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V.S. Torres, V.O.

Luz

Análise ambiental (flora, fauna e ecologia) da área conhecida como


Mato do Júlio, no município de Cachoeirinha, RS
Vladimir Stolzenberg Torres¹; Vlanilda Oliveira da Luz²

¹Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade


Prefeitura Municipal de Porto Alegre
²Secretaria Municipal de Educação
Prefeitura Municipal de Cachoeirinha

Resumo
O conhecimento ambiental, mediante diagnósticos realizados a campo, se constitui em
importante ferramenta para o desenvolvimento de políticas públicas para a educação e a
gestão de áreas verdes. Desta forma, o presente estudo objetivou realizar um diagnóstico
da flora, fauna e aspectos ambientais de uma área conhecida como “Mato do Júlio”, no
município de Cachoeirinha, RS. Os resultados obtidos revelam a ocorrência de 75
espécies vegetais e 113 espécies animais. Mais estudos, entretanto, devem ser
realizados, uma vez que, os registros realizados podem estar subestimados em
decorrência do curto período de tempo para as campanhas.
Palavras-chave: Inventário ambiental; Inventário de flora; Inventário de fauna.

Environmental analysis (flora, fauna and ecology) of the area known as


Mato do Júlio, in the municipality of Cachoeirinha, RS

Abstract
Environmental knowledge, through field diagnoses, constitutes an important tool for the
development of public policies for education and management of green areas. Thus, the
present study aimed to carry out a diagnosis of the flora, fauna and environmental
aspects of an area known as "Mato do Júlio", in the municipality of Cachoeirinha, RS.
The results obtained reveal the occurrence of 75 plant species and 113 animal species.
More studies, however, must be carried out, since the records made may be
underestimated due to the short period of time for the campaigns.
Keywords: Environmental inventory; Flora inventory; Fauna inventory.

Introdução ocupação dos espaços, reorganização


dos já ocupados e fatalmente a
Qualquer interferência do homem na ampliação do uso dos recursos naturais,
natureza necessita de estudos que levem tendo-se o nível de expansão econômica
ao diagnóstico, ou seja, a um e demográfica da atualidade. Neste
conhecimento do quadro ambiental que contexto se faz necessária à retomada
se vai atuar, pois parte-se do princípio do conceito de desenvolvimento
de que toda ação humana, seja sobre o sustentável, modelo de desenvolvimento
ambiente natural ou ambiente já este que prevê a integração entre
alterado, causa algum impacto em economia, sociedade e meio ambiente,
diferentes níveis, gerando alterações ou seja, a noção de que o crescimento
com graus diversos de agressão ao econômico deve levar em consideração
ambiente (ROOS, 2007). Por outro lado, a inclusão social e a proteção ambiental.
não se pode coibir a expansão e

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Com a evolução da tecnologia e a preservação e na conservação dos


constante pressão dos órgãos recursos ambientais”.
ambientais, diagnósticos tornaram-se Desta forma, o presente estudo
muito mais complexos e informativos. objetivou realizar um diagnóstico da
Conforme a Resolução CONAMA flora, fauna e aspectos ambientais de
001/1986, o diagnóstico ambiental de uma área conhecida como “Mato do
área sob influência de empreendimento Júlio”, no município de Cachoeirinha,
deve apresentar uma completa descrição RS
e análise dos recursos ambientais e suas
interações, de modo a caracterizar a Materiais e métodos
situação ambiental antes da implantação
do projeto. Delimitação da área
Assim sendo, um diagnóstico ambiental A região do estudo realizado se
deverá retratar a qualidade ambiental constitui de duas glebas, conforme se
atual da área de abrangência dos pode melhor compreender através da
estudos, indicando as principais figura 1. A área da Gleba 1 do Mato do
características dos diversos fatores que Júlio é delimitada ao Sul pela BR-290
compõem o sistema ambiental, de forma (Freeway), a Leste pelo bairro Parque
a permitir o entendimento da dinâmica e da Matriz, ao Norte e Noroeste pela
das interações existentes entre os meios Avenida Flores da Cunha, e, a Oeste
físico, biológico e socioeconômico da pelo bairro Vila Cachoeirinha; enquanto
área diretamente afetada. a área da Gleba 2 do Mato do Júlio.
Considerando os resultados obtidos, Delimitada ao Norte pela BR-290
preconizou-se sua disponibilização (Freeway), a Leste pela Estação de
como base para tomadas de decisões Tratamento de Efluentes da Corsan,
acerca da viabilidade urbanística e das trecho de propriedade lindeira e rio
restrições ambientais de Gravataí, ao Sul e Oeste por,
empreendimentos e atividades na área igualmente, pelo Rio Gravataí.
de estudos, à luz do Código Estadual de A figura 1 apresenta a localização da
Meio Ambiente do RS - Lei Nº região estudada, bem como, sua divisão
11.520/2000 em seu Art. 9º: “O em duas glebas separadas pela Rodovia
interesse comum terá prevalência sobre BR-290 (Freeway).
o privado, no uso, na exploração, na

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(Fonte: modificado do Google Earth, imagem de 21 março 2022).


Figura 1. Região do estudo realizado: área da Gleba 1 do Mato do Júlio; e a área da Gleba 2.

Procedimentos espécie encontrada nos quadrat's, assim,


O primeiro acesso à área se deu com o priorizando então, o diagnóstico
acompanhamento do caseiro que, qualitativo.
apresentou as delimitações inerentes à As espécies foram, inicialmente,
Gleba 1 e relatou as delimitações e identificadas com base em Cordazzo e
acesso de entrada na Gleba 2. Seeliger (1995), Longhi (1995), Lorenzi
As campanhas foram realizadas, na e Souza (1995), Marchiori (1996),
Gleba 1, em 11, 12, 13, 26 e 27 de Backes e Irgang (2002), Lorenzi (2002),
março; enquanto que na Gleba 2 foram e Lorenzi et al. (2003). Posteriormente a
em 18 e 19 de março. taxonomia foi revisada empregando-se
Quando necessário, as coordenadas as bases de dados do Missouri Botanical
geográficas foram registradas com uso Garden <h t t p : / / w w w . t r o p ic o s . o r g/ >,
de GPS Garmin, modelo Map 64. do REFLORA - Plantas do Brasil <r e flo
r a .j b rj . go v .b r >.
Flora A fim de constatar o status ambiental de
Diante da impossibilidade temporal para cada espécie da fauna, consultou-se a
a realização de um levantamento que IUCN Red List of Threatened Species,
desse conta da cobertura correspondente disponível on line em <h t t p : / / w w w . i u c
a cem porcento da área, optou-se pelo n r e d l i s t . o r g / >, acrescida da lista
diagnóstico em quadrat’s escolhidos vermelha do estado do Rio Grande do
aleatoriamente, por sorteio, tendo sido Sul (Decreto Nº 52.109, de 01 de
assim sorteadas oito quadrat’s na Gleba dezembro de 2014).
1 e seis na Gleba 2, cada um com 1.000
m2 . Ainda, em decorrência deste exíguo Fauna
prazo para a realização das campanhas, Para coleta e estudo da ictiofauna,
deixou-se de realizar o levantamento foram considerados o arroio Passinhos
quantitativo dos espécimes de cada que corta o interior da Gleba 1, o açude

