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O Avivamento de Deus na História

Introdução
Quando aceitamos Jesus, nos transformamos em uma nova criatura. No entanto, é
natural, devido à rotina diária, ficarmos cansados e nos distrairmos com as coisas
mundanas. Com isso, desviamos o foco do que é realmente importante e, muitas vezes,
passamos a agir mecanicamente na vida espiritual. Vamos à Igreja, mas não estamos de
fato lá. Oramos, mas não falamos com Deus. Lemos a Bíblia, mas não procuramos ouvir
o que o Senhor nos diz por meio dela. É como se estivéssemos espiritualmente mortos.
Essa morte também pode se dar no coletivo. Em Apocalipse 3:1,3, entendemos que em
Sardes havia uma igreja que os homens julgavam estar viva. Contudo, o Senhor, que
conhece o coração de cada um, sabia que o estava acontecendo e a convidou ao
arrependimento.
São nesses momentos de morte espiritual que caímos no pecado e, como consequência,
nos tornamos infelizes. Essas situações nos levam à necessidade de voltar à vida, de um
avivamento, de um soprar do Espírito Santo para reacender a chama da vontade de
cumprir o “ide”, de viver em santidade e fazer a vontade de Deus.
Não querendo que seu povo se perca no pecado, Deus produziu avivamentos em várias
partes do mundo ao longo da história humana, os relatos bíblicos mostram Deus
derramando um grande mover sobre Seu povo. Houve outros avivamentos que
infelizmente ficaram “escondidos” na sombra da história, como os avivamentos na
África e na Ásia, tendo pouco ou nenhum documento histórico os relatando. Na história
recente os mais documentados foram nos séculos XVIII e XIX e XX. Deus continuará
promovendo avivamentos afim de despertar seu povo para a Grande Obra, pois, é
necessário que o evangelho seja pregado em todas as partes do mundo.
O que é um Avivamento
Um avivamento é uma renovação espiritual que causa mais fervor e dedicação a Deus.
O avivamento pode ser individual ou coletivo, podendo afetar comunidades inteiras!
A palavra avivamento não aparece na Bíblia, mas existem algumas passagens bíblicas
que contam sobre o que nós chamaríamos de avivamentos:
A decisão do rei Asa em dedicar o país de Judá a Deus – 2 Crônicas 15:8
O arrependimento do povo de Nínive, com a pregação de Jonas – Jonas 3:4-5
A celebração da Páscoa no reinado de Ezequias – 2 Crônicas 30:21-23
O arrependimento e a renovação da aliança com Deus, durante o governo de Neemias –
Neemias 8:10-12
O dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo desceu sobre os discípulos – Atos dos
Apóstolos 2:2-4
Em todos esses casos, houve uma renovação na vida espiritual das pessoas. Aqueles que
foram avivados se dedicaram a Deus, abandonaram o pecado, louvavam com grande
fervor, sentiam a presença de Deus e ficavam cheios de coragem para seguir as ordens
de Deus! Esses são alguns dos sinais principais de um avivamento.
Um avivamento também pode acontecer na vida de uma pessoa individual. Quando a
vida espiritual entra em declínio e está seca, a pessoa precisa de um avivamento. O
avivamento restaura o relacionamento com Deus.
Como começa um avivamento
Tudo começa sempre com a vontade de Deus. É Deus quem decide a hora certa para um
avivamento. Não podemos “forçar Deus” a trazer um avivamento, mas podemos nos
preparar.
Muitos avivamentos são fruto de oração. Onde há pessoas dedicadas a orar pela igreja e
pelo lugar onde moram, isso faz uma grande diferença. Por trás dos grandes
avivamentos da História, encontramos sempre pessoas que dedicaram vários anos a orar
por transformação.
Um avivamento é algo que acontece de dentro para fora. Quando o avivamento
acontece, o Espírito Santo toca os corações das pessoas de maneira especial. Essa
transformação do coração se reflete nas vidas e nas ações, com uma maior dedicação às
coisas de Deus, como a evangelização, a justiça e o amor ao próximo (Atos dos
Apóstolos 4:31-33).
O efeito de um avivamento é contagioso. A mudança na vida das pessoas é visível e
atrai mais pessoas. Por isso, um avivamento é um tempo de grande oportunidade para
espalhar o evangelho.
