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Agradecimentos
Nesta fase de especial comoção gostaria de, aproveitando este espaço, agradecer a todos
aqueles que, ao longo do meu percurso de formação académica e pessoal, foram pilares e
ajudaram na conclusão desta importante etapa.
Aos meus pais, António Rodrigues e Clara Mateus, um especial e forte agradecimento pelo
carinho, paciência, amor, dedicação, motivação, alegria, apoio e por toda a força que me foram
dando ao longo de toda a minha vida, sois companheiros de todas as horas.
Ao meu irmão, Fábio Rodrigues, porque não importa a distância, a tua força e alegria
contagiam, “Sorri sempre…”1.
Aos meus amigos, em especial, Laura Gouveia, Carina Reis e Aida Pires, “amigos são os irmãos
que podemos escolher”2, porque nem sempre foi fácil aguentar o meu desânimo e frustração e
é nessas alturas que as amizades fortalecem.
Obrigada a ti Tiago, por toda a força, compreensão e dedicação, por estares sempre do meu
lado e me fazeres sorrir.
À Vanessa Sousa, porque acima de tudo é amiga e foi o elo imprescindível, com a empresa,
para o desenrolar desta dissertação.
De uma forma geral, agradeço a todos na JLS, por tão terno acolhimento, um especial obrigado
ao formador Vítor Pereira, por toda a paciência e atenção, os seus conhecimentos são uma das
bases desta dissertação.
Por último, mas não menos importante, ao meu orientador, Professor Doutor João Matias por
todo o auxílio, disponibilidade, atenção, motivação, orientação e preocupação, a ele o meu
mais sincero reconhecimento pois sem dúvida que sem o seu apoio não teria sido possível.
A todos o meu mais sincero OBRIGADA pelo importante contributo para a minha formação e por
nunca me terem deixado optar pelo caminho mais fácil. Levo-vos para a vida.
1 Autor desconhecido.
2 Autor desconhecido.
Resumo
A atual situação global da economia obriga as empresas a utilizar toda a sua criatividade em
prol da sobrevivência no mercado, uma vez que a não adaptabilidade empresarial pode levar à
perda da organização, desta forma é deveras relevante a capacidade de inovação e melhoria.
No sector dos transportes, em particular, existe uma lacuna que advém da gestão de frotas com
veículos de diferentes marcas, tornando-se pouco eficaz optar pela utilização do sistema de
telemática que cada marca oferece. A solução passou pela procura de um sistema que
conseguisse, através de um único serviço, unir todos os veículos da frota, independentemente
da sua marca.
O sistema utilizado surgiu da aliança entre empresas com a dificuldade descrita, algumas
universidades e a Trackit Consulting, uma empresa do ramo da informática, cujo papel é o
desenvolvimento, instalação e manutenção do software.
O presente estudo pretende demonstrar, através dos dados recolhidos pelo TRACKiT, qual a
melhor rota a seguir, no percurso que foi estabelecido para o Estudo de Caso, não
descriminando a marca de cada veículo estudado, uma vez que neste software todos são
analisados na mesma medida. A metodologia qualitativa utilizada como estratégia investigativa
foi o Estudo de Caso.
Através destas análises as empresas são capazes de reduzir os custos com as deslocações,
permitindo assim uma maior geração de qualidade nos serviços que prestam, assegurando a
satisfação dos clientes.
Palavras-chave
Gestão de frotas, Melhoria Contínua, Tacógrafo, Telemática.
Abstract
The current overall state of the economy requires businesses to use their whole creativity for
the sake of survival in the market, otherwise the non-business adaptability can lead to a loss
of the organization, therefore the capacity for innovation and improvement is truly relevant.
Particularly in the transport sector, there is a shortcoming, which is the management of fleets
with different vehicle brands, making it an ineffective choice to use the telematics system
offered by each brand. The solution began with the search for a system that could, through a
single service, unite all fleet vehicles, regardless of the brand.
The system arose from the alliance between companies with the described difficulty, a few
universities and Trackit Consulting, a computer business company, whose role is the
development, installation and maintenance of the software.
TRACKiT allows, at any moment, the control of all vehicles belonging to a fleet, by allowing
studies to be drawn up within the organization related to routes efficiency with greater
consistency of data by being achieved similar driving data for all vehicles.
This study aims to demonstrate, through data collected by TRACKiT, what is the best route to
follow in the path that has been established for the case study, not discriminating the brand of
each vehicle studied, since with this software all are analyzed in the same measure. The
qualitative methodology used as research strategy was the case study.
Through these analysis companies are able to reduce costs associated with travel, thus allowing
a higher generation of quality in the services provided and ensuring customer satisfaction.
Keywords
Fleet management, Continuous Improvement, Tachograph, Telematics.
Glossário
Benchmarking: Designa um “processo contínuo e sistemático que permite a comparação das
performances das organizações e respetivas funções ou processos face ao que é considerado “o
melhor nível”, visando não apenas a equiparação dos níveis de performance, mas também a
sua ultrapassagem.”3
Core Business: Expressão que define a área central de negócio de uma entidade, identificando-
se a partir do peso de cada negócio no total faturado pela empresa. 4
Marketing: Abrange um conjunto de ações e técnicas, com o objetivo de fixar uma estratégia
comercial nos aspetos que envolvem desde o estudo de mercado e tendências dos consumidores
até à venda e apoio pós-venda.8
Melhoria: Significa uma mudança para melhor estado ou condição, uma vantagem, aquilo que
se considera ser melhor.9
Índice Geral
Resumo ........................................................................................................ vii
Abstract......................................................................................................... ix
Keywords ....................................................................................................... ix
Glossário ........................................................................................................ xi
1.Introdução .................................................................................................. 24
A Empresa ............................................................................................... 28
4.6.5. SCANIA....................................................................................... 78
Lista de Figuras
Fig. 1 – Distribuição dos veículos. ......................................................................... 30
Lista de Tabelas
Tabela 1 - Tempos de condução e repouso. ............................................................ 42
Tabela 8 - Dados relativos ao veículo que realizou o Percurso IV. ................................. 100
Tabela 10 - Dados relativos à análise dos percursos I, II, III e IV. .................................. 104
Lista de Acrónimos
JIT Just-In-Time
Capítulo 1
1. Introdução
1.1. Enquadramento Geral
1.2. Objetivos
1.3. Estrutura
1.Introdução
O caso a estudar surgiu após se efetuar a análise SWOT, onde foi detetado como ponto fraco e
correspondente oportunidade. O presente capítulo apresenta, o âmbito, os objetivos, as
questões da investigação e a metodologia que foi usada para a concretizar. Apresenta-se
também a estrutura detalhada da dissertação e uma explicação sumária dos capítulos.
O contexto de crise económica surgiu como uma fase de oportunidades de negócio para
empresas que ambicionam a diferenciação dentro do seu sector (Cardoso, 2010). É neste
sentido que surge a Melhoria Contínua, como uma ferramenta capaz de ajudar as empresas na
obtenção da diferenciação.
A nova moeda da economia mundial é a informação, no geral espera-se pela informação correta
no momento certo para que esta sirva de auxílio à tomada de decisão ou à prestação de um
serviço (Duri, 2004). No particular caso das transportadoras (e não só) existe um especial
interesse no controlo e gestão de frotas, este controlo nem sempre é fácil, em especial quando
a frota é composta por diversas marcas de veículos. Existe a necessidade de evitar a utilização
de rotas desnecessárias ou desnecessariamente longas (Drexl, 2012).
1.2. Objetivos
O estudo surgiu através de proposta da empresa, à qual foram efetuadas diversas visitas para
que pudesse existir um maior envolvimento e perceção das verdadeiras dificuldades da gestão
de frotas, bem como uma aproximação com o sector do transporte de mercadorias, relativo ao
qual não existia conhecimento prévio.
Concretamente neste Estudo de Caso, pretende-se fazer a escolha do melhor trajeto através
da utilização de dados recolhidos a partir do programa gestor de frotas TRACKiT, descrito
adiante, cuja particularidade é o facto de permitir a comparação de veículos de diferentes
marcas, opção que as soluções apresentadas pelas marcas não possibilitam. Apesar do estudo
em concreto possuir dados quantitativos de onde podem ser retiradas elações relativamente ao
trajeto, é com base em dados qualitativos que as informações se conseguem entender mais
corretamente.
1.3. Estrutura
O presente capítulo faz uma breve introdução ao estudo que vai ser desenvolvido, aqui
apresenta-se o enquadramento geral, os objetivos do estudo e a descrição da estrutura.
Cada um dos capítulos acima descritos tem funções vitais para a consolidação do estudo, seria
impensável propô-lo sem o apoio da empresa, daí que ela seja introduzida, apresentando-se as
análises interna e externa e a análise SWOT que será o ponto de partida para o Estudo de Caso,
uma vez que este se apresenta como ponto fraco e consequente oportunidade.
Capítulo 2
2. A Empresa
2.1. Caracterização
2.1.1. Evolução Histórica
2.1.2. Visão
2.1.3. Missão
2.1.4. Valores
2.1.5. Objetivos
2.1.6. Frota
2.1.7. Organograma
2.1.8. Grupo Empresarial
2.2. Análise Interna
2.2.1. Marketing Mix de Serviços e Logística
2.2.2. Carteira de Negócios
2.2.3. Programação de Rotas
2.2.4. Instalações
2.3. Análise Externa
2.3.1. Meio Envolvente
2.3.2. Análise da Rivalidade Concorrencial
2.3.3. Enquadramento Legal
2.3.4. Tacógrafo Digital e Cartão de Tacógrafo
2.3.4.1. Cartão Tacográfico
2.3.4.2.Transferência dos Dados de Tacógrafo
2.4. Estratégia
2.4.1. Política de Preços
2.4.2. Cadeia de Valor
2.5. Análise SWOT
2.5.1. Pontos Fortes
2.5.2. Pontos Fracos
2.5.3. Oportunidades
2.5.4. Ameaças
A Empresa
Todos os dados apresentados de seguida que não estejam referenciados foram recolhidos na
empresa em estudo. Trata-se de um Estudo de Caso investigativo, e muita da informação
utilizada foi qualitativa, proveniente do know-how dos seus recursos humanos. O estudo foi
elaborado na JLS, empresa do sector dos transportes rodoviários internacionais.
2.1. Caracterização
O ano de fundação foi 1988, a sua sede está situada na cidade de Viseu e a sua atividade
principal é o transporte rodoviário internacional de mercadorias, possuindo, atualmente, cerca
de 248 colaboradores.