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localizado a Sudoeste da sede da base em Bencke et al. (2010), Maurício


propriedade, e um pequeno açude, e Machado (2010) e Jacobs e Fenalti
oculto no meio da mata a Nordeste da (2020), com isto, seguindo-se
sede da propriedade com coordenadas integralmente a classificação adotada na
de referência na ordem de S 29º56.819’ mais recente lista do Comitê Brasileiro
e W 051º05.270’, com um espelho de Registros Ornitológicos (CBRO,
d’água de aproximadamente 100 m2 . 2015). As muitas alterações
Sua captura se deu, primordialmente, taxonômicas implementadas em relação
através de rede tipo tarrafa. Para à BENCKE (2001) não são justificadas
espécies carnívoras foi adotada linha aqui, podendo ser rastreadas por
com anzol, iscada com isca artificial e consulta às listas anteriores do CBRO
fígado bovino. ou ao site do South American
Os espécimes coletados foram Classification Committee – SACC <h t t p
identificados e devolvidos ao ambiente. : / / w w w . m u s e u m . l s u. e d u/ ~ Re ms e n/ S
A identificação e taxonomia da ACC Bas e l i ne .h t m >.
ictiofauna foi realizada através de Hartz A mastofauna foi registrada com base
(1997), Boldrini (2009), Varella (2011), em observação direta, indícios e relatos
Malabarba et al. (2013), Pagel e do caseiro; com a taxonomia sendo
Sosinski (2016), e Torres et al. (2020); realizada com referência aos estudos de
Integrated Taxonomic Information Reis et al. (2015) e Torres et al. (2018),
System - ITIS <h t t p s : / / www. it is . go v/ s sendo suportada pelo Integrated
e r v l e t / > e confirmada através do Taxonomic Information System - ITIS
FishBase disponível online em <h t t p s : // <h t t ps : / / www. i t i s. go v/ s e r vl e t / >.
www. f i sh ba s e .s e/ s e ar c h .ph p >. No caso do depoimento colhido junto ao
A herpetofauna, por sua vez, teve o seu caseiro, foi necessária uma análise do
registro realizado com base em grau de confiabilidade de tais
observações diretas, indícios e informações, tendo em vista ser notório
entrevistas com o caseiro. o “enriquecimento” das narrativas
A taxonomia dos répteis foi realizada realizadas por habitantes de áreas rurais
com base em Vanzolini (2002), Becker e/ou rururbanas.
et al. (2006), Bujes (2010), e Torres et A fim de constatar o status ambiental de
al. (2018), Integrated Taxonomic cada espécie da fauna, consultou-se a
Information System - ITIS <h t t p s : / / w w IUCN Red List of Threatened Species,
w . i t i s . g o v / s e r v l e t / > e sendo disponível on line em <h t t p : / / w w w . i u c
confirmada com base no “The Reptilia n r e d l i s t . o r g / >, acrescida da lista
Database”, disponível on line em: <h t t p : vermelha do estado do Rio Grande do
/ / w w w . r e p t i l e – d a t a b a s e . o r g/ >; a de Sul (Decreto Nº 51.797, de 8 de
anfíbios foi estabelecida com base em setembro de 2014).
Becker et al. (2006), Uetanabaro et al.
(2007) e Lema e Martins (2011), sendo
suportada pelo Integrated Taxonomic Resultados e discussão
Information System - ITIS <h t t p s : / / w w
w. i t i s. go v/ s e r vl e t / >. Diagnóstico sintético da flora
A avifauna foi registrada através de Pauta-se, inicialmente, este estudo da
observação direta por visualização com pertinente legislação que possa
uso de binóculo e indireta (através da apresentar relevância ao diagnóstico
vocalização e pegadas conforme Luiz final.
(s/d)), além de outros indícios e por A lista das espécies ameaçadas da flora
entrevistas com o caseiro. do Rio Grande do Sul, determinada pelo
A taxonomia das aves foi realizada com Decreto Nº 52.109, de 01 de dezembro

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de 2014, listou 804 espécies de plantas insuficientes no território estadual


ameaçadas no Estado: as constantes dos Anexos II, III e
Art. 1º. Ficam declaradas como IV deste Decreto,
espécies da flora nativa respectivamente.
ameaçadas de extinção no Estado
do Rio Grande do Sul as A tabela 1 representa uma tabulação
constantes do Anexo I deste parcial da vegetação inventariada,
Decreto. dentro do exíguo tempo disponibilizado
Art. 2º. São reconhecidas como para a campanha. A figura 2 retrata
espécies extintas/regionalmente algumas das espécies encontradas na
extintas, quase ameaçadas de área.
extinção e com dados

Tabela 1. Lista dos representantes da flora identificadas na área denominada mato do Júlio. O
hábito é preferencialmente estabelecido mediante a adoção da classificação de Gomes (2011).
Status ambiental, consonante ao Decreto Nº 52.109/2014: CR = Criticamente em perigo; EP =
Em perigo; VU = Vulnerável; NA = Não avaliada.

Status
Nome popular Espécie Hábito Nativa Exótica
Ambiental
Persea americana
Abacate Arbóreo X
Mill.
Luehea divaricata
Açoita-cavalo Arbóreo X
Mart.
Alecrim-do- Vernonia nudiflora
Capoeira X
campo Less.
Amoreira Morus nigra L. Arbóreo X
Parapiptadenia
Angico-vermelho rigida (Benth.) Arbóreo X
Brenan
Psidium cattleianum
Araçazeiro Arbóreo X
Sabine
Aspargo- Asparagus setaceus
Trepadeira X
decorativo (Kunth) Jessop
Aroeira-periquita Schinus molle L. Arbóreo X
Schinus
Aroeira-vermelha Arbóreo X
terebinthifolia Raddi
Musa x paradisíaca
Bananeira Cespitoso X
L.
Vriesea gigantea
Bromélia-tanque Epífita X B1ab(iii)1,2
Gaudich.
Buganvile-lilás Bougainvillea sp. Arbóreo X
Butia aff. eriospatha
EP
Butiazeiro (Mart. ex Drude) Arbóreo X
A4cd1,3
Becc.
Cereus
Arbóreo-
Cactus-colunar hildmannianus K. X
arbustiva
Schumann
Peltophorum dobium
Canafístula Arbóreo X
(Spreng.) Taub.
Camboim-de- Myrciaria delicatula
Arbóreo X
folha-miúda (DC.) O. Berg

