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Resumo
O conhecimento ambiental, mediante diagnósticos realizados a campo, se constitui em
importante ferramenta para o desenvolvimento de políticas públicas para a educação e a
gestão de áreas verdes. Desta forma, o presente estudo objetivou realizar um diagnóstico
da flora, fauna e aspectos ambientais de uma área conhecida como “Mato do Júlio”, no
município de Cachoeirinha, RS. Os resultados obtidos revelam a ocorrência de 75
espécies vegetais e 113 espécies animais. Mais estudos, entretanto, devem ser
realizados, uma vez que, os registros realizados podem estar subestimados em
decorrência do curto período de tempo para as campanhas.
Palavras-chave: Inventário ambiental; Inventário de flora; Inventário de fauna.
Abstract
Environmental knowledge, through field diagnoses, constitutes an important tool for the
development of public policies for education and management of green areas. Thus, the
present study aimed to carry out a diagnosis of the flora, fauna and environmental
aspects of an area known as "Mato do Júlio", in the municipality of Cachoeirinha, RS.
The results obtained reveal the occurrence of 75 plant species and 113 animal species.
More studies, however, must be carried out, since the records made may be
underestimated due to the short period of time for the campaigns.
Keywords: Environmental inventory; Flora inventory; Fauna inventory.
Tabela 1. Lista dos representantes da flora identificadas na área denominada mato do Júlio. O
hábito é preferencialmente estabelecido mediante a adoção da classificação de Gomes (2011).
Status ambiental, consonante ao Decreto Nº 52.109/2014: CR = Criticamente em perigo; EP =
Em perigo; VU = Vulnerável; NA = Não avaliada.
Status
Nome popular Espécie Hábito Nativa Exótica
Ambiental
Persea americana
Abacate Arbóreo X
Mill.
Luehea divaricata
Açoita-cavalo Arbóreo X
Mart.
Alecrim-do- Vernonia nudiflora
Capoeira X
campo Less.
Amoreira Morus nigra L. Arbóreo X
Parapiptadenia
Angico-vermelho rigida (Benth.) Arbóreo X
Brenan
Psidium cattleianum
Araçazeiro Arbóreo X
Sabine
Aspargo- Asparagus setaceus
Trepadeira X
decorativo (Kunth) Jessop
Aroeira-periquita Schinus molle L. Arbóreo X
Schinus
Aroeira-vermelha Arbóreo X
terebinthifolia Raddi
Musa x paradisíaca
Bananeira Cespitoso X
L.
Vriesea gigantea
Bromélia-tanque Epífita X B1ab(iii)1,2
Gaudich.
Buganvile-lilás Bougainvillea sp. Arbóreo X
Butia aff. eriospatha
EP
Butiazeiro (Mart. ex Drude) Arbóreo X
A4cd1,3
Becc.
Cereus
Arbóreo-
Cactus-colunar hildmannianus K. X
arbustiva
Schumann
Peltophorum dobium
Canafístula Arbóreo X
(Spreng.) Taub.
Camboim-de- Myrciaria delicatula
Arbóreo X
folha-miúda (DC.) O. Berg
Handroanthus
Ipê-amarelo chrysotrichus (Mart. Arbóreo X
ex A. DC.) Mattos
Handroanthus
Ipê-roxo avellanedae (Lorentz Arbóreo X
ex Griseb.) Mattos
Jacaranda
Jacarandá Arbóreo X
mimosifolia D. Don.
Syzygium cumini (L.)
Jambolão Arbóreo X
Skeels
Syagrus
Jerivá romanzoffiana Arbóreo X
(Cham.) Glassman
Lantana Lantana camara L. Arbustivo X
Citrus X sinensis L.
Laranjeira Arbóreo X
Osbeck
Sapium glandulatum
Leiteiro Arbóreo X
(Vell.) Pax
Citrus x limon Burm.
Limão-bergamota Arbóreo X
f.
Achyrocline
Macela satureioides (Lam.) Capoeira X
DC.
Malvaviscus
Malvavisco Arbustivo X
arboreus Cav.
Zanthoxylum
Mamica-de-cadela Arbóreo X
rhoifolium Lam.
