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Ciência dos Materiais

Aula: Ligações Químicas


INTRODUÇÃO
 Os materiais são formados por átomos e íons

 Eles estão conectados por uma ligação química  coesão

 O arranjo de átomos/íons depende da intensidade e direcionalidade da


ligação  estrutura cristalina

 Propriedades ↔ estrutura
DIAMANTE GRAFITE

2
INTRODUÇÃO

 Uma ligação pode ser FORTE ou FRACA, DIRECIONAL ou NÃO


DIRECIONAL de acordo com a energia e a localização dos elétrons,
respectivamente

 Forte queda na energia dos elétrons  ligação primária

 Leve queda na energia  ligação secundária

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INTRODUÇÃO

 Ligações primárias
 Covalente, metálica e iônica

 Tipo de ligação se distingue pela forma que os elétrons de


ligação se localizam no espaço

 Ligações secundárias
 Podem ser vistas em termos de dipolos, envolvendo
fracas forças de atração
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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA

 Evolução dos modelos atômicos

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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA

 435 a.C. – Filósofos gregos,


Leucippus e Democritus,
previam que a matéria seria
formada por pequenas
partículas indivisíveis 
átomos

 Combinação de átomos
formaria qualquer “coisa
existente”

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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA

 Século XVIII – Lavoisier constata a conservação da


matéria

 Século XVIII – Proust introduz a Lei das Proporções


Definidas (ou Fixas)

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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA
 1803 – Dalton (University of Manchester)

 Matéria seria constituída por


pequenas partículas  átomos

 Átomo seria indivisível, indestrutível

 Massa e tamanho dependeria do


elemento químico

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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA

 1898 – Thomson (University of Cambridge), a


partir de hipóteses sobre os raios catódicos,
determinou que:

 Partículas eletricamente carregadas seriam


constituintes do átomo  elétron

 Átomo seria uma esfera com pequenos


corpúsculos com carga negativa distribuídos
no interior de uma matriz com carga positiva

Pudim de Passas
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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA

 Qual seria a natureza dos raios catódicos?

 Raios catódicos  emissão de luz em tubo com gás em baixa pressão, com
terminais energizados sob alta tensão elétrica

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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA

 Qual seria a natureza dos raios catódicos?

 Raios catódicos  emissão de luz em tubo com gás em baixa pressão, com
terminais energizados sob alta tensão elétrica

PRESSÃO PRESSÃO PROPAGAM-SE AO CHOCAR COM


NORMAL REDUZIDA EM LINHA RETA VENTOINHA, GIRAM-
NA

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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA

 Qual seria a natureza dos raios catódicos?

 RC faziam a ventoinha girar (ação mecânica)


 Possuía massa

 RC eram desviados por campos magnéticos


 Possuía carga elétrica

 RC ocorriam independentemente do gás e material dos eletrodos


 Estava em toda matéria

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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA
 APLICAÇÃO DOS TUBOS DE RAIOS CATÓDICOS

Eletrodo +

-
Filamento
Tela Aquecido

Cátodo

Canhão de
Elétrons
Bobinas
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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA

 1911 – Rutherford (Victoria University) descobriu que a massa e carga


positiva do átomo estariam concentrados no centro do átomo (núcleo)

Modelo Planetário

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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA
10-6 m

sulfeto de zinco

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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA

Vol. ocupado por elétrons


10-10 m

Prótons
(carga positiva)

Nêutrons
(sem carga)

10-15 m

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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA

 Problema do modelo de Rutherford


 Elétrons em movimento emitem energia quando acelerados, logo o
modelo de Rutherford não é estável

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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA
QUANTIZAÇÃO DE ENERGIA

 Diversos fenômenos envolvendo elétrons não podem ser explicados


pela mecânica clássica
 Radiação térmica de um corpo negro
 Efeito fotoelétrico
 Emissão em gases

 Essas dificuldade levaram à concepção de alguns princípios e leis


que controlam o átomo e entidades subatômicas  mecânica
quântica

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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA
RADIAÇÃO TÉRMICA
 Corpo negro  sistema capaz de absorver a totalidade da energia
nele incidente
 Quando aquecido  emite radiação com características
dependente da radiação
 Radiação térmica é gerada pela vibração dos átomos

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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA
RADIAÇÃO TÉRMICA

RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA EMITIDA POR UM


OBJETO A 800 K
Intensidade

Ultra- Infra-
Visível

violeta vermelho

10-7 10-6 10-5


 (m)
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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA
RADIAÇÃO TÉRMICA

RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA EMITIDA POR UM


OBJETO A 1.000 K
Intensidade

Ultra- Infra-
Visível

violeta vermelho

10-7 10-6 10-5


 (m)
21
ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA
RADIAÇÃO TÉRMICA

RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA EMITIDA POR UM


OBJETO A 1.600 K
Intensidade

Ultra- Infra-
Visível

violeta vermelho

10-7 10-6 10-5


 (m)
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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA
RADIAÇÃO TÉRMICA

RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA EMITIDA POR UM


OBJETO A 2.000 K
Intensidade

Ultra- Infra-
Visível

violeta vermelho

10-7 10-6 10-5


 (m)
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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA
RADIAÇÃO TÉRMICA

RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA EMITIDA POR UM


OBJETO A 3.000 K
Intensidade

Ultra- Infra-
Visível

violeta vermelho

10-7 10-6 10-5


 (m)
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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA
RADIAÇÃO TÉRMICA

RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA EMITIDA POR UM


OBJETO A 4.600 K
Intensidade

Ultra- Infra-
Visível

violeta vermelho

10-7 10-6 10-5


 (m)
25
ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA
RADIAÇÃO TÉRMICA

RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA EMITIDA POR UM


OBJETO A 5.800 K
Intensidade

Ultra- Infra-
Visível

violeta vermelho

10-7 10-6 10-5


 (m)
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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA
RADIAÇÃO TÉRMICA

RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA EMITIDA POR UM


OBJETO A 7.000 K
Intensidade

Ultra- Infra-
Visível

violeta vermelho

10-7 10-6 10-5


 (m)
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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA
RADIAÇÃO TÉRMICA
RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA EM FUNÇÃO DA TEMPERATURA

5.800 K 4.600 K 3.000 K


7.000 K
2.000 K

1.600 K
Intensidade

1.200 K
Visível

900 K
Equação de Wien
.T=2,898x10-3 m.K

10-7 10-6 10-5


 (m)
ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA
RADIAÇÃO TÉRMICA
RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA EM FUNÇÃO DA TEMPERATURA
ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA
LEI DE PLANCK
 Átomos se comportam como osciladores,
irradiando e absorvendo energia

 Mecânica clássica  energia desses


osciladores varia continuamente

 Planck  osciladores atômicos apenas


emitem e absorvem energia dentro de um
conjunto discreto  quantum

 E = nhν, em que n = 1, 2, 3 ....


 h  constante de Plank  6,623X10-34 J.s
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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA
EFEITO FOTOELÉTRICO
 Quando um feixe de luz atinge uma superfície metálica, elétrons
podem ser emitidos
 Energia cinética dos elétrons emitidos é função da frequência da luz
incidente
 Energia da luz é fornecida à superfície em quantidade chamadas fótons
e não de forma contínua
 Energia de 1 fóton  E = hν

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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA
ESPECTRO DE EMISSÃO DE GASES

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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA
ESPECTRO DE EMISSÃO DE GASES

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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA
ESPECTRO DE EMISSÃO DE GASES
 Em 1885, Balmer analisou a emissão do hidrogênio

 Previsão empírica (nm):

𝑯 𝟐

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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA
MODELO ATÔMICO DE BOHR

 Niels Bohr (1913) propõe um modelo precursor da mecânica quântica


aplicada à estrutura atômica

NÚCLEO
ELÉTRON

ÓRBITA

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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA
MODELO ATÔMICO DE BOHR
 Energia dos elétrons é quantizada
 Cada elétron tem valor definido de energia
 Um elétron pode mudar sua energia através de saltos quânticos

 Estados energéticos não variam continuamente: estados ou níveis adjacentes são


separados por valores finitos de energia

 Níveis estão associados às órbitas eletrônicas:


 Qdo o elétron passa para uma órbita de nível maior  ABSORVE ENERGIA
 Qdo o elétron passa para uma órbita de nível menor  EMITE ENERGIA

 Energia envolvida na emissão ou absorção é medida pelo QUANTUM

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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA
MODELO ATÔMICO DE BOHR
 Postulados de BOHR