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Camboim-de- Myrciaria cuspidata


Arbóreo X
folha-grande O. BERG.
Nectandra lanceolata
Canela-amarela Arbóreo X
Nees
Ocotea spixiana
Canela-branca Arbustivo X
(Ness) Mez
Myrsine ferruginea
Capororoca Arbóreo X
(Sw.) R.Br.
Capororoquinha Myrsine sp. Arbóreo X
Caquizeiro Diospyros kaki L. Arbóreo X
Baccharis trimera
Carqueja Capoeira X
(Less.) DC.
Cedro Cedrela fissilis Vell. Arbóreo X
Eugenia involucrata
Cerejeira Arbóreo X
DC.
Casearia punctata
Chá-de-bugre Arbóreo X
Spreng.
Allophylus edulis (A.
Chal-chal St.-Hill. Cambess. & Arbóreo X
A. Juss.) Radlk
Erythroxylum
Cocão argentinum O.E. Arbóreo X
Schulz
Corticeira-do- Erythrina crista-galli
Arbóreo X
banhado L.
Cravo-do-mato Tillandsia spp. Epífita X
Eucalyptus grandis
Eucalipto Arbóreo X
W. Hill ex Maid.
Eucalyptus saligna
Eucalipto Arbóreo X
Sm.
Coussapoa
Falsa figueira microcarpa (Schott) Arbóreo X
Rizzini
Figueira da folha Ficus cestrifolia
Arbóreo X
miúda Schott ex Spreng.
Ficus luschnathiana
Figueira mato pau Arbóreo X
(Miq.) Miq.
Goiabeira Psidium guajava L. Arbóreo ? ?
Campomanesia
CR
Guabiroba guaviroba (DC.) Arbóreo X
A4acd1,3
Kiaersk.
Grama-catarina (= Axonopus affinis
Capoeira ? ?
Grama-são-carlos) Chase
Erianthus
Grama-estaladeira Capoeira X
angustifolius Nees
Celtis canescens
Grandiúva Arbóreo X
Kunth
Eryngium horridum
Gravatá Capoeira X
Malme
Schizolobium
Guapuruvu parahyba (Vell.) S. Arbóreo X
F. Blake
Ingá-feijão Inga marginata Wild. Arbóreo X

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Handroanthus
Ipê-amarelo chrysotrichus (Mart. Arbóreo X
ex A. DC.) Mattos
Handroanthus
Ipê-roxo avellanedae (Lorentz Arbóreo X
ex Griseb.) Mattos
Jacaranda
Jacarandá Arbóreo X
mimosifolia D. Don.
Syzygium cumini (L.)
Jambolão Arbóreo X
Skeels
Syagrus
Jerivá romanzoffiana Arbóreo X
(Cham.) Glassman
Lantana Lantana camara L. Arbustivo X
Citrus X sinensis L.
Laranjeira Arbóreo X
Osbeck
Sapium glandulatum
Leiteiro Arbóreo X
(Vell.) Pax
Citrus x limon Burm.
Limão-bergamota Arbóreo X
f.
Achyrocline
Macela satureioides (Lam.) Capoeira X
DC.
Malvaviscus
Malvavisco Arbustivo X
arboreus Cav.
Zanthoxylum
Mamica-de-cadela Arbóreo X
rhoifolium Lam.
Passiflora aff.
Maracujá-do-mato Trepadeira X
cincinnata Mast.
Mimosa bimucronata
Maricá Arbóreo X
(DC.) Kuntze
Eriobotrya japonica
Nespereira Arbóreo X
(Thunb.) Lindl.
Cattleya intermedia VU
Orquídea Epífita X
Grah. A4cd1,3
Cycas revoluta
Palmeira-cica Arbóreo X
Thunb.
Livistona chinensis
Palmeira-leque-
(N. J. Jacquin) R. Arbóreo X
chinês
Brown ex Mart.
Ceiba speciosa A.
Paineira Arbóreo X
St.-Hill.
Bauhnia forficata
Pata-de-vaca Arbóreo X
Link
Pinheiro-
Pinus sp. Arbóreo X
americano
Pitangueira Eugenia uniflora L. Arbustivo X
Pseudobombax
Pseudo bombax grandiflorum (Cav.) Arbóreo X
A. Robyns
Quaresmeira Tibouchina sp. Arbustiva X
Salso-chorão Salix babylonica L. Arbóreo X
Taquareira- Bambusa vulgaris Cespitoso X

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listrada Schrad. ex J. C.
Wendl.
Merostachys
Taquareira-nativa Cespitoso X
speciosa Spreng.
Enterolobium
Timbaúva contortisiliquum Arbóreo X
(Vell.) Morong
Tipuana tipu (Benth.)
Tipuana Arbóreo X
Kuntze
Baccharis
Vassoura-branca Arbustivo X
dracunculifolia DC.
Vassoura- Dodonaea viscosa
Arbustivo ? ?
vermelha Jacq.
Dicksonia sellowiana
Xaxim Arborescente X
Hook.
1
Critérios de avaliação definidos pela União Internacional para a Conservação da Natureza -
UICN.
2
B1. Extensão de ocorrência; (a) severamente fragmentado, ou número de localidades; (b)
declínio continuado em um dos itens: (iii) área, extensão e/ou qualidade do habitat.
3
A4. Redução da população observada, estimada, inferida, projetada ou suspeitada, sendo que o
período de tempo deve incluir tanto o passado quanto o futuro (até um máximo de 100 anos), e
as causas da redução podem não ter cessado OU não ser compreendidas OU não ser reversíveis;
(c) declínio na área de ocupação (AOO), extensão de ocorrência (EOO) e/ou qualidade do
habitat; (d) níveis reais ou potenciais de exploração.
* Espécies com “?” significa que existem inúmeras controvérsias a respeito de sua condição, se
exótica ou nativa.

Como se pode observar, apenas quatro espécies, no presente diagnóstico se encontram


listadas no Decreto Nº 52.109/2014, merecendo receber uma atenção especial em caso
de empreendimentos futuros.

(Fonte: banco de imagens da autora júnior)


Figura 2. Amostragem da vegetação ocorrente na área do Mato do Júlio: A) Flor de Passiflora
aff. cincinnata Mast.; B) Fruto de Passiflora aff. cincinnata Mast.; C) Schinus molle L.; D)
Lantana camara L.; E) Tibouchina sp.; F) Achyrocline satureioides (Lam.) DC.

