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A VISIBILIDADE DAS BIBLIOTECAS PÚBLICAS

NA WEB:ACESSO E DISPONIBILIDADE DE
INFORMAÇÃO

MANUELINA DE FÁTIMA FILGUEIRAS DA SILVA

João Pessoa – PB
UFPB-2011
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS -CCSA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO – DCI
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA – PRPG

A disponibilização desta obra naInternet é uma atividade do:


PROJETO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA: INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO
NAS NUVENS

Coordenador/Orientador: Prof. Dr. Wagner Junqueira de Araújo


Co-Orientadoras: Prof. Dr. Isa Maria Freire
Profa. Ms. Maria Meriane Vieira Rocha
Pofa. Ms. Julianne Teixeira e Silva

Equipe: Victor Luiz Campos da Costa


Wendy-Anna Albuquerque Lopes
Sanderli Jose da Silva

Este documento e resultado do Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal da
Paraíba como requisito para obtenção do título de Bacharel em
Biblioteconomia.

O conteúdo desta obra é de responsabilidade de seus autores. Sua


publicação na Web foi expressamente autorizada para fins deste projeto É
permitido que outros adaptem e utilizem seu conteúdo noutras obras, para
fins não comerciais, devendo atribuir o devido crédito aos seus autores.

Publicações Eletrônicas: LTI - Laboratório de Tecnologias


Intelectuais
http://dci.ccsa.ufpb.br/lti/
S586v Silva, Manuelina de Fátima Filgueiras da.

A VISIBILIDADE DAS BIBLIOTECAS PÚBLICAS NA


WEB: acesso e disponibilidade de informação / Manuelina
de Fátima Filgueiras da Silva. – João Pessoa, PB: [s.n],
2011.

42f.

Monografia (Graduação) – Universidade federal da


Paraíba (UFPB) - Curso de Biblioteconomia, 2011.

1. Biblioteca pública. 2. Biblioteca digital. 3.


Visibilidade. I. Título.

CDU 027.3/.4
AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, pelo dom da vida e por estar presente sempre em todos os
momentos de minha vida, dando-me sabedoria e discernimento.
A minha mãe Ivanice, meu irmão Sandro, minha cunhada Aurinete, meus filhos César e
Gaby, meus sobrinhos João e Alessandro, a meus primos Jane, Elimar, Tony, Márcia,
d’Arc, Line, Elaine, Tessio, Bruno, July, Alanna, Lielia e a minha afilhada Nanda, a
meu tio Josemar que sempre me incentivou, a minha tia Ivete (in memória) e
especialmente a Aldrin que me deu forças para terminar meu trabalho de conclusão de
curso.
A minha orientadora Profa. Jemima Marques de Oliveira que sem ela não teria

conseguido terminar este trabalho.


Ao meu supervisor de estágio e coordenador da implantação da Biblioteca Pública
Municipal de João Pessoa/PB Marcos Paulo Farias Rodrigues que esteve sempre
presente nos orientando e auxiliando nas pesquisas tornando possível a realização deste
trabalho.
A Karla, graça, Ana e Susi por ter tido paciência o estágio supervisionado na biblioteca
do CCHLA.
Aos meus colegas e amigos que acompanharam ao longo do curso as dificuldades e
realizações, em especial aos que fizeram parte da equipe de estagiários da Biblioteca
Pública Municipal de João Pessoa/PB, pelo companheirismo e amizade. Em especial
Jhonattta Pereira, Iran Cavalcanti e José Cesário.
A Josemy Barbosa e Tiago Garcia que estiveram sempre junto a mim nos trabalhos de
equipe durante o curso.
A Ednilson Medeiros e Rogério Marques que me acompanharam durante a construção
do TCC, dia, noite e madrugadas no ambiente da professora Jemima Marques.
A minha Amiga Márcia Teodózio que esteve presente em todos os momentos difíceis e
prazerosos durante todo o curso.
A todos os professores do curso de Biblioteconomia que contribuíram para o meu
crescimento intelectual e profissional. Em especial a professora Meiriane que me
incentivou e mostrou o melhor caminho a seguir.
Por fim, a todos aqueles que de alguma forma participaram dessa jornada.
RESUMO

Construir uma biblioteca digital envolve coleções de documentos em vários formatos, mídia e
conteúdo, associado a isso, componentes de hardwares e softwares que operam em conjunto
através de diferentes formatos de dados, com diferentes objetivos, política e cultura. Este
trabalho se propõe a analisar a visibilidade das bibliotecas públicas na web, a percepção da
existência da interface hipertextual na difícil tarefa de representação do conhecimento e de
como ela pode ser realizada. Os usuários dos acervos e serviços de uma biblioteca tradicional
sentem a necessidade de uma disponibilização de serviços e acervos online. A emergência das
Bibliotecas Virtuais, de plataformas com capacidade de abrigar diferentes formatos digitais e
a democratização do acesso a internet e do uso do computador podem contribuir sobremaneira
para levar a biblioteca pública com seu acervo e serviços não só aos usuários locais. Essa
possibilidade vislumbrada pela Ciência da Informação impõe então pensar a Gestão da
biblioteca presencial e sua inserção no mundo virtual – web – levando a necessidade de uma
nova capacitação profissional para gestão dessas unidades, agora com o olhar para a
Arquitetura da Informação visando o acondicionamento de conteúdos e a tática de navegação
adequada ao uso de bibliotecas com o intuito de que venham a ser também digitais

Palavras chaves: Biblioteca Pública. Biblioteca digital. Visibilidade.


ABSTRACT

To construct a digital library involves document collections in some formats, media and
content, associate to this, component of hardwares and softwares that they operate in set
through different formats of data, with different objectives, politics and culture. This work if
considers to analyze the visibility of the public libraries in web, the perception of the
existence of the hipertextual interface in the difficult task of representation of the knowledge
and of as it can be carried through. The users of the quantities and services of a traditional
library feel the necessity of a disponibilização of services and quantities online. The
emergency of the Virtual Libraries, platforms with capacity to shelter different digital formats
and the democratization of the access the Internet and the use of the computer can contribute
excessively to take the public library with its quantity and services not only to the local users.
This possibility glimpsed for the Science of the Information imposes then to think the
Management of the actual library and its insertion about the virtual world - web - taking the
necessity of a new professional qualification for management of these units, now with the
look for the Architecture of the Information aiming at the preservation of contents and the
tactics of adequate navigation to the use of libraries with the intention of that they also come
to be digital

Key Words: Public library. Digital library. Visibility


"Nenhum lugar proporciona uma prova mais evidente da vaidade
das esperanças humanas do que uma biblioteca pública."
(Samuel Johnson)
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................08

BIBLIOTECA
22.1 JOÃO PESSOA,
PÚBICA NALEITORA:
CIDADE SOCIEDADE
contexto
DA INFORMAÇÃO...........................10
histórico.........................................15

3 BIBLIOTECA VIRTUAL: bibliotecas sem paredes, livros sem páginas....................17

4 METODOLOGIA .........................................................................................................21

5 ANÁLISE DOS DADOS: Navegando em busca de informação...................................32


6 CONCLUSÃO ...............................................................................................................33

REFERÊNCIA..................................................................................................................35

ANEXOS............................................................................................................................37
9