 Elétrons nas órbitas não emitem energia

 Mudança de órbita implica em emissão ou absorção de energia

 Órbitas estáveis são determinadas por condições quânticas

 Órbitas existem quando o momento angular (P) de um elétron, com


órbita circular de raio R, é igual ao múltiplo inteiro n de h/2

)
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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA

 P=I.
 P= Momento angular
 I=Momento de inércia
v -
 =Velocidade angular r
v h
P  I.  m.r 2 .
r
 m.v.r m.v.r  n
2 +
 DA MECÂNICA CLÁSSICA
 Forças atuando em um elétron

𝟐 𝟐
𝐀 𝟐 𝐜𝐩
𝐨

 NO EQUILÍBRIO (FA = Fcp) E PARA O HIDROGÊNIO

𝟐 𝟐
r 𝐨
𝟐 Raio de Bohr
𝟐
𝐨

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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA

 Raio de Bohr
 rn = a0n2 (n = 1,2,3...)
 Para o hidrogênio, a0 ≈ 0,0529 nm
ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA
 Energia dos níveis

 ENERGIA POTENCIAL
𝐫 −𝐞𝟐
𝐄𝐏 = ∫ 𝐅𝐀 𝐝𝐫 =
𝟒𝛑𝛆𝐨 𝐫
 ENERGIA CINÉTICA
𝐦𝐯 𝟐 𝐦𝐯 𝟐 𝐞𝟐 𝐦𝐯 𝟐 𝐞𝟐
𝐄𝐂 = 𝐫
=
𝟒𝛑𝛆𝐨 𝐫 𝟐 𝟐
=
𝟖𝛑𝛆𝐨 𝐫
𝟐
 ENERGIA TOTAL
𝐞𝟐 𝐞𝟐 𝐞𝟐
𝐄𝐓 = 𝐄𝐂 + 𝐄𝐏 𝐄𝐓 = − =−
𝟖𝛑𝛆𝐨 𝐫 𝟒𝛑𝛆𝐨 𝐫 𝟖𝛑𝛆𝐨 𝐫

𝟐
r 𝐨

𝟐
𝐓 𝟐 𝐓 𝐇 𝟐
𝐨 𝐨
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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA

 EQUAÇÃO DE BOHR E=0,0 eV n=


E=-0,54 eV n=5

Z 2 e 4m
E=-0,85 eV n=4

ET   2 2 2 E=-1,51 eV n=3

8n h  o
E=-3,4 eV n=2

 PARA O ÁTOMO DE H
o=8,85 x 10-12 C2/Nm2
E1

 e=1,6 x 10-19C E51

 Z=1 E41

 1 J=6,242 x 1018 eV E31

 m=9,109X10-31kg
E21
13,6
ET  
n2
para n=1 , 2 , 3 , ... E=-13,6eV n=1

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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA
MODELO DE BOHR – ÁTOMO H

 Descreve a estrutura do átomo de hidrogênio muito bem

 Descrição da estrutura de outros átomos não é satisfatória

 Mecânica quântica
 Possibilita descrever a estrutura desses átomos com eficiência
 Princípio fundamental da mecânica quântica
Um elétron pode ter dois comportamento  ONDA OU PARTÍCULA

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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA
PRINCÍPIOS QUÂNTICOS
 Elétrons obedecem princípios quânticos

 Podem exibir certos valores de energia, não pode ter qualquer valor
entre possívei valores
 Se mudam de energia, devem exibir um salto quântico
 Salto para um nível de maior energia  absorção de energia
 Salto para um nível menor de energia  emissão de energia

E  E2  E1  h
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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA
PRINCÍPIOS QUÂNTICOS
 PRINCÍPIO DA EXCLUSÃO DE PAULI

 Somente dois elétrons podem exibir o mesmo nível de energia,


desde que possuam spins opostos

 Qualquer átomo maior que o He não pode ter todos elétrons no


menor nível de energia  apenas 2

 Todos ou outros elétrons ocupam níveis de energia mais elevados

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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA
PRINCÍPIOS QUÂNTICOS

 PRINCÍPIO DA INCERTEZA DE HEISENBERG

 Não é possível descrever complemente o movimento do elétron

 px x  h/4

 px = Incerteza na quantidade de movimento


 x = Incertaza na posição
 h = Constante de Planck = 6,623x10-34 Js

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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA
PRINCÍPIOS QUÂNTICOS

