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Leandro da Mota Damasceno

Relatório de Estudo Genealógico


Leandro da Mota Damasceno
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Sumário
Relatório de Estudo Genealógico ..................................................................................................... 3
Finalidade do Estudo Genealógico ............................................................................................... 3
Sobre a Unborder ............................................................................................................................ 3
Licença Creative Commons 4.0 (CC BY-NC-ND 4.0) ................................................................... 3
Introdução ........................................................................................................................................... 4
Sobre a pessoa requerente ............................................................................................................ 4
Tabela 1 – Linha genealógica até Branca Dias ............................................................................ 5
Genealogia da requerente................................................................................................................ 8
Os pais da requente ........................................................................................................................ 8
Os avós da requerente ................................................................................................................... 8
A Genealogia a partir de Antonio Liberato de Albuquerque e a Cronologia Sobralense ...... 9
Sobre o Cônego Francisco Sadoc de Araújo e a Cronologia Sobralense ............................. 9
Os pais de Ana Severina de Melo e sua ascendência .............................................................. 10
A genealogia de Branca Dias e seus descendentes por Candido Pinheiro Koren de Lima .. 13
A ascendência de Fernando Vaz Carrasco (filho) a Maria de Góes....................................... 13
De Maria de Góes a Branca Dias ................................................................................................ 15
Sobre Branca Dias, sua família e descendência ........................................................................ 17
Referencial Bibliográfico ............................................................................................................... 19
Anexos ................................................................................................................................................ 20
ANEXO 1 - DOCUMENTOS DE CINTIA MELO DAMASCENO MARTINS ......................................... 20
ANEXO 2 - RAIMUNDO NONATO DAMASCENO – CERTIDÕES DE NASCIMENTO E CASAMENTO
COM WALDISE DUARTE DE MELO ................................................................................................. 22
ANEXO 3 - CERTIDÃO DE CASAMENTO DE RAIMUNDO LIBERATO DAMASCENO ..................... 24
ANEXO 4 - MARIA LIBERATO DAMASCENO - CERTIDÕES DE NASCIMENTO ............................... 25
ANEXO 5 – GENEALOGIA PELA CRONOLOGIA SOBRALENSE ..................................................... 27
ANEXO 6 - JOSÉ LIBERATO ZEFERINO:............................................................................................ 29
ANEXO 7 - REFERÊNCIAS SOBRE ANA SEVERINA DE MELO E SEUS PAIS: ..................................... 30
ANEXO 8 - FIGURAS 3 E 4: REFERÊNCIAS NO VOLUME 2 DA CRONOLOGIA GERAL ................. 31
ANEXO 9 - REFERÊNCIAS DE PAIS DE JOAO DE MELO E SILVA: ................................................... 33
ANEXO 10 - REFERÊNCIA A FRANCISCO VAZ CARRASCO FILHO E SEUS PAIS: ........................... 36
ANEXO 11 – REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA BRANCA DIAS............................................................ 38
ANEXO 12 - CASAMENTO DE FRANCISCO VAZ CARRASCO E BRITES DE VASCONCELOS, E
SOBRE OS PAIS DE BRITES, MARIA DE GÓES E GASPAR DA COSTA COELHO: ............................ 41
ANEXO 13 - SOBRE BALTHAZAR LEITÃO DE HOLANDA E SEUS PAIS, AGOSTINHO DE HOLANDA E
MARIA DE PAIVA: ........................................................................................................................... 43

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ANEXO 14 – MARIA DE PAIVA: ...................................................................................................... 45
ANEXO 15 - SOBRE BRANCA DIAS E SUA FILHA INES (INEZ) FERNANDES, MÃE DE MARIA DE
PAIVA: ............................................................................................................................................. 46
ANEXO 16 – INEZ FERNANDES: ....................................................................................................... 47
ANEXO 17 – O PROCESSO DE BRANCA DIAS NA INQUISIÇÃO DE PORTUGAL .......................... 49

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estudos para a concessão de Certificado de Origem Sefardita para que você respeite os termos
a pessoa requerente, à respectiva comunidade Judaica. Todas as da licença.
provas presentes foram devidamente analisadas e suas fontes De acordo com os termos
apresentadas nos anexos. seguintes:
Atribuição — Você deve
dar o crédito apropriado,
Sobre a Unborder prover um link para a
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diversos países do mundo, realizando desde a pesquisa genealógica Você deve fazê-lo em
a acompanhamento do processo em Portugal, com serviços qualquer circunstância
jurídicos. Todas as genealogias são supervisionadas por membros do razoável, mas de nenhuma
Colégio Brasileiro de Genealogia (CGB), da Associação Brasileira de maneira que sugira que o
Pesquisadores de História e Genealogia (ASBRAP), da Associação licenciante apoia você ou
Brasileira de Descendentes de Judeus da Inquisição (ABRADJIN) e da o seu uso. Créditos devem
Israel Genealogy Research Association (IGRA). ser atribuídos à Unborder e
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Introdução

