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Conheça os principais sistemas e métodos de

colheita florestal

O setor de florestas plantadas vem adquirindo, anos após ano, grande relevância dentro do
agronegócio brasileiro. Este é um setor muito competitivo e fundamentado em bases sustentáveis.
Além de apresentar grande potencial de expansão, principalmente com o avanço da colheita
florestal mecanizada. 
Essa representatividade pode ser apresentada por meio de números e indicadores. Segundo dados da
pesquisa Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (Pevs 2020), elaborados pelo IBGE, a área
estimada de florestas plantadas no Brasil totalizou, no ano de 2020, 9,6 milhões de hectares, dos
quais quase 70% estão concentrados nas regiões Sul e Sudeste.  
Já as áreas com cobertura de eucalipto corresponderam a 77,3%, ou 7,4 milhões de hectares, das
florestas plantadas para fins comerciais no país. Além disso, de acordo com o relatório de 2020 da
Indústria Brasileira de Árvores (IBA), o consumo brasileiro de madeira proveniente de árvores
plantadas com uso industrial foi de 210,3 milhões de m³. 
E o grande mediador destes expressivos números é a colheita florestal mecanizada. É praticamente
impossível colher toda esse volume de matéria-prima sem o auxílio de máquinas e implementos
adequados. 
Entenda a importância da colheita florestal mecanizada, as máquinas utilizadas no processo e os
benefícios no uso delas. Continue conosco e saiba tudo sobre o assunto! 
Colheita florestal: Da colheita manual ao uso de modernas
máquinas 
Na atividade florestal atualmente conduzida, a colheita é um processo que visa cortar, extrair e fazer
o baldeio da madeira até o local de transporte até os pátios de estocagem, para que essa matéria-
prima seja posteriormente transformada no produto final. 
Atualmente, esse processo envolve o uso de modernos equipamentos responsáveis por movimentar
troncos, galhos e outros elementos. 
Porém, por muito tempo, as atividades de colheita florestal eram quase que totalmente manuais.
Além disso não tinha muita preocupação com o planejamento e a segurança no serviço. 
Na época, ocorria o uso de simples ferramentas, como machados e serrotes, até animais de tração
eram utilizados, principalmente para carregar as toras. Contudo, com a mecanização dos processos,
esse cenário se transformou e se modernizou. 
Por volta dos anos 80 foram desenvolvidas as primeiras máquinas de colheita, representando o
início da colheita florestal mecanizada no Brasil. Elas foram e continuam sendo melhorados e
otimizados na busca por maior eficiência. 
Dessa forma, em pleno século XXI é praticamente impossível pensarmos em processos de colheita
florestal sem uso da mecanização. Afinal ela trouxe progressos e aspectos positivos ao setor. 

Processos relacionados à colheita florestal mecanizada 


De forma geral, a colheita florestal mecanizada é caracterizada como sendo um conjunto de
operações. Se iniciam com o preparo da área até o transporte do material a um local específico,
como por exemplo um pátio de estocagem.  
Nesse processo, pode existir o uso de diferentes técnicas, padrões e sistema de colheita bastante
modernos, mas o objetivo é sempre o mesmo: Transformar a matéria-prima (madeira) em produto
final. 
Assim, num âmbito geral, os seguintes procedimentos são adotados durante a colheita florestal: 
Corte – Essa é a etapa inicial da colheita. Ela compreende as operações de derrubada,
desgalhamento, destopamento, traçamento das árvores em toras ou toretes e empilhamento
(enleiramento ou embandeiramento) da madeira. 
A etapa de corte tem grande relevância para todo o processo de colheita. Pois afeta todos os
processos e fases subsequentes do processo. 
Extração (ou baldeio) – De todas as fases relacionadas à colheita, o baldeio é tido como a etapa
mais complexa e onerosa. Principalmente porque as florestas geralmente são plantadas em terrenos
acidentados. 
Neste processo a madeira é retirada de dentro do povoamento florestal (área de corte) para os locais
de armazenagem provisória (pátio de estocagem ou estaleiro, carreador ou margem da estrada). 
Importante lembrar que há a possibilidade de realizar uma etapa opcional entre o corte e a extração,
denominada descasque. Essa etapa objetiva separar a casca do tronco. A necessidade de realizar ou
não essa etapa depende do uso final a que será destinada a madeira. 
Transporte principal – Essa operação é responsável pela movimentação da madeira dos locais de
armazenagem provisória aos locais de sua utilização, como o pátio da indústria ou nas unidades de
processamento. Isso pode ser feito de forma manual ou mecanizada. 

Sistemas de colheita da madeira: 5 classificações podem ser


adotadas 
Há praticamente 5 sistemas produtivos atualmente adotados no setor florestal brasileiro. Dois deles
possuem maior representatividade: o Full-tree e o Cut-to-length, com 33% e 64% de todo o volume
de madeira colhido no Brasil, respectivamente. E os outros 3% são representados pelo sistema In
Field Chipping. 
Os outros 2 sistemas: Whole-tree (árvore completa) e o Tree-lenght, não têm representatividade no
país, portanto não serão discutidos neste conteúdo. 