 DUALIDADE PARTÍCULA-ONDA

 De Broglie (1924)
 Características de onda e partícula do elétron
 EINSTEIN : Energia da partícula : E=mc2
 PLANCK : Energia de um fóton : E=h
 Momento linear da partícula (P) :
P = mc = mc2/c = E/c = (h)/c
COMO  = c /   P = h / 
 PARTÍCULA DE MASSA m, VELOCIDADE v, MOMENTO LINEAR P=mv:
COMPRIMENTO DE ONDA  =h/mv
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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA

ÓRBITA DE UM ELÉTRON
 Representação de ondas estacionárias junto à órbita de um elétron

 n=2r
 =(h)/(mv) ou n=(nh)/(mv)
r
 2r=(nh)/(mv)
 p=mvr=(nh)/(2)

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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA

FUNÇÃO DE ONDA
 Schörodinger (1926): a função de onda descreve o elétron

Equação de Schrödinger

 2  2  2 8 2m
2
 2
 2
 2
(ET  EP )  0
x y z h

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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA

FUNÇÃO DE ONDA

Born (1928) propõe que o módulo da função de onda ao

quadroado significa a “densidade de probabilidade de se

encontrar o elétron em uma dada posição”

││2.dV = probabilidade

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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA

NÚMEROS QUÂNTICOS

Durante a resolução da equação de Schörindiger, surgem alguns números


que restrigem os valores das funções

n = número quântico principal  1, 2, 3, 4, 5, 6,… (n)

l = número quântico secundário  0(s), 1(p), 2(d), 3(f) … (n-1)

ml = número quântico magnético  +l,…, +1, 0, -1,…, -l

ms = número quântico de spin  +1/2, -1/2

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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA

NÚMERO QUÂNTICO PRINCIPAL – “n”

Corresponde ao parâmetro n na equação de Bohr

Representa os níveis (camadas) de energia e pode ser interpretado como o

tamanho do orbital  quantização da energia

Quanto MAIOR o valor de n, mais distante do núcleo está a camada

Quanto MAIOR o valor de n, maior será a energia do elétron

n = 1, 2, 3, 4, 5, 6… (n)
51
ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA

NÚMERO QUÂNTICO SECUNDÁRIO – “l”


Está associado a subcamadas, denominadas “s”, “p”, “d” e “f”

Representa o momento angular do elétron  quantização do momento


angular

Determina a forma do orbital

Quando: l = 0 = s, orbital esférico

l = 1 = p, orbital com forma de halter

l = 2 = d, orbital com forma de duplo halter

l = 3 = f, orbital com formato complexo


l = 0, 1, 2, …, (n - 1) 52
ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA

NÚMERO QUÂNTICO MAGNÉTICO – “ml”

Representa a projeção do momento angular do elétron  quantização da


orientação do momento angular

Determina a orientação do orbital

ml varia de -l a l

ml: +l,…, +1, 0, -1,…, -l

Número total de ml é 2l + 1

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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA

NÚMERO QUÂNTICO SPIN – “mS”

Representa o momento angular de spin do elétron, podendo assumir os

valores +1/2 ou -1/2  quantização do momento angular de spin

Analogia  Rotação de um elétron em torno de seu próprio eixo

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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA

MUDANÇA DE COORDENADA

COORDENADAS CARTESIANAS  COORDENADAS ESFÉRICAS

r,,) 
r

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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA

REPRESENTAÇÕES DE (r,,)

 (r, , )  R(r ) ()  ()

R(r): FATOR RADIAL

() E (): FATORES ANGULARES

DEFININDO UM NOVO FATOR ANGULAR COMO SENDO DADO POR

(,)=().(), TEM-SE:

(r, , )  R(r ) (, )