E quando não há avivamento
O tempo do avivamento é muito bom, mas Deus também pode abençoar em outras fases
da vida. Deus é sempre o mesmo e merece nossa dedicação total em todo tempo. A falta
de um avivamento não é desculpa para nos afastarmos de Deus.
Avivamentos normalmente acontecem porque já há pessoas dedicadas a Deus e disposta
a se “achegar à Ele” (Tiago 4:8-10). Com ou sem avivamento, quando nos dedicamos a
Deus, Ele faz milagres em nossas vidas.
Grandes Avivamentos na História
Atos 2: 1-23; 37-47 O derramamento do Espírito Santo foi profetizado por Joel (2: 28-
29) séculos antes do nascimento da Igreja. No dia de Pentecostes, o Senhor cumpriu sua
promessa.
Quando os cristãos estavam em Jerusalém, orando, todos foram cheios do Espírito, Atos
1: 4. O apóstolo Pedro esclareceu que se tratava do cumprimento de uma profecia, Atos
2: 16-18
"Vede entre as nações e olhai, e maravilhai-vos, e admirai-vos: porque realizo em
vossos dias uma obra, que vós não crereis, quando vos for contada”, Habacuque 1:5.
Mas, será que esse derramar do Espírito era só para os cristãos do primeiro século?
Evidentemente que não! O apóstolo Pedro diz que a bênção é “para todos os que ainda
estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar”, Atos 2:39. A bênção
do Espírito Santo é, portanto, para os nossos dias e para os dias que porventura virão.
O profeta Joel (2: 23) fala em chuva temporã e em chuva serôdia. A temporã foi a que
caiu no Pentecostes, trazendo batismo com o Espírito, línguas estranhas, sinais,
prodígios e a pregação do dia do Senhor, At 2: 16-21. Em nossos dias, Deus está
derramando a chuva serôdia, Tg 5: 7, a última chuva do Espírito Santo sobre a vida da
igreja para que haja colheita abundante. O Senhor espera frutos.
Veja o que Deus tem feito nos últimos séculos, reavivando sua Igreja.
O grande avivamento. Aconteceu nos Estados Unidos. Começou em 1734. Havia uma
consciência da necessidade de alcançar os não-crentes e fortalecer os já convertidos.
Jonathan Edwards (1703-1758), com sua simplicidade de vida e muita oração, exerceu
grande impacto sobre as pessoas. George Whitefield (1714-1770) foi outro grande
“avivalista” desse período.
O resultado do trabalho desses homens foi milhares de conversões e o nascimento de
muitas igrejas em território norte americano. Na Nova Inglaterra (EUA), numa
população de 300 mil pessoas, houve entre 30 e 40 mil conversões. Houve
fortalecimento moral nos lares, fundação de cursos teológicos e de obras sociais.
O avivamento na Europa iniciou-se após a metade do século XVII.
Em 1670, na Alemanha, o pastor Philip Spener organizou reuniões para estudo bíblico e
oração nas casas. Surgiram obras sociais e um novo vigor espiritual veio sobre a igreja
luterana na época. Fundaram-se campos missionários onde pessoas se dedicavam a
anunciar as boas novas do evangelho.
O avivamento dos Morávios iniciou-se em 1727, um povo oriundo da região Morávia
(atual República Checa). Começaram a buscar ao Senhor em oração e, de repente,
houve um derramar do Espírito sobre a igreja. Havia choro, quebrantamento e
manifestações até entre crianças. Os morávios iniciaram um ministério de oração
contínua que durou mais de 100 anos. Com um derramar do Espírito Santo, houve um
grande reavivamento espiritual, eles começaram uma grande vigília, tal vigília tinha
duração de 24 horas por dia, sete dias por semana, 365 dias por ano em turnos de
revezamento.
Na Inglaterra, João Wesley (1703-1791) foi o instrumento de Deus para mudar a
história da igreja. Homem de oração, deu ênfase ao estudo bíblico. Opôs-se ao álcool, à
guerra, à escravidão. Houve muitas conversões.
No século XIX, alguns homens foram instrumentos de Deus para liderar grandes
avivamentos: Charles G. Finney (1792-1875) foi poderoso na Palavra, na oração e no
testemunho. Viveu nos Estados Unidos. Sob a influência de sua pregação, igrejas foram
renovadas, nasceram novas comunidades, pessoas deixaram vícios, etc.