O nascimento da empresa não foi de todo imprudente, uma vez que o fundador não passou logo
a ser um transportador independente, em vez disso, contratou um motorista e manteve o seu
emprego, completamente independente. Só três meses mais tarde, se demitiu, para trabalhar
nela a tempo inteiro, foi também nesta altura que decidiu adquirir o segundo camião que passou
a ser o próprio a conduzir. A terceira viatura da frota foi adquirida em 1990, ano em que o
fundador deixou de ser condutor e passou a dedicar-se em exclusivo à gestão operacional dos
veículos. É esta a marca histórica de viragem da organização, foi a partir daqui que as coisas
se desenrolaram com maior rapidez. No ano seguinte o fundador demonstrou vontade de
crescimento, através da aquisição de 6 viaturas para a sua frota.
Os três anos seguintes foram difíceis, tanto para esta como para todas as empresas a nível
europeu, devido a um período de recessão económica. Aliada a ele, a abertura das fronteiras
que, através do aumento da oferta no sector, muito superior à procura, veio causar um
desequilíbrio acentuado do mercado, marcando não só o sector mas toda a economia.
Os novos desafios para a JLS surgiram em 1994, os novos objetivos são: desenvolvimento do
negócio, inovação, diversificação de serviços e a garantia de continuidade da empresa, através
da entrada do filho do Fundador. De acordo com estes objetivos surgiu a necessidade de
aumento da frota, são então adquiridos 12 camiões. Com a finalidade de facilitar as atividades
logísticas da empresa na Europa, adquirem em 1995, um armazém na região parisiense. Dois
anos mais tarde acrescentou-se ao logótipo, já existente, um slogan. Decorridos mais dois anos
inauguraram-se novas instalações, desta feita, na cidade de Viseu, com cerca de 3 600 m2
cobertos.
Até ao ano 2000 o parque automóvel da empresa cresceu de forma constante e sustentada, em
Janeiro deste ano, a empresa contava, distribuídos entre Paris e Viseu, com 100 viaturas e 105
funcionários, o que lhe permitia satisfazer as necessidades dos seus clientes de uma forma mais
eficaz. O ano seguinte foi marcado por um investimento superior a 5 000 000 €, num novo
aumento de frota. Sendo que em 2002 iniciou a distribuição porta-a-porta a nível regional e no
sector automóvel, estando neste ano classificada entre as 300 maiores e melhores PME´s. Um
ano depois da iniciação da distribuição porta-a-porta celebrou-se uma parceria com o grupo
CAT, líder no sector automóvel o que levou a que a empresa passasse a cobrir grande parte das
marcas do sector, tais como Renault, Chrysler, Toyota, Fiat, Lancia, Alfa-Romeo, Piaggio.
O crescimento era evidente e nos cinco anos seguintes houve novamente aumentos e
renovações de frota. Fizeram-se investimentos de 1.5, 2, 2.5, e 5 milhões de euros em 2005,
2006, 2007 e 2008, respetivamente. O ano 2008 foi um ano de renovação de imagem, além de
um novo slogan foi também criado um novo logótipo, que apesar de dar uma imagem mais
fresca da empresa manteve a sua imagem de marca. 2009 foi ano de preocupação ambiental,
a empresa apostou na construção de uma ETAR, o investimento rondou os 100 000€. No ano
seguinte, além da renovação e modernização da frota, foram adquiridos 50 veículos, bem como
cerca de 8 500 m2 cobertos nas instalações de Paris, cujas obras iniciaram no ano seguinte.
O crescimento acumulado desde o início da Crise Financeira, 50%, foi garantido em 2012 com
um Volume de Negócios de 23 917 547,10€. Investiu-se em novos conceitos de transporte, na
configuração de Swap-bodies e maior interação com o Transporte Multimodal. O ano seguinte
foi marcado pelo início de um projeto de inovação com uma vertente de desenvolvimento que
envolveu a Universidade de Aveiro e a Universidade do Minho, apoiado pelo IAPMEI, com um
valor estimado de 1 500 000€.
2.1.2. Visão
“Ser uma referência no mercado europeu no sector dos transportes rodoviários de mercadorias,
pela eficiência de Gestão e eficácia de execução, com o reconhecimento dos clientes pela sua
Qualidade, Segurança, Fiabilidade e Flexibilidade nos serviços propostos”.
2.1.3. Missão
2.1.4. Valores
Porque os motoristas são o reflexo junto dos clientes, é-lhes exigida uma imagem cuidada, não
sendo permitido o uso de cabelos compridos nem brincos ou piercings. Eles são a face da
empresa e existe uma preocupação com a imagem que é transmitida ao público.
2.1.5. Objetivos
A satisfação e, sempre que possível, superação das necessidades dos seus clientes, através de
processos de Melhoria Contínua. Continuar a ser uma referência no mercado, pela qualidade
dos serviços prestados e pela sua excelência.
2.1.6. Frota
Além da diversidade de tipologia de veículos eles estão também equipados para as diversas
cargas, suportando diversos pesos. Para se responder com a melhor viatura tem que se ter em
atenção o tipo de mercadoria. A frota da empresa é constituída pelas seguintes marcas:
Tratores: Daf, Renault, Scania, Man, Volvo, Iveco;
Reboques: Samro, Schmitz, Krone, Tavares;
Tipos de reboque: lona (carga geral), porta-fatos, frigorífico, swap-bodies;
Marca das carrinhas: Iveco.
2.1.7. Organograma
Presidente da
Administração Serviços de
SHT
Administração
Recursos Departamento
Contabilidade
Humanos Jurídico
Motoristas
A empresa apresenta, nesta fase de maturação e crescimento, um conjunto de outras que a ela
estão diretamente ligadas. O grupo beneficia assim das sinergias que decorrem da sua
atividade, além da empresa principal que efetua os transportes nacionais e internacionais
existem ainda mais quatro, os seus core business são:
i. Gestão de Espaços Logísticos (em Portugal);
ii. Comércio de pneus (em Portugal);
iii. Gestão de Espaços Logísticos (em França);
iv. Mediação de seguros (em Portugal).
Esta análise visa definir os objetivos da organização, bem como a sua função, meio onde está
inserida e perspetivas futuras. As operações logísticas desenvolvidas por empresas do sector
dos transportes, como esta, são uma mais-valia para que o desenvolvimento das suas operações
seja mais rentável. A logística tornou-se, portanto, essencial ao longo dos anos, pelos benefícios
que se conseguem retirar dos seus diversos instrumentos.
O nível de serviço ao cliente pretendido do sistema logístico e, numa perspetiva mais ampla,
de toda a cadeia de abastecimento, é a tarefa central do processo de planeamento agregado,
especialmente a nível estratégico. Pretende-se o correto posicionamento em termos
competitivos no sector, ponto central para o processo de planeamento agregado.
O marketing mix de serviços13 distingue-se do marketing mix de produtos por possuir 8P’s em
vez dos 4 deste segundo, graças à natureza distintiva dos serviços, em especial ao envolvimento
dos clientes na prestação dos serviços e à importância do fator tempo, requerendo assim a
inclusão nas estratégias de marketing de serviços de outros elementos estratégicos. Desta feita,
os 8P’s são:
i. Preço: referente ao que o cliente paga pela obtenção do benefício do serviço;
ii. Produto: diz respeito ao serviço base e aos serviços suplementares que o transformem
num produto alargado. Pretende-se criar valor para o cliente, portanto os produtos
suplementares são pensados de acordo com as suas necessidades;
iii. Pessoas: as empresas de serviços dependem direta ou indiretamente da interação entre
clientes e colaboradores, o que influencia a perceção dos clientes relativamente à
qualidade dos mesmos. Daí que as empresas se empenhem no recrutamento, treino e
motivação dos seus funcionários;
iv. Processos: método e sequência de ações do sistema de operações do serviço. Uma boa
organização dos processos permite um melhor desempenho das funções e por
conseguinte maior produtividade e diminuição de falhas nos serviços;
v. Comunicação: pode vincular-se através da comunicação individual ou através da
imprensa, no caso dos serviços é essencialmente para novos clientes. Tem funções como
o fornecimento de informação e conselhos, persuasão do mercado-alvo acerca dos
benefícios de determinado serviço e estimulação dos clientes na adoção de uma ação
específica num determinado momento;
vi. Distribuição: corresponde ao momento e local da entrega dos serviços e aos canais e
métodos utilizados. A rapidez e conveniência está a tornar-se, para os compradores,
um dos determinantes mais relevantes na estratégia de entrega dos serviços;
vii. Evidências físicas: referente ao aspeto dos elementos visíveis, por serem eles a
fornecer alguma tangibilidade ao serviço, tais como, edifícios, veículos da empresa,
local da prestação dos serviços, equipamentos, recursos humanos, documentos
impressos. Este aspeto tem grande impacto na perceção de qualidade pelo cliente daí
que deva ser cuidado;
viii. Produtividade: refere a forma como os inputs são transformados em outputs,
valorizados pelos clientes.
A JLS apresenta, aos seus clientes e potenciais clientes, um vasto leque de soluções capazes de
se adaptar a qualquer tipo de necessidades:
Transporte, em partes do itinerário, por barco permitindo maior competitividade
relativamente ao sector. Os preços são semelhantes aos praticados nos percursos
completamente terrestres, com a vantagem de que nesta modalidade é permitido o
descanso do motorista. O itinerário marítimo compreende o percurso entre as Gijón,
Astúrias (Espanha) e Saint-Nazaire, Bretanha (França).
Da necessidade de diminuição de stocks por parte dos clientes, a empresa sentiu a
necessidade de apostar no serviço de transporte 24 horas, conseguindo, desta forma,
maior rapidez no transporte. A área geográfica compreendida é Viseu – Paris.
Relações efetivas entre marketing e logística podem contribuir para a criação, desenvolvimento
e manutenção das capacidades críticas de suporte do sucesso empresarial a longo prazo.
Pesquisas recentes focam-se em duas capacidades distintas (Daugherty, 2009):
Recursos informativos;
Integração de toda a empresa.
14 http://www.hipogroup.com/
15 http://www.hipogroup.com/
16 http://www.hipogroup.com/
A Programação de Rotas tem como finalidade encontrar o caminho com menor custo associado,
por veículo, dada uma determinada origem, vários destinos e vários veículos com capacidades
de carga limitadas, sabe-se através desta programação qual a sequência de clientes a ser feita
e por qual dos veículos. Trata-se de uma problemática muito comum no sector da distribuição.
São diversas as extensões ao modelo VRP, problema de programação de rotas para veículos,
utilizando-se para resolver eficazmente os problemas de escala (Drexl, 2012).
A escolha pela opção de transporte adequada a cada tipo de mercadoria rege-se pela análise
de três variáveis essenciais (Drexl, 2012):
Tamanho da carga e frequência da entrega;
Distância relaciona-se com o posicionamento geográfico da empresa;
Valor por tonelada ou por m3 da mercadoria.