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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA
REPRESENTAÇÕES DE (r,,)
n, l, ml R  n,l,ml
3  Zr 3  Zr
Z 2 1 1  Z 2
1,0,0   2e a0
  e a0
4   a0 
1s  a0 
3  Zr 3  Zr
 Z 2  Zr  2 a0
1 1 Z 2  Zr  2 a0
2,0,0    2  e    2  e
4 4 2   a0  
2s  2a0   a0  a0 
3  Zr 3  Zr
 Z 2 Zr 3 1 Z 2 Zr
2,1,0   e 2 a0 cos    cos  e 2 a0
2 a 3a0 4 4 2  a0  a0
2p  0
3  Zr  Zr 3
 Z 2 Zr 3 1 Z 2
Zr
2,1,1   e 2 a0
e 2 a0
sen ei   sen ei
2p 2a
 0 3 a0 8 8   a0  a0
3  Zr  Zr 3  Zr
 Z 2 Zr 3 1 Z 2 Zr
2,1,-1   e 2 a0
e 2 a0
sen e i   e 2 a0
sen e i
2p 2a
 0 3 a0 8 8   a0  a0

ao=raio da menor órbita do H=0,0529 nm 57


ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA
FATOR ANGULAR
FATOR ANGULAR  DA FUNÇÃO DE ONDA PARA O HIDROGÊNIO

1s, 2s

2p (ml=0) 2p (ml=1)

2p (ml=-1)

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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA
FATOR ANGULAR
PARCELA ANGULAR 2 DA PROBABILIDADE DE SE ENCONTRAR ELÉTRONS

1s, 2s
2p (ml=1)

FUNÇÃO DE PROBABILIDADE
ESFÉRICA 2p (ml=0)

2p (ml=-1)
FUNÇÃO DE PROBABILIDADE
NÃO ESFÉRICA

SOMA DOS TRÊS ORBITAIS 2p PRODUZ


DISTRIBUIÇÃO DE PROBABILIDADE
ESFÉRICA 59
ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA
PROBABILIDADE EM 2p

2 R2

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ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA
ÁTOMO QUÂNTICO E DE BOHR

Probabilidade

Probabilidade

ao ao
Distância Radial Distância Radial
61
ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA
ORBITAIS ATÔMICOS

62
ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA
DISTRIBUIÇÃO DE ELÉTRONS
Configuração eletrônica em um átomo descreve o arranjo dos elétrons nos orbitais
Notação  nlx
Número quântico principal
Número quântico secundário
Número de elétrons
Exemplo  1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4f14 5d10 6p6 7s2 5f14 6d10 7p6

1s
2s 2p
3s 3p 3d
4s 4p 4d 4f
5s 5p 5d 5f
6s 6p 6d 6f
7s 7p 7d 7f 63
ESTRUTURA DO ÁTOMO: TEORIA ATÔMICA
n l ml
1 0 0 1s2 K
2 0 0 2s2
2 1 -1 L
2 1 0 2p6
2 1 1
3 0 0 3s2
3 1 -1
3 1 0 3p6
3 1 1 M
3 2 -2
3 2 -1
3 2 0 3d10
3 2 1
3 2 2 64
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
LIGAÇÕES QUÍMICAS

 Por que os átomos forma ligações?

 Átomos ligados são termodinamicamente mais estáveis

 Átomos ligados exibem diminuição da energia potencial

 Formação de ligações depende da reatividade química dos átomos envolvidos 


constituição da última camada

 Elétrons mais externos são os que participam das ligações

 Átomos se ligam por:

 Perda de elétrons  ELETROPOSITIVOS

 Ganho de elétrons  ELETRONEGATIVOS

 Compartilhamento de elétrons 65
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
LIGAÇÕES QUÍMICAS

 Ligações primárias  elétrons de valência participam diretamente da ligação

 Ligação iônica  elétrons são transferidos de um átomo para outro  íons

 Ligação covalente  compartilhamento de elétrons

 Ligação metálica  liberação de elétrons para a nuvem eletrônica

 As duas primeiras são do tipo localizadoras de elétrons

 A ligação metálica é do tipo deslocalizadoras

 Ligações secundárias  elétrons de valência não participam diretamente da


ligação

 Envolvem atração de dipolos elétricos  permanentes ou flutuantes 66


TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
DIRECIONALIDADE

 A direcionalidade da ligação química é determinada pelo formato dos orbitais


envolvidos e pelo próprio tipo de ligação

 Ligação covalente  geralmente direcional

 Ligações iônicas e metálicas  não direcionais

 A direcionalidade influencia fortemente o grau de empacotamento do arranjo


atômico
67
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
ENERGIA DE LIGAÇÃO
Ligação Substância Energia de Temperatura de
Ligação (kJ/mol) Fusão (oC)
Iônica NaCl 640 801
MgO 1000 2800
CaO 3583 2580
Covalente Si 450 1410
C (diamante) 713 >3550
Metálica Hg 68 -39
Al 324 660
Fe 406 1538
W 849 3410
Dipolos Ar 7,7 -189
Cl2 31 -101
NH3 35 -78
H2O 51 0 68
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
DISTÂNCIAS INTERATÔMICAS
 Todo sólido tem uma distância de equilíbrio entre seus átomos/íons 
dependente da temperatura e pressão

