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Dezembro de 2020

# 23

Destrua o Plano B
Todos fomos ensinados sobre a importância de manter um plano B em
nosso radar, seja qual for o objetivo que queiramos conquistar.

Com o dinheiro, isso se torna ainda mais proeminente. Se você falir, terá,
supostamente, precisado de um plano B. Se a sua empresa quebrar, idem.

Poucas coisas são tão funcionais quanto absorver conhecimento pela


observação da trajetória dos gigantes. Daqueles que já trilharam o caminho
que você deseja trilhar. Para esses, é muito claro: nunca houve plano B.
Nunca houve alternativa.

Era aquela conquista e só ela.

Os melhores do mundo, em qualquer área do conhecimento, contaram com


um único caminho. Não temeram a falha e foram até o fim.

Assim, fizeram história.

Raiz Cultural
A fragilidade emocional talvez seja a principal culpada pelo plano B ser tão
valorizado. Em linhas gerais, este é dado como uma alternativa. Um afago à
própria derrota.

Culturalmente, não somos ensinados sobre o valor do fracasso. Muito menos


sobre quanto ele é capaz de ensinar – na maioria das vezes, muito mais que
a própria vitória. O fracasso ensina e a vitória recompensa.

Ao invés disto, muito se fala em criar alternativas e caminhos distintos para


que, caso você erre feio no trajeto do seu primeiro objetivo, passe para o
próximo. Assim, será muito mais fácil eximir-se da culpa, fugir da
responsabilidade e da própria fraqueza para dar lugar a uma nova
oportunidade, uma nova chance, enquanto tudo aquilo que você mais
desejava podia ter sido encontrado a partir da persistência no caminho
inicial.

As pessoas sempre preferem ouvir palavras bonitas que consolam a ouvir


uma verdade que transforma.
Vence quem entende essa lógica e aprende a reverter esse ciclo. Quem
aprende a importância da verdade e da autorresponsabilidade.

Conforto Cognitivo
Nosso cérebro é preguiçoso.

A tendência natural para tudo que executamos é buscar o método mais


rápido e menos demandante dentre todos os disponíveis. Não à toa o número
de fraudes financeiras no Brasil é contundente. As iscas pegam os incautos.
Pegam aqueles que, para quando tudo der errado, contam com o plano B.

Por uma simples questão de sobrevivência, o conforto cognitivo é preferível


para o cérebro humano. Consome menos energia, reduz a hostilidade do
ambiente e não gera o estresse das mudanças.

O plano B traz esse conforto. Ele é, literalmente, o escape para aqueles que
não se comprometeram com o caminho inicial.

No limite, o plano B decorre da preguiça. Da falta de compromisso e, pior: da


falta de obstinação.

Resultados extraordinários são obtidos por aqueles que morrerão por um


único caminho. Que estarão dispostos a dar até a última gota de suor para
que o objetivo inicial seja alcançado.

A Trilha e o Network
Se você ainda não tem o seu plano A, muito bem. Já pode, desde já,
dispensar-se de criar também o plano B.

Encontre a sua trilha. Aquilo que você deseja conquistar acima de qualquer
coisa na vida. Tenha certeza de que seja algo realmente grandioso e que, em
um primeiro momento, seja até assustador.

Não mire baixo.


Destine o devido tempo para traçar os seus objetivos. Falamos disso no INT
o tempo todo. Todos querem conquistar muito, mas poucos sabem com
exatidão onde querem chegar.

Reflita e não se importe de levar dias para isso. Ative a sua imaginação e
trabalhe para linkar as suas habilidades, seus valores e tudo aquilo que você
deseja ter para si até o final da vida.

Esse deve ser o seu plano. E o seu único plano. É nele que você deverá
trabalhar.

Com isso muito bem desenvolvido, você passará a atrair pessoas de


mentalidade similar. Automaticamente, você repelirá todos aqueles
comprometidos com a mediocridade. Aqueles que têm plano B, C, D, e uma
coleção de tentativas que nunca culminarão em nada. Você criará uma rede
forte, com pessoas obstinadas e que geram valor todos os dias.

Falhas e Musculatura
O maior problema de insistir em um único plano é que você falhará. Muito.
Múltiplas vezes.

O progresso é sempre pautado na superação de sucessivas falhas. Para


quem não é familiarizado com isso, o primeiro problema é razão suficiente
para acionar o plano B.

A melhor forma de corrigir isso é desenvolvendo a sua própria resiliência.


Cada uma das suas falhas deve funcionar como um exercício que te deixa
mais forte e mais resistente.

Foi assim com os maiores empreendedores do Brasil. Esses, desde muito


cedo entenderam a importância de atribuir a culpa sempre a si. Não por
coincidência construíram impérios globais.

O campeão abraça as próprias derrotas. Sabe crescer com as porradas na


cara e com a hostilidade.

O medíocre foge das derrotas. Tem o ego frágil. É sensível e relutante para
assumir as próprias falhas. Esse, imediatamente corre para o plano B.
Quando você errar, entenda as razões, remodele a metodologia utilizada e
parta para a próxima tentativa. E para a próxima. Isso fará com que o jogo se
concentre em você. Nas suas limitações e nas suas habilidades. Te fará o
maior culpado, ao passo que te coloca no controle para mudar o cenário. Te
tornará cada vez melhor na execução do plano A e, consequentemente, cada
vez mais próximo de conquistar o que deseja.

No final do dia, você perceberá que ganhará tração e musculatura para tornar
qualquer alternativa ao plano principal simplesmente irrelevante. Você
ganhará confiança sobre si mesmo.

Passará também a admirar a obstinação daqueles que conquistam tudo o


que desejam. Que têm o controle sobre a própria vida. Passará a admirar
aqueles que entregam até a última gota de sangue e de suor por um objetivo
maior.

Foco.

O plano A custará muito caro. Sempre será o mais complexo dentre todos os
outros. E está tudo bem. É sinal de que você está no caminho certo. Ele
demandará muitas horas de trabalho e muita provação. Você precisará
derrotar as distrações e culpar-se por aquilo que, mesmo eventualmente,
poderia ter evitado.

Quando estiver realmente focado em um objetivo, quando estiver dando tudo


de si, você perceberá que o plano B é sempre adotado por aqueles que são
fartos de opções limitadas e pouco ambiciosas. Que se satisfazem com
pouco.

Plano B é falta de foco. É um afago para a fragilidade. É para todos aqueles


que colecionam alternativas.

Mas nunca vitórias.

Até a próxima,

Guilherme Salvador
CEO & Founding Partner

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