2.2.4. Instalações
As instalações são compostas por um armazém equipado com tudo o que é necessário para
responder às necessidades mais imediatas da empresa e dos clientes, pelo facto de este ser um
dos pontos centrais da logística, a organização das mercadorias e seu manuseamento é
fundamental para o seu bom funcionamento. Existe também uma pista de lavagem, uma bomba
de gasóleo, uma zona de peças, uma estante de pneus, um corredor por cliente, armazém de
pendurados, uma zona que se denomina “Receção de motoristas”, o escritório, o bar e o cais.
Empilhadores Elétricos
6 unidades
Porta Paletes
30 unidades
A preocupação com o meio ambiente levou a que se optasse pela construção de uma ETAR,
como medida preventiva, que permite à empresa o tratamento das águas provenientes da
lavagem dos camiões, para que possam ingressar depois nos solos sem os contaminar, de acordo
com a legislação em vigor. Além disto, todas as instalações foram arquitetonicamente pensadas
e construídas para serem o mais eficiente, eficazes e amigas do ambiente possível, uma vez
que se explora ao máximo a luz natural e que se utiliza iluminação artificial de baixo consumo,
através de Leds. A empresa optou, também, por um projeto de Micro-geração18, como se mostra
na figura 4, que traduz o reaproveitamento e produção de energia elétrica para venda em
pequena escala, este investimento foi feito nas próprias instalações.
A empresa consegue, assim, tirar proveito de um bem natural que se tem em abundância no
país, respondendo ao apelo do uso das energias renováveis como fonte primária de energia
devido aos problemas ambientais e ao custo de energia proveniente dos combustíveis fósseis.
19 Fonte: Empresa.
Os veículos adquiridos em 2014 (Man, Renault e Volvo) possuem motores EURO 6, que respeitam
a norma europeia em vigor para as emissões de gases de escape. As emissões de dióxido de
azoto destes motores não podem exceder o limite máximo de 80mg/km o que é equivalente a
uma redução de mais de 50% em relação à norma EURO 5 onde o limite era 180mg/kg, as
emissões combinadas de hidrocarbonetos e óxidos de azoto provenientes de veículos a gasóleo
também serão reduzidas. As restantes viaturas da frota possuem maioritariamente motores
EURO 5 que são respeitadores no que diz respeito às emissões20 de gases de escape.
Numa empresa deste tipo existe um pormenor de extrema importância, que por vezes não lhe
é atribuída, os pneus. Na JLS atende-se a três características em particular:
i. Baixa resistência ao rolamento 21, permite redução de consumos porque aumenta a
performance do pneu;
ii. Utilização de pneus recauchutados, a sua exploração é feita durante 4 vidas, em média,
sempre com controlo técnico muito exigente, para reduzir o impacto no meio
ambiente;
iii. Utiliza-se nitrogénio22, em vez de ar, o nitrogénio tem a vantagem de aumentar a vida
útil do pneu, garantir uma melhor performance e maior rendimento.
A rivalidade no sector não é movida por conflito de preços nem por campanhas publicitárias.
Aposta-se na introdução de serviços inovadores e na segurança das mercadorias para fidelizar
o cliente, desta forma o seu mercado cresce, aumentando a rentabilidade do negócio.
Atualmente estabelece-se, entre concorrentes, uma relação que potencia quatro pontos que
podem ser considerados fatores de rivalidade:
Potencial de novas entradas: devido às barreiras existentes, a entrada neste tipo de
sector não é de todo fácil, uma vez que é necessário maior esforço para satisfazer os
clientes quer no curto quer no longo prazo;
Pressão de produtos substitutos: esta empresa diferencia-se junto dos clientes através
da boa relação qualidade/preço que apresenta, ainda que, não sendo low-cost os
20 http://europa.eu/legislation_summaries/environment/air_pollution/l28186_pt.htm consultado em 22
de março de 2015.
21 http://www.michelin.pt/pneus-turismo/conselhos/tudo-sobre-o-pneu/resistencia-ao-rolamento
consultado em 24 de março de 2015.
22 http://www.sopneus.com/informacao-tecnica/porque-nitrogenio-nos-pneus consultado em 24 de
março de 2015.
clientes estão dispostos a pagar mais por saberem à partida que as expectativas vão ser
satisfeitas ou excedidas;
Poder negocial dos fornecedores: neste sentido estão a considerar-se os fornecedores
de viaturas, que vão desde a DAF, MAN, SCANIA, RENAULT e VOLVO, fortalecendo o
poder negocial, existem diversos fatores que devem ser tidos em conta, não só o preço,
mas também o número médio de avarias;
Poder negocial dos clientes: os clientes que detêm uma maior percentagem da carteira
de negócios, ou seja, aqueles que mais vezes contratam os serviços da empresa, são os
que possuem maior poder negocial, quando comparados com clientes que apenas
esporadicamente reservam os serviços.
Existem documentos que é necessário que acompanhem o transporte das mercadorias para que
a lei esteja a ser cumprida, desde logo, a nível nacional tem-se a Guia de Transporte, que é o
documento do qual se devem fazer acompanhar as mercadorias que seguem em transportes
rodoviários por conta de outrem de âmbito nacional (sendo que a sua ausência é penalizada
com coima) este documento prova os termos e condições da realização e execução do contrato
de transporte nacional e do estado, quantidade, peso e número de volumes recebidos pelo
transportador; tem-se também, a nível internacional, o CMR, que é a convenção relativa ao
contrato de transporte internacional de mercadorias por via rodoviária.
Ainda dentro das restrições legais e visto tratar-se de uma empresa de transportes
internacional, é natural que tenha que estar de acordo com a legislação vigente em cada país
pelo qual faz circular os bens, de maneira que tem que existir um esforço constante para estar
atualizado. As regras de circulação relativas a cada país estão disponíveis para consulta no site
da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias, ANTRAM23.
Existem também uma série de regras24 relativas aos condutores que têm a ver com tempos de
descanso e de condução, estas regras encontram-se em vigor desde 11 de Abril de 2007, e de
uma forma mais esquemática são:
Pausa: período durante o qual o condutor não pode realizar nenhum tipo de trabalho
que envolva condução;
Repouso: período ininterrupto durante o qual pode e deve usufruir livremente do seu
tempo sem que a entidade esteja diretamente ligada a isso;
Repouso semanal: período durante a semana relativamente ao qual o condutor pode
usufruir livremente do seu tempo, sem que a empresa esteja ligada a isso;
23 http://www.antram.pt/homepage.aspx
24http://europa.eu/legislation_summaries/internal_market/single_market_for_goods/motor_vehicles/t
25http://europa.eu/legislation_summaries/internal_market/single_market_for_goods/motor_vehicles/t
A obrigatoriedade de tacógrafo digital está instituída desde 1 de Maio de 2006, a partir desta
data tornou-se também necessária a criação de regras que assegurem segurança na emissão dos
cartões de tacógrafo. A sua instalação, ativação, verificação, calibração, inspeção e reparação
pode apenas ser realizada por entidades que estejam certificadas pelo IPQ.
Estes equipamentos são sujeitos a inspeções cujo objetivo é verificar o correto funcionamento
e a precisão das leituras e registos efetuados. A inspeção periódica ocorre uma vez no prazo de
24 meses, decorrentes da última inspeção. Além disso, ocorrem inspeções sempre que existe
27Regulamento (UE) nº165/2014. Parlamento Europeu e do Conselho da União Europeia. Jornal Oficial da
União Europeia L 60 (28-02-2014) 1-33.
Trata-se de um cartão inteligente (com chip incorporado), que possui uma aplicação destinada
à sua utilização com tacógrafo, permitindo não só a identificação do utilizador como também
a transferência e memorização de dados. É importante que este cartão assegure não só a
descarga ou transferência de dados, mas também a sua confidencialidade. As funções básicas
de um cartão deste tipo são:
Memorização dos dados identificativos do cartão e do seu titular, dados estes que são
utilizados pela unidade-veículo para identificação do utilizador, autorizar os direitos
de acesso a dados e assegurar a responsabilização do titular pelas suas atividades;
Memorização dos dados relativos às atividades do seu titular (incidentes, falhas e
atividades de controlo).
O cartão tem como fim a utilização por meio de um dispositivo de interface na unidade-veículo,
podendo também ser usado em qualquer leitor de cartões, desde que disponha de direitos de
pleno acesso à leitura de dados e utilização.
A emissão, renovação e substituição de cartões tacográficos, bem como a troca (no caso de ter
sido emitido noutro estado-membro) do cartão de condutor são requeridos na DGTTF. A
renovação de cartões deve ser solicitada até quinze dias úteis antes da sua caducidade, para
ser garantida a emissão do novo cartão antes da data de caducidade. A substituição de cartões
tacográficos faz-se sempre que ocorra a alteração dos dados do seu titular, em caso de perda,
furto, deterioração ou mau funcionamento.
oficina, que estão autorizados pelo IPQ. O cartão identifica o seu titular, além disso,
possibilita o ensaio, calibração, ativação e descarga de dados a partir de tacógrafos;
Cartão de controlo: é emitido pela DGTTF para as entidades fiscalizadoras, que são
responsáveis pelo controlo, identificação do organismo e, facultativamente, do agente
de controlo permitindo o acesso, para leitura, impressão ou descarga, aos dados na
memória, no cartão de condutor e, facultativamente, nos cartões de oficina.
O tacógrafo digital deve ser capaz de descarregar os dados armazenados na sua memória para
meios de armazenamento externos. Devendo também, como complemento, ser capaz de
efetuar a transferência dos dados (por intermédio de outro conector) para uma empresa
autenticada através do canal.
Empresas que possuem veículos com este tipo de equipamento devem proceder à transferência
ou descarga dos dados armazenados na unidade-veículo e nos cartões de condutor para um meio
de armazenamento externo e seguro. Esta descarga baseia-se na cópia, com assinatura digital,
de uma parte ou de um conjunto de dados armazenados na memória interna do veículo ou no
cartão de condutor. A descarga deve efetuar-se, pelo menos, a cada 28 dias para que não ocorra
sobreposição dos dados, ou em outros casos pontuais (cessação do trabalho do condutor para a
empresa, caducidade do cartão ou antes da devolução do mesmo à entidade emissora). A
unidade-veículo deve ser descarregada a cada três meses ou em casos pontuais como sejam a
venda do veículo, a devolução de um veículo locado ou quando seja detetado um mau
funcionamentos nesta unidade (que permita a descarga).
Os dados armazenados desta forma devem ser mantidos pelas empresas durante, pelo menos,
um ano, que conta a partir da data do registo, garantindo sempre a integridade,
confidencialidade e disponibilidade dos dados.