Passiflora aff.
Maracujá-do-mato Trepadeira X
cincinnata Mast.
Mimosa bimucronata
Maricá Arbóreo X
(DC.) Kuntze
Eriobotrya japonica
Nespereira Arbóreo X
(Thunb.) Lindl.
Cattleya intermedia VU
Orquídea Epífita X
Grah. A4cd1,3
Cycas revoluta
Palmeira-cica Arbóreo X
Thunb.
Livistona chinensis
Palmeira-leque-
(N. J. Jacquin) R. Arbóreo X
chinês
Brown ex Mart.
Ceiba speciosa A.
Paineira Arbóreo X
St.-Hill.
Bauhnia forficata
Pata-de-vaca Arbóreo X
Link
Pinheiro-
Pinus sp. Arbóreo X
americano
Pitangueira Eugenia uniflora L. Arbustivo X
Pseudobombax
Pseudo bombax grandiflorum (Cav.) Arbóreo X
A. Robyns
Quaresmeira Tibouchina sp. Arbustiva X
Salso-chorão Salix babylonica L. Arbóreo X
Taquareira- Bambusa vulgaris Cespitoso X
listrada Schrad. ex J. C.
Wendl.
Merostachys
Taquareira-nativa Cespitoso X
speciosa Spreng.
Enterolobium
Timbaúva contortisiliquum Arbóreo X
(Vell.) Morong
Tipuana tipu (Benth.)
Tipuana Arbóreo X
Kuntze
Baccharis
Vassoura-branca Arbustivo X
dracunculifolia DC.
Vassoura- Dodonaea viscosa
Arbustivo ? ?
vermelha Jacq.
Dicksonia sellowiana
Xaxim Arborescente X
Hook.
1
Critérios de avaliação definidos pela União Internacional para a Conservação da Natureza -
UICN.
2
B1. Extensão de ocorrência; (a) severamente fragmentado, ou número de localidades; (b)
declínio continuado em um dos itens: (iii) área, extensão e/ou qualidade do habitat.
3
A4. Redução da população observada, estimada, inferida, projetada ou suspeitada, sendo que o
período de tempo deve incluir tanto o passado quanto o futuro (até um máximo de 100 anos), e
as causas da redução podem não ter cessado OU não ser compreendidas OU não ser reversíveis;
(c) declínio na área de ocupação (AOO), extensão de ocorrência (EOO) e/ou qualidade do
habitat; (d) níveis reais ou potenciais de exploração.
* Espécies com “?” significa que existem inúmeras controvérsias a respeito de sua condição, se
exótica ou nativa.
Além disto, muito embora não tenha com ocorrência mesmo em outros
sido possível uma identificação locais.
específica na maioria dos casos de A fauna ictiológica (fig. 4) observada
Arthropoda, sabe-se que se trata de no arroio Passinhos e porções insulares
espécies com ampla ocorrência na encontra-se registrada na tabela 2.
região metropolitana de Porto Alegre,
Tabela 2. Peixes coletados e identificados nas áreas aquáticas da Gleba 1. A = Açude grande; e
B = Açude pequeno; C = Arroio Passinhos. Al = alóctone; Ex = exótico; N = nativa (autóctone).
Permanência
Família Espécie Popular
na região
Rostrhamus sociabilis Gavião-
Accipitridae Vigors, 1824 M
(Vieillot, 1817) caramujeiro
Dendrocygna viduata Marreca-
M
(Linnaeus, 1766) piadeira
Anatidae Leach, 1820
Dendrocygna bicolor Marreca-
M
(Vieillot, 1816) caneleira
Apodidae Olphe-Galliard, Chaetura meridionalis Andorinha-do-
M
1887 Hellmayr, 19071 temporal
Ardea cocoi Linnaeus,
Garça-moura M
1766
Egretta thula (Molina, Garça-branca-
Ardeidae Leach, 1820 R
1782) pequena
Nycticorax nycticorax Socó-
R
(Linnaeus, 1758) dorminhoco
Hydropsalis torquata
Caprimulgidae Vigors, 1825 Bacurau R
(Gmelin, 1789)
Coragyps atratus Urubu-da-
Cathartidae Lafresnaye, 1839 R
(Bechstein, 1793) cabeça-preta
Vanellus chilensis
Charadriidae Leach, 1820 Quero-quero R
(Molina, 1782)
Mycteria
Ciconiidae Sundevall, 1836 americana Linnaeus, Cabeça-seca M
1758
Leptotila verreauxi
Juriti R
Bonaparte, 1855
Columbina picui
Rolinha-picuí R
Columbidae Leach, 1820 (Temminck, 1813)
Columbina talpacoti
Rolinha-roxa R
(Temminck, 1810)
Columba livia Gmelin, Pombo- R
17892 doméstico*
Penelope
Cracidae Rafinesque, 1815 obscura Temminck, 1815 Arapuã R
1
Historicamente tratada como Chaetura meridionalis Hellmayr, 1907.