Sistema de toras curtas (Cut-to-Length) 


Este é um sistema de colheita florestal que se caracteriza pelo processamento da árvore no próprio
talhão onde ela é corte e derrubada. Essa etapa é composta pelo desgalhamento, eventual
descascamento (sempre que houver a necessidade) e traçamento das árvores em toras baseada nas
medidas previamente determinadas. 
Neste sistema, as toras apresentam comprimento que pode variar de 1 a 7,2 metros. Essa variação
depende de sua finalidade na indústria, da capacidade e dimensão das máquinas de baldeio, além da
capacidade dos caminhões destinados ao transporte. 
Entre as empresas do setor madeireiro que adotam o sistema Cut-to-Lenght temos a Eldorado Brasil
como a mais representativa.  
As principais máquinas utilizadas neste sistema de colheita são:  
• Harvester – Semelhante ao funcionamento da escavadeira, o que a diferencia é a grua e o
chamado cabeçote Harvester que equipa a máquina. Cabe a este cabeçote “abraçar” a árvore,
derrubar, desgalhar, processar e empilhar as toras.  
• Forwarders – Máquinas florestais que contam com uma unidade motriz dotada de uma grua
equipada com uma garra indicadas para o baldeio sem que a madeira tenha contato com o
solo. Este equipamento atua colhendo as toras no campo, bem como no carregamento,
transporte e descarregamento das toras no pátio.  
• Autocarregáveis – conjunto formado por trator agrícola e uma carreta com grua e guincho.
Esta máquina está classificada em um nível intermediário de mecanização florestal. 
Recentemente é cada vez mais recorrente o emprego de FellerBunchers, destinados à derrubada. Na
sequência são utilizados o cabeçote de Harvester e o Forwarder. 

Sistema de árvores inteiras (Full-tree)  


Diferentemente do sistema de toras curtas, este sistema implica na remoção da árvore do interior da
floresta de uma forma inteira, apenas sem as raízes. Todas as demais atividades, como o
processamento da madeira e classificação de sortimentos, são realizadas nas laterais do talhão.  
As empresas que utilizam o sistema Full-tree de colheita florestal mais representativas são:
ArcelorMittal, Gerdau, Enebra. 
As máquinas utilizadas neste sistema de colheita são geralmente:  
• FellerBunchers – projetada e construída para realizar o corte, a derrubada e empilhamento de
árvores; 
• Skidders – Este é um trator florestal articulado. Sua função é o arraste de árvores até a
margem do talhão ou pátio intermediário. Para isso, a máquina possui uma pinça e uma
lâmina frontal para realizar trabalhos complementares (abertura de ramais, por exemplo).  
• Garra Traçadora – Implemento acoplado ao maquinário (trator) destinado à colheita de uma
grande quantidade de madeira de uma só vez; e  
• Processadores – Assim são chamados os cabeçotes de Harvesters que operam no
processamento das árvores já derrubadas posteriormente por outra máquina. 

Gestão florestal: a melhor forma de analisar a eficiência de


máquinas florestais 
O mercado florestal vive um momento de muitas mudanças, com grande expectativa de crescimento
para os próximos anos.  
Mas para que isso se confirme, há a necessidade da constante implementação de melhorias
constantes. Assim elevando a produtividade e o lucro dos sistemas mecanizados de colheita
florestal. 
Neste contexto, o aprimoramento da gestão estratégica e a constante busca por melhorias na etapa
de colheita mecanizada deverão garantir a excelência operacional necessária para maximizar os
resultados obtidos com a silvicultura. 
O uso da IoT (Internet das Coisas) pode contribuir com isso. Com essa tecnologia as empresas
capturam dados gerados pelas máquinas, permitindo avaliar vários pontos gerenciais, como motivos
de paradas, tempo que os equipamentos ficam ligados, tempo que ficam inoperantes, dentre outros. 
Quando corretamente analisados, estes dados ajudam as empresas florestais a identificar
oportunidades para aumento de eficiência. Ainda mesmo que essa seja pequena. Por exemplo: o
aumento de eficiência de 30 minutos por dia/máquina. Dependendo de número de máquinas e
operadores, pode gerar uma redução de custo bastante grande. 
Além do uso da tecnologia, a gestão florestal pode ser também melhorada por meio de algumas
ações bastante simples, tais como: 
1. Correto dimensionamento dos sistemas mecanizados; 
2. Eficiente controle dos indicadores de desempenho de máquinas; 
3. Execução de manutenções preventivas periódicas; 
4. Promoção de treinamentos e atualizações periódicas dos operadores; 
Dessa forma, a colheita florestal mecanizada é um caminho sem volta e avança a largos passos em
busca da máxima produtividade. 
Exatamente por isso, o uso da tecnologia em modernos maquinários e a boa gestão da mecanização
florestal são fatores que podem fazer a diferença entre o lucro e o prejuízo dentro dos sistemas
florestais! 
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