1 INTRODUÇÃO

Após um longo período sem investimentos em seu desenvolvimento é possível


observar que nos últimos dez anos a Biblioteca Pública passou a ser uma das prioridades do
Estado brasileiro. Se as avaliações sobre os planos e programas implementados desde então
identificam ainda lacunas e o imenso caminho a ser percorrido para que atinjamos a oferta de
serviços de qualidade, por outro lado, o investimento governamental só no período de 2001 a
2005 fez avançar em 7,3% o número de municípios onde este equipamento cultural estava
presente (CULTURA em números: anuário de estatísticas culturais.Brasília: Minc,2009.
243p.). Em 2009, segundo o 1º Censo Nacional das Bibliotecas Públicas Municipais, 79%
dos municípios possuíam uma biblioteca aberta, enquanto que em 13% dos casos as
bibliotecas públicas estavam em fase de implementação ou reabrindo e 8% constavam como
fechada ou nunca existiram.
A importância da biblioteca pública, ressaltada na literatura biblioteconômica e da
Ciência da Informação (CI) é reconhecida por legislações internacionais e nacionais e parece
agora ser reconhecida também pelos gestores públicos e pelos demais agentes do livro e da
leitura (educadores, escritores, livreiros) e todos aqueles que entendem ser este o espaço da
transferência de informação democrática e cidadã para a educação e conhecimento da pessoa
humana. A necessidade de ampliar sua presença nos estados e municípios coordenadas por
um sistema funcional constante das resoluções do II CNC e das conferências setoriais do livro
e da leitura e as pesquisas realizadas buscando identificar a real situação destas no Brasil,
refletem a demanda social por essas unidades de informação e apontam para a melhoria das
instalações e dos serviços ofertados por estas, onde existem, como condição essencial para
que venham a cumprir suas funções social e educativa.
Nosso interesse pela temática surgiu da constatação como estagiária do SEDEC - da
PMJP, participando da implantação da Biblioteca Pública Municipal que coordenará um
sistema de bibliotecas públicas e escolares no município de João Pessoa, onde podemos
observar a amplitude de tal ação. Do planejamento dos serviços a serem oferecidos, da
captação e tratamento técnico dos acervos, da construção do espaço, da legalização e criação
dos instrumentos normativos, entre outras atividades. Como concluinte do curso de
Biblioteconomia da UFPB, aprendemos que além dos usuários dos acervos e serviços
tradicionais das bibliotecas presenciais, a emergência da sociedade da informação implica não
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apenas em novos usuários virtuais, mas também na disponibilização de serviços e acervos


online (em linha).
Assim, buscamos nesse estudo, através da literatura e da análise dos dados coletados
online conhecermos a disponibilidade deste tipo de unidade de informação online e os
conteúdos ofertados visando contribuir para o planejamento de sua organização e
funcionamento presencial e virtual. Presencial no que se refere à prioridade de organização
técnica dos conteúdos e virtual quanto aos conteúdos que devem estar disponíveis em uma
Biblioteca Pública de caráter municipal, nos perguntamos qual seria a visibilidade das
bibliotecas públicas brasileiras na web em relação ao acesso e aos conteúdos disponíveis.
Para isso estabelecemos como Objetivo Geral deste estudo: Avaliar o acesso virtual as
bibliotecas públicas brasileiras e conteúdos apresentados para Bibliotecas Públicas online
visando contribuir com o futuro Sistema Municipal de Bibliotecas Públicas da cidade de João
Pessoa. E para que tal avaliação seja possível, buscamos como Objetivos específicos:
a) Identificar a disponibilização de serviços e acervos online
b) Diagnosticar o acesso online as bibliotecas públicas brasileiras
c) Analisar os conteúdos necessários para a informação online de bibliotecas
públicas municipais.

Para compor esse quadro referente ao objeto de nosso estudo e atingir os objetivos
propostos apresentamos no capítulo dois :BIBLIOTECA PÚBLICA NA SOCIEDADE DA
INFORMAÇÃO, no qual trazemos a história das bibliotecas e o surgimento da biblioteca
pública como um instrumento da demogracia e da igualdade. No capítulo três BIBLIOTECA
VIRTUAL: conteúdos e arquitetura da informação, esses conceitos são definidos para no
capítulo seguinte (quatro) discorrer sobre o percurso metodológico da navegação para a coleta
de dados e da análise . No capítulo seguinte apontamos as análises dos dados onde constam os
resultados obtidos. No último capítulo encontramos as considerações finais.
11

2 BIBLIOTECA PÚBLICA NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO

A História das Bibliotecas Públicas está relacionada ao desenvolvimento social e


político da sociedade. Das coleções particulares à disponibilização de acervos para todos uma
longa e conturbada trajetória foi percorrida onde mudaram valores, processos, formatos e
acessos.
A origem etimológica da palavra biblioteca, do grego bibliothéke, através do latim
bibliotheca, tendo como raiz biblion (livro - da raiz latina liber, entrecasca de certos vegetais
com a qual se fabricava papel na antiguidade) e théke (qualquer estrutura que forma um
invólucro protetor: cofre, estojo, caixa, estante, edifício) a associou sempre a uma coleção de
documentos bibliográficos (livros, periódicos, etc.) e não bibliográfica (gravuras, mapas,
filmes, discos, etc.) organizada e administrada para formação, consultam e recreação de todo
o público ou de determinadas categorias de consulentes.
As bibliotecas ancestrais que surgiram nos templos do Egito Antigo mantinham sob a
guarda dos sacerdotes os papiros de cunho religioso, mas foram os gregos, no século III a. C.
os primeiros a reunir textos leigos em ambientes próprios, para fins de estudo.
Centenas de anos adiante, nos mosteiros medievais, os monges copistas, transcreveram
as obras clássicas, tornando possível a sobrevivência do pensamento e da literatura greco
romanos. Depois veio o salto tecnológico da imprensa, o gosto dos reis franceses em
colecionar livros, e, enfim, a Revolução Francesa, que abriu tais tesouros ao povo,
inaugurando o conceito moderno de Biblioteca Pública. Com o aparecimento da imprensa e
do livro impresso, as bibliotecas deixaram de ser tesouro para se tornar serviço. A nova
biblioteca tinha uma determinada função educativa beneficiando todas as pessoas sem
distinção de sexo, idade, cor, raça ou religião.
Nos séculos XV e XVI iniciou-se a formação de Centros de estudo nas principais
cidades da Europa, o que contribuiu para o aparecimento de novas bibliotecas, tanto de
universidades como públicas. (BATTLES, 2003)
No Brasil, a primeira Biblioteca Pública foi a do Mosteiro de São Bento, em Salvador
BA, organizada no inicio do século XVI enquanto que, a Biblioteca Nacional do Rio de
Janeiro foi fundada em 1810 por D. João VI.
A Biblioteca moderna é em grande parte, fruto do progresso material de nossa
civilização. Ela não mais se destina a eruditos, ou a uma elite, está aberta a todos,
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contribuindo para a difusão do conhecimento, auxiliando a educação cidadã até mesmo de


quem não freqüenta a escola (OLIVEIRA, 2005).
Na atualidade o conceito de biblioteca pública tem por base a igualdade de acesso para
todos, sem restrição de idade, raça, sexo, status social etc. e na disponibilização à comunidade
de todo tipo de conhecimento. Para Miranda (1978) a biblioteca pública deve ser um elo entre
a necessidade de informação de um membro da comunidade e o recurso informacional que
nela se encontra organizado e a sua disposição, e como um ambiente realmente público, deve
ser de conveniência agradável para o encontro das pessoas, onde possam conversar e trocar
idéias, discutir problemas, auto instruir-se e participar de atividades culturais e de lazer.
Nessa perspectiva a biblioteca pública por seu caráter cultural e educacional tem
vocação nata para a Democracia e para exercer um papel social de grande relevância na
inserção da sociedade brasileira na sociedade da informação.
A informação como matéria prima do processo de desenvolvimento do homem e das
nações, é hoje uma unanimidade ressaltada em todas as áreas do conhecimento, embora ao
mesmo tempo em que fortaleça as relações de poder, pode por outro lado, também aumentar
as diferenças sociais e econômicas entre os que possuem informação e aqueles que estão
destituídos do acesso a ela. Acreditando que a Biblioteca Pública como instituição pode
contribuir para diminuir essas diferenças ao atuar como instituição democrática e assumir o
papel de centro de informação e leitura da comunidade desenvolvendo projetos de pesquisas
para melhorar o desenvolvimento social, ou ainda prestando serviços de informação a
comunidade, Suaiden (1995, p. 23) afirma:

As bibliotecas públicas nos países desenvolvidos são as responsáveis em


grande parte pela formação de hábitos de leitura nas comunidades e é a
principal fonte de estimulo ao desenvolvimento da indústria editorial.