 A distância interatômica de equilíbrio é estável porque há duas forças atuando


 força atrativa e força repulsiva

 Força atrativa  tem natureza eletrostática ou quântica

 Força negativa  princípio de exclusão de Pauli

 Há uma relação entre força (F) e energia potencial de ligação (E) em relação à
distância a entre os átomos/íons:
𝑨 𝑹

𝑨 𝑹
69
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
DISTÂNCIAS INTERATÔMICAS

SS

gg N
N

SS

70
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
ENERGIA POTENCIAL DE LIGAÇÃO

𝑴 𝑵

71
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
ENERGIA DE LIGAÇÃO

72
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
ENERGIA DE LIGAÇÃO

73
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
ENERGIA DE LIGAÇÃO

74
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
ENERGIA DE LIGAÇÃO

75
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
ENERGIA DE LIGAÇÃO

76
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
ENERGIA DE LIGAÇÃO

77
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
FORÇA DE LIGAÇÃO

𝑴 𝑵

𝑴 𝑵

78
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
FORÇA DE LIGAÇÃO
Variação de F com a distância leva à energia de ligação entre átomos/íons

79
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
FORÇA DE LIGAÇÃO
Módulo de elasticidade é obtido pela deriva de F em relação à distância em posições
próximas ao ponto de equilíbrio

80
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS

 LIGAÇÕES PRIMÁRIAS
 Iônica, covalente e metálica

ELEMENTO ELETROPOSITIVO
+ LIGAÇÃO IÔNICA
ELEMENTO ELETRONEGATIVO

ELEMENTO ELETROPOSITIVO
+ LIGAÇÃO METÁLICA
ELEMENTO ELETROPOSITIVO

ELEMENTO ELETRONEGATIVO
+ LIGAÇÃO COVALENTE
ELEMENTO ELETRONEGATIVO

81
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS

LIGAÇÃO IÔNICA

 Elementos eletropositivos (metálicos)


+
 Elementos eletronegativos (não metálicos)
1 átomo perde elétrons (cátion)
1 átomo ganha elétrons (ânion)

 Força de ligação está associada a forças de atração Coulombianas


entre o cátion e ânion
 Ligação não direcional

82
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS

LIGAÇÃO IÔNICA

 Supondo um cátion de valência +VC e um ânion de valência -VA

𝑪 𝑨
𝑨 𝑴 𝟏
𝟎

𝑹 𝑵

 N assume valores entre 7 e 9


83
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
LIGAÇÃO IÔNICA
 Exemplo NaCl: Configuração eletrônica do Na  1s2 2s2 2p6 3s1
Configuração eletrônica do Cl  1s2 2s2 2p6 3s2 3p5

Na Cl

Antes da
ligação

Na+ Cl-

Após a
ligação

84
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS

LIGAÇÃO IÔNICA

85
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
LIGAÇÃO COVALENTE

 Elementos eletronegativos (não metálicos)


+
 Elementos eletronegativos (não metálicos)
 Existência de 1 orbital parcialmente preenchido

 Ligações covalentes ocorrem entre não metálicos  N, O, C, F, Cl

 Outros elementos, como Si, Ge, As e Se, formam ligações parcialmente


covalentes

 Metais de transição  caráter covalente parcial em suas ligações

86
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
LIGAÇÃO COVALENTE
 Átomos de H compartilham elétrons 1s1 para formar ligação covalente
H+H  H :H