2.4. Estratégia
A estratégia28 de uma empresa pode definir-se, de uma forma muito robusta, como o conjunto
de decisões e ações que criam nos seus clientes mais valor do que estes conseguem obter da
concorrência, sempre de uma forma consistente. A entidade em questão reconhece a
importância da formulação de uma correta estratégia para um bom desempenho empresarial,
pois só desta forma se consegue avaliar corretamente as decisões a tomar para que a estratégia
seja, ao mesmo tempo, credível e fácil de implementar.
Os preços praticados são ditados pela conjuntura económica, uma vez que estes dependem de
fatores internos, tais como procura, concorrência e envolvente fiscal, legal e económica, e
fatores externos, tais como custos de exploração, marketing mix, objetivos e organização, e
não apenas da vontade dos administradores da empresa.
Este termo é a forma esquemática segundo a qual se pode representar o conjunto de atividades
de gestão de uma organização. Caracteriza-se por ser uma ferramenta básica que diagnostica
a vantagem competitiva, uma vez que através dela é permitido examinar as atividades
desempenhadas na empresa. A cadeia de valor desta empresa está representada no esquema
da figura 5:
Refere um tipo de análise que identifica os principais aspetos caracterizantes da sua estratégia,
a nível interno e externo, traduzindo-se como uma forma de a organização se relacionar com o
seu meio envolvente.
2.5.3. Oportunidades
i. TRACKiT por permitir uma muito mais eficiente gestão de frotas;
ii. Perspetivas de recuperação económica;
iii. A moeda única, EURO, trouxe uma série de vantagens:
a. Redução dos custos cambiais;
b. Aumento do volume de transações;
c. Concorrência aberta;
d. Estabilidade;
iv. Optando por motores ecológicos consegue-se:
a. Redução de poluição atmosférica e sonora;
b. Aumento da vida útil dos carros;
c. Circulação internacional sem restrições;
v. Possibilidade de introdução de melhorias na gestão de frotas.
2.5.4. Ameaças
i. Os congestionamentos tornam as infraestruturas insuficientes, além de:
a. Reduzirem a qualidade do serviço;
b. Tornarem as viagens mais morosas;
c. Incrementarem a probabilidade de ocorrência de sinistros;
ii. Os acidentes provocam baixas de produtividade e incrementam os custos;
iii. Poluição atmosférica e sonora;
iv. As restrições à circulação trazem uma série de constrangimentos, desde logo:
a. Trazem impactos negativos à produtividade;
b. Imobilizam forçosamente o motorista;
c. Causam diminuição da eficiência do transporte;
d. Atrasam a entrega das mercadorias;
e. Dificulta a aplicação do JIT.
O Estudo de Caso proposto enquadra-se no seguimento de uma melhor utilização dos dados
fornecidos pelo sistema gestor de frotas, TRACKiT, e caracteriza-se por uma oportunidade
encontrada pela empresa para melhorar o desempenho da frota. A falta de monitorização
conjunta de todos os tipos de veículos, independentemente da marca é comum às empresas do
sector, daí a JLS não ser a única colaborada empresa que desenvolve o software.
A apresentação da empresa, por ser com base nela que se desenvolverá o Estudo de Caso, é um
ponto crucial para esta dissertação. O estudo recairá sobre um dos pontos fracos da empresa,
identificado através da análise SWOT, e tem como objetivo transformá-lo numa oportunidade,
acrescentando valor para o cliente.
Capítulo 3
3. Metodologia de Trabalho
3.1. A Pesquisa
3.2. Enquadramento Teórico
3.3. Posicionamento do Estudo de Caso
3.3.1. Vantagens do Estudo de Caso
3.3.2. Tipologia do Estudo
Metodologia de Trabalho
O processo de desenvolvimento de um estudo implica não só o processo de aplicação de
conhecimentos mas também uma capacidade de criatividade e planificação controladas (Hill,
2008) a que se seguem etapas, normas e técnicas cuja aplicação está predefinida por um
método (Barñano, 2008). Recorrendo a uma sequência de escolhas às quais se dá uma
determinada ordem fica definido o processo investigativo (Mentzer, 1995). Este processo
investigativo tem a sua origem na análise SWOT efetuada sobre a organização, por se tratar de
uma importante ferramenta para a compreensão da organização sobre si própria, esta análise
é particularmente utilizada em momentos de decisão.
3.1. A Pesquisa
Quando se diz estar a realizar pesquisa subentende-se a utilização uma série de filosofias,
procedimentos, métodos e técnicas que têm vindo a ser testados para a sua validade e
fiabilidade, devendo esta ser projetada para que cada passo seja executado de forma imparcial
e objetiva (Kumar, 2014).
A pesquisa que vai ser desenvolvida tem por base, maioritariamente dados qualitativos,
centrando-se naquilo que o formador entende como sendo pilares para uma condução mais
ecológica. Os métodos científicos consistem na sistemática observação, classificação e
interpretação dos dados, a diferença entre estes métodos e as generalizações que são feitas no
nosso dia-a-dia, prendem-se essencialmente com o grau de formalidade, rigor, fundamentação
e autenticidade.
A investigação foi desenvolvida com o apoio do formador da empresa. Antes do início do estudo
do caso em concreto houve a necessidade de entender o funcionamento dos veículos bem como
de perceber quais os pontos em que são avaliados os motoristas em termos de consumo e
desgaste dos carros. Nos relatórios a que os gestores de frota têm acesso é possível a perceção
de todos os erros de condução cometidos pelos motoristas. Consideram-se como erros as
travagens bruscas, aceleração excessiva, má utilização do retarder e a falta de aproveitamento
das subidas e descidas.
Os dados que se recolheram foram posteriormente tratados em Excel para que pudessem ser
claras as diferenças, tanto de percurso como em termos de quilometragem, consumos e tempo
de viagem, com base nesta exposição, podem ser retiradas conclusões com muito maior rigor.
Após este ponto faz-se a análise do enquadramento teórico, explica-se como é efetuada a
investigação e o porquê do seu surgimento bem como as linhas que a orientam (Kothari, 2004).
Dessa explicação faz parte uma descrição do funcionamento do sistema gestor de frotas de
cada uma das marcas, e do sistema gestor de toda a frota, que permite o acompanhamento de
veículos de qualquer marca, uma vez que para esta empresa (como para outras) se levanta o
problema da variedade de veículos e de marcas, tornando-se desta forma, pouco eficaz o
acompanhamento por marca. Surgindo daí a necessidade de adoção de um sistema que
permitisse a agregação de todos os veículos da frota num único programa capaz de fazer a sua
monitorização, este problema tem vindo a ser comum a todas as transportadoras, de forma que
A JLS, no sentido de otimizar a gestão da sua frota, surge como uma das parceiras da TRACKiT
Consulting, empresa de programação que unindo esforços com outras empresas do sector e
universidades, trabalha no sentido de satisfazer as necessidades latentes do mercado.
Um enquadramento teórico bem estruturado permite que, com base em estudos experimentais
já efetuados, se obtenham guias que servem de base para prosseguir com novos estudos. Existe
uma ponte entre a teoria e a prática de cada investigação que deve ser estabelecida através
de questões e, que melhor forma de obter questões do que através do estudo do assunto (Hill,
2008).
A revisão literária realizada neste processo investigativo começou por ser muito abrangente e
em termos únicos de Melhoria Contínua, alargando-se, depois às áreas da telemática, ponto-
chave da investigação. Trata-se da tarefa preliminar, conseguindo-se obter uma familiarização
com as investigações que têm vindo a ser feitas em determinada área, é parte integrante do
trabalho de pesquisa.
A falta de conhecimentos na área dos transportes levou a que cada uma das “visitas” às
instalações da empresa tenham sido de uma importância imensurável, uma vez que, apesar de
não ser referenciável, o conhecimento dos funcionários permitiu uma outra visão acerca da
área, tornando-se uma mais-valia para a investigação. Foi acompanhada também por uma série
de leitura acerca dos temas mais específicos, de forma a construir um texto coerente e bem
estruturado.
A investigação desenrola-se depois no sentido de perceber qual a melhor rota para veículos com
aproximadamente 20 Ton, este estudo é feito com base em peso, altimetria, velocidade e
consumos, o troço a analisar será Bordéus-Nantes. O trajeto foi escolhido por sugestão do
formador da entidade uma vez que se trata de um troço que lhe gera dúvidas em termos de
rendimento, por ter as mais variadas opções.
Têm-se designado geralmente como investigações qualitativas, todas as que são baseadas neste
tipo de dados, incluindo-se aqui, etnografia, investigação naturalista, estudo de caso,
etnometodologia, metodologia de histórias de vida, aproximações biográficas e investigação
narrativa. Os dados recolhidos neste tipo de investigação são ricos em descrições relativas a
diversos temas sendo, portanto, de difícil tratamento estatístico. As questões que se pretendem
investigar não se estabelecem segundo variáveis, antes se enunciam, com o intuito de estudar
toda a complexidade dos fenómenos no seu contexto natural (Meirinhos, 2010).
Apesar das diferenças salientadas, é importante referir tanto a existência para uns (Lessard-
Hébert, 2013) de uma continuidade relativamente às duas metodologias, como a importância
para outros (Yin 2012, 2013 e Flick 2004) da utilização, em alguns casos, de métodos
quantitativos e qualitativos, tratando-as como metodologias complementares.
A metodologia utilizada como estratégia investigativa foi o Estudo de Caso, este tipo de
investigação tem vindo a ganhar reputação, muito por causa de Yin (2013), Stake (1995) e
Rodríguez (1999), segundo os quais se pode tratar de algo bem definido (indivíduo, grupo,
organização) ou algo menos definido (ou definido num plano mais abstrato: decisões, processos
de implementação, programas ou mudanças organizacionais).
Para que o enquadramento das investigações seja possível é necessário ter em conta alguns
detalhes, como por exemplo o número de casos a estudo:
Estudo de caso único, quando se baseia num único caso;
Estudo de caso múltiplo, quando é baseado em mais do que um caso, sendo que alguns
começam como estudo de caso único.
A opção relativa ao tipo de caso deve ser pensado quando se formulam as questões a pesquisar.
Partindo do pressuposto que os casos são únicos ou múltiplos, podem também ser:
Holísticos;
Incorporados.
Com base nos objetivos dos investigadores, ao optar pela metodologia de Estudo de Caso a
classificação passa a ser entre estudos de caso:
Intrínsecos, importa entender o caso em particular, sem relacionar com outros mais
abrangentes, e por isso a investigação recai sobre ele;
Instrumentais, o caso assume um interesse secundário, distinguindo-se pelo interesse
pelo problema numa perspetiva mais ampla, funcionando o caso particular como
suporte facilitador da compreensão de algo que vai para além de si próprio;
Coletivos, estudam-se diversos casos com o intuito de fazer uma melhor análise e,
consequentemente uma melhor compreensão e teorização.