Entendendo que compete à biblioteca pública “favorecer o acesso à informação e


estimular o seu uso de maneira continuada para o desenvolvimento individual e das
coletividades”, Cunha e Santos (2004, p. 7) indicam que essa pratica na atualidade deve ser
“na dimensão de transferir informação útil e adequada aos diferentes segmentos de usuários,
para que esse recurso se transforme em conhecimento capaz de conduzir às mudanças que
necessitam o indivíduo, as organizações e a sociedade como um todo”.
Almeida Junior (2003) caracteriza a biblioteca pública como instituição cultural com
a função de informar, educar e promover a cultura que reuniu, preservou e difundiu em suas
diversas formas. Como centros culturais comunitários devem promover atividades de
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recreação (hora do conto, projeção de filmes, ofertas de leituras de lazer), apoiar a educação
formal participando do processo de reintegração à sociedade de grupos isolados e excluídos
pelas lacunas que existem na sua educação e facilitando o uso das fontes de informação aos
estudantes de todos os níveis, e possibilitar a troca de idéias e a elevação do nível cultural de
uma população através de cursos, palestras, debates, exposições entre outras.
Tal característica também é apresentada por Suaiden (1995), que ressalta a sua
importância para preservar e difundir o conhecimento principalmente da cultura local, e para
o aperfeiçoamento da qualidade de vida de uma comunidade. Para o autor, mesmo que a
noção de bibliotecas e as suas atividades mudem com o advento das novas tecnologias da
informação, a razão de ser da instituição continua a ser de: oferecer informações afins
organizadas e armazenadas com o objetivo de consulta e utilização.
É possível acompanhar a evolução desse tipo de unidade de informação através dos
Manifestos da Organização das Nações Unidas para a Educação a Ciência e a Cultura
(UNESCO). Se na primeira versão do manifesto da biblioteca pública (1949) o destaque era
para sua relação com o ensino caracterizando-a como centro de educação popular, em 1972
quando de sua segunda versão, os questionamentos sobre o papel da biblioteca pública no
atendimento as classes mais desfavorecidas da sociedade e com um caráter mais social
resultou na atribuição desta como sendo de educação, cultura, lazer e informação.
Na década seguinte (1980), a vinculação da informação e comunicação ao
desenvolvimento das sociedades, o estabelecimento das democracias, o uso dos computadores
e das novas tecnologias de comunicação nas bibliotecas desencadearam a manifestação das
redes de bibliotecas, e na década de 1990 a emergência da sociedade da informação e do
conhecimento e a revolução digital levaram a UNESCO em 1994 a difundir uma nova versão
de seu manifesto refletindo tais mudanças.
Assim, esse documento que é referência para todos que defendem a biblioteca pública
inicia sua declaração de princípios exaltando a liberdade, a prosperidade e o desenvolvimento
da sociedade e dos indivíduos como valores humanos fundamentais que só podem ser
atingidos com cidadãos informados, função que atribui à biblioteca pública por ser a “porta de
entrada para o conhecimento” e capaz de proporcionar “condições básicas para a
aprendizagem permanente, autonomia de decisão e desenvolvimento cultural dos indivíduos e
grupos sociais” (UNESCO, 1994, p.1).
Essa colaboração com a democracia deve expressar-se ao disponibilizar para os
usuários todo o tipo de conhecimento com igualdade de acesso para todos, independente da
idade, raça, sexo, religião, nacionalidade, língua ou status social. Tal indicação remete a oferta
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de serviços e materiais específicos também para os usuários inaptos, como as minorias


lingüísticas, pessoas deficientes ou pessoas em hospitais ou prisões.
Gratuita, inclusiva, e livre de censura ideológica, política ou religiosa, ou de pressões
comerciais, segundo o Manifesto (UNESCO, 1994, p.2-3) esta tem por missão:

a) Criar e fortalecer hábitos de leitura nas crianças desde a mais tenra idade;
b) Apoiar tanto a educação individual e autodidata como a educação formal em todos os
níveis;
c) Proporcionar oportunidades para o desenvolvimento criativo pessoal;
d) Estimular a imaginação e criatividade da criança e dos jovens;
e) Promover o conhecimento da herança cultural, apreciação das artes, realizações e
inovações científicas;
f) Propiciar acesso às expressões culturais das artes em geral;
g) Fomentar o diálogo intercultural e favorecer a diversidade cultural;
h) Apoiar a tradição oral;
i) Garantir acesso aos cidadãos a todo tipo de informação comunitária;
j) Proporcionar serviços de informação adequados a empresas locais, associações e grupos de
interesse;
l) Facilitar o desenvolvimento da informação e da habilidade no uso do computador;
m) Apoiar e participar de atividades e programas de alfabetização para todos os grupos de
idade e implantar tais atividades se necessário.
O documento orienta a responsabilização das autoridades locais e nacionais por sua
implantação e financiamento, a regulamentação através de legislação específica, a elaboração
de planos estratégicos e a promoção de uma rede nacional, e atribui ao bibliotecário à função
de ser um intermediário ativo entre usuários e recursos informacionais.
No que se refere ao ambiente físico da Biblioteca Pública, o Manifesto expressa a
importância de uma boa localização, instalações corretas para leitura e estudo, tecnologias
adequadas e horário de funcionamento conveniente aos usuários e acrescenta que “Isto
implica também na extensão dos serviços aos usuários impossibilitados de freqüentar a
biblioteca” (UNESCO, 1994)
No Brasil, as Bibliotecas Publicas foram consideradas como premissas básicas da
formulação de uma Sociedade da Informação em âmbito nacional, quando da formulação das
estratégias traçadas no Livro Verde da Sociedade da Informação. O Programa Sociedade da
Informação brasileira, com responsabilidades compartilhadas entre o setor público, a
15

iniciativa privada e a sociedade civil, apresentava entre suas linhas de ação a universalização
de serviços para a cidadania e, o governo ao alcance de todos, onde através do acesso a
internet se promoveria a inclusão digital. Nesse programa, as bibliotecas eram o espaço
privilegiado para a implantação de telecentros dada a sua capilaridade nos municípios do País.
(TAKAHASHI, 2000, p. 10, 31).
Considerando a evolução da sociedade nesses últimos 17 anos, acreditamos que o
impacto das tecnologias da informação e da comunicação ampliaram o espaço de ação dessas
bibliotecas, e favorecem o atendimento aos princípios da UNESCO e a políticas de inclusão
da comunidade na Sociedade da Informação. A emergência das Bibliotecas Virtuais, de
plataformas com capacidade de abrigar diferentes formatos digitais e a democratização do
acesso a internet e do uso do computador podem contribuir sobremaneira para levar a
Biblioteca Pública com seu acervo e serviços não só aos usuários locais mas para todo o
mundo.
Essa possibilidade vislumbrada pela Biblioteconomia ou Ciência da Informação
impõe então pensar a Gestão da Biblioteca Presencial e sua inserção no mundo virtual – web –
levando a necessidade de uma nova capacitação profissional para gestão dessas unidades,
agora com o olhar para a Arquitetura da Informação visando o acondicionamento de
conteúdos e a tática de navegação adequada ao uso de bibliotecas com o intuito de que
venham a ser também digitais para atender não só uma gama hoje de “nativos digitais” como
os futuros “info incluídos”.
Com base no estudo de Lira e Oliveira (2005) sabemos que os gestores da cidade de
João Pessoa, hoje com 716,42 mil habitantes, desde 1998 tem apresentado intenções de
implantar uma política de leitura e bibliotecas. Naquele momento o programa “è Pra Ler”
buscava viabilizar a implantação de um programa de bibliotecas escolares que deveriam
também ter a função de bibliotecas públicas nos finais de semana. No universo de 90 escolas,
apenas 04 bibliotecas escolares foram implantadas e no momento em que o estudo foi
realizado apenas duas estavam em funcionamento e sem abertura aos finais de semana.
A partir de 2002 a gestão que assumiu o governo municipal, hoje em seu segundo
mandato, refletindo a tendência democrática dessa gestão, também se preocupou com essa
questão, não só sobre a necessidade de bibliotecas escolares como também de uma biblioteca
pública municipal para a cidade que não dispõe deste equipamento. As duas bibliotecas
públicas na cidade são geridas pelo governo estadual, os únicos equipamentos públicos
disponíveis para todo o estado. (SOUZA e SANTOS, 2009).
16

