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MARINHA DO BRASIL
CENTRO DE INSTRUÇÃO ALMIRANTE GRAÇA ARANHA
ESCOLA DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA MARINHA MERCANTE
CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DE NÁUTICA
RIO DE JANEIRO
2017
1
RIO DE JANEIRO
2017
2
_________________________
Assinatura do Orientador
NOTA FINAL:____________
3
AGRADECIMENTOS
Dedicamos esse Trabalho de Conclusão de Curso aos nossos pais que nunca mediram
esforços para que tivéssemos uma excelente educação, sempre apoiando nossos objetivos e
ajudando a concretizá-los;
Ao nosso orientador, Hermann Regazzi Gerk, por nos incentivar e ser compreensivo
com a nossa rotina, iluminando o nosso caminho para a conclusão de nossa pesquisa.
5
RESUMO
Este trabalho abrangerá desde a navegação por rodas de pá até os mais modernos
sistemas de propulsão, apresentando a propulsão diesel-elétrica, a nuclear e a jato d’água.
Vale ressaltar que na maioria dos casos os aperfeiçoamentos foram impulsionados pela
incessante busca por uma maior eficiência, a fim de reduzir o consumo de combustível. Em
outros, a preocupação com o meio ambiente e a segurança foram fundamentais para fomentar
inovações. Além disso, no último capítulo, será discorrido o tópico vibrações em navios. As
vibrações estão presentes no cotidiano de todos e, em navios mercantes, podem se tornar
perigosas, principalmente, quando aliadas a ruídos, desde que não sejam minimizadas ou
controladas. Assim, também serão expostos os aprimoramentos nos propulsores para
combater ruídos e vibrações, e atenuar o fenômeno da cavitação.
ABSTRACT
This paper will range from navigation by paddle wheels until the latest propulsion
systems, featuring the diesel-electric propulsion, nuclear and water jet. It is worth noting that
in most cases the improvements were driven by the constant search for greater efficiency in
order to reduce fuel consumption. In others, the concern for the environment and security
were fundamental to promote innovations. In addition, in the last chapter, the topic vibrations
in ships will be discussed. Vibrations are present in the daily life of all and, in merchant ships,
can become dangerous, especially when combined with noise, as long as they are not
minimized or controlled. Thus, improvements in propellers will also be exposed to combat
noise and vibrations, and to mitigate the phenomenon of cavitation.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 12
5 PROPULSÃO ELÉTRICA 25
7 PROPULSÃO NUCLEAR 36
8 VIBRAÇÕES EM NAVIOS 37
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS 43
REFERÊNCIAS
12
1 INTRODUÇÃO
Para realizar esse trabalho, foram utilizadas atividades de pesquisa, como em diversos
sites e livros, pesquisas juntamente com a orientação de professores e profissionais que
trabalham nessa área. Assim, a modernização da propulsão marítima será analisada mediante
mudança na sua matriz e suas principais etapas de evolução no meio marítimo, visando
entender todas as transformações tecnológicas ocorrida na propulsão, descrevendo cada
invento.
13
Atualmente, os navios não são tão mais usados como transporte de pessoas. A aviação
conquistou esse espaço e, desde então, embarcações são mais utilizadas para cruzeiros e
transporte de cargas. Mas houve um tempo em que apenas os navios a vapor tinham a
capacidade para viajar de maneira relativamente rápida entre grandes distâncias.
Em 1835, Brunel teve a ideia de estender esta linha de Briston a Nova York,
atravessando o Atlântico Norte em um navio a vapor, onde, até então, essa travessia era feita
por navios veleiros. Quando apresentou o projeto em uma reunião da Great Western, apenas
um dos diretores o apoiou. Porém, decidiram construir o SS Great Western (batizado com o
nome da companhia), o primeiro navio à vapor construído exclusivamente para a travessia
transatlântica. Para tal feito, o navio precisaria carregar 650 toneladas de carvão. Brunel
calcula que o navio necessite ter um pouco mais de 70 metros de comprimento para acomodar
toda essa carga. Seria o maior navio já construído até então, de madeira. Como todo esse
tamanho poderia fazer o navio entortar, Brunel recorre a um material que conhecia muito
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bem: o ferro. Ele tem a ideia de prender uma estrutura de vigas de ferro por dentro do navio
de madeira, tornado o Great Western resistente o bastante para atravessar o Atlântico.
