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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

ESCOLA DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

DANIELA ALVES FONSECA


GEOVANA SOLEDADE DE JESUS
MARIA TERESA PEREIRA PAIXAO
RENATO DA SILVA BASTOS

RESUMOS:
CASTRO e SANTOS (2007), CUENCA et al. (2008, 2009), PALETTA e PRADO
(2016), PACKER (2005)

Belo Horizonte
2022
DANIELA ALVES FONSECA
GEOVANA SOLEDADE DE JESUS
MARIA TERESA PEREIRA PAIXAO
RENATO DA SILVA BASTOS

RESUMOS:
CASTRO e SANTOS (2007), CUENCA et al. (2008, 2009), PALETTA e PRADO
(2016), PACKER (2005)

Trabalho apresentado na disciplina


Bibliotecas, Arquivos e Museus Digitais, da
Escola de Ciência da Informação (ECI), da
Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG).
Professora: Janete Fernandes Silva.

Belo Horizonte
2022
Resumo dos artigos:

I. CASTRO, Fabiano Ferreira de; SANTOS, Plácida Leopoldina V. A. da Costa.


Os Metadados como Instrumentos Tecnológicos na Padronização e
Potencialização dos Recursos Informacionais no Âmbito das Bibliotecas
Digitais na Era da Web Semântica. Informação & Sociedade: Estudos, João
Pessoa, v.17, n.2, p.13-19, maio/ago. 2007.

II. CUENCA, Angela Maria Belloni; ABDALLA, Eidi Raquel Franco; ALVAREZ,
Maria do Carmo Avamilano; ANDRADE, Maria Teresinha Dias de. Biblioteca
virtual e o acesso às informações científicas e acadêmicas. Revista USP, São
Paulo, n.80, p.72-83, dez./fev., 2008-2009.

III. PALETTA, Francisco Carlos; PRADO, Ana Carolina Rodrigues do. A


Biblioteca Digital da Perspectiva do Usuário da Informação. Biblionline, João
Pessoa, v.12, n.3, p. 238-248, jul./set., 2016.

IV. PACKER, Abel Laerte. A construção coletiva da Biblioteca Virtual em Saúde.


Interface - Comunic., Saúde, Educ., v.9, n.17, p.249-72, mar./ago., 2005.
Resumo I

O presente artigo denominado de “Os Metadados como Instrumentos Tecnológicos


na Padronização e Potencialização dos Recursos Informacionais no Âmbito das
Bibliotecas Digitais na Era da Web Semântica”, dos autores Castro e Santos (2007),
publicado na Revista Informação & Sociedade: Estudos, pretende analisar a relação
dos metadados como meio de padronização e potencialização dos recursos
informacionais nas bibliotecas digitais na atual era (da Web Semântica). Para isso,
dividiu o artigo em quatro seções, para a construção de seu argumento, sendo elas:
a introdução; algumas considerações sobre as bibliotecas digitais; uma abordagem
sobre os metadados nas bibliotecas digitais e, por fim, as considerações finais.

Portanto, na primeira seção, contextualiza o assunto que tratará no artigo e sua


relevância. Assim, a expansão das Tecnologias da Informação e da Comunicação
(TICs), proporcionou também o crescimento das bibliotecas digitais disponibilizadas
na Web. As bibliotecas digitais nasceram sem as restrições de tempo e espaço que
existem nas bibliotecas tradicionais. Também destaca a importância da
padronização dos metadados para tornar a recuperação da informação mais eficaz
no contexto da Web Semântica.