2.1 JOÃO PESSOA, CIDADE LEITORA: contexto histórico

Sensíveis aos dados estatísticos das avaliações educacionais, a falta de espaços


informativos nas escolas e nas comunidades, e atentos às legislações nacionais e locais, os
gestores da Secretaria Municipal de Educação e Cultura convocaram entidades, escolas,
educadores e bibliotecários interessados em colaborar para a criação de uma política de leitura
para a cidade, inclusiva e de qualidade. O Grupo de Trabalho composto então, realizou o
diagnóstico da situação das bibliotecas no município e propôs a implantação de um sistema
municipal de bibliotecas públicas municipais. (JOÃO PESSOA, 2009.)
O Sistema Municipal de Bibliotecas indicado que se encontra em fase de
implantação considera a rede escolar e a demanda da cidade por bibliotecas públicas em um
programa integrado de ações que viabilize não apenas o aporte de recursos como também sua
gestão administrativa. Esse projeto inicialmente intitulado João Pessoa: Cidade Leitora e as
propostas de minutas de lei resultou na promulgação da lei nº 10.952, de 19 de janeiro de
2007 que institui o programa municipal de apoio à implantação de bibliotecas e dá outras
providências e na lei 12.025, de 20 de janeiro de 2011, que cria a Biblioteca Pública Central
do município de João Pessoa, estando a minuta de Lei que cria o Sistema de Bibliotecas em
fase de revisão jurídica, agora reforçado pela lei federal N° 12.244 de 2010 que institui a
universalização das bibliotecas escolares em prazo máximo de 10 anos.
A lei municipal que instituiu o Programa Municipal de Apoio a Bibliotecas em seu
artigo 2º inciso 3º institui como um dos seus objetivos “Facilitar o acesso da população a
livros didáticos, de pesquisa e literários” (JOÃO PESSOA, 2007), porem não menciona a
criação de um sistema que constará de Lei específica. Entretanto na Minuta do “Programa
João Pessoa Cidade Leitora: sistema de bibliotecas municipais”, documento que norteia o
texto legal a ser publicado, identificamos a recomendação da necessidade de ter um Software
gerenciador que possibilite inúmeras funções entre quais se destacam:

a) Consulta ao catálogo: pelas estações da rede interna, externa e via Internet com pesquisa
textual, por assunto, título, autor ou palavra-chave;
b) Processo de aquisição de acervo;
c) Catalogação de qualquer material bibliográfico, de forma a possibilitar intercâmbio de
dados entre os acervos de bibliotecas, inclusive estrangeiras;
d) Controle de circulação do acervo, acompanhando o processo desde sua aquisição e
processamento técnico até a reserva, empréstimo e devolução;
e) Inventário do acervo utilizando coletores de dados;
17

f) Inúmeros relatórios com dados desde a composição do acervo até dados diários sobre os
serviços oferecidos.
g) Proceder a renovações e reservas de acervo informatizado;
h) Usufruir da agilidade do empréstimo informatizado, inclusive, interbibliotecas;
i) Receber via email, comprovantes de renovação e alertas sobre vencimento de prazos de
empréstimo;
j) Em todas as bibliotecas do Sistema, passaram a ser disponibilizados aos usuários, espaços e
equipamentos destinados, exclusivamente, à pesquisa em mídia eletrônica, em bases de dados
e Internet;
k) Os (as) usuários (as) portadores (as) de necessidades especiais serão contemplados (as)
com equipamentos e software facilitadores. Para o (a) usuário (a) portador (a) de deficiência
visual poderá ser disponibilizada impressora Braile, lupa confeccionada com moderna
tecnologia e os softwares que apresentem a possibilidade de interação. O usuário portador de
deficiência motora poderá contar com o software do tipo “Teclado Amigo”;

Dentre os serviços a serem prestados pelo Sistema salientam-se:

a) Acesso, recuperação da informação e controle de empréstimos, via terminais locais e Web;


b) Acesso a informações externas: bases de dados, CD-ROM, índices e abstracts;
c) Empréstimos entre bibliotecas do sistema em todo o município de João Pessoa;
d) Atualização de usuários;
e) Visitas orientadas;
f) Intercâmbio de publicações;
g) Atendimento ao deficiente visual, com gravação e leitura de documentos;
h) Campanha para o uso responsável das bibliotecas públicas e escolares integrantes do
sistema;
i) Disseminação da produção artística com exposições temporárias no prédio da Biblioteca
Pública Central e das Setoriais (Casas de Leitura);

Podemos observar que por se tratar de um sistema, já vislumbra o uso de um


software gerenciador para consulta dos catálogos online, bem como o controle da circulação
do acervo acompanhando esse processo desde sua aquisição e processamento técnico até a
reserva, empréstimo e devolução. Ressalte-se também a existência de uma preocupação com
os (as) usuários (as) portadores (as) de necessidades especiais que serão contemplados (as)
com equipamentos e software facilitadores que possam auxiliá-los nas consultas ao acervo e,
o empréstimo entre bibliotecas do sistema em todo o município de João Pessoa que irá
facilitar a busca por informações. Estes fatores reforçam ainda mais a necessidade de pensar
uma proposta para o desenvolvimento dos seus serviços quando vierem a ser implantados
numa futura biblioteca digital.
18

3 BIBLIOTECA VIRTUAL: bibliotecas sem paredes, livros sem páginas

Ter acesso a informação no Brasil sempre foi sinônimo de poder aquisitivo, tal
marco se deu com a família real quando no período de colonização do Brasil trouxe para cá a
Biblioteca Real.
Informação monopolizada pela elite. A vinda da Biblioteca Real e da Imprensa real
não representou acesso e disponibilidade de informação para toda sociedade. Somente no dia
05 de fevereiro de 1811, Pedro Gomes Ferrão de Castello Branco encaminhou o primeiro
projeto ao governador da capitania da Bahia, com um plano para fundar uma biblioteca com o
objetivo de facilitar o acesso ao livro. Esse plano foi aprovado e a biblioteca inaugurada no
dia 04 de agosto de 1811. Daí em diante todas as iniciativas a esse respeito partiam de
iniciativa governamental.
Sousa (2011) ao proceder à revisão de literatura sobre o termo Arquitetura de
Informação, esclarece que este foi criado por Richard Saul Wurman em 1976, com a
finalidade de tornar a informação mais acessível para todos, tendo em vista os problemas
advindos da grande oferta de informação, que provocava nos usuários uma impressão de
distanciamento entre o que se compreende e o que se deveria compreender. Seus conceitos
inicialmente aplicados na organização de materiais gráficos, como guias, mapas e atlas,
ampliaram-se para a organização de layout de museus e estruturação de imagens radiográficas
para uso médico.
Caracterizada como um desenho das informações que incluem textos, imagens e sons
apresentados na tela do computador, a Arquitetura da Informação, classifica essas
informações em agrupamentos de acordo com os objetivos do site e das necessidades do
usuário, bem como a construção de estrutura de navegação e de busca de informações, isto é,
os caminhos que o usuário poderá percorrer para chegar até a informação.
Costa e Ramalho (2010) acrescentam que a cultura do ciberespaço é a cultura da
interface, a cibercultura, própria da sociedade contemporânea. Segundo a autora desde a
década de 70, as interfaces entre usuários e sistemas foram determinadas pela comunicação e
interação entre ambos através dos seguintes atributos de interface: janelas (windows),
ícones(icons), menus (menus) e dispositivos de indicação (pointing device), anexos, desde a
última década, com o hipertexto (conjunto de textos estruturados ou organizados , e
comumente implementado em meio eletrônico computadorizado) e a multitarefa (competência
19