Charles H. Spurgeon (1834-1892) foi professor de crianças na EBD e viu muitos pais se
converterem com o testemunho dos filhos. Spurgeon foi poderoso na pregação. Sinais e
prodígios eram comuns em suas reuniões. Esse avivamento iniciou-se na Inglaterra e
alcançou outros países através da evangelização.
Dwight L. Moody viveu de 1837 a 1899, nos Estados Unidos da América. Calcula-se
que cerca de 500 mil pessoas se entregaram a Cristo por seu intermédio. Dedicou-se à
EBD. Começou com 12 crianças e, em poucos anos, esse número chegou a
aproximadamente 12 mil.
Nos Estados Unidos do início do século XX houve um grande avivamento que ficou
conhecido como “Avivamento da Rua Azusa” na cidade de Los Angeles (EUA), foi um
autêntico mover do Espírito Santo sobre aquele lugar no ano de 1906. Esse avivamento
foi inegavelmente uma ação transformadora do Espírito na vida das pessoas.
Avivamento espiritual no Brasil. Durante a década de 60, várias igrejas batistas,
congregacionais, metodistas e presbiterianas experimentaram um reavivamento
espiritual. Como consequência o movimento de evangelização cresceu no Brasil
alcançando muitas cidades brasileiras.
Marcas do Verdadeiro Avivamento.
O avivamento autêntico tem algumas peculiaridades.
Sua característica não é o “emocionalismo”, o barulho. O livro de Atos descreve uma
igreja que vive sob o mover do Espírito Santo. Atos 2:47-52.
Essas características são;
Perseverança na Palavra.
Todo avivamento autêntico está centrado em Cristo e em sua Palavra. O surgimento de
doutrinas “antibíblicas” é um sinal de que não há pureza no movimento.
Perseverança na comunhão.
Uma igreja avivada pelo Espírito do Senhor vive como um corpo bem ajustado, 1
Coríntios 12: 12. O Espírito gera unidade, João17:21. As discórdias e facções são obra
da carne, Gálatas 5:19-21.
Firmeza na oração.
Sem oração não há avivamento. É a comunhão com Deus que desencadeia todo o
processo de renovação espiritual.
Dedicação a missões.
Não existe avivamento autêntico se a igreja não está fazendo missões. De acordo com
Atos 1:8, o poder do Espírito habilita o crente para pregar o evangelho, para ser
testemunha.
A ação social.
É interessante observar que todos os avivamentos trouxeram consigo a ação social.
Fundação de orfanatos, escolas, preocupação com idosos, com os marginalizados. Isso é
bíblico. Atos 9:36.
Conclusão
Avivamento muda atitudes, pensamentos e propósitos.
Não precisamos reconstituir os acontecimentos do início do século. Tampouco
necessitamos copiar com exatidão o que está relatado no livro de Atos. Charles G.
Finney diz que, “passada a primeira onda de avivamento, as pessoas começam a
desobstruir os canais que Deus usa, para que o fluxo do Espírito possa correr
livremente”. Quando Deus envia o reavivamento em resposta ao arrependimento e fé,
ele usa novos canais. Por toda a História, nenhum avivamento tem sido exatamente a
réplica de outro.
Nosso clamor por avivamento deve ser constante. Finney disse que, “em qualquer
tempo, significa arrepender-se primeiro”. Lembremos que a palavra ‘arrependimento’,
em Atos 3.19, é metanoia, no grego, que significa basicamente ‘mudança de mente’.
“Não uma transformação superficial, mas uma profunda mudança de atitudes,
pensamentos e propósitos¹. ”
Referências:
HORTON, Stanley M. Avivamento Pentecostal: As Origens e o futuro do maior
movimento espiritual dos tempos modernos. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.79¹.
DUEWEL, Wesley L. Fogo do Avivamento: O Avivamento de Deus através da História
e sua aplicação para hoje. São Paulo: Hagnos, 2016.
https://blog.doxabox.com.br/o-que-e-avivamento/
http://iprb.org.br/_ANTIGO/estudos_biblicos/estudos_1-50/estudos_27.htm
https://professordaebd.com.br/8-licao1-tri-23-o-avivamento-espiritual-no-mundo/
https://www.osremanescentes.com/devocional/historia-dos-moravios/

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