O objetivo desta pesquisa foi o enquadramento e contexto do tema que se pretendia estudar,
o acréscimo de informação relevante, bem como em casos mais pontuais, validar informação
que se obteve de fontes menos confiáveis.
A entrevista revelou-se um ponto indispensável da presente dissertação, foi através dela que
foram obtidas a maioria das informações relativas à JLS, empresa-chave para o Estudo de Caso,
por ser um ótimo instrumento quando o objetivo é a captação de descrições e interpretações
das pessoas relativamente à realidade.
O tipo de entrevista utilizado foi a semiestruturada, no sentido que foi muito mais simples dizer
qual o interesse do estudo na empresa e deixar que as pessoas guiassem a “conversa” sobre
quais os pontos-chave a tratar.
Em suma, faz-se referência ao Estudo de Caso, frequentemente, como uma estratégia que
permite fazer o estudo do caso no seu contexto real, através da utilização de vastas fontes de
evidência (qualitativas e quantitativas), enquadrando-se numa lógica de construção de
conhecimento que incorpora a subjetividade do investigador. Pode tornar-se uma poderosa
ferramenta quando se trata de complexos contextos e de cruzamento de variáveis (Meirinhos,
2010). Esta estratégia exige da parte do investigador ponderadas reflexões sobre diversos
aspetos do estudo, dos quais fazem parte:
O carácter qualitativo ou quantitativo;
A falta de sistematização como método investigativo;
O carácter mais ou menos holístico;
A relevância do contexto;
O tipo de investigação (participante ou não participante);
Possibilidade de generalização de resultados;
A necessidade de uma teoria prévia;
Carácter interpretativo constante.
A dissertação, uma vez que visa ser um contributo ao conhecimento já existente, deve elaborar-
se de forma que não seja repetida, apesar de estudos completamente novos serem raros, podem
sempre alterar-se as variáveis ou sugerir-se novas soluções para o problema em questão
(Anderson, 1994).
Estando o estudo centrado na análise de frotas, a análise SWOT revela-se o ponto de partida
para a investigação, é com base nos pontos fracos identificados na sua realização que o estudo
vai ser realizado, no presente capítulo foram definidas as metodologias utilizadas, consideradas
as melhores para levar a cabo a investigação. Após a definição das metodologias parte-se para
o enquadramento teórico das temáticas que serão relevantes para o entendimento da
problemática a estudo.
Capítulo 4
4. Enquadramento Teórico
4.1. Melhoria Contínua
4.1.1. Melhoria Contínua Enquanto Conceito
4.2. Qualidade
4.2.1. Qualidade Enquanto Conceito
4.2.2. Princípios de Gestão da Qualidade
4.2.3. As Sete Ferramentas da Qualidade
4.3. Ciclo PDCA
4.4. Benchmmarking
4.5. Lean Thinking
4.5.1. Lean nos Serviços
4.6. Telemática
4.6.1. DAF
4.6.2. IVECO
4.6.3. MAN
4.6.4. RENAULT
4.6.5. SCANIA
4.6.6. VOLVO
Enquadramento Teórico
O objetivo deste capítulo está centrado na abordagem de conceitos teóricos, considerados
importantes para o Estudo de Caso que se segue.
A Melhoria Contínua tem vindo a ser adotada por várias entidades das mais diversas áreas, surge
como meio de otimização das suas atividades, permitindo a diferenciação no sector, indo ao
encontro das necessidades do mercado.
Esta filosofia surgiu no contexto dos princípios de gestão da qualidade. Seria de todo impensável
gerir pela qualidade sem uma aposta em Melhoria Contínua. Para garantir o sucesso da filosofia
revela-se necessário o envolvimento de todos os elementos da organização (Nilsson-Witell,
2005).
Este conceito em português ou em japonês, como muitas vezes é escutado, kaizen (onde o seu
significado é literalmente “boa mudança”), é considerado uma das melhores formas de
melhorar o desempenho e a capacidade das organizações. Aqui não é importante o tipo de
organização que se está a tratar, a Melhoria Contínua garante características superiores a
produtos e serviços. Traduz-se como uma maneira de estar, relacionando-se de forma direta,
com a cultura interna de uma organização e com a implementação de medidas de prevenção e
de correção. Para ocorrer melhoria em qualquer sector empresarial é imprescindível que seja
dada, aos colaboradores, formação e ferramentas, de acordo com a melhoria que se pretende,
bem como é necessário que haja comunicação interna das atividades que estão diretamente
ligadas à gestão pela qualidade. Por fim, existe a necessidade de ser feita a constatação das
melhorias (Pinto, 2014).
Gerir pela qualidade significa, muito simplificadamente, vantagens competitivas. Porter (2008)
define vantagem competitiva como o valor que uma entidade é capaz de criar no seu cliente,
valor este que excede o preço de custo que o produto ou serviço tem para a própria
organização.
Druker (1993)
De uma forma muito prática, Melhoria Contínua envolve, por parte da organização (NP EN
9000:2005):
Uma abordagem sólida e estendida, a todos os níveis, que ateste uma Melhoria Contínua
do seu desempenho;
Formação, aos seus colaboradores, relativa aos instrumentos e metodologias de
melhoria contínua;
Fazer uma prioridade para os colaboradores da empresa, a Melhoria Contínua dos
produtos, processos e sistemas;
Definir metas orientadoras e instrumentos capazes de detetar e avaliar a Melhoria
Contínua;
Reconhecer as evoluções.
Assentando no facto de que ninguém muda para pior, e, uma vez que as melhorias que vão
sendo estudadas para cada organização são pensadas ao pormenor, estas novas introduções são
vistas como pontos estratégicos de diferenciação, baseando-se em padrões de qualidade, que
asseguram vantagem competitiva.
4.2. Qualidade
A família de normas ISO 9000 normaliza tudo o que é relativo a Sistemas de Gestão da
Qualidade. O fator qualidade é, segundo alguns autores dos quais Madu (1998) e Sharma &
Kodali (2008), visto como uma vantagem competitiva, dão-lhe, por isso, uma importância
estratégica e tratam-no como se de um caso de sobrevivência se tratasse. Daí que o seu papel
tenha vindo a ganhar um reconhecimento notável, passando a ser parte integrante na rotina
das organizações por todo o mundo.
Atualmente as empresas deparam-se com clientes cada vez mais exigentes, esse facto faz com
que se tornem cada vez mais rigorosas no desenrolar do seu processo produtivo, a compra de
determinado produto deixou de ser definida pelo seu valor de mercado e passou a sê-lo pela
sua qualidade e pela segurança que transmite ao cliente (Madu, 1998).
A JLS insere-se no rol de empresas que desejam a distinção pela qualidade do serviço que
prestam, de forma que estão sempre atentos às melhorias que podem introduzir nas suas
atividades. Com o objetivo de minimizar os custos para evitar que o cliente sofra com aumentos
de preço.
Este tema tem vindo a ser alvo de discussão ao longo das últimas décadas e, apesar de terem
vindo a insurgir diversos conceitos e definições ainda não se fixou uma que fosse capaz de
abranger todos os aspetos relevantes (Cardoso, 2010).
A qualidade centra o seu foco na aplicação estatística, Deming, definiu-a como sendo "o ir de
encontro às necessidades dos clientes a um preço que eles estariam dispostos a pagar". Já na
década de 60 Crosby ficou conhecido pelo conceito de "Zero Defeitos" inovando o conceito de
"custo da prevenção" na garantia da qualidade que era até então de inspeção, teste e
verificação. Assegurou também que a melhoria da qualidade não é um programa mas sim um
processo e, por isso deve ser permanente e estável. Juran defendeu a qualidade como uma
aptidão para uso e defendia que devia ser melhorada ponto por ponto, facto que só ocorreria
quando cada um dos problemas fosse diagnosticado e resolvido. Feigenbaum ficou conhecido
como o pai da TQC, Controlo da Qualidade Total, e definiu qualidade como um conjunto de
características de um produto, que, quer sejam de engenharia ou de fabrico, determinam o
grau de satisfação que se proporciona ao consumidor durante o seu uso. Ishikawa lançou a ideia
das sete ferramentas da qualidade, afirmando que resolviam 95% dos problemas de qualidade
de qualquer organização (Hackman, 1995).
o cliente, uma vez que eles são sempre intangíveis, indiretos, difíceis de medir e variam de
pessoa para pessoa (Madu, 1998).
Para levar uma empresa a bom porto torna-se necessário desenvolver uma série de atividades
de gestão e controlo sempre de forma transparente e metódica.
O sucesso de uma empresa pode passar pela implementação e manutenção de um bom processo
de gestão da qualidade, que tenha sido pensado para melhorar o seu desempenho, não
descurando as necessidades das partes interessadas. Desta forma, identificaram-se oito
princípios base de qualidade que ajudam a gestão de topo na orientação da gestão de uma
empresa (NP EN ISO 9000:2005):
i. Foco no Cliente: as empresas são dependentes dos seus clientes e, assim sendo, devem
procurar entender as suas necessidades, não só as atuais mas também as futuras, e
satisfazer os seus requisitos, devendo esforçar-se pela suplantação das suas
expectativas;
ii. Liderança: a função dos líderes é determinar o propósito e a orientação da organização.
É-lhes pedido que criem e mantenham internamente um ambiente que permita às
31 http://www1.ipq.pt/PT/Pages/Homepage.aspx
32http://www.sgs.pt/~/media/Local/Portugal/Documents/Brochures/SGS%20ISO%209001%20Quality%20
Management%20Systems%20A4%20PT%2013%20V1.pdf
Como referido anteriormente, as sete ferramentas da TQM foram lançadas por, Ishikawa, um
discípulo de Deming, que afirmava que o seu uso resolvia 95% dos problemas de qualidade de
qualquer tipo de empresa, essas ferramentas são (Cardoso, 2010):
Diagrama de Pareto;
Diagrama de Causa-efeito (também chamado Diagrama de Espinha de Peixe);
Fluxograma;
Folha de Verificação;
Histograma;
Diagrama de Dispersão;
Carta de Controlo.
Surge no contexto da gestão da qualidade, tratando-se de um ciclo composto por quatro fases
consecutivas, que visam a Melhoria Contínua. O conceito foi criado por Deming em 1986,
reforçando a ideia de que os planos de melhoria devem preceder-se de um cuidadoso
planeamento, que deve consolidar-se numa ação eficaz que deve, por sua vez ser revista e, se
necessário ajustada. É utilizado para levar a cabo as ferramentas de Melhoria Contínua, nas
quais o benchmarking se insere.