de realizar uma série de diferentes tarefas respectivamente a partir do ponto de vista do


usuário).
Johnson, (2001) caracteriza a interface como um mundo imaginário de alavancas,
canos, caldeiras, insetos e pessoas conectados e amarrados entre si pelas regras que governam
esse pequeno mundo. O autor assegura que as interfaces são histórias que contamos para nós
mesmos para afastar a falta de sentido, palácios de memória construídos de silício e luz. Elas
vão continuar a transformar o modo como imaginamos a informação, e, ao fazê-lo irão nos
transformar também para melhor e para pior.
Souza e Alvarenga (2004) definem a biblioteca virtual como sendo um serviço
especializado que reúnem em um único espaço virtual informações distribuídas via rede,
independente de sua localização física e local e em outros ambientes integrados e dispostos de
acordo com as normas, amostra, métodos e tecnologias organizadas em base de dados e
depois disponibilizadas na internet. Entretanto a Biblioteca Digital possui informações cujos
conteúdos são originais na forma eletrônica e podem ser acessados local ou remotamente por
meio de redes de comunicação.
As bibliotecas virtuais foram sendo construídas aos poucos, à medida que a evolução
da tecnologia disponibilizava novas ferramentas que podiam ser utilizadas para este fim, o
armazenamento e a recuperação de versões eletrônicas da informação são acessadas através
de bases de dados online. Daí a necessidade de um profissional bibliotecário qualificado para
estruturar essa informação para que possa ser facilmente encontrada na web contribuindo com
os novos conteúdos digitais e atentos as questões dos direitos autorais, pois a internet como
um caminho para atender os usuários da biblioteca sem paredes leva a uma intensa circulação
de informações para solucionar problemas em um ambiente virtual.
As bibliotecas e as unidades de informação estão aplicando cada vez mais as
tecnologias e o ambiente virtual como meio para alcançar suas finalidade e metas. Sousa
(2011) cita em seu texto que no século XXI surgem às tecnologias da informação gerando a
criação de bibliotecas sem paredes para livros sem páginas. Ao enfatizar o avanço da
biblioteca física para a não física com o aparecimento da tecnologia, da internet e suas
ferramentas, o autor destaca a necessidade de adequação e modificação dos serviços
tradicionais para os virtuais e o seu papel nesse desenvolvimento, e o serviço de referência
como aliado neste crescente processo informacional.

Silva, Sá e Furtado (2004), definem a biblioteca digital como um campo


impreciso na área de Ciência da Informação, que parece estar se firmando no contexto
20

digital e engendrando compromissos realísticos assumidos pelos profissionais da área


da informação, analistas de sistemas e usuários. Ainda de acordo com o autor a
biblioteca digital é um conjunto de objetos digitais construídos a partir do uso de
instrumentos eletrônicos, concebidos com o objetivo de registrar e comunicar
pensamentos, idéias, imagens e sons disponíveis a um contingente ilimitado de pessoas,
dispersas onde quer que a plataforma world wide web alcance, e acrescenta que
independente do uso dos catálogos “os objetos digitais” na biblioteca digital se
posicionam em sua completude diretamente no ciberespaço.
Souza e Alvarenga (2004) afirmam que a veloz inserção das tecnologias da
informação na sociedade contemporânea nos mostra a necessidade de percepções mais criticas
e reflexivas sobre as formas de informação por meio da leitura e da escrita. No pólo
informativo midiático a forma de codificar é realizada através de imagem, som e dos
hipertextos onde ocorre a mudança de um tempo cronológico para um tempo produzido pelas
redes informáticas marcado pela velocidade. Os autores ressaltam que o uso das bibliotecas
digitais já é uma realidade, e a arquitetura da informação é um dos fatores importantes, é o
que determina o acondicionamento do conteúdo e a tática de navegação do usuário. Entretanto,
antes de elaborarmos uma interface homem-máquina, devemos esboçar as formas de
exposição, armazenamento, indexação, recuperação e disseminação do conteúdo
informacional.
A revolução digital também coloca à prova a construção de créditos e discursos do
saber, a partir daí a leitura não é mais linear, nem organizada pelo autor passando a ter uma
dificuldade no manuseio diferente do texto impresso. O texto digital surgiu para facilitar o
acesso e o armazenamento dos conteúdos facilitando sua disseminação via Web, contudo vem
gerando uma discussão sobre a digitalização e a distribuição de obras sem o conhecimento do
autor. Através da Web 2.0 os usuários passam de simples espectadores a produtores de
informação e conhecimento e os blogs passam a ser novos espaços virtuais possibilitando a
cumplicidade do autor com o leitor em suas visitas aos espaços virtuais. De acordo com os
mesmos autores as mensagens são organizadas cronologicamente desenvolvendo hipertextos
para possibilitar a leitura e a escrita não linear através dos meios de comunicação aumentando
a rapidez na circulação da informação.
Vilarino (2003) afirma que a biblioteca digital é constituída por documentos
primários digitalizados que permite o acesso a distância conservando a integridade dos
documentos digitalizados.
21

Uma biblioteca digital é a coleção de serviços e de objetos de informação


com organização, estrutura e apresentação que suportam o relacionamento
dos utilizadores com os objetos de informação, disponível direta ou
indiretamente via meio eletrônico/digital.

Segundo Vilarino a biblioteca digital nos permite o acesso remoto através de um


computador que tenha ligação com uma rede, que possamos encontrar em suporte digital os
serviços e os produtos com as mesmas características de uma biblioteca física, através de
suportes de registros de informação como textos, sons e imagens. Nesse contexto as barreiras
físicas e a distância existente são eliminadas através das bibliotecas digitais.
Observa-se assim que a cultura do ciberespaço é a cultura da interface, a cibercultura,
própria da sociedade contemporânea, veloz, midiática, onde o tempo cronológico é o tempo
das redes informáticas e a leitura não é mais linear, nem organizada pelo autor e, em ambiente
virtual leva a apropriação da informação através da leitura e da escrita pelos usuários e
também a questionamentos como, por exemplo, sobre o direito do autor e direito de exibição
de imagens.
È possível, porém identificar como características das Bibliotecas Virtuais a reunião
em um único espaço virtual informações, distribuídas via rede, de versões eletrônicas da
informação, armazenadas e acessadas através de bases de dados online. A Biblioteca Digital
se diferencia por apresentar conteúdos originais na forma eletrônica, considerados
documentos primários, esses “os objetos digitais” se distribuem diretamente no ciberespaço.
A Arquitetura da informação preocupa-se então com o desenho das informações na
web: armazenamento do conteúdo (textos, imagens, e sons) estrutura e tática de navegação,
objetivos do site e das necessidades do usuário, opções para a busca de informações “palácios
de memória construídos de silício e luz” como afirmou Johnson (2001) essa interface impõe
conteúdos como imagem, som, hipertextos, textos, sons bem como exposição,
armazenamento, indexação, recuperação e disseminação do conteúdo.
22