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Duas espécies exóticas merecem Foram observados, embora não se tenha


especial destaque, encontrando-se em registrado, representantes de ratazanas
franca expansão em área situada a (Rattus norvegicus (Berkenhout, 1769) -
Nordeste da antiga sede da propriedade: Muridae Illiger, 1811), próximo ao
Eriobotrya japonica (Thunb.) Lindl. e arroio Passinhos, gatos (Felis catus
Livistona chinensis (N. J. Jacquin) R. Linnaeus, 1758 - Felidae Fischer de
Brown ex Mart. A segunda espécie Waldheim, 1817) e cães (Canis
apresenta-se mais concentrada em sua familiaris Linnaeus, 1758 - Canidae
ocorrência. Fischer, 1817). Fundamental, porém,
estabelecer que, muito embora tais
Inventário preliminar de fauna espécies não integrem as cadeias
alimentares locais, assumem condições
A fauna tem importância fundamental de predadores interferindo com a
no equilíbrio dos ecossistemas em geral, dinâmica das espécies nativas. No
com muitas espécies agindo na particular de gatos, tem-se que esta
manutenção da cobertura vegetal, espécie encontra-se entre as 100
auxiliando a polinização e a dispersão espécies invasoras mais nocivas do
de sementes (vide fig. 8A-B). mundo segundo o Invasive Species
Considerando as complexas teias Specialist Group <h t t p : / / w w w . is s g. o r g
alimentares, onde todas as espécies / >.
possuem um papel importante, a perda Foi verificada uma predominância de
de uma espécie pode ocasionar graves espécies residentes, de pequeno e médio
desequilíbrios. porte, adaptadas também aos ambientes
Espécies da fauna podem ser utilizadas antropizados, caracterizando desse
como indicadores da qualidade modo uma correlação com as
ambiental de determinada área através peculiaridades da vegetação.
de sua presença ou ausência, permitindo Considerando os Invertebrata, tem-se os
um diagnóstico dos problemas, visando Platyhelminthes, grupo do qual foi
à tomada de medidas corretivas. identificada a presença de
Algumas espécies possuem papel representantes do gênero Geoplana
fundamental na saúde pública, como Stimpson, 1857 (Geoplanidae Stimpson,
vetores de doenças, exigindo ações de 1857), habitando sob fragmentos de
controle, para uma efetiva erradicação troncos e pedras. Sabe-se que este
do problema. gênero costuma utilizar pequenos
O Decreto Nº 51.797, de 8 de setembro anelídeos terrestres como fonte
de 2014, declara as espécies da fauna alimentar. Por outro lado, as planárias
silvestre ameaçadas de extinção no terrestres são consideradas como
estado do Rio Grande do Sul, sendo: potenciais bons indicadores do grau de
Art. 1º Ficam declaradas como antropização e conservação de seus
espécies da fauna silvestre hábitat’s e de áreas de alta
ameaçadas de extinção ou biodiversidade geral. No Rio Grande do
regionalmente extintas no Estado Rio Sul, há registros de espécies que podem
Grande do Sul as constantes do
ser utilizadas como indicadoras de áreas
Anexo I deste Decreto.
preservadas ou alteradas.
Art. 2º São reconhecidas como
espécies quase ameaçadas de Outra importante constatação está na
extinção e com dados insuficientes profusão de áreas que sofrem
no território estadual as constantes inundações em decorrência de intensas
dos Anexos II e III deste Decreto, chuvas, consorciadas com baixas
respectivamente. temperaturas que reduzem o processo

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de evaporação, daí resultando na de cupinzeiros que, em função do


formação de banhados com alagamento, morrem e tem seus ninhos
características de efemeridade, com isto ocupados por formigas (fig. 3)
ocasionando o rápido desenvolvimento
.

(Fonte: banco de imagens do autor sênior)


Figura 3. Cupinzeiro em área de alagamento e ocupado por formigas.

Além disto, muito embora não tenha com ocorrência mesmo em outros
sido possível uma identificação locais.
específica na maioria dos casos de A fauna ictiológica (fig. 4) observada
Arthropoda, sabe-se que se trata de no arroio Passinhos e porções insulares
espécies com ampla ocorrência na encontra-se registrada na tabela 2.
região metropolitana de Porto Alegre,

(Fonte: banco de imagens do autor sênior)

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Figura 4. Espécimes da ictiofauna e visão de um dos açudes: A, C) exemplares de Hoplias


malabaricus (Bloch, 1794); B) exemplar de Oreochromis niloticus (Linnaeus, 1758); D) vista
parcial espelho d’água do açude grande, localizado a Sudoeste da sede da propriedade.

Tabela 2. Peixes coletados e identificados nas áreas aquáticas da Gleba 1. A = Açude grande; e
B = Açude pequeno; C = Arroio Passinhos. Al = alóctone; Ex = exótico; N = nativa (autóctone).

Família Espécie Popular A B C Tipo


Hoplias malabaricus (Bloch,
Traíra X N
Erythrinidae 1794)
Valenciennes, 1847 Hoplias lacerdae Miranda-
Trairão X Al
Ribeiro, 1908
Characidae Latreille, Astyanax aff. fasciatus
Lambari X N
1825 (Cuvier, 1819)
Crenicichla punctata Hensel,
Joaninha X N
1870
Cichlidae Bonaparte, Oreochromis niloticus
Tilápia X Ex
1835 (Linnaeus, 1758)
Cichlasoma portalegrense
Cará-do-lodo X N
(Hensel, 1870)
Synbranchidae Synbranchus marmoratus
Muçum X ? N
Bonaparte, 1835 Bloch, 1795
Poeciliidae Bonaparte, Jenynsia multidentata (Jenyns,
Barrigudinho X X N
1831 1842)

Chama a atenção o fato de não terem Um total de 31 espécies foi registrado


sido registrados espécimes das espécies neste estudo, entre espécies de anfíbios
conhecidas popularmente como e de répteis, para a região investigada,
Lambaris (Família Characidae) nos das quais, apenas uma considerada
açudes, sendo possível conjecturar que como exótica. Deste total de espécies,
no açude grande a espécie possa ter sido 18 taxa foram anfíbios (Tabela 3)
predada até sua extinção, enquanto que representados por cinco famílias de
no pequeno, seja este recente e assim, anuros; e 14 taxa foram répteis (Tabela
ainda não ter ocorrido sua colonização. 4) representados por duas famílias de
Das espécies de peixes encontradas lagartos, duas de quelônios, três
neste trabalho nenhuma delas está famílias de serpentes, uma família de
enquadrada na lista de espécies crocodilianos e uma família de
ameaçadas de extinção do Rio Grande anfisbenídeos.
do Sul.

Tabela 3. Anfíbios coletados e identificados na área conhecida como Mato do Júlio.