A produção em larga escala surgiu das necessidades consumistas da sociedade atual, o que
originou a fragmentação do processo produtivo. Deixou, portanto, de ser possível fazer o
controlo da qualidade pessoalmente e este teve que passar a ser associado a interpretações
O ciclo PDCA surgiu neste âmbito, através das palestras do Dr. W. Edwards Deming's (Moen,
2009), daí ser também chamado Ciclo de Deming. Trata-se de uma metodologia que tem como
função básica auxiliar o diagnóstico, análise e prognóstico de problemas organizacionais, e é
de uma utilidade extrema no solucionamento de problemas. É dos métodos mais eficazes da
Melhoria Contínua, uma vez que leva a ações que por serem sistemáticas, conduzem à obtenção
de melhores resultados garantindo, dessa forma, a sobrevivência e crescimento das
organizações (Goetsch, 1994).
Como a própria sigla que o designa indica o ciclo é composto por quatro etapas:
1º Plan ou Planear: Elaborar um plano de melhoria ainda antes da ocorrência dos
problemas, um plano capaz de melhorar os processos de cada uma das áreas, assim,
quando os problemas surgirem, podem manipular-se, segundo Deming, para a Melhoria
Contínua. A elaboração de um plano deste tipo acarreta a execução de passos como:
Identificação de oportunidades de melhoria;
Registo do atual processo;
Desenvolvimento de uma visão acerca do processo melhorado;
Definição da intenção para a qual se virará o esforço de melhoria;
2º Do ou Fazer: Proceder à execução do plano, devendo este ser, numa primeira fase
aplicado apenas em pequena escala e num determinado período;
3º Check ou Verificar: Confirmar os resultados obtidos, bem como examinar e fazer o
registo dos resultados que foram conseguidos com a implementação do plano, uma vez
que são eles que servirão de base à realização da próxima etapa;
4º Act ou Agir: Agir de acordo com os resultados obtidos. Proceder aos ajustes que se
revelarem necessários através da análise que é levada a cabo no 3º ponto e,
seguidamente, repetir o ciclo para o próximo plano de Melhoria Contínua.
O ciclo PDCA é a ferramenta utilizada para desenvolver o benchmarking que surge como um
processo de Melhoria Contínua, avaliando de forma ininterrupta os produtos e serviços das
empresas que são consideradas as melhores do mercado e, é com base nele que as operações
básicas de trabalho são direcionadas.
4.4. Benchmarking
Ao comprometer-se com o benchmarking, a gestão de topo, tem que transmitir a sua posição
através de uma postura que envolva a vontade de mudança bem como a perceção de que os
seus concorrentes mais diretos estão em constante mudança, deve possuir espírito aberto para
o surgimento de novas ideias, inovação, criatividade, promoção da partilha de informações
entre os parceiros de benchmarking assim como a institucionalização do mesmo (Moriarty,
2011). O benchmarking desenrola-se na empresa a partir do ciclo PDCA (Fernandez, 2001):
Planear: definindo o que deve ser objeto de benchmarking e quem se deve estudar;
Fazer: proceder à recolha de dados, analisando a informação de domínio público e a
que resulta do contacto direto com as empresas;
Verificar: analisar os dados recolhidos tendo em conta a determinação das diferenças
de desempenho e a identificação dos responsáveis pelos bons resultados nas melhores
empresas;
Agir: determinando qual a melhor ação para a melhoria do desempenho empresarial,
segundo as conclusões do estudo.
Os processos que o benchmarking ajuda a definir precisam ser otimizados e, é neste contexto
que o Lean surge, como a filosofia que responde de forma eficaz à necessidade das organizações
de reduzir os tempos de resposta.
No sector dos serviços, o Lean dá respostas eficazes a nível da redução dos tempos de resposta,
que trazem, a curto prazo, a melhoria da qualidade dos serviços e a credibilidade dos mesmos,
a satisfação dos clientes, a otimização dos procedimentos organizacionais e a redução dos
gastos de tempo (Leitão, 2014). É neste sentido que o Lean é implementado na empresa a
estudo, como forma de fomentar a satisfação dos clientes.
A filosofia Lean surge no contexto de crise mundial, onde é exigido às empresas um esforço
extra para conseguirem fazer face às dificuldades acrescidas com que se defrontam, para o
efeito são obrigadas a uma gestão mais eficiente dos recursos que têm disponíveis. Uma vez
que lhes é exigida uma redução de custos e cada vez mais qualidade e produtividade. As
técnicas organizacionais surgem da junção de três fatores que desafiam as entidades, são eles,
sobrevivência, competitividade e agilidade tecnológica, as técnicas têm a finalidade de
fomentar nas entidades um cenário constante de mudanças, através do desenvolvimento de
sistemas administrativos ágeis e robustos capazes de suportar as novas exigências económicas
da sociedade (Amasaka, 2007).
O princípio básico do Lean passa pela combinação de práticas organizacionais cada vez mais
aprimoradas para aumentar os seus níveis de produtividade e eficiência com menor número de
recursos consumidos. Apesar de a filosofia Lean ter nascido na indústria automóvel, está cada
vez mais a ser alargada a outros sectores de atividade (Amasaka, 2007).
A possibilidade de aplicação da filosofia Lean no sector dos serviços foi sempre descurada.
Independentemente da dimensão da empresa e do sector em que se insere, ela possui sempre
na sua constituição uma estrutura correspondente a serviços. Esta parte da empresa não deve
ser marginalizada tornando-se sempre necessária a ponderação da otimização desses processos
e a sua contínua melhoria (Carvalho, 2012).
As suas ferramentas possuem legitimidade para ser transpostas para o sector dos serviços, de
facto, quando convenientemente aplicados, otimizam os processos e reduzem os desperdícios,
aumentando o valor acrescentado e fomentando a Melhoria Contínua (Carvalho, 2012).
Bowen e Youngdahl (1998) afirmaram que o Lean está presente numa empresa quando se é
capaz de reconhecer nela os seguintes princípios:
Flexibilidade e habilidade de resposta;
Foco nos clientes;
Integração da cadeia de valor e desagregação;
Empowerment de colaboradores e equipas;
Gestão do conhecimento;
Organização em rede.
Em 2006, Shavarini e Hoseini propuseram a sua própria versão de um modelo de Lean para este
sector, o modelo baseia-se na necessidade de implementação de quatro fases dinâmicas
(Carvalho, 2012):
Aprender: Pensamento Lean acerca do serviço;
Espectativa: Exceder as expectativas, evitando o serviço mediano;
Análise: Benchmarking das operações em modelos de serviço a seguir;
Navegar: Utilização da experiência de praticantes e consultores.
Torna-se difícil definir com objetividade do que se está a falar quando se aborda a temática do
Lean nos serviços, porém os autores concordam quanto ao facto de para todas as empresas de
serviços terem nas pessoas que com elas colaboram o fator mais importante, pelo facto de
entregarem e gerirem o respetivo serviço. A utilização do Lean neste sector é uma abordagem
estratégica que tem como referência o facto de o cliente estar posicionado no centro do serviço
(interna e externamente) que se presta (Carvalho, 2012).
Esta filosofia ainda não está muito presente na indústria nacional, talvez por ainda se associar
a sua aplicação apenas à indústria automóvel e, tal indústria não ter grande espaço no
panorama industrial português. O facto é que este é passível de ser aplicado no sector dos
serviços, passando a ter um papel mais predominante no panorama nacional. Na realidade, nem
4.6. Telemática
A telemática é de extrema importância para o estudo porque foi através da sua utilização que
tanto a JLS como as outras empresas deste sector, e de outros semelhantes, sentiram a
necessidade de um sistema mais capaz de monitorização de frotas. Como foi previamente
referido, a JLS para manter o seu poder de negociação junto das marcas, opta por ter uma
frota diversificada, em termos de marcas e, cada uma das marcas desenvolve o seu próprio
sistema de monitorização, de seguida apresentam-se os detalhes do sistema desenvolvido por
cada uma das marcas que a empresa possui.
4.6.1. DAF34
De forma a tornar possível a monitorização dos seus veículos, a DAF criou um sistema de
comunicação de dados, o DAF Telematics System.
Este sistema contém dados de navegação, mensagens e visão de câmara, proporcionando ainda
ao motorista a capacidade de trocar mensagens com a central de operações. Os responsáveis,
na central de operações, também retiram benefícios do sistema, uma vez que através dele
conseguem ter uma visão detalhada de toda a frota, otimizando assim os processos logísticos a
partir do portal Web.
Os operadores conseguem também obter, em tempo real, acesso a dados relativos às posições
dos veículos da frota podendo ainda contactá-los diretamente.
4.6.2. IVECO35
Além destes aspetos, monitoriza-se também a cada momento a localização do veículo, através
de duas funções avançadas, Track & Trace (localização e acompanhamento) e Geofencing
(delimitação geográfica). O gestor de encomendas é utilizado para enviar comunicações de
serviço, indicando o destino e localizando o trajeto de entrega, no visor de bordo. A figura 10,
que se segue, é representativa desta monitorização.
A avaliação é efetuada com base nos dados recolhidos do motor, veículo e GPS, avaliando o
desempenho em termos de economia de combustível. Cada indicador é apresentado ao
motorista em tempo real, através de um valor percentual que quanto maior for, melhor
desempenho a nível de poupança de combustível o condutor apresenta, como apresentado na
figura 11.
i. “Truck Navigation” função que permite navegação por satélite: o sistema faz um
cálculo automático acerca de qual o melhor trajeto tendo em conta o peso e as
dimensões do veículo, que são previamente introduzidas pelo motorista. Inclui as
opções seguintes:
Localizador de rede IVECO;
Alertas relativos a limites de velocidade;
Informações de trânsito.
ii. Sistema de avaliação do estilo de condução, que é o equivalente a possuir um instrutor
de condução a bordo.
iii. Dispositivo de auxílio à atenção do condutor (figura 12), protegendo o condutor dos
riscos inerentes associados à fadiga e sonolência súbita.
4.6.3. MAN40
O serviço de telemática criado por esta marca atende pelo nome de MAN Telematics, e permite:
Reduzir o consumo de combustível, obtendo o máximo proveito da frota;
Otimizar o aproveitamento dos veículos, gerindo corretamente a manutenção para
assim evitar as paragens em oficina;
Maximizar a rentabilidade da empresa;
Recolher as informações mais relevantes para ser capaz de gerir mais eficazmente o
tempo e fazer um melhor planeamento dos itinerários;
Aumento do volume de vendas e da eficiência, redução de custos, as informações
chegam em tempo real sendo assim possível fazer um melhor controlo da frota;
Transmissão de dados, quer do motorista quer dos dados em massa do tacógrafo, que
podem ser transferidos em qualquer altura, através da função Remote Download.