4 METODOLOGIA

O pesquisador só tem oportunidade de fazer pesquisa à medida que compreende e


domina uma série de técnicas e conhecimento. A pesquisa esta voltada para solucionar
problemas teóricos ou práticos com o conhecimento da ciência. Parte-se da dúvida do
problema para se encontrar soluções com o uso do método cientifico.
A metodologia cientifica é um estudo dos métodos de conhecer, buscar o
conhecimento voltado para a descoberta da verdade chegando à natureza de um determinado
problema, seja para explicá-lo ou estudá-lo.
Como forma de adquirir conhecimento, a pesquisa distingue-se pelo método, pelas
técnicas, pela forma de comunicar os resultados obtidos e por estar voltada a realidade
empírica. Desta forma a pesquisa significa mais do que a busca pela verdade, implica em
descobrir respostas para as perguntas dos problemas levantados pelo emprego de métodos
científicos.
Considerando os pontos de vista e a abordagem a presente pesquisa quanto a natureza
é considerada descritiva, pois procura analisar a freqüência de ocorrência de um fenômeno,
sua relação e conexão com outros, sua natureza e característica sem manipulá-los, adotou a
abordagem qualitativa pois envolve as interpretações de fenômenos e atribuições de
significados; e exploratória ao ter como base a busca de maiores informações sobre um
fenômeno e analisa os diversos aspectos da situação. Usando como suporte a web e teve por
objetivo identificar, diagnosticar e analisar o acesso virtual das Bibliotecas Públicas
disponíveis na rede. A metodologia utilizada nesta pesquisa é analítica e descritiva, através
de uma pesquisa bibliográfica baseada em análise de documentos dando enfoque ao tema
principal deste trabalho. Os dados foram coletados em livros, artigos de periódicos e sites
disponíveis na web. Os critérios utilizados para a seleção dos materiais bibliográficos fazem
parte do assunto pertinente ao tema, pesquisa documental onde foram desempenhadas as
leituras dos textos para aumentar a base teórica e um conhecimento prévio e análise das
bibliotecas virtuais, a partir de então a busca por bibliotecas públicas virtuais foram realizada
em ambiente web.
23

Região
Nordeste Endereços Localização Descrição

ALAGOAS Email:
com
alagoasbib@hotmail.
bpeal@bol.com.br Portal cultura Não disponibiliza acervo
online Serviços
oferecidos: atendimento
ao público; atendimento
as escolas com visitas
programadas;
atendimento aos turistas
em visitação;exposições
diversas;
comemorações de datas
festivas significativas;
contação de estórias;
oficinas de incentivo à
leitura e sessão de vídeos.
BAHIA v.br
gesb.fpc@fpc.ba.go Só possui email.
______

CEARÁ bpublica@secult.ce.gov Portal Cultural


Email: Só possui email.

.br

MARANHÃO r
bpbl@cultura.ma.gov.b
Email:
vodigital/
gov.br/portal/bpbl/acer
http://www.cultura.ma. ______ Acesso direto ao acervo
digitalizado de obras
raras. Para acessar os
arquivos disponíveis é
necessário se fazer um
cadastro.Criada
em 29 de
setembro de 1829.
Aberta ao público no dia
3 de maio de 1831.
Com 120 mil obras,
aberta de segunda à
sexta-feira das 08h30min
às 19h00min.

PARAÍBA bibliotecafunesc@gmail.c FUNESC Só possui email. Foi


om fundada em 1857 e
ocupava salas do Lyceu
Paraibano, depois foi
para o prédio situado na
24

avenida General Osório a


partir de 1939 quando
saiu de lá para o Espaço
Cultural José Lins do
Rego em 1982 até os
dias de hoje. Com um
acervo de quase 100 mil
livros, considerado um
dos melhores do
Nordeste.
Funciona de segunda a
sábado das 07h00min às
19h00min e aos
domingos de 07h30min
as 13h00min.

CO
PERNAMBU ov.br
gleyde@educacao.pe.g
Email: Joaquim
Nabuco
Fundação Só possui email. Criada
no dia 5 de maio de
1852.
Com um acervo de cerca
200 mil livros.
Funciona de segunda à
sexta-feira das 08h00min
às 21h00 min.

PIAUÍ Email:
gleydsonrs@hotmail
Só possuiemail.
.com _____

GRANDE DO Email:
RIO
NORTE fjagabinete@rn.gov.br Fundação José
Augusto Possui informações
sobre a localização e
horário de
funcionamento. É a
maior biblioteca do
estado Possui uma
acervo com cerca de 65
mil volumes.
Não disponibiliza
catalogo online.
Funciona de segunda à
25

sexta-feira das 07h30min


às 21h00minh.

SERGIPE Email: Funciona de segunda à


sexta-feira das 07h00min
bibliotecapublica@c _____
às 18h00min.
ultura.se.gov.br Não disponibiliza acervo
online.
cultura@prodase.co
m.br

Quadro 1: Bibliotecas com endereços online


Fonte: Dados da Pesquisa

Região Norte Endereços Localização Descrição


ACRE Recém reinaugurada Só possui email.
(2005), alguns portais
de notícias mostram
fotos, porem não possui ____
um link para acesso
online do catálogo,
manuais e serviços.
Email:
br
helena.carloni@ac.gov.

AMAPÁ Email: FUNDECAP Só possui email. Biblioteca


lulirojanski@yahoo.c esta em reforma.
om.br

AMAZONAS Email. SecretSó possui email. Criada


bpublica@culturamazona em 1870. Com um
aria de Cultura
acervo de 153.580
s.com.gov.br do estado títulos.
Atendimento de segunda
a sexta-feira das 8h às
17h: 30min.
Não disponibiliza
26

catálogo on-line

PARÁ br
sebp@fcptn.pa.gov.
Email: ______ Fundada no dia 25 de
março de 1871.
Possui um acervo de 350
mil livros.
Atende cerca de 2.000
usuários por dia.
Funciona de segunda a
sexta-feira das 9h: 00min
ás 18h: 30min.

RONDÔNIA chaviense@bol.com.br
Email: Só possui email.

________
Secel.rondônia@bol.com.
br

RORAIMA .br Email: -


bibpublica@yahoo.com biblioteca
Site da Só possui email
informações sobre o
prédio. Com links que
nos levam a outros links.
-
anethegomes@yahoo.c
om.br

-
anethepinto@hotmail.c
om

TOCANTINS ov.br
fundacao@cultura.to.g
Email: Secretaria de Só possui email.

cultura
o.com.br
acilegnamoreira@yaho

Quadro 1: Bibliotecas com endereços online


Fonte: Dados da Pesquisa
27

Região Endereços Localização Descrição


Centro-Oeste
OIÁS Email:
goias.gov.br
bpiovargas@agepel. ______ Foi criada em junho
de 1967.
Possui um acervo de
60 mil títulos.
De segunda à sexta
feira das 08h00min às
19h00min.
Aos sábados das
08h00min às
16h45min e aos
domingos e feriados
das 08h00min às
11h45min.

MATO http://www.cultura.mt. Secretaria de Acesso através do


GROSSO gov.br/TNX/conteudo. cultura.
Site da secretaria de
php?sid=61&cid=2194
cultura, não possui
Email: catalogo online.
bibliotecaestadual@cul
Fundada em 26 de
tura.com.br
março de 1912.
Possui um acervo de
90 mil livros.
28

MATO Email: Secretaria de Sem acesso.


GROSSO DO Informação sobre a
fcmspatrimonio@net.m
s.gov.br cultura.
SUL biblioteca e endereço
Foi criada em
dezembro de 1983,
porem só foi aberta
ao público em março
de 1987.
Possui um dos mais
antigos acervos
bibliográficos de
Mato grosso do Sul.
Funciona de segunda
a sábado das
08h30min ás
11h30min e das
14h00min às
17h00min.