Família Espécie Popular


Microhylidae Günther, Rã-de-barriga-
Elachistocleis ovalis (Schneider, 1799)
1858 amarela
Cycloramphidae Odontophrynus americanus (Duméril &
Sapo-da-horta
Bonaparte, 1850 Bibron, 1841)
Bufonidae Gray, 1825 Rhinella arenarum (Hensel, 1867) Sapo-da-praia
Leptodactylus gracilis (Duméril &

Leptodactylidae Werner, Bibron, 1841)
1896 Leptodactylus latinasus (Jiménez-de-la-

Espada, 1875)

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Leptodactylus mystacinus (Burmeister,


Rã-dourada
1861)
Leptodactylus ocellatus (Linnaeus, 1758) Rã-comum
Physalaemus biligonigerus (Cope, 1861) Rã-pintada
Physalaemus gracilis (Boulenger, 1883) Rã-chorona
Pseudopaludicola falcipes (Hensel, 1867) Rã
Dendropsophus sanborni (Schmidt, 1944) Perereca
Hypsiboas faber (Wied-Neuwied, 1821) Sapo ferreiro
Hypsiboas pulchellus (Duméril & Bibron,
Perereca
1841)
Pseudis minutus (Günther, 1858) Boiadeira
Hylidae Rafinesque, 1815
Scinax aff. Alter (Lutz, 1973) Perereca
Perereca-dos-
Scinax fuscovarius (Lutz, 1925)
banheiros
Scinax granulatus (Peters, 1871) Perereca
Scinax squalirostris (Lutz, 1925) Perereca-vermelha

Com o levantamento foram amostradas heterogeneidade estrutural como as


cinco famílias, sendo Hylidae a mais florestas e outros ambientes.
representativa com oito espécies Ao nível genérico, foram amostrados
amostradas. Os Hilídeos, normalmente oito grupos sendo, Leptodactylus e
conhecidos como pererecas, são Scinax os gêneros mais representativos,
adaptados para o hábito arborícola, ambos com quatro espécies, cada um,
razão pela qual conseguem ocupar, com seguidos por Physalaemus e Hypsiboas
sucesso, ambientes de grande com duas espécies cada um (Tabela 3).

Tabela 4. Répteis coletados e identificados na área do Mato do Júlio.

Família Espécie Popular


Tupinambis merianae (Duméril et
Teiu
Teiidae Merrem, Bibron, 1839)
1820 Teius oculatus (D’Orbigny et Bibron,
Lagarto
1837)
Gekkonidae Gray, Hemidactylus mabouia (Moreau de
Lagartixa-doméstica
1825 Jonnès, 1818)
Amphisbaenidae Amphisbaena darwinii Duméril et
Cobra-cega
Gray, 1865 Bibron, 1839
Acanthochelys spixii (Duméril et Bibron,
Chelidae Gray, 1825 Cágado-de-espinhos
1835)
Emydidae Trachemys dorbigni (Duméril et Bibron, Tartaruga-tigre-da-
Rafinesque, 1815 1835) água Tartaruga
Chironius bicarinatus (Wied, 1820) Cobra-cipó
Liophis jaegeri (Günther, 1858) Cobra-d’água-verde
Liophis miliaris (Linnaeus, 1758) Cobra-lisa
Colubridae Oppel,
Liophis flavifrenatus (Cope, 1862) Corredeira-listrada
1811
Oxyrhopus rhombifer Duméril, Bibron
Falsa-coral
et Duméril, 1854
Philodryas olfersii (Lichtenstein, 1823) Cobra-cipó
Elapidae Boie, 1827 Micrurus altirostris (Cope, 1860) Coral-verdadeira
Viperidae Oppel, Bothrops alternatus Duméril, Bibron et
Cruzeira
1811 Duméril, 1854

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V.S. Torres, V.O.Luz

Das espécies de anfíbios e répteis particularmente, locais que possam ter


encontradas neste trabalho nenhuma servido para a manutenção de hortas ou
delas está enquadrada na lista de mesmo como “aterros sanitários
espécies ameaçadas de extinção do Rio domésticos”, haja vista que nestes locais
Grande do Sul. ocorre, com muita probabilidade, um
Muito embora não tenha sido possível maior desenvolvimento de
realizar a devida observação, a história invertebrados, alimento preferencial de
da região metropolitana, acrescida de Amphibaenideos.
própria história do imóvel em questão, No âmbito de inventariamento da
aponta para a possibilidade de presença avifauna os resultados encontram-se
de Amphisbaena prunicolor Cope, 1885 expressos através da Tabela 5, com sua
e/ou A. darwinii trachura Cope, 1885. análise sendo realizada sequencialmente
Assim sendo, seria necessário a à mesma. Vestígios como pegadas,
realização de escarificações de solo, auxiliaram na identificação de espécies
com muito cuidado, buscando examinar, presentes na área de estudo.

Tabela 5. Aves observadas e identificadas no Mato do Júlio. O asterisco assinala as espécies


exóticas (naturalizadas). Permanência na região: R = residente; M = migratória.

Permanência
Família Espécie Popular
na região
Rostrhamus sociabilis Gavião-
Accipitridae Vigors, 1824 M
(Vieillot, 1817) caramujeiro
Dendrocygna viduata Marreca-
M
(Linnaeus, 1766) piadeira
Anatidae Leach, 1820
Dendrocygna bicolor Marreca-
M
(Vieillot, 1816) caneleira
Apodidae Olphe-Galliard, Chaetura meridionalis Andorinha-do-
M
1887 Hellmayr, 19071 temporal
Ardea cocoi Linnaeus,
Garça-moura M
1766
Egretta thula (Molina, Garça-branca-
Ardeidae Leach, 1820 R
1782) pequena
Nycticorax nycticorax Socó-
R
(Linnaeus, 1758) dorminhoco
Hydropsalis torquata
Caprimulgidae Vigors, 1825 Bacurau R
(Gmelin, 1789)
Coragyps atratus Urubu-da-
Cathartidae Lafresnaye, 1839 R
(Bechstein, 1793) cabeça-preta
Vanellus chilensis
Charadriidae Leach, 1820 Quero-quero R
(Molina, 1782)
Mycteria
Ciconiidae Sundevall, 1836 americana Linnaeus, Cabeça-seca M
1758
Leptotila verreauxi
Juriti R
Bonaparte, 1855
Columbina picui
Rolinha-picuí R
Columbidae Leach, 1820 (Temminck, 1813)
Columbina talpacoti
Rolinha-roxa R
(Temminck, 1810)
Columba livia Gmelin, Pombo- R

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17892 doméstico*
Penelope
Cracidae Rafinesque, 1815 obscura Temminck, 1815 Arapuã R