A imagem seguinte, figura 13, retirada do site da MAN, apresenta de forma esquemática os
serviços que a marca coloca à disposição dos seus clientes.
Basic: É a base para a gestão eficiente da frota, dá acesso ao portal de dados e manutenção e,
com base na análise de utilização dos veículos, permite conseguir uma redução no consumo de
combustível e desgaste. Os dados de manutenção são transmitidos a partir dos veículos, a
oficina pode assim criar um planeamento mais eficaz, reduzindo as permanências.
Map: A posição atualizada de cada veículo está representada no mapa digital, sendo possível
reproduzir, a qualquer altura, o itinerário de uma viagem com base nas mensagens recebidas.
Eco: Otimização dos custos operacionais e dos consumos, através da análise da utilização para
motorista e veículo. Incluem-se indicadores relativos ao desgaste e ao estilo de condução
preventivo, do qual fazem parte a utilização dos travões, do Tempomat, do pedal de
acelerador, do peso de tração e a topografia do trajeto. Através desta análise apuram-se as
condições de utilização e a rentabilidade do estilo de condução.
4.6.4. RENAULT42
Os centros de produção Renault pensam nos detalhes do veículo para que possa haver redução
do consumo de combustível. São estudados desde a inclinação do para-brisas, 12º, até à forma
trapezoidal da cabina, conseguindo-se, desta forma, tirar o máximo partido de todos os
veículos. As cabines interiores dos veículos Renault têm o aspeto apresentado na figura 14.
O sistema gestor de frotas proposto é o Optifleet, caracterizado por ser capaz de fazer um
acompanhamento regular da frota e reduzir os custos de exploração da atividade. O
acompanhamento é feito em tempo real e para os principais centros de despesa.
4.6.5. SCANIA44
Segundo a Scania devem ser os clientes a escolher em que detalhes apostar para obter melhores
resultados, aproveitamento da inercia, redução das travagens bruscas ou marcha ao ralenti. O
sistema de gestão de frotas que esta marca apresenta atende pela denominação de Scania Fleet
Management e, monitoriza principalmente velocidade, premeia-se ritmo constante em
detrimento de acelerações e abrandamentos. Considerando-se esta como a forma mais eficaz
de conduzir, uma vez que permite a poupança de combustível, travões e pneus, aumentando a
produtividade da frota. Conseguem obter-se os seguintes dados relativos aos veículos da frota:
Perspetiva geral da frota em relatórios semanais, mensais e anuais recebidos por email;
Discriminação de dados por camião em categorias-chave;
Visualização de tendências e comparação de desempenhos internos da frota, o que
torna mais fácil a melhoria de desempenho;
Acesso ao portal para obtenção de ferramentas extra de planeamento de assistência.
Como pode ser observado na figura abaixo, figura 15, em cada linha da tabela são dados
detalhes de um determinado veículo, o desempenho desse veículo é determinado através de
categorias-chave, como por exemplo marcha ao ralenti e aproveitamento da inércia. Ao passo
que cada uma das colunas ilustra dados relativos aos diferentes veículos da frota, podendo
então ser comparados. Isto pode tanto constituir um indicador de rendimento como uma forma
de detetar desvios.
Os dados completos da frota são associados a cada motorista, como a figura 17 ilustra, o que
permite uma maior profundidade e precisão, fornecidos através do portal. A obtenção dos dados
em tempo real possibilita a análise de tendências e a atualização dos relatórios, auxiliando
também na assessoria dos motoristas e na manutenção dos veículos.
O controlo pode ser feito através da associação de dados relativos a veículos e motoristas que
permite mapear as suas localizações em tempo real, conjugando os dados anteriores,
reforçando-os através da Geofence e da localização de veículos.
No portal da Scania são fornecidos uma série de dados relativos aos veículos que compõem a
frota, os gestores de frota conseguem, assim, ter um maior controlo sobre todos os veículos
(condução, descanso ou carga), podendo também ter uma perspetiva geral, através da análise
do mapa. Na figura 19 pode ver-se uma chave verde que traduz uma ignição ligada. Os avisos
são indicados com ícones e a direção que o veículo está a levar aparece indicada no mapa.
A função Geofence funciona como um delimitador, emitindo um alerta sempre que um veículo
entra ou sai de determinada zona, quer por ser uma zona proibida em termos de rotas ou por
estar a ser dado ao veículo da empresa um uso indevido.
4.6.6. VOLVO50
O sistema de gestão de frotas da Volvo denomina-se Dynafleet, e o que está no cerne do seu
desenvolvimento é a precisão, através dela os gestores de frota podem saber a qualquer
instante a localização exata e as condições de camiões e motoristas. A aplicação pode também
fornecer informações relativas às áreas a melhorar para que se consigam aumentos de
rentabilidade. A aplicação fornece quatro serviços, mais especificamente:
das diferenças de desempenho entre motoristas que conduzem veículos do mesmo tipo e sendo
útil para a sua formação. O sistema de pontuação de eficiência de combustível, figura 20,
permite aos gestores de frota analisar as potencialidades de uma condução eficiente, em
questões de combustível, fornecendo uma perspetiva geral e imediata relativa ao desempenho
dos motoristas e dos veículos, relatando, entre outros, consumos, distância percorrida e níveis
de emissões. É também possível a emissão de um alerta quando existem mudanças significativas
no nível de combustível, alertando para um possível furto.
O sistema de pontuação é elaborado entre 0 e 100 e apresenta-se também com código de cores,
o desempenho é calculado segundo quatro fatores-chave:
i. Antecipação e travagem;
ii. Utilização do motor e das mudanças;
iii. Adaptação da velocidade;
iv. Paragem.
O mapa e relatório de atividade do motorista asseguram que são cumpridos os tempos legais
relativos às horas de condução permitidas e pausas respetivas, existe a possibilidade de emitir
alertas aquando da aproximação dos limites permitidos de trabalho.
O Dynafleet foi pensado para fornecer informações corretas e atualizadas, de forma a oferecer
soluções para uma série de problemas das empresas, tais como:
Controlo dos custos de combustível, através de relatórios de eficiência de combustível
capazes de fornecer informações detalhadas, usados para simplificar a introdução de
alterações no comportamento dos motoristas necessárias à poupança contínua;
Aumento da produtividade dos motoristas, através de um cálculo diário relativo aos
tempos de condução e descanso de cada motorista para que possa ser racionalizado ao
máximo o uso de cada veículo e condutor;
Reconhecimento da capacidade livre, o sistema é capaz de fazer a identificação de
fatores tais como a localização, o tempo de trabalho remanescente e os limites de
velocidade, fatores que auxiliam na tomada de decisão ideal;
Controlo de veículos e motoristas, o relatório apresenta como o veículo está a ser
usado, quantas vezes a travagem se aplica, bem como o ralenti, podendo em situações
que os condutores utilizam o mesmo camião detetar diferenças consideráveis e
relevantes, evitando o desgaste do veículo e melhorando o estilo de condução;
Regulamento dos motoristas, os tempos de condução são bastante complexos, com este
sistema existe a hipótese de serem emitidos alertas sempre que um motorista se
aproxima do limite máximo de condução;
Para que o sistema funcione é instalado em cada veículo um módulo de comunicação telemática
bem como uma antena combinada GPS/GSM, pode ser incluído um ecrã e um teclado, a
atualização do software é feita de forma remota. As informações trocadas entre o motorista e
o escritório são armazenadas na base de dados do Dynafleet onde se apresentam em forma de
relatórios.
Tendo por base estes conceitos, está-se apto a realizar a análise à problemática proposta,
tratando-se de uma questão relativa a uma mais eficiente gestão de frotas que é conseguida
através da escolha do TRACKiT, que adiante se apresenta. O sistema permite a monitorização
dos veículos pertencentes à frota, independentemente da sua marca, o que faz com que se
consigam comparar os desempenhos, sem o risco da variação de dados para análise (por causa
dos sistemas de monitorização oferecidos em cada marca). Pretende-se com esta investigação
conseguir melhorar o desempenho de um trajeto, com base nas informações recolhidas pelo
programa.
Capítulo 5
5. Estudo de Caso
5.1. TRACKiT
5.1.1. Tracking
5.1.2. Eco-driving
5.1.3. Tacógrafo
5.1.4. Temperatura
5.1.5. Segurança
5.2. Enquadramento do Problema
5.2.1. Percurso I
5.2.2. Percurso II
5.2.3. Percurso III
5.2.4. Percurso IV
5.2.5. Mapa Parcial de Autoestradas Francesas
5.3. Análise do Problema e Conclusões
Estudo de Caso
5.1. TRACKiT52
Apesar de cada marca possuir o seu próprio sistema de gestão de frotas para uma empresa como
a JLS, que possui um grande número de camiões e de várias marcas, torna-se pouco eficiente
fazer a monitorização dos veículos por marca, daí ter surgido a necessidade de adoção de um
sistema onde seja possível agrupar todos os veículos da frota, tornando assim, a monitorização
mais fácil e eficaz. Este sistema, que ainda se encontra em desenvolvimento, está a ser criado
de acordo com as necessidades concretas da empresa, em conjunto com a TRACKiT Consulting,
como se descreve mais adiante, e com outros parceiros entre os quais universidades e empresas.
A utilização deste sistema, ainda sem todas as funcionalidades que se pretende que venha a
ter, faz com que a JLS consiga ter maior controlo sobre a frota, o que resulta numa série de
vantagens de diversos tipos:
5.1.1. Tracking
Cada módulo contém um cartão que, através de ligação GPRS regista e envia dados relativos a
velocidade, ignição e posição, estes dados sofrem um processamento contínuo na central de
operações. A utilização do sistema de posicionamento proporciona às empresas utilizadoras
várias vantagens:
Eficácia a nível externo: através do incentivo de produtividade dos colaboradores
externos;
A utilização desta ferramenta traz também uma série de usos práticos, permitindo que:
Os gestores de frota sejam capazes de reduzir os custos da frota e de otimizar as rotas,
garantindo, assim, ao cliente final uma resposta mais fiável e imediata;
Os diretores comerciais sejam capazes de fornecer mais ferramentas de apoio à gestão,
bem como incrementos de produtividade e performance;
Os diretores técnicos sejam capazes de avaliar o impacto dos custos da frota,
minimizando imediatamente o tempo de resposta das intervenções técnicas e de
manutenção;
Os diretores financeiros, através da monitorização e gestão das medidas em tempo real,
sejam capazes de identificar custos desnecessários para desta forma implementar
políticas de poupança adequadas.