DISTRITO Email: Secretaria de Com acesso através


FEDERAL do portal da
db@sc.df.gov.br cultura.
Secretaria de Cultura.
Entretanto quando
tentei entrar no link
da biblioteca a página
http://www.sc.df.gov.br
esta com erro e não
/?sessao=conteudo&id
abre.
Secao=250&titulo=BIB
Possui um acervo de
LIOTECAS
60 mil exemplares
Funciona de segunda
a sexta-feira das
08h00min às
18h00min.

Quadro 1: Bibliotecas com endereços online


Fonte: Dados da Pesquisa

Região Endereços Localização Descrição


Sudeste
MINAS Email: Prefeitura de Não possui acesso a
catálogos eletrônicos.
GERAIS bpijbh@pbh.gov.br Belo Horizonte.
Foi criada em 1991, seu
objetivo é manter-se
como um centro de
informação e de fomento
29

ao incentivo a leitura e a
produção cultural e
tornou-se referência no
Estado de Minas Gerais.
Possui 19 mil títulos.
Funciona de terça à
sexta-feira das 09h00min
às 17h30min.
Aos sábados das
09h30min às 13h00min.

SANTO
ESPÍRITO ov.br/semc.php?pagina
http://www.vitoria.es.g
sebp@secult.es.gov.br
Email: Disponibiliza acesso
online
sobre a biblioteca.
Possui consulta ao
acervo através de
cadastro.

=bibliotecamunicipal
JANEIRO
RIO DE Email:
tadual.rj.gov.br
cadastro@sistemaes Não consegui abrir a
página. Biblioteca
Estadual de Niterói –
BEN.
Biblioteca Estadual
Infantil Anísio Teixeira –
BEIAT.
Foi Criada em 15 de
março de 1873, e aberta
ao público em 2 de
dezembro de 1874.
Funciona de segunda à
sexta-feira das 09h00min
às 18h00min.

Cidade)
SÃO PAULO e de
(estado São Paulo Municipal Site
Biblioteca
Email: prefeitura da Com acesso. Fundada em
25 de fevereiro de 1925,
foi incorporado ao
acervo da Biblioteca
Pública do Estado de São
biblioteca@divbibliote Paulo em 1939.
cas.sp.gov.br Possui um acervo de
mais de 3,38 milhões de
http://www.prefeitura.s itens, sendo 350mil em
30

p.gov.br/cidade/secreta livros e 11 mil títulos de


rias/cultura/bma/ periódicos.
Funciona de segunda à
Biblioteca Estadual de sexta-feira das 09h00min
São Paulo às 21h00min.
http://www.cultura.sp.g E aos sábados das
ov.br/portal/site/SEC/m 09h00min às 18h00min.
enuitem.4df755de2188
81406d006810ca60c1a
0/?vgnextoid=9a694d3
759aca110VgnVCM10
0000ac061c0aRCRD

Email do Coordenador
acferrari@sp.gov.br

Quadro 1: Bibliotecas com endereços online


Fonte: Dados da Pesquisa

Região Sul Endereços Localização Descrição

PARANÁ bppgeral@pr.gov.br
Email:
r/bpp
http://www.pr.gov.b biblioteca
Site da Com acesso. Possui
acesso ao acervo.
Fundada em 7 de março
de 1857. Possui cerca de
470 mil volumes com a
maior parte disponível
online no catálogo.
Funciona de segunda à
sexta-feira 08h30min às
20h00min.
Aos sábados das
08h30min às 13h00min.
RIO
SUL
GRANDE DO 19
e.rs.gov.br/smc/default.
http://www2.portoalegr Alegre. de Com
Prefeitura
Porto acesso a
informações sobre a
php?reg=11&p_secao= biblioteca, entretanto não
possui catalogo online.
Criada em 14 de fundada
http://www.bibliotecap em abril de 1871 e aberta
ao público em 21 de
ublica.rs.gov.br/
janeiro de 1877.
Possui um acervo de 180
mil volumes.
Funciona de segunda à
sexta-feira das 09h00min
às 19h00min.
E aos sábados das
09h00min às 13h00min.
31

SANTA
CATARINA Email:
,
sistema@gmail.com, Sem acesso. Fundada
em31 de maio d 1851 e
inaugurada em 7 de
biblio@fcc.sc.gov.br ______ janeiro de 1855. Possui
um acervo de 110 mil
volumes, não
disponibiliza acervo
online.
Funciona de segunda à
seta-feira das 08h00min
às 19h30min.
Aos sábados das
08h00min às 12h00min.

Quadro 1: Bibliotecas com endereços online


Fonte: Dados da Pesquisa

No quadro 1 podemos observar que das nove bibliotecas da Região Nordeste apenas a
Biblioteca do Maranhão oferece acesso a sua página e possui uma consulta de catálogo que é
feita através de um cadastro do email pessoal do Usuário e destas apenas a do Ceará é
Municipal.
Na Região Norte das sete bibliotecas identificadas apenas a de Roraima oferece acesso,
entretanto apresentam apenas informações sobre localização e eventos culturais.
No Centro-Oeste dos quatro estados só a biblioteca do Mato Grosso e a biblioteca de
Brasília dão acesso a links de inicio rápido que destacam os conteúdos importantes a serem
navegados.
A Região Sudeste com quatro estados dos quais apenas duas bibliotecas me deu acesso
a sua home Page, foi a Região que mais encontramos bibliotecas públicas municipais. A de
São Paulo é a mais completa, pois está mais próxima a biblioteca da Fundação Biblioteca
Nacional como veremos no quadro três.
Na Região Sul dos três Estados, o Paraná o a do Rio Grande do Sul tem acesso ao
catálogo do acervo.
Constatamos ainda que de um universo de 27 estados pesquisados, apenas 20 possuem
bibliotecas públicas e desse total seis (30%) são de âmbito Municipal e quatorze (70%)
pertencem ao Estado. Isso nos leva a crer que as iniciativas para criação de bibliotecas
públicas pertencem ao crivo das iniciativas municipais e estaduais.
32

Para consubstanciar nosso estudo de Avaliação quanto aos conteúdos necessários e


adequados para a informação online de bibliotecas públicas municipais, mapeamos para fins
de análise os conteúdos virtuais (com base na Página principal da Fundação Biblioteca
Nacional) das Bibliotecas como referencia para um futuro Sistema Municipal de Bibliotecas
Públicas da cidade de João Pessoa conforme abaixo descrito:

Conteúdos FBN BESP BMSP BPA BEMA BERGS


Principal X X X
Sobre a fundação X X
Atendimento X X
Histórico X X X
Agenda X X
Coleções X X
Depósito legal X X
Por dentro da BN X X X
Acervo X X X
Memória oral
Escritório de X X
direitos autorais
Doações X
Tesouro da cidade
Biblioteca digital X X X
Catálogos X X X
Serviços a X X
profissionais
Programação
Ciclo São Paulo
Literatura
Vestibulares algo
mais
Projetos
Bibliotecas
Associação de
amigos
Serviços X X
Serviços a leitores X X
Patrono
Estrutura
Edifício
Visita guiada X X
Programações
Visita virtual X X
Parceiros X X
Fale conosco X X X X X
Créditos X X
Notícias X X
Quaro 3: Conteúdos das páginas
Fonte: Dados da Pesquisa
FBN: Fundação Biblioteca Nacional; BESP: Biblioteca Estadual de São Paulo; BMSP: Biblioteca Municipal de São Paulo; BPA: Biblioteca
do Pará; BEMA: Biblioteca Estadual do Maranhão; BERGS: biblioteca Estadual do Rio Grande do Sul
33

5 ANÁLISE DOS DADOS: Navegando em busca de informação

Através de pesquisas feitas na internet, considerada a rede das redes, por opções de
busca presente em bibliotecas virtuais já desenvolvidas, buscamos identificar o acesso através
de um mecanismo de busca geral (através do www.google.com.br) e institucional, os acessos
foram feitos entre os dias 25 e 27 de junho nos indexadores de buscas das bibliotecas públicas
virtuais estaduais e municipais. Para nos aprofundarmos na Biblioteca Pública, recorremos ao
portal da Biblioteca Nacional (Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas), instituição que
gerencia e fomenta as bibliotecas públicas de todos os estados.
A partir dessa busca foi possível analisar e interpretar as informações disponíveis
através de acessos online aos portais das instituições, bem como observar a interface dos
sistemas computacionais para os usuários. Apresentamos abaixo quadro referente aos
endereços eletrônicos das Bibliotecas Brasileiras por Região, localização e descrição sobre o
acesso.