Outros navios à vapor foram construídos muito antes do Great Western, como o SS
Savannah, que, em 1819, cruzou o Atlântico em 23 dias, mas operou a maior parte do tempo
pela força do vento, se tornando um fracasso. Houve também o pequeno vapor Sirius, que fez
essa rota chegando um dia antes que o Great Western, precisando queimar móveis e outros
itens de madeira para chegar ao fim da rota. Contudo, o Great Western foi construído para o
comércio transatlântico, e tinha bastante espaço para passageiros. Foi o veleiro a vapor mais
bem sucedido a cruzar o Atlântico.
O SS Great Western foi o navio que abriu portas a todos os grandes navios à vapor
que surgiram sucessivamente, assim como o RMS Titanic e vários outros gigantes que
ficaram com seus nomes marcados na História da grande era de ouro dos luxuosos navios à
vapor.
Fonte: http://destinodosnavios.blogspot.com.br/2014/01/ss-great-wenstern-o-lendario-vapor.html
15
Fonte:
https://www.google.com.br/search?biw=1366&bih=662&tbm=isch&sa=1&q=ss+great+britain&oq=ss+great+&
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Fonte:
https://www.google.com.br/search?biw=1366&bih=662&tbm=isch&sa=1&q=ss+great+britain&oq=ss+great+&
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Em 1846, ainda considerado novo, o navio encalhou nas areias da Baia de Dundrum,
na Irlanda. Na época, havia sérias duvidas se seria possível desencalhá-lo. Em meados de
1847, conseguiram salvar o navio, mas devido ao alto custo da manobra, a Great Western
Steamship Company veio a decretar falência e, consequentemente, o SS Great Britain foi
vendido e modificado para uma embarcação de emigração.
Em sua nova companhia, modificaram a sua rota, agora sendo utilizado em viagens
entre o Reino Unido e a Austrália. Com toda a sua história, a embarcação ficou famosa,
atraindo diversos curiosos, obtendo sucesso nas vendas para uma “shiling” para conhecê-lo,
aproximadamente 4000 pessoas pagaram para vê-lo.
Depois de alguns anos, entre 1855 e 1858, foi utilizado para transportar tropas na
Guerra da Criméia e na Revolta dos Sipais. A parir de 1882, foi transformado em veleiro com
o propósito de transportar carvão, mas devido a um incêndio a bordo em 1886, foi bastante
danificado. Logo após do acidente foi vendido para outra companhia, Falkland Islands
Company, permanecendo em sua posse sendo utilizado como reservatório de armazenamento
de carvão nas Ilhas Malvinas, reabastecendo a marinha do atlântico do sul, durante a primeira
guerra mundial na batalha das ilhas Malvinas, que derrotou a frota do navio Almirante Graf
Maximilian Von Spee.
17
Fonte:
https://www.google.com.br/search?biw=1366&bih=662&tbm=isch&sa=1&q=ss+great+britain&oq=ss+great+&
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Fonte:
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Basicamente, existem dois tipos de propulsão, direta e indireta, cada um com seus
sistemas e características.
Passo constante significa que é o mesmo ao longo da pá. Do bordo de ataque até o de
fuga, as pás não apresentam curvatura. Esse tipo é utilizado em alguns tipos de thrusters.
Fonte:
https://www.google.com.br/search?biw=1366&bih=662&tbm=isch&sa=1&q=H%C3%A9lice+de+passo+consta
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É o mais usado em todos os tipos de navios mercantes. As pás do hélice têm uma
angulação que não pode ser alterada. É construído com três ou mais pás rígidas fixadas ao
19
cubo. Um observador analisa a rotação desse tipo de hélice, quando dada marcha a vante, em
um sentido de rotação; quando dada marcha a ré, seu sentido de rotação muda.