Na segunda seção, trouxe um breve histórico sobre o surgimento das bibliotecas


digitais. Para o autor, as bibliotecas tradicionais sempre utilizaram da tecnologia da
informação disponível para cada época, com a expansão da rede e seus recursos
tecnológicos, as bibliotecas ampliaram seu acesso e os tipos de formatos
disponíveis para seus usuários. Portanto, a evolução da TICs, modificou todos os
processos contidos nas unidades de informação, no que tange, a seleção, a
organização, o tratamento, a disponibilidade, o uso, o controle, o armazenamento e
a preservação da informação. A padronização de metadados neste ambiente,
tornou-se ainda mais necessária, já que facilitariam a organização e a recuperação
dessas informações, assim, ajudaria tanto na parte que cabe ao profissional da
informação, quanto da parte dos usuários, neste universo imenso de informações
que as tecnologias proporcionam.
Na terceira seção, disserta sobre os metadados e seu papel primordial na
construção e manutenção das bibliotecas digitais. Os metadados, segundo o autor,
fazem parte da representação dos documentos, assim, possuem como o objetivo
principal a descrição sobre os documentos, visando facilitar a recuperação da
informação na Web Semântica (tanto do usuário, quanto como fonte de
“aprendizagem” das máquinas). Neste contexto, surgiram as ontologias. A Web
Semântica possui várias camadas (os metadados estão nas camadas mais baixas) e
o autor a representa com sua arquitetura. Portanto, os metadados e sua
padronização são elementos essenciais utilizados no âmbito dos processos nas
bibliotecas digitais.

Por fim, concluiu-se que as bibliotecas digitais (e também para a Web como um
todo) estão relacionadas aos metadados, como forma de padronização da
representação desse conteúdo e na recuperação desta informação pelos usuários.

Palavras-chave: Bibliotecas Digitais; Biblioteconomia; Web Semântica; Metadados;


representação descritiva.
Resumo II

O presente artigo inicia abordando sobre a realidade das bibliotecas tradicionais que
constroem conteúdos digitais para acesso via internet, por isso são identificadas
como híbridas. Essas bibliotecas são caracterizadas por organizar e disponibilizar o
acervo de forma física e digital, e utilizam recursos informacionais eletrônicos, como
bases de dados bibliográficas e catálogos online paralelos à manutenção e
tratamento das coleções impressas. Esses serviços tradicionais de tratamento
tiveram desenvolvimento rápido para o online: o fichário se transformou em catálogo
online, o empréstimo pode ser feito reserva via internet, entre outros.

O autor do texto introduz a discussão sobre biblioteca digital, eletrônica e virtual que
está longe de encontrar um consenso na área. O termo utilizado para identificar uma
biblioteca que possui acervo digital, recursos de acesso à informação e serviços
online é chamado de biblioteca virtual, pelo menos na área da saúde onde a
biblioteca está inserida.

A biblioteca virtual possui várias vantagens, dentre elas: o acesso em qualquer lugar,
a rapidez do acesso à informação, informação de qualidade de fácil acesso, ótima
busca bibliográfica a partir de diversas bases de dados, acesso gratuito e ilimitado a
um número maior de usuários por vez e preservação das coleções físicas. Diante de
todas essas vantagens vemos que a biblioteca virtual veio para ficar, porém ao
decidir sobre a construção da biblioteca virtual, a biblioteca tradicional deve estar
atenta às necessidades da sua comunidade, as mudanças de busca do seu usuário
e ter como meta de ampliar seus serviços para melhorar a produtividade do usuário.

O autor utiliza como exemplo a Biblioteca da Faculdade de Saúde Pública da USP,


hoje Biblioteca CIR (Centro de Informação e Referência em Saúde Pública) que foi
criada em 1918 e possui prédio próprio com ambientes abertos, onde o usuário se
integra à equipe da biblioteca permitindo a integração voltada ao usuário. Para
alcançarem esse modelo tiveram diversas mudanças, como: instalação de rede de
computadores, criação da homepage da biblioteca com links e informações,
mudança de prédio com mais infraestrutura, criação de uma Biblioteca virtual da
saúde e a criação da intranet que a biblioteca ficava disponível todos os dias.
Com a Internet e suas facilidades, a biblioteca tradicional começou a identificar
mudanças comportamentais nos seus usuários, como as solicitações de cópias para
o envio online, que identificou a necessidade da introdução de computadores e da
internet. Em consequência a essas tecnologias, o usuário começou a buscar mais
sobre os livros online, conteúdos de sites, artigos completos online que resultaram
em maiores oportunidades, melhorias e criação de novos serviços nas bibliotecas.