Sobre a pessoa requerente

Leandro da Mota Damasceno, passaporte ***********, brasileiro, solteiro, filho de ********* e


*******, tem em sua genealogia grande número de judeus convertidos, conhecidos por seus
processos na Inquisição de Lisboa. A família de seu pai vem da cidade de Sobral, através dos
bisavós, Cândida Maria de Jesus e Antonio Damasceno da Rocha. Graças às evidências
documentais disponíveis sobretudo pelas investigações feitas pelo Cônego Sadoc na cidade
de Sobral, pode-se alcançar conhecidos cristãos-novos, como Belchior da Rosa, Brites
Mendes de Vasconcelos, António Simões Colaço e, especialmente, toda a família de Branca
Dias.

Leandro Damasceno é afiliado ao Colégio Brasileiro de Genealogia (CGB), Associação


Brasileira de Pesquisadores de História e Genealogia (ASBRAP), Associação Brasileira de
Descendentes de Judeus da Inquisição (ABRADJIN) e Israel Genealogy Research Association
(IGRA).

Para analisar esta solicitação, seguem as conexões genealógicas abaixo, apenas para
Branca Dias e sua família.

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Tabela 1 – Linha genealógica até Branca Dias

Provas Documentais-
Geração Nome
pode clicar

LEANDRO DA MOTA DAMASCENO nasceu


aos ***********na freguesia da ********* na
******** circunscrição do registro cível das
Requerente pessoas naturais, comarca da Capital – Anexo 1
freguesia Lagoa e Gávea sob o número
*****, folha ***** do livro ********. Passaporte
Nr ***********

******************** nasceu ******** em ******,


Estado do Ceará e casou em 20 de marco de
1980 no Rio de Janeiro SOB O NR. ***** folha
Pais ***** Livro ***** na Comarca da Capital Anexo 2
freguesia da**********, Rio de Janeiro Brasil
com ************ nascida ******** em São Luis,
Maranhão.

**************** (Sobral, Estado do Ceará) -


1A casou em ****** **** Estado do Ceará sob o
Nr. ****, folha * Livro ***** do 1o. Tabelião de Anexo 3
avós Notas de *******, Ceará, Brasil, com ********,
nascida em Várzea Alegre, Ceará, *********,

CANDIDA MARIA DE JESUS (Bartolomeu,


Estado do Ceará) casada com ANTONIO
DAMASCENO DA ROCHA (Bartolomeu,
2A Estado do Ceará). Anexo 3
Bisavós Par esta geração é dado o registro de Anexo 4
nascimento da filha Maria para justificar esta
ascendência, pois constam os nomes dis
avós.

3A ANTONIO LIBERATO DE ALBUQUERQUE


(Sobral, Estado do Ceará) casado com Anexo 6
Trisavós Vicência Martins Viana

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JOSÉ LIBERATO ZEFERINO (Sobral, Estado do
Ceará) casou em 03/02/1828 em Sobral,
4A Estado do Ceará, Brasil, com RITA FRANCISCA
DE JESUS, filha de INÁCIO FURTADO DE Anexo 6
Tetra-avós
MENDONÇA e MARIA VICÊNCIA DO ESPIRITO
SANTO

ANA SEVERINA DE MELO (Sobral, Estado do


Ceará) casou em 07/05/1804 em Sobral,
5A Estado do Ceará, Brasil, com RAIMUNDO
FRANCISCO DAS CHAGAS, filho de JOSÉ Anexo 7
Penta-avós
MADEIRA DE MATOS e ANA CAETANO DE
ALBUQUERQUE

JOÃO DE MELO E SILVA - casado com ANA


6A DA CONCEIÇÃO MADEIRA, filha de MANOEL
MADEIRA DE MATTOS e FRANCISCA DE Anexo 9
Hexavós
ALBUQUERQUE MELLO

INÊS DE VASCONCELOS UCHÔA - casada


7A com LOURENÇO DA SILVA MELO, filho de
FELICIANO DE MELO E SILVA e BRITES DE Anexo 9
Heptavós
BARROS REGO