Fonte:
https://www.google.com.br/search?biw=1366&bih=662&tbm=isch&sa=1&q=H%C3%A9lice+de+passo+fixo+n
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Foram projetados para dar uma maior eficiência de propulsão em uma ampla faixa de
velocidade e condições de carga. Em um navio completamente carregado, a propulsão
requerida é muito maior do que em um navio vazio. Ao ajustar o passo das pás, a máxima
eficiência pode ser obtida e pode haver economia de combustível. A hélice de passo
controlável tem uma disposição de "palhetas”, além disso ela dispensa caixas inversoras.
Fonte: https://www.wartsila.com/products/marine-oil-gas/propulsors-gears/propellers/wartsila-controllable-
pitch-propeller-systems
20
Neste tipo de hélice, as pás são montadas separadamente no cubo e podem sofrer um
deslocamento angular durante a rotação do hélice. As pás são acionadas por um sistema
hidráulico, que faz variar o passo. O início da marcha, a regulação da velocidade, a paragem e
a inversão de marcha do navio realizam-se sem que seja necessário parar a máquina principal.
Esse tipo de hélice é indicado para navios que tenham que variar com frequência as suas
condições de operação. A máquina principal pode operar sempre no regime mais eficiente,
uma vez que o impulso é controlado pela regulação do passo do hélice.
Esse tipo de hélice é mais utilizado em navios de alta capacidade de tração a baixas
velocidades, como em rebocadores.
Com velocidades mais elevadas, a resistência do Tubo Kort faz com que o rendimento
da propulsão diminua, porém, em alguns navios, pode-se existir um sistema no qual seja
integrado com Tubo Kort e o hélice pode girar, de modo que haja uma rapidez nas manobras.
Fonte:
https://www.google.com.br/search?q=H%C3%A9lice+em+dutos+navega%C3%A7%C3%A3o&source=lnms&t
bm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjdzLi3jJTVAhXJlJAKHRJRBEMQ_AUICygC&biw=1366&bih=662#imgrc=
m0bKV7y6mgV2rM
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4 PROPULSORES MECÂNICOS
São os dois propulsores mais simples. Não possuem particularidades. São as primeiras
modernizações dos propulsores. A curvatura das pás melhorou bastante o rendimento.
Com a presença desses dois motores de combustão principal, seus esforços são
divididos entre eles. Assim, há um baixo índice de vibração. Com a inversão do sentido dos
propulsores, há uma redução na sua curva de giro e a capacidade de movimentação da popa
lateralmente.
Fonte: http://www.naval.com.br/blog/wp-content/uploads/2010/04/DDG-Curtis-Wilbur-screws.jpg
Propulsor composto por dois hélices no mesmo eixo, com o mesmo passo. Ocorre uma
distribuição de potência entre os hélices, o que ajuda na redução da carga entre eles. Com um
projeto simples, com poucas peças, menor diâmetro do hélice, redução do consumo de
combustível e menores custos de manutenção, tornou-se um propulsor muito vantajoso. Sua
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Fonte:https://www.google.com.br/search?biw=1366&bih=662&tbm=isch&sa=1&q=twin+propeller+ship&oq=t
win+propeller+ship&gs_l=img.3...3260.6482.0.7025.7.6.1.0.0.0.176.901.0j6.6.0....0...1.1.64.img..0.3.306...0i19k
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São propulsores que usam uma segunda hélice sobreposta a qual gira no sentido
contrario à hélice principal com o intuito de aproveitar a energia cinética perdida durante o
movimento circular do escoamento. Assim, aumenta a potência sem a necessidade de
modificar o diâmetro dos hélices.