O autor cita sobre a gestão das bibliotecas virtuais que exigem a disponibilização de
serviços de acesso à informação e ao usuário remoto tendo como foco a garantia do
acesso, capacitação da equipe e administração de recursos e materiais humanos
que são função da própria biblioteca. Outra dificuldade abordada é a falta de
bibliotecários especializados, já que a capacitação desses profissionais demora, em
média, 1 ano.

Por fim, o autor comenta sobre a função das equipes de bibliotecários de controlar
as exigências de seus usuários e de dar conta de todo o material novo e antigo.
Cada vez mais haverá necessidade de gerenciamento das informações e gestão de
softwares. E também fala que o excesso de informação não-científica na internet
leva a resistência das bibliotecas virtuais, já que o usuário perde tempo com
matérias sem credibilidade e refinamentos de busca e começa a procurar nas
bibliotecas.

Os próximos anos serão períodos de mais mudanças nas bibliotecas e nos usuários.
O grande desafio será utilizar os recursos virtuais para suprir as necessidades de
comunicação da comunidade científica que fica mais exigente quanto às buscas
bibliográficas e as respostas simultâneas. Nessa fase de incertezas, devem
permanecer as regras que garantem a qualidade das bibliotecas acadêmicas.
Resumo llI

Na primeira seção, o autor traz a temática sobre as definições de biblioteca digital.


Já no início é citado que a maioria das definições é fortemente influenciada pela
percepção e pontos de vista de pessoas e organizações diversas. O autor aborda
como se dará o andamento da pesquisa a partir da revisão de literatura, onde serão
descritos estudos de caso realizados em centros de pesquisa internacionais. Ainda
na primeira seção, Atkins(1997) afirma que a biblioteca digital é um ambiente não
centralizado que integra coleções, serviços e pessoas, e que mantém o uso e a
preservação de dados, conhecimento e informações.

Na segunda seção, o autor destaca as características principais que os usuários


buscam na biblioteca digital. De acordo com pesquisa, 42% dos entrevistados
julgaram precisar de ajuda no uso do acervo digital, na maioria das vezes para
busca de itens e recuperação de informação.

Na terceira seção, ao tratar dos serviços de referência virtuais, é colocado que


segundo Arellano (2001, p.7) nenhuma das 184 bibliotecas brasileiras cadastradas
pelo IBICT no GT de bibliotecas virtuais mantém serviço de referência por 24 horas.
Além disso, é destacado que o serviço de referência, nas bibliotecas digitais, é na
maioria dos casos limitados a consultas enviadas por e-mail ou formulários na web.

Na quarta seção, o autor aborda os detalhes que a biblioteca digital deve ter tais
como interface, funcionalidades e conteúdo. Quanto à funcionalidade é destacado,
por exemplo, que o conteúdo dos livros e artigos de uma biblioteca digital deve ser
navegável e que o mecanismo de busca deve levar os usuários diretamente para o
item procurado. Sobre a interface, o autor destaca que a biblioteca digital deve
possuir uma interface visual, com ícones, botões e ter animação.

O conteúdo da biblioteca digital deve permitir que os usuários leiam jornais e tenham
acesso a e-books. É citado também que a biblioteca digital deve disponibilizar
imagens, clipes de música e vídeos. Na sequência, o autor destaca alguns requisitos
colocados como prioridades mais relevantes pelos usuários, são eles: acesso fácil e
rápido à informação; capacidade de familiarizar-se com recursos computacionais da
biblioteca digital; facilitadores para recuperação da informação solicitada. É colocado
que de modo geral os usuários preferem que a informação seja encontrada de forma
fácil e rápida.

Na última seção, as considerações finais, o autor retoma sobre os desafios de


implantação e gestão de acervo da biblioteca digital, bem como sobre a sua
indefinição. Destaca também que o Brasil ainda oferece um serviço de referência
aquém se comparado aos serviços de referência prestados pelos Estados Unidos.
Outro ponto importante é que os usuários estão mais preocupados em conseguir
navegar e encontrar o item desejado do que com aparência e recursos de
navegação da biblioteca digital.
Resumo lV

A reestruturação da comunicação científica

Instaurada em 1998, na 5° Reunião do Sistema Latino-Americano e do Caribe de


Informação em Ciências da Saúde, a biblioteca tinha como compromisso a
construção coletiva de seu acervo. A rede integrada criada pela BVS expandiu a
rede de cooperação, visando suprir as demandas de informações de todos os
sistemas nacionais de pesquisa.

