es ? -es -(i)a
-us,-e,
Vocativo
-er
Acusativo -am - as -um -os -a -um -u -us -ua -em -es -em ? -es -(i)a
Genitivo -ae - arum -i - orum -us -uum -ei -erum -is -(i)um
Dativo -ae -is -o -is -ui -u -ibus -ei -ebus -i -ibus

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