Fonte: https://navalunivali.files.wordpress.com/2009/08/azipod2.jpg?w=468
23
Fonte:https://www.google.com.br/search?biw=1366&bih=662&tbm=isch&sa=1&q=VOITH+SCHNEIDER&oq
=VOITH+SCHNEIDER&gs_l=img.3..0j0i30k1l9.310600.310933.0.311260.2.2.0.0.0.0.170.170.0j1.1.0....0...1.1.
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Figura 14 – Azipod
Fonte: http://tecnologiamaritima.blogspot.com.br/2012/07/posicionamento-dinamico-parte-4.html
24
O azimuth trhuster é um thruster que pode ser retrátil, rebatível, ou fixo quando
usado para propulsão. A máquina motriz fica dentro da embarcação. Pode ser um motor
elétrico alimentado por gerador ou um motor diesel. O hélice pode ter passo variável com
acionamento hidráulico ou fixo controlado por inversor de frequência. Neste caso, a
máquina motriz será obrigatoriamente um motor elétrico. Esse tipo de thruster
usado como propulsor é mais simples e mais comum em pequenas embarcações.
Fonte: http://tecnologiamaritima.blogspot.com.br/2012/07/posicionamento-dinamico-parte-4.html
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5 PROPULSÃO ELÉTRICA
Embora o sistema de propulsão elétrica tenha apresentado limitação de alguns dos seus
dispositivos eletrônicos e alimentação dos sistemas transitórios, ele conquistou um enorme
espaço no mercado, principalmente, com os navios mercantes. Em 1945, após a Segunda
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Na década de 70, devido à crise do petróleo, muitos países mudaram suas atividades
petrolíferas da época. Muitos deles começaram a investigar petróleo no leito dos oceanos. E
com isso houve a necessidade da criação de um tipo de embarcação tendo como objetivo
fornecer apoio às plataformas de petróleo. A Embarcação de Apoio Marítimo (EAM) veio
como solução para essas atividades, sendo responsável por levar suprimentos até as
plataformas que se localizavam longe de terra, auxiliar no reboque e solucionar problemas
logísticos. Juntamente com esse tipo de embarcação vieram novas tecnologias visando atender
as necessidades das plataformas de forma mais eficiente e econômica, como o sistema de
posicionamento dinâmico. Esse sistema é capaz de manter a embarcação em uma determinada
posição relativa à plataforma através de um processador digital que recebe informações de
uma referência, como o Sistema Global de Posicionamento ou outra referência na plataforma,
e ainda informações da agulha giroscópica e do anemômetro da embarcação.
significa Pod + Azimuth. O termo “POD” faz referência ao formato do thruster e “AZI” de
azimuth devido sua capacidade de girar 360º.
Figura 16 – Azipod
Fonte: http://marineinsight.com
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desvantagem o fato de possuir duas “gearboxes”, no pod (B) e no interior do casco (C),
apresentadas na figura 17.
Figura 19 – Azimutal
Fonte: http://www.nauticexpo.com
Esse sistema veio pra acabar com os problemas em relação à linha de eixo Azipod,
apresentando várias vantagens sobre ele, tais como: eliminação dos mancais de sustentação e
escora, eliminação das caixas redutoras, eliminação dos eixos propulsores, eliminação do
MCP, dispensa máquina do leme, diminuição severa na quantidade de trocadores de calor,
redução de vibração, redução da manutenção e seus gastos associados, redução da emissão de
NOX, pois devido a modificações nas plantas de geração de energia o sistema atende
facilmente as normais IMO Tier I e Tier II que passaram a ser cobrada a partir de Janeiro de
2011.
Fonte: http://www.e-marineeducation.com
Fonte: http://marine.rolls-royce.com.cn
Dentre as vantagens impostas por este tipo de sistema, pode-se citar: menor custo de
combustível, consequentemente reduzindo a emissão de gases poluentes (CO2, NOx);
eliminação das linhas de eixo; alta confiabilidade; redução dos custos de manutenção e
instalação; menor nível de vibração e ruído; possibilidade de redundância energética; menor
espaço requerido.