Par eletrônico Ligação


87
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
LIGAÇÃO COVALENTE

 Direção é coerente com a concentração dos orbitais

 Direcionalidade e força da ligação dependem de 2

 Se 2 é elevada em uma direção, ligação será forte nessa direção

 Se 2 é esfericamente simétrica  ligação não direcional

88
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
LIGAÇÃO COVALENTE

 Também há energia de ligação e distância interatômica

𝑴 𝑵

 M e N são tipicamente 6 e 12, respectivamente

89
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
LIGAÇÃO COVALENTE

 Energia de ligação e distância de ligação

90
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
LIGAÇÃO COVALENTE
 Ligação covalente do carbono
 Carbono no estado fundamental  1s2 2s2 2p2
 Indicação que são possíveis duas ligações covalentes  orbitais 2p incompletos
 No entanto, quatro ligações são verificadas
 Hibridização  1 orbital 2s é “promovido” a orbital  formação de orbitais do
tipo sp3
 Orbitais sp3 são arranjados de forma simétrica, nos vértices de um tetraedro
regular

91
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
LIGAÇÃO COVALENTE

92
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
LIGAÇÃO COVALENTE

 Ligação entre dois elementos distintos  distribuição do par de elétrons


compartilhados pode não ser exatamente 50%-50%  ligação covalente polar

 Ligação mista  não é 100% covalente nem tampouco 100% iônica

 Ligação covalente é formadora de moléculas

 Ligação covalente polar  moléculas polares e apolares

93
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
LIGAÇÃO METÁLICA
 Maioria dos elementos são metálicos
 Elementos eletropositivos (metálicos)
+
 Elementos eletropositivos (metálicos)
 Ligação metálica apenas existe entre um conjunto de átomos e é não direcional
 Arranjo atômico é bastante compacto  elétrons de valência são atraídos por
núcleos vizinhos  formação de nuvem eletrônica e caroços iônicos

94
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
LIGAÇÃO METÁLICA

 Elementos metálicos são bons condutores térmicos e elétricos,


opacos, brilhantes e deformáveis plasticamente

 Função 2 é muito dispersa

 Quanto menor o número de elétrons de valência e mais fracamente


estiverem ligados ao núcleo, maior o caráter metálico

95
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
LIGAÇÃO METÁLICA

 Na, K, Cu, Ag e Au  elétrons de valência bastante móveis  alta


condutividade térmica e elétrica
 Configuração do Na : 1s2 2s2 2p6 3s1
 K : 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s1
 Ag : 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d10 4s2 4p6 4d10 5s1

 Quando o número de elétrons de valência e força de ligação


aumentam, os elétrons se tornam mais localizados no espaço,
aumentando caráter covalente (direcionalidade)
 Metais de transição (orbital d incompleto)  Fe, Ni, W, Ti têm caráter
covalente, com hibridização de orbitais, resultando em pontos de
fusão elevados
96
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
LIGAÇÃO METÁLICA

97
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
LIGAÇÃO METÁLICA

98
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
LIGAÇÕES SECUNDÁRIAS

 Ligações fracas  dipolos permanentes e flutuantes

 Dipolos permanentes (forças de van der Waals)

 Moléculas polares e assimétricas  par eletrônico desloca-se


devido à assimetria, formando dipolo elétrico

99
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
LIGAÇÕES SECUNDÁRIAS

 Pontes de hidrogênio
 Núcleo de H (próton) é atraído por elétrons não compartilhados
de outra molécula

H
+ H
+

H
- +
-
O
O

+
- +
H O H

+
H

100
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
ÁGUA
MOLÉCULA DE ÁGUA:
OXIGÊNIO: 1s2 2s2 2p4
HIDROGÊNIO: 1s1

105o

101
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS
LIGAÇÕES SECUNDÁRIAS
 Dipolos flutuantes (forças de van der Waals)
 Moléculas apolares e simétricas  movimento ao acaso causa
polarização momentânea
- -
- - - -

- - - -

- - - -

- - - -
- -
- -
- -
- - - -
- -
- - - -
- -
- -

- + - + 102
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS

LIGAÇÕES x MATERIAIS

COVALENTE
SEMICONDUTORES

POLÍMEROS

SECUNDÁRIA
METÁLICA

METAIS CERÂMICAS E
VIDROS
IÔNICA

103
TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS

LIGAÇÕES x MATERIAIS

 Caráter iônico (CI)

𝟐
𝑨 𝑩

 XA e XB são os valores de eletronegatividade dos elemento A e B,


respectivamente, em um composto AB

104
REFERÊNCIAS

 Rodrigues, J. A. (2004). Introdução às ligações químicas. São Carlos:


EdUFSCar. (Série Apontamentos).
 Callister, W. D. (1997). Materials science and engineering: An introduction.
New York: John Wiley & Sons.

105

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