A nova estrutura em formação conduz à convergência dos produtores,


intermediários e usuários de informação no ciberespaço. O que está em curso não é
a simples mudança do suporte papel para o suporte digital, mas um novo modo de
produção do fluxo de informação na comunicação científica, com a emergência de
movimentos para a publicação em acesso aberto e auto arquivamento, que
favorecem o acesso equitativo ao conhecimento científico. Esta restruturação tem
caráter internacional, e vem ao encontro dos objetivos dos programas de
cooperação técnica em informação científica na América Latina e Caribe, liderados
pela BIREME.

Os leitores ou usuários utilizam as bibliotecas e, com a ajuda dos índices ou bases


de dados bibliográficas, localizam as referências bibliográficas e textos que
respondem às suas demandas de informação. Quando a biblioteca não possui a
publicação solicitada, recorre a outras coleções por meio de serviços de localização
e processamento de cópias de documentos. Estrutura clássica da comunicação
científica em suporte papel. Nesta estrutura, a biblioteca, ou suas versões na forma
de centros de documentação ou centros de informação, representa a penúltima
instância de intermediação do texto e os seus usuários.

A biblioteca especializada na cooperação técnica

A biblioteca é a instância que dá sustentação e democratiza o fluxo de informação


ao funcionar como um repositório de publicações organizadas e preservadas para o
seu uso repetido. A função da publicação e da biblioteca pode ser interpretada como
uma extensão da memória do ser humano. Nessa condição, sua origem está
associada à evolução da linguagem e da comunicação, da capacidade do ser
humano em registrar, congelar e escrever a fala.

A biblioteca, em sentido amplo, pode ser entendida como a instância que daria
acesso a todas as publicações. Entretanto, esta perspectiva, embora desejada e
sonhada, é impossível de realizar-se na estrutura clássica da comunicação
científica, pois apresenta limitações intrínsecas que impedem o acesso universal aos
textos e, em particular, aos resultados das pesquisas científicas. Essas limitações
agravaram-se na segunda metade do século XX com o crescimento extraordinário
da pesquisa científica e do número de títulos de periódicos e quantidade de artigos
publicados.

Esta mesma estrutura de comunicação e as limitações a ela inerentes, que impedem


o acesso universal às publicações, repetem-se de modo similar nos processos de
publicação e disseminação de monografias, livros, teses, anais de congresso,
documentos governamentais, legislação, descontadas as características de cada um
destes tipos de literatura científica.
Este foi provavelmente o primeiro serviço online de consulta bibliográfica remota da
América Latina e considerado na época modelo para outros países. Este paradigma,
embora enriquecendo ao máximo a função da biblioteca especializada clássica,
privilegiava os usuários que tinham acesso físico à BIREME e às bibliotecas da rede
com melhor desempenho, considerando a completeza das coleções locais e a
qualidade dos serviços ao usuário

É fácil vislumbrar as dificuldades, complexidades e inconveniências inerentes a este


fluxo de informação. Entretanto, durante décadas atendeu à formação dos
profissionais de saúde da região e às demandas de informação dos pesquisadores,
profissionais, autoridades e gestores.

O centro de informação e serviço de indexação na cooperação técnica

Para modificar esta situação, sabe-se que a publicação de artigos científicos não é
suficiente para a implantação de processo de recuperação e disseminação desta
informação torna-se imprescindível. A BIREME deixa de servir apenas ao fluxo da
literatura internacional e dá início a um longo processo de posicionamento da
pesquisa científica publicada nacionalmente em patamares progressivamente mais
altos de visibilidade e acessibilidade. Este posicionamento conduz a BIREME a
liderar posteriormente a criação e desenvolvimento da base de dados LILACS, e, a
partir de 1997 a rede SCIELO de coleções de periódicos eletrônicos online na
Internet. No mesmo período, a BIREME ampliou o seu escopo temático de modo a
cobrir todas as áreas de ciências da saúde, com ênfase em saúde pública, já com a
perspectiva de promover o fortalecimento e a ampliação das fontes e fluxos de
informação científica e técnica nos serviços nacionais de saúde.