2
Aceita como pertencente à avifauna brasileira, na condição de espécie introduzida, visto ter
estabelecido populações estáveis e autossustentáveis.
3
A rejeição do gênero Polyborus em favor de Caracara é defendida por Banks e Dove (1992),
que demonstraram que o primeiro nome foi originalmente aplicado a uma forma de identidade
incerta, assim propondo sua substituição pelo segundo nome apresentado.
4
Piacentini et al. (2015) assumiram a transferência de Sporagra magellanica (Vieillot, 1805)
para o gênero Spinus Koch, 1816, com isto recebendo a denominação de Spinus magellanicus
(Vieillot, 1805). Bencke (2001) não referencia esta espécie e nenhum dos dois nomes citados.
5
Seguindo a linha de Bencke (2001), o gênero Phaeoprogne é aqui incorporado em Progne de
acordo com os resultados de análises de hibridização de DNA conduzidos por Sheldon e
Winkler (1993).
6
Bencke (2001) não referencia estas espécies.
7
Gallinula chloropus (Linnaeus, 1758) e G. galeata (Lichtenstein, 1818) foram previamente
agrupados como G. chloropus seguindo Sibley e Monroe (1990). Bencke (2001) reconhece esta
espécie.
8
Possui Thraupis bonariensis (Gmelin, 1789) como sinonímia, nome assumido por Bencke
(2001).
Tabela 6. Mamíferos (silvestres) catalogados para o Mato do Júlio. Status ambiental, consonante
ao Decreto Nº 51.797/2014: CR = Criticamente em perigo; EP = Em perigo; VU = Vulnerável;
NA = Não avaliada.
Status
Família Espécie Popular
Ambiental
Canidae Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766) Graxaim
Capromydae Myocastor coypus (Molina, 1782) Ratão-do-banhado
Caviidae Cavia aperea Erxleben, 1777 Preá
EP
Ctenomydae Ctenomys lami Freitas, 20011 Tuco-tuco
B1ab(i,ii,iii,iv)2
Dasypus aff. novemcinctus
Dasypodidae Tatu
(Linnaeus, 1758)
Gambá-de-orelha-
Didelphidae Didelphis albiventris Lund, 1841
branca
Kannabateomys amblyonyx Rato-das-
Echimyidae NA
(Wagner, 1845) taquareiras
Coendou (Sphiggurus) spinosus
Erethizontidae Ouriço
(Lichtenstein, 1818)
Tadarida brasiliensis (I. Geoffroy,
Molossidae Morcego
1824)
Mustelidae Galictis cuja (Molina, 1782) Furão NA
1
Listado como vulnerável porque a sua área de ocorrência é inferior a 20.000 km², sendo
conhecidos menos de 5 locais de ocorrência, com a extensão e qualidade do seu habitat
encontrando-se em declínio, especialmente pelas atividades agropastoris.
2
Critérios de avaliação definidos pela União Internacional para a Conservação da Natureza –
UICN, sendo: B1. Extensão de ocorrência; (a) severamente fragmentado, ou número de
localidades; (b) declínio continuado em um dos itens: (i) extensão de ocorrência; (ii) área de
ocupação; (iii) área, extensão e/ou qualidade do habitat; (iv) número de localidades ou
subpopulações.