Piaya cayana Linnaeus,


Alma-de-gato R
1766
Guira guira (Gmelin,
Cuculidae Leach, 1820 Anu-branco R
1788)
Crotophaga ani
Anú-preto R
Linnaeus, 1758
Estrilda astrild
Estrildidae Bonaparte, 1850 Bico-de-lacre* R
(Linnaeus, 1758)
Milvago chimango
Chimango M
(Vieillot, 1816) 2
Caracara plancus Gavião-
Falconidae Leach, 1820 M
(Miller, 1777)3 caracará
Falco sparverius
Quiriquiri M
Linnaeus, 1758
Spinus magellanicus Pintassilgo-de-
Fringillidae Leach, 1820 R
(Vieillot, 1805)4 cabeça-preta
Cranioleuca obsoleta Arredio-
R
(Reichenbach, 1853) oliváceo
Furnariidae Gray, 1840
Furnarius rufus (Gmelin,
João-de-barro R
1788)
Progne tapera Linnaeus, Andorinha-do-
M
17665 campo
Hirundinidae Rafinesque, 1815 Andorinha-
Pygochelidon cyanoleuca
pequena-de- M
Vieillot, 18176
casa
Agelaioides badius
Asa-de-telha R
(Vieillot, 1819)6
Chrysomus ruficapillus
Icteridae Vigors, 1825 Garibaldi R
(Vieillot, 1819)6
Molothrus bonariensis Vira-bosta /
R
(Gmelin, 1789) Chopim
Jacanidae Chenu & Des Murs, Jacana jacana (Linnaeus,
Jaçanã R
1854 1766)
Mimus saturninus Sabiá-do-
Mimidae Bonaparte, 1853 R
(Lichtenstein, 1823) campo
Buteo magnirostris
Pandionidae Bonaparte, 1854 Gavião-carijó M
(Gmelin, 1788)
Parulidae Wetmore, Setophaga pitiayumi
Mariquita R
Friedmann, Lincoln, Miller, (Vieillot, 1817)6
Peters, van Rossem, Van Tyne Geothlypis aequinoctialis
Pia-cobra R
& Zimmer 1947 (Gmelin, 1789)
Passer domesticus
Pardal* R
Passerellidae Cabanis & Heine, (Linnaeus, 1758) 2
1850 Zonotrichia capensis
Tico-tico R
(Statius-Müller, 1776)
Campephilus Pica-pau-do-
melanoleucos (Gmelin, topete- R
Picidae Leach, 1820
1788)6 vermelho
Colaptes melanochloros Pica-pau- R

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(Gmelin, 1788) verde-barrado


Myiopsitta monachus
Psittacidae Rafinesque, 1815 Caturrita R
(Boddaert, 1783)
Pardirallus
Saracura-do-
sanguinolentus R
banhado
Rallidae Rafinesque, 1815 (Swainson, 1838)
Gallinula chloropus
Galinhola R
(Linnaeus, 1758)7
Stephanophorus
diadematus (Temminck, Sanhaco-frade R
1823)
Sicalis flaveola Canário-da-
R
(Linnaeus, 1766) terra
Coryphospingus
Tico-tico-rei /
cucullatus (Statius R
Cravina
Muller, 1776)
Coereba flaveola
Cambacica R
(Linnaeus, 1758)
Thraupidae Cabanis, 1847
Paroaria coronata
Cardeal R
(Miller, 1776)
Thraupis sayaca Sanhaçu-
M
(Linnaeus, 1766) cinzento
Pipraeidea bonariensis Sanhaçu-papa-
M
(Gmelin, 1789)8 laranja
Sporophila caerulescens
Coleirinho R
(Vieillot, 1823)
Poospiza lateralis
Quete R
(Nordmann, 1835)
Phimosus infuscatus Maçarico-de-
M
(Lichtenstein, 1823) cara-pelada
Threskiornithidae Poche, 1904
Plegadis chihi (Vieillot, Maçarico-
R
1817) preto
Nothura maculosa Perdiz ou
Tinamidae Gray, 1840 M
(Temminck, 1815) codorna
Heliomaster furcifer
Trochilidae Vigors, 1825 Beija-flor R
(Shaw, 1812)
Troglodytes musculus
Troglodytidae Swainson, 1831 Corruíra R
Naumann, 1823
Turdus rufiventris Sabiá-
R
Vieillot, 1818 laranjeira
Turdidae Rafinesque, 1815
Turdus amaurochalinus
Sabiá-poca R
Cabanis, 1850
Tyrannus melancholicus
Suiriri R
Vieillot, 1819
Tyrannus savana Daudin,
Tesourinha R
1802
Tyrannidae Vigors, 1825
Pitangus sulphuratus
Bem-te-vi R
(Linnaeus, 1766)
Xolmis irupero (Vieillot,
Noivinha R
1823)
Athene cunicularia Coruja-
Tytonidae Mathews, 1912 R
(Molina, 1782) buraqueira
* Espécies exóticas, aclimatadas em especial, ao ambiente urbano.

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1
Historicamente tratada como Chaetura meridionalis Hellmayr, 1907.
2
Aceita como pertencente à avifauna brasileira, na condição de espécie introduzida, visto ter
estabelecido populações estáveis e autossustentáveis.
3
A rejeição do gênero Polyborus em favor de Caracara é defendida por Banks e Dove (1992),
que demonstraram que o primeiro nome foi originalmente aplicado a uma forma de identidade
incerta, assim propondo sua substituição pelo segundo nome apresentado.
4
Piacentini et al. (2015) assumiram a transferência de Sporagra magellanica (Vieillot, 1805)
para o gênero Spinus Koch, 1816, com isto recebendo a denominação de Spinus magellanicus
(Vieillot, 1805). Bencke (2001) não referencia esta espécie e nenhum dos dois nomes citados.
5
Seguindo a linha de Bencke (2001), o gênero Phaeoprogne é aqui incorporado em Progne de
acordo com os resultados de análises de hibridização de DNA conduzidos por Sheldon e
Winkler (1993).
6
Bencke (2001) não referencia estas espécies.
7
Gallinula chloropus (Linnaeus, 1758) e G. galeata (Lichtenstein, 1818) foram previamente
agrupados como G. chloropus seguindo Sibley e Monroe (1990). Bencke (2001) reconhece esta
espécie.
8
Possui Thraupis bonariensis (Gmelin, 1789) como sinonímia, nome assumido por Bencke
(2001).

Das espécies de aves encontradas neste Didelphis albiventris (Lund, 1840); e


trabalho nenhuma delas está enquadrada mediante captura, registrada a efetiva
na lista de espécies ameaçadas de presença de Myocastor coypus (Molina,
extinção do Rio Grande do Sul. 1782) (fig. 6). Foram realizados
No que tange a mamíferos (Mammalia) registros de indícios (figura 5A-D) e
foram observados indícios relativos a coletados depoimentos de ocorrência
presença efetiva de apenas três espécies, das demais espécies registradas na
sendo Cavia aperea (Erxleben, 1777) e Tabela 6.

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(Fonte: banco de imagens do autor sênior)


Figura 5. Excrementos encontrados no local: A-B) presença de sementes e coloração arroxeada,
ausência perceptível de ácido úrico; C-D) já seco, com aspectos compatíveis com os de
canídeos, sugerindo associação com Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766).