O surgimento do computador de mesa e do software CDS/ISIS da Unesco

A BIREME promoveu oportunamente a descentralização completa da alimentação


da base de dados nas redes nacionais, com o objetivo de registro da memória da
literatura científica, técnica e de divulgação em saúde produzida nos países. Os
registros que obedeciam aos critérios de seleção LILACS eram gravados em
disquetes nos centros cooperantes e enviados por correio à BIREME para ingresso
na base de dados regional.

A questão de visibilidade e acessibilidade dos periódicos da América Latina

A Internet como meio de comunicação científica e técnica representa o novo desafio


programático, organizacional e tecnológico para a cooperação técnica em
informação científica e técnica, liderada pela BIREME. Com a SciELO e a publicação
eletrônica em geral, a cooperação técnica promovida pela BIREME começa a
expandir-se nas instâncias do fluxo da comunicação científica, convergindo, por um
lado, com os editores de periódicos e produtores em geral, e, por outro, com os
usuários que passam a operar e interagir diretamente com os produtos e serviços de
informação. para. Na Internet, o fluxo da informação é conduzido por arquivos e
mensagens digitais, eliminando-se, portanto, a necessidade do transporte físico de
documentos entre as instâncias da comunicação científica clássica em suporte
papel.
Estes arquivos são passíveis de serem criados, modificados e acessados
universalmente desde qualquer lugar, eliminando-se a distância física no processo
de comunicação entre os atores nos diferentes eventos da comunicação científica.
Em consequência, com a Internet, a comunicação científica sofre aceleradamente
uma reestruturação radical, caracterizada pela convergência do trabalho dos atores
no espaço virtual da Internet, disponibilidade dos conteúdos na Internet para acesso
universal e um alto grau de simultaneidade entre os eventos. Em resumo, emerge
uma nova estrutura de comunicação científica e técnica, na qual os eventos de
escrever e submeter o manuscrito, sua revisão por pares e, quando aprovado, sua
edição, publicação, indexação e acesso ocorrem todos nesse mesmo espaço, com
um alto grau de simultaneidade dos eventos. Reestruturação da comunicação
científica na internet.

Esta experiência pioneira em serviço público online foi essencial para promover o
acesso para as instituições brasileiras conectadas na RENPAC e principalmente
para desenvolver a capacidade da BIREME na gestão e operação de serviços que
se tornaram prioritários com o surgimento e a consolidação da Internet. Em 1988 foi
disponibilizado, pela primeira vez, serviço de acesso virtual através da Internet,
utilizando inicialmente o protocolo telnet. A partir de 1988, houve um avanço
sistemático no uso da Internet, com a operação do primeiro site da BIREME em
1994. O avanço da Internet em todo o mundo e, em particular, seu uso progressivo
na operação de fontes e fluxos de informação na BIREME, contribuíram
decisivamente para o lançamento da BVS em 1998, como o novo modelo de
cooperação técnica da BIREME. Pela primeira vez se abriu a possibilidade real da
produção científica produzida nos periódicos nacionais possuir indicadores
numéricos atualizados para sua avaliação, complementando, assim, os indicadores
internacionais.

O paradigma da Biblioteca Virtual em Saúde

A Internet passa a ser o meio de produção e operação da comunicação científica,


superando as limitações causadas pela distância física entre os atores, o transporte
físico de documentos entre eles, bem como as restrições de horário de
funcionamento das instituições, particularmente das bibliotecas. Este movimento
envolve não somente os fluxos de informação e de trabalho em torno aos periódicos
científicos, mas abarca também os diferentes tipos de comunicação e documentação
científica e técnica, assim como informações factuais e multimídias. Esta expansão é
uma mudança transcendental, pois a BVS passa a ser ao mesmo tempo produto e
produtora na nova estrutura de comunicação científica em saúde na América Latina
e Caribe. Daí ser uma das características-chave projetadas no seu desenvolvimento
constituir-se em espaço de referência para a informação e conhecimento em saúde,
com controle de qualidade.