5.1.2. Eco-driving
Foi criada especialmente para o sector dos transportes e pretende aliar o respeito pelo
ambiente ao lucro nos negócios, tendo como base a monitorização, análise e melhoria da
performance do condutor, fator essencial para a redução de custos. Os dados são analisados
através de GPS integrado e são os seguintes:
Consumos;
RPM’s;
Tempos de ralenti;
Percentagem de utilização de cruise control;
Número de travagens e acelerações.
Para cada veículo existe a necessidade de efetuar uma avaliação e classificação das variáveis
de condução de forma a permitir ao gestor o conhecimento de como a frota está a ser utilizada.
A maior vantagem do sistema ECODRIVE é o facto de estar capacitado para interagir com todas
as marcas e modelos do mercado, mas existem outras:
Eficácia na condução: pela otimização dos comportamentos dos motoristas através da
formação e informação;
Revela-se importante uma vez que, o gestor de frota, quando verifica anomalias nas médias de
consumo de determinado veículo, emite um relatório onde se conseguem analisar os diversos
fatores que podem ser causadores dessa variação.
5.1.3. Tacógrafo
O tacógrafo digital, figura 22, é um complemento à solução ECODRIVE, estes dois serviços
funcionam em simbiose.
5.1.4. Temperatura
Os usos práticos desta ferramenta estão voltados para os diretores de qualidade e para o cliente
final, os primeiros na medida em que conseguem garantir ao cliente final, através da
monitorização, a qualidade da cadeia de transporte de frio, os segundos porque podem
continuamente verificar as temperaturas a que as mercadorias estiveram sujeitas, através dos
documentos disponibilizados pela transportadora.
5.1.5. Segurança
Direcionado para o transporte de valores, através deste sistema é possível saber quando e onde
ocorreu o suposto furto da mercadoria. A abertura e fecho da porta de carga é monitorizada
através de um sensor colocado no interior ou exterior da porta. Em caso de ocorrência de furto
o motorista tem a opção de acionar um alerta através do botão SOS, que envia imediatamente
a informação para as plataformas de segurança do sistema. As vantagens pendem-se
essencialmente com:
A possibilidade de agir imediatamente, através da informação gerada pelos alarmes;
Fiabilidade e segurança, uma vez que previne furtos e complicações na entrega das
cargas;
Neste estudo analisar-se-á o trajeto Bordéus-Nantes, através dos dados recolhidos pelo
TRACKiT. Serão recolhidos dados de diversos carros, independentemente da sua marca, uma
vez que o grande benefício deste sistema está exatamente aí, na possibilidade de
monitorização, recolha e comparação dos dados de diversas marcas. O objetivo do estudo
desenvolvido é fazer a escolha do melhor trajeto por forma a otimizar a poupança de recursos
na realização da viagem.
Com o objetivo de, por um lado, aumentar os rendimentos obtidos e, por outro, se tornar mais
competitiva dentro do sector, nacional e internacionalmente, a JLS analisa:
Os gastos com combustível para cada veículo e para a frota;
A otimização da utilização de cada um dos seus veículos;
Os estilos de condução e os percursos através da monitorização dos veículos e dos seus
consumos;
O consumo total dos veículos;
Os tipos de rota;
Os erros de condução cometidos pelos motoristas, para que, posteriormente, lhes
possam ser sugeridas melhores práticas;
Com base nos dados de telemetria e nos alertas do painel de instrumentos de cada
veículo, o seu correto uso.
A melhor decisão que pode ser tomada para os trajetos definidos, com base nestes dados,
partem dos seguintes pressupostos:
O objetivo de cada veículo é deslocar-se de Gironde (Ambarès-et-Lagrave), até Loire-
Atlantique;
Não possuem carga para nenhuma cidade entre estes dois pontos;
As cargas pesam aproximadamente 20 toneladas;
Os trajetos que se apresentam permitem todos a circulação de veículos pesados de
mercadorias;
A condução de cada um dos condutores é equiparada, uma vez que têm todos a mesma
formação base.
5.2.1. Percurso I
Este percurso é realizado exclusivamente por estradas nacionais. O mapa apresentado dá conta dos pontos por onde o trajeto se desenrola.
As tabelas 2 e 3 apresentam os dados relativos aos consumos. Na tabela 2 são apresentados os dados relativos ao veículo, enquanto a tabela 3 dá conta dos
dados mais específicos do percurso.
5.2.2. Percurso II
Este percurso inclui estradas nacionais e autoestradas. O mapa seguinte dá conta dos pontos por onde o trajeto se desenrola.
As tabelas 4 e 5 apresentam os dados relativos aos consumos. Na tabela 4 são apresentados os dados relativos ao veículo, enquanto a tabela 5 dá conta dos
dados mais específicos do percurso.
Este percurso desenrola-se por estradas nacionais e autoestradas. O mapa apresentado dá conta dos pontos por onde o trajeto se desenrola.
As tabelas 6 e 7 apresentam os dados relativos aos consumos. Na tabela 6 são apresentados os dados relativos ao veículo, enquanto a tabela 7 dá conta dos
dados mais específicos do percurso.
5.2.4. Percurso IV
Este percurso desenrola-se unicamente utilizando autoestradas. O mapa apresentado dá conta dos pontos por onde o trajeto se desenrola.
As tabelas 8 e 9 apresentam os dados relativos aos consumos. Na tabela 8 são apresentados os dados relativos ao veículo, enquanto a tabela 9 dá conta dos
dados mais específicos do percurso.
Por se tratar de uma deslocação unicamente em autoestrada 55, existem custos que lhe estão associados, que se apresentam na figura 27:
No caso deste percurso retirou-se do site das autoestradas francesas o valor de portagens
associados, conseguindo-se, desta forma, uma perceção mais correta do quão vantajosa pode
ser a opção por outros trajetos, uma vez que a opção por um percurso totalmente em
autoestrada tem custos diretos a rondar os 81,30€57. As transportadoras procuram, por isso,
trajetos que aparentam ser mais económicos, mas para se confirmar estas suposições é
necessário atender a toda a envolvente dos percursos.
Para um cálculo mais exato do valor das portagens, far-se-á a análise do mapa que se segue,
apresentado na figura 28, que é representativo das autoestradas francesas, concernentes à
área que interessa estudar. Da sua análise mais minuciosa conseguem distinguir-se os troços de
autoestrada relevantes para os percursos que apenas abrangem pequenos troços, bem como
para o que se realiza exclusivamente através deste tipo de vias, desta forma, o valor de
portagem consegue calcular-se com mais rigor.
57 Este valor foi conseguido através da simulação de viagem levada a cabo no site:
http://www.autoroutes.fr/fr/les-principaux-tarifs.htm consultado em 25 de julho de 2015
58 http://www.autoroutes.fr/fr
Como já referido, pretende-se, através da análise das informações recolhidas pelo TRACKiT,
analisar os diversos veículos que efetuaram o trajeto Bordéus-Nantes, definindo assim, qual dos
percursos se revela mais económico.
No que concerne ao percurso a estudo, o custo estimado, em portagens para veículos pesados
de mercadorias, é o seguinte:
i. Para o percurso totalmente realizado em autoestrada:
Este valor já havia sido apresentado na estimativa que acompanha os dados do Percurso I, mas
pode agora ser confirmado com maior certeza.
* Este consumo, 12,8, encontra-se enviesado, o consumo real está estimado em 25,6. O
enviesamento acontece pelo facto de estarem a ser contabilizados diversos valores de
deslocações com consumos desprezáveis (provavelmente em parque, como se pode verificar na
tabela mais extensiva que pode ser encontrada no Percurso III), que estão a distorcer a média
final.
Este percurso, que inclui troços de autoestrada aliados a troços de estradas nacionais, permite
a realização de mais quilómetros com melhor média em termos de consumos, sendo vantajoso
tanto para a entidade como para os seus clientes, que podem assim usufruir dos serviços a um
custo mais reduzido.
Consegue concluir-se também que o percurso que apresenta menores vantagens para ambas as
partes é o trajeto I, trajeto realizado na íntegra por estradas nacionais, que apresenta um
maior número de quilómetros percorridos, bem como um maior consumo em termos de
combustível.
A importância deste capítulo prende-se com a vitalidade que tem para o enriquecimento da
pesquisa. Uma vez que é nele que se centra a explicação do programa gestor de frotas que
permite o melhor acompanhamento dos veículos, bem como a análise dos dados que se retiram
dele. Encontra-se também no presente capítulo o caso prático em si, através da exposição do
trajeto estudado e das conclusões retiradas.
Capítulo 6
6. Conclusão
6.1. Conclusões
6.2. Limitações e Sugestões de Trabalhos Futuros
Conclusão
6.1. Conclusões
A logística é um fator fundamental para as empresas do sector dos transportes, uma vez que as
diversas operações que lhe estão subjacentes fazem com que a atividade se torne mais
rentável, fidelize clientes, mantenha os níveis de produtividade, e garanta a longo prazo, a
sobrevivência da entidade e a sua capacidade evolutiva. A logística tornou-se fundamental para
o sucesso de empresas deste tipo, sem o aprofundamento destas técnicas não progrediriam no
mercado.
Através da sua atividade, a empresa adiciona aos produtos o fator lugar e tempo uma vez que
os movimenta entre mercados que se encontram muitas vezes geograficamente afastados.
Os custos do sector dos transportes são claros, combustível, pessoal e veículos. Alcançar a
eficiência significa adotar sistemas inovadores, os serviços de gestão de frota proporcionam aos
gestores de frota maior capacidade de controlo, utilização mais eficaz bem como mais
segurança no planeamento, desta forma simplifica-se o trabalho administrativo e a transmissão
de informações aos motoristas.
Apesar das mais-valias que advêm da utilização de cada um dos sistemas que as marcas
oferecem, para uma empresa com o número de veículos que a que propõe o estudo tem, torna-
se inviável o acompanhamento dos carros por marca, desta forma, a JLS como outras empresas
do sector optaram pelo investimento num software capaz de monitorizar todos os veículos da
frota independentemente da marca ou tipo de veículo.
Através da análise de dados efetuada foi possível concluir que nem o percurso realizado
exclusivamente por estradas nacionais nem o percurso realizado integralmente por
autoestradas são os mais vantajosos para a entidade. Mesmo não descurando o facto de o
primeiro não possuir custos diretos, nem de o segundo ser o que apresenta menor número de
quilómetros percorridos. De facto, o trajeto que utiliza apenas estradas nacionais revelou ser
o que mais custos acumula.
A empresa ganha tempo e reduz os consumos quando opta pela realização da viagem em troços
combinados de autoestrada com estradas nacionais, nomeadamente quando efetua a ligação
passando em Libourne, Cognac e Poitiers.
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