Tabela 6. Mamíferos (silvestres) catalogados para o Mato do Júlio. Status ambiental, consonante
ao Decreto Nº 51.797/2014: CR = Criticamente em perigo; EP = Em perigo; VU = Vulnerável;
NA = Não avaliada.

Status
Família Espécie Popular
Ambiental
Canidae Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766) Graxaim
Capromydae Myocastor coypus (Molina, 1782) Ratão-do-banhado
Caviidae Cavia aperea Erxleben, 1777 Preá
EP
Ctenomydae Ctenomys lami Freitas, 20011 Tuco-tuco
B1ab(i,ii,iii,iv)2
Dasypus aff. novemcinctus
Dasypodidae Tatu
(Linnaeus, 1758)
Gambá-de-orelha-
Didelphidae Didelphis albiventris Lund, 1841
branca
Kannabateomys amblyonyx Rato-das-
Echimyidae NA
(Wagner, 1845) taquareiras
Coendou (Sphiggurus) spinosus
Erethizontidae Ouriço
(Lichtenstein, 1818)
Tadarida brasiliensis (I. Geoffroy,
Molossidae Morcego
1824)
Mustelidae Galictis cuja (Molina, 1782) Furão NA
1
Listado como vulnerável porque a sua área de ocorrência é inferior a 20.000 km², sendo
conhecidos menos de 5 locais de ocorrência, com a extensão e qualidade do seu habitat
encontrando-se em declínio, especialmente pelas atividades agropastoris.
2
Critérios de avaliação definidos pela União Internacional para a Conservação da Natureza –
UICN, sendo: B1. Extensão de ocorrência; (a) severamente fragmentado, ou número de
localidades; (b) declínio continuado em um dos itens: (i) extensão de ocorrência; (ii) área de
ocupação; (iii) área, extensão e/ou qualidade do habitat; (iv) número de localidades ou
subpopulações.

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(Fonte: banco de imagens da autora júnior)


Figura 6. Exemplar de Ratão-do-banhado, Myocastor coypus (Molina, 1782), capturado na área
com uso de rede tipo tarrafa. O espécime sofreu a perda da cauda, apresentando uma vértebra
caudal exposta - indicada pelo círculo branco – denotando comportamento de animal
significativamente debilitado; em decorrência disto, antes de sua soltura aplicou-se, de forma
subcutânea, 2 ml de Terramicina e 5 ml de Modificador Orgânico.

Ao se comparar a fauna observada na o fluxo gênico de fauna e flora,


área, com a de outras localidades, proteger o solo e assegurar o bem-
percebe-se que se trata de espécies com estar das populações humanas;
ampla ocorrência espacial no entorno, [...]
com expansão para outras áreas do XXV - áreas úmidas: pantanais e
superfícies terrestres cobertas
estado, e mesmo do país. de forma periódica por águas ,
Outrossim, embora não se tenha cobertas originalmente por
realizado estudo específico, mas, florestas ou outras formas de
pautados nos diversos estudos a respeito vegetação adaptadas à
de fauna urbana, é significativamente inundação;
provável que haja a ocorrência de fauna Art. 4º Considera-se Área de
sinantrópica nas áreas de interface do Preservação Permanente, em
processo urbano com a área do mato do zonas rurais ou urbanas, para os
Júlio. efeitos desta Lei:
I - as faixas marginais de
Análise e ponderações ecológicas qualquer curso d’água natural
perene e intermitente, excluídos
os efêmeros, desde a borda da
Assim, dispõe o Código Florestal calha do leito regular, em
Brasileiro - Lei Nº 12.651, de 25 de largura mínima de:
maio de 2012: a) 30 (trinta) metros, para os
Art. 3º Para os efeitos desta Lei, cursos d’água de menos de 10
entende-se por: (dez) metros de largura;
II - Área de Preservação Permanente b) 50 (cinquenta) metros, para
- APP: área protegida, coberta ou não os cursos d’água que tenham de
por vegetação nativa, com a função 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros
ambiental de preservar os recursos de largura;
hídricos, a paisagem, a estabilidade [...]
geológica e a biodiversidade, facilitar III - as áreas no entorno dos

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reservatórios d’água artificiais, obrigatório do Conselho Municipal


decorrentes de barramento ou do Meio Ambiente.
represamento de cursos d’água Parágrafo Único - A arborização
naturais, na faixa definida na licença atingirá toda a região,
ambiental do empreendimento; compreendendo as espécies
necessárias ao projeto, bem
Estabelece o Código Florestal do RS - como reflorestamento das
Lei Nº 9.519, de 21 de janeiro de 1992, espécies destruídas.
extrai-se que: Art. 198. Todos os banhados
Art. 31 - Ficam proibidos a coleta, a costeiros e interiores serão
industrialização, o comércio e o conservados, garantindo ao rio e
transporte do xaxim (Dickisonia demais cursos d’água a ocupação
sellowiana) proveniente de floresta livre e natural de seus leitos maiores
nativa. e de suas áreas de inundação
Art. 35 - O órgão florestal periódica, ficando proibida a
competente deverá proibir ou limitar drenagem, aterro, alagamento ou
o corte das espécies vegetais qualquer alteração da configuração
consideradas em via de extinção, original, permitindo-se apenas a
raras ou endêmicas, delimitando as exploração econômica através de
áreas compreendidas no ato. manejo sustentável.
Art. 36 - Qualquer árvore poderá ser
declarada imune de corte por ato do Na região central do açude grande,
Poder Público, ouvido o órgão encontra-se o que parece ser uma ilha
florestal competente, por motivo de que se conecta à margem Sul quando o
sua localização, raridade, beleza, nível da água baixa. Porém, o fator mais
importância científica ou interesse importante é que, ao se realizar uma
cultural ou histórico. caminhada sobre a mesma, percebe-se
que se trata, na verdade, de um
A Lei Orgânica Municipal se refere à camalotal em estágio avançado, no
vegetação no Capítulo II, artigos 193, objetivo para se tornar uma ilha Stricto
197, 198 da seguinte forma: Sensu. Somente esta pequena área já
Art. 193. As áreas verdes públicas de justificaria todo um conjunto de
conservação são consideradas
estudos, especialmente a respeito de
patrimônio público inalterável, sendo
proibida sua concessão ou cedência,
protoctistas de vida livre.
bem como qualquer atividade de Salutar o registro de alguns raros
empreendimento público ou privado exemplares de Dicksonia sellowiana
que altere ou danifique as suas Hook. (fig. 7), haja vista que a espécie,
características naturais. não contava com registros para o
Art. 197. Em todos os projetos de município de Cachoeirinha. É
loteamento deverá ser previsto um considerada espécie em perigo pela
projeto de arborização da área Portaria Nº 37-N/1992, do IBAMA.
loteada sob responsabilidade do
loteador, com acompanhamento

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(Fonte: banco de imagens do autor sênior)


Figura 7. Exemplares de Dicksonia sellowiana Hook. observados em área do Mato do Júlio,
nas coordenadas S 29º57.282’ W 051º05.399’.