Essas incluem qualquer recurso que responda a uma necessidade de informação,


produtos, serviços e eventos. Esta conformação da BVS é explicitada para o campo
operacional por um modelo de gestão e um marco de trabalho, tendo por um lado o
ser humano e por outro o resultado da sua ação registrado, armazenado, escrito e
comunicado na BVS, que funciona como memória externa, de caráter coletivo. Por
um lado, visa desenvolver a capacidade dos produtores, intermediários e usuários
no tratamento de fontes de informação em formato digital em rede. Por outro lado, o
modelo pretende aumentar a quantidade e aperfeiçoar a qualidade dos conteúdos
das fontes de informação e seu funcionamento efetivo na resposta a demandas de
informação nos diferentes contextos.

A cooperação técnica entre os países e entre as suas instituições e usuários, com


apoio internacional da BIREME/OPAS/ OMS, é naturalmente o meio e a estratégia
requerida para aperfeiçoar o modelo conceitual e operacional, fortalecendo e
ampliando nestas áreas estratégicas as capacidades dos países da região. O
mesmo acontece com um curriculum de investigador na Plataforma Lattes com links
com outras fontes de informação. Esta interoperação, quando maximizada, lembra
um fenômeno da ressonância por meio dos fluxos crescentes de informação entre os
nós das redes. Para tanto, a BVS é necessariamente construída como um espaço
coletivo e de domínio público com gerenciamento e lideranças compartilhadas.

A gestão da rede de produtores, intermediários e usuários da BVS


Os princípios acima regem a cooperação técnica entre instituições e em nada
interferem na sua gestão e operação interna e tampouco em suas políticas,
procedimentos e idiossincrasias em gestão de informação. Estão orientados para
assegurar o desenvolvimento cooperativo de produtos, serviços e eventos de
informação que ultrapassam a instituição embora com a sua inserção na rede de
divisão do trabalho e compartilhamento de recursos. Entretanto, como se analisará
em seguida, a adoção do novo paradigma de informação e comunicação
internamente implica em mudanças significativas no modus operandi interno das
organizações. Estas reuniões presenciais fortalecem a apropriação da BVS por parte
das instituições nacionais como espaço coletivo de cooperação e contribuem para o
aperfeiçoamento do modelo conceitual e operacional de gestão em rede de fontes e
fluxos de informação.

Ainda no âmbito regional, os programas de cooperação técnica da OPAS em áreas


temáticas têm promovido a inserção progressiva das suas redes na BVS, como por
exemplo, meio ambiente, adolescência, pesquisa científica etc. As áreas temáticas
são gerenciadas no espaço da BVS como redes específicas, considerando as
fortalezas e afinidades existentes entre instituições, pesquisadores e profissionais na
gestão das fontes e fluxos de informação.
A BVS significa a possibilidade concreta de promover e fortalecer a inclusão das
instituições e indivíduos na gestão em rede das suas fontes e fluxos de informação.

A segunda dimensão das redes operadas segundo o modelo da Biblioteca

Nesses dois moldes a BVS registra, armazena, indexa, preserva e disponibiliza


informação por meio de produtos, serviços e eventos denominados genericamente
de fontes de informação. Quando essas fontes são acessadas, em qualquer estágio
do seu desenvolvimento, a informação é comunicada para os usuários ou para
outras fontes de informação, num processo que produz e mantém os fluxos de
informação.

O objetivo da gestão das fontes e fluxos de informação na BVS é maximizar, por um


lado, a sua coleta, registro e organização, e, por outro, o uso da informação nos
processos de decisão e nas atividades relacionadas com a saúde coletiva e
individual. Então, como programa de cooperação técnica, a BVS deverá contribuir
para que a informação e o conhecimento de distintas naturezas venham a permear
os diferentes contextos nos sistemas nacionais de pesquisa, educação e atenção à
saúde. O desafio que se apresenta é tornar sustentáveis estes fluxos locais de
informação. Como se percebe na gestão das redes de instituições, esta condição é
alcançada quando as instituições passam a operar na rede as suas fontes e fluxos
de informação relacionadas com a sua função e objetivos.

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