FRANCISCO VAZ CARRASCO (Ipojuca,


8A Pernambuco, Brasil) - casado com ANTONIA
DE MENDONÇA UCHÔA, filha de FRANCISCO Anexo 10
Octavós
DE FARIA UCHÔA e ANA DE LYRA PESSOA

BRITES DE VASCONCELOS (Olinda,


9A Pernambuco, Brasil - casada com Anexo 10
Nonavós FRANCISCO VAZ CARRASCO filho de Anexo 12
MANOEL VAZ VIZEU e MARIA DA ROSA

10A MARIA DE GÓIS LEITÃO DE HOLLANDA


casada com GASPAR DA COSTA COELHO Anexo 12
Deca-Avós

BALTHAZAR LEITÃO DE PAIVA E


11A VASCONCELOS HOLLANDA casado com
FRANCISCA DOS SANTOS FRANÇA, filha de Anexo 13
Hendeca-avós GASPAR FERNANDES FRANÇA e BEATRIZ
RODRIGUES

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MARIA DE PAIVA - filha de BALTAZAR LEITÃO
CABRAL e INEZ FERNANDES, casada com
12A AGOSTINHO DE HOLANDA DE Anexo 13
Dodeca-Avós VASCONCELOS, filho de ARNAU DE Anexo 14
HOLANDA e BRITES MENDES DE
VASCONCELOS

✡ INÊS FERNANDES (Viana do Castelo,


Portugal) - filha de BRANCA DIAS e DIOGO
FERNANDES SANTIAGO, casado com
13A BALTAZAR LEITÃO CABRAL, foi denunciada Anexo 15
trideca- Avós por sua irmã ANDRESA (ou ANDREZA) JORGE Anexo 16
em 1599 no processo
https://digitarq.arquivos.pt/details?id=23
06369

✡ BRANCA DIAS (Viana do Castelo, Processo de Branca


Portugal) - casada com DIOGO FERNANDES Dias:
SANTIAGO. Foi processada pela Inquisição https://digitarq.arqui
14A em 1543. Sentença: auto-da-fé privado de vos.pt/details?id=230
02/04/1544. Abjuração pública, dois anos de 5769
Tetradeca-Avós cárcere e hábito penitencial, ficando
reservada a sua comutação e dispensa. Ela Anexo 17
foi denunciada após a morte por sua filha
Andresa Jorge.

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Genealogia do requerente

Os pais do requente

A requerente é filho de ************, professor universitário, com sua segunda esposa********


(née ***********).

*********** é filho *********** e *************, conforme sua certidão de nascimento no Anexo 2.

Os avós do requerente

Para fins de verificação de origem sefardita, a linhagem do avô da requerente é a mais


importante a ser analisada. A certidão de casamento de ********* revela se tratar de filho de
Antonio Damasceno com Cândida Maria de Jesus, ambos bisavós da requerente. No
entanto, não foi possível localizar a certidão de nascimento de *********, que constaria o
nome de seu avô, conforme padrões cartoriais brasileiros. Felizmente, foi possível localizar em
pesquisa familiar a certidão de nascimento de sua irmã, ************* (née *********), em que
consta como nome de seus avós maternos, Antonio Liberato de Albuquerque e Vicência
Martins Viana, conforme Anexo 4 cuja parte deixamos claramente exposta. Percebe-se que
o comprovante da relação fraternal se dá pelos nomes do pais e idade compatíveis com as
de ***************, e pela guarda do documento pela família.

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A Genealogia a partir de Antonio Liberato de Albuquerque e a


Cronologia Sobralense
Tal como acontece com muitas famílias na região de Sobral, a investigação sobre os
ancestrais de Antonio Liberato de Albuquerque foi realizada por Araújo (2015a e 2015b). O
Cônego Sadoc de Araújo pesquisou documentos e registros de igrejas na cidade, desde a
sua fundação até os anos 50. É considerada uma das mais importantes obras genealógicas
do Brasil. Para fazer este relatório, foi usada a pesquisa de Sadoc. Nela, Sadoc revela que
Antonio Liberato de Albuquerque é filho de José Liberato Zeferino com Rita Francisca de
Jesus, tendo o casamento celebrado em 03/02/1828. Abaixo, um fragmento do Anexo 6. O
mesmo documento revela ele se tratar de filho de Raimundo Francisco das Chagas e Ana
Severina de Melo.