A região de estudo apresenta vegetação No particular da área correspondente à


características das formações pioneiras, Gleba 1, evidencia-se que boa parte do
sendo que nas áreas permanentemente terreno tenha sido originalmente
inundadas, inundáveis e de drenagem utilizada com fins agropecuários, o que
deficiente, predominam espécies ainda é evidenciável pelas
aquáticas e higrófilas, como o peculiaridades do terreno e por
pinheirinho d’água (Myriophylum pequenas roças de milho, feijão e aipim
brasiliense Camb.), a soldanela d’água em alguns pontos. A Gleba 2, por outro
(Nymphoides indica (L.) Kuntze), e o lado, não expressa imagem de que tenha
murerê (Salvinia minima Baker), por sido empregada para fins agrícolas,
exemplo. muito embora esteja inserida em região
Em decorrência de seu posicionamento de vocação rizícola, restringindo-se a
geográfico, Cachoeirinha recebe eventual uso pecuário; apesar disto,
influência do bioma Floresta Estacional alerta-se para a ocorrência de moradias
Semidecidual e, como tal, encontram-se que podem representar ocorrência de
representantes de suas espécies na área invasão (fig. 8).
de estudo.

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(Fonte: banco de imagens da autora júnior)


Figura 8. Possível foco de invasão na Gleba 2.

Em boa parte do terreno, em claro uma pastagem. Esse estágio geralmente


processo sucessional inicial, se observa vai até seis anos, podendo em alguns
a presença da denominada capoeirinha casos durar até dez anos em função do
(fig. 9), a qual surge logo após o grau de degradação do solo ou da
abandono de uma área agrícola ou de escassez de sementes.

(Fonte: banco de imagens da autora júnior)


Figura 9. Parte da capoeirinha observável na área da avaliação. A esquerda, grande quantidade
da planta medicinal conhecida como Macela, Achyrocline satureioides (Lam.) DC.

No que tange a áreas de preservação considerando que apresente uma largura


permanente (APP’s) da Gleba 1, média de 10 metros, recomenda-se o
recomenda-se em consonância com a estabelecimento de uma faixa com 50
Lei Federal Nº 12.651/2012, considerar metros (Art. 4º, Inc. I, alínea “b”) em
uma área de preservação ao redor do ambas as margens. Quanto à Gleba II,
açude pequeno (S 29º56.819’ e W tem-se como referencial apenas o rio
051º05.270’) de 30 metros (Art. 4º, Inc. Gravataí, com uma largura média (no
II, alínea “b”) a partir da margem, em trecho em que delimita a propriedade)
todo seu entorno; devendo o mesmo de 25 metros, com isto preconizando
padrão ser estabelecido para o açude seja estabelecida uma APP de 50 metros
grande (S 29º56.520’ e W 051º05.10’); (Art. 4º, Inc. I, alínea “b”) na margem
enquanto que, para o arroio Passinhos, direita, partindo, por conseguinte, do rio

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V.S. Torres, V.O.Luz

para o interior da propriedade.

Considerações finais uma espécie exótica (Oreochromis


niloticus (Linnaeus, 1758)) e uma
Estudos que caracterizem, alóctone (Hoplias lacerdae Miranda-
numericamente, os parâmetros da Ribeiro, 1908). No que tange à
biodiversidade deixaram de ser vulnerabilidade da fauna, apenas
realizados em decorrência do exíguo Ctenomys lami Freitas, 2001 encontra-
tempo para as campanhas, se listado como espécie ameaçada.
especialmente em relação à vegetação. Além destes aspectos, fundamental
Estudos sobre a fauna, especialmente, avaliar a região para determinar a
peixes, anfíbios, répteis e aves podem possível presença de Amphisbaena
ser afetados pela sazonalidade, sendo prunicolor Cope, 1885 e/ou A. darwinii
importante a realização de um trachura Cope, 1885, bem como
macroestudo com duração não inferior a ampliar o estudo de fauna,
dois anos, com isto se realizando particularmente, para invertebrados e
campanhas em todas as estações verificar uma maior ocorrência de
climáticas. anfíbios, répteis e mamíferos.
No que tange a flora, foram No que se refere a comunicação entre as
identificadas neste breve estudo, 75 duas glebas, sugere-se a construção de
espécies, das quais, 19 são classificadas tubulações por baixo da BR-290
como exóticas; ainda dentro destas 72 (Freeway) conectando-as e favorecendo
espécies, três possuem status (exótica o fluxo gênico entre metapopulações de
ou nativa) ainda em discussão, sendo fauna, reduzindo, com isto, o número de
Psidium guajava L. Axonopus affinis atropelamentos de animais na área.
Chase Dodonaea viscosa Jacq. Por sua
vez Butia aff. eriospatha (Mart. ex Referências
Drude) Becc. Campomanesia guaviroba
(DC.) e Kiaersk.Cattleya intermedia BACKES, P.; IRGANG, B. Árvores do
Grah. apresentam-se com algum grau de Sul: Guia de Identificação e Interesse
vulnerabilidade. Destaque para a Ecológico. Incertae: Santa Cruz do Sul:
presença de raros exemplares de Instituto Souza Cruz, 2002.
Dicksonia sellowiana Hook., nas BECKER, F. G.; RAMOS, R. A.;
coordenadas S 29º57.282’ W MOURA, L. de A. Biodiversidade.
051º05.399’. Entende-se que este estudo Regiões da Lagoa do Casamento e dos
subestima a flora observada na área, Butiazais de Tapes, planície costeira do
devendo se realizar novas campanhas, Rio Grande do Sul. Série
desta feita, objetivando a realização de Biodiversidade, 25. Brasília: Ministério
um inventário mais amplo e, nesta do Meio Ambiente, 2006.
oportunidade, agregando dados BENCKE, G. A. Lista de referência das
quantitativos que possibilitem apurar aves do Rio Grande do Sul. Porto
uma efetiva diversidade e Alegre: Fundação Zoobotânica do Rio
equitabilidade, dentre outros cálculos Grande do Sul, 2001.
bioestatísticos. BENCKE, G. A.; DIAS, R. A.;
Para fauna, computou-se um total de BUGONI, L.; AGNES, C. E.;
113 espécies, das quais: oito para FONTANA, C. S.; MAURÍCIO, G. N.;
ictiofauna; 32 de herpetofauna MACHADO, D. B. Revisão e
(agrupando anfíbios e répteis); 64 para atualização da lista das aves do Rio
avifauna; e nove para mastofauna. Grande do Sul, Brasil. Iheringia, Sér.
Dentre as espécies de peixes, presentes Zool., v.100, n.4, p.519-556. 2010.

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