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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS


DEPARTAMENTO DE LETRAS ESTRANGEIRAS

Disciplina: Fundamentos da Língua Latina


Docente: Prof. Johne Paulino Barreto
Discente: Lílian Raquel de Souza Santos Alves

RESENHA

REFERÊNCIA

BARRETO, J. P.; CALDAS, V. M. A Gloriosa Roma da Antiguidade: Um Olhar Panorâmico


Acerca da História, da Língua e da Literatura Latinas.

A presente resenha busca analisar descritivamente e criticamente o artigo científico


escrito por Johne Paulino Barreto, Professor Substituto de Língua Latina na Universidade
Federal de Sergipe e Viviane Moraes de Caldas, Professora Adjunta de língua Latina na
Universidade federal de Campina Grande, que teve como título ‘A Gloriosa Roma da
Antiguidade: Um Olhar Panorâmico Acerca da História, da Língua e da Literatura Latinas’.
O artigo está dividido em cinco tópicos. O primeiro é atribuído à introdução, o
segundo retrata a origem de Roma e o tempo monárquico, o terceiro tópico aborda a
República romana, o quarto tem como tema o nascimento do Império Romano e o último
tópico traz a conclusão da pesquisa realizada.
O objetivo da pesquisa é trazer uma visão completa para aqueles interessados no
estudo de como a língua e a literatura latinas são apresentadas historicamente durante todo o
enredo da Roma Antiga e como as sociedades ocidentais foram impactadas diretamente pela
história dessa antiga civilização.
Como justificativa, os autores pretendem ir além da ideia de que não se dissocia
língua, literatura e história, mas apresentar a importância do conhecimento da linguagem e
literatura de um povo por meio de uma visão esmiuçada para sua História, buscando entender
melhor como as atitudes que temos no presente podem ter sido influenciadas por processos
iniciados no passado.
Encontra-se nesse artigo, no segundo tópico, a origem mitológica da cidade Romana,
escrita por Virgílio (70 a.C. – 19 a.C.), na sua obra Eneida, onde Eneias tem como objetivo
fundar a cidade de Tróia, juntamente com seu filho Ascânio, onde juntos chegam ao Lácio e
Eneias funda a cidade de Lavínio. Após 30 anos, Ascânio constrói Alba Longa, cidade onde
reina até a criação de Roma. Já Ovídio, em sua obra Metamorfose, escreve que Rômulo foi o
primeiro rei fundador de Roma.
O artigo traz a afirmação de Amarante (2018), que fala da língua latina dividindo-a por
duas fases: o latim pré-histórico e o latim proto-histórico. O latim pré-histórico, falado entre
os séculos XI e VII ou VI a.C., é a fase anterior ao aparecimento de documentos escritos,
então Roma é fundada por volta de VIII a.C, surgindo então o nascimento do latim proto-
histórico, encontrado nos primeiros documentos escritos, sendo eles as inscrições da fíbula
prenestina (séc. VII ou VI a.C.) e o Vaso de Duenos (séc. IV a.C.).
O terceiro tópico trata-se das conquistas político-militares ao enriquecimento da
língua e literatura latinas, abordando a visão de Grimal (2011), que fala sobre o início da
República romana, que foi marcada por uma longa crise político-militar, causando o
empobrecimento econômico de Roma. Crise essa que foi intensificada por Lúcio Tarquínio, o
último rei romano, que se envolveu em um escândalo familiar quando seu filho, Sexto
Tarquínio, estuprou Lucrécia, esposa de seu sobrinho. Brandão (2015) conta que, devido a
este acontecimento, a população mais prestigiada organizou uma estrutura social e
administrativa, controlando altos cargos da República e elegendo dois cônsules: Lúcio Júnior
Bruto e Tarquínio Colatino (viúvo de Lucrécia). Outros importantes magistrados foram
eleitos, sendo esses dois os responsáveis por aplicarem as leis.
A tensão entre essa classe prestigiada e plebeus era constante na República romana.
Os ricos ocupavam altos cargos em Roma, já os pobres tinham como obrigação lutar no
exército, pagar impostos e não faziam parte dos altos cargos político-administrativos,
entretanto, segundo o autor, os plebeus revoltaram-se com os poucos direitos que lhes eram
oferecidos e se recusaram a oferecer esses serviços impostos pelos ricos, e como resultado
disso, os plebeus conquistaram seus direitos. O povo e líderes, além dos escravos, começam a
lutar por reformas sociais, tentando melhorar a vida dos plebeus, com distribuição de terras e
de trigos entre os camponeses plebeus e limitações ao crescimento dos latifúndios.
O Latim no início ao fim da República evoluiu quanto a sua estrutura interna, sendo
dividida em latim arcaico e latim clássico. O latim arcaico foi utilizado entre o séc. III a.C. e
o início do séc. I a.C. o encontramos em antigos textos literários, em epitáfios e textos legais.
A princípio escasso, vocabulário reduzido, aprimorando-se com o desenvolvimento da
literatura e com a influência da cultura helênica. No latim clássico, entre o início do século I
a.C. e o início do Império I d.C., que encontramos as grandes obras da prosa e poesia latinas,
uma língua cultivada e artística, diferente do latim falado pelos romanos na época. A
variedade nestas fases linguísticas estão relacionadas aos grupos que as falavam.
Em seu quarto tópico, o artigo fala sobre como o latim clássico chegou ao seu
esplendor, nos séc. I a.C. a I d.C, quando são compostas as grandes obras da prosa e poesia
latinas: Cícero, Virgílio, Horácio, Sêneca, Tito Lívio. Chegando aos séculos I a V d.C.,
chamado de latim pós-clássico, a língua começa a perder todas as características que a faziam
tão artística. A língua literária e a falada passam a ser tornar uma só e se originam as línguas
românicas.
A leitura do artigo nos faz perceber sobre como costumamos repetir a história. Assim
como milênios atrás, hoje percebemos a variação da língua através das classes sociais, regiões
e épocas em que a língua foi falada, não só na língua portuguesa, como também em diversas
línguas encontradas no mundo. Todas elas têm uma história, uma evolução e tendem a
avançar constantemente para avançar e desenvolver. Se há 80 anos tínhamos um português
falado pelos nossos avós com palavras que talvez a maioria de nós sequer reconheça, hoje
temos tendência a abreviá-las e deixarmos mais práticas pro nosso dia-a-dia. O que nos faz
questionar: para onde mais iremos evoluir? Até onde a nossa língua irá se modificar? Se ela
está em constante evolução desde o surgimento do mundo.

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