Sobre o Cônego Francisco Sadoc de Araújo e a Cronologia Sobralense

Francisco Sadoc de Araújo (Sobral, 17 de dezembro de 1931) é um padre, professor e reitor


brasileiro.

Filho de Galdino Orlando de Araújo e Rita Albuquerque de Araújo. Estudou no Externato São
José e no Seminário Diocesano de Sobral; continuou os estudos no Seminário de Fortaleza
(curso de Filosofia) e concluiu-os na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma (Itália), onde
fez o curso de Teologia. Pós-graduado em Psicologia pela Faculdade de Cristo Rei (São
Leopoldo - RS).

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Professor, participou da criação da UVA (Universidade Vale do Acaraú), da qual foi o
primeiro Reitor. Dirigiu o Instituto de Teologia da Arquidiocese de Recife. Foi membro do
Conselho de Educação do Ceará, Professor Emérito da Faculdade Dom José, de Sobral.
Cônego Honorário da Basílica de São Pedro, do Vaticano. Membro do Instituto do Ceará, da
Academia Cearense de Letras (cadeira n° 15, patrono: Capistrano de Abreu), e Academia
Sobralense de Letras, e membro correspondente do Colégio Brasileiro de Genealogia (Rio de
Janeiro) e Instituto Genealógico Brasileiro (São Paulo)

Seu trabalho é focado no Vale do Acaraú e a Ibiapaba, ambas regiões do noroeste


cearense. Sua estratégia de pesquisa começou com Cronologia Sobralense em cinco tomos
seriados (1974/1979/1983/1985/1990). Durante este período publicou História da Cultura
Sobralense em 1978 e Raízes Portuguesas do Vale do Acaraú em 1990. Pesquisador
respeitado, Sadoc oferece informações histórico-geográficas sobre a gênese de Sobral e seu
território, desde o século XVII até meados do século XX. Sua mais recente publicação foi
Padre Ibiapina, Peregrino da Caridade (1995), fundador das Casas de Caridade, instituição
assistencial oitocentista presente em Sobral e em algumas províncias do nordeste do Brasil.

Cronologia Sobralense, (5 volumes, 1974/1990) - A Cronologia Sobralense é uma das mais


importantes obras publicadas pelo Cônego Sadoc de Araújo. Os cinco tomos que compõem
a obra foram editados entre os anos de 1974 e 1990. Em 2015 a Escola de Cultura,
Comunicação, Artes e Ofícios – ECOA, em parceria com a Secretaria da Cultura de Sobral e
com a Casa Civil do Governo do Ceará, publicou uma segunda edição. A Cronologia
Sobralense é uma obra de referência para a pesquisa histórica sobre Sobral e a zona norte
do Ceará. Nela, é possível acompanhar o desenvolvimento da cidade desde que aqui
chegaram os primeiros brancos para erguer as suas fazendas de criar, ainda no século XVII,
até o ano de 1950. A Cronologia é obra de exaustiva pesquisa, trabalho de fôlego que
levantou fontes primárias importantes e constitui-se, ainda hoje, em guia para pesquisadores.

Os pais de Ana Severina de Melo e sua ascendência

Ana Severina de Melo, conforme Anexo 7. O trecho do documento abaixo afirma que seus
pais eram João de Melo e Silva e Ana da Conceição Madeira. O casamento de Ana
Severina e Raimundo Francisco das Chagas, conforme Sadoc (2015b) se dá em 07/05/1804.

O entroncamento que iremos seguir agora é de João de Melo e Silva, pai de Ana Severina,
que Segundo Sadoc (2015b), descende de Lourenço da Silva e Melo e Inês de Vasconcelos.
O trecho que se encontra no Anexo 9 segue abaixo.

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Inês de Vasconcelos, aliás Inês de Vasconcelos Uchôa, de acordo ainda com Sadoc (2015b,
417), contraiu núpcias pela segunda vez com o viúvo Lourenço da Silva Melo, tendo como
rebento, dentre outros, João de Melo e Silva, conforme indicado no Anexo 9, como o trecho
abaixo.

Ainda em Sadoc (2015b, 416), ele afirma Inês de Vasconcelos Uchoa se tratar de filha de
Francisco Vaz Carrasco (filho) e Antonia de Mendonça Uchoa, conforme Anexo 9. Abaixo,
trecho que trata da questão.

A partir de Francisco Vaz Carrasco (filho), chegamos a seus pais, Francisco Vaz Carrasco (pai)
e Brites de Vasconcelos (SADOC, 2015b, 42-43). O Trecho do Anexo 10 abaixo trata melhor da
questão.