Nas análises feitas entre os dias 25 e 27 de junho de 2011 pudemos perceber


que os sites visitados utilizam uma navegação estrutural onde se apela à experiência do
usuário. Na barra superior de links possui um Menu de navegação com acessos que
estão no nível a baixo do site atual, ou seja, disponibilizados em uma hierarquia de sites,
na maioria dos sites visitados possuem uma barra de links do site pai, o que permite que
o usuário passe de um site a outro sem que a barra do link superior seja alterada. A
esquerda de cada site aparece uma área de inicio rápido que destaca o conteúdo
importante do site que esta sendo navegado.
34

6 CONCLUSÃO

Tendo esse trabalho por objetivo analisar a visibilidade das bibliotecas públicas na
web, visando contribuir com o futuro Sistema Municipal de Bibliotecas Públicas da cidade de
João Pessoa.
Após a exposição do tema pelos autores estudados e a busca metodológica podemos
afirmar que o acesso online aos portais das bibliotecas é feitos através de uma navegação
estrutural que exija do usuário conhecimentos inerentes ao manuseio das tecnologias da
informação, isto é em relação ao espaço virtual, o que torna difícil o acesso aos conteúdos.
Se do ponto de vista de uma biblioteca presencial o acesso as instalações físicas ao
acervo e aos serviços deve ser planejado em função do usuário real e potencial do mesmo
modo em uma biblioteca virtual temos que considerar os usuários ocasionais, os nativos
digitais e os ainda info-excluidos que são os nossos usuários potenciais.
No que se referem ao acesso online alguns sites apresentaram problemas e não
possibilitaram acesso, entretanto como exemplos, destacamos o portal do Governo do Estado
de São Paulo que disponibiliza acesso direto aos endereços eletrônicos da Biblioteca Pública
Estadual e da Biblioteca Pública Municipal. Os conteúdos disponibilizados no site da
Biblioteca Municipal de São Paulo são os que mais se assemelham aos conteúdos da
Fundação Biblioteca Municipal, para se chegar a essa avaliação foi necessário se fazer um
diagnostico através de acesso nas páginas das bibliotecas disponíveis na internet.
Diante do universo da pesquisa nos 27 estados brasileiros, encontramos o endereço de
algumas bibliotecas públicas, mas apenas 5 (cinco) possuem endereços eletrônicos e/ou links
que nos dão acesso a conteúdos de suas páginas.
Podemos perceber que os sites visitados precisam de uma arquitetura da informação
bem estruturada devido ao aumento da população de usuário.
Pois, mecanismos inteligentes de pesquisa devem fornecer não simplesmente a
perspectiva de pesquisa por assunto, mas também uma estrutura inteligente para a recuperação
da informação, não limitando as pesquisas somente às conclusões dos trabalhos. A
digitalização dos títulos deve ser fornecida através de links automáticos que nos leve a
informação similar e a definições dos termos contidos no corpo do trabalho. A confusão entre
transmitir simplesmente dados e criar mensagens com significado pode ter tido sua origem na
atenção demasiada dada aos computadores e na pouca atenção dada aos usuários.
No intuito de delinearmos um modelo eficiente e adequado para a construção do portal
eletrônico do Sistema Municipal de Bibliotecas públicas da cidade de João Pessoa, visto que
35

os gestores desse sistema devem ter o comprometimento do acesso a informação garantida


pela nossa Carta Magma de 1988.
Considerando que pensar um sistema de bibliotecas implica não apenas na automação
dos processos técnicos mais também no compartilhamento de acervos na interatividade
biblioteca – usuários e no acesso presencial e remoto (online). A biblioteca poderá ser o
repositório natural de informações podendo vir a ser também digital quando os acervos forem
disponibilizados e compartilhados eletronicamente.
36

REFERÊNCIA

ALMEIDA JUNIOR, Oswaldo Francisco de. Biblioteca Pública: Avaliação de serviços.


Londrina: Atual, 2003.

BATTLES, Matthews. A conturbada História das Bibliotecas. São Paulo : Planeta do Brasil,
2003. 240p.

BLATTMANN, Úrsula; FRAGOSO, Graça Maria; VIAPIANA, Noelin. Bibliotecas Públicas


Estaduais Brasileiras na Internet. Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina,
Florianópolis, v.11, n.2, p. 315-332, ago./dez., 2006.

COSTA, Luciana Ferreira da. ; RAMALHO ,Francisca Arruda. A usabilidade nos estudos de
uso da informação: em cena usuários e sistemas interativos de informação. Perspect. ciênc.
inf., vol.15 n.1 Belo Horizonte abril, 2010. Disponível em:
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CUNHA, Vanda A. da.; SANTOS, Levi A. N. dos. Sociedade do Conhecimento, Políticas


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15p. Disponível em: <http://www.cinform.ufba.br/v_anais/artigos/vandacunha.html. >.
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JOÃO PESSOA (Município). Lei 10.952, de 19 de janeiro de 2007. Institui o programa


municipal de apoio à implantação de bibliotecas e dá outras providências. Semanário oficial.
João Pessoa, PB, n. 1045, p. 002-14, 21/27jan. 2007.

JOÃO PESSOA. PREFEITURA MUNICIPAL. Semanário Oficial. N.1181, p. 001/08,


ago/set. 2009.

JOÃO PESSOA (Município). Lei 12.025, de 20 de janeiro de 2011. Cria a biblioteca pública
central do município de João Pessoa. Semanário oficial. João Pessoa, PB, n. 1254, p. 001-31,
23/29,jan. 2011.

JOHNSON, Steven. Cultura da interface. Como o computador transforma nossa maneira de


criar e comunicar. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.

KAHLMEYER-MERTENS, Roberto S. et.al. como elaborar projetos de pesquisa:


linguagem e método. Rio de janeiro: FGV, 2007. 140p.

LIRA, Aquiles Sá Xavier de; OLIVEIRA, Jemima Marques de. Política pública de
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LEVACOV, Marília. Bibliotecas virtuais: (r)evolução?. Ci. Inf. V.26, n. 2, Brasília,


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37

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38

Anexo
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DNIVEIISIDADE FEDERAL DA PARAIBA
CENTRO DE CIENCIAS sOcIAIs ArucADAs
DEPARTAMENTO DE CIENCIA DA INFORMAÇÃO
COORDENAÇÃO EM BIELIOrEcoNomA

TERMO DE AUTORIZAÇÃO

H V” \ f' r~ c. .
Ed ¬~ ¡gjz z. iI/ÂÍY: m_"o_ QM» 0 (n-«Dfdiz , MÊÚICUÍÊ 11°- ,KQÉ-Qfii lj

Amado) eeneluim de cum de ofemnçxe em Bâbíiezeeenemia de ceade de ciêeeâae


Sociais Aplicadas da Universidade Federal da Paraíba, venho per meio deste, autorizar a
Coordenação do Curso a divulgar e disponibilizar o Trabalho de Conclusão de Cmso
(TCC), possibilitando o livre acesso, uso, divulgação e compartilhamento do trabalho,
respeitados os direitos de autoria.

nzmedezrabemez A Jzsempnoz; mas answerer/is Qúoucn-.z Ina 19163'


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