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Utiliza motores diesel para gerar energia elétrica, empregando uma turbina a gás para
aumentar a potência elétrica total utilizada para propulsão que irá alimentar os motores de
propulsão do navio, aumentando sua velocidade.
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Os navios que possuem esse tipo de propulsão são ideais para uso em operações de
reboque ou de recuperação, porque o impulso máximo para qualquer configuração de
aceleração está disponível, até mesmo em embarcações de menor velocidade. Além disso,
esse sistema apresenta muitas outras vantagens, dentre elas: nível de vibração a bordo menor,
excelente manobrabilidade, parada rápida, simplicidade, segurança, baixo calado.
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Fonte: http://www.warfareblog.com.br/2015/11/classe-le-triomphant-dissuasao-ala.html
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7 PROPULSÃO NUCLEAR
A propulsão nuclear foi desenvolvida no início dos anos 50 pela Marinha Americana,
criando um reator nuclear pequeno o suficiente para caber dentro de um submarino. Utilizado
também em navios, esse reator, por meio da fissão (ruptura) controlada de átomos, gera
grande quantidade de energia em forma de calor. O calor canalizado aquece água contida em
um encanamento separado. A água se transforma em vapor, que passa por uma turbina,
gerando a energia necessária para mover o navio. O mesmo vapor é usado para fazer
funcionar um gerador de energia elétrica. Atualmente, não há mais engrenagem redutora,
porque ocasionava muito ruído.
O primeiro a realizar uma viagem foi o americano Nautilus que em 1958 fez um
cruzeiro sob o gelo do polo norte. A seguir, foram construídos em grande número nos EUA,
na ex-URSS, na Inglaterra e na França. Tal embarcação chega a deslocar 20 mil toneladas,
desenvolvendo altíssima velocidade, logicamente a um alto custo. Se as pesquisas com fusão
nuclear se tornarem realidade, haverá então uma fonte de energia praticamente ilimitada.
Nela, há a combinação de dois núcleos leves (deutério e trítio), para originar um núcleo mais
pesado (hélio).
Fonte: http://www.defesaaereanaval.com.br/submarino-nuclear-brasileiro-alvaro-alberto-sn-10/
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8 VIBRAÇÕES EM NAVIOS
Um dos problemas mais comuns e temidos a bordo dos navios é o alto nível de
vibração. Ocorreram casos nos quais navios foram descartados devido ao inaceitável nível de
vibrações, tornando-os inseguros para a operação. Assim, ao longo dos anos, com a pesquisa,
principalmente, por sociedades classificadoras, muita melhora foi alcançada em termos de
vibrações marítimas. As técnicas de design sofreram mudanças para incorporar fatores
relacionados à redução dos níveis de vibração durante todo o tempo de vida de um navio.
Qualquer maquinaria que tenha partes se movendo em certa frequência pode induzir
vibrações. De tal modo, motores principais, eixos de propulsão, caixas de velocidades,
hélices, bombas, geradores a diesel, ou seja, todas as máquinas transmitem vibrações.
Na fase do projeto, o RPM nominal da hélice já foi decidido com base no torque e no
impulso necessários para fornecer a potência efetiva exigida pelo navio. Então, alterar o RPM
não é uma opção viável.
Como engenheiro naval, procura-se um design ótimo e uma máquina/peça que ofereça
alto rendimento e eficiência. Algumas das melhores máquinas já concebidas são as mais
"silenciosas". Como qualquer outro veículo, os navios também precisam de uma máquina de
propulsão eficiente e confiável. As hélices comumente usadas hoje são chamadas de screw
propellers (hélices em forma de parafuso). O screw propeller permitiu que os navios se
39
movessem a velocidades mais altas e, com o tempo, houve mudanças no formato e também se
tornaram mais duráveis.