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Francisco Vaz Carrasco e sua progênie foram muito conhecidas na região do Nordeste do
Brasil por se tratar de uma família com grandes conexões à nobreza local. De fato, ela é
largamente tratada por Borges da Fonseca na sua Nobiliarchia Pernambuca (1925; 1926). Por
conta de sua posição como militar e sacerdote, e por referências à sua atitude nobre,
conseguiu notoriedade na região, não ficando de fora da maioria das obras de genealogia
da região do Ceará, em especial todas as citadas no referencial bibliográfico deste relatório.

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A genealogia de Branca Dias e seus descendentes por Candido Pinheiro


Koren de Lima

A partir de Francisco Vaz Carrasco, não há referências sobre sua genealogia na obra do
Cônego Sadoc. No entanto, por conta de sua importância à época, sua genealogia é
tratada em várias obras que constam no referencial bibliográfico deste relatório e em várias
outras. A Nobiliarchia Pernambucana de Borges da Fonseca (1925; 1926) trata bastante de
sua ascendência. Embora de grande importância, sabe-se que essa obra, por motivos
pessoais e políticos do autor, não trata corretamente da descendência de Branca Dias por
conta de a mesma ter sido a cristã-nova mais notoriamente perseguida no Brasil pelo Santo
Ofício, e, portanto, carregando grande estigma.

No entanto, as demais obras consultadas confirmam a ascendência de Francisco Vaz


Carrasco, sem maiores problemas ou contornos genealógicos duvidáveis.

Devido à qualidade da pesquisa e quantidade de dados, foi dada preferência à obra de


Candido Pinheiro Koren de Lima, “Branca Dias” (referências no Anexo 11), para que se possa
tratar dessa ascendência de Fernando Vaz Carrasco sem maiores problemas e permitir uma
leitura menos confusa.

A ascendência de Fernando Vaz Carrasco (filho) a Maria de Góes

Conforme trecho abaixo de LIma (2016a), extraído do Anexo 12, revela a linha genealógica
reta desde Maria de Góes, casada com Gaspar da Costa Coelho, descendo para sua filha
Brites de Vasconcelos, casada com Francisco Vaz Carrasco (pai), ambos pais de Francisco
Vaz Carrasco (filho), casado com Antonia de Mendonça Uchoa.

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Abaixo temos um trecho da árvore genealógica dos descendentes de Branca Dias, que a
liga a Francisco Vaz Carrasco diretamente, conforme publicado com Lima (2016a).

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De Maria de Góes a Branca Dias

No trecho abaixo da obra de Lima (2016a), encontramos os pais de Maria de Góes, Baltazar
Leitão de Holanda e Francisca dos Santos França.

Na mesma obra, conforme trecho extraído do Anexo 13 abaixo, vemos logo que os pais de
Baltazar Leitão de Holanda são Maria de Paiva e Agostinho de Holanda Vasconcelos.

Na mesma obra, extraímos o trecho abaixo do Anexo 14

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Como podemos observar na parte destacada da árvore genealógica, Maria de Paiva era
neta de Branca Dias e é reforçado seu casamento com Agostinho de Holanda Vasconcelos.
De acordo com Lima (2016a), baseado nas Denúncias ao Tribunal do Santo Ofício
(MENDONÇA e MENDES, 1984), Maria de Paiva ainda manteve alguns hábitos judaicos, em
particular alimentares, e sofreu suspeita de ser judaizante, tendo sido salva em grande parte
por conta da influência de seu pai.

Como mostrado acima, e melhor detalhado abaixo, Maria de Paiva era filha de Inês
Fernandes e Baltazar Leitão Cabral. Inês Fernandes era a filha mais velha de Branca Dias e
Diogo Fernandes, e conforme relatado abaixo, extraído do Anexo 16.

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Sobre Branca Dias, sua família e descendência

Com uma existência entre a História e a Lenda, considerada uma das matriarcas do
Pernambuco, Branca Dias é, no século XVI, no Brasil, a primeira mulher portuguesa a praticar
«esnoga», a primeira «mestra laica» de meninas e uma das primeiras «senhoras de engenho».
Cristã-nova, natural de Viana da Foz do Lima (Portugal). Residiu em Lisboa (Portugal) e em
Pernambuco (Brasil). Não é exagero afirmar que Branca Dias é a cristã-nova mais notória no
Brasil por conta de sua perseguição pelo Tribunal do Santo Ofício, e uma das com mais vasta
descendência mais provas documentais dessa genealogia, sendo a mesma a cristã-nova
mais estudada no Brasil.

Foi casada com DIOGO FERNANDES. Foi processada pela Inquisição em 1543, no processo no
05736. Sentença: auto-da-fé privado de 02/04/1544. Condenada a abjuração pública, dois
anos de cárcere e hábito penitencial, ficando reservada a sua comutação e dispensa. Ela foi
denunciada novamente após a morte por sua filha Andresa Jorge. No Anexo 17
encontramos transcrição da página principal de seu processo na Torre do Tombo.

Após a partida de seu marido para o Brasil, residindo ela ainda em Lisboa, foi denunciada
pela mãe e pela irmã, que também estavam sendo processadas pelo Tribunal do Santo
Ofício, por prática de judaísmo. Elas eram naturais de Viana da Foz do Lima, onde moravam.

No processo nº 5775, datado de 2 de abril de 1544, consta que Violante Dias foi ao auto-de-
fé em Lisboa, e Isabel Dias foi sentenciada a abjuração pública, 2 anos de cárcere e hábito
penitencial; reservada a comutação da penitência quando parecesse serviço de Nosso
Senhor. Branca Dias foi sentenciada, em 12 de setembro de 1543, a "abjuração pública, dois
anos de cárcere e hábito penitencial, ficando reservada a sua comutação e dispensa".
Branca Dias apresentou uma petição ao Santo Ofício, em que pediu dispensa do tempo que
lhe faltava cumprir, tendo sido a mesma concedida, talvez em razão de ter filhos pequenos
para criar.

Em 1551 já estava em Pernambuco, para onde se transferiu com os filhos, passando a residir
no Engenho Camaragibe, construído por seu marido. Conforme novas denúncias à
Inquisição, após a sua morte (desta feita quando das visitas ocorridas no Brasil entre 1591 e
1595, sob a coordenação do Visitador Geral Licenciado Heitor Furtado de Mendonça), foi ela
acusada de manter, em sua residência em Camaragibe, uma "esnoga" (sinagoga), em que
os judeus da região se reuniam para cerimônias e se "adorava a toura" (Torah). Após o
falecimento de seu marido, permaneceu dez anos à frente do Engenho de Camaragibe, o
qual em seguida vende, mudando-se, com os filhos, para Olinda (PE), onde, na sua casa à
Rua Palhaes, abre uma escola para meninas, em que ensina culinária e costura.

Nas denúncias posteriores a sua morte, algumas de suas conhecidas e alunas relatam que,
na sexta-feira à tarde, mandava lavar e esfregar o sobrado e trocava a roupa de cama, em
preparação para o sábado, quando não trabalhava e, pela manhã, "se vestia com camisa

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lavada e apertava a cabeça com seu toucado lavado", vestia os filhos com o melhor vestido
que tinham, jantava "mais cedo que nos outros dias e (...) chamava acima do sobrado as
ditas suas filhas (...) e todos iam então jantar com ela (...), sempre uma iguaria que nunca
comiam".

Suas filhas e netas, processadas após sua morte, são unânimes em relatar que aprenderam
com ela a fidelidade à lei de Moisés. Faleceu por volta de 1588. Sua fama só cresceu com o
tempo, pois, como já observava Rodolpho Garcia, "de todos os cristãos-novos de
Pernambuco, nenhuns foram mais acusados perante a mesa do Santo Oficio do que Branca
Dias, seu marido Diogo Fernandes e suas filhas por cerimonias judaicas". Acredita-se que,
quando dos processos contra seus filhos e netos, seus ossos teriam sido levados a Lisboa, para
serem queimados em praça pública, o que parece ser produto das lendas criadas em torno
de seu nome. Consta ainda que o nome do Riacho do Prata, no subúrbio Dois Irmãos, no
Recife, se deveria ao fato de que, quando da chegada da Inquisição, Branca teria lançado
nele suas joias, episódio celebrado por Carlos Drummond de Andrade num poema: "É
acusada de judaísmo/ Já vão prendê-la/ Atira joias e prataria na correnteza/ A água vira
Riacho de Prata/ Morre queimada no santo lume da Inquisição em Portugal/ Reaparece na
Paraíba, em Pernambuco/ Sob o luar toda de branco/ Sandálias brancas e cinto azul-ouro..."
A exploração literária mais conhecida de sua figura foi feita por Dias Gomes, na peça "O
Santo Inquérito".

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Leandro da Mota Damasceno
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Referencial Bibliográfico

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