Fonte: http://www.marineinsight.com/naval-architecture/different-ways-to-reduce-ship-propeller-vibrations-and-
increase-its-efficiency/
Quando a seção do hélice é inclinada até certo ponto (uma inclinação grande não é
desejável, pois aumenta a frequência natural de vibração do hélice), há redução na amplitude
de forças instáveis, minimizando a vibração. Além disso, o uso de mais pás em certos hélices
e o aumento das áreas das pás têm um efeito positivo contra a vibração.
Às vezes, a ponta da hélice é confinada dentro de um plano. Esses tipos de hélices são
denominados Tip-Vortex Free (TVF) ou CLT (Contracted Loaded Tip), nos quais os vórtices
do bordo de fuga da pá são minimizados. Isso porque o uso de um único plano faz com que os
vórtices na ponta se reduzam em número como resultado da ausência de uma curvatura no
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bordo de saída. Além disso, deve ser dada atenção ao acabamento das pás do hélice, que, se
não devidamente pintadas e polidas, causarão cavitação.
Fonte: http://www.marineinsight.com/naval-architecture/different-ways-to-reduce-ship-propeller-vibrations-and-
increase-its-efficiency/
Não é sempre a rotação do hélice ou diferentes pressões em torno do hélice que são
responsáveis pelas perdas. Às vezes, o campo da esteira também é responsável pelos níveis de
vibração em um hélice serem altos. É geralmente uma região de fluxo de um fluido turbulento
em torno de um corpo em movimento em um fluido incompressível, por exemplo água do
mar. A turbulência nunca é desejável em torno do hélice. Existem atualmente alguns métodos
para reduzir o impacto do campo da esteira, por meio de dutos, como o duto de
Schneekluth ou o duto de Mewis. Esses dutos, geralmente, instalados no casco ou logo antes
do hélice, geram um fluxo mais uniforme no hélice. Outro método até mais simples é o uso de
um nozzle, conhecido como Simplified Compensative Nozzle, o qual reduz o nível de ruído e
oscilações no fluxo d’água.
Fonte: http://www.hendersongroup.org/improve-a-propeller-improve-a-ships-voyage/
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Ainda há os Kort Nozzles, estruturas fixas com formato circular em torno dos hélices,
que são vantajosos nos casos em que existe o requisito para uma hélice de diâmetro
limitado. Vale ressaltar que não devem ser empregados em altas velocidades, pois poderão
causar cavitação.
Figura 31 – Kort Nozzles
Fonte: http://gcaptain.com/propeller-technology-ship-efficient/
Às vezes, cavitação é útil para reduzir fricção, e é nesses casos que o fenômeno da
supercavitação é usado em hélices projetadas para esse propósito. Eles são chamados de
hélices supercavitantes e suas pás são em forma de cunha. São utilizados em navios de alta
velocidade e navios de guerra.
Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Supercavitating_propeller
Existem também propulsores com aletas em seus centros, denominados Propeller Boss
Cap Fins (PBCF). Essas pequenas lâminas inclinadas convertem a energia do vortex central
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em torque e thrust adicionais, transmitidos de volta ao eixo. Os benefícios são vários: redução
do consumo de combustível de até 5% e das vibrações na popa, e diminuição do ruído do
propulsor. Além disso, solucionam problemas de erosão na superfície do leme.
Fonte: https://www.wartsila.com/encyclopedia/term/propeller-boss-cap-fins-(pbcf)
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
À luz das crescentes exigências, todos os fatores que afetam o rendimento do navio ou
podem vir a tornar a embarcação insegura são analisados cuidadosamente. Uma grande
preocupação dos engenheiros encontra-se nas vibrações e nos ruídos aos quais os navios são
submetidos ao longo da viagem, assim outros dispositivos foram criados para minimizá-los,
com a finalidade também de reduzir a cavitação. Desse modo, neste Trabalho de Conclusão
de Curso, foram apresentados os mais diversos propulsores e seus aprimoramentos,
destacando suas aplicações e vantagens, e atentando para suas restrições, ressaltando que
ainda há muito para ser aperfeiçoado.
